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I M E R S Ã O

A MUDANÇA

Este material é exclusivo dos alunos do curso Relações


Amorosas: Um Novo Olhar, que estamos disponibilizando
gratuitamente pra você. Aproveite e estude. Te espero na
Imersão.

Importante: Nesta Quarta-feira 18/08, durante a imersão,


acontecerá a Abertura da 5ª Turma do curso Relações
Amorosas um Novo Olhar, com vagas limitadas e por
pouco tempo.

Módulo
O Início do Amor
1
C U R S O

Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
01
Módulo
O amor
na Grécia

“O casamento proporciona ao homem apenas dois dias felizes: o


dia em que ele conduz a noiva para a cama, e o dia em que ele a
deposita no túmulo.” Essa é a síntese do que pensavam os
homens na Grécia clássica, há 2500 anos, sobre a união com uma
mulher.
 
O amor, na Grécia clássica, era bem diverso dos conceitos de
amor posteriores, e também das concepções ocidentais
contemporâneas. Não era considerado, como é agora, uma
finalidade da vida, e sim um passatempo divertido, uma
distração, ou, por vezes, uma aflição enviada pelos deuses.
 
O amor não tinha nada que ver com o casamento. Estima e
respeito era o máximo que a mulher poderia almejar. As
diferenças na educação de um menino e de uma menina eram
enormes.Um menino ia para a escola com sete anos. Aprendia
gramática, poesia, música, aritmética, lenda, esportes. Uma
menina permanecia confinada em casa, desde o nascimento até
o casamento, e nada aprendia, além de poucas tarefas
domésticas. Quando chegava à adolescência, seu noivado era
arranjado por seus pais.

C U R S O

Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Modulo

01 O amor na Grécia

Quando um marido levava para casa amigos para jantar, o que se


esperava era que a esposa e as filhas permanecessem invisíveis.
O homem saía de casa pela manhã e passava o dia em lugares
públicos. Quando finalmente regressava à noite, não era para
compartilhar com a mulher ignorante as experiências preciosas
do seu dia. Regressava à sua casa a fim de ir para a cama e
dormir.
 
Contudo, o casamento era inevitável, o homem precisava de
uma dona-de-casa, e era dever dele para com o Estado e a
religião ter filhos. Os gregos tendiam a olhar para as esposas
como se elas fossem um fardo necessário, e esperavam
encontrar amor somente fora do lar. A repulsa predominante
contra o casamento constituía apenas parte da repulsa geral
contra tudo quanto se referia à mulher e ao seu mundo. 
 
Entretanto, os gregos buscavam prazer com as hetairas,
prostitutas de alto nível. Essa cortesã era cuidadosamente
treinada para ser sexualmente excitante, mentalmente
estimulante, cheia de encantos. A hetaira vivia independente,
morava em casa própria e recebia os amantes que escolhia.
Vestia-se elegantemente. Sua residência era um lugar de beleza
e de refúgio, onde um homem podia passar o tempo
agradavelmente.

C U R S O

Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor na Grécia

Ela era uma mulher cativante. Tudo isso lhe assegurava um


estado superior ao da dona-de-casa. Contudo, era clara a
ambivalência dos homens gregos em relação às hetairas. Eles se
viam profundamente influenciados e limitados pela herança
cultural de desprezo e aversão às mulheres.
 
O homem estava mais próximo da perfeição. Portanto, ele podia
ser objeto de um amor próximo do ideal – particularmente no
caso do homem de cultura e requinte, que procurava as
afinidades do espírito como parte do amor. O adolescente, com
seu rosto imaturo e com seu corpo ainda em desenvolvimento,
com as suas forças espirituais ainda não desabrochadas, e com a
sua promessa de masculinidade ulterior – podia inspirar ao
homem grego uma emoção ainda mais intensa e mais
apaixonada do que a provocada pela hetaira.
 
Homens maduros se apaixonavam com frequência por outros
homens maduros, mas o caso de amor homossexual ideal era o
de homem maduro pelo rapaz.  As expressões exteriores de
apaixonamento do amante para com o jovem eram paralelas à
que, séculos mais tarde foram associadas às do amor dos rapazes
para com as moças. Mas as relações usualmente se deterioravam
quando a barba do jovem se formava. O próprio rapaz ao
transformar-se em homem maduro, e ao ser descartado como
criatura amada, deixava de desempenhar o papel passivo, e
começava por sua vez a procurar rapazes para amar.
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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor na Grécia

O amor homossexual, com os seus impedimentos intrínsecos,


relativos à sua duração, se ajustava perfeitamente ao padrão do
namoro e do apaixonamento, e não corria perigo algum de
transformar-se em união permanente, nem de acarretar com
isso uma desilusão.  Na medida em que esse gênero de amor foi
se tornando instituição nacional, os homens gregos mais
responsáveis procuraram elevá-lo e justificá-lo como expressão
do tipo mais elevado de emoção humana.
 
A bravura era considerada como resultando de tal amor, uma
vez que tanto o amante como o jovem amado preferiam morrer
a comportar-se covardemente um à vista do outro.  Por esta
razão, o famoso Batalhão Sagrado, de Tebas – quadro de tropas
de choque – se compunha inteiramente de pares homossexuais.
Na Grécia, a homossexualidade foi dignificada como uma relação
de ordem superior. Aristóteles escreveu: “O amor e a amizade são
mais encontrados, na sua melhor forma, entre os homens.”

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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
01
Módulo
O amor
em Roma

Odeio e amo. Nestas palavras, Catulo, o maior dos poetas líricos


de Roma resumiu seus sentimentos por uma mulher, e
sintetizou, em sua autobiografia, um caso típico de amor
romano, no século I a.C.. Quando Catulo tinha 25 anos,
encontrou-se com Clódia, esposa de um governador de
província. O amor da esposa de alguém era considerado muito
mais desejável e mais excitante do que o amor de uma cortesã
ou de uma concubina.

O amor na Roma antiga não era afetado pela noção de pecado.


Era frequentemente encarado como diversão animada, mas
tinha muita coisa em comum com aqueles jogos diante dos
quais milhares de espectadores se deleitavam ao ver um
gladiador ser morto por outro sobre as areias do Coliseu. O
sentimento amoroso apresentava-se estranhamente misturado
com o ódio; ardia com mais brilho entre amantes que brigavam,
que se atormentavam reciprocamente, e que eram
flagrantemente infiéis uns aos outros.

Catulo e Clódia se encontraram várias vezes, mas ela não via


razão alguma para não permitir a si própria a aceitação também
das atenções de outros homens, coisa que Catulo se esforçou
para aceitar. Clódia ficou viúva e deixou de ser discreta.

C U R S O

Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor na Roma

Catulo ficou abalado quando ela aceitou, como amante, um dos


seus amigos mais íntimos, Caelius Rufus, e se amargurou
quando ela começou a multiplicar seus amantes. Por fim, ela
passou a vaguear pelas ruas, à noite, aceitando estranhos na
escuridão dos becos. Catulo, em fúria, ameaçou difamá-la e
desenhar falos vermelhos nas paredes externas da casa dela,
como se fosse um bordel, mas não foi capaz de deixar de amá-
la.

Embora Clódia tenha sido a mulher mais notável do seu círculo,


ela não foi a única nem constituiu raridade; foi representativa de
uma tendência. Aquela mesma combinação de amor e ódio,
que Catulo sentiu por Clódia – e Clódia por seus amantes –
estava longe de ser incomum.

A vitória contra o amor – pelo recurso de se evitarem ou de se


repudiarem as emoções mais profundas – parece que constituiu
a principal alternativa de muitos romanos para o sofrimento do
amor + ódio. Precisamente na época em que Catulo se debatia
na agonia do seu amor, o poeta-filósofo Lucrécio estava
escrevendo o poema, De Rerum Natura, no qual, entre muitas
coisas, dava conselhos.

C U R S O

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Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor na Roma

“O amor sexual apaixonado devia ser cuidadosamente evitado.


Esse tipo de amor forma hábito, provoca atos frenéticos e
irracionais, consome as energias do amante, e desperdiça-lhe a
substância.”, disse ele. Como Catulo, Lucrécio encarava o amor
inteiramente em termos de atividade sexual. Ao contrário de
Catulo, ele considerava o amor como sendo um embuste e uma
desilusão, uma loucura, em que o amante anseia
insuportavelmente por ter uma união completa com outro
corpo, embora sabendo que a união completa com outro corpo
é de todo impossível.

Lucrécio dizia que o homem prudente afasta seus pensamentos


para longe do amor, sabendo que o amor é uma doença. Se ele
sente falta de afeto, trate de satisfazer-se com as relações mais
fáceis sem deixar-se perturbar pelas emoções. Se alguma
mulher começa a afetar o homem prudente, inspirando-lhe
amor, ele deliberadamente lhe estuda os defeitos, de modo a
contemplá-la em retrato de corpo inteiro.
 
Ao invés de admirá-la loucamente, ele percebe claramente que
ela é suja, que possui seios balançantes e que faz uso da
linguagem sem escrúpulos. O homem prudente lembra a si
mesmo – acrescentou Lucrécio – que até a mais bela mulher faz
as mesmas coisas que a mulher feia: sua, elimina dejetos e abafa
os cheiros corporais com perfume. O homem racional não se
deixa ludibriar.
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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor na Roma

Clódia e as mulheres libertadas, das camadas sociais superiores,


do seu tipo, pareciam glamourosas a Catulo, entretanto, para os
conservadores, que respeitavam as antigas tradições, eram
revolucionárias perigosas.
 
O amor romano, assim como ele surgiu nos séculos I e II a.C.,
compreendia certa variedade de uniões possíveis, todas elas
fora do  casamento. Apesar de ilegal, os romanos favoreciam a
união pelo adultério, acima de todas as outras, ato que não
envolvia sensação de erro ou pecado, mas apenas de apreensão,
porque sempre é possível que venha a ser descoberto.
 
Contudo, o adultério em Roma apresentava alguns problemas
práticos: não havia refúgios públicos decentes; nos encontros
durante o dia havia o perigo do reconhecimento, e os encontros
noturnos significavam arriscadas caminhadas a sós pela cidade,
sem cortejo de archoteiros, nem de gladiadores. O lugar mais
conveniente era a residência da dama, mas havia o desconforto
de estar na cama de outro homem.

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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
01
Módulo
O amor cortês

O amor cortês foi a primeira manifestação do amor como hoje


conhecemos, uma relação pessoal. Tendo surgido no século 12
com os trovadores, nobres pertencentes à corte da Provença,
França, mais tarde se estendeu a outras regiões e classes sociais,
da Europa medieval, e transformou o comportamento de
homens e mulheres. Até então, o que havia era o desejo sexual e
a busca de sua satisfação, muito diferente da experiência de
apaixonar-se vivida por esses jovens. Essa revolução
amadureceu, dando origem ao que chamamos de amor
romântico.
 
O ideal do amor romântico surgiu na literatura com o mito de
Tristão e Isolda. Por ter sido a primeira história a lidar com o
amor romântico e também por ser considerada a maior história
de amor do mundo, originou toda a nossa literatura romântica,
desde Romeu e Julieta até a história de amor que assistimos no
cinema e nas novelas de TV. A primeira versão conhecida foi
escrita por volta de 1185, quando floresceu o amor cortês.
 
Tristão, sobrinho do rei Marcos de Cornualha, torna-se cavaleiro.
Ao combater o gigante Morholt, mata-o, mas é ferido por sua
espada envenenada. Isolda, filha da rainha da Irlanda, irmã de
Morholt, o trata e o cura.

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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor cortês

“O rei o encarrega de buscar a mulher de cujos cabelos um


pássaro trouxera um fio de ouro. Ela casará com o rei. Tristão é
ferido novamente e tratado por Isolda, mas ela descobre que ele
matou seu tio e quer vingança. Ao revelar sua missão, Tristão é
perdoado. O fio de cabelo é de Isolda e ela deseja tornar-se
rainha. 
 
Eles partem para a Cornualha. O calor sufocante faz com que a
aia Briolanja, por engano, lhes ofereça a poção do amor,
destinava aos noivos. Apaixonam-se. Tristão, movido pelo dever,
conduz Isolda a Marcos. Mas o amor deles é denunciado ao rei.
Isolda é entregue aos leprosos e Tristão condenado à morte. Ele
foge, salvando Isolda. Escondem-se na floresta de Morois, onde
Marcos os encontra dormindo. A espada repousava entre
ambos, sinal de castidade para o rei. Ele os poupa, deixando sua
espada real no lugar da outra.
 
Após três anos, a poção perde efeito. Tristão se arrepende e
Isolda quer ser rainha. Tristão a restitui ao rei. Marcos perdoa-os.
Isolda suplica a Tristão que aguarde a certeza de que Marcos a
trata bem. Ela obtém um “julgamento de Deus”. Ao segurar o
ferro em brasa sua mão fica intacta. Ela não mentiu ao jurar que
só esteve nos braços do rei e do aldeão que a ajudou a descer da
barca. O aldeão era Tristão.

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Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor cortês

Acreditando que Isolda deixou de amá-lo, Tristão casa-se, mas


deixa a noiva virgem porque ainda suspira por Isolda. É ferido
em combate, então apela para Isolda, rainha da Cornualha.
Isolda iça, do navio, uma vela branca, sinal de esperança. A
noiva, atormentada pelo ciúme, diz a Tristão que a vela é negra.
Ele morre. Isolda desembarca e sobe ao castelo. Vendo-o morto,
o abraça, morrendo também.
 
Ao acabar de ler o romance de Tristão e Isolda, é inevitável que
uma pergunta nos venha à mente: como essa história de amor
tão tola pode alimentar há tantos séculos as grandes paixões?
 
A trama é cheia de obstáculos a uma vida a dois. Obstáculos
gratuitos, mas que levam Tristão a ter que superá-los para
chegar à sua amada. E, quando nada externo os separa, novos
impedimentos são criados. “Pode-se dizer que não perdem uma
única oportunidade de se separar. Na falta de um obstáculo,
eles o inventam, como foi o caso da espada desembainhada e
do casamento de Tristão.

Eles se comprazem em inventá-lo — embora sofram... O


demônio do amor cortês, que inspira no coração dos amantes as
artimanhas de onde nasce seu sofrimento, é o próprio demônio
do Romance, tal como os ocidentais o amam.”, diz o francês
Denis de Rougemont, o maior especialista em amor no
Ocidente.

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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
Módulo

01 O amor cortês

Mas, afinal, Tristão ama Isolda? É amado por ela? Não. Tristão e
Isolda não se amam. Eles amam o amor, o próprio fato de amar.
Tristão gosta de sentir amor, muito mais do que ama Isolda. Ele
deseja lutar por ela, sofrer por ela, morrer por ela, mas não quer
Isolda, quer amar. Ela, por sua vez, não tenta mantê-lo perto de
si: satisfaz-se com um sonho apaixonado. Precisam um do outro
para arder em paixão, mas não um do outro como cada um é.
 
Encontramos no nosso mundo muitos que desejam a paixão
tanto quanto os amantes desse mito, embora a forma de
persegui-la seja diferente. O comportamento de Tristão e Isolda
é parecido com o que observamos nos amantes modernos, a
diferença está na intensidade. Quase todas as pessoas na nossa
cultura estão aprisionadas pelo mito do amor romântico e pela
ideia de que só é possível haver felicidade se existir um grande
amor.

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Relações Amorosas:
Um Novo Olhar
01
Módulo
O mito do amor
romântico

Joana, se considera uma pessoa sozinha e infeliz. Apesar de não


lhe faltar nada material, o casamento é fonte de sua mágoa
constante. Vivendo há 22 anos com Luís, diretor de uma grande
empresa, Joana só houve a voz do marido num tom de censura
ou crítica. Vivem como dois estranhos, que mal se falam.
“Casamos apaixonados. Sonhei com uma vida em que seríamos
companheiros, inseparáveis. Para dizer a verdade, eu acreditava
que seria sempre a pessoa mais importante da vida dele e que
envelheceríamos juntos com muito amor e carinho um pelo
outro. Por isso não me importei de viver em função de seus
projetos e me anular profissionalmente. Mas daquela relação
gostosa do início nada sobrou. Nunca pensei que ele chegaria a
sentir esse total desinteresse por mim, inclusive sexual. Acho
que meus sonhos me pregaram essa peça.”   
 
Não são poucas as mulheres, que falam da decepção e do
contraste entre o que sonharam e o cotidiano da vida real. De
Branca de Neve, Cinderela e Bela Adormecida não sabemos do
dia-a-dia com o príncipe, mas quem sabe o desencanto, depois
de algum tempo de convivência íntima, seja bem semelhante ao
de Joana? Essas heroínas dos contos de fadas, no que diz
respeito ao amor ainda são muito parecidas com a maioria das
mulheres de hoje.

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Módulo

01 O mito do amor romântico

A mensagem central dos românticos contos é a impotência


feminina. O homem tem o poder, a coragem, a força, e tudo o
que uma mulher pode fazer é esperar que o Príncipe Encantado
a considere atraente o suficiente para se interessar por ela.  Por
desempenhar um papel passivo —  freqüentemente está em
coma, esperando ser salva por ele —, não o ameaça em nada,
podendo ser, portanto, escolhida para ser sua esposa.  No final
ela alcança a realização ao subir no cavalo do príncipe e partir
para viver feliz para sempre no castelo dele. É claro que a
história tem que parar por aí. Além da jovem jamais ter
interagido com o mundo, agora mesmo é que não se terá mais
notícias dela.
 
A menina na nossa cultura aprende desde cedo a ser romântica
e submissa. Além dos contos de fadas, todos os meios de
comunicação, família e escola, colaboram para isso.  Um estudo
feito nos Estados Unidos concluiu que as escolas americanas
ludibriam as meninas. Além de receberem mais atenção dos
professores, os meninos são recompensados por se valorizarem
e as meninas por serem dóceis e quietas.  Assim, quando se
tornam adultas, já estão bem treinadas para se comportar
ajustando sua imagem de acordo com as necessidades e
exigências dos homens, prisioneiras que são do mito do amor
romântico.

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Um Novo Olhar
Módulo

01 O mito do amor romântico

Para que a relação entre os sexos se mantenha dentro do


esquema de superioridade do homem, a principal aspiração da
mulher deve ser a de viver um grande romance, se sujeitando a
qualquer sacrifício para isso. Cinderela não tem nenhum plano
ou projeto de vida, senão ser salva pelo príncipe e se casar com
ele. Mas o episódio do famoso sapatinho traz outro significado  
dramático. Para a mulher ter sucesso, melhorar de vida, seu
corpo tem que corresponder a determinadas exigências
masculinas, nem que para isso seja necessário mutilá-lo.  É o
que acontece com as irmãs de Cinderela, que cortam um
pedaço dos pés, para que caibam no sapatinho.
 
Entretanto, esses absurdos não pertencem somente à ficção. Na
China havia o costume de se enfaixar os pés das mulheres, que,
após muitos anos de dores insuportáveis, ficavam
completamente deformados. O motivo?  Simplesmente porque
os homens achavam pés pequenos sexualmente excitantes. 
Numa tribo da África, os lábios da vagina da mulher são, desde a
infância, esticados ao máximo, ficando pendurados entre as
pernas, porque os homens julgam ser mais atraente.  No
Oriente Médio e na África, as próprias mães obrigam suas filhas
a se submeterem à extirpação do clitóris e à infibulação, para
satisfazer a expectativa do futuro marido.

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01 O mito do amor romântico

No Ocidente, observamos essas práticas com horror, mas, na


realidade,  não estamos tão distantes assim. As mulheres se
esforçam para se enquadrar dentro de padrões de beleza
definidos pelos homens.  Convencidas de que a única forma de
provar seu valor é agradando a eles, fazem de tudo.  Gastam
tempo, dinheiro e saúde — é comum passarem fome para se
manter esbeltas — desenvolvendo, em alguns casos, doenças
graves como anorexia e bulimia.
 
A autora canadense Bonnie Kreps afirma que, quando se pensa
numa mulher romântica, logo se imagina uma mulher
sonhadora, delicada, suave, meiga, dócil. Como se veste?  Tons
claros, principalmente cor de rosa, e enfeites de rendas.  É a
mesma ideia que se tem da mulher feminina.  Sua competência
é limitada e sua sexualidade deve ser apenas do tipo passivo. O
mito do amor romântico se opõe à autonomia pessoal. Quem
aprova os papéis tradicionais de masculino e feminino,
carregados de estereótipos, tende a buscar experiências
amorosas do tipo romântico, longe da relação verdadeira com a
outra pessoa.

Todos os textos neste material são de propriedade intelectual de Regina Navarro Lins. Devendo ser
mencionada a autoria em qualquer reprodução que por ventura o aluno ou aluna deseje fazer.

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Dia 18/08 durante a imersão acontecerá a Abertura da 5ª
Turma do curso Relações Amorosas um Novo Olhar, se
quiser saber mais chame um dos apara:

Psicólogas
Psicanalistas
Médicos
Advogados
Estudantes de Psicologia
Sexólogos
E, também, para quem deseja uma vida amorosa com mais
confiança e equilíbrio.

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Regina Navarro Lins

Todos os textos neste material são de propriedade intelectual


de Regina Navarro Lins. Devendo ser mencionada a autoria em
qualquer reprodução que por ventura o aluno ou aluna deseje
fazer.
01
Módulo
Bibliografia
recomendada

Livros indicados para complementar os estudos.


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A criação do patriarcado, Gerda Lerner, Cultrix,


São Paulo, 2019

O livro do amor (2 volumes), Regina Navarro Lins, Best Seller,


Rio de Janeiro, 2012

A Cama na Varanda, Regina Navarro Lins, Best Seller, Rio de


Janeiro, 2007

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01 Bibliografia recomendada

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O cálice e a espada, Riane Eiler, Editora Imago, 1989

O amor e o Ocidente, Denis de Rougemont, Guanabara, Rio de


Janeiro, 1988

Um é o Outro, Elisabeth Badinter, Nova Fronteira, Rio de Janeiro,


1986

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