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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS – UNIGOIÁS PRÓ-REITORIA DE ENSINO

PRESENCIAL – PROEP

SUPERVISÃO DA ÁREA DE PESQUISA CIENTÍFICA - SAPC CURSO DE


TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

DISPOSIÇÃO FINAL E TRATAMENTO

ATIVIDADE N2

Discente: Werlen Robson Brandão


Docente Esp.: Danillo Francisco da Cunha

Goiânia-GO
Novembro/2021
• ETAPAS DO PROCESSO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
SANITÁRIO:

Um dos grandes desafios para os gestores é o de universalizar a coleta e


o tratamento de esgoto, devido à quantidade que passa pelas etapas do tratamento
e por ainda atingir um percentual muito baixo no país, ou seja, um serviço que ainda
não chega para metade da população. Quando o imóvel não está conectado à rede
pública que o encaminha para uma estação de tratamento, os líquidos acabam
sendo despejados diretamente em rios, lagos e oceanos e, assim, poluem fontes de
captação de água e ainda contribuem para a propagação de doenças. Já o esgoto
tratado passa por diversos procedimentos determinados pela legislação ambiental
para assegurar que o seu descarte não prejudique o meio ambiente.

As Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) são os espaços projetados


para realizar as diferentes etapas desse tratamento, que podem variar de acordo
com as características e necessidades de cada município. A coleta e o tratamento
de esgoto fazem parte dos serviços de saneamento. A finalidade da coleta é levar o
esgoto para longe das residências, enquanto a do tratamento é diminuir a carga
poluidora para que ele retorne à natureza sem causar prejuízos ao meio ambiente.

Ao chegar à estação de tratamento de esgoto, os efluentes domésticos,


comerciais e industriais passam por diversos processos que reduzem a alta
concentração de compostos orgânicos, nutrientes e elementos que os tornam
prejudiciais ao meio ambiente, sendo as principais etapas do processo de
tratamento de esgoto apresentadas a seguir:

• Gradeamento:

A água residual que vem das residências deve conter cerca de 1% de


sólidos e 99% de material líquido. Em razão disso, a primeira etapa do procedimento
é a retenção de materiais mais grosseiros, como o lixo, em um filtro formado por
grades. Essa primeira filtragem ajuda a deixar o líquido livre dos resíduos sólidos
que foram descartados incorretamente na rede de esgoto.
• Desarenação:

Em seguida, o esgoto segue para a caixa de areia, onde é realizada a


remoção de todos os detritos sólidos presentes nele e que possam ter escapado ao
processo anterior, mediante sedimentação. A areia, os pedriscos, os cascalhos e
outros elementos vão para o fundo do tanque e o líquido que permanece na
superfície é encaminhado para a próxima etapa.

• Tratamento biológico:

Já sem sólidos visíveis, o esgoto é enviado para o tratamento biológico no


tanque de aeração, onde é exposto à ação de seres microscópicos, que promovem
reações bioquímicas e condensam em flocos de lodo a matéria orgânica que até
então estava dissolvida no efluente. É o caso do rotífero, micro metazoários que se
alimentam de bactérias e partículas minúsculas de sólidos, e também do tardígrado,
considerado o animal mais resistente do mundo, cuja presença ajuda a sinalizar a
qualidade da limpeza realizada no esgoto.

• Decantação:

Depois do tratamento biológico, o líquido é submetido a um processo de


decantação. O lodo formado vai para o fundo do tanque, separando-se da parte
líquida, que já está livre de impurezas. Essa matéria acaba se tornando um
subproduto do chamado biosólido, que pode ser usado na agricultura.

• Descarte:

O lodo produzido no processo é desidratado e levado para um aterro


sanitário especializado. O esgoto clarificado e corretamente tratado é devolvido para
o meio ambiente. Em alguns casos, os efluentes podem passar por tratamentos
avançados específicos e serem transformados em água de reuso, uma solução
sustentável que contribui para a preservação da água potável do planeta.
• O destino do lodo:

O destino do lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto no Brasil


costuma ser o aterro sanitário. No entanto, diretrizes e metas estipuladas
pela Política Nacional de Resíduos Sólidos incentivam as companhias a buscarem
alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente, de forma a reaproveitar esse
resíduo antes da destinação final.

Esse é um verdadeiro desafio para o setor do saneamento de diversos


países, tanto do ponto de vista técnico quanto do econômico, já que o processo é
complexo e tem alto custo.

O lodo é composto essencialmente por uma combinação de substâncias,


dentre elas minerais e matéria orgânica decomposta. Para tratar esse resíduo do
tratamento de esgoto, é preciso considerar fatores como tecnologia a ser
empregada, disposição final que será dada ao resíduo e espaço físico disponível.

É importante destacar aqui que todos os sistemas de tratamento de


esgotos geram algum tipo de resíduo, e a disposição final dele vai depender de suas
características. No caso dos lodos, os tipos de tratamento estão divididos em
adensamento, estabilização, desaguamento, secagem térmica e incineração.

Mesmo com tantos desafios, algumas soluções de emprego desse


resíduo têm surgido. O setor da agricultura tem utilizado o lodo para a produção de
fertilizantes orgânicos, em função de sua composição repleta de macro e
micronutrientes. Dentre as vantagens do emprego do lodo na agricultura, está o
aumento da densidade, da porosidade e da capacidade de retenção de água pelo
solo, algo fundamental para evitar erosões e assoreamentos. Também é possível
empregar o lodo como fonte de energia sustentável, em virtude do alto teor de
fósforo em sua composição.

• Estação de tratamento de esgoto industrial:

Efluente industrial é composto basicamente de água, mas não é a mesma


água utilizada nas residências e edifícios comerciais, neste caso é a água residual
de processos produtivos industriais. As indústrias utilizam água em diversos
processos, seja para incorporar aos seus produtos, sejam para lavagem de
equipamentos e fábricas, tratamentos químicos, biológicos.

A água que sobra dos processos industriais é conhecida como efluente


industrial e deverá passar por tratamento antes de ser devolvido aos corpos hídricos,
o correto tratamento dos efluentes industriais é um tema comum quando se trata de
destinação de resíduos. Isso porque o uso da água pelas indústrias é intenso e
casos de poluição de rios e mananciais, seja por acidentes, sejam por ação
negligente são intensamente abordados nos noticiários quando chegam a ocorrer.

O tratamento dos efluentes industriais é necessário quando há água


residual no processo. Ou seja, os líquidos não foram incorporados aos produtos ou
não se perderam por evaporação, o tratamento adequado a cada tipo de efluente
deverá ser indicado por um técnico especializado após a realização de coleta de
amostras do material para seu diagnóstico.

O tratamento do efluente será indicado a partir de sua carga orgânica,


presença de contaminantes, carga tóxica dos materiais, presença de sólidos e
componentes químicos na composição, os processos de tratamento são divididos
em: físicos, químicos e biológicos, podem existir mais de um processo para um
determinado tipo de efluente.

• Processos físicos:

Em geral envolvem a separação de sólidos presentes no efluente. São


indicados para este processo os efluentes que possuem materiais sujeitos à
sedimentação, flutuação ou suspensão. Como exemplo pode citar a água misturada
ao óleo. Neste caso, os contaminantes serão removidos por métodos como filtração,
decantação, peneiração ou extração por caixas separadoras, há também
procedimentos específicos como aplicação de radiação e luz ultravioleta para a
destruição das partículas contaminantes.

• Processos químicos:

São aqueles que utilizam técnicas que alterarão de alguma forma a


composição molecular do efluente, eles separam o composto contaminante da água,
em geral são usados produtos que atuam como agentes de coagulação, floculação,
normalização do PH e desinfecção em geral do efluente.

Os principais processos químicos são: clarificação, eletro coagulação,


precipitação, cloração, oxidação, redução e troca iônica. Além dos citados, existem
diversos outros métodos. Porém é menos comum e aplicada a efluente com algum
tipo de contaminação muito específica.

• Processos biológicos:

Os processos biológicos de tratamento de efluentes basicamente realizam


a remoção de matéria orgânica dissolvida, flutuante ou em suspensão no líquido a
ser tratado, o tratamento deverá retirar o potencial contaminante do efluente, ou
seja, matéria orgânica e carga bacteriana que possa afetar os corpos d’água. O
processo biológico geralmente transforma a matéria indesejada em material
flutuante, sedimentado ou em gases.

Os principais processos biológicos de tratamento de efluentes são:


processos aeróbios, como lodos ativados em geral, processos facultativos, como o
uso de biofilmes, processos anaeróbios, como lagoas anaeróbias e biodigestores,
nos quais a decomposição da matéria orgânica ocorre sem a presença de oxigênio.

Uma vez que o processo correto foi identificado e aplicado, o efluente


pode ser conduzido ao corpo d’água mais adequado para seu descarte.

O tratamento de efluentes industriais é um processo delicado, em função


do risco ambiental apresentado por este tipo de material, que é muito diferente
daquele apresentado pelos resíduos sólidos, uma vez que estes são mais fáceis de
ser separados e acondicionados na destinação correta, a maneira mais adequada
de se evitar problemas neste meio é monitorar as licenças ambientais e sempre
coletar o certificado de destinação final do material, pois ele servirá como documento
comprobatório da isenção de responsabilidade da empresa geradora para com o
material em questão.

REFERÊNCIAS

VGR. Como Realizar Corretamente o Tratamento de Efluentes Industriais.


Disponível em: <https://www.vgresiduos.com.br/blog/como-realizar-corretamente-o-
tratamento-de-efluentes-industriais/>. Acesso em: 20 de nov. 2021.

BRK Ambiental. Conheça As Etapas Do Processo De Tratamento De Esgoto.


Disponível em: <https://blog.brkambiental.com.br/etapas-tratamento-de-esgoto/>.
Acesso em: 20 de nov. 2021.

SAAE. Estação de Tratamento de Esgoto. Disponível em:


<https://saae.sp.gov.br/estacoes-de-tratamento-de-esgoto-etes/>. Acesso em: 20 de
nov. 2021.

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