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EDUCAÇAO nas filosofias de Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino

Tomás de Aquino é o mais importante pensador medieval. Sua filosofia, indissociável da


Teologia em sua época, tem importantes projeções pedagógicas para o educador da
atualidade, para além do interesse meramente histórico. Destacam-se três aspectos de
especial atualidade do pensamento tomasiano: a valorização do mundo material; a afirmação
da primazia da virtude da prudentia; e a perspectiva da prudência negativa em filosofia. São
Tomás de Aquino legou à educação sobretudo a ideia de autodisciplina. Foi essa a marca do
ensino cristão, que alcançou a sua máxima eficiência, em termos de doutrinação, com a
pedagogia jesuítica, a partir do século XVI. No período em que o filósofo viveu, a religião seguia
sendo a principal fonte de instrução, como em toda a Idade Média. Sobreviviam as escolas
monásticas em mosteiros afastados das cidades; essas escolas inicialmente visavam a
formação de monges, mas depois também a formação de leigos das classes proprietárias. Com
o surgimento da economia mercantil nas cidades, apareceram também as escolas episcopais,
destinadas à formação do clero secular e de leigos.

Agostinho de Hipona distingue duas possibilidades de conhecimento que o homem pode


adquirir: o conhecimento das coisas sensíveis e o conhecimento das coisas inteligíveis. Os
conhecimentos sensíveis são aqueles que provêm dos sentidos, são levados à memória e
organizados pelo indivíduo. Já os conhecimentos das chamadas coisas inteligíveis, que não são
provenientes dos sentidos, como os juízos de valor, são percebidos pela mente por meio de
uma reflexão interior realizada pelo homem.

As diferenças de filosofias de Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino são que a linha de


pensamento de Santo Agostinho girava em torno de dualismos, herança de Platão e dos
maniqueístas orientais. Bem e mal, corpo e espírito eram totalmente separados. O filósofo
condenava os pecados da carne e alegava que a fé era o essencial para a vida. Segundo
Scofano, seguia uma lógica “primeiro eu creio, depois explico”. E a filosofia de São Tomás de
Aquino ia na contramão de Santo Agostinho, colocando a razão em primeiro lugar. Tentava até
mesmo explicar a fé por meios racionais, alegando que podia provar a existência de Deus.
Argumentava que tudo está em movimento e todo movimento é causado por alguém; desse
modo, é preciso que haja uma causa inicial, um “primeiro motor”, como chamava. Além disso,
constatou que é preciso que haja um Deus para que o universo esteja em tão perfeita
harmonia.

As semelhanças nas filosofias de Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino são que ambos
submetia a razão abaixo da fé. Mas em intensidades diferentes, enquanto Agostinho submetia
muito a razão perante a fé, Aquino tentava pensar que a razão poderia auxiliar a fé.

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