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Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DIREITO PENAL
Contagem de prazo Quando a lei regula situações passadas, fatos anteriores a sua
vigência, ocorre a denominada retroatividade. Já, se sua aplicação
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. se der para fatos após a cessação de sua vigência, será chamada
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. ultratividade.
Em se tratando de extra-atividade da lei penal, observa-se a
Frações não computáveis da pena ocorrência das seguintes situações:
a) “Abolitio criminis” – trata-se da supressão da figura cri-
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e minosa;
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as b) “Novatio legis in melius” ou “lex mitior” – é a lei penal
frações de cruzeiro. mais benigna;
Tanto a “abolitio criminis” como a “novatio legis in melius”,
Legislação especial aplica-se o principio da retroatividade da Lei penal mais benéfica.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos A Lei nº 11.106 de 28 de março de 2006 descriminalizou os
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diver- artigos 217 e 240, do Código Penal, respectivamente, os crimes
so. de “sedução” e “adultério”, de modo que o sujeito que praticou
uma destas condutas em fevereiro de 2006, por exemplo, não será
Do Princípio da Legalidade responsabilizado na esfera penal.
Segundo a maior parte da doutrina, a Lei nº 11.106 de 28 de
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há março de 2006, não descriminalizou o crime de rapto, previsto an-
pena sem prévia cominação legal. teriormente no artigo 219 e seguintes do Código Penal, mas so-
mente deslocou sua tipicidade para o artigo 148 e seguintes (“se-
questro” e “cárcere privado”), houve, assim, uma continuidade
Princípio: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege
normativa atípica.
A “abolitio criminis” faz cessar a execução da pena e todos os
Constituição Federal, art. 5º, XXXIX.
efeitos penais da sentença.
A Lei 9.099/99 trouxe novas formas de substituição de penas
Princípio da legalidade: a maioria dos nossos autores conside-
e, por consequência, considerando que se trata de “novatio legis in
ra o princípio da legalidade sinônimo de reserva legal.
melius” ocorreu retroatividade de sua vigência a fatos anteriores a
A doutrina, orienta-se maciçamente no sentido de não haver
sua publicação.
diferença conceitual entre legalidade e reserva legal. Dissentindo
desse entendimento o professor Fernando Capez diz que o prin- c) “Novatio legis in pejus” – é a lei posterior que agrava a
cípio da legalidade é gênero que compreende duas espécies: re- situação;
serva legal e anterioridade da lei penal. Com efeito, o princípio d) “Novatio legis incriminadora” – é a lei posterior que cria
da legalidade corresponde aos enunciados dos arts. 5º, XXXIX, um tipo incriminador, tornando típica a conduta antes considerada
da Constituição Federal e 1º do Código Penal (“não há crime sem irrelevante pela lei penal.
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”) A lei posterior não retroage para atingir os fatos praticados
e contém, nele embutidos, dois princípios diferentes: o da reserva na vigência da lei mais benéfica (“Irretroatividade da lei penal”).
legal, reservando para o estrito campo da lei a existência do crime Contudo, haverá extratividade da lei mais benéfica, pois será válida
e sua correspondente pena (não há crime sem lei que o defina, nem mesmo após a cessação da vigência (Ultratividade da Lei Penal).
pena sem prévia cominação legal), e o da anterioridade, exigin- Ressalta-se, por fim, que aos crimes permanentes e continua-
do que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração dos, aplica-se a lei nova ainda que mais grave, nos termos da Sú-
penal (lei anterior e prévia cominação). Assim, a regra do art. 1º, mula 711 do STF.
denominada princípio da legalidade, compreende os princípios da
reserva legal e da anterioridade. Do Tempo Do Crime
Artigo 4º, do Código Penal
Lei Penal no Tempo
A lei penal não pode retroagir, o que é denominado como irre- A respeito do tempo do crime, existem três teorias:
troatividade da lei penal. Contudo, exceção à norma, a Lei poderá a) Teoria da Atividade – O tempo do crime consiste no mo-
retroagir quando trouxer benefício ao réu. mento em que ocorre a conduta criminosa;
b) Teoria do Resultado – O tempo do crime consiste no mo-
Em regra, aplica-se a lei penal a fatos ocorridos durante sua mento do resultado advindo da conduta criminosa;
vigência, porém, por vezes, verificamos a “extratividade” da lei c) Teoria da Ubiquidade ou Mista – O tempo do crime consiste
penal. no momento tanto da conduta como do resultado que adveio da
A extratividade da lei penal se manifesta de duas maneiras, ou conduta criminosa.
pela ultratividade da lei ou retroatividade da lei. O Artigo 4º do Código Penal dispõe que:
Assim, considerando que a extra atividade da lei penal é o seu Artigo 4º: Considera-se praticado o crime no momento da
poder de regular situações fora de seu período de vigência, poden- ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado
do ocorrer seja em relação a situações passadas, seja em relação a (Tempus regit actum). Assim, aplica-se a teoria da atividade, nos
situações futuras. termos do sistema jurídico instituído pelo Código Penal.
Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DIREITO PENAL
O Código Penal vigente seguiu os moldes do Código Penal “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a
português em que também é adotada a Teoria da Atividade para o bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
tempo do crime. Em decorrência disso, aquele que praticou o cri- privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou
me no momento da vigência da lei anterior terá direito a aplicação em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
da lei mais benéfica. O menor de 18 anos, por exemplo, não será territorial do Brasil” (§ 2º).
considerado imputável mesmo que a consumação ocorrer quando
tiver completado idade equivalente a maioridade penal. E, tam- Extraterritorialidade
bém, o deficiente mental será imputável, se na época da ação era (art. 7º do Código Penal)
consciente, tendo sofrido moléstia mental tão somente na época
do resultado. É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos
Novamente, observa-se a respeito dos crimes permanentes, tal criminosos ocorridos no exterior.
como o sequestro, nos quais a ação se prolonga no tempo, de modo Princípios norteadores:
que em se tratando de “novatio legis in pejus”, nos termos da Sú- a) Princípio da nacionalidade ativa. Aplica-se a lei nacional do
mula 711 do STF, a lei mais grave será aplicada. autor do crime, qualquer que tenha sido o local da infração.
b) Princípio da nacionalidade passiva. A lei nacional do autor
Lei Excepcional ou Temporária do crime aplica-se quando este for praticado contra bem jurídico
(art. 3º do Código Penal) de seu próprio Estado ou contra pessoa de sua nacionalidade.
c) Princípio da defesa real. Prevalece a lei referente à naciona-
Lei excepcional é aquela feita para vigorar em épocas es¬pe- lidade do bem jurídico lesado, qualquer que tenha sido o local da
ciais, como guerra, calamidade etc. É aprovada para vigorar en- infração ou a nacionalidade do autor do delito. É também chamado
quanto perdurar o período excepcional. de princípio da proteção.
Lei temporária é aquela feita para vigorar por determinado d) Princípio da justiça universal. Todo Estado tem o direito de
tempo, estabelecido previamente na própria lei. Assim, a lei traz punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do sujeito ativo
em seu texto a data de cessação de sua vigência. e passivo, e o local da infração, desde que o agente esteja dentro de
Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal que,
seu território (que tenha voltado a seu país, p. ex.).
embora cessadas as circunstâncias que a determinaram (lei excep-
e) Princípio da representação. A lei nacional é aplicável aos
cional) ou decorrido o período de sua duração (lei temporária),
crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e embarcações pri-
aplicam-se elas aos fatos praticados durante sua vigência. São,
vadas, desde que não julgados no local do crime.
portanto, leis ultra-ativas, pois regulam atos praticados durante sua
Já vimos que o princípio da territorialidade temperada é a re-
vigência, mesmo após sua revogação.
gra em nosso direito, cujas exceções se iniciam no próprio art. 5º
(decorrentes de tratados e convenções, nas quais a lei estrangeira
Territorialidade
(art. 5º do Código Penal) pode ser aplicada a fato cometido no Brasil). O art. 7º, por sua vez,
traça as seguintes regras referentes à aplicação da lei nacional a
Há várias teorias para fixar o âmbito de aplicação da norma fatos ocorridos no exterior:
penal a fatos cometidos no Brasil:
a) Princípio da territorialidade. A lei penal só tem aplicação no O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras referentes à
território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalida- aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no exterior:
de do sujeito ativo ou passivo. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estran-
b) Princípio da territorialidade absoluta. Só a lei nacional é geiro:
aplicável a fatos cometidos em seu território. I - os crimes:
c) Princípio da territorialidade temperada. A lei nacional se a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
aplica aos fatos praticados em seu território, mas, excepcional- b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distri¬to
mente, permite-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-
estabelecer algum tratado ou convenção internacional. Foi este o ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
princípio adotado pelo art. 5º do Código Penal: Aplica-se a lei bra- pelo Poder Público;
sileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito c) contra a administração pública, por quem está a seuservIço;
internacional, ao crime cometido no território nacional. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado
O Território nacional abrange todo o espaço em que o Estado no Brasil;
exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares interiores, baías, II - os crimes:
faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri-
mir;
Os § 1º e 2º do art. 5ºdo Código Penal esclarecem ainda que: b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
“Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do ter- cantes ou de propriedade privada, quando em território es¬trangei-
ritório nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natu- ro e aí não sejam julgados.
reza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se § 1 Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei bra-
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, sileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva- § 2 Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depen-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” (§ 1º). de do concurso das seguintes condições:
Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DIREITO PENAL
a) entrar o agente no território nacional; Interpretação quanto ao resultado
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira declarativa ou declaratória- é aquela em que a letra da lei
autoriza a extradição; corresponde exatamente àquilo que a ela quis dizer, sem restringir
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí ou estender seu sentido;
cumprido a pena; restritiva- a interpretação reduz o alcance das palavras da lei
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro para corresponder à intenção do legislador;
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favo- extensiva- amplia o alcance das palavras da lei para corres-
rável. ponder à sua vontade.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi- Interpretação sui generis
ções previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; A interpretação sui generis pode ser exofórica ou endofórica.
b) houve requisição do Ministro da Justiça. Veja-se:
Percebe-se, portanto, que: exofórica- o significado da norma interpretativa não está no
a) no art. 72, I, a, b e c, foi adotado o princípio da defesa real; ordenamento normativo (exemplo: erro de tipo);
b) no art. 72, 11, a, foi adotado o princípio da justiça universal endofórica- o texto normativo interpretado empresta o sentido
c) no art. 72, 11, b, foi adotado o princípio da nacionalidade de outros textos do próprio ordenamento jurídico (muito usada nas
ativa; normas penais em branco).
d) no art. 72, c, adotou-se o princípio da representação;
e) no art. 72, § 32, foi também adotado o princípio da defe¬sa Interpretação conforme a Constituição
real ou proteção;
A Constituição Federal informa e conforma as normas hierar-
Dos dispositivos analisados, pode-se perceber que a extra-
quicamente inferiores. Esta é uma importante forma de interpreta-
territorialidade pode ser incondicionada (quando a lei brasileira é
ção no Estado Democrático de Direito.
aplicada a fatos ocorridos no exterior, sem que sejam exigidas con-
dições) ou condicionada (quando a aplicação da lei pátria a fatos
Distinção entre interpretação extensiva e interpretação analó-
ocorridos fora de nosso território depende da existência de certos
gica
requisitos). A extraterritorialidade é condicionada nas hipóteses do
art. 7º, II e § 3º.
Enquanto a interpretação extensiva amplia o alcance das pala-
Interpretação da Lei Penal vras, a analógica fornece exemplos encerrados de forma genérica,
A interpretação é medida necessária para que compreendamos permitindo ao juiz encontrar outras hipóteses, funcionando como
o verdadeiro sentido da norma e seu alcance. uma analogia in malan partem admitida pela lei.
Na interpretação, há lei para regular o caso em concreto, as-
sim, apenas deverá ser extraído do conteúdo normativo sua vonta- Rogério Greco fala em interpretação extensiva em sentido
de e seu alcance para que possa regular o fato jurídico. amplo, a qual abrange a interpretação extensiva em sentido estrito
e interpretação analógica.
1. Interpretação quanto ao sujeito
Autêntica ou legislativa- aquela fornecida pela própria lei Analogia
(exemplo: o art. 327 do CP define quem pode ser considerado fun-
cionário público para fins penais); Analogia não é forma de interpretação, mas de integração de
doutrinária ou científica- aquela aduzida pelo jurista por meio lacuna, ou seja, sendo omissa a lei acerca do tema, ou ainda em
de sua doutrina; caso da Lei não tratar do tema em específico o magistrado irá re-
Jurisprudencial- é o significado da lei dado pelos Tribunais correr ao instituto. São pressupostos da analogia: certeza de que
(exemplo: súmulas) Ressalte-se que a Exposição dos Motivos do sua aplicação será favorável ao réu; existência de uma efetiva lacu-
Código Penal configura uma interpretação doutrinária, pois foi na a ser preenchida (omissão involuntária do legislador).
elaborada pelos doutos que criaram o Código, ao passo que a Ex-
posição de Motivos do Código de Processo Penal é autêntica ou Irretroatividade da Lei Penal
legislativa, pois foi criada por lei.2. Interpretação quanto ao modo
gramatical, filológica ou literal- considera o sentido literal Dita o Código Penal em seu artigo 2º:
das palavras;
teleológica- se refere à intenção objetivada pela lei (exemplo: Art. 2.“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo que a lei se refira deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
apenas ao aparelho); os efeitos penais da sentença condenatória”.
histórica- indaga a origem da lei;
sistemática- interpretação em conjunto com a legislação em O parágrafo único do artigo trata da exceção a regra da irre-
vigor e com os princípios gerais do direito; troatividade da Lei, ou seja, nos casos de benefício ao réu, ainda
progressiva ou evolutiva- busca o significado legal de acordo que os fatos já tenham sidos decididos por sentença condenatória
com o progresso da ciência. transitada em julgado.
Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DIREITO PENAL
Outrossim, o Código dispõe que a Lei Penal só retroagirá em Nexo Causal, Relação de Causalidade ou Nexo de Causali-
benefício do réu. dade
Frise-se todavia que tal regra restringe-se somente às normas Entende-se por relação de causalidade o vínculo que une a
penais. causa, enquanto fator propulsor, a seu efeito, como consequência
derivada. Trata-se do liame que une a causa ao resultado que pro-
duziu. O nexo de causalidade interessa particularmente ao estudo
TEORIA GERAL DO CRIME do Direito Penal, pois, em face de nosso Código Penal (art. 13),
constitui requisito expresso do fato típico. Esse vínculo, porém,
não se fará necessário em todos os crimes, mas somente naqueles
em que à conduta exigir-se a produção de um resultado, isto é,
A teoria geral do crime trata de todos os elementos que com- de uma modificação no mundo exterior, ou seja, cuida-se de um
põe o fato criminoso. Ex: sujeito, tipo penal, conduta, nexo causal,
exame que se fará necessário no âmbito dos crimes materiais ou
resultado e tipicidade.
de resultado.
Fato Típico é denominado como o comportamento humano
que se molda perfeitamente aos elementos constantes do modelo Tipicidade, ao lado da conduta, do nexo causal e do resultado
previsto na lei penal. constitui elemento necessário ao fato típico de qualquer infração
A primeira característica do crime é ser um fato típico, des- penal.
crito, como tal, numa lei penal. Um acontecimento da vida que Deve ser analisada em dois planos: formal e material.
corresponde exatamente a um modelo de fato contido numa norma Entende-se por tipicidade a relação de subsunção entre um
penal incriminadora, a um tipo. fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e a lesão ou pe-
Para que o operador do Direito possa chegar à conclusão de rigo de lesão ao bem penalmente tutelado (tipicidade material).
que determinado acontecimento da vida é um fato típico, deve
Trata-se de uma relação de encaixe, de enquadramento. É o
debruçar-se sobre ele e, analisando-o, decompô-lo em suas faces
mais simples, para verificar, com certeza absoluta, se entre o fato adjetivo que pode ou não ser dado a um fato, conforme ele se en-
e o tipo existe relação de adequação exata, fiel, perfeita, completa, quadre ou não na lei penal.
total e absoluta. Essa relação é a tipicidade.
Para que determinado fato da vida seja considerado típico, é Consumação e Tentativa
preciso que todos os seus componentes, todos os seus elementos
estruturais sejam, igualmente, típicos. Crime Consumado
Os componentes de um fato típico são a conduta humana, a Fundamentado no artigo. 14, inciso I do Código Penal, o cri-
consequência dessa conduta se ela a produzir (o resultado), a rela- me consumado é o tipo penal integralmente realizado, ou seja,
ção de causa e efeito entre aquela e esta (nexo causal) e, por fim, quando o tipo concreto amolda-se perfeitamente ao tipo abstrato.
a tipicidade.
De acordo com o artigo 14, I do Código Penal, diz-se consumado o
Conduta crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
Considera-se conduta a ação ou omissão humana consciente e legal. No homicídio, por exemplo, o tipo penal consiste em “matar
voluntária dirigida a uma finalidade. alguém” (artigo 121 do CP), assim o crime restará consumado com
a morte da vítima.
Resultado
A expressão resultado tem natureza equívoca, já que possui Crime Tentado
dois significados distintos em matéria penal. Pode se falar, assim, O crime tentado tem fundamentação no artigo 14, inciso II do
em resultado material ou naturalístico e em resultado jurídico ou Código Penal ocorre quando o agente inicia a execução do delito
normativo. mas este não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
O resultado naturalístico ou material consiste na modificação De acordo com o parágrafo único do art. 14, do Código Penal,
no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-se de um evento
“salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
que só se faz necessário em crimes materiais, ou seja, naqueles
cujo tipo penal descreva a conduta e a modificação no mundo ex- correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois ter-
terno, exigindo ambas para efeito de consumação. ços”. Para fixar a pena, o magistrado deve usar como critério a
O resultado jurídico ou normativo reside na lesão ou ameaça maior ou menor proximidade da consumação, de forma que quanto
de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Todas as infra- mais o agente percorrer o “iter criminis”, maior será sua punição.
ções devem conter, expressa ou implicitamente, algum resultado,
pois não há delito sem que ocorra lesão ou perigo (concreto ou Pena de Crime Consumado e Crime Tentado
abstrato) a algum bem penalmente protegido.
A doutrina moderna dá preferência ao exame do resultado ju- Para a punição da tentativa se considera a extensão da condu-
rídico . Este constitui elemento implícito de todo fato penalmente ta do autor até o momento em que foi interrompida. Quanto mais
típico , pois se encontra ínsito na noção de tipicidade material.
próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3).
O resultado naturalístico, porém, não pode ser menosprezado,
uma vez que se cuida de elementar presente em determinados ti- De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da
pos penais, de tal modo que desprezar sua análise seria malferir o consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3). O
princípio da legalidade. Juiz deve fixar a redução dentro desses limites, de modo justifi-
cado.
Didatismo e Conhecimento 5
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Concurso de Crimes além de atingi-lo, também atinge outra pessoa. Neste caso é utili-
zado o sistema da exasperação, que é quando apenas a pena de um
O concurso de crimes acontece quando o agente comete mais dos crimes é aplicada se forem iguais, ou a maior deles se diversos,
de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão. No direito sendo em qualquer dos casos elevada de um sexto até metade.
brasileiro, por questões de política criminal, cada forma de con- No impróprio, o agente mediante uma única ação ou omis-
curso tem uma maneira distinta no sistema de aplicação e cálculo são produz mais de um resultado, tendo vontade de produzi-los
das penas. ou sendo indiferente quanto a estes, neste caso, acontece o que
Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são o ma- a doutrina chama de desígnios autônomos, que é quando se quer
terial, que pode se dividir em homogênio e heterogêneo; o formal,
todos os resultados produzidos, mesmo a título de dolo eventual.
que pode ser dividido em próprio e impróprio; além do crime con-
Para que não torne benéfica a prática de mais de um crime por uma
tinuado.
As formas adotadas para aplicação das penas a cada tipo de única ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema de
concurso são os sistemas do cúmulo material e o da exasperação, cúmulo material das penas, o mesmo que é utilizado no concurso
em alguns casos, também encontramos o cúmulo material benéfi- material. Havendo apenas a soma das penas aplicadas aos diversos
co, sendo este um desdobramento para evitar um prejuízo maior ao crimes.
agente, sempre que o sistema de exasperação for menos benéfico Ainda no caso do concurso formal, quando as penas aplica-
que o cúmulo material. das por o sistema de exasperação superarem as que por ventura
fossem aplicadas por o sistema do cúmulo material, para que o
Concurso Material apenado não saia prejudicado, sua pena será computada como se
desta forma fosse, este é o chamado cúmulo material benéfico.
O concurso material de crimes acontece quando o agente co- Exemplificando, caso o agente cometa um homicídio simples e
mete dois ou mais crimes mediante mais de uma ação ou omissão. uma lesão corporal em concurso formal próprio, sua pena seria
Ele pode ser tanto homogêneo, quando os crimes cometidos são a do homicídio (por ser maior) acrescida de um terço até metade,
idênticos (dois homicídios simples, por exemplo), ou heterogêneo, o que poderia, dependendo do aumento aplicado, ser maior que a
quando os crimes são de natureza diversa (Um homicídio qualifi- do homicídio e das lesões corporais somadas. Assim caso a pena
cado e lesões corporais). Esta distinção em homogêneo e hetero- aplicada pelo sistema da exasperação seja maior que a que fosse
gêneo é apenas doutrinária, não importando na forma de aplicação aplicada pelo cúmulo material, este será o aplicado.
da pena.
O aumento de pena no concurso formal deve ser fundamen-
tado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos doutrinadores, ser
Havendo concurso material, a forma de aplicação das penas
será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos diversos aplicado levando em consideração o número de vítimas ou a quan-
crimes são somadas umas as outras, não havendo benefício ao tidade de crimes praticados.
agente. Desta forma, o agente que mediante duas condutas, co- Para a aplicação da suspensão condicional do processo, é ne-
meteu o crime de furto simples e recebeu pena de quatro anos de cessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o acréscimo
reclusão, e um homicídio qualificado, tendo recebido pena de doze de um terço até metade, para só assim fixar os novos limites mí-
anos de reclusão, terá as penas destes crimes somadas para ques- nimos.
tões de cumprimento.
Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre-se pri- O excesso Punível
meiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida primeiro
que a detenção. Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em vias de
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados indivi- sofrê-la, em relação ao meio usado o agente pode encontrar-se em
dualmente para cada crime, o mesmo não acontece com a aplica- três situações diferentes:
ção das penas restritivas de direitos, que só são permitidas, caso i) usa de um meio moderado e dentro do necessário para re-
em um dos crimes seja permitida a concessão do sursis (suspensão pelir à agressão;
condicional da pena). Mas caso sejam aplicadas, as penas restriti-
vas serão cumpridas simultaneamente quando compatíveis, ou su- Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima defesa.
cessivamente, quando houver incompatibilidade entre as mesmas.
Com relação à suspensão condicional do processo, a regra é
ii) de maneira consciente emprega um meio desnecessário ou
que seja feito o somatório das penas, se a mínima for igual ou
inferior a um ano, esta será possível. Portanto, a aplicação não é usa imoderadamente o meio necessário;
individual. A legítima defesa fica afastada por excluído um dos seus re-
quisitos essenciais.
Concurso Formal ü imoderação quanto ao uso do meio;
ü emprego de um meio desnecessário.
O concurso formal é aquele em que o agente mediante uma iii) após a reação justa (meio e moderação) por imprevidência
única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes. Este pode se ou conscientemente continua desnecessariamente na ação.
dividir em formal próprio ou impróprio. No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica de-
No próprio, era querido apenas um resultado, mas por erro na masiada e desnecessariamente a reação inicialmente justificada. O
execução ou por acidente, dois ou mais são atingidos. É o exemplo excesso poderá ser doloso ou culposo. O agente responderá pela
do assassino que atira em seu inimigo, mas por ocasião o disparo conduta constitutiva do excesso.
Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DIREITO PENAL
Exclusão de ilicitude é uma causa excepcional que retira o cípio, se o agente da conduta ilícita é penalmente culpável, isto é,
caráter antijurídico de uma conduta tipificada como criminosa se ele agiu com dolo (intenção), ou pelo menos com imprudência,
(fato típico). negligência ou imperícia, nos casos em que a lei prever como pu-
Art. 23 - Exclusão da ilicitude níveis tais modalidades
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; Causas de exclusão da culpabilidade
II - em legítima defesa; O Código Penal prevê causas que excluem a culpabilidade
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício pela ausência de um de seus elementos, ficando o sujeito isento de
regular de direito. pena, ainda que tenha praticado um fato típico e antijurídico.
Excesso punível a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o caráter ilí-
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. - doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou re-
A ação do homem será típica sob o aspecto criminal quan- tardado (art. 26);
do a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa primeira - desenvolvimento mental incompleto por presunção legal, do
compreensão, isso também basta para se afirmar que ela está em menor de 18 anos (art. 27);
desacordo com a norma, que se trata de uma conduta ilícita ou, - embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
noutros termos, antijurídica. maior (art. 28, § 1º).
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente na re- b) inexistência da possibilidade de conhecimento da ilicitude:
lação de contrariedade entre a conduta típica do autor e o ordena- - erro de proibição (art. 21).
mento jurídico, pode ser suprimida, desde de que, no caso concre- c) inexigibilidade de conduta diversa:
to, estejam presentes uma das hipóteses previstas no artigo 23 do - coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte);
Código Penal: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito - obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte).
cumprimento do dever legal ou o exercício regular de direito.
O estado de necessidade e a legítima defesa são conceituados IMPUTABILIDADE
nos artigos 24 e 25 do Código Penal, merecendo destaque, neste
tópico, apenas o estrito cumprimento do dever legal e o exercício A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo
regular de um direito, como excludentes da ilicitude ou da antiju- a responsabilidade por uma infração. Segundo prescreve o artigo
ridicidade. 26, do Código Penal, podemos, também, definir a imputabilidade
A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si como a capacidade do agente entender o caráter ilícito do fato por
só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda que ele perpetrado ou, de determinar-se de acordo com esse entendi-
se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem decorre do mento.
cumprimento de um dever legal, ela está de acordo com a lei, não È portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo entre a
podendo, por isso, ser contrária a ela. Noutros termos, se há um ação e seu agente, imputando a alguém a realização de um deter-
dever legal na ação do autor, esta não pode ser considerada ilícita, minado ato.
contrária ao ordenamento jurídico. Quando existe algum agravo à saúde mental, os indivíduos
Um exemplo possível de estrito cumprimento do dever legal podem ser considerados inimputáveis – se não tiverem discerni-
pode restar configurado no crime de homicídio, em que, durante mento sobre os seus atos ou não possuírem autocontrole, são isen-
tiroteio, o revide dos policiais, que estavam no cumprimento de tos de pena.
um dever legal, resulta na morte do marginal. Neste sentido - RT Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o discernimento
580/447. ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos ou prejudicados por
O exercício regular de um direito, como excludente da ilici- doença ou transtorno mental.
tude, também quer evitar a antinomia nas relações jurídicas, posto
que, se a conduta do autor decorre do exercício regular de um di- Erro de proibição
reito, ainda que ela seja típica, não poderá ser considerada antijurí- Normatizado no direito penal brasileiro pelo artigo 21 do Có-
dica, já que está de acordo com o direito. digo Penal, o erro de proibição é erro do agente que acredita ser
Um exemplo de exercício regular de um direito, como exclu- sua conduta admissível no direito, quando, na verdade ela é proi-
dente da ilicitude, é o desforço imediato, empregado pela vítima bida. Sem discussão, o autor, aqui, sabe o que tipicamente faz,
da turbação ou do esbulho possessório, enquanto possuidor que porém, desconhece sua ilegalidade. Concluímos, então, que o erro
pretende reaver a posse da coisa para si (RT - 461/341). de proibição recai sobre a consciência de ilicitude do fato. O erro
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não pode de proibição é um juízo contrário aos preceitos emanados pela so-
servir de salvo conduto para eventuais excessos do autor, que ve- ciedade, que chegam ao conhecimento de outrem na forma de usos
nham a extrapolar os limites do necessário para a defesa do bem e costumes, da escolaridade, da tradição, família etc.
jurídico, do cumprimento de um dever legal ou do exercício regu-
lar de um direito. Havendo excesso, o autor do fato será responsá- Concurso de Pessoas
vel por ele, caso restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por
sentido é a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. mais de um pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva
Culpabilidade é um elemento integrante do conceito defini- pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de de-
dor de uma infração penal. A motivação e objetivos subjetivos do linquentes ou de agentes, entre outras formas. Existem ainda três
agente praticante da conduta ilegal. A culpabilidade aufere, a prin- teorias sobre o concurso de pessoas, vejamos:
Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DIREITO PENAL
a) teoria unitária: quando mais de um agente concorre para a Relação de Causalidade e Imputação
prática da infração penal, mas cada um praticando conduta diversa
do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste caso, haverá so- Teoria da imputação objetiva, tema que tem ganhado espaço
mente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo no mundo jurídico, oriundo de uma relevante evolução na área
penal. Tal teoria é adotada pelo Código Penal. penal. Então tenho como objetivo ao abordar tal teoria, a demons-
b) teoria pluralista: quando houver mais de um agente, pra- tração de sua finalidade na analise da teoria do crime, especifi-
ticando cada um conduta diversa dos demais, ainda que obtendo camente na relação de causalidade, cuja teoria se faz presente. E
apenas um resultado, cada qual responderá por um delito. Esta teo- abordar o pensamento de doutrinadores que discorrem sobre esta
teoria e apontando os meios para que seja aplicada a teoria da
ria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quan-
imputação objetiva no caso concreto.
do praticado pela gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se
A abordagem ao referido tema será de forma simples e su-
praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo perficial, mas que tem por propósito esclarecer e fazer com que a
procedimento ocorre na corrupção ativa e passiva. teoria da imputação objetiva seja entendida em sua essência para
c) teoria dualista: segundo tal teoria, quando houver mais de a aplicação no mundo jurídico.
um agente, com diversidades de conduta, provocando-se um re-
sultado, deve-se separar os coautores e partícipes, sendo que cada Teoria da Imputação Objetiva
“grupo” responderá por um delito.
No relevante e complexo meio da teoria do crime são várias
Autoria e Participação as análises que se faz necessário para que seja imputada a alguém
a prática de uma conduta causadora de um resultado no mundo
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora ambos den- externo, no ponto de vista penal.
tro da teoria objetiva: Em face ao conceito analítico de crime, temos várias teorias
a) teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é o para que se torne eficaz a aplicação do ordenamento jurídico.
Diante disso, na análise do fato típico temos como elementos a
agente que pratica a figura típica descrita no tipo penal, e partícipe
conduta, o resultado, a tipicidade e a relação de causalidade. Este
é aquele que comete ações não contidas no tipo, respondendo ape-
último o qual farei uma abordagem acerca de suas teorias. No
nas pelo auxílio que prestou (entendimento majoritário). Exemplo: campo do nexo de causalidade o nosso ordenamento jurídico é
o agente que furta os bens de uma pessoa, incorre nas penas do adepto a teoria conditio sine qua non, ou seja, a teoria das equi-
art. 155 do CP, enquanto aquele que o aguarda com o carro para valências dos antecedentes, a qual pelo processo hipotético de
ajudá-lo a fugir, responderá apenas pela colaboração. Thíren faz-se necessário uma eliminação mental das causas, que
b) teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além de prati- sendo todas causas que auxiliam ou influenciam no resultado se-
car a figura típica, comanda a ação dos demais (“autor executor” e rão consideradas como causa do resultado, tal teoria está prevista
“autor intelectual”). Já o partícipe é aquele colabora para a prática em nosso ordenamento jurídico no caput do artigo 13 do Código
da conduta delitiva, mas sem realizar a figura típica descrita, e sem Penal Brasileiro.
ter controle das ações dos demais. Assim, aquele que planeja o Haja vista que nosso Código Penal teve sua origem em 1940,
delito e aquele que o executa são coautores. e apesar de ter sido atualizado em 1984, houve uma evolução nas
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - teoria for- teorias de estudo das ciências penais, que o Código Penal Brasi-
mal, o executor de reserva é apenas partícipe, ou seja, se João atira leiro não as recepcionou. Neste contexto, vale salientar que uma
nova temática a teoria da imputação objetiva, a qual teve sua ori-
em Pedro e o mata, e logo após Mario também desfere tiros em
gem na Alemanha, tendo como base pensamentos de Hegel, em
Pedro, Mario (executor de reserva) responderá apenas pela parti-
que só seria possível a atribuição de um resultado através de um
cipação, pois não praticou a conduta matar, já que atirou em um evento realizado pelo próprio autor do fato, ou seja, o autor só
cadáver. Ressalta-se, porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais será responsabilizado pelos seus atos. Esta teoria foi revisada em
para autor e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este últi- 1930 por Richard Honig e em 1970 foi retomada, desenvolvida e
mo, quando, por exemplo, for o mentor do crime. aperfeiçoada por Claus Roxin, ditando sua finalidade, a qual visa
Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, “quem, de estabelecer mais rigor ao nexo de causalidade e a imputação obje-
qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este co- tiva do resultado à conduta praticada pelo agente.
minadas, na medida de sua culpabilidade”, dessa forma deve-se Ao saber que a referida teoria não está assegurada no orde-
analisar cada caso concreto de modo a verificar a proporção da namento jurídico brasileiro, cabe à doutrina fazer a exploração
colaboração. Além disso, se a participação for de menor importân- sobre o assunto, assim como cabe aos doutrinadores criticar ou
cia, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço, segundo aderir à teoria da imputação objetiva. Neste diapasão, trago al-
disposição do § 1º do artigo supramencionado, e se algum dos con- guns posicionamentos doutrinários que dão noção acerca da teoria
em pauta.
correntes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
Segundo Fernando Capez, a teoria da imputação objetiva
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
consiste na “verificação da possibilidade de que o resultado de
ter sido previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º, do CP). um fato seja atribuído, do ponto de vista causal, objetivamente
Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se não hou- a alguém”. Com isso, tal teoria visa propor o estudo do nexo de
ver antijuridicidade, não há o que se falar em punição ao partícipe causalidade e de quando o resultado poderá ser imputado objeti-
- teoria da acessoriedade limitada. vamente a alguém.
Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DIREITO PENAL
O estabelecimento do nexo de causalidade, sobre o prisma Ao abordar um tema que vem se desenvolvendo de forma
objetivo, exige a necessidade de analisar os requisitos/elementos grandiosa na área do direito, a teoria da imputação objetiva, na
indispensáveis para a aplicação da teoria da imputação objetiva, visão deste aluno, é uma teoria que visa facilitar, dar maior se-
que são eles: gurança na atribuição de um resultado ao agente, o qual praticou
a) Relação física de causa e efeito; a conduta, pois fará uma análise voltada para uma ligação direta
b) Conduta produtora de risco proibido; do resultado e a conduta, ao considerar como causa do resultado
c) Resultado esteja dentro do âmbito normal de risco provoca-
aquilo que, realmente, seja relevante para a realização do resultado
do pela conduta, ou seja, que o resultado esteja na mesma linha de
atingido.
desdobramento da conduta;
d) Que a conduta seja praticada no sentido da proteção do bem Para a teoria da imputação objetiva, o resultado de uma con-
jurídico. duta humana somente pode ser objetivamente imputado a seu autor
No primeiro requisito/elemento há uma semelhança com a quando tenha criado a um bem jurídico uma situação de risco juri-
teoria conditio sine qua non, que para esta tal requisito se faz único dicamente proibido (não permitido) e tal risco tenha concretizado
e essencial para a sua aplicação, mas para a teoria da imputação em um resultado típico. (BITTENCOURT, 2013, p. 328).
objetiva será apenas o primeiro requisito para que a conduta pra- “Somente é admissível a imputação objetiva do fato se o re-
ticada seja analisada e que assim seja atribuído objetivamente o sultado tiver sido causado pelo risco não permitido criado pelo
resultado ao agente. autor” (ROXIN apud BITTENCOURT, p. 328).
Na linha de pensamento de Claus Roxin a atribuição do re- É a luz dessas citações e com o conhecimento e entendimento
sultado ao autor deve-se compreender tanto a causalidade material adquirido durante a elaboração deste trabalho que chego a uma
quanto a causalidade normativa, para isso, consideram-se necessá- conclusão.
rias três condições: A teoria da imputação objetiva traz para o meio das ciências
1) A criação ou aumento de um risco não permitido;
penais a segurança de estar atribuindo o resultado à verdadeira
2) A realização deste risco não permitido no resultado;
3) Que o resultado se encontre dentro do alcance do tipo, ou conduta causadora da lesão ou de uma exposição ao perigo de um
seja, dentro da esfera de proteção da norma. bem jurídico praticada pelo agente, assim não perdendo tempo em
analisar causas que na verdade não são importantes para o estudo
Para Stivanello apud Claus Roxin do caso concreto.
Apesar de criar alguns requisitos para a sua aplicação, acaba
“[...] um resultado causado pelo agente só deve ser imputado aplicando de forma direta o resultado a conduta do agente, assim,
como sua obra e preenche o tipo objetivo unicamente quando o não faz menção às causas/concausas que não sejam irrelevantes
autor cria um risco não permitido para o objeto da ação, quando o para o estudo do caso concreto.
risco se realiza no resultado concreto, e que o resultado se encontra
dentro do alcance do tipo” (1994 apud 2003 p. 71). Extinção de punibilidade
Uma conduta pode causar um resultado que crie um risco
proibido, mas que não seja relevante para a esfera penal, pois re- A Extinção de punibilidade é a impossibilidade de punir o au-
presente uma diminuição do risco da lesão ao bem jurídico. Como
tor de um crime.
exemplo um suicida que esteja com a arma na cabeça e prestes a
disparar contra si mesmo, antes disto acontecer, um terceiro vendo Punibilidade é a possibilidade subjetiva do Estado punir o au-
a situação dispara em direção ao suicida e atinge-lhe a mão a qual tor de um Crime. Não se deve confundir Punibilidade, que é uma
empunhava a arma. Não há que se imputar a lesão corporal prati- situação ou característica que produz efeito posterior ao crime con-
cada pelo terceiro, pois o bem jurídico protegido é mais relevante sumado e reconhecido, característica que impede que o autor seja
que a lesão sofrida. punido; com a Culpabilidade, que é um pressuposto de Autoria (di-
Já no posicionamento de Gunther Jakobs existe a necessidade reito penal), pressuposto sem a qual, mesmo já estando efetivado
de fazer uma verificação quanto à violação social da conduta, ou o crime, não se reConhece a sua autoria pois o agente não possui
seja, dever ser feita uma análise abordando o princípio da ade- culpa, não pode ser responsabilizado por seus atos.
quação social. Mas caso o agente ultrapasse o limite do que a so- A extinção da punibilidade é a perda do direito do Estado de
ciedade entende como papel social do ser humano, o agente será punir o agente autor de fato típico e ilícito, ou seja, é a perda do di-
responsabilizado objetivamente pela conduta praticada. Jakobs vai reito de impor sanção penal. As causas de extinção da punibilidade
além e descreve quatro instituições delimitadoras da teoria da im- estão espalhadas no ordenamento jurídico brasileiro.
putação objetiva, são elas:
Dispõe o Código Penal:
1) Risco permitido;
2) Princípio da confiança;
3) Proibição de regresso; Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
4) Competência ou capacidade da vitima. I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
Se o agente se comportar dentro do seu papel social, se enqua- criminoso;
drado nos limites aceitos pela sociedade, mesmo que sua conduta IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
implique em lesão ou perigo de lesão, vedar-se-á a imputação ob- V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito,
jetiva, pela inexistência de violação do papel social, atribuindo o nos crimes de ação privada;
resultado ao acaso. (STIVANELLO, p. 74). (...) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DIREITO PENAL
Prescrição Doutrinariamente, a prescrição é dividida em prescrição da
pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória. A prescri-
Distinção entre prescrição, decadência e perempção. ção da pretensão punitiva desdobra-se em: prescrição da pretensão
punitiva propriamente dita; prescrição superviniente ou intercor-
De modo geral prescrição significa a perda de uma pretensão, rente; prescrição retroativa; e prescrição antecipada, projetada,
pelo decurso do tempo. Assim sendo, no campo do Direito Penal a virtual ou retroativa em perspectiva.
prescrição pode ser conceituada como a perda da pretensão puni-
tiva estatal, pelo decurso de determinado lapso temporal previsto Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita:
em lei. BASILEU GARCIA definiu a prescrição como “a renúncia
do Estado a punir a infração, em face do decurso do tempo” (Ob. Esta espécie tem lugar antes de transitar em julgado a sentença
cit. p. 368). penal, devendo ser regulada pelo máximo da pena privativa de li-
Sob um aspecto amplo, decadência significa a perda de um berdade ao crime. Os prazos em que é verificada são os constantes
direito potestativo, pelo decurso de um prazo fixado em lei ou con- no rol do artigo 109, do Código Penal.
vencionado entre as partes. No Direito Penal, em seu sentido mais Regra geral, o termo inicial da prescrição da pretensão pu-
nitiva propriamente dita deve ser contado a partir do dia da con-
estrito, decadência traduz o perecimento do direito da ação penal
sumação do delito (artigo 111, inciso I, do Código Penal). Este
de exercício privado, ou do direito de representação nos casos de
dispositivo legal traz outros marcos iniciais para fins de contagem
ação penal pública de exercício condicionado, pelo decurso do
de prazo prescricional: a) no caso de tentativa, do dia em que ces-
prazo de seis meses (artigo 103, do Código Penal).
sou a atividade criminosa (artigo 111, inciso II, do Código Penal);
Por derradeiro, a perempção é definida por JUAREZ CIRINO b) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência
DOS SANTOS como: “fenômeno processual extintivo da punibili- (artigo 111, inciso III, do Código Penal) ; c) nos de bigamia e nos
dade em ações penais de iniciativa privada, caracterizado pela ina- de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da
tividade, pela omissão ou pela negligência do autor na realização data em que o fato se tornou conhecido (artigo 111, inciso IV, do
de atos processuais específicos” (Direito penal: parte geral. 2ª ed. Código Penal).
Curitiba: Lumen Juris, 2007, p. 689). Observa-se que,a perempção Segundo o Superior Tribunal de Justiça,“a prescrição penal é
é uma sanção para o querelante que se comporta conforme as hi- aplicável nas medidas sócio-educativas” (Súmula 338).
póteses elencadas no artigo 60, do Código de Processo Penal, que
além de repercutir no processo em que incide, reflete no campo Prescrição superviniente ou intercorrente:
penal, levando à extinção da punibilidade.
Pode ser conceituada como aquela que ocorre entre a data da
Para se dar a prescrição é necessário que: publicação da sentença penal condenatória e o trânsito em julgado
para a acusação. A prescrição superviniente ou intercorrente é re-
“a) exista o direito material da parte a uma prestação a ser gida pela pena aplicada, tendo como marco inicial a publicação da
cumprida, a seu tempo, por meio de ação ou omissão do devedor; sentença penal condenatória.
Envolvendo o tema, BASILEU GARCIA comentou que: “a
“b) ocorra a violação desse direito material por parte do obri- proibição legal de reformatio in pejus, assegurando a impratica-
gado, configurando o inadimplemento da prestação devida; bilidade da exacerbação da pena sem recurso do acusador, permi-
te basear a prescrição na quantidade fixada na sentença” (Ob. cit.
“c) surja, então, a pretensão, como conseqüência da violação 373).
do direito subjetivo, isto é, nasça o poder de exigir a prestação
pelas vias judiciais; e, finalmente; Prescrição retroativa.
Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DIREITO PENAL
regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, penal – e qualquer outra interpretação representaria analogia in
ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa”. Com malam partem, proibida pelo princípio da legalidade penal. Se-
esta modificação, a prescrição retroativa somente ocorre entre o gunda, na forma do art. 1º, da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso),
recebimento da denúncia ou queixa e a publicação da sentença o limite etário de 70 (setenta) anos (na data da sentença), como
condenatória. Ressalta-se que a nova lei, que se mostra menos be- fundamento para redução dos prazos prescricionais, deve ser alte-
néfica ao réu, somente pode ser aplicada a fatos posteriores à data rado para 60 (sessenta) anos, pela mesma razão que determinou a
de sua publicação (artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal). fixação desse marco etário para definir o cidadão idoso, alterando
expressamente a circunstância agravante do art. 61, h, CP, na hipó-
Prescrição antecipada, projetada, virtual ou retroativa em tese de ser vítima de crime: a analogia in bonam partem é autoriza-
perspectiva. da pelo princípio da legalidade penal e, portanto, constitui direito
do réu” (Ob. cit. p. 683-684).
Esta espécie de prescrição não encontra previsão legal, sendo Caso o condenado seja reincidente, o prazo prescricional da
uma construção doutrinária e jurisprudencial, tendo como funda- pretensão executória deverá ser ampliado em um terço (artigo
mentos a economia e falta de interesse processual. Ela seria verifi- 110).Frise-se que a predita ampliação de prazo só tem lugar na
cada ainda em sede de inquérito policial, ou seja, antecipadamente, prescrição da pretensão executória, conforme se extrai da Súmula
sendo regulada pela provável pena em concreto que seria estabele- 220 do STJ: “a reincidência não influi no prazo da prescrição da
cida pelo magistrado por ocasião da condenação. pretensão punitiva”.
Como assinalou JUAREZ CIRINO DOS SANTOS, a prescri-
ção pela pena virtual seria “outra generosa invenção da jurispru- Prescrição das penas restritivas de direito.
dência brasileira, amplamente empregada por segmentos liberais
do Ministério Público e da Magistratura nacionais” (Ob. cit. p. Os prazos prescricionais das penas restritivas de direito se-
682). guem a sorte dos prazos prescricionais das penas privativas de
O Superior Tribunal de Justiça se posicionou contrário a esta liberdade, conforme se verifica pelo disposto no artigo 109, pará-
criação jurisprudencial ao editar a Súmula 438: “é inadmissível grafo único: “aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos
prazos previstos para as privativas de liberdade”.
a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva
com fundamento em pena hipotética, independentemente da exis-
Prescrição da pena de multa.
tência ou sorte do processo penal”.
A prescrição da pretensão punitiva da pena de multa ocorrerá:
Prescrição da pretensão executória.
a) em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou apli-
cada (artigo 114, inciso I); b) no mesmo prazo estabelecido para
A prescrição da pretensão executória é aquela que implica na
prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alter-
perda da possibilidade de aplicação da sanção penal, em face do nativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplica-
decurso do tempo. Ela deve ser regulada pela pena fixada na sen- da. Nestas hipóteses são aplicadas as mesmas causas suspensivas e
tença condenatória ou acórdão. Neste sentido dispõe a Súmula 604 interruptivas da prescrição de pena privativa de liberdade.
do STF: “A prescrição pela pena em concreto é somente da preten- Em relação à prescrição da pretensão executória da pena de
são executória da pena privativa de liberdade”. multa, convém lembrar que, com o advento da Lei n. 9.268/1996,
Começa a correr a prescrição da pretensão executória: a) do que passou a considerar a pena pecuniária como dívida de valor,
dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a seu prazo passou a ser de cinco anos, e são aplicadas as causas
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o suspensivas e interruptivas da legislação tributária para a hipótese.
livramento condicional (artigo 112, inciso I); b) do dia em que se
interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva Prazos
computar-se na pena(artigo 112, inciso II). O prazo prescricional sempre dependerá da pena abstrata ou
A prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação da que foi aplicada. Em geral, deverá observar os intervalos do
do livramento condicional é regulada pelo tempo que resta da pena art. 109 do CP. Entretanto, algumas legislações especiais prevêem
(artigo 113). prazos próprios para suas matérias.
Os prazos de prescriçãosão reduzidos à metade quando o cri- Enquanto que o impedimento da prescrição inibe o início do
minoso era: a) ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, curso do prazo prescricional, a suspensão leva à paralização do
ou;b) na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos (artigo 115, prazo já em curso. As causas impeditivas ou suspensivas dizem
do Código Penal). respeito à prescrição da pretensão punitiva propriamente dita.
Sobre o disposto, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS ensi-
na que: “a definição legal da capacidade civil aos 18 anos (art. O artigo 116 estabelece que não corre a prescrição:
5º, caput, do Código Civil), não exclui a redução dos prazos de a) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
prescrição para agentes menores de 21 anos: a redução dos prazos dependa o reconhecimento da existência do crime (artigo 116, in-
prescricionais tem por fundamento idade inferior a 21 anos – não ciso I);
a incapacidade civil do agente na data do fato. Além disso, deci- b) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro (artigo 116,
sões do legislador civil não podem invalidar critérios do legislador inciso II).
Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DIREITO PENAL
Sobre a matéria, a Súmula 415 do Superior Tribunal de Justiça A vontade não se confunde com a intenção (finalidade), sendo
orienta que: “o período de suspensão do prazo prescricional é regu- esta o direcionamento ao fim almejado. A vontade é a força psicoló-
lado pelo máximo da pena cominada”. gica que determina o movimento; a intenção é o conteúdo da vonta-
de, aquilo que se deseja.
Causas interruptivas da prescrição. Os atos meramente reflexos não são atos voluntários, logo não
se enquadram no conceito de ação. Nos atos tomados por impulso
As causas interruptivas da prescrição estão elencadas no artigo (uma reação brusca a uma agressão, por exemplo), existe ação, pois
117:a) pelo recebimento da denúncia ou da queixa; b) pela pronún- sempre há a concorrência da vontade.
cia; c) pela decisão confirmatória da pronúncia; d) pela publicação Os crimes omissivos, por sua vez, apresentam maior dificulda-
da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; e) pelo início ou de, eis que não é a atuação do indivíduo que causa o dano. Pune-se
continuação do cumprimento da pena; f) pela reincidência. o agente por ter deixado de agir conforme a norma penal — não
A Súmula 191 do Superior Tribunal de Justiça enunciou que: fez o que tinha obrigação de fazer. Logo, a omissão só é verificável
“a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribu- confrontando-se a conduta praticada com a conduta exigível, o que
nal do Júri venha a desclassificar o crime”. implica, necessariamente, uma valoração por parte do juiz.
As causas interruptivas da prescrição fazem o prazo voltar a Há duas espécies de crimes omissivos. Os omissivos próprios e
correr do início, ou seja, possuem o condão de determinar o reinício os omissivos impróprios.
da contagem do prazo prescricional, vertendo em sua integralidade Os omissivos próprios contém, na definição do tipo penal, um
a partir do dia da interrupção. No caso de continuação do cum- verbo que indica a falta de ação, normalmente o verbo deixar. A des-
primento de pena, há uma exceção à regra geral, uma vez que a crição típica alude a um não-fazer (omissão de socorro, abandono
prescrição deverá ser regulada pelo tempo restante da pena (artigo intelectual, omissão de notificação de doença etc.).
117, parágrafo segundo). Já os omissivos impróprios são crimes comissivos praticados
A interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a to- mediante uma omissão. Um exemplo: quem deixa de alimentar uma
dos os autores do crime, salvo nos casos de início e continuação da criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O
pena e reincidência. Por derradeiro, o artigo 117, parágrafo primei- tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma
ro, in fine, estabelece que: “nos crimes conexos, que sejam objeto inação.
do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a A diferença básica entre um e outro consiste em que, no pri-
qualquer deles”. meiro, o resultado é produzido por conta da omissão, enquanto, no
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a sentença concessiva segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente
de perdão judicial não tem o condão de interromper a prescrição, uma ação positiva no sentido de evitá-lo, rompendo o nexo de cau-
uma vez que ela é apenas declaratória de extinção da punibilidade salidade.
(Súmula 18). Mas de quem poder-se-á exigir tal ação?
O art. 13 do Código Penal, ao tratar do nexo de causalidade,
esclarece que a omissão é relevante quando o agente PODIA agir e
TIPICIDADE, ILICITUDE E DEVIA agir. O dever de ação incumbe a quem:
CULPABILIDADE. por lei, tivesse a obrigação de agir, como os policiais, bombei-
ros, médicos etc.;
por disposição contratual ou qualquer outro meio houvesse se
comprometido a impedir o resultado, como o guia de excursão, o lí-
TIPICIDADE: der dos escoteiros, o nadador experiente que se compromete a ajudar
Fato típico (elemento do crime) é a conduta (positiva ou negati- seu acompanhante; ou
va) que provoca um resultado (em regra) que se amolda perfeitamen- por sua ação anterior, criou o risco de produzir o resultado,
te aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. como alguém que ateia fogo a uma casa, para receber o seguro, sem
O fato típico é composto dos seguintes elementos: atentar para a presença de uma pessoa dentro do recinto; ou quem,
1 - CONDUTA dolosa ou culposa; por brincadeira, empurra uma pessoa que não sabe nadar dentro de
O tipo penal não descreve qualquer fato, mas somente condutas. uma piscina; em ambos os casos, por terem ocasionado o perigo,
Conduta é o agir humano consciente e voluntário, dirigido a devem impedir a ocorrência do resultado lesivo.
uma finalidade. A conduta, comissiva ou omissiva, pode ser dolosa ou culposa.
A conduta compreende duas formas: o agir e o omitir-se (desde Será dolosa se houver coincidência entre a finalidade desejada pelo
que voluntários). O termo ação, em sentido amplo, as abarca, embora agente e o resultado alcançado. Haverá culpa, em sentido estrito,
seja mais interessante seguir os exemplos do Código, e usar a palavra quando o resultado, embora não desejado pelo agente, foi produzido
ação como sinônimo de ação positiva, e o termo omissão para desig- em razão de sua imprudência, negligência ou imperícia:
nar a ação negativa. Conduta seria a palavra mais apropriada como Imprudência: corresponde à ação positiva, que não devia ser
denominador comum. praticada ou o é sem os cuidados necessários. Por exemplo: dirigir
O crime comissivo — praticado por ação — é o mais fácil de em alta velocidade, manusear uma arma de fogo sem descarregá-la
conceituar. Corresponde a um movimento corpóreo do indivíduo. etc.
Uma alteração da posição dos músculos, determinada pelo cérebro Negligência: significa desleixo, falta de cuidado. Ocorre quan-
de acordo com a vontade do indivíduo. Faz-se o que não se poderia do o agente deixa de realizar atos necessários a impedir que o re-
fazer. sultado lesivo ocorra. Se deixa uma arma ao alcance de crianças, se
não procede à correta manutenção do automóvel, e assim por diante.
Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DIREITO PENAL
Imperícia: implica descumprimento de regra técnica, que pode Boa parte dos crimes contém, em sua descrição típica, uma
vir expressa em lei, regulamento, ou simplesmente pertencer ao conduta (fazer ou não fazer humano), da qual resulta uma lesão ou
domínio de alguma ciência, arte ou profissão. A imperícia normal- perigo de lesão a algum bem juridicamente tutelado.
mente vem acompanhada da imprudência ou da negligência. Exem- A responsabilidade penal não se baseia unicamente no resul-
plo: o médico que, sem saber utilizar o equipamento, dele faz uso, tado, mas sobretudo na vontade e na intenção apresentadas pelo
produzindo lesões no paciente; ou o motorista profissional que não agente. Necessário, entretanto, ligar-se o agente ao resultado por
procede à manutenção de seu veículo e por isso provoca acidente. meio de uma relação lógica de causa-efeito, em que a conduta seja
condição sine qua non para que o resultado ocorra. É o que faz
O dolo pode ser direto e indireto. Este, alternativo ou eventual. o Código, ao considerar causa a ação ou omissão sem a qual o
Direto: quando o agente deseja o resultado. resultado não teria ocorrido.
Alternativo: quando há mais de um resultado possível e ao Na linha de desdobramento causal, unem-se causas e concau-
agente interessa qualquer deles. sas (fatores concorrentes e simultâneos), e bem assim condições
Eventual: quando o agente não deseja o resultado, mas assume — fatores preexistentes.
o risco de produzi-lo. Verifica-se, dessa forma, o nexo de causalidade quando, abs-
Há que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. Nes- traindo-se a conduta da linha de desdobramento, deixa de ocorrer
ta, embora haja previsão, o agente tem certeza de que o resultado o resultado.
não ocorrerá. Do contrário, não persistiria na conduta. Naquele, a Depois de se estabelecer o nexo de causalidade, atenta-se para
ocorrência ou não do resultado lhe é indiferente. A assunção do ris- a culpa (lato sensu) do agente. Assim, a responsabilidade penal
co implica assentimento ao resultado. só se dará com a presença do aspecto objetivo (nexo causal) e do
aspecto subjetivo (culpa). Não há lugar, no Direito Penal, para a
2 - RESULTADO (salvo nos crimes de mera conduta). responsabilidade objetiva1.
Resultado é uma modificação no mundo exterior que se segue, Adotando a teoria da equivalência dos antecedentes, o Código
como consequência, à primeira modificação, que é a conduta.
não isenta de responsabilidade o agente mesmo que outros fatores
O resultado é, dentre os efeitos da prática da conduta, o que
tenham se somado à conduta para produzir o resultado final.
a lei penal entende como suficiente à configuração do crime. Há,
Exceção para causas supervenientes que, “por si só”, tenham
no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou
produzido o resultado. Considera-se que uma causa superveniente,
antecipar a punição, recaindo esta, unicamente, sobre a prática da
relativamente independente, produziu o resultado “por si só” quan-
conduta.
do ela levou o fato a um desdobramento fora do que ordinariamen-
Quanto ao resultado, classificam-se os delitos em:
te se poderia esperar.
Materiais: também chamados “crimes de ação e resultado”,
A seguir apresentamos alguns exemplos:
pois o tipo penal descreve tanto a conduta quanto seu efeito. Se este
Causa preexistente relativamente independente: o indiví-
não ocorrer, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá
duo é ferido mas, por ser diabético, não consegue a cicatrização, e
tentativa. Ex.: homicídio (o resultado é a morte); furto (subtração);
peculato (apropriação); estupro (conjunção carnal). morre em virtude das complicações advindas do ferimento.
Formais: existe um resultado possível e desejado pelo agente, Causa concomitante relativamente independente: diversas
mas o tipo penal não exige sua ocorrência, punindo a simples prá- pessoas agridem, a socos e pontapés, a vítima, que morre em de-
tica da conduta. Ex.: corrupção ativa (basta prometer a vantagem, corrência de todos as pancadas.
ainda que esta não seja aceita); extorsão (consuma-se somente com Causa superveniente relativamente independente, que não
a prática da violência ou grave ameaça); calúnia (não é necessário causa o resultado “por si só”: alguém é ferido e, levado ao hos-
comprovar que a honra foi lesionada, bastando o ato de ofender). pital, a ferida infecciona, produzindo sua morte.
De mera conduta: o tipo descreve apenas a conduta, sem se Causa superveniente relativamente independente, que
referir a qualquer resultado. Ex.: violação de domicílio, desobediên- “por si só” causa o resultado: o ferido é levado ao hospital e, no
cia, porte de arma etc. caminho, por imprudência do motorista, a ambulância abalroa um
poste, causando a morte do paciente por traumatismo craniano.
3 – NEXO DE CAUSALIDADE entre a conduta e o resultado (Note-se que o desdobramento fugiu do que normalmente acon-
(salvo nos crimes de mera conduta e formais); tece).
É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Ado-
tou o CP a teoria da equivalência dos antecedentes, que considera Quando a causa é absolutamente independente, não há nexo.
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Se alguém coloca veneno na comida de uma pessoa, e esta, du-
Para saber se determinado fato é ou não causa do resultado, rante a refeição, antes de o veneno produzir seu efeito, morre em
utiliza-se o método hipotético de Thyrén: se não houvesse o fato, o decorrência de um desabamento, não há ligação entre a conduta e
resultado teria ocorrido? Se se concluir que não, é porque o fato foi o resultado.
causador do resultado. 1 Embora se possa afirmar que o Código, no art.
Assim, quando se procura definir se uma conduta foi ou não 28, II, ao tratar da inimputabilidade por embriaguez, de certa
causa de determinado resultado pergunta-se: caso a conduta não ti- forma acatou o princípio da responsabilidade objetiva. Os auto-
vesse sido praticada, o resultado teria ocorrido? Se o resultado se res, entretanto, divergem quanto a esta posição.
modificasse, é porque a conduta lhe foi causa.
Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DIREITO PENAL
4 - TIPICIDADE (enquadramento do fato material a uma § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode
norma penal). ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº
No exemplo citado no item anterior, “A esfaqueou B”, logo: 7.209, de 11.7.1984)
A praticou a conduta esfaquear (conduta); B morreu (resultado); § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime me-
B morreu em consequência das lesões produzidas pelas facadas nos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumen-
(nexo causal); todo esse acontecimento se enquadra no artigo 121 tada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
do Código Penal (tipicidade). grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Adotando-se a teoria da imputação objetiva, ela se insere
como o quinto elemento do fato típico, devendo ser analisada logo Circunstâncias incomunicáveis
após o nexo causal.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições
Atenção: nos crimes formais não se exige a produção do re-
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.(Redação
sultado.
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ILICITUDE:
É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento ju- Casos de impunibilidade
rídico. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
A conduta descrita em norma penal incriminadora será ilíci- salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o cri-
ta ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. me não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei
Assim, o conceito de ilicitude de um fato típico é encontrado por nº 7.209, de 11.7.1984)
exclusão: é antijurídico quando não declarado lícito por causas de
exclusão da antijuridicidade (CP, art. 23, ou normas permissivas
encontradas em sua parte especial ou em leis especiais).
CONCURSO DE CRIMES
CULPABILIDADE:
CONCURSO DE PESSOAS.
TÍTULO III
TÍTULO IV DA IMPUTABILIDADE PENAL
DO CONCURSO DE PESSOAS
Inimputáveis
Regras comuns às penas privativas de liberdade Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime in- da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
cide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) to. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DIREITO PENAL
Redução de pena Caso de diminuição de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois ter- § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
ços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira- logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- zir a pena de um sexto a um terço.
se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Menores de dezoito anos I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente motivo torpe;
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legisla- II - por motivo futil;
ção especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
Emoção e paixão comum;
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofen-
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, dido;
de 11.7.1984) V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime:
Embriaguez Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou subs-
tância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
11.7.1984) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo femini-
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, no: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Re- ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen- consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (In-
te, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, cluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acor- § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo femi-
do com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de nino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de
11.7.1984) 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
ESPÉCIES DE CRIMES: CRIMES CONTRA II - menosprezo ou discriminação à condição de mu-
A PESSOA; CRIMES CONTRA O PATRIMÔ- lher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
NIO; CRIMES CONTRA OS COSTUMES;
Homicídio culposo
CRIMES CONTRA A FAMÍLIA; CRIMES § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
CONTRA A PAZ PÚBLICA; CRIMES CON- Pena - detenção, de um a três anos.
TRA A SAÚDE PÚBLICA; CRIMES CONTRA
A FÉ PÚBLICA; CRIMES CONTRA A ADMI- Aumento de pena
NISTRAÇÃO PÚBLICA. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu
ESPÉCIES DE CRIMES: CRIMES CONTRA A PES- ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homi-
SOA; cídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
TÍTULO I anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá dei-
xar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem
CAPÍTULO I o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
DOS CRIMES CONTRA A VIDA desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
Homicídio simples crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação
Art. 121. Matar alguem: de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. pela Lei nº 12.720, de 2012)
Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até CAPÍTULO II
a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, DAS LESÕES CORPORAIS
de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao Lesão corporal
parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 Pena - detenção, de três meses a um ano.
(sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015) Lesão corporal de natureza grave
III - na presença de descendente ou de ascendente da víti- § 1º Se resulta:
ma. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trin-
ta dias;
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio II - perigo de vida;
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
lhe auxílio para que o faça:
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta
lesão corporal de natureza grave. § 2° Se resulta:
Parágrafo único - A pena é duplicada: I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
Aumento de pena III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; IV - deformidade permanente;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, V - aborto:
a capacidade de resistência. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as Exposição ou abandono de recém-nascido
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) desonra própria:
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de um a três anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente des- § 2º - Se resulta a morte:
crito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
Pena - detenção, de dois a seis anos.
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão Omissão de socorro
dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fa-
pela Lei nº 13.142, de 2015) zê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
CAPÍTULO III perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis-
Perigo de contágio venéreo são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou a morte.
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que
sabe ou deve saber que está contaminado: Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qual-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação. quer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
administrativos, como condição para o atendimento médico-hospi-
Perigo de contágio de moléstia grave talar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In-
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: cluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da nega-
tiva de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até
Perigo para a vida ou saúde de outrem o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
e iminente: Maus-tratos
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti- Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
tui crime mais grave. autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cui-
se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do
transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabele- dados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
cimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas le- inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
gais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Abandono de incapaz Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, § 2º - Se resulta a morte:
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defen- Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
der-se dos riscos resultantes do abandono: § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
Pena - detenção, de seis meses a três anos. contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 8.069, de 1990)
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte: CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
DA RIXA
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um Rixa
terço: Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendo-
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; res:
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
tutor ou curador da vítima. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu-
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de
Lei nº 10.741, de 2003) detenção, de seis meses a dois anos.
Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO V IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
DOS CRIMES CONTRA A HONRA de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº
10.741, de 2003)
Calúnia Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Exclusão do crime
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputa- Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
ção, a propala ou divulga. I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou cien-
Exceção da verdade tífica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; do ofício.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injú-
nº I do art. 141; ria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendi-
do foi absolvido por sentença irrecorrível. Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabal-
Difamação mente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha prati-
reputação: cado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comu-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. nicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei
Exceção da verdade nº 13.188, de 2015)
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere ca-
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se
lúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir
o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
de suas funções.
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
Injúria
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º,
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
da violência resulta lesão corporal.
decoro:
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Códi-
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: go, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta- mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Códi-
mente a injúria; go. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, CAPÍTULO VI
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltan- DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
tes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da SEÇÃO I
pena correspondente à violência. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa Constrangimento ilegal
ou portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
2003) ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio,
Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído pela Lei a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a
nº 9.459, de 1997) fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de Aumento de pena
um terço, se qualquer dos crimes é cometido: § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de go- quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas,
verno estrangeiro; ou há emprego de armas.
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspon-
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a dentes à violência.
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do SEÇÃO II
paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE
perigo de vida; DO DOMICÍLIO
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Violação de domicílio
Ameaça Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamen-
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou te, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa- § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
ção. ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou
mais pessoas:
Sequestro e cárcere privado Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena cor-
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro respondente à violência.
ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância
Pena - reclusão, de um a três anos.
das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
alheia ou em suas dependências:
nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;(Redação dada
I - durante o dia, com observância das formalidades legais,
pela Lei nº 11.106, de 2005) para efetuar prisão ou outra diligência;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime
casa de saúde ou hospital; está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. § 4º - A expressão «casa» compreende:
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) I - qualquer compartimento habitado;
anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) II - aposento ocupado de habitação coletiva;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exer-
Lei nº 11.106, de 2005) ce profissão ou atividade.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu- § 5º - Não se compreendem na expressão «casa»:
reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva,
Pena - reclusão, de dois a oito anos. enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Redução a condição análoga à de escravo
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, SEÇÃO III
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, DOS CRIMES CONTRA A
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer res- INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
tringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto:(Redação dada pela Lei Violação de correspondência
nº 10.803, de 11.12.2003) Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspon-
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena dência fechada, dirigida a outrem:
correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 10.803, de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
11.12.2003)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº Sonegação ou destruição de correspondência
10.803, de 11.12.2003) § 1º - Na mesma pena incorre:
I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia,
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;(Incluído
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou te-
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
lefônica
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utili-
o fim de retê-lo no local de trabalho.(Incluído pela Lei nº 10.803, za abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida
de 11.12.2003) a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:(In- III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
cluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) no número anterior;
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
10.803, de 11.12.2003) sem observância de disposição legal.
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para ou-
origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) trem.
Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em § 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comu-
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: nicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais,
Pena - detenção, de um a três anos. informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle re-
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos moto não autorizado do dispositivo invadido:(Incluído pela Lei nº
casos do § 1º, IV, e do § 3º. 12.737, de 2012) Vigência
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa,
Correspondência comercial se a conduta não constitui crime mais grave.(Incluído pela Lei nº
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de es- 12.737, de 2012) Vigência
tabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, § 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois ter-
desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar ços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a tercei-
a estranho seu conteúdo: ro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.(Incluído
Pena - detenção, de três meses a dois anos. pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for
praticado contra:(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
SEÇÃO IV I - Presidente da República, governadores e prefeitos;(Incluí-
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE do pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
DOS SEGREDOS II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Divulgação de segredo III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de do- de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do
cumento particular ou de correspondência confidencial, de que é Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou(Incluído pela Lei nº
destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a 12.737, de 2012) Vigência
outrem: IV - dirigente máximo da administração direta e indireta fede-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ral, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vi-
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas gência
de informações ou banco de dados da Administração Pública: (In- Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) procede mediante representação, salvo se o crime é cometido con-
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí- tra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Po-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) deres da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, empresas concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela
a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
2000)
Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração Extorsão mediante sequestro
da coisa; Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do res-
destreza; gate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
III - com emprego de chave falsa; Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei
Furto de coisa comum nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: nº 8.072, de 25.7.1990)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide
§ 1º - Somente se procede mediante representação. Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
CAPÍTULO II Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada
DO ROUBO E DA EXTORSÃO pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
Roubo
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado,
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê- terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei
-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: nº 9.269, de 1996)
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída Extorsão indireta
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abu-
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si sando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
ou para terceiro. procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; CAPÍTULO III
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o DA USURPAÇÃO
agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
Alteração de limites
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) ou em parte, de coisa imóvel alheia:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a § 1º - Na mesma pena incorre quem:
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas
Extorsão alheias;
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida Esbulho possessório
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
alguma coisa:
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o dis- esta cominada.
posto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de vio-
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade lência, somente se procede mediante queixa.
da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vanta-
gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, Supressão ou alteração de marca em animais
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam- Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (In- rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
cluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO IV Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as con-
DO DANO tribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Dano Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí-
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: do pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Dano qualificado I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância
Parágrafo único - Se o crime é cometido: destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga-
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do públi-
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o co; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
fato não constitui crime mais grave II – recolher contribuições devidas à previdência social que
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empre- tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à ven-
sa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia da de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº
mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) 9.983, de 2000)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
a vítima: cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela pre-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da vidência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
pena correspondente à violência. § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, impor-
Introdução ou abandono de animais em propriedade tâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência
alheia social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so-
mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes,
prejuízo:
desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previ-
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
denciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983,
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
de 2000)
autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
ou histórico: seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de
suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Alteração de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou for-
aspecto de local especialmente protegido por lei: ça da natureza
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Ação penal Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
Apropriação de tesouro
CAPÍTULO V I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuí- Induzimento à especulação
zo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inex-
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: periência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem,
induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com
Disposição de coisa alheia como própria títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em ga- é ruinosa:
rantia coisa alheia como própria; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Outras fraudes
Fraude para recebimento de indenização ou valor de se-
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel
guro
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou
efetuar o pagamento:
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa-
seguro;
ção, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena.
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em po- Fraudes e abusos na fundação ou administração de socie-
der do sacado, ou lhe frustra o pagamento. dade por ações
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fa-
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de zendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assem-
economia popular, assistência social ou beneficência. bleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul-
tando fraudulentamente fato a ela relativo:
Estelionato contra idoso Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido constitui crime contra a economia popular.
contra idoso.(Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
Duplicata simulada I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que,
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao pú-
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualida- blico ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco-
de, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
27.12.1990) parte, fato a elas relativo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda- II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que fal- III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
sificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplica- ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
tas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968) sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
Abuso de incapazes sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de neces- V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
sidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou de- aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
bilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de-
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou
de terceiro: dividendos fictícios;
Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DIREITO PENAL
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou União, Estado, Município, empresa concessionária de servi-
parecer; ços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autori- 9.426, de 1996)
zada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns.
I e II, ou dá falsa informação ao Governo. CAPÍTULO VIII
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, DISPOSIÇÕES GERAIS
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para
outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “war- I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
rant”
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
ou ilegítimo, seja civil ou natural.
desacordo com disposição legal:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº
Fraude à execução 10.741, de 2003)
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
ou danificando bens, ou simulando dívidas: II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
CAPÍTULO VII haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
DA RECEPTAÇÃO II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual
Receptação ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, 2003)
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de cri-
me, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou CRIMES CONTRA OS COSTUMES;
oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada TÍTULO VI
pela Lei nº 9.426, de 1996) DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996) CAPÍTULO I
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer-
cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser Estupro
produto de crime:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.(Redação dada
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
pela Lei nº 9.426, de 1996)
ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pará-
12.015, de 2009)
grafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandes-
tino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada
nº 9.426, de 1996) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as Lei nº 12.015, de 2009)
penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isen- de 2009)
to de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela
pela Lei nº 9.426, de 1996) Lei nº 12.015, de 2009)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº
155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 12.015, de 2009)
Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidi- Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
noso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
pela Lei nº 12.015, de 2009) (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou ou-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela tro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de ou-
Lei nº 12.015, de 2009) trem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de ob- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela
ter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerá-
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) vel. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter van- Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra
tagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
cício de emprego, cargo ou função.” (Incluído pela Lei nº 10.224, discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificul-
de 15 de 2001) tar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela
nº 10.224, de 15 de 2001) Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem
15 de 2001) econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 2009)
de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
CAPÍTULO II
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na si-
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
tuação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015,
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
Sedução
que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (In-
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obri-
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) gatório da condenação a cassação da licença de localização e de
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li- funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015,
bidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº de 2009)
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela CAPÍTULO III
Lei nº 12.015, de 2009) DO RAPTO
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, Rapto violento ou mediante fraude
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009) Rapto consensual
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza gra-
ve: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Diminuição de pena
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, Concurso de rapto e outro crime
de 2009) Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Corrupção de menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satis- Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
fazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada Ação penal
pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Títu-
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, lo, procede-se mediante ação penal pública condicionada à repre-
de 2009) sentação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal Casa de prostituição
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabe-
ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) lecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito
de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação
Aumento de pena dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
11.106, de 2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de Rufianismo
2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando
2005) diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madras- parte, por quem a exerça:
ta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (ca-
sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
torze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto,
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei
CAPÍTULO V
ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Re-
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA
PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009) dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça,
Mediação para servir a lascívia de outrem fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: da vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de um a três anos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoi- pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 12.015,
to) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou de 2009)
companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja con-
fiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Redação Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração se-
dada pela Lei nº 11.106, de 2005) xual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no território nacio-
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave nal, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra
ameaça ou fraude: forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspon- no estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
dente à violência. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se Lei nº 12.015, de 2009)
também multa. § 1o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou
comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento des-
Favorecimento da prostituição ou outra forma de explora- sa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Redação dada
ção sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra § 2o A pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que Lei nº 12.015, de 2009)
alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Reda-
nº 12.015, de 2009)
ção dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei
teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga- nº 12.015, de 2009)
ção de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
12.015, de 2009) teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga-
Lei nº 12.015, de 2009) ção de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave 12.015, de 2009)
ameaça ou fraude: IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (In-
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspon- cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dente à violência. § 3o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015,
também multa. de 2009)
Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DIREITO PENAL
Tráfico interno de pessoa para fim de exploração se- CAPÍTULO VII
xual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamento de alguém (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou ou-
tra forma de exploração sexual: (Redação dada pela Lei nº 12.015, Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é au-
de 2009)
mentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei nº 12.015, de 2009) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, ven- III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela
der ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimen- Lei nº 12.015, de 2009)
to dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Incluído IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima
pela Lei nº 12.015, de 2009) doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser
§ 2o A pena é aumentada da metade se: (Incluído pela Lei nº portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
12.015, de 2009) Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei neste Título correrão em segredo de justiça.(Incluído pela Lei nº
nº 12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
2009)
necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei
nº 12.015, de 2009) CRIMES CONTRA A FAMÍLIA;
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- TÍTULO VII
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga- DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
ção de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (In-
cluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Bigamia
§ 3o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
econômica, aplica-se também multa.(Incluído pela Lei nº 12.015, Pena - reclusão, de dois a seis anos.
de 2009) § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com re-
clusão ou detenção, de um a três anos.
CAPÍTULO VI § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o
crime.
Ato obsceno
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial
exposto ao público: o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Escrito ou objeto obsceno Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do con-
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua traente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pú- em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento,
blica, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obs- anule o casamento.
ceno:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Conhecimento prévio de impedimento
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de im-
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
pedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
Pena - detenção, de três meses a um ano.
dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, repre- Simulação de autoridade para celebração de casamento
sentação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; de casamento:
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. crime mais grave.
Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DIREITO PENAL
Simulação de casamento Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pes- Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa
soa: em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251,
elemento de crime mais grave. de 1984)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada
Adultério pela Lei nº 7.251, de 1984)
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado
CAPÍTULO II para o exterior. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO § 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação
Registro de nascimento inexistente de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimen- obter lucro. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
to inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos. Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução pri-
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente mária de filho em idade escolar:
ao estado civil de recém-nascido Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito
filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
Lei nº 6.898, de 1981) pessoa viciosa ou de má vida;
Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-
nº 6.898, de 1981) lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco- III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
nhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de
pública:
aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Sonegação de estado de filiação
CAPÍTULO IV
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição
DOS CRIMES CONTRA O
de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou
atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
estado civil:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
incapazes
CAPÍTULO III Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fu-
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR gir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele
exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar
Abandono material a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entre-
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para gá-lo a quem legitimamente o reclame:
o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixa- Subtração de incapazes
da ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao po-
ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº der de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem
10.741, de 2003) judicial:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada constitui elemento de outro crime.
pela Lei nº 5.478, de 1968) § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo sol- do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamen-
vente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abando- te privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
no injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de
pela Lei nº 5.478, de 1968)
aplicar pena.
Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA; Envenenamento de água potável ou de substância alimen-
tícia ou medicinal
TÍTULO IX Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particu-
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA lar, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei
Incitação ao crime nº 8.072, de 25.7.1990)
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a subs-
tância envenenada.
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:
de autor de crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Corrupção ou poluição de água potável
Associação Criminosa Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saú-
específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de:
de 2013) (Vigência) Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Modalidade culposa
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a asso- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
ciação é armada ou se houver a participação de criança ou adoles- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
cente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de subs-
Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº tância ou produtos alimentícios (Redação dada pela Lei nº 9.677,
12.720, de 2012) de 2.7.1998)
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à
com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei
Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
pela Lei nº 12.720, de 2012) ção dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA; expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentí-
CAPÍTULO III cia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluído
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoó-
Epidemia
lico. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes
patogênicos: Modalidade culposa
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei § 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei nº 9.677,
nº 8.072, de 25.7.1990) de 2.7.1998)
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro-
Infração de medida sanitária preventiva duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. destinado a fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Re-
farmacêutico, dentista ou enfermeiro. dação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, ex-
Omissão de notificação de doença põe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma,
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompi-
doença cuja notificação é compulsória: do, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 2.7.1998)
Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este ar- Outras substâncias nocivas à saúde pública
tigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêu- Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
ticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. (In- para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou
cluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ou a fim medicinal:
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sani- Modalidade culposa
tária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Parágrafo único - Se o crime é culposo:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro pre- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
visto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
III - sem as características de identidade e qualidade admi- Substância avariada
tidas para a sua comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
2.7.1998)
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua ativida- Medicamento em desacordo com receita médica
de; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de receita médica:
2.7.1998) Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade
sanitária competente. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Modalidade culposa
Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecen-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tes
Emprego de processo proibido ou de substância não per- COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE
mitida OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a con- FÍSICA OU PSÍQUICA. (Redação dada pela Lei nº 5.726, de
sumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, subs- 1971) (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
tância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
expressamente permitida pela legislação sanitária:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêu-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tica
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
Invólucro ou recipiente com falsa indicação médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou exce-
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos dendo-lhe os limites:
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substân- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
cia que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
quantidade menor que a mencionada: (Redação dada pela Lei nº aplica-se também multa.
9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Charlatanismo
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou in-
falível:
Produto ou substância nas condições dos dois artigos an- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
teriores
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender Curandeirismo
ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
dos arts. 274 e 275. I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação qualquer substância;
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Substância destinada à falsificação Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remunera-
substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, te- ção, o agente fica também sujeito à multa.
rapêuticos ou medicinais:(Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) Forma qualificada
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previs-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.
Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA; CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E
TÍTULO X OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Falsificação de papéis públicos
CAPÍTULO I Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
DA MOEDA FALSA I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual-
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tribu-
to;(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
Moeda Falsa
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso le-
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda me-
gal;
tálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: III - vale postal;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econô-
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou mica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, público;
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moe- relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução
da falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a por que o poder público seja responsável;
falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
multa. administrada pela União, por Estado ou por Município:
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 11.035, de 2004)
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi-
lei; cados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 2004)
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém
Crimes assimilados ao de moeda falsa em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:(In-
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de res- cluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
tituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já reco- tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
lhidos para o fim de inutilização: b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze nº 11.035, de 2004)
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos,
na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Petrechos para falsificação de moeda § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra- qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re-
qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
Emissão de título ao portador sem permissão legal § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem cos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Petrechos de falsificação
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qual- Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
quer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de de- jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
tenção, de quinze dias a três meses, ou multa. referidos no artigo anterior:
Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Falsificação de cartão(Incluído pela Lei nº 12.737, de
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 2012) Vigência
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se
a documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído
CAPÍTULO III pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsidade ideológica
Falsificação do selo ou sinal público Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, de-
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: claração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
de Estado ou de Município; prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, juridicamente relevante:
ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
é particular.
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, lo- é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta
gotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identifi- parte.
cadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. (Incluí-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Falso reconhecimento de firma ou letra
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ção pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
Falsificação de documento público público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público,
ou alterar documento público verdadeiro: Certidão ou atestado ideologicamente falso
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento públi- quer outra vantagem:
co o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou trans- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
missível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular. Falsidade material de atestado ou certidão
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (In- § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de
I – na folha de pagamento ou em documento de informações fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pes- isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
soa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído vantagem:
pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a dois anos.
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre-
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a previ-
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
dência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Falsidade de atestado médico
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (In- tado falso:
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de um mês a um ano.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a aplica-se também multa.
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
Falsificação de documento particular (Redação dada pela tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particu- Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
lar ou alterar documento particular verdadeiro: Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DIREITO PENAL
Uso de documento falso Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual-
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996))
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Supressão de documento § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pú-
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio blica ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou parti- pela Lei nº 9.426, de 1996)
cular verdadeiro, de que não podia dispor: § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
é particular. oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DE OUTRAS FALSIDADES (INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal pre- INTERESSE PÚBLICO
cioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins (INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei
ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natu- 12.550. de 2011)
reza, falsificado por outrem: Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para 2011)
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cum- I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550.
primento de formalidade legal:
de 2011)
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Falsa identidade
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
pela Lei 12.550. de 2011)
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (In-
dano a outrem:
cluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
não constitui elemento de crime mais grave. qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, ca- ções mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
derneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pú-
ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natu- blica: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
reza, próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluí-
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o do pela Lei 12.550. de 2011)
fato não constitui elemento de crime mais grave. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido
por funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
território nacional, nome que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. TÍTULO XI
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para DOS CRIMES CONTRA A
promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela CAPÍTULO I
Lei nº 9.426, de 1996) DOS CRIMES PRATICADOS
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Re-
dação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Peculato
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va-
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
Adulteração de sinal identificador de veículo automo- tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
tor (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) ou alheio:
Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Excesso de exação
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em- § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Re-
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de fun- dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
cionário. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Peculato culposo § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
de outrem: blicos:
Pena - detenção, de três meses a um ano. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é Corrupção passiva
posterior, reduz de metade a pena imposta.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
Peculato mediante erro de outrem
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: vantagem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Inserção de dados falsos em sistema de informações (In- § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad- de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si influência de outrem:
ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluí- Facilitação de contrabando ou descaminho
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
de contrabando ou descaminho (art. 334):
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
informações ou programa de informática sem autorização ou so- Prevaricação
licitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de 2000) de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para sa-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul- tisfazer interesse ou sentimento pessoal:
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-
a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Ad-
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho
ministração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
9.983, de 2000)
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 11.466, de 2007).
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente: Condescendência criminosa
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de respon-
crime mais grave. sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo
ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimen-
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas to da autoridade competente:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-
Concussão vado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta- funcionário:
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
razão dela, vantagem indevida: Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DIREITO PENAL
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre- LEIS EXTRAVAGANTES: LEI DE TORTURA
texto de exercê-la:
(9.455/97);
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
respondente à violência.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Define os crimes de tortura e dá outras providências.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira: gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- vítima ou de terceira pessoa;
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
substituído ou suspenso: c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
Violação de sigilo funcional físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo de caráter preventivo.
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
não constitui crime mais grave. sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
pela Lei nº 9.983, de 2000)
de medida legal.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) de um a quatro anos.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
pela Lei nº 9.983, de 2000) a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú- são é de oito a dezesseis anos.
blica ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído I - se o crime é cometido por agente público;
pela Lei nº 9.983, de 2000) II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Reda-
Violação do sigilo de proposta de concorrência ção dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pú- III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
blica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em-
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
Funcionário público § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
ou anistia.
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exer-
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipó-
ce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluí- brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição bra-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) sileira.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pú-
blica ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da
nº 6.799, de 1980) República.
Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 4o São princípios do Sisnad:
LEI DE ENTORPECENTE (LEI 6.368/76); I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais
existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o
uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Dro- IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participa-
gas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, ção social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; do Sisnad;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Esta-
tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. do e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social
nas atividades do Sisnad;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores corre-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: lacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
autorizada e o seu tráfico ilícito;
TÍTULO I VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autori-
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Pú- zada e ao seu tráfico ilícito;
blicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e depen- Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas
dentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não atividades do Sisnad;
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como a interdependência e a natureza complementar das atividades de
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependên- prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
cia, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualiza- e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e
das periodicamente pelo Poder Executivo da União. do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de pre-
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as dro- venção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
gas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não auto-
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas rizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamen- bem-estar social;
tar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações XI - a observância às orientações e normas emanadas do Con-
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de selho Nacional Antidrogas - Conad.
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclu- I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a tor-
sivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo ná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
supramencionadas. correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento
TÍTULO II sobre drogas no país;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO- III - promover a integração entre as políticas de prevenção do
BRE DROGAS uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
tes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, orga- tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
nizar e coordenar as atividades relacionadas com: Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e
de usuários e dependentes de drogas; a articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
de drogas. CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO-
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS BRE DROGAS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO-
BRE DROGAS Art. 6o (VETADO)
Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colabora-
e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âm- ção mútua com as instituições do setor privado e com os diversos
bito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se consti- segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e
tui matéria definida no regulamento desta Lei. respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e ade-
Art. 8o (VETADO) quadas às especificidades socioculturais das diversas populações,
bem como das diferentes drogas utilizadas;
CAPÍTULO III VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do
(VETADO) uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das ativi-
dades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a
Art. 9o (VETADO) serem alcançados;
Art. 10. (VETADO) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulnerá-
Art. 11. (VETADO) veis da população, levando em consideração as suas necessidades
Art. 12. (VETADO) específicas;
Art. 13. (VETADO) VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam
Art. 14. (VETADO) em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de
atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familia-
CAPÍTULO IV res;
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMA- IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, ar-
ÇÕES tísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social
SOBRE DROGAS e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na
Art. 15. (VETADO) área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de
educação nos 3 (três) níveis de ensino;
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do
saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e priva-
de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo do, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conheci-
sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorri- mentos relacionados a drogas;
dos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações XII - a observância das orientações e normas emanadas do
emanadas da União. Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle so-
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao trá- cial de políticas setoriais específicas.
fico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido
Executivo. de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em
TÍTULO III consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES CAPÍTULO II
DE DROGAS DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SO-
CIAL
CAPÍTULO I DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
DA PREVENÇÃO
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e de-
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei,
de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redu- aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos
ção dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuá-
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de dro- rio ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efei-
gas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: to desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegra-
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de ção em redes sociais.
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação
com a comunidade à qual pertence; Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cien- usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem
tífica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comu- observar os seguintes princípios e diretrizes:
nitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independen-
pessoas e dos serviços que as atendam; temente de quaisquer condições, observados os direitos fundamen-
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade in- tais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único
dividual em relação ao uso indevido de drogas; de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e rein- § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
serção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância
familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orien- às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
tado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos antecedentes do agente.
sociais e à saúde; § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste arti-
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respec- go serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
tivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos
por equipes multiprofissionais; II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de
V - observância das orientações e normas emanadas do Co- 10 (dez) meses.
nad; § 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais,
de políticas setoriais específicas. hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Esta- consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
dos, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a
de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen-
diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no te se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. I - admoestação verbal;
II - multa.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à dispo-
nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que sição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, prefe-
desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, rencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão
oficial. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o
inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucra- conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca in-
tivos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência ferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois
social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de
receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
orçamentária e financeira. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da Fundo Nacional Antidrogas.
prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de
liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a exe-
serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema cução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o
penitenciário. disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
TÍTULO IV
CAPÍTULO III DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DOS CRIMES E DAS PENAS E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser apli- CAPÍTULO I
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- DISPOSIÇÕES GERAIS
quer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade com-
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transpor- petente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, pos-
tar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autori- suir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter,
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou ad-
será submetido às seguintes penas: quirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
I - advertência sobre os efeitos das drogas; preparação, observadas as demais exigências legais.
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou cur- Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruí-
so educativo. das pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do
de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da
dependência física ou psíquica. prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan- arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
tação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de
meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro- no art. 36 desta Lei.
priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal,
de acordo com a legislação em vigor. Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
CAPÍTULO II
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de
DOS CRIMES
1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fa-
bricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organiza-
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar ção ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto- previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou
expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamen-
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria- to de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Con-
drogas; selho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo
que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou con- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
sente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem au- apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proi-
torização ou em desacordo com determinação legal ou regulamen- bição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberda-
tar, para o tráfico ilícito de drogas. de aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos)
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de dias-multa.
droga: (Vide ADI nº 4.274) Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis)
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa. anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo
pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: de passageiros.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento
de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
prejuízo das penas previstas no art. 28. aumentadas de um sexto a dois terços, se:
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacio-
a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente nalidade do delito;
seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pú-
criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
blica ou no desempenho de missão de educação, poder familiar,
nº 5, de 2012)
guarda ou vigilância;
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven- III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou ime-
der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou for- diações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares,
necer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas,
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de re-
ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo cintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer na-
com determinação legal ou regulamentar: tureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em trans-
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. portes públicos;
Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave amea- Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em ava-
ça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimida- liação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente
ção difusa ou coletiva; para tratamento, realizada por profissional de saúde com compe-
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre tência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda,
estes e o Distrito Federal; observado o disposto no art. 26 desta Lei.
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adoles-
cente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou supri- CAPÍTULO III
mida a capacidade de entendimento e determinação; DO PROCEDIMENTO PENAL
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntaria- definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, apli-
mente com a investigação policial e o processo criminal na identi- cando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Proces-
ficação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recupe- so Penal e da Lei de Execução Penal.
ração total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, § 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art.
terá pena reduzida de um terço a dois terços. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos
nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com pre- dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de
ponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a nature- 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
za e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não
conduta social do agente. se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser ime-
diatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste,
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo
desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, de- circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e
terminará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo perícias necessários.
as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um § 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências pre-
trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. vistas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela auto-
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de cri- ridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção
mes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumenta- do agente.
das até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusa- § 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste
do, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o
requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conve-
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 niente, e em seguida liberado.
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, § 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Minis-
penas em restritivas de direitos. tério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois ter-
ços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circuns-
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependên- tâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de
cia, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de
de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha julho de 1999.
sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse Seção I
entendimento. Da Investigação
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo,
por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de po-
neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá lícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz com-
determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para trata- petente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada
mento médico adequado. vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por
Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
de acordo com esse entendimento. 1 deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do
o
laudo definitivo.
Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a au-
prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo torização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário
de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, provável e a identificação dos agentes do delito ou de colabora-
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definiti- dores.
vo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de Seção II
polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Da Instrução Criminal
Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº
12.961, de 2014) Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a des- Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-
truição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstan- se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias,
ciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição adotar uma das seguintes providências:
total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocor- III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e re-
rência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo querer as demais provas que entender pertinentes.
máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guar-
dando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, apli- Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação
cando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de
50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 10 (dez) dias.
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exce-
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 ções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as ra-
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, zões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
quando solto. provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem testemunhas.
ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos
pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomea-
a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito rá defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista
ao juízo: dos autos no ato de nomeação.
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justifican- § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
do as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de
quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de
local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as diligências, exames e perícias.
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os anteceden-
tes do agente; ou Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para
II - requererá sua devolução para a realização de diligências a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal
necessárias. do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de for o caso, e requisitará os laudos periciais.
diligências complementares: § 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resul- disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
tado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do
antes da audiência de instrução e julgamento; denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comu-
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valo- nicando ao órgão respectivo.
res de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo § 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será rea-
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) lizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da de-
dias antes da audiência de instrução e julgamento. núncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar
dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos
crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o in-
lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os terrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada
seguintes procedimentos investigatórios: a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investiga- e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
ção, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus critério do juiz.
precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produ- Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz in-
ção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de dagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, for-
identificar e responsabilizar maior número de integrantes de opera- mulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e
ções de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. relevante.
Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de tificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas,
isso lhe sejam conclusos. encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido contro- decretar o seu perdimento em favor da União.
vérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da
substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros
laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1o, desta meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos
Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fi- de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nes-
xar. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) ta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na for-
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quantidade ou ma de legislação específica.
valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a § 1o Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos
elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico. (Revogado bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá
pela Lei nº 12.961, de 2014) deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua con-
servação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamen-
salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na to, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
sentença condenatória. imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Pú-
blico.
CAPÍTULO IV § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacio-
BENS DO ACUSADO nal, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução
do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
co ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, o recibo.
ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá § 4o Após a instauração da competente ação penal, o Ministério
decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente
outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imó- que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, ex-
veis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nes- cetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para
ta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, pro- serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária,
cedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de preven-
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. ção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse
o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apre- dessas atividades.
sente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do § 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins pre-
produto, bem ou valor objeto da decisão. vistos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a
decidirá pela sua liberação. especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o custódia e o local onde se encontram.
comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar § 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será au-
a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou tuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação
valores. aos da ação penal principal.
§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou § 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão con-
valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, clusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade
quando a sua execução imediata possa comprometer as investiga- entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda
ções. de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos
bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5
fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o dis- (cinco) dias.
posto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo compe- § 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o
tente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos
apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades bens e determinará sejam alienados em leilão.
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção § 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judi-
social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produ- cial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será
ção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3o des-
interesse dessas atividades. te artigo.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, em- § 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra
barcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste
ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de cer- artigo.
Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste artigo, TÍTULO VI
recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de
registro e controle a expedição de certificado provisório de regis- Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
tro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista men-
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do cionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpe-
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito centes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial,
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
União.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito
o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas
declarado indisponível. contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados ne-
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipi- cessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei,
ficados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após pelas respectivas polícias judiciárias.
decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos
diretamente ao Funad. Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e pios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas
não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
decretado em favor da União. drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de
processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, reme- empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
terá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdi- ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
dos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para
drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquida-
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar con-
ção, sejam lacradas suas instalações;
vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente ado-
orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção
ção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósi-
e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na
to, das drogas arrecadadas;
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela ar- III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acom-
recadados, para a implantação e execução de programas relaciona- panhar o feito.
dos à questão das drogas. § 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só po-
TÍTULO V dem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação
lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-inter- § 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo, o
venção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruí-
à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos do pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais
nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das sobre Drogas e do Ministério Público.
Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais re- § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas especiali-
lacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo dades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão
brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as des-
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a tinará à rede pública de saúde.
colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiên- Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos
cias, projetos e programas voltados para atividades de prevenção arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da
do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e competência da Justiça Federal.
dependentes de drogas; Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e trá- não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na
fico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a vara federal da circunscrição respectiva.
lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre Art. 71. (VETADO)
produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.
Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquéri- Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
to policial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado a) à liberdade de locomoção;
de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará a b) à inviolabilidade do domicílio;
destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando c) ao sigilo da correspondência;
isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Esta- f) à liberdade de associação;
dos e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do
tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, voto;
com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar h) ao direito de reunião;
a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de dro- i) à incolumidade física do indivíduo;
gas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010) j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício pro-
fissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
após a sua publicação. Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade indivi-
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de dual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002. b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a
118o da República. prisão ou detenção de qualquer pessoa;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou deten-
Márcio Thomaz Bastos ção ilegal que lhe seja comunicada;
Guido Mantega e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
Jorge Armando Felix
prestar fiança, permitida em lei;
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial car-
ceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde
que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer
quanto ao seu valor;
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (4.898/65) g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo
de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumen-
tos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem
competência legal;
Regula o Direito de Representação e o processo de Respon- i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
sabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de au- medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
toridade. de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei
nº 7.960, de 21/12/89)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabi- ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
lidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no
exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
presente lei. administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de gravidade do abuso cometido e consistirá em:
petição: a) advertência;
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal b) repreensão;
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva san- c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
ção; cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver compe- d) destituição de função;
tência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. e) demissão;
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e f) demissão, a bem do serviço público.
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos
de testemunhas, no máximo de três, se as houver. a dez mil cruzeiros.
Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos § 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e presta-
artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: rão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito,
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; querendo, na audiência de instrução e julgamento.
b) detenção por dez dias a seis meses; § 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer poderá conter a indicação de mais duas testemunhas.
outra função pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser apli- Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre-
cadas autônoma ou cumulativamente. sentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser comina- fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferece-
da a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer rá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o
prazo de um a cinco anos.
Juiz atender.
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a apli-
cação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar com-
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a de-
petente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
núncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabele-
cidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, re-
que estabeleçam o respectivo processo. pudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de
militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão apli- negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
cadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de qua-
Públicos Civis da União). renta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para denúncia.
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. § 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará,
desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamen-
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da to, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco
autoridade civil ou militar. dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à auto- final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será
ridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser pro- feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via
movida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou da representação e da denúncia.
ambas, da autoridade culpada.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser
Art. 10. Vetado apresentada em juízo, independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso
Processo Civil. previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos para a realização de
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de in- motivado, considere indispensáveis tais providências.
quérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público,
instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apre-
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da
goando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante
vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu,
desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de e o advogado ou defensor do réu.
instrução e julgamento. Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em se ausente o Juiz.
duas vias.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá: ocorrido constar do livro de termos de audiência.
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios,
por meio de duas testemunhas qualificadas; Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil,
de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcio-
verificações necessárias. nalmente, no local que o Juiz designar.
Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o inter- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
rogatório do réu, se estiver presente. soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, doze e dezoito anos de idade.
o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiên- Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
cia e nos ulteriores termos do processo. cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
anos de idade.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advo- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
gado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por integral de que trata esta Lei, assegurando sê-lhes, por lei ou por
mais dez (10), a critério do Juiz. outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e so-
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente cial, em condições de liberdade e de dignidade.
a sentença. Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoi- crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e apren-
mentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos dizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de
e, por extenso, os despachos e a sentença. moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Mi- 2016)
nistério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o
advogado ou defensor do réu e o escrivão. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem di-
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
fíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei,
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
munitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Có-
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
digo de Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de
cunstâncias;
instrução e julgamento regulado por esta lei.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, cabe-
relevância pública;
rão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal. c) preferência na formulação e na execução das políticas so-
ciais públicas;
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
cionadas com a proteção à infância e à juventude.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º
da República. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
ADOLESCENTE (LEI 8.069/90);
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os di-
reitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
ao adolescente. em condições dignas de existência.
Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos pro- § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
gramas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento repro- deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
dutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal
e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Reda- Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016) saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabele- pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuí-
cimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção zo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) competente;
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu-
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
responsável e contra referência na atenção primária, bem como o
prestar orientação aos pais;
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive neonato;
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência permanência junto à mãe.
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser pres-
tada também a gestantes e mães que manifestem interesse em en- Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
tregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do
encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no
pela Lei nº 13.257, de 2016) acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa- da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba- § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades ge-
de 2016) rais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamen- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
to materno, alimentação complementar saudável e crescimento e § 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento in- tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
tegral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du- cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada
rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se pela Lei nº 13.257, de 2016)
a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por moti- § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen-
vos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) te de crianças na primeira infância receberão formação específica
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol-
que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In-
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mu-
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
lher com filho na primeira infância que se encontrem sob custó-
dia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. (In- internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 13.257, de 2016)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusi- de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
ve aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde de- Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro- § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entre-
moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação gar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas,
complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (In-
13.257, de 2016) cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser edu-
da, os serviços de assistência social em seu componente especiali- cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
zado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
(Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu- de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído
lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede pela Lei nº 13.010, de 2014)
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (In-
nº 13.257, de 2016) cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermi- resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
dades que ordinariamente afetam a população infantil, e campa- a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
nhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. 2014)
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco- b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
mendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágra- II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
fo único pela Lei nº 13.257, de 2016) tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluí-
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde do pela Lei nº 13.010, de 2014)
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 2014)
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu-
ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioedu-
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
pela Lei nº 13.257, de 2016)
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto esta-
rão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguin-
CAPÍTULO II
tes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
DO DIREITO À LIBERDADE, AO
RESPEITO E À DIGNIDADE caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais co; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
garantidos na Constituição e nas leis. III - encaminhamento a cursos ou programas de orienta-
ção; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec- IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especia-
tos: lizado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
rios, ressalvadas as restrições legais; Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
II - opinião e expressão; cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
III - crença e culto religioso; legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi- CAPÍTULO III
nação; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR
VI - participar da vida política, na forma da lei; E COMUNITÁRIA
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Seção I
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da Disposições Gerais
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autono-
mia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro- Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão de-
grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos
reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descum-
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe primento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art.
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamen- 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
tada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. Seção II
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Da Família Natural
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em progra-
ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada
2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (Vide Lei nº
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju- 12.010, de 2009) Vigência
diciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
incisos I e IV docaput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco-
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo
a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu-
promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institu- mento público, qualquer que seja a origem da filiação.
cional, pela entidade responsável, independentemente de autorização Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nasci-
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) mento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descen-
dentes.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per-
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de con-
o segredo de Justiça.
dições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discor-
Seção III
dância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução
da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de Da Família Substituta
2009) Vigência
Subseção I
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu- Disposições Gerais
cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm di- guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica
reitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cui- da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
dado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im-
13.257, de 2016) plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considera-
da. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons- § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder fami- necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação
liar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gência § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a de- parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de
cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (In-
sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluí- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promo- § 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
ção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
ou filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família substi- § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrá-
tuta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamen- rio, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for
to posterior, realizados pela equipe Inter profissional a serviço da aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direi-
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de to de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos,
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do inte-
12.010, de 2009) Vigência ressado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou de 2009) Vigência
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio fami-
cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, liar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais § 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excep-
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de cional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal ca-
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal dastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles- criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos
centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe Inter profis- arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído § 3o A União apoiará a implementação de serviços de aco-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lhimento em família acolhedora como política pública, os quais
deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a de crianças e de adolescentes em residências de famílias seleciona-
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a das, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri-
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá trans-
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades go- própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
vernamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira cons- diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
titui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
adoção. Subseção III
Da Tutela
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável presta-
rá compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, me- Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa
diante termo nos autos. de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Subseção II Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
Da Guarda decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica ne-
cessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer do-
tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide
cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
1.729 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, poden- deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da suces-
do ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de são, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato,
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
direito de representação para a prática de atos determinados. deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta-
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-
previdenciários. -la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta-
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Subseção IV
Da Adoção Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se- curatelado.
gundo o disposto nesta Lei.
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção representante legal do adotando.
da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou
do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido des-
12.010, de 2009) Vigência tituídos do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
será também necessário o seu consentimento.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência
dos adotantes. com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciá-
ria fixar, observadas as peculiaridades do caso.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com § 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante
de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
matrimoniais. constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, 2009) Vigência
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen-
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
sa da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela
concubino do adotante e os respectivos parentes.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais
domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no
até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Incluí-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, in-
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe
dependentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
12.010, de 2009) Vigência preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe-
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado- cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que
tando. apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe-
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes rimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova- gência
da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judi-
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais cial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual
velho do que o adotando. não se fornecerá certidão.
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com- § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem bem como o nome de seus ascendentes.
sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con- § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o re-
vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên- gistro original do adotado.
cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavra-
afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem do no Cartório do Registro Civil do Município de sua residên-
a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº cia. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti- de 2009) Vigência
lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
de 2009) Vigência prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº §§ 1o e 2odo art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em jul- § 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção
gado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de in-
6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do formações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (In-
óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele § 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma- (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em
zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar
conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram de-
nº 12.010, de 2009) Vigência ferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em referidos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (In-
que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu-
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comu-
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bio- nicação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela
lógica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após
(dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção,
gência mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser como aos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste arti-
também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu go, não for encontrado interessado com residência permanente no
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológi- Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ca. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder fami- recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
liar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Públi-
foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condi- co. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ções de serem adotados e outro de pessoas interessadas na ado- § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi-
ção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. gência
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não sa- I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela
tisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas no art. 29. II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles-
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído
período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen- III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso
municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluí- de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual-
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação refe- quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (In-
rida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
centes em acolhimento familiar ou institucional em condições de § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato
serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e ava- deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re-
liação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (In-
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela execução da política municipal de garantia do direito à convi-
vência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Bra-
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados sil, conforme previsto no
e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Rela-
nº 12.010, de 2009) Vigência tiva à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Ado-
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen- ção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14
tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § junho de 1999. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente bra- VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Cen-
sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar tral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a
comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à me-
gência dida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu de-
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação
ao caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
gência internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (In-
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; (In- autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da In-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência fância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central
consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi- Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pare- § 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad-
cer elaborado por equipe Inter profissional, observado o disposto mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, intermediados por organismos credenciados. (Incluído pela Lei
de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência § 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre-
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados
adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com
2009) Vigência posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publi-
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au- cação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter-
toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção inter- net. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Somente será admissível o credenciamento de organis-
mos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta- Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central
ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluído pela Lei
ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação nº 12.010, de 2009) Vigência
à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção in- II - satisfizerem as condições de integridade moral, compe-
ternacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está tência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos
situada sua residência habitual; (Incluído pela Lei nº 12.010, de países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasilei-
2009) Vigência ra; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação
os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re- e experiência para atuar na área de adoção internacional; (In-
latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes- IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autorida-
e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; (Incluído de Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o rela- § 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído
tório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autorida- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
2009) Vigência dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter- Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, 2009) Vigência
acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluído pela II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamen- experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastra-
te autenticados pela autoridade consular, observados os tratados das pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Auto-
e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tra- ridade Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria
dução, por tradutor público juramentado; (Incluído pela Lei nº do órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulan- tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclu-
te estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluí- sive quanto à sua composição, funcionamento e situação financei-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ra; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada § 14. É vedado o contato direto de representantes de orga-
ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como rela- nismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de
tório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade 2009) Vigência
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limi-
Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do re- tar ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre
latório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamenta-
civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adota- do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os ado- Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre-
tantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos
da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter-
nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído
de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluído pela
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e
artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de
estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos
seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
gência
2009) Vigência
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangei-
ro encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em
terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção
2009) Vigência tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Fe- Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente re-
deral Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do cepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº
respectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homo-
a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do logada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº
território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- 12.010, de 2009) Vigência
gência § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciá- não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no
ria determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira
bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria- pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010,
mente, as características da criança ou adolescente adotado, como de 2009) Vigência
idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di- Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for
reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori-
2009) Vigência dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita-
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual- ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central
quer momento, solicitar informações sobre a situação das crian- Federal e determinará as providências necessárias à expedição do
ças e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden- § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou
de 2009) Vigência do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
representados por mais de uma entidade credenciada para atuar no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re-
na cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança
12.010, de 2009) Vigência ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe-
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (In-
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori- mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ain- I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
da, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, es-
ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, gotados os recursos escolares;
o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (In- III - elevados níveis de repetência.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e
CAPÍTULO IV novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto-
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
AO ESPORTE E AO LAZER adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adoles- Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
cente: por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro-
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de
ensino médio; educação em vigor.
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos se-
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a guintes princípios:
seis anos de idade; I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino re-
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e gular;
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; II - atividade compatível com o desenvolvimento do adoles-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições cente;
do adolescente trabalhador; III - horário especial para o exercício das atividades.
VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra-
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura-
mentação e assistência à saúde. da bolsa de aprendizagem.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo. Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú- assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida-
de competente. Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no trabalho protegido.
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
ou responsável, pela frequência à escola. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa-
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
as cinco horas do dia seguinte;
Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - perigoso, insalubre ou penoso; V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o ob-
IV - realizado em horários e locais que não permitam a fre- jetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orien-
qüência à escola. tação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu- nº 13.010, de 2014)
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não- VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a ar-
governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescen- ticulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta
te que dele participe condições de capacitação para o exercício de focados nas famílias em situação de violência, com participação
atividade regular remunerada. de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes- adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e po-
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho líticas públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº
não desfigura o caráter educativo. 13.010, de 2014)
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro- Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimen- seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar
to; ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046,
de 2014)
TÍTULO III
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comuni-
DA PREVENÇÃO
cação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão
de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cui-
CAPÍTULO I
dado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível,
DISPOSIÇÕES GERAIS
na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi-
cípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol-
públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de cas- vimento.
tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas
não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
como principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa- Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta
ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma- Lei.
nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Mi- CAPÍTULO II
nistério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, DA PREVENÇÃO ESPECIAL
com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com
as entidades não governamentais que atuam na promoção, prote- Seção I
ção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído Da informação, Cultura, Lazer,
pela Lei nº 13.010, de 2014) Esportes, Diversões e Espetáculos
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regu-
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do lará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a na-
adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias tureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e
à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en- horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetácu-
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) los públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natu-
conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescen- reza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
te; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) classificação.
Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões Seção III
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa Da Autorização para Viajar
etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exi- onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem ex-
bição quando acompanhadas dos pais ou responsável. pressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,
no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. metropolitana;
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou b) a criança estiver acompanhada:
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmis- 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com-
são, apresentação ou exibição. provado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários ou responsável.
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de progra- § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res-
mação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em ponsável, conceder autorização válida por dois anos.
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exi- Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização
bir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa é dispensável, se a criança ou adolescente:
etária a que se destinam. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expres-
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio samente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa-
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi-
exterior.
das com embalagem opaca.
PARTE ESPECIAL
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público in-
fanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, TÍTULO I
crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e mu- DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
da família. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen- adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação Distrito Federal e dos municípios.
do público.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: (Vide
Seção II Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Dos Produtos e Serviços I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de
I - armas, munições e explosivos; violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Reda-
II - bebidas alcoólicas; ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - produtos cujos componentes possam causar dependência III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
física ou psíquica ainda que por utilização indevida; e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo abuso, crueldade e opressão;
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano IV - serviço de identificação e localização de pais, responsá-
físico em caso de utilização indevida; vel, crianças e adolescentes desaparecidos;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi-
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. tos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se exercício do direito à convivência familiar de crianças e adoles-
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. centes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DIREITO PENAL
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de CAPÍTULO II
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou
de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com Seção I
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, Disposições Gerais
de 2009) Vigência
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento
I - municipalização do atendimento; e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina-
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos dos a crianças e adolescentes, em regime de:
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con- I - orientação e apoio sócio-familiar;
troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
popular paritária por meio de organizações representativas, segun- III - colocação familiar;
do leis federal, estaduais e municipais; IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
III - criação e manutenção de programas específicos, observa- 12.010, de 2009) igência
da a descentralização político-administrativa; V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
adolescente; 2012) (Vide)
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministé- VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
rio Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, 2012) (Vide)
preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de 2012) (Vide)
ato infracional; § 1o As entidades governamentais e não governamentais de-
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério verão proceder à inscrição de seus programas, especificando os
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Con-
das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (In-
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família § 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota-
Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável par- Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-
ticipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente
nº 12.010, de 2009)Vigência preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, 12.010, de 2009) Vigência
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de- § 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Con-
senvolvimento infantil;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no
IX - formação profissional com abrangência dos diversos di- máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para re-
reitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade novação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº
no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento 12.010, de 2009) Vigência
integral;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvi- como às resoluções relativas à modalidade de atendimento pres-
mento infantil e sobre prevenção da violência.(Incluído pela Lei tado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Ado-
nº 13.257, de 2016) lescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos con- II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, ates-
selhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do ado- tadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Jus-
lescente é considerada de interesse público relevante e não será tiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
remunerada. 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu-
ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reinte- tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua-
gração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência programas de acolhimento institucional e destinados à colocação
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi- § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária
tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhi-
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. mento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão
nº 12.010, de 2009) Vigência o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste arti-
go. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimen-
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
to familiar ou institucional somente poderão receber recursos pú-
pios desta Lei;
blicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e
c) esteja irregularmente constituída;
finalidades desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
gência
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo di-
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado ex-
rigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento
pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo
em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e crimi-
gência
nal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos
bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação
lescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
de educadores de referência estáveis e qualitativamente significa-
observado o disposto no § 1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº
tivos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades bá-
12.010, de 2009) Vigência
sicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi-
pios:(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgên-
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da rein-
cia, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da
tegração familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vi-
autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24
gência
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena
II - integração em família substituta, quando esgotados os
de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação
Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade ju-
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
diciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educa-
do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para
ção;
promover a imediata reintegração familiar da criança ou do ado-
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
lescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou reco-
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
mendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento
entidades de crianças e adolescentes abrigados;
familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto
VII - participação na vida da comunidade local;
no § 2o do art. 101 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
Vigência
IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
cativo.
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
ção têm as seguintes obrigações, entre outras:
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lescentes;
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade
restrição na decisão de internação;
judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstan-
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
ciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido
des e grupos reduzidos;
e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
dignidade ao adolescente;
Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DIREITO PENAL
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preserva- Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
ção dos vínculos familiares; que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepos-
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos tos: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
vínculos familiares; I - às entidades governamentais:
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de a) advertência;
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne- b) afastamento provisório de seus dirigentes;
cessários à higiene pessoal; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequa- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
dos à faixa etária dos adolescentes atendidos; II - às entidades não-governamentais:
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos a) advertência;
e farmacêuticos; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
d) cassação do registro.
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
acordo com suas crenças; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; ou representado perante autoridade judiciária competente para
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo má- as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou
ximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
competente; 2009) Vigência
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
sua situação processual; não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum-
de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; primento dos princípios norteadores das atividades de proteção
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha- TÍTULO II
mento de egressos; DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem; CAPÍTULO I
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir- DISPOSIÇÕES GERAIS
cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento. ameaçados ou violados:
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de III - em razão de sua conduta.
2009) Vigência
CAPÍTULO II
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli-
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem- quer tempo.
porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao for-
talecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Seção II Parágrafo único. São também princípios que regem a aplica-
Da Fiscalização das Entidades ção das medidas:(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de di-
reitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previs-
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais tos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (In-
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Minis- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
tério Público e pelos Conselhos Tutelares. II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro-
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adoles-
apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das centes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
dotações orçamentárias. gência
Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por oficial de ensino fundamental;
esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comuni-
e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da mu- tários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
nicipalização do atendimento e da possibilidade da execução de adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiá-
nº 12.010, de 2009) Vigência trico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter- VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos 12.010, de 2009) Vigência
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Reda-
de 2009) Vigência ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, 12.010, de 2009) Vigência
direito à imagem e reserva da sua vida privada;(Incluído pela Lei § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
nº 12.010, de 2009) Vigência medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- para colocação em família substituta, não implicando privação de
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência liberdade.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex- § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis- proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança
ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva
do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de pro-
a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou
cedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
o adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efe-
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
tuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com
nhados às instituições que executam programas de acolhimento
a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
2009) Vigência Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na pro- toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010,
teção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às de 2009) Vigência
medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua in- de seu responsável, se conhecidos;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
tegração em família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, pontos de referência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com- gência
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma tê-los sob sua guarda;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- gência
gência IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adoles- familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou § 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado-
de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da institucional ou familiar elaborará um plano individual de aten-
medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião dimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade ju-
observado o disposto nos §§ 1o e 2odo art. 28 desta Lei.(Incluído diciária competente, caso em que também deverá contemplar sua
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. § 5o O plano individual será elaborado sob a responsabili-
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as dade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e
seguintes medidas: levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo oitiva dos pais ou do responsável.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
de responsabilidade; 2009) Vigência
Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluí- Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos ele-
e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mentos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos,
com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por gozando de absoluta prioridade.
expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a § 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispen-
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
parte do processo de reintegração familiar, sempre que identifica-
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança
da a necessidade, a família de origem será incluída em programas for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo faci- 2009) Vigência
litado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente § 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual-
acolhido.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priorida-
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucio- de. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nal fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará § 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a
em igual prazo.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração 2016)
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, TÍTULO III
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pe- CAPÍTULO I
los técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da políti- DISPOSIÇÕES GERAIS
ca municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crime ou contravenção penal.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
complementares ou outras providências que entender indispensá- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considera-
veis ao ajuizamento da demanda.(Incluído pela Lei nº 12.010, de da a idade do adolescente à data do fato.
2009) Vigência
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança correspon-
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
derão as medidas previstas no art. 101.
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
CAPÍTULO II
e institucional sob sua responsabilidade, com informações por- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
menorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda-
art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mentada da autoridade judiciária competente.
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con- Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis- seus direitos.
tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
nº 12.010, de 2009) Vigência ele indicada.
Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. 100.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada remissão, nos termos do art. 127.
a necessidade imperiosa da medida. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
que houver prova da materialidade e indícios suficientes da au-
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será toria.
submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo Seção II
dúvida fundada. Da Advertência
Seção III
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade Da Obrigação de Reparar o Dano
sem o devido processo legal.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
guintes garantias: adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio- por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
nal, mediante citação ou meio equivalente;
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medi-
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
da poderá ser substituída por outra adequada.
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
à sua defesa;
Seção IV
III - defesa técnica por advogado;
Da Prestação de Serviços à Comunidade
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
na forma da lei;
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
petente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
em qualquer fase do procedimento. escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
gramas comunitários ou governamentais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti-
DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má-
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
Seção I em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à
Disposições Gerais jornada normal de trabalho.
Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do pleição física e gravidade da infração.
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescen- provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
te e de sua inserção no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso. Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes:
Seção VI
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
Do Regime de Semiliberdade
tério Público;
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
possibilitada a realização de atividades externas, independente- IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
mente de autorização judicial. solicitada;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, V - ser tratado com respeito e dignidade;
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
na comunidade. mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
no que couber, as disposições relativas à internação. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
Seção VII soal;
Da Internação X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, XI - receber escolarização e profissionalização;
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri-
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
desde que assim o deseje;
judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
máximo a cada seis meses. tura depositados em poder da entidade;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
excederá a três anos. pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliber- § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
dade ou de liberdade assistida. te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de ida- sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
de. lescente.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído contenção e segurança.
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Capítulo V
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
Da Remissão
do:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea-
ça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po-
anteriormente imposta. derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti- atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela menor participação no ato infracional.
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven- missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
do outra medida adequada. ção do processo.
Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- dato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para novo processo de escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de 2012)
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
regime de semiliberdade e a internação. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
serão exigidos os seguintes requisitos:
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser I - reconhecida idoneidade moral;
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- II - idade superior a vinte e um anos;
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério III - residir no município.
Público.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
Título IV e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696,
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou co- de 2012)
munitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 12.696, de 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri- 2012)
co; IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
sua frequência e aproveitamento escolar; 2012)
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tra- Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
tamento especializado; do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
VII - advertência; mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continua-
VIII - perda da guarda; da dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
IX - destituição da tutela; de 2012)
X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci- tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DIREITO PENAL
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho mari-
ou adolescente quando necessário; do e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos madrasta e enteado.
direitos da criança e do adolescente; Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a vio- na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao re-
lação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Consti- presentante do Ministério Público com atuação na Justiça da In-
tuição Federal; fância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de distrital.
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família TÍTULO VI
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência DO ACESSO À JUSTIÇA
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
CAPÍTULO I
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhe-
DISPOSIÇÕES GERAIS
cimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescen-
tes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Con- à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,
selho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio fami- por qualquer de seus órgãos.
liar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, pres- § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela
tando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção so- § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
cial da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
hipótese de litigância de má-fé.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha le- Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e
gítimo interesse. os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
CAPÍTULO III processual.
DA COMPETÊNCIA Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial
à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidi-
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competên- rem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
cia constante do art. 147. representação ou assistência legal ainda que eventual.
Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção II Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
Do Juiz de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa-
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da In- companhado dos pais ou responsável, em:
fância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma a) estádio, ginásio e campo desportivo;
da lei de organização judiciária local. b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
Art. 147. A competência será determinada: d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à II - a participação de criança e adolescente em:
falta dos pais ou responsável. a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida- b) certames de beleza.
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá-
continência e prevenção. ria levará em conta, dentre outros fatores:
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autorida- a) os princípios desta Lei;
de competente da residência dos pais ou responsável, ou do local b) as peculiaridades locais;
onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. c) a existência de instalações adequadas;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si- d) o tipo de frequência habitual ao local;
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre-
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade ju- quência de crianças e adolescentes;
diciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a f) a natureza do espetáculo.
sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve-
do respectivo estado. rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de
caráter geral.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: Seção III
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Dos Serviços Auxiliares
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extin- posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
ção do processo; interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses indivi-
duais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, ob- Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
servado o disposto no art. 209; atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, for-
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti- necer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamen-
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infra- to, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a
ções contra norma de proteção à criança ou adolescente; imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, manifestação do ponto de vista técnico.
aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente CAPÍTULO III
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân- DOS PROCEDIMENTOS
cia e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; Seção I
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda Disposições Gerais
ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou sual pertinente.
materna, em relação ao exercício do poder familiar; (Expressão Parágrafo único. É assegurada, sob pena de responsabilidade,
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências
faltarem os pais; judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
f) designar curador especial em casos de apresentação de 2009) Vigência
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou
extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
g) conhecer de ações de alimentos; a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judi-
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento ciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providên-
dos registros de nascimento e óbito. cias necessárias, ouvido o Ministério Público.
Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para § 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estu-
de origem e em outros procedimentos necessariamente contencio- do social ou perícia por equipe interprofissional ou multidiscipli-
sos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presença
de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela
Seção II Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar § 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional ou
multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de representantes do
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do po- órgão federal responsável pela política indigenista, observado o
der familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou
Art. 156. A petição inicial indicará: adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- nº 12.010, de 2009) Vigência
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de § 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem
pedido formulado por representante do Ministério Público; identificados e estiverem em local conhecido. (Incluído pela Lei
III - a exposição sumária do fato e o pedido; nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a au-
o rol de testemunhas e documentos. toridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (In-
cluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciá-
ria, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder fa-
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
miliar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída
ção e julgamento.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério
Público, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá determinar a
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
realização de estudo social ou, se possível, de perícia por equipe
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. interprofissional.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios § 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
para sua realização.(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pes- técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
soalmente.(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
pelo tempo de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judi-
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- ciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual máximo de cinco dias.
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir
da intimação do despacho de nomeação. Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liber- será de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº
dade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação 12.010, de 2009) Vigência
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.(Incluído pela Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a sus-
Lei nº 12.962, de 2014) pensão do poder familiar será averbada à margem do registro de
nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará 12.010, de 2009) Vigência
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu-
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes Seção III
ou do Ministério Público. Da Destituição da Tutela
Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judiciá- Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedi-
ria dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo mento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no
quando este for o requerente, decidindo em igual prazo. que couber, o disposto na seção anterior.
Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção IV Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória
Da Colocação em Família Substituta ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será en-
tregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (In-
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colo- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn- Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
juge, ou companheiro, com expressa anuência deste; ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias,
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi- decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
cando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a per-
pais, se conhecidos; da ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto lógico
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, ane- da medida principal de colocação em família substituta, será ob-
xando, se possível, uma cópia da respectiva certidão; servado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi- deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
mentos relativos à criança ou ao adolescente. 2009) Vigência
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda pode-
também os requisitos específicos. rá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
disposto no art. 35.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa- Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis-
mente ao pedido de colocação em família substituta, este pode- posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
rá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advoga- a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
do. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvi- ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei
dos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério nº 12.010, de 2009) Vigência
Público, tomando-se por termo as declarações. (Incluído pela
Seção V
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será pre-
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in-
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judi-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial,
cial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluí-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será co- cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial com-
lhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente petente.
o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade e Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adoles- para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracio-
cente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, nal praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição
de 2009) Vigência da repartição especializada, que, após as providências necessárias
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 3o deste arti- pria.
go. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
sentença constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade po-
de 2009) Vigência licial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após 107, deverá:
o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
2009) Vigência lescente;
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação por II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova-
Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis ção da materialidade e autoria da infração.
pela execução da política municipal de garantia do direito à convi- Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavra-
vência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência cir-
cunstanciada.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável,
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
Didatismo e Conhecimento 69
NOÇÕES DIREITO PENAL
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gra- § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au-
vidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adoles- tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen-
cente permanecer sob internação para garantia de sua segurança tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
pessoal ou manutenção da ordem pública. Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca- a homologar.
minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério
Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministé-
ocorrência. rio Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão,
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instau-
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que ração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa
fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
de vinte e quatro horas.
o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e,
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento,
quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de reparti-
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
ção policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da
em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em autoria e materialidade.
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamen-
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público te, será de quarenta e cinco dias.
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto- desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público servado o disposto no art. 108 e parágrafo.
relatório das investigações e demais documentos. § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica-
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên-
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in- cia, acompanhados de advogado.
fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar- § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori-
timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judi-
mental, sob pena de responsabilidade. ciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o
sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Minis- § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
tério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo car-
tório judicial e com informação sobre os antecedentes do adoles- Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
cente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante
transferido para a localidade mais próxima.
do Ministério Público notificará os pais ou responsável para apre-
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
sentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polí-
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
cias civil e militar. isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- bilidade.
rior, o representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos; Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
II - conceder a remissão; vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me- do solicitar opinião de profissional qualificado.
dida socioeducativa. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autorida-
fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão con- de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
clusos à autoridade judiciária para homologação. constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. estudo do caso.
Didatismo e Conhecimento 70
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
prévia e rol de testemunhas. autoridade judiciária em igual prazo.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili- dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi-
gências e juntado o relatório da equipe Inter profissional, será dada ciará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afas-
a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
tado, marcando prazo para a substituição.
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade ju-
rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
seguida proferirá decisão. diciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades ve-
rificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com- julgamento de mérito.
parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori- § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
dade judiciária designará nova data, determinando sua condução entidade ou programa de atendimento.
coercitiva.
Seção VII
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Prote-
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimen- ção à Criança e ao Adolescente
to, antes da sentença.
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade admi-
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medi- nistrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado-
da, desde que reconheça na sentença:
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou
I - estar provada a inexistência do fato;
do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional; efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemu-
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o nhas, se possível.
ato infracional. § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles- rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as
cente internado, será imediatamente colocado em liberdade. circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter- a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos
nação ou regime de semiliberdade será feita: do retardamento.
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação
responsável, sem prejuízo do defensor. de defesa, contado da data da intimação, que será feita:
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á uni-
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
camente na pessoa do defensor.
presença do requerido;
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a
Seção VI seu representante legal, lavrando certidão;
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for en-
contrado o requerido ou seu representante legal;
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sa-
entidade governamental e não-governamental terá início mediante bido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re- Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
sumo dos fatos. autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público,
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade por cinco dias, decidindo em igual prazo.
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária pro-
fundamentada.
cederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário,
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de designará audiência de instrução e julgamento. (Vide Lei nº
dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e 12.010, de 2009) Vigência
indicar as provas a produzir. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão su-
cessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido,
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais
autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen- dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
to, intimando as partes. sentença.
Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção VIII titucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção Infância e da Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis
pelo programa de acolhimento familiar ou institucional e pela exe-
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, cução da política municipal de garantia do direito à convivência
apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participa-
2009) Vigência ção no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca
2009) Vigência das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa- juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, au-
mento, ou declaração relativa ao período de união estável; (In- diência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010,
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a jun-
gência tada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual pra-
12.010, de 2009) Vigência zo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convoca-
nº 12.010, de 2009) Vigência ção para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habi-
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela litação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa
prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe in- § 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adoles-
terprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se centes indicados importará na reavaliação da habilitação concedi-
refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de da. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postu- CAPÍTULO IV
lantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de DOS RECURSOS
2009) Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da
realização de outras diligências que entender necessárias. (In- Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adap-
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter- tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que I - os recursos serão interpostos independentemente de pre-
deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que per- paro;
mitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exer- II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o
cício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10
requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2009) Vigência III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em progra- revisor;
ma oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude preferen- IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
política municipal de garantia do direito à convivência familiar, VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins-
inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com neces- tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo,
sidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten-
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão re-
da preparação referida no § 1o deste artigo incluirá o contato com meterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de
crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou ins- vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do re-
Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DIREITO PENAL
corrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos
de cinco dias, contados da intimação. à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º
inciso II, da Constituição Federal;
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
caberá recurso de apelação. -los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva- condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio- b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências in-
vestigatórias;
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti-
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá
tuições privadas;
ser recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investiga-
12.010, de 2009) Vigência
tórias e determinar a instauração de inquérito policial, para apu-
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de ração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à
destituição de poder familiar, em face da relevância das questões, juventude;
serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia- VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas
situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para judiciais e extrajudiciais cabíveis;
julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Pú- IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
blico. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos in-
teresses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para adolescente;
julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por
conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apre- penal do infrator, quando cabível;
sentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten-
2009) Vigência dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instaura- irregularidades porventura verificadas;
ção de procedimento para apuração de responsabilidades se cons- XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
tatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência so-
artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- cial, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
gência § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
CAPÍTULO V
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras,
desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian-
Art. 201. Compete ao Ministério Público: ça ou adolescente.
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; § 4º O representante do Ministério Público será responsável
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in- pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
frações atribuídas a adolescentes; nas hipóteses legais de sigilo.
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce- § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
dimentos de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o
todos os demais procedimentos da competência da Justiça da In- competente procedimento, sob sua presidência;
fância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla-
de 2009) Vigência mada, em dia, local e horário previamente notificados ou acerta-
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, dos;
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú-
contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente,
de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98; fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for par- VI - de serviço de assistência social visando à proteção à fa-
te, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos di- mília, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao
reitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
diligências, usando os recursos cabíveis. VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes
privados de liberdade.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
caso, será feita pessoalmente. promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do
direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. (In-
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a re- X - de programas de atendimento para a execução das medi-
querimento de qualquer interessado. das socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (In-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
Art. 205. As manifestações processuais do representante do
teção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos,
Ministério Público deverão ser fundamentadas.
próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constitui-
ção e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº
CAPÍTULO VI 11.259, de 2005)
DO ADVOGADO § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou ado-
lescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos,
e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e in-
poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através ternacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identi-
de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen- ficação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no
gratuita àqueles que dela necessitarem. foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalva-
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de das a competência da Justiça Federal e a competência originária
ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado dos tribunais superiores.
sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coleti-
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de vos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
sua preferência. I - o Ministério Público;
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda territórios;
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária. da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministé-
rios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
CAPÍTULO VII
direitos de que cuida esta Lei.
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVI-
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associa-
DUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS
ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá
assumir a titularidade ativa.
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregu- interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi-
lar: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
de deficiência; esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
a seis anos de idade; do Código de Processo Civil.
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu- § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
cando; agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú-
V - de programas suplementares de oferta de material didático- blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
fundamental; de segurança.
Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribu-
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela espe- nais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propo-
cífica da obrigação ou determinará providências que assegurem o situra de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as
resultado prático equivalente ao do adimplemento. providências cabíveis.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando requerer às autoridades competentes as certidões e informações
o réu. que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na dias.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua pre-
prazo razoável para o cumprimento do preceito. sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga-
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado nismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a
se houver configurado o descumprimento. dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di-
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do res- positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
pectivo município. inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta-
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em damente.
julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual inicia- arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
tiva aos demais legitimados. no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fica- § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar-
rá depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi-
correção monetária.
co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane-
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recur-
xados às peças de informação.
sos, para evitar dano irreparável à parte.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, confor-
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
me dispuser o seu regimento.
denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção
autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Público para o ajuizamento da ação.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis-
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
iniciativa aos demais legitimados.
TÍTULO VII
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro- CAPÍTULO I
cesso Civil), quando reconhecer que a pretensão é manifestamente DOS CRIMES
infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação Seção I
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão Disposições Gerais
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
responsabilidade por perdas e danos. Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá disposto na legislação penal.
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas. Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as perti-
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá nentes ao Código de Processo Penal.
provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe infor-
mações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indican- Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
do-lhe os elementos de convicção. incondicionada
Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção II Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
Dos Crimes em Espécie terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro efetiva a paga ou recompensa.
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art.
10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu res- Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
ponsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobser-
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento vância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
do neonato: Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
Parágrafo único. Se o crime é culposo: ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta-
belecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re-
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
dação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra- coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com- ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
petente: quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de 2008)
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
apreensão sem observância das formalidades legais. o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreen- exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
são de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
pessoa por ele indicada: III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre-
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluí-
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: do pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou-
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
11.829, de 2008)
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. dação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri-
Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá- volvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829,
ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério de 2008)
Público no exercício de função prevista nesta Lei: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluí-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. do pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o 11.829, de 2008)
tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
de colocação em lar substituto: das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste arti-
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. go; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DIREITO PENAL
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) mente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela qualquer situação que envolva criança ou adolescente em ativida-
Lei nº 11.829, de 2008) des sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer sexuais(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado- Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
lescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí-
ou explosivo:
do pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste arti-
go. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, ponentes possam causar dependência física ou psíquica:(Redação
de 2008) dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
pela Lei nº 11.829, de 2008) fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, 13.106, de 2015)
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
III – representante legal e funcionários responsáveis de pro- do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
vedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de com- sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de uti-
putadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita lização indevida:
à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciá- Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
rio. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, nidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração
de 2008) sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulte- responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
ração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qual-
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluí-
quer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº
do pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
11.829, de 2008)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(In-
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual-
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-
-o a praticá-la:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela nº 12.015, de 2009)
praticar ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
pela Lei nº 11.829, de 2008) eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar in-
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati- cluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (In-
car ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO II § 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta-
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de Lei:
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- se o dobro em caso de reincidência.
se o dobro em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú-
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifi-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- cação:
se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
se o dobro em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização de-
vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documen- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
to de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio-
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
direta ou indiretamente. ção:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto- em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
como da publicação do periódico até por dois números. (Expres- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
são declara inconstitucional pela ADIN 869-2). classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças
ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guar- dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
da, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de ser- ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
viço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
se o dobro em caso de reincidência, independentemente das despe- gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
sas de retorno do adolescente, se for o caso. pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem mento do estabelecimento por até quinze dias.
assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tute-
lar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- desta Lei:
se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-
se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado revista ou publicação.
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:(Re- Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em-
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de crian-
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). ça ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, no espetáculo: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
lecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
de 2009). mento do estabelecimento por até quinze dias.
Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e munici-
2009) Vigência pais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa
mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Re-
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes dação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilita- § 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
dos à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhi- tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
mento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
2009) Vigência receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de es- para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato de maior carência socioeconômica e em situações de calamida-
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- de. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprova-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três ção das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (In-
mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a
programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Di-
convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida reitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249,
gência
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do-
caput: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
nº 12.594, de 2012) (Vide)
(dez mil reais);(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
II - não poderá ser computada como despesa operacio-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento co-
nal na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
mercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela
2012) (Vide)
Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Disposições Finais e Transitórias 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
II docaput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da pu- Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Livro II. I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- 2012) (Vide)
pios estabelecidos nesta Lei. III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluí-
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos § 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei nº
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, dis- 12.594, de 2012) (Vide)
trital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide) II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apura- 12.594, de 2012) (Vide)
do pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e(Re- a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
dação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado nº 12.594, de 2012) (Vide)
o disposto noart. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei § 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser
nº 12.594, de 2012) (Vide) emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, obser- em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
vadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (In-
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no §
3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deve-
pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto rá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta-
ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
2012) (Vide)
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela
calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e na- a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara-
cional concomitantemente com a opção de que trata o caput, res- ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca-
peitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (In-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela
que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução peran-
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe- te a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei po- contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
dem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº cional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei
12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente 2012) (Vide)
do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
12.594, de 2012) (Vide) em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
reço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do 12.594, de 2012) (Vide)
doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Ado-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) lescente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
de 2012) (Vide) (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de aten- 1)
dimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 121 ............................................................
de 2012) (Vide) § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be- se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
menor de catorze anos.
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por
2)
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 129 ...............................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de da- hipóteses do art. 121, § 4º.
dos do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 3)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com Art. 136.................................................................
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº contra pessoa menor de catorze anos.
12.594, de 2012) (Vide) 4)
Art. 213 ..................................................................
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Co- Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
marca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais Pena - reclusão de quatro a dez anos.
referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 5)
2012) (Vide) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial Pena - reclusão de três a nove anos.»
proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a re-
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
querimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela 1973, fica acrescido do seguinte item:
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) “
Art. 102 ....................................................................
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Fe-
deral do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular
a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fun- criança e do adolescente.
dos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla di-
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedi- vulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de
rá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a comunicação social. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de
260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2016)
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será
veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crian-
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
ças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efe-
tuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua pu-
a entidade. blicação.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos esta- Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
dos e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referen- promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
tes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo este- tos acerca do disposto nesta Lei.
jam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente
nos seus respectivos níveis. Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposi-
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as ções em contrário.
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi- Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
ciária. da República.
Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
(LEI 9.503/97); Seção I
Disposições Gerais
Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o (VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Códi-
§ 3o (VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) go e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, ob-
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios orga- jetivando a integração de suas atividades;
nizarão os respectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e III - (VETADO)
executivos rodoviários, estabelecendo os limites circunscricionais IV - criar Câmaras Temáticas;
de suas atuações. V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o
funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
órgão da Presidência responsável pela coordenação máxima do VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas con-
Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o CON- tidas neste Código e nas resoluções complementares;
TRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a im-
União. posição, a arrecadação e a compensação das multas por infrações
cometidas em unidade da Federação diferente da do licenciamento
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com do veículo;
sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão má- IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relati-
ximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composi- vas à aplicação da legislação de trânsito;
ção:(Redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013) X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habi-
I - (VETADO) litação, expedição de documentos de condutores, e registro e licen-
II - (VETADO) ciamento de veículos;
III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia; XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sina-
IV - um representante do Ministério da Educação e do Des- lização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
porto; XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das
V - um representante do Ministério do Exército; instâncias inferiores, na forma deste Código;
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre confli-
Amazônia Legal; tos de competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unifi-
VII - um representante do Ministério dos Transportes; car as decisões administrativas; e
VIII - (VETADO) XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de
IX - (VETADO) trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
X - (VETADO)
XI - (VETADO) Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao
XII - (VETADO) CONTRAN, são integradas por especialistas e têm como objetivo
XIII - (VETADO) estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assun-
XIV - (VETADO) tos específicos para decisões daquele colegiado.
XV - (VETADO)
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representan-
XVI - (VETADO)
tes de órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do
XVII - (VETADO)
Distrito Federal e dos Municípios, em igual número, pertencentes
XVIII - (VETADO)
ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas represen-
XIX - (VETADO)
tantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com o
XX - um representante do ministério ou órgão coordenador
trânsito, todos indicados segundo regimento específico definido
máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coorde-
XXI - (VETADO)
nador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
XXII - um representante do Ministério da Saúde. (Incluído
pela Lei nº 9.602, de 1998) § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.(Incluí- anterior, serão representados por pessoa jurídica e devem atender
do pela Lei nº 11.705, de 2008) aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvi- § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos
mento, Indústria e Comércio Exterior;(Incluído pela Lei nº 12.865, pelos respectivos membros.
de 2013) § 4º (VETADO)
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Trans- I - (VETADO)
portes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº 12.865, de 2013) II - (VETADO)
§ 1º (VETADO) III - (VETADO)
§ 2º (VETADO) IV - (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CE-
Art. 11. (VETADO) TRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CON-
TRANDIFE:
Art. 12. Compete ao CONTRAN: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
to, no âmbito das respectivas atribuições;
Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências; Art. 18. (VETADO)
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e
dos procedimentos normativos de trânsito; Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da
IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas União:
de trânsito; I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a exe-
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: cução das normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no
a) das JARI; âmbito de suas atribuições;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos ór-
inaptidão permanente constatados nos exames de aptidão física, gãos delegados, ao controle e à fiscalização da execução da Políti-
mental ou psicológica; ca Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
VI - indicar um representante para compor a comissão exami- III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de
nadora de candidatos portadores de deficiência física à habilitação Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, objetivando o
para conduzir veículos automotores; combate à violência no trânsito, promovendo, coordenando e exe-
VII - (VETADO) cutando o controle de ações para a preservação do ordenamento e
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administra- da segurança do trânsito;
ção, educação, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbi-
trânsito, formação de condutores, registro e licenciamento de veí- dade contra a fé pública, o patrimônio, ou a administração pública
culos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ou privada, referentes à segurança do trânsito;
ao CONTRAN; V - supervisionar a implantação de projetos e programas rela-
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de cionados com a engenharia, educação, administração, policiamen-
trânsito no âmbito dos Municípios; e to e fiscalização do trânsito e outros, visando à uniformidade de
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigên- procedimento;
cias definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habi-
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de litação de condutores de veículos, a expedição de documentos de
condutores, de registro e licenciamento de veículos;
reavaliação dos exames, junta especial de saúde para examinar os
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional
candidatos à habilitação para conduzir veículos automotores. (In-
de Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licenciamento
cluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados
Distrito Federal;
pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa.
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de
Habilitação - RENACH;
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Au-
são nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Fe- tomotores - RENAVAM;
deral, respectivamente, e deverão ter reconhecida experiência em X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacio-
matéria de trânsito. nal, definindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são promover sua divulgação;
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre
respectivamente. as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segu-
ser pessoas de reconhecida experiência em trânsito. rança e à educação de trânsito;
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRAN- XIII - coordenar a administração da arrecadação de multas por
DIFE é de dois anos, admitida a recondução. infrações ocorridas em localidade diferente daquela da habilitação
do condutor infrator e em unidade da Federação diferente daquela
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito do licenciamento do veículo;
ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento Trânsito informações sobre registros de veículos e de condutores,
dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas. mantendo o fluxo permanente de informações com os demais ór-
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o gãos do Sistema;
disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do
do órgão ou entidade junto ao qual funcionem. Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes
do CONTRAN, a elaboração e a implementação de programas de
Art. 17. Compete às JARI: educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e educação de trânsito;
executivos rodoviários informações complementares relativas aos XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o
recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; trânsito;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entida-
e executivos rodoviários informações sobre problemas observados des do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do
nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistema- CONTRAN, a complementação ou alteração da sinalização e dos
ticamente. dispositivos e equipamentos de trânsito;
Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DIREITO PENAL
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de
normas de projetos de implementação da sinalização, dos dispositi- trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores pro-
vos e equipamentos de trânsito aprovados pelo CONTRAN; venientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e es-
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo colta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
e o certificado de passagem nas alfândegas mediante delegação aos IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito
órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
habilitada para esse fim pelo poder público federal; (Redação dada V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me-
pela lei nº 13.258, de 2016) didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos,
XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e escolta e transporte de carga indivisível;
congressos nacionais de trânsito, bem como propor a representação VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, po-
do Brasil em congressos ou reuniões internacionais; dendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emer-
XXII - propor acordos de cooperação com organismos interna- genciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao
cionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segu- direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e
rança e educação de trânsito; instalações não autorizadas;
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aci-
e especialização do pessoal encarregado da execução das atividades dentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas
de engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, ope- operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário
ração e administração de trânsito, propondo medidas que estimulem federal;
a pesquisa científica e o ensino técnico-profissional de interesse do VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segu-
trânsito, e promovendo a sua realização; rança e Educação de Trânsito;
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interesta- IX - promover e participar de projetos e programas de edu-
dual e internacional; cação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as nor- CONTRAN;
mas e requisitos de segurança veicular para fabricação e montagem X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacio-
nal de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas
de veículos, consoante sua destinação;
impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código
licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de
marca-modelo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e
veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade
licenciamento;
da Federação;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CON-
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ-
TRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com
Nacional de Trânsito;
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e ações específicas dos órgãos ambientais.
submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coor-
denador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviá-
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e finan- rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ceiro ao CONTRAN. no âmbito de sua circunscrição:
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técni- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
ca ou administrativa ou a prática constante de atos de improbidade to, no âmbito de suas atribuições;
contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra a administração II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veí-
pública, o órgão executivo de trânsito da União, mediante aprovação culos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da
do CONTRAN, assumirá diretamente ou por delegação, a execução circulação e da segurança de ciclistas;
total ou parcial das atividades do órgão executivo de trânsito estadual III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os
que tenha motivado a investigação, até que as irregularidades sejam dispositivos e os equipamentos de controle viário;
sanadas. IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União trânsito e suas causas;
disporá sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento. V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- ostensivo de trânsito;
cípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as pe-
para os fins previstos no inciso X. nalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas
administrativas cabíveis, notificando os infratores e arrecadando
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das as multas que aplicar;
rodovias e estradas federais: VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio-
no âmbito de suas atribuições; nadas ou perigosas;
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso,
a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar
terceiros; as multas que aplicar;
Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DIREITO PENAL
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, XII - promover e participar de projetos e programas de educa-
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci-
X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito das pelo CONTRAN;
e do Programa Nacional de Trânsito; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na-
XI - promover e participar de projetos e programas de edu- cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul-
cação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação
CONTRAN; do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na- de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra uni-
cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul- dade da Federação;
tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito
do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências e executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veí-
de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra uni- culos registrados e dos condutores habilitados, para fins de impo-
dade da Federação; sição e notificação de penalidades e de arrecadação de multas nas
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ- áreas de suas competências;
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ-
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com
dos órgãos ambientais locais, quando solicitado; o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização espe- ações específicas dos órgãos ambientais locais;
cial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem ob- XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional
servados para a circulação desses veículos. de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Dis-
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trân- trito Federal:
sito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circuns- I - (VETADO)
crição: II - (VETADO)
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi- III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme
to, no âmbito das respectivas atribuições; convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente com os
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e demais agentes credenciados;
cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir e Cartei- IV - (VETADO)
ra Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão federal V - (VETADO)
competente; VI - (VETADO)
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança VII - (VETADO)
veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, ex- Parágrafo único. (VETADO)
pedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual, me-
diante delegação do órgão federal competente; Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trân-
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as sito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: (Redação
diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as me- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
didas administrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Có- to, no âmbito de suas atribuições;
digo, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veí-
24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; culos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Có- circulação e da segurança de ciclistas;
digo, com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os
do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as multas que dispositivos e os equipamentos de controle viário;
aplicar; IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os aci-
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de dentes de trânsito e suas causas;
veículos e objetos; V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia os-
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a tensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de
suspensão e a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da trânsito;
Carteira Nacional de Habilitação; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as me-
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aciden- didas administrativas cabíveis, por infrações de circulação, esta-
tes de trânsito e suas causas; cionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de ativi- do Poder de Polícia de Trânsito;
dades previstas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e mul-
norma do CONTRAN; ta, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas
e do Programa Nacional de Trânsito; que aplicar;
Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DIREITO PENAL
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas ad- CAPÍTULO III
ministrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar
as multas que aplicar; Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstá-
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; culo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento ro- causar danos a propriedades públicas ou privadas;
tativo pago nas vias; II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atiran-
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de do, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou
veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio- nela criando qualquer outro obstáculo.
nadas ou perigosas;
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me- Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias
didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condi-
escolta e transporte de carga indivisível; ções de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na- como assegurar-se da existência de combustível suficiente para
cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul- chegar ao local de destino.
tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação
do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de
de veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
unidade da Federação; segurança do trânsito.
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e
do Programa Nacional de Trânsito; Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à
XV - promover e participar de projetos e programas de educa- circulação obedecerá às seguintes normas:
ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci- I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se
as exceções devidamente sinalizadas;
das pelo CONTRAN;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circula-
e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação
ção de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de dimi-
ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e
nuir a emissão global de poluentes;
as condições do local, da circulação, do veículo e as condições
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos
climáticas;
de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, au-
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,
tuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes
se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de pas-
de infrações; (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
sagem:
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de pro- a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia,
pulsão humana e de tração animal; aquele que estiver circulando por ela;
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ- IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando
órgão ambiental local, quando solicitado; não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, des-
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização espe- tinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior
cial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem ob- velocidade;
servados para a circulação desses veículos. V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acos-
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal tamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos
serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade exe- imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
cutivos de trânsito. VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsi- VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salva-
to, conforme previsto no art. 333 deste Código. mento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as
ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre cir-
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacio- culação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência
nal de Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de
previstas neste Código, com vistas à maior eficiência e à segurança alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as
para os usuários da via. seguintes disposições:
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a
prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e monitoramen- proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar li-
to das atividades relativas ao trânsito durante prazo a ser estabe- vre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e
lecido entre as partes, com ressarcimento dos custos apropriados. parando, se necessário;
Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DIREITO PENAL
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, de-
no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado verão manter distância suficiente entre si para permitir que veícu-
pelo local; los que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança.
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação ver-
melha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um
de serviço de urgência; veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando embar-
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se que ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a velocidade,
dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segu- dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à
rança, obedecidas as demais normas deste Código; segurança dos pedestres.
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública,
quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacio- Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias
namento no local da prestação de serviço, desde que devidamen- com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas
te sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida
e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de nível,
pelo CONTRAN;
nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá
houver sinalização permitindo a ultrapassagem.
ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as
demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veí-
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não
culo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à
esquerda; poderá efetuar ultrapassagem.
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem,
certificar-se de que: Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deve-
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma ma- rá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais
nobra para ultrapassá-lo; usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele,
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indica- considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
do o propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um
suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de
trânsito que venha em sentido contrário; forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indica-
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: dora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando braço.
a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto con- Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a trans-
vencional de braço; posição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal e retornos.
forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de
de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e
fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados neces- pedestres que por ela estejam transitando.
sários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos
que ultrapassou; Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à es-
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão prefe- querda e a operação de retorno deverão ser feitas nos locais apro-
rência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de cir- priados e, onde estes não existirem, o condutor deverá aguardar no
culação.
acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do
inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas,
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via
que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da
ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
direita.
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabe-
lecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no me-
porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os nor espaço possível;
motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo
dos pedestres. possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver,
caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.
o propósito de ultrapassá-lo, deverá: Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção,
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos
para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se na- qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.
quela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.
Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser fei- Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o
ta nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transi-
quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros tando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veí-
locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas culo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que
as características da via, do veículo, das condições meteorológicas tenham o direito de preferência.
e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se
determinações: houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de transversal.
iluminação pública;
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária
exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma
curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros moto- estabelecida pelo CONTRAN.
ristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de ultrapassar
o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada
à segurança para os veículos que circulam no sentido contrário; deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou de-
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posi- sembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe
ção do veículo quando sob chuva forte, neblina ou cerração; o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regula-
a) em imobilizações ou situações de emergência; mentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; considerada estacionamento.
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa
a luz de placa; Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do
quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desem- fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da cal-
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias. çada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados,
de passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles des-
estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão estar
tinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se de farol de luz
situados fora da pista de rolamento.
baixa durante o dia e a noite.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas ro-
das será feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina,
fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que determine
desde que em toque breve, nas seguintes situações:
outra condição.
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar aci-
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condu-
dentes;
tor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a
naqueles regulamentados por sinalização específica.
um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veí- Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta
culo, salvo por razões de segurança. do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se cer-
tificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar usuários da via.
constantemente as condições físicas da via, do veículo e da carga, Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer
as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obede- sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.
cendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via,
além de: Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adja-
I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em cir- centes às estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança
culação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anor- do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição
malmente reduzida; sobre a via.
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo
deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem in- Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios consti-
convenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo tuídos por unidades autônomas, a sinalização de regulamentação
iminente; da via será implantada e mantida às expensas do condomínio, após
III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição
sinalização devida, a manobra de redução de velocidade. sobre a via.
Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela I - vias urbanas:
direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, a) via de trânsito rápido;
sempre que não houver faixa especial a eles destinada, devendo b) via arterial;
seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação c) via coletora;
previstas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou d) via local;
entidade com circunscrição sobre a via. II - vias rurais:
a) rodovias;
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular b) estradas.
nas vias quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indi-
divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos cada por meio de sinalização, obedecidas suas características téc-
outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito; nicas e as condições de trânsito.
II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a veloci-
ser mantidos junto ao bordo da pista.
dade máxima será de:
I - nas vias urbanas:
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomo-
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
tores só poderão circular nas vias:
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
protetores; c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
II - segurando o guidom com as duas mãos; d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- II - nas vias rurais:
cações do CONTRAN. a) nas rodovias:
1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis,
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomo- camionetas e motocicletas; (Redação dada pela Lei nº 10.830,
tores só poderão ser transportados: de 2003)
I - utilizando capacete de segurança; 2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e microônibus;
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento su- 3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;
plementar atrás do condutor; b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com cir-
cações do CONTRAN. cunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinaliza-
ção, velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no
Art. 56. (VETADO) parágrafo anterior.
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade
da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições ope-
direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver acosta- racionais de trânsito e da via.
mento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação
nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. Art. 63. (VETADO)
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais
faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser
outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular pela faixa
transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas
adjacente à da direita.
pelo CONTRAN.
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a cir-
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condu-
culação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia,
ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utiliza- tor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em
ção destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido situações regulamentadas pelo CONTRAN.
de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os
veículos automotores. Art. 66. (VETADO)
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus
contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas me-
trecho com ciclofaixa. diante prévia permissão da autoridade de trânsito com circunscri-
ção sobre a via e dependerão de:
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a ou de entidades estaduais a ela filiadas;
circulação de bicicletas nos passeios. II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à
via;
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utili- III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de
zação, classificam-se em: terceiros;
Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos § 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e
operacionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá. quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descan-
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via so, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir
arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de com os intervalos mencionados no § 1o, observadas no primeiro
seguro. período 8 (oito) horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela Lei
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
CAPÍTULO III-A § 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução ape-
(INCLUÍDO LEI Nº 12.619, DE 2012) (VIGÊNCIA) nas o período em que o condutor estiver efetivamente ao volante,
em curso entre a origem e o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103,
CAPÍTULO III-A de 2015) (Vigência)
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR § 5o Entende-se como início de viagem a partida do veículo na
MOTORISTAS PROFISSIONAIS ida ou no retorno, com ou sem carga, considerando-se como sua
continuação as partidas nos dias subsequentes até o destino. (In-
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
profissionais: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vi- § 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o cum-
gência) primento integral do intervalo de descanso previsto no § 3o deste
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído artigo.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passagei-
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei ros, embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais
nº 13.103, de 2015) (Vigência) de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou agen-
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de te de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda
2015) (Vigência) que subcontratado, que conduza veículo referido no caput sem a
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de observância do disposto no § 6o.(Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência) 2015) (Vigência)
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência) Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
gência)
2015) (Vigência)
§ 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por contro-
2015) (Vigência)
lar e registrar o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
vistas à sua estrita observância. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
2015) (Vigência)
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência) § 1o A não observância dos períodos de descanso estabele-
§ 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên- cidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional às penalida-
cia) des daí decorrentes, previstas neste Código. (Incluído pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)
Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi- § 2o O tempo de direção será controlado mediante registra-
gência) dor instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio
de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme
de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de transporte ro- norma do Contran.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vi-
doviário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de gência)
cargas.(Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcio-
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso den- nar de forma independente de qualquer interferência do condu-
tro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de transporte tor, quanto aos dados registrados. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de 2015) (Vigência)
direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia con- § 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informações
tínuas no exercício da condução.(Incluído pela Lei nº 13.103, de contidas no equipamento registrador instantâneo inalterável de ve-
2015) (Vigência) locidade e de tempo são de responsabilidade do condutor.(Incluído
§ 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodoviário de pas-
sageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de CAPÍTULO IV
direção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) DOS PEDESTRES E CONDUTORES
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justificada DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
do tempo de direção, devidamente registradas, o tempo de direção
poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor, Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou
o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das
e o atendimento demandados, desde que não haja comprometi- vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente per-
mento da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de mitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que
2015) (Vigência) não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se CAPÍTULO V
ao pedestre em direitos e deveres. DO CIDADÃO
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quan-
do não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de soli-
na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, citar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de
pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos
pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar compro- de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação
metida. e outros assuntos pertinentes a este Código.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quan-
do não for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Na-
pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os veículos, cional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e respon-
pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslo- der, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a possibilidade
camento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise efe-
nas situações em que a segurança ficar comprometida. tuada, e, se pertinente, informando ao solicitante quando tal evento
§ 4º (VETADO) ocorrerá.
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer
a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à cir- quais as atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao Siste-
culação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, usar o ma Nacional de Trânsito e como proceder a tais solicitações.
acostamento.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para CAPÍTULO VI
pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via de- DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
verá assegurar a devida sinalização e proteção para circulação de
pedestres. Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e cons-
titui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará de Trânsito.
precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a § 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional
visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando em cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de
sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas Trânsito.
existirem numa distância de até cinqüenta metros dele, observadas § 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão
as seguintes disposições: promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos
deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo; moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou
delimitada por marcas sobre a pista: Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão
luzes; ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Na-
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáfo- cional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias
ro ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos; escolares, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não exis- § 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito
tam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscri-
continuação da calçada, observadas as seguintes normas: ção e de acordo com as peculiaridades locais.
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que § 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter per-
podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos; manente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratui-
deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela tamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes
sem necessidade. do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-es-
as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, cola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e
exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacio-
respeitadas as disposições deste Código. nal de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização sema- Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
fórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Mi-
que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudan- nistério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CON-
ça do semáforo liberando a passagem dos veículos. TRAN e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras,
diretamente ou mediante convênio, promoverá:
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo
manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de
boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização. trânsito;
Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) es-
nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de pro- pecificará o conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens,
fessores e multiplicadores; bem como os procedimentos envolvidos na respectiva veiculação,
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levan- em conformidade com as diretrizes fixadas para as campanhas
tamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito; educativas de trânsito a que se refere o art. 75.(Incluído pela Lei
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito nº 12.006, de 2009).
junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com
vistas à integração universidades-sociedade na área de trânsito. Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo
com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Mi- punível com as seguintes sanções:(Incluído pela Lei nº 12.006, de
nistério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer 2009).
campanha nacional esclarecendo condutas a serem seguidas nos I – advertência por escrito;(Incluído pela Lei nº 12.006, de
primeiros socorros em caso de acidente de trânsito. 2009).
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de
intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (ses-
nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76. senta) dias;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o valor
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades compo- da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou unidade que a substi-
nentes do Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos tuir, cobrada do dobro até o quíntuplo, em caso de reincidência.
nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de mensagens educativas (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
de trânsito em todo o território nacional, em caráter suplementar § 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente,
às campanhas previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº conforme dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.006,
12.006, de 2009). de 2009).
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer
infração acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça pu-
Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou
blicitária até que sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts.
promoção, nos meios de comunicação social, de produto oriundo
77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente,
mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veicula-
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto,
da. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CON-
§ 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se pro-
TRAN, desenvolverão e implementarão programas destinados à
dutos oriundos da indústria automobilística ou afins:(Incluído pela
prevenção de acidentes.
Lei nº 12.006, de 2009).
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, valores arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do
incluídos os de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei nº Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Au-
12.006, de 2009). tomotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos 19 de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coor-
veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, denador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva
de 2009). em programas de que trata este artigo.
§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda
de natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão
produto, em qualquer das seguintes modalidades: (Incluído pela firmar convênio com os órgãos de educação da União, dos Esta-
Lei nº 12.006, de 2009). dos, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumpri-
I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). mento das obrigações estabelecidas neste capítulo.
II – televisão;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – jornal;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). CAPÍTULO VII
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
V – outdoor.(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabrican- Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via,
te o montador, o encarroçador, o importador e o revendedor auto- sinalização prevista neste Código e em legislação complementar,
rizado dos veículos e demais produtos discriminados no § 1o deste destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qual-
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). quer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em ou- a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite,
tdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme
faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à normas e especificações do CONTRAN.
propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental
àquela de caráter institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei e por período prefixado, a utilização de sinalização não prevista
nº 12.006, de 2009). neste Código.
Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo
gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e compro- pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.
meter a segurança do trânsito. § 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se
refere à interpretação, colocação e uso da sinalização.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e res-
pectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, CAPÍTULO VIII
inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a men- DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
sagem da sinalização. FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE
TRÂNSITO
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas
ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamen-
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
tos a serem adotados em todo o território nacional quando da im-
plementação das soluções adotadas pela Engenharia de Tráfego,
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição so-
assim como padrões a serem praticados por todos os órgãos e enti-
bre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qual-
dades do Sistema Nacional de Trânsito.
quer elemento que prejudique a visibilidade da sinalização viária
e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
Art. 92. (VETADO)
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trân-
sito com circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-
ser sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via. se em pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia
anuência do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, sem que do projeto conste área para estacionamento e indicação
estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas en- das vias de acesso adequadas.
tradas e saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada
pelo CONTRAN. Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança
de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado.
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações trans-
com as respectivas placas indicativas de destinação e com placas versais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em
informando os dados sobre a infração por estacionamento indevi- casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos
do. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em: Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou in-
I - verticais; terromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em
II - horizontais; risco sua segurança, será iniciada sem permissão prévia do órgão
III - dispositivos de sinalização auxiliar; ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via.
IV - luminosos; § 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução
V - sonoros; ou manutenção da obra ou do evento.
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito
com circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermé-
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após
dio dos meios de comunicação social, com quarenta e oito horas
sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras
de antecedência, de qualquer interdição da via, indicando-se os
ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada,
vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições ade- caminhos alternativos a serem utilizados.
quadas de segurança na circulação. § 3º A inobservância do disposto neste artigo será punida com
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá multa que varia entre cinqüenta e trezentas UFIR, independente-
ser afixada sinalização específica e adequada. mente das cominações cíveis e penais cabíveis.
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autorida-
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circula- de de trânsito aplicará multa diária na base de cinqüenta por cento
ção e outros sinais; do dia de vencimento ou remuneração devida enquanto permane-
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; cer a irregularidade.
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trân-
sito. CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Códi-
go por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou Seção I
incorreta. Disposições Gerais
Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 96. Os veículos classificam-se em: Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que
I - quanto à tração: sofrerem alterações ou conversões são obrigados a atender aos
a) automotor; mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e ruído pre-
b) elétrico; vistos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN,
c) de propulsão humana; cabendo à entidade executora das modificações e ao proprietário
d) de tração animal; do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.
e) reboque ou semi-reboque;
II - quanto à espécie: Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veí-
a) de passageiros: culo cujo peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos
1 - bicicleta; pelo CONTRAN.
2 - ciclomotor; § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesa-
3 - motoneta; gem ou pela verificação de documento fiscal, na forma estabeleci-
4 - motocicleta; da pelo CONTRAN.
5 - triciclo; § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bru-
6 - quadriciclo; to total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície
7 - automóvel; das vias, quando aferido por equipamento, na forma estabelecida
8 - microônibus; pelo CONTRAN.
9 - ônibus; § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem
10 - bonde; de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia e na pe-
11 - reboque ou semi-reboque; riodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou en-
12 - charrete; tidade de metrologia legal.
b) de carga:
1 - motoneta; Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá
2 - motocicleta; transitar com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com
3 - triciclo; peso bruto total combinado com peso por eixo, superior ao fixado
4 - quadriciclo; pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da
5 - caminhonete; unidade tratora.
6 - caminhão; Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso de pneus
7 - reboque ou semi-reboque; extralargos, definindo seus limites de peso.
8 - carroça;
9 - carro-de-mão; Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no
c) misto: transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de
1 - camioneta; peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser con-
2 - utilitário; cedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização
3 - outros; especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
d) de competição; atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.
e) de tração: § 1º A autorização será concedida mediante requerimento que
1 - caminhão-trator; especificará as características do veículo ou combinação de veí-
2 - trator de rodas; culos e de carga, o percurso, a data e o horário do deslocamento
3 - trator de esteiras; inicial.
4 - trator misto; § 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilida-
f) especial; de por eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos
g) de coleção; causar à via ou a terceiros.
III - quanto à categoria: § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões po-
a) oficial; derá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via,
b) de representação diplomática, de repartições consulares de autorização especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendi-
carreira ou organismos internacionais acreditados junto ao Gover- das as medidas de segurança consideradas necessárias.
no brasileiro;
c) particular; Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equi-
d) de aluguel; pado quando transitar, de modo a evitar o derramamento da carga
e) de aprendizagem. sobre a via.
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações a forma de proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo
básicas, configuração e condições essenciais para registro, licen- com a sua natureza.
ciamento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em
função de suas aplicações. Seção II
Da Segurança dos Veículos
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem pré-
via autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando aten-
sejam feitas no veículo modificações de suas características de didos os requisitos e condições de segurança estabelecidos neste
fábrica. Código e em normas do CONTRAN.
Didatismo e Conhecimento 95
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os en- § 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
carroçadores de veículos deverão emitir certificado de segurança, artigo será progressivamente incorporada aos novos projetos de
indispensável ao cadastramento no RENAVAM, nas condições es- automóveis e dos veículos deles derivados, fabricados, importa-
tabelecidas pelo CONTRAN. dos, montados ou encarroçados, a partir do 1o (primeiro) ano após
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a a definição pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e
periodicidade para que os fabricantes, os importadores, os monta- do respectivo cronograma de implantação e a partir do 5o (quinto)
dores e os encarroçadores comprovem o atendimento aos requisi- ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilôme-
tos de segurança veicular, devendo, para isso, manter disponíveis tro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles deriva-
a qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas dos. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
e componentes abrangidos pela legislação de segurança veicular. § 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
artigo não se aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluí-
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de do pela Lei nº 11.910, de 2009)
segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído
avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e pe- Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação
riodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segu- de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento
rança e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e ruído. de segurança especificado pelo fabricante, será exigido, para licen-
§ 1º (VETADO) ciamento e registro, certificado de segurança expedido por institui-
§ 2º (VETADO) ção técnica credenciada por órgão ou entidade de metrologia legal,
§ 3º (VETADO) conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte in-
veículos reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de dividual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das
gases poluentes e ruído. exigências previstas neste Código, às condições técnicas e aos re-
quisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração des-
outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: sa atividade.
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do
CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autorida-
de passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé; de com circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário,
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto, desde
de transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Có-
com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e digo e pelo CONTRAN.
seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá
de velocidade e tempo; exceder a doze meses, prazo a partir do qual a autoridade pública
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos auto- responsável deverá implantar o serviço regular de transporte cole-
motores, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN; tivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente
IV - (VETADO) e com os dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602,
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases de 1998)
poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo CON-
TRAN. Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dian- transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo com as
teira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado normas estabelecidas pelo CONTRAN.
esquerdo.
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas carac-
para o condutor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela terísticas para competição ou finalidade análoga só poderá circular
Lei nº 11.910, de 2009) nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito,
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obri- em itinerário e horário fixados.
gatórios dos veículos e determinará suas especificações técnicas.
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
acessório proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medi- I - (VETADO)
das administrativas previstas neste Código. II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veí-
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os en- culos em movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores
carroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar em ambos os lados.
os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN. painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do veículo, na forma de regulamentação do CONTRAN. (Incluí-
do disposto neste artigo. do pela Lei nº 9.602, de 1998)
Didatismo e Conhecimento 96
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter § 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destina-
publicitário ou qualquer outra que possa desviar a atenção dos dos a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar tra-
condutores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos veí- balhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública,
culos, salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito. são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível
Art. 112. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999) aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Redação dada
pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçado- § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso
ras e fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis civil bélico.
e criminalmente por danos causados aos usuários, a terceiros, e § 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da
ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e placa dianteira.
da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados na sua fa- § 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e
bricação. fundamentada das respectivas corregedorias e com a devida co-
municação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utili-
Seção III
zados por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público
Da Identificação do Veículo
que exerçam competência ou atribuição criminal poderão tempo-
rariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identifica-
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por
ção de seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser
caracteres gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em
outras partes, conforme dispuser o CONTRAN. emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ,
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo
de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas caracte- Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.(Incluído pela Lei
rísticas, além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado. nº 12.694, de 2012)
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de pré- § 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola
via autorização da autoridade executiva de trânsito e somente se- (jericos), para efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam dis-
rão processadas por estabelecimento por ela credenciado, median- pensados da exigência prevista no art. 106. (Incluído pela Lei nº
te a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma 13.154, de 2015)
identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados
autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, e do Distrito Federal, devidamente registrados e licenciados, so-
modificações da identificação de seu veículo. mente quando estritamente usados em serviço reservado de caráter
policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio e limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de
de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, veículo oficial.
obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CON-
TRAN. Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscri-
veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado ção indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto
seu reaproveitamento. total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT)
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira e de sua lotação, vedado o uso em desacordo com sua classifica-
Nacional serão usadas somente pelos veículos de representação ção.
pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos
Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do
CAPÍTULO X
Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Mi-
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
nistros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-
Geral da República.
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, in-
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribu-
nais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais dependentemente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os
e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-
Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e se-á pelas disposições deste Código, pelas convenções e acordos
do Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público internacionais ratificados.
e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas
especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CON- Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle
TRAN. de fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a ar- saída temporária ou definitiva de veículos.
rastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior não po-
de construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro na re- derão sair do território nacional sem prévia quitação de débitos
partição competente, se transitarem em via pública, dispensados de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento de danos que
o licenciamento e o emplacamento. (Redação dada pela Lei nº tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitado o prin-
13.154, de 2015) (Vide) cípio da reciprocidade.
Didatismo e Conhecimento 97
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO XI V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade
DO REGISTRO DE VEÍCULOS dos componentes e agregados adaptados ou montados no veículo,
quando houver alteração das características originais de fábrica;
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, rebo- VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no
que ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão executi- caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de reparti-
vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de ções consulares de carreira, de representações de organismos inter-
domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei. nacionais e de seus integrantes;
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distri- VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida
to Federal somente registrarão veículos oficiais de propriedade da no Município do registro anterior, que poderá ser substituída por
administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e informação do RENAVAM;
dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação ex- VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos,
pressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, independente-
ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se mente da responsabilidade pelas infrações cometidas;
os veículos de representação e os previstos no art. 116. IX -(Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art.
bélico. 98, quando houver alteração nas características originais do veícu-
lo que afetem a emissão de poluentes e ruído;
Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de po-
Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e especifica- luentes e ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do
ções estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as características e CONTRAN e do CONAMA.
condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração. Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os
agregados e as características originais do veículo deverão ser
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veí- prestadas ao RENAVAM:
culo o órgão executivo de trânsito consultará o cadastro do RENA- I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no
caso de veículo nacional;
VAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou do-
pessoa física;
cumento equivalente expedido por autoridade competente;
III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa
II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Ex-
jurídica.
teriores, quando se tratar de veículo importado por membro de
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM
missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de
serão repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo
representações de organismos internacionais e de seus integrantes.
registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o
veículo registrado.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou desti-
Registro de Veículo quando: nado à desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no pra-
I - for transferida a propriedade; zo e forma estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do
II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou resi- veículo sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro ante-
dência; rior. (Redação dada pela Lei nº 12.977, de 2014) (Vigência)
III - for alterada qualquer característica do veículo; Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da
IV - houver mudança de categoria. companhia seguradora ou do adquirente do veículo destinado à
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.
o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetua-
expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trin- rá a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro do RENA-
ta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser VAM.
imediatas. Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
mesmo Município, o proprietário comunicará o novo endereço Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de
num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamento para Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e
alterar o Certificado de Licenciamento Anual. ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da respon-
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao ór- sabilidade pelas infrações cometidas.
gão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM. Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de pro-
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de pulsão humana e dos veículos de tração animal obedecerão à re-
Veículo serão exigidos os seguintes documentos: gulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio
I - Certificado de Registro de Veículo anterior; ou residência de seus proprietários. (Redação dada pela Lei nº
II - Certificado de Licenciamento Anual; 13.154, de 2015)
III - comprovante de transferência de propriedade, quando for Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos auto-
o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN; motores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de po- a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Mi-
luentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de caracte- nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou
rísticas do veículo; mediante convênio. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Didatismo e Conhecimento 98
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO XII II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos
DO LICENCIAMENTO obrigatórios e de segurança;
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, rebo- centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das par-
que ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado tes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em
anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Dis- preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor
trito Federal, onde estiver registrado o veículo. amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velo-
bélico. cidade e tempo;
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas ex-
válido, durante o exercício, o licenciamento de origem. tremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedi- dispostas na extremidade superior da parte traseira;
do ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no
VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabele-
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao
cidos pelo CONTRAN.
registro.
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando
quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trân- ser afixada na parte interna do veículo, em local visível, com ins-
sito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da crição da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares
responsabilidade pelas infrações cometidas. em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante.
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de es-
sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de controle colares deve satisfazer os seguintes requisitos:
de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme disposto no I - ter idade superior a vinte e um anos;
art. 104. II - ser habilitado na categoria D;
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licencia- III - (VETADO)
mento e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima,
trajeto entre a fábrica e o Município de destino. ou ser reincidente em infrações médias durante os doze últimos
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veícu- meses;
los importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regu-
alfandegário e o Município de destino.(Renumerado do parágrafo lamentação do CONTRAN.
único pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015) municipal de aplicar as exigências previstas em seus regulamen-
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licencia- tos, para o transporte de escolares.
mento Anual.
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprie- CAPÍTULO XIII-A
tário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.009, DE 2009)
comprovante de transferência de propriedade, devidamente assi-
nado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidaria- Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao trans-
mente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data porte remunerado de mercadorias – moto-frete – somente poderão
da comunicação. circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade
Parágrafo único. O comprovante de transferência de proprie-
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-
dade de que trata o caput poderá ser substituído por documento
se, para tanto:(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (Incluído pela
I – registro como veículo da categoria de aluguel;(Incluído
Lei nº 13.154, de 2015)
pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte indi-
vidual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou emprega- II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no
dos em qualquer serviço remunerado, para registro, licenciamento chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna do con-
e respectivo emplacamento de característica comercial, deverão dutor em caso de tombamento, nos termos de regulamentação do
estar devidamente autorizados pelo poder público concedente. Conselho Nacional de Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº
12.009, de 2009)
CAPÍTULO XIII III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas,
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES nos termos de regulamentação do Contran;(Incluído pela Lei nº
12.009, de 2009)
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos
coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com auto- obrigatórios e de segurança.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
rização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos § 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para trans-
Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: porte de cargas deve estar de acordo com a regulamentação do
I - registro como veículo de passageiros; Contran.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Didatismo e Conhecimento 99
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos infla- § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar
máveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido
com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mineral, nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em in-
desde que com o auxílio de side-car, nos termos de regulamenta- frações médias, durante os últimos doze meses.
ção do Contran.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) § 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir
veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do
Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a compe- quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluí-
tência municipal ou estadual de aplicar as exigências previstas em do o do motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)
seus regulamentos para as atividades de moto-frete no âmbito de § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combina-
suas circunscrições. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) ção de veículos com mais de uma unidade tracionada, independen-
temente da capacidade de tração ou do peso bruto total. (Renume-
CAPÍTULO XIV rado pela Lei nº 12.452, de 2011)
DA HABILITAÇÃO
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elé- ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas
trico será apurada por meio de exames que deverão ser realizados ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção
junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por
Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede esta- condutor habilitado nas categorias C, D ou E.
dual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automo-
os seguintes requisitos: tores destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser condu-
I - ser penalmente imputável; zidos em via pública também por condutor habilitado na categoria
II - saber ler e escrever; B. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para condu-
serão cadastradas no RENACH. zir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de
emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à os seguintes requisitos:
aprendizagem para conduzir veículos automotores e elétricos e à I - ser maior de vinte e um anos;
autorização para conduzir ciclomotores serão regulamentados pelo II - estar habilitado:
CONTRAN. a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão huma- um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria
na e de tração animal ficará a cargo dos Municípios. D; e
§ 2º (VETADO) b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender
habilitar-se na categoria E;
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima
país está subordinado às condições estabelecidas em convenções e ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos doze
acordos internacionais e às normas do CONTRAN. meses;
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de trei-
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de namento de prática veicular em situação de risco, nos termos da
A a E, obedecida a seguinte gradação: normatização do CONTRAN.
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou Parágrafo único. A participação em curso especializado pre-
três rodas, com ou sem carro lateral; visto no inciso IV independe da observância do disposto no inciso
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abran- III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
gido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares,
excluído o do motorista; Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir am-
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado bulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento especializa-
em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e do e reciclagem em cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos
quinhentos quilogramas; termos da normatização do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.998,
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado de 2014)
no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares,
excluído o do motorista; Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em deverá realizar exames complementares exigidos para habilitação
que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja na categoria pretendida.
unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada te-
nha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exa-
ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares.(Redação dada pela Lei mes realizados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte or-
nº 12.452, de 2011) dem:
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre cir-
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de culação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via
proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:
aprovadas pelo CONTRAN; Infração - gravíssima;
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, Art. 253-A. Usar veículo para, deliberadamente, interromper,
quando o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desem- restringir ou perturbar a circulação na via: (Incluído pela Medida
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias: Provisória nº 699, de 2015)
Infração - média; Infração - gravíssima; (Incluído pela Medida Provisória nº
Penalidade - multa. 699, de 2015)
Penalidade - multa (trinta vezes), suspensão do direito de diri-
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: gir por doze meses e apreensão do veículo; (Incluído pela Medida
I - deixar de manter acesa a luz baixa: Provisória nº 699, de 2015)
a) durante a noite; Medida administrativa - recolhimento do documento de ha-
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública; bilitação, remoção do veículo e proibição de receber incentivo
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coleti- creditício por dez anos para aquisição de veículos. (Incluído pela
vo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas; Medida Provisória nº 699, de 2015)
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores; § 1o Aplica-se a multa agravada em cem vezes aos organiza-
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição dores da conduta prevista no caput. (Incluído pela Medida Provi-
sob chuva forte, neblina ou cerração; sória nº 699, de 2015)
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite; § 2o Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no
Infração - média; período de doze meses. (Incluído pela Medida Provisória nº 699,
Penalidade - multa. de 2015)
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
Art. 254. É proibido ao pedestre:
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para
emergência;
cruzá-las onde for permitido;
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis,
situações:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro salvo onde exista permissão;
condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo; III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo
b) em imobilizações ou situação de emergência, como adver- quando houver sinalização para esse fim;
tência, utilizando pisca-alerta; IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles
o uso do pisca-alerta: e similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da
Infração - média; autoridade competente;
Penalidade - multa. V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou
subterrânea;
Art. 252. Dirigir o veículo: VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
I - com o braço do lado de fora; Infração - leve;
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da
ou entre os braços e pernas; infração de natureza leve.
Seção X
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conci-
Da Resposta do Réu
liação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão ver-
dadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda
resultar da convicção do Juiz.
matéria de defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento
do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.
Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem
as partes presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando- objeto da controvérsia.
lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu
ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei. na própria audiência ou requerer a designação da nova data, que
será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou lei-
go ou por conciliador sob sua orientação. Seção XI
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a Das Provas
escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com
eficácia de título executivo. Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda
que não especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado pro- dos fatos alegados pelas partes.
ferirá sentença.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente,
comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei. podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas,
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independen- impertinentes ou protelatórias.
temente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas
partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designa- Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte,
rá, de imediato, a data para a audiência de instrução. comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou
mediante esta, se assim for requerido.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos crité- § 1º O requerimento para intimação das testemunhas será
rios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência
por eqüidade. de instrução e julgamento.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julga-
técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de mento.
parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofí- Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas
cio ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação su-
coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe cinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos pró-
relatará informalmente o verificado. prios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Art. 47. (VETADO)
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a
sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimen-
Seção XIII
tos.
Dos Embargos de Declaração
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou
supervisão de Juiz togado. acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Re-
dação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Seção XII Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de
Da Sentença ofício.
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por es-
Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiên- crito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
cia, dispensado o relatório. decisão.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por
quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para
a interposição de recurso. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exce- 2015) (Vigência)
der a alçada estabelecida nesta Lei.
Seção XIV
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferi- Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
rá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que
poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em
se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indis- lei:
pensáveis. I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das au-
diências do processo;
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de concilia- II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta
ção ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado. Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos
Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reuni-
no art. 8º desta Lei;
dos na sede do Juizado.
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de senten-
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representa-
ça ou não se der no prazo de trinta dias;
das por advogado.
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação
dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, conta- § 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipóte-
dos da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão se, de prévia intimação pessoal das partes.
as razões e o pedido do recorrente. § 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de Juiz, do pagamento das custas.
deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para Seção XV
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. Da Execução
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Jui-
Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a zado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Pro-
parte. cesso Civil, com as seguintes alterações:
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código CAPÍTULO III
Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO
poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da DE INFRAÇÃOADMINISTRATIVA OU DE CRIME
vantagem econômica auferida.
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.
que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de § 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu ha-
prestação de fiança e cálculo de multa. bitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou
juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando- entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabi-
se o contraditório. lidade de técnicos habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.052,
de 2014)
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, § 2o Até que os animais sejam entregues às instituições men-
fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela in- cionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles
fração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e
meio ambiente. transporte que garantam o seu bem-estar físico.(Redação dada pela
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena- Lei nº 13.052, de 2014)
tória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão
do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efeti- estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, pe-
vamente sofrido. nais e outras com fins beneficentes.(Renumerando do §2º para §3º
pela Lei nº 13.052, de 2014)
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alterna- § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão
tivamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou educa-
3º, são: cionais. (Renumerando do §3º para §4º pela Lei nº 13.052, de
I - multa; 2014)
II - restritivas de direitos; § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão
III - prestação de serviços à comunidade. vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da recicla-
gem. (Renumerando do §4º para §5º pela Lei nº 13.052, de
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: 2014)
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou ativi- CAPÍTULO IV
dade; DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como
dele obter subsídios, subvenções ou doações. Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não é pública incondicionada.
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, re- Parágrafo único. (VETADO)
lativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo,
ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
ou regulamentar. 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a pré-
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter via composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
dez anos.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofen-
jurídica consistirá em: sivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:
ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram
rápido e seguro de informações com órgãos de outros países. causa à celebração do instrumento, a aplicação de sanções admi-
nistrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver firma-
CAPÍTULO VIII do. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
DISPOSIÇÕES FINAIS 2001)
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições artigo não impede a execução de eventuais multas aplicadas antes
do Código Penal e do Código de Processo Penal. da protocolização do requerimento. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os ór- § 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
gãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela compromisso, quando descumprida qualquer de suas cláusulas,
execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização ressalvado o caso fortuito ou de força maior.(Incluído pela Medida
dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem Provisória nº 2.163-41, de 2001)
a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de § 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até no-
título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pes- venta dias, contados da protocolização do requerimento.(Incluído
soas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades uti- § 7o O requerimento de celebração do termo de compromis-
lizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou poten- so deverá conter as informações necessárias à verificação da sua
cialmente poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do pla-
2.163-41, de 2001) no. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo § 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso de-
destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e verão ser publicados no órgão oficial competente, mediante ex-
jurídicas mencionadas no caput possam promover as necessárias
trato. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
correções de suas atividades, para o atendimento das exigências
impostas pelas autoridades ambientais competentes, sendo obriga-
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
tório que o respectivo instrumento disponha sobre:(Redação dada
de noventa dias a contar de sua publicação.
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromis-
Art. 81. (VETADO)
sadas e dos respectivos representantes legais;(Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o
mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilida- Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e
de de prorrogação por igual período;(Redação dada pela Medida 110º da República.
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investi-
mento previsto e o cronograma físico de execução e de implanta- DOS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR
ção das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem (LEI 8.078);
atingidas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41,
de 2001)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou ju-
rídica compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
não-cumprimento das obrigações nele pactuadas;(Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser cias.
superior ao valor do investimento previsto;(Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as par- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
tes. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 TÍTULO I
de março de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente po- CAPÍTULO I
luidores, a assinatura do termo de compromisso deverá ser reque- DISPOSIÇÕES GERAIS
rida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de
dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro-
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços con-
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem siderados perigosos ou nocivos;
como a transparência e harmonia das relações de consumo, aten- II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
didos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
21.3.1995) dade nas contratações;
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer- III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produ-
cado de consumo; tos e serviços, com especificação correta de quantidade, caracte-
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente rísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
o consumidor: como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº
a) por iniciativa direta; 12.741, de 2012) Vigência
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
representativas; todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práti-
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; cas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- e serviços;
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
morais, individuais, coletivos e difusos;
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedo-
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
res;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- administrativa e técnica aos necessitados;
cado de consumo; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficien- inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
tes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hi-
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos possuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
de consumo; IX - (Vetado);
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e geral.
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuí- do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiên-
zos aos consumidores; cia, observado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes dimi-
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con- nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitá- I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
ria, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo cabível;
o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
III - o abatimento proporcional do preço.
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
perfeitas condições de uso;
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
III - o abatimento proporcional do preço. para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque-
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje-
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
meio de manifestação expressa do consumidor. obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade em contrário do consumidor.
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial. Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de em-
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, preendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, efi-
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo cientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di- Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par-
ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí-
§ 1° deste artigo. dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será forma prevista neste código.
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
quando identificado claramente seu produtor. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qua-
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; responsabilidade.
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
fornecedor.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
quados ao fim a que se destinam.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví- possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia- nesta e nas seções anteriores.
ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter- nas seções anteriores.
nativamente e à sua escolha: § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
I - o abatimento proporcional do preço; rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri-
II - complementação do peso ou medida; cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
marca ou modelo, sem os aludidos vícios; SEÇÃO IV
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente Da Decadência e da Prescrição
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo an- Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
terior. fácil constatação caduca em:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pe- Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
los danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala-
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
do conhecimento do dano e de sua autoria. comercial.
Parágrafo único. (Vetado). Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
SEÇÃO V origina.(Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô-
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso nomos.
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po-
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má derá, alternativamente e à sua livre escolha:
administração. I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
§ 1° (Vetado). oferta, apresentação ou publicidade;
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
obrigações decorrentes deste código. eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá- e danos.
veis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. SEÇÃO III
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica Da Publicidade
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
CAPÍTULO V Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus pro-
Das Práticas Comerciais dutos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
SEÇÃO I dão sustentação à mensagem.
Das Disposições Gerais
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam- § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co-
se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, ex- municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
postas às práticas nele previstas. ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de indu-
zir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
SEÇÃO II qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
Da Oferta outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre- qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiên-
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o cia da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o con- de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
trato que vier a ser celebrado. perigosa à sua saúde ou segurança.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: conteúdo;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autori- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
dade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
artigo. dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens,
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de
rídico a ser protegido. Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Mi-
nistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Vide Mensa- Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
gem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos in- CAPÍTULO I
teressados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE
gências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título BENS, DIREITOS E VALORES
executivo extrajudicial». (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
222582 /MG - STJ)
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou va-
passa a ter a seguinte redação: lores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Re-
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
iniciativa aos demais legitimados». III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
com a seguinte redação: VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associa- VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
ção autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração
e danos”.
penal:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garan-
de 24 de julho de 1985:
tia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
III - importa ou exporta bens com valores não corresponden-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
tes aos verdadeiros.
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo § 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas pela Lei nº 12.683, de 2012)
processuais». I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
ou valores provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, nº 12.683, de 2012)
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe-
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Tí- prática de crimes previstos nesta Lei.
tulo III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor».
forma do regulamento desta Lei. pela Polícia Federal.(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e
115o da República. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, in-
ciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providên-
ANEXO
cias.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.706, DE 2008)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
TABELA DE TAXAS
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
ATO ADMINISTRATIVO R$
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
I - Registro de arma de fogo:
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
(art. 30) 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00 de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
II - Renovação do certificado de registro homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e
de arma de fogo: VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
Gratuito § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o) praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00 decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
III - Registro de arma de fogo para 60,00 consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluí-
empresa de segurança privada e de do pela Lei nº 13.142, de 2015)
transporte II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei
nº 8.930, de 1994)
de valores III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso
IV - Renovação do certificado de registro incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
de arma de fogo para empresa de IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.
segurança privada e de transporte de 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930,
valores: de 1994)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilí- Art. 213. ...............................................................
cito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetí- Pena - reclusão, de seis a dez anos.
veis de: (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto; Art. 214. ...............................................................
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida ........................................................................
inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
11.464, de 2007) Art. 223. ...............................................................
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos Pena - reclusão, de oito a doze anos.
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 Parágrafo único. ........................................................
(dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de ........................................................................
2007)
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá funda- Art. 267. ...............................................................
mentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) ........................................................................
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, Art. 270. ...............................................................
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
caso de extrema e comprovada necessidade.(Incluído pela Lei nº .......................................................................”
11.464, de 2007)
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu-
parágrafo:
rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a
“
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. Art. 159. ..............................................................
........................................................................
Art. 4º (Vetado). § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor
que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestra-
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte in- do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.»
ciso:
“ Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
Art. 83. .............................................................. no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos,
........................................................................ prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- terrorismo.
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-
reincidente específico em crimes dessa natureza.” mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
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