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Rio de Janeiro
2021
Jairo de Oliveira dos Santos
Rio de Janeiro
2021
Jairo de Oliveira dos Santos
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Profa. M.Sc. Ana Luiza dos Santo Couto de Souza
Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio
Orientadora
__________________________________________
Profa. M.Sc. Elian Pereira de Araújo
Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio
______________________________________
Profa. M.Sc. Maria Leonor Sardas
Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio
Dedico este trabalho, bem como toda a minha vida,
ao Senhor Jesus Cristo, porque dele recebi a maior
dedicação para o maior imerecedor:
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………….9
3.1. A competência privativa da União para legislar sobre direito processual e o processo
administrativo tributário……………………………………….……………………………...31
CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………...……………………………..39
REFERÊNCIA………………………...…………………………………………………….40
9
INTRODUÇÃO
Desta problemática, resultaram ao menos três posições doutrinárias, das quais ainda
não há ainda uma definição (científica), embora a realidade jurídica brasileira tenha se
adaptado a esse silêncio constitucional. Neste contexto, o que tem ocorrido são inúmeras
disposições legislativas, tantas quantos são os entes federados do Brasil, tratando sobre o
processo administrativo tributário e seu âmbito particular, respeitando-se, em tese, no entanto,
os preceitos da Constituição; gerando ao contribuinte enorme dificuldade na relação
processual com o Estado, e na garantia de seus direitos frente aos arbítrios do poder.
Eis, portanto, o problema da presente pesquisa: qual é a posição mais coerente com a
tratativa constitucional sobre qual seja o ente federativo competente para legislar sobre
processo administrativo tributário? Diante disso, apresenta-se o tema desta pesquisa: a
competência legislativa constitucional sobre processo administrativo tributário.
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Percebe-se que isso resulta em uma cadeia de fatos. Sem a edição de lei nacional com
normas gerais, há maior profusão de leis tantas quantos sãos os entes da federação, e havendo
multiplicidade de normas diferentes, menor é o ânimo acadêmico pela análise do tema. É
necessário destacar ainda que essa cadeia leva ao conhecimento raso sobre o assunto, o que
termina em uma frágil garantia dos direitos do contribuinte.
Ora, havendo multiplicidade de normas que disciplinem essas regras processuais para
cada ente da federação, e ainda com pouca análise doutrinária, tem uma difícil tarefa o
contribuinte de fazer uso desses dispositivos para garantia de sua defesa frente à
Administração Fiscal.
fim de estabelecer normas gerais sobre o Processo Administrativo Fiscal ou Tributário para
todos os âmbitos da Federação. Havendo êxito nesta proposta, mudar-se-á drasticamente a
atual realidade da processualidade administrativa fiscal no Brasil.
O estudo deste projeto também se faz necessário para se identificar qual seja a
abordagem mais coerente com a competência legislativa constitucional do tema e quais serão
os impactos no modelo atual, em caso de eventual promulgação desta Lei.
Além do objetivo geral, esta pesquisa tem como objetivos específicos: pesquisar a
relação da constituição com o Estado Federativo e o mecanismo de repartição de
competências, em especial, a legislativa; examinar a natureza jurídica da relação jurídico-
tributária entre o Estado e o contribuinte, visando saber do que se trata a matéria objeto do
processo administrativo tributário e sua relação com a controle da Administração Pública e
analisar o Projeto de Lei Complementar (PLS) n° 222/13, que trata de normas gerais de PAT
para todo âmbito nacional.
Ainda, esta pesquisa buscará confirmar se a competência para legislar sobre processo
administrativo tributário é privativa da União, nos termos do Art. 22, inciso I, da Constituição
da República, estando incluído no termo “processual” do citado inciso, sendo esta posição
defendida por aqueles que entendem que este termo se estende ao processo administrativo, ou
se competência é, na verdade, concorrente, a qual é disciplinada no art. 24 da Carta Maior,
cabendo à União apenas editar normas gerais sobre o assunto (§1°), e aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios apenas suplementar a norma federal (§2°); ou ainda, se ela é, por
outro lado, comum a todos os entes, que podem legislar livremente sobre o processo
administrativo fiscal.
Não há como se falar em Estado Federal sem vir à memória, como modelo moderno,
os Estados Unidos da América. A dinâmica histórica da formação da independência das treze
colônias inglesas recém convertidas em Estados soberanos resultou em uma questão a ser
discutida: como eles iriam cooperar para o desenvolvimento mútuo, em um território tão
vasto, sem que isso levasse a uma forma de Estado centralizadora e autoritária, a qual era a
única referência até aquela época. 1
... a solução federativa que prevaleceu na Convenção de Filad lfia, muito mais do
que um mero acordo entre Estados, muito mais do que um meio- termo no avanço
rumo centralização, mostrou-se alternativa altamente eficaz, tanto no proporcionar
eficiência às instituições de governo, quanto no afastar os temores do autoritarismo.
(2013, p.4)
Buscava-se, também, uma gestão eficiente de um território tão vasto, o que era de
interesse comum de todos aqueles que se assentavam sobre ele, posto que a centralização do
1
Não se está afirmando que o ideal federalista nasceu no período pós-independência dos Estados Unidos. É
sabido que sua forma mais embrionária remota a tempos muito mais antigos, como o período da Antiguidade.
Porém, a forma moderna do federalismo deve-se ao processo de formação da soberania dos Estados Unidos.
13
Essa autonomia que restou aos Estados membros, antes soberanos, se refere àquela
capacidade de auto-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração, gozando
desses atributos, no entanto, em respeito aos limites estabelecidos pelo Estado soberano
(ALMEIDA, 2013).
Não se trata, portanto, apenas de uma descentralização administrativa, mas sim de uma
descentralização política. Aquela é também presente nos Estados unitários, os quais delegam
competências administrativas às chamadas autarquias. Porém, essas entidades não são dotadas
de autonomia política, agindo apenas em cumprimento às atribuições e competências do ente
político unitário, não contribuindo previamente, no entanto, para a formação dos interesses do
Estado unitário.
2
O modelo centrípeto ocorreu nos Estados Unidos, tendo em vista que lá houve a união e Estados outrora
soberanos. Por sua vez, o modelo centrífugo aconteceu, dentre outros, no Brasil, com a divisão do Estado
unitário.
14
mesmo número de representantes de cada Estado membro, em respeito à paridade entre eles
(MENDES, 2021).
Isso ocorre para mitigar o conflito entre os Estados membros, através de atuações
invasivas na esfera dos demais, risco esse bem presente na realidade federativa, onde há a
participação de diversos entes autônomos em um mesmo território. Conforme entende o
notável professor Gilmar Mendes:
Como no Estado Federal há mais de uma ordem jurídica incidente sobre um mesmo
território e sobre as mesmas pessoas, impõe-se a adoção de mecanismo que favoreça
a eficácia da ação estatal, evitando conflitos e desperdício de esforços e recursos. A
repartição de competências entre as esferas do federalismo é o instrumento
concebido para esse fim. (2021, p. 435)
Paulo Mohn, por sua vez, identifica dois modelos de repartição de competência. São
eles: a repartição de competência horizontal, também chamado federalismo dual; e a
repartição de competência vertical, ainda denominado federalismo cooperativo (MOHN,
2010).
[...] a preocupação dominante dos autores da Constituição Federal era assegurar que
o governo federal não fosse tão poderoso que tragasse os Estados que comporiam a
nação. Para tanto, limitaram o governo federal a uma lista específica de poderes
essenciais a seu funcionamento efetivo, enumerados na Constituição, ao mesmo
tempo em que reservaram todo o resto de autoridade aos Estados. (1993, p. 9, apud
MOHN, 2010, p.2016)
3
Silva vai destacar que, em decorrência da evolução do federalismo no mundo, passaram a existir outros
modelos de repartição de competência, as quais não se limitam apenas ao modelo de repartição material de
competências, mas também envolvem competências comuns e concorrentes e delegações de competências.
16
Não deixando de lado o objetivo desta pesquisa, o de analisar qual ou quais sejam os
entes federativos competentes para legislar sobre processo administrativo tributário, deve-se
analisar, portanto, em que bojo de competências se encontra essa prerrogativa, o que se fará
no próximo capítulo.
18
Para que o Estado alcance o bem comum de seu povo, ele necessitará de recursos. Não
basta institucionalizar o poder e criar um ordenamento jurídico apenas hipotético, ele
precisará torná-lo viável no mundo dos fatos, sendo certo que ele usará de meios coercitivos
para isso (FILOMENO, 2019).
É lapidar o magistério de Jorge Miranda, ao afirmar que “o Estado está adstrito ao seu
próprio Direito positivo, seja este qual for, por uma necessidade lógica de coerência e de
coesão social.” (2018, p. 154). Como tratado no Capítulo primeiro, as competências, dentre as
quais se inclui a tributária, são parcelas do poder político repartidas entres os entes do Estado
(no modelo federativo), que estabelece não apenas os termos do exercício da matéria jurídica
disciplinada, como também os próprios limites a que estão sujeitos.
4
Para Machado Segundo (2019), nos Estados Democráticos de Direito, o tributo como se fosse o “preço da
cidadania” pois este que mant m a estrutura necessária para que o Estado preste os serviços públicos
população, além de garantir a igualdade de oportunidades entre os cidadãos.
19
Assim sendo, pode-se dizer que, no Estado de Direito, o direito tributário tem por
objetivo não apenas regular a instituição, a fiscalização e a arrecadação tributária, mas
também seus limites, em garantia dos direitos individuais. Neste sentido, portanto, o mestre
Hugo de Brito Machado, conceitua Direito Tributário como sendo: “o ramo do Direito que se
ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer
espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”
(2002, p. 52).
Seu filho, por sua vez, de forma mais objetiva, conceitua Direito Tributário, enquanto
ramo da ordem jurídica – uma vez que ele distingue essa forma de conceituação daquela
relativa ao Direito Tributário enquanto ramo do conhecimento –, como sendo o “conjunto de
normas jurídicas que disciplinam a instituição, a regulamentação, o lançamento e a cobrança
de tributos” (MACHADO SEGUNDO, 2019, p. 23).
Sem equívoco, percebe-se que o Direito Tributário diz respeito a normas de direito
público que tem por finalidade disciplinar a relação entre o Estado e o contribuinte, estando
ambos submissos a tais normas. Alinhado com o pensamento de que o Direito Tributário visa
não apenas a arrecadação de recursos aos cofres públicos, mas também a proteção das
garantias individuais do contribuinte, Hugo de Brito Machado observa a finalidade do Direito
Tributário da seguinte forma:
Portanto, não há que se falar em Direito Tributário como sendo apenas a disciplina
cuja finalidade é a arrecadação de tributos, mas sim como a complexa relação jurídica que
visa estabelecer os limites da tributação.
O tributo, conforme acima definido, somente é devido por quem realizar determinado
ato jurídico que esteja previsto na legislação tributária como sendo causa originária da
obrigação de pagar o tributo, o que se define como fato gerador. Sem a realização do fato
gerador pelo contribuinte, não há obrigação tributária.
Uma vez ocorrido o fato gerador, que é a realização, pelo contribuinte, da hipótese de
incidência no mundo dos fatos, nasce a obrigação tributária, a qual, porém, ainda encontra-se
em estado de inexigibilidade, porquanto carece de liquidez e certeza. A exigibilidade fica
condicionada a outro ato por parte da administração, que tem por fim tornar a obrigação
tributária líquida e certa, o qual denomina-se lançamento (SABBAG, 2019):
O art. 142 do Código Tributário Nacional, a dispor sobre o lançamento e tratar sobre a
competência para exercer esse ato, define-o nos seguintes termos:
Há algumas questões controversas sobre o lançamento que são sempre debatidas pelos
doutrinadores. Porém, preferimos tratar sobre apenas algumas delas. A primeira é sobre ser o
não o lançamento a única forma de constituir o crédito tributário. Essa questão, entendemos já
estar pacificada, pelo menos por parte da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que
entende que existe outra forma de constituição do crédito tributário, que é a declaração feita
pelo contribuinte, inteligência esta que resultou na súmula n. 436, cujo verbete diz que “a
entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.”
21
De maneira mais radical, Sérgio André Rocha (2018) defende que o lançamento não é
um ato exclusivo da Administração Pública. O ilustre mestre faz uma crítica ao
posicionamento dominante da doutrina brasileira, argumentando que o lançamento, ora é ato
do sujeito ativo da relação tributária (Estado), ora é ato do sujeito passivo (contribuinte) e ora
é ato de ambos.
Para a mesma autora, conforme citada por Juliano Di Pietro em sua tese de doutorado,
ato administrativo “é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito a
controle pelo Poder Judiciário” (JULIANO DI PIETRO, 2013, p. 90).
Assim, não incorre em erro quem entende que o lançamento é, por um lado, um
procedimento administrativo, porque observa um conjunto de formalidades, e por outro, um
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ato administrativo, cujo fim é a declaração do Estado que produz efeitos jurídicos. Mas há
quem entenda que o procedimento administrativo prepondera sobre o ato administrativo.
Juliano Di Pietro defende que o procedimento administrativo não é dissociado do ato
administrativo, traduzindo-se em mera forma, mas é a própria construção do ato
administrativo, servindo-lhe de precursor. Para o autor:
Eis pois, que não há de existir ato puro, ou seja, aquele que surge da penumbra
indevassável do intramuros da administração. Por mais imediata que pareça ser a
construção da decisão administrativa, a possibilidade de interferência em um direito
individual reclama a procedimentalização para franqueamento ao particular do
direito de participação, o que tanto contribui para a eficácia da atividade
administrativa quanto para que o particular possa fazer com que seus interesses
sejam também considerados (2013, p. 202).
de querer ou não cobrar o tributo, ou se escolhe a seu critério a forma irá cobrá-lo. O agente
público, uma vez verificada a ocorrência do fato gerador, que resulta no nascimento da
obrigação tributária, deverá constituir o crédito tributário através do lançamento, e por fim
cobrá-lo.
Por todo o exposto, a relação jurídica tributária que nascera com a ocorrência do fato
gerador, por parte do contribuinte, do que decorre a obrigação tributária, mas que, por sua
vez, ainda não possui capacidade executiva; torna-se, portanto, exigível, pela constituição do
crédito tributário, porquanto é neste momento é que se atesta a liquidez e a certeza da relação
jurídica tributária e da obrigação que dela advém.
Como todo ato administrativo, o lançamento está sujeito ao controle de legalidade, que
via de regra, ocorre no âmbito da própria Administração Pública, ou pelo Poder Judiciário. O
Supremo Tribunal Federal, atrav s da súmula n. 346, sedimentou que “a administração
pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”. Aliada a esta súmula, a de n. 473
dispõe que:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
O recurso administrativo, no entanto, não devolve apenas o ato impugnado para nova
análise, mas apresenta à Administração outra perspectiva sobre aquele ato, a do administrado.
Ele dá as razões por que deve aquele ato administrativo ser revisto, provocando, desta forma,
o controle da administração, e também, participando da construção do novo ato decorrente da
decisão de recurso interposto.
Isso decorre daquilo que S rgio Andr Rocha denomina como “Procedimentalização
das Atividades Estatais”5. Uma vez que Estado moderno exerce mais atividades
administrativas, e se relaciona ainda mais com os administrados, houve a necessidade de se
procedimentalizar, pois certo é que com o maior número de atividades exercidas pelo Estado,
maior também é o risco de erros cometidos, e consequentemente, numerosas são as violações
dos direitos individuais ou coletivos.
Para Rocha:
5
Sérgio André Rocha, ao elaborar um introdução histórica da passagem do Estado Liberal para o Estado Social,
em sua obra Processo Administrativo Fiscal: Controle Administrativo do Lançamento Tributário (2019), observa
que com o aumento das atividades estatais que visam o bem estar social, as quais são preponderantemente
administrativas, houve-se um aumento das relações entre o Estado e o particular. Com isso, ocorreu que o Estado
passou a “procedimentalizar” suas atividades. É, portanto, desse fato histórico que o recurso administrativo
surgiu.
25
Parcela da doutrina, como por exemplo, Marçal Justen Filho, entende não ser possível
o uso do termo “processo” na Administração Pública, porquanto este termo está relacionado
função jurisdicional do Estado. Isto porque, para ele, o processo deve necessariamente
envolver um terceiro imparcial (magistrado), que não tenha interesse pessoal na matéria do
processo (2018, p.59).
No entanto, outros doutrinadores, como Sérgio André Rocha e José dos Santos
Carvalho Filho, vão fazer uma crítica a esta posição, por considerá-la uma visão limitada
acerca do processo. Para estes autores, o processo é um instituto jurídico pelo qual o Estado
exerce seu poder, sendo aquele exercido pela função jurisdicional apenas uma de suas formas.
O processo costuma ser qualificado como instituto típico da função jurisdicional ou,
na preferência de alguns processualistas, como instrumento da jurisdição. Através do
processo é que os juízes exercem seu poder jurisdicional e, como regra, decidem os
litígios entre as partes. A relação jurídica, todavia, na qual sobressai o desempenho
da função jurisdicional é o processo judicial, que, sem embargo de ser o mais
notório (e clássico, pelas antigas e ultrapassadas noções jurídicas), não é a única
modalidade de processo (este considerado como categoria jurídica). É bastante usual
ouvir-se a afirmação – de todo equivocada – de que o processo é o instrumento da
jurisdição, como se fora essa a única forma de sua exteriorização. O que é
instrumento da função jurisdicional é – isto sim – o processo judicial, que não
exclui, como é óbvio, a existência de outras categorias de processo. (2021, p. 1046)
(grifo do autor)
Nos filiamos à segunda tese, pois até mesmo a Constituição da República faz uso do
termo processo no âmbito administrativo, conforme inciso LV, do art. 5°. Não somente isto,
mas já é de uso comum na grande maioria da realidade jurídica brasileira.
Fazendo uso de um conceito doutrinário, desta vez por Rafael Carvalho Oliveira,
“processo administrativo é a relação jurídica que envolve uma sucessão dinâmica e
encadeada de atos instrumentais para obtenção da decisão administrativa” (2021, p. 303).
Vê-se, portanto, que não há divergência quanto ao que seja o processo administrativo
de modo que é seguro dizer que ele é instrumento pelo qual ocorre um diálogo entre o Estado
e o particular, por intermédio de atos sucessivos e lógicos, visando um resultado definitivo
por parte da Administração.
Essa ferramenta visa, por fim, um ato administrativo, que pode ser de mera tramitação,
de controle, ou punitivo, contratual, revisional, ou de outorga de direitos (CARVALHO
FILHO, 2021).
Seria impossível estudar sobre todas as normas que dispõem sobre o processo
administrativo fiscal, isto porque existem incontáveis legislações estaduais e municipais que
tratam sobre esse tema. Por este motivo, restringi-mo-nos a abordar as principais normas
federais.
As normas que serão brevemente estudadas são estas: a Lei Federal n° 5.172 de 1996
(Código Tributário Nacional); o Decreto 70.235 de 1972, que dispõe sobre o processo
administrativo fiscal, e dá outras providências; a Lei Federal n° 9.784 de 1999, que regula o
processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal; e a Lei Federal n° 9.430
de 1996, que dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade
social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências.
Começando pelo Código Tributário Nacional, sabe-se que a referida lei não visa
especificamente regular o processo administrativo tributário, e sim dispor sobre o Sistema
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
28
Municípios. No entanto, existe na lei alguns pontos que introduzem a processualidade fiscal,
que serão demonstradas nos parágrafos seguintes.
Por exemplo, os incisos I e II do art. 82 determinam que a lei que tratar sobre a
Contribuição de Melhoria deve prever prazo para que o contribuinte impugne este tributo, o
qual deverá ser de trinta dias. Além disso, o Código Tributário Nacional determina que a lei
de Contribuição de Melhoria discipline o processo administrativo da impugnação prevista no
inciso I.
O art. 148 fala sobre a hipótese do arbitramento tributário, que ocorre quando há
imprecisão nos documentos e declarações prestados pelo contribuinte. O art. põe a salvo o
direito de impugnação do sujeito passivo, seja administrativa ou judicial.
O inciso IX, do art. 156, estabelece que a decisão administrativa definitiva extingue o
crédito tributário. Quando a decisão, porém, é contrária ao contribuinte, o art. 201 estabelece
que a decisão definirá o prazo de pagamento, que não sendo cumprido, tornará o crédito
tributário inscrito na Dívida Ativa.
O art. 210 aborda a forma de contagem dos prazos do Código e demais legislações
tributárias. O parágrafo único deste art. ainda específico ao fazer referência ao “processo”.
O parágrafo único do art. 116 do Código determina que lei própria irá disciplinar sobre
o procedimento de fiscalização da ocorrência do fato gerador, podendo, inclusive, desde que
respeitado o procedimento, desconsiderar atos ou negócios jurídicos que visam dissimular a
ocorrência do fato gerador.
29
Estes são, pois, algumas normas do Código Tributário Nacional que introduzem o
processo administrativo fiscal, chegando a trazer algumas diretrizes sobre este instituto. Por
sua vez, o Decreto 70.235 de 1972 abordará de forma profunda o instrumento processual
administrativo. Senão vejamos.
Já no seu art. 1°, diz que o Decreto “rege o processo administrativo de determinação e
exigência dos créditos tributários da União e o de consulta sobre a aplicação da legislação
tributária federal.” Logo em seguida, o capítulo I passa a tratar do “Processo Fiscal”.
Outra importante legislação federal que trata sobre o processo administrativo é a Lei n.
9.784 de 1999. Esta norma trata do processo administrativo de forma geral, e é aplicável
subsidiariamente às leis de processo administrativo específicas, conforme diz o art. 69, o que
inclui o processo administrativo fiscal.
Portanto, essas são algumas leis que tratam direta ou indiretamente do processo
administrativo fiscal, umas aplicáveis tão somente à seara da relação tributária, outras
oriundas do Direito Administrativo, aplicáveis de forma subsidiária.
É de se destacar que em todas as constituições acima citadas, a ideia por trás do termo
“processual” sempre foi relacionada ao processo judicial, e não ao termo processo no sentido
amplo de “instrumento” pelo qual o Estado exerce suas funções, da maneira apresentada no
item 2.3 deste trabalho.
Esse sentido também foi mantido no atual Estatuto Maior, o de que o termo
“processual” inserido no inciso I, do art. 22, refere-se especificamente ao processo judicial.
Em comentário ao inciso mencionado, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, em citação feita por
Fernando Dias Menezes de Almeida, faz menção exclusiva ao Direito Processual Civil e
Direito Processual Penal, para por fim recomendar que tais matérias fossem atribuídas à
competência legislativa estadual:
Não se quer, neste trabalho, discutir qual seria a melhor forma de distribuição das
competências legislativas constitucionais. O trecho acima serve apenas para a correta
interpretação do termo “processual” inserida no âmbito da competência privativa da União é
que se trata do processo judicial.
31
Portanto, fica evidente que quando a Constituição da República dispôs que compete
privativamente à União legislar sobre processo, estava-se referindo ao judicial. Por esta razão,
é possível concluir que o processo administrativo tributário, objeto de nosso estudo, não está
limitado à atividade legiferante privativa da União, pois não encontra fundamento normativo
no art. 22 da constituição.
Aduzir o contrário seria dar interpretação histórica diversa da que vem sendo dada ao
“processo” enquanto mat ria de competência legislativa da União desde a constituição de
1891. Ademais, a consequência desta hermenêutica seria, inevitavelmente, que todo o
processo, incluindo o administrativo, estaria restrito à competência legislativa privativa da
União.
Primeiramente, sabe-se que os ramos do direito são divididos por uma questão
meramente didática. Ou seja, quando se fala em “direitos”, não se está debruçando sobre
fenômenos isolados e inteiramente distintos. O direito é um só, sendo a sua divisão uma
forma didática para tratarmos sobre cada uma de suas partes. Portanto, ao falar em Direito
Tributário e Direito Administrativo, estamos falando de um direito que se relaciona com a
atividade tributante do Estado e sobre as normas de funcionamento da Administração Pública
e sua relação com os administrados, respectivamente.
Mesmo com esta sucinta conceituação, vê-se que existe entre ambas as matérias
grande proximidade sem, contudo, deixar de haver distinção. As leis que disciplinam o
funcionamento da Administração Pública e sua relação com os administrados, matérias
inerentes ao Direito Administrativo, também atingem as relações tributárias entre o Estado e o
contribuinte, que não deixa de ser uma relação entre Administração Pública e administrado.
Desta forma, é razoável concluir que existe um núcleo duro entre ambos os direitos,
assim como entre todos os ramos do direito. Este núcleo, atribuído muitas vezes à
Constituição, torna todo o ordenamento jurídico interligado. No entanto, é inegável também
que até mesmo a Constituição faz distinção entre seus ramos. A divisão de competências
materiais legislativas é um exemplo disso. Por esse motivo é que o presente estudo, frente ao
silêncio da Constituição brasileira, busca saber se o processo administrativo tributário pode
acertadamente ser atribuído ao ramo do direito público chamado Direito Tributário, e assim
saber se entra na competência concorrente do art. 24.
Vê-se, pois, que a ação do Estado relativa ao Direito Tributário não se limita à
instituição de tributos, mas sim tamb m a “fiscalização” e a “arrecadação”. Tudo isso,
conforme já exposto neste trabalho, é feito por atividade plenamente vinculada (art. 3° do
CTN), o que significa dizer que são atividades que só podem ser praticadas pela
Administração Pública nos limites da lei. Melhor dizendo, é através da lei que o Estado
institui, fiscaliza e cobra o tributo, e jamais poderá fazer isso quando a lei não permitir ou de
forma diversa da prevista in legis.
33
Conforme estudado no item 2.2, a relação jurídico tributária nasce com a ocorrência
do fato gerador do tributo, por parte do contribuinte. Ato contínuo, o Estado, através de
procedimento administrativo, verifica esta ocorrência, identifica o sujeito passivo, quantifica
do tributo devido e faz o lançamento, nascendo assim o crédito tributário. Note-se que a partir
daqui o Estado poderá cobrar o tributo. Porém, é lícito ao contribuinte impugnar o lançamento
e assim nasce o processo administrativo tributário visando uma decisão final por parte da
Administração. Tudo isso já foi tratado neste trabalho.
É por esse motivo que Souto Maior Borges vai dizer que:
Recordemos o que foi observado no item 2.3 desta pesquisa, que o processo
administrativo é a sequência de atos logicamente organizados visando uma decisão final da
Administração Pública. Na seara do Direito Tributário, a decisão final que se busca, via de
regra, é o lançamento tributo ou a extinção do crédito tributário.
João Batista França Silva sustenta que essa noção de lançamento do Código Tributário
Nacional, isto é, que é ele somente definitivo após a decisão final do processo administrativo
34
tributário, serviu de “conceito pr -constitucional” para que a atual Constituição desse sentido
ao termo “lançamento” do art. 146, III, “b”. Defende-se o seguinte:
O projeto de lei visa instituir normas gerais sobre processo administrativo fiscal, no
âmbito das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
proponente que esta lei “[...] visa suprir lacuna, atualmente existente, no que diz respeito à lei
de normas gerais que discipline, no âmbito do direito tributário, o processo administrativo
fiscal (art. 24, I c/c § 1º da CRFB).” (BRASIL, 2013, p. 5). Note-se que o senador faz
remissão ao inciso I do art. 24, ou seja, fazendo referência ao Direito Tributário como a
matéria que permite à União estabelecer normas gerais sobre processo administrativo
tributário, seguindo o raciocínio do que foi exposto no item 3.2 deste trabalho.
Tal projeto se funda, conforme argumenta o parlamentar, sobre o Art. 146, inciso III,
da Constituição Federal, que determina reserva de matéria tal à lei complementar, e também
sobre o Art. 24, I e §1° da CF, corroborando para a tese sustentada nesta pesquisa, de que o
processo administrativo tributário é inserto no Direito Tributário, e, consequentemente,
disciplina a ser legislada concorrentemente entre a União, Estados, Distrito Federal e os
Municípios.
de até 500.000 (quinhentos mil) habitantes (na proposta original era de 40.000 pessoas) terão
a faculdade de adotarem ou não as normas gerais da lei complementar (art. 9°).
Ainda, o projeto de lei também permite a criação de súmulas com efeito vinculantes,
de decisões da instância especial do ente julgador, cuja obrigatoriedade, evidentemente, estará
limitada àquele ente apenas. Ou seja, se a instância especial formula uma súmula de
observância obrigatória, ela apenas vinculará os órgãos daquele município.
Por fim, o art. 10 estabelece um prazo de quatro anos para que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios com número de habitantes acima de 500.000, ou que tenham
abaixo disso e opte pela aplicação da norma, para que adaptem suas legislações às normas
gerais desta lei.
Este projeto encontra-se na Câmara dos Deputados, tendo sido substituído pela
Comissão de Finanças e Tributação de forma não muito relevante, mantendo-se o núcleo
rígido da proposta do Senado, e seu substituto foi aprovado também pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Uma vez aprovada esta lei, os efeitos dela seguirão a dinâmica do art. 24 da
Constituição da República. O §4° estabelece que a superveniência de lei federal de normas
gerais suspende a eficácia das normas estaduais, e aqui pode-se estender às normas do Distrito
Federal e dos Municípios, naquilo lhe for contrário.
Como dito acima, o art. 10 determina um prazo de quatro anos para que os entes
federativos adaptem suas legislações à norma federal. Tal adaptação nada mais é senão a
suplementação das normas gerais da União às peculiaridades de cada ente tributante.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo certo que a constituição é de fundamental importância para o Estado que adote
a forma federativa, para cumprir sua função, ela deve expressar como o Estado, através dos
entes autônomos que o compõem, exercerá o poder que detém. Para isso, ela deve elencar as
competências atribuídas a cada ente federativo, para que nenhum se sobreponha ao outro e
não atravesse os próprios limites, ferindo os direitos e garantias fundamentais do povo.
Sem essa organização, a existência entre os entes federados jamais seria harmônica e
não haveria segurança jurídica para os cidadãos, pois não se teria restrição para as entidades
federativas sobre qualquer matéria. A Constituição da República Federativa do Brasil resolve
esse problema em seu Título III, que trata da organização do Estado e dos poderes.
Abordando as competências legislativas, mas não fazendo, porém, menção a que ente
federativo é competente para legislar sobre o processo administrativo tributário, instituto
importante para a defesa do cidadão contribuinte, a constituição deixa um desafio para os
estudiosos e demais aplicadores do direito em desvendar qual pessoa política tem
competência para dispor sobre esta matéria.
Embora a constituição não tenha feito uso expresso do termo “processo administrativo
fiscal” como mat ria de competência legislativa, por força de seu objeto ser evidentemente a
relação jurídica tributária, isso porque através dele exerce-se o controle dos atos
administrativos na seara tributária, buscando-se uma decisão final do ente tributante quanto à
legalidade ou não da incidência da norma tributária ao caso concreto ou do lançamento, cujas
consequências, neste último caso, são a constituição do crédito tributário, por um lado, ou a
sua extinção, tratando-se o processo não apenas de mera forma, mas de instrumento do
exercício da função estatal, necessário para a construção do ato administrativo final; tem-se
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REFERÊNCIAS
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