Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE INTERDISCIPLINAR DE HUMANIDADES


CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
OFICINA DE TEXTO ACADÊMICO
DOCENTE: Marcus Vieira
DISCENTE: Marcos Vinícius Silva

Carl Sagan. O Mundo Assombrado pelos Demônios: A ciência vista como uma vela
no escuro. Capítulo II, Ciência e esperança. Ed. Random House, Pag. 30, 1995.

Resumo:

O objetivo geral de Carl Sagan no capítulo “Ciência e esperança” do seu livro


“O mundo assombrado pelos demônios” é elucidar a importância da valorização da
ciência como um objeto capaz de despertar a esperança, e desmistificar o fato de que a
ciência seria apenas um amontoado de conhecimento, quando na verdade se trata de um
modo de pensar que influência à forma com que questionamos nossa existência. Diante
disso, o autor detalha no início do texto como se deu o seu primeiro contato com o fazer
científico – logo na infância surgiu à necessidade de compreender o funcionamento das
coisas, revelar os mistérios. Ou seja, com estes argumentos o autor questiona também a
divulgação da ciência, e sugere também que os métodos científicos se tornem acessíveis
aos que não são cientistas, uma vez que não explicar isto é considerado pelo autor como
“perverso”.

Em um primeiro momento Sagan se atenta a falar de um suposto


emburrecimento da população norte americana, causado futuramente por uma
segregação dos recursos tecnológicos que os levaria a “volta para a superstição e
escuridão”. O autor explica também que a falta de conteúdo educativo e científico nos
meios de comunicações (que evoluíram a partir dos métodos científicos) é um dos
fatores que impedem a disseminação do fazer científico, impossibilitando que mais
pessoas sejam incentivadas a questionar o funcionamento do mundo.

Outro ponto levantado pelo autor é o de que a ciência e a espiritualidade não são
divergentes em sua essência, pelo contrário, uma complementa à outra e ambas são
capazes de ultrapassar barreiras e unir pensamentos. Entretanto, diferente da
espiritualidade, a ciência esta disposta a ser questionada. Um segundo argumento
defendido pelo autor é de que o fazer científico se propõe a corrigir erros, uma vez que
para a ciência não existe verdade absoluta ou questões que não devem ser investigadas.
Ou seja, para Segan; a ciência é o meio pelo qual “se pode distinguir os falsos ídolos da
realidade”, uma vez que o fazer cientifico não tem sua importância atribuída à quais são
suas qualidades do pesquisador, gostos e sentimentos, mas sim à capacidade que sua
tese tem de ser provada por uma crítica determinada e especializada. O autor salienta
que, para um pesquisador é necessário antecipar os questionamentos e responde-los para
que as falhas sejam encontradas e reparadas antes da defesa de suas teorias. Sagan
também destaca que; o fazer científico se trata de questionar a funcionabilidade de
ideias antigas, para evitar que evidências e aparências que estão a favor de nossos
desejos influenciem na busca pela verdade, afirmando também que a crítica
especializada faz um favor ao cientista quando o questiona.
Em um terceiro momento, o autor defende a ciência como o objeto capaz de
rebater as opiniões de um senso comum, contradizendo o argumento de que o fazer
científico não seja baseado na humildade. Para o autor, o fato de que os dados são
humildemente analisados e levados a sério por quem produz a pesquisa, é o que
diferencia a ciência das crenças, que segundo ele, excluem qualquer possibilidade de
investigação. Mais uma vez Sagan se atenta a promulgar a ideia de que todas as
verdades, ora ou outra, necessitam ser investigadas.

Como conclusão, dentre outras discussões, Carl Sagan defende a ampla


divulgação da ciência e de seus métodos para todas as pessoas, cientistas ou não. Dessa
forma, o autor também elucida questões onde o fazer científico é eficaz na vida dos
seres humanos, uma vez que são usados para: Ascensão social por meio da compreensão
da realidade, alertar e prever perigos causados por ordem natural, esclarecer questões
relacionadas a nossa origem e por fim, à forma como os valores da ciência podem ser
aplicados a democracia – Ciência conferindo poder a quem aprende-la, propondo o
intercâmbio de ideias e a descoberta da verdade. Por fim, em seu texto Sagan critica
como os registros da vida (TV, notícia, internet entre outros) podem ser interpretados
por outrem em um futuro próximo, deixando em seguida um questionamento a cerca de
como seria a sociedade se utilizássemos a ciência como criadora de um sentimento de
esperança.

Você também pode gostar