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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

RESENHA CRÍTICA

“FALHAS DE MERCADO” VERSUS FALHAS DE GOVERNO” DE UBIRATAN J.


IORIO

MINAS GERAIS

2021

As falhas de mercado existem desde que foi adotado o sistema econômico


social liberal no inicio do século XX, de acordo com a doutrina, para que esse
sistema funcione devem-se existir mecanismos de mercado, com a mínima
intervenção do Estado para que cumpra seu principal objetivo, o acumulo de capital.

O Estado tem um papel fundamental neste sistema como interveniente, com o


objetivo de corrigir através do poder publico as falhas e imperfeições apresentadas
pelo livre mercado, observa-se no texto:

De fato, costuma-se, em geral, acreditar que os mercados funcionam ao


amparo de um sistema governamental de proteção eficiente e que, portanto,
qualquer "falha" deve ser atribuída aos mecanismos de mercado. Como
observou Buchanan, muitas das alega das falhas de mercado podem ser
explicadas mais adequadamente em função da atuação do Estado, por
causa de sua incapacidade de delinear e manter direitos de propriedade
eficientemente. Em muitos casos, a necessidade de o Estado produzir e
administrar a distribuição de bens coletivos desapareceria; em outras
palavras, a lei é, ela própria, um bem coletivo, de acordo com esta
argumentação.

Podemos observar que a discussão de “se o Estado deve interferir no sistema


econômico” passou a ser discutido “como o Estado deve intervir no sistema
econômico”, pois sua função principal de fazer a distribuição e a realocação dos
recursos para a sociedade e os bens públicos, e trazer um policiamento das
imperfeições do sistema contribui para todos na sociedade.

Com o modelo do “Mercado Perfeitamente Competitivo” e do Espelhamento


das empresas com a preferência dos consumidores, podem muitas vezes excluir os
grupos minoritários da sociedade, que por vez saem em desvantagem, sem a
oportunidade de sair dessa situação e contribuir para a desigualdade social.

Alguns críticos da liberdade econômica contestam o postulado da teoria


econômica segundo o qual os mercados espelham corretamente as
preferências dos consumidores,sugerindo que estas são criadas e
manipuladas pelas grandes empresas (referindo-se às empresas
transnacionais).

Este tipo de economia que foca na maximização da riqueza de bens também


pode ser prejudicial pelo motivo de ser extremamente individualista e egoísta, pois
cada um busca seu próprio bem-estar, como uma competição, precisando de um
interveniente imparcial que esteja prol a diminuir os riscos de “imoralidade de lucros”
nesta competição.
Uma das críticas mais amiúde desfechadas contra o liberalismo é que seu
sistema econômico baseado na empresa privada estimula o egoísmo, ao
enfatizar os valores materiais e excluir, como escreveu o badalado
intelectual Bertrand Russell em 1917, "todos os impulsos generosos e
criativos", o que o levou a propor, mediante uma completa reconstrução do
sistema econômico, a montagem de "instituições que diminuam o domínio
da avareza"

Há inúmeras falhas de mercado que podem ser observadas no “mercado real”


como: mercados incompletos, competição imperfeita, bens públicos e entre outros.
Um dos grandes exemplos de competição imperfeita que podemos observar são os
Monopólios (domínio de um único fornecedor sobre a oferta de um produto ou
serviço que não possui substituto), que são vistos como “aberração” no mercado,
pois neste caso o Estado teria que encorajar a competição para que exista o
equilíbrio de preços (oferta e demanda) e a competição perfeita, mas na verdade ela
a protege, segundo o texto:

O ponto crucial, então, é que não existem monopólios invulneráveis, a


menos que eles sejam protegidos pelo Estado. As causas comumente
apontadas como geradoras de monopólios têm a característica comum de
serem temporárias; o que gera os monopólios não é o capitalismo, nem a
competição, mas o Estado.

Neste ponto que as doutrinas e os pensadores da ciência econômica se


dividem entre os intervencionistas e os liberais, do qual a defesa respectivamente
que o Estado controle os monopólios naturais e distribuição e alocação da economia
para setores de utilidade publica e direitos econômicos básicos (água, luz, serviços
postais, pagamento de direitos trabalhistas e entre outros) e os que defendem que o
Estado não deve intervir nas instituições, e aperfeiçoar as empresas que circundam
os mercados.

Desta maneira, podemos observar que o Estado é fundamental para o bom


funcionamento do sistema econômico e realocação de recursos para a sociedade
em geral, com o sistema totalmente liberalista, os grupos sociais minoritários seriam
extremamente mais excluídos e marginalizados, pois “é da essência do mercado
não ter preocupações de natureza ética”.

Sendo assim a discussão deve ser passada a “como o Estado deve intervir
no sistema econômico capitalista” para que a sociedade e o país em si não saiam
em prejuízo e um pequeno grupo se beneficie além de ser atribuído e estudado uma
forma de melhoria no sistema econômico que se encaixe com o mercado real e
principalmente o adequado papel do Estado na economia.

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