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NOÇÕES DIREITO PENAL

NOÇÕES DIREITO PENAL


Extraterritorialidade
A APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:
Dispõe o Código Penal: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
PARTE GERAL Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-
ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
TÍTULO I pelo Poder Público;
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL c) contra a administração pública, por quem está a seu ser-
viço;
Anterioridade da Lei d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domicilia-
do no Brasil;
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há II - os crimes:
pena sem prévia cominação legal. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a re-
primir;
Lei penal no tempo b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
e aí não sejam julgados.
os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favo- § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
recer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
por sentença condenatória transitada em julgado. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira de-
pende do concurso das seguintes condições:
Lei excepcional ou temporária a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasi-
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a deter- leira autoriza a extradição;
minaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter
aí cumprido a pena;
Tempo do crime e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por ou-
tro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação favorável.
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Reda- § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
ção dada pela Lei nº 7.209, de 1984) estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi-
ções previstas no parágrafo anterior:
Territorialidade
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de conven-
ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido
no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Pena cumprida no estrangeiro
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de na- Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena impos-
tureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se ta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é compu-
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, tada, quando idênticas.
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação Eficácia de sentença estrangeira
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pratica- Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
dos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de proprie- brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser
dade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional homologada no Brasil para:
ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e
mar territorial do Brasil. a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Lugar do crime
Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos
previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradi-
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
ção com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença,
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

Didatismo e Conhecimento 1
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Contagem de prazo Quando a lei regula situações passadas, fatos anteriores a sua
vigência, ocorre a denominada retroatividade. Já, se sua aplicação
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. se der para fatos após a cessação de sua vigência, será chamada
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. ultratividade.
Em se tratando de extra-atividade da lei penal, observa-se a
Frações não computáveis da pena ocorrência das seguintes situações:
a) “Abolitio criminis” – trata-se da supressão da figura cri-
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e minosa;
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as b) “Novatio legis in melius” ou “lex mitior” – é a lei penal
frações de cruzeiro. mais benigna;
Tanto a “abolitio criminis” como a “novatio legis in melius”,
Legislação especial aplica-se o principio da retroatividade da Lei penal mais benéfica.

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos A Lei nº 11.106 de 28 de março de 2006 descriminalizou os
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diver- artigos 217 e 240, do Código Penal, respectivamente, os crimes
so. de “sedução” e “adultério”, de modo que o sujeito que praticou
uma destas condutas em fevereiro de 2006, por exemplo, não será
Do Princípio da Legalidade responsabilizado na esfera penal.
Segundo a maior parte da doutrina, a Lei nº 11.106 de 28 de
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há março de 2006, não descriminalizou o crime de rapto, previsto an-
pena sem prévia cominação legal. teriormente no artigo 219 e seguintes do Código Penal, mas so-
mente deslocou sua tipicidade para o artigo 148 e seguintes (“se-
questro” e “cárcere privado”), houve, assim, uma continuidade
Princípio: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege
normativa atípica.
A “abolitio criminis” faz cessar a execução da pena e todos os
Constituição Federal, art. 5º, XXXIX.
efeitos penais da sentença.
A Lei 9.099/99 trouxe novas formas de substituição de penas
Princípio da legalidade: a maioria dos nossos autores conside-
e, por consequência, considerando que se trata de “novatio legis in
ra o princípio da legalidade sinônimo de reserva legal.
melius” ocorreu retroatividade de sua vigência a fatos anteriores a
A doutrina, orienta-se maciçamente no sentido de não haver
sua publicação.
diferença conceitual entre legalidade e reserva legal. Dissentindo
desse entendimento o professor Fernando Capez diz que o prin- c) “Novatio legis in pejus” – é a lei posterior que agrava a
cípio da legalidade é gênero que compreende duas espécies: re- situação;
serva legal e anterioridade da lei penal. Com efeito, o princípio d) “Novatio legis incriminadora” – é a lei posterior que cria
da legalidade corresponde aos enunciados dos arts. 5º, XXXIX, um tipo incriminador, tornando típica a conduta antes considerada
da Constituição Federal e 1º do Código Penal (“não há crime sem irrelevante pela lei penal.
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”) A lei posterior não retroage para atingir os fatos praticados
e contém, nele embutidos, dois princípios diferentes: o da reserva na vigência da lei mais benéfica (“Irretroatividade da lei penal”).
legal, reservando para o estrito campo da lei a existência do crime Contudo, haverá extratividade da lei mais benéfica, pois será válida
e sua correspondente pena (não há crime sem lei que o defina, nem mesmo após a cessação da vigência (Ultratividade da Lei Penal).
pena sem prévia cominação legal), e o da anterioridade, exigin- Ressalta-se, por fim, que aos crimes permanentes e continua-
do que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração dos, aplica-se a lei nova ainda que mais grave, nos termos da Sú-
penal (lei anterior e prévia cominação). Assim, a regra do art. 1º, mula 711 do STF.
denominada princípio da legalidade, compreende os princípios da
reserva legal e da anterioridade. Do Tempo Do Crime
Artigo 4º, do Código Penal
Lei Penal no Tempo
A lei penal não pode retroagir, o que é denominado como irre- A respeito do tempo do crime, existem três teorias:
troatividade da lei penal. Contudo, exceção à norma, a Lei poderá a) Teoria da Atividade – O tempo do crime consiste no mo-
retroagir quando trouxer benefício ao réu. mento em que ocorre a conduta criminosa;
b) Teoria do Resultado – O tempo do crime consiste no mo-
Em regra, aplica-se a lei penal a fatos ocorridos durante sua mento do resultado advindo da conduta criminosa;
vigência, porém, por vezes, verificamos a “extratividade” da lei c) Teoria da Ubiquidade ou Mista – O tempo do crime consiste
penal. no momento tanto da conduta como do resultado que adveio da
A extratividade da lei penal se manifesta de duas maneiras, ou conduta criminosa.
pela ultratividade da lei ou retroatividade da lei. O Artigo 4º do Código Penal dispõe que:
Assim, considerando que a extra atividade da lei penal é o seu Artigo 4º: Considera-se praticado o crime no momento da
poder de regular situações fora de seu período de vigência, poden- ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado
do ocorrer seja em relação a situações passadas, seja em relação a (Tempus regit actum). Assim, aplica-se a teoria da atividade, nos
situações futuras. termos do sistema jurídico instituído pelo Código Penal.

Didatismo e Conhecimento 2
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O Código Penal vigente seguiu os moldes do Código Penal “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a
português em que também é adotada a Teoria da Atividade para o bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
tempo do crime. Em decorrência disso, aquele que praticou o cri- privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou
me no momento da vigência da lei anterior terá direito a aplicação em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
da lei mais benéfica. O menor de 18 anos, por exemplo, não será territorial do Brasil” (§ 2º).
considerado imputável mesmo que a consumação ocorrer quando
tiver completado idade equivalente a maioridade penal. E, tam- Extraterritorialidade
bém, o deficiente mental será imputável, se na época da ação era (art. 7º do Código Penal)
consciente, tendo sofrido moléstia mental tão somente na época
do resultado. É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos
Novamente, observa-se a respeito dos crimes permanentes, tal criminosos ocorridos no exterior.
como o sequestro, nos quais a ação se prolonga no tempo, de modo Princípios norteadores:
que em se tratando de “novatio legis in pejus”, nos termos da Sú- a) Princípio da nacionalidade ativa. Aplica-se a lei nacional do
mula 711 do STF, a lei mais grave será aplicada. autor do crime, qualquer que tenha sido o local da infração.
b) Princípio da nacionalidade passiva. A lei nacional do autor
Lei Excepcional ou Temporária do crime aplica-se quando este for praticado contra bem jurídico
(art. 3º do Código Penal) de seu próprio Estado ou contra pessoa de sua nacionalidade.
c) Princípio da defesa real. Prevalece a lei referente à naciona-
Lei excepcional é aquela feita para vigorar em épocas es¬pe- lidade do bem jurídico lesado, qualquer que tenha sido o local da
ciais, como guerra, calamidade etc. É aprovada para vigorar en- infração ou a nacionalidade do autor do delito. É também chamado
quanto perdurar o período excepcional. de princípio da proteção.
Lei temporária é aquela feita para vigorar por determinado d) Princípio da justiça universal. Todo Estado tem o direito de
tempo, estabelecido previamente na própria lei. Assim, a lei traz punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do sujeito ativo
em seu texto a data de cessação de sua vigência. e passivo, e o local da infração, desde que o agente esteja dentro de
Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal que,
seu território (que tenha voltado a seu país, p. ex.).
embora cessadas as circunstâncias que a determinaram (lei excep-
e) Princípio da representação. A lei nacional é aplicável aos
cional) ou decorrido o período de sua duração (lei temporária),
crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e embarcações pri-
aplicam-se elas aos fatos praticados durante sua vigência. São,
vadas, desde que não julgados no local do crime.
portanto, leis ultra-ativas, pois regulam atos praticados durante sua
Já vimos que o princípio da territorialidade temperada é a re-
vigência, mesmo após sua revogação.
gra em nosso direito, cujas exceções se iniciam no próprio art. 5º
(decorrentes de tratados e convenções, nas quais a lei estrangeira
Territorialidade
(art. 5º do Código Penal) pode ser aplicada a fato cometido no Brasil). O art. 7º, por sua vez,
traça as seguintes regras referentes à aplicação da lei nacional a
Há várias teorias para fixar o âmbito de aplicação da norma fatos ocorridos no exterior:
penal a fatos cometidos no Brasil:
a) Princípio da territorialidade. A lei penal só tem aplicação no O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras referentes à
território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalida- aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no exterior:
de do sujeito ativo ou passivo. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estran-
b) Princípio da territorialidade absoluta. Só a lei nacional é geiro:
aplicável a fatos cometidos em seu território. I - os crimes:
c) Princípio da territorialidade temperada. A lei nacional se a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
aplica aos fatos praticados em seu território, mas, excepcional- b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distri¬to
mente, permite-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-
estabelecer algum tratado ou convenção internacional. Foi este o ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
princípio adotado pelo art. 5º do Código Penal: Aplica-se a lei bra- pelo Poder Público;
sileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito c) contra a administração pública, por quem está a seuservIço;
internacional, ao crime cometido no território nacional. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado
O Território nacional abrange todo o espaço em que o Estado no Brasil;
exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares interiores, baías, II - os crimes:
faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri-
mir;
Os § 1º e 2º do art. 5ºdo Código Penal esclarecem ainda que: b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
“Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do ter- cantes ou de propriedade privada, quando em território es¬trangei-
ritório nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natu- ro e aí não sejam julgados.
reza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se § 1 Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei bra-
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, sileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva- § 2 Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depen-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” (§ 1º). de do concurso das seguintes condições:

Didatismo e Conhecimento 3
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a) entrar o agente no território nacional; Interpretação quanto ao resultado
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira declarativa ou declaratória- é aquela em que a letra da lei
autoriza a extradição; corresponde exatamente àquilo que a ela quis dizer, sem restringir
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí ou estender seu sentido;
cumprido a pena; restritiva- a interpretação reduz o alcance das palavras da lei
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro para corresponder à intenção do legislador;
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favo- extensiva- amplia o alcance das palavras da lei para corres-
rável. ponder à sua vontade.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi- Interpretação sui generis
ções previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; A interpretação sui generis pode ser exofórica ou endofórica.
b) houve requisição do Ministro da Justiça. Veja-se:
Percebe-se, portanto, que: exofórica- o significado da norma interpretativa não está no
a) no art. 72, I, a, b e c, foi adotado o princípio da defesa real; ordenamento normativo (exemplo: erro de tipo);
b) no art. 72, 11, a, foi adotado o princípio da justiça universal endofórica- o texto normativo interpretado empresta o sentido
c) no art. 72, 11, b, foi adotado o princípio da nacionalidade de outros textos do próprio ordenamento jurídico (muito usada nas
ativa; normas penais em branco).
d) no art. 72, c, adotou-se o princípio da representação;
e) no art. 72, § 32, foi também adotado o princípio da defe¬sa Interpretação conforme a Constituição
real ou proteção;
A Constituição Federal informa e conforma as normas hierar-
Dos dispositivos analisados, pode-se perceber que a extra-
quicamente inferiores. Esta é uma importante forma de interpreta-
territorialidade pode ser incondicionada (quando a lei brasileira é
ção no Estado Democrático de Direito.
aplicada a fatos ocorridos no exterior, sem que sejam exigidas con-
dições) ou condicionada (quando a aplicação da lei pátria a fatos
Distinção entre interpretação extensiva e interpretação analó-
ocorridos fora de nosso território depende da existência de certos
gica
requisitos). A extraterritorialidade é condicionada nas hipóteses do
art. 7º, II e § 3º.
Enquanto a interpretação extensiva amplia o alcance das pala-
Interpretação da Lei Penal vras, a analógica fornece exemplos encerrados de forma genérica,
A interpretação é medida necessária para que compreendamos permitindo ao juiz encontrar outras hipóteses, funcionando como
o verdadeiro sentido da norma e seu alcance. uma analogia in malan partem admitida pela lei.
Na interpretação, há lei para regular o caso em concreto, as-
sim, apenas deverá ser extraído do conteúdo normativo sua vonta- Rogério Greco fala em interpretação extensiva em sentido
de e seu alcance para que possa regular o fato jurídico. amplo, a qual abrange a interpretação extensiva em sentido estrito
e interpretação analógica.
1. Interpretação quanto ao sujeito
Autêntica ou legislativa- aquela fornecida pela própria lei Analogia
(exemplo: o art. 327 do CP define quem pode ser considerado fun-
cionário público para fins penais); Analogia não é forma de interpretação, mas de integração de
doutrinária ou científica- aquela aduzida pelo jurista por meio lacuna, ou seja, sendo omissa a lei acerca do tema, ou ainda em
de sua doutrina; caso da Lei não tratar do tema em específico o magistrado irá re-
Jurisprudencial- é o significado da lei dado pelos Tribunais correr ao instituto. São pressupostos da analogia: certeza de que
(exemplo: súmulas) Ressalte-se que a Exposição dos Motivos do sua aplicação será favorável ao réu; existência de uma efetiva lacu-
Código Penal configura uma interpretação doutrinária, pois foi na a ser preenchida (omissão involuntária do legislador).
elaborada pelos doutos que criaram o Código, ao passo que a Ex-
posição de Motivos do Código de Processo Penal é autêntica ou Irretroatividade da Lei Penal
legislativa, pois foi criada por lei.2. Interpretação quanto ao modo
gramatical, filológica ou literal- considera o sentido literal Dita o Código Penal em seu artigo 2º:
das palavras;
teleológica- se refere à intenção objetivada pela lei (exemplo: Art. 2.“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo que a lei se refira deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
apenas ao aparelho); os efeitos penais da sentença condenatória”.
histórica- indaga a origem da lei;
sistemática- interpretação em conjunto com a legislação em O parágrafo único do artigo trata da exceção a regra da irre-
vigor e com os princípios gerais do direito; troatividade da Lei, ou seja, nos casos de benefício ao réu, ainda
progressiva ou evolutiva- busca o significado legal de acordo que os fatos já tenham sidos decididos por sentença condenatória
com o progresso da ciência. transitada em julgado.

Didatismo e Conhecimento 4
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Outrossim, o Código dispõe que a Lei Penal só retroagirá em Nexo Causal, Relação de Causalidade ou Nexo de Causali-
benefício do réu. dade
Frise-se todavia que tal regra restringe-se somente às normas Entende-se por relação de causalidade o vínculo que une a
penais. causa, enquanto fator propulsor, a seu efeito, como consequência
derivada. Trata-se do liame que une a causa ao resultado que pro-
duziu. O nexo de causalidade interessa particularmente ao estudo
TEORIA GERAL DO CRIME do Direito Penal, pois, em face de nosso Código Penal (art. 13),
constitui requisito expresso do fato típico. Esse vínculo, porém,
não se fará necessário em todos os crimes, mas somente naqueles
em que à conduta exigir-se a produção de um resultado, isto é,
A teoria geral do crime trata de todos os elementos que com- de uma modificação no mundo exterior, ou seja, cuida-se de um
põe o fato criminoso. Ex: sujeito, tipo penal, conduta, nexo causal,
exame que se fará necessário no âmbito dos crimes materiais ou
resultado e tipicidade.
de resultado.
Fato Típico é denominado como o comportamento humano
que se molda perfeitamente aos elementos constantes do modelo Tipicidade, ao lado da conduta, do nexo causal e do resultado
previsto na lei penal. constitui elemento necessário ao fato típico de qualquer infração
A primeira característica do crime é ser um fato típico, des- penal.
crito, como tal, numa lei penal. Um acontecimento da vida que Deve ser analisada em dois planos: formal e material.
corresponde exatamente a um modelo de fato contido numa norma Entende-se por tipicidade a relação de subsunção entre um
penal incriminadora, a um tipo. fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e a lesão ou pe-
Para que o operador do Direito possa chegar à conclusão de rigo de lesão ao bem penalmente tutelado (tipicidade material).
que determinado acontecimento da vida é um fato típico, deve
Trata-se de uma relação de encaixe, de enquadramento. É o
debruçar-se sobre ele e, analisando-o, decompô-lo em suas faces
mais simples, para verificar, com certeza absoluta, se entre o fato adjetivo que pode ou não ser dado a um fato, conforme ele se en-
e o tipo existe relação de adequação exata, fiel, perfeita, completa, quadre ou não na lei penal.
total e absoluta. Essa relação é a tipicidade.
Para que determinado fato da vida seja considerado típico, é Consumação e Tentativa
preciso que todos os seus componentes, todos os seus elementos
estruturais sejam, igualmente, típicos. Crime Consumado
Os componentes de um fato típico são a conduta humana, a Fundamentado no artigo. 14, inciso I do Código Penal, o cri-
consequência dessa conduta se ela a produzir (o resultado), a rela- me consumado é o tipo penal integralmente realizado, ou seja,
ção de causa e efeito entre aquela e esta (nexo causal) e, por fim, quando o tipo concreto amolda-se perfeitamente ao tipo abstrato.
a tipicidade.
De acordo com o artigo 14, I do Código Penal, diz-se consumado o
Conduta crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
Considera-se conduta a ação ou omissão humana consciente e legal. No homicídio, por exemplo, o tipo penal consiste em “matar
voluntária dirigida a uma finalidade. alguém” (artigo 121 do CP), assim o crime restará consumado com
a morte da vítima.
Resultado
A expressão resultado tem natureza equívoca, já que possui Crime Tentado
dois significados distintos em matéria penal. Pode se falar, assim, O crime tentado tem fundamentação no artigo 14, inciso II do
em resultado material ou naturalístico e em resultado jurídico ou Código Penal ocorre quando o agente inicia a execução do delito
normativo. mas este não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
O resultado naturalístico ou material consiste na modificação De acordo com o parágrafo único do art. 14, do Código Penal,
no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-se de um evento
“salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
que só se faz necessário em crimes materiais, ou seja, naqueles
cujo tipo penal descreva a conduta e a modificação no mundo ex- correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois ter-
terno, exigindo ambas para efeito de consumação. ços”. Para fixar a pena, o magistrado deve usar como critério a
O resultado jurídico ou normativo reside na lesão ou ameaça maior ou menor proximidade da consumação, de forma que quanto
de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Todas as infra- mais o agente percorrer o “iter criminis”, maior será sua punição.
ções devem conter, expressa ou implicitamente, algum resultado,
pois não há delito sem que ocorra lesão ou perigo (concreto ou Pena de Crime Consumado e Crime Tentado
abstrato) a algum bem penalmente protegido.
A doutrina moderna dá preferência ao exame do resultado ju- Para a punição da tentativa se considera a extensão da condu-
rídico . Este constitui elemento implícito de todo fato penalmente ta do autor até o momento em que foi interrompida. Quanto mais
típico , pois se encontra ínsito na noção de tipicidade material.
próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3).
O resultado naturalístico, porém, não pode ser menosprezado,
uma vez que se cuida de elementar presente em determinados ti- De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da
pos penais, de tal modo que desprezar sua análise seria malferir o consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3). O
princípio da legalidade. Juiz deve fixar a redução dentro desses limites, de modo justifi-
cado.

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Concurso de Crimes além de atingi-lo, também atinge outra pessoa. Neste caso é utili-
zado o sistema da exasperação, que é quando apenas a pena de um
O concurso de crimes acontece quando o agente comete mais dos crimes é aplicada se forem iguais, ou a maior deles se diversos,
de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão. No direito sendo em qualquer dos casos elevada de um sexto até metade.
brasileiro, por questões de política criminal, cada forma de con- No impróprio, o agente mediante uma única ação ou omis-
curso tem uma maneira distinta no sistema de aplicação e cálculo são produz mais de um resultado, tendo vontade de produzi-los
das penas. ou sendo indiferente quanto a estes, neste caso, acontece o que
Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são o ma- a doutrina chama de desígnios autônomos, que é quando se quer
terial, que pode se dividir em homogênio e heterogêneo; o formal,
todos os resultados produzidos, mesmo a título de dolo eventual.
que pode ser dividido em próprio e impróprio; além do crime con-
Para que não torne benéfica a prática de mais de um crime por uma
tinuado.
As formas adotadas para aplicação das penas a cada tipo de única ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema de
concurso são os sistemas do cúmulo material e o da exasperação, cúmulo material das penas, o mesmo que é utilizado no concurso
em alguns casos, também encontramos o cúmulo material benéfi- material. Havendo apenas a soma das penas aplicadas aos diversos
co, sendo este um desdobramento para evitar um prejuízo maior ao crimes.
agente, sempre que o sistema de exasperação for menos benéfico Ainda no caso do concurso formal, quando as penas aplica-
que o cúmulo material. das por o sistema de exasperação superarem as que por ventura
fossem aplicadas por o sistema do cúmulo material, para que o
Concurso Material apenado não saia prejudicado, sua pena será computada como se
desta forma fosse, este é o chamado cúmulo material benéfico.
O concurso material de crimes acontece quando o agente co- Exemplificando, caso o agente cometa um homicídio simples e
mete dois ou mais crimes mediante mais de uma ação ou omissão. uma lesão corporal em concurso formal próprio, sua pena seria
Ele pode ser tanto homogêneo, quando os crimes cometidos são a do homicídio (por ser maior) acrescida de um terço até metade,
idênticos (dois homicídios simples, por exemplo), ou heterogêneo, o que poderia, dependendo do aumento aplicado, ser maior que a
quando os crimes são de natureza diversa (Um homicídio qualifi- do homicídio e das lesões corporais somadas. Assim caso a pena
cado e lesões corporais). Esta distinção em homogêneo e hetero- aplicada pelo sistema da exasperação seja maior que a que fosse
gêneo é apenas doutrinária, não importando na forma de aplicação aplicada pelo cúmulo material, este será o aplicado.
da pena.
O aumento de pena no concurso formal deve ser fundamen-
tado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos doutrinadores, ser
Havendo concurso material, a forma de aplicação das penas
será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos diversos aplicado levando em consideração o número de vítimas ou a quan-
crimes são somadas umas as outras, não havendo benefício ao tidade de crimes praticados.
agente. Desta forma, o agente que mediante duas condutas, co- Para a aplicação da suspensão condicional do processo, é ne-
meteu o crime de furto simples e recebeu pena de quatro anos de cessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o acréscimo
reclusão, e um homicídio qualificado, tendo recebido pena de doze de um terço até metade, para só assim fixar os novos limites mí-
anos de reclusão, terá as penas destes crimes somadas para ques- nimos.
tões de cumprimento.
Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre-se pri- O excesso Punível
meiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida primeiro
que a detenção. Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em vias de
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados indivi- sofrê-la, em relação ao meio usado o agente pode encontrar-se em
dualmente para cada crime, o mesmo não acontece com a aplica- três situações diferentes:
ção das penas restritivas de direitos, que só são permitidas, caso i) usa de um meio moderado e dentro do necessário para re-
em um dos crimes seja permitida a concessão do sursis (suspensão pelir à agressão;
condicional da pena). Mas caso sejam aplicadas, as penas restriti-
vas serão cumpridas simultaneamente quando compatíveis, ou su- Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima defesa.
cessivamente, quando houver incompatibilidade entre as mesmas.
Com relação à suspensão condicional do processo, a regra é
ii) de maneira consciente emprega um meio desnecessário ou
que seja feito o somatório das penas, se a mínima for igual ou
inferior a um ano, esta será possível. Portanto, a aplicação não é usa imoderadamente o meio necessário;
individual. A legítima defesa fica afastada por excluído um dos seus re-
quisitos essenciais.
Concurso Formal ü imoderação quanto ao uso do meio;
ü emprego de um meio desnecessário.
O concurso formal é aquele em que o agente mediante uma iii) após a reação justa (meio e moderação) por imprevidência
única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes. Este pode se ou conscientemente continua desnecessariamente na ação.
dividir em formal próprio ou impróprio. No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica de-
No próprio, era querido apenas um resultado, mas por erro na masiada e desnecessariamente a reação inicialmente justificada. O
execução ou por acidente, dois ou mais são atingidos. É o exemplo excesso poderá ser doloso ou culposo. O agente responderá pela
do assassino que atira em seu inimigo, mas por ocasião o disparo conduta constitutiva do excesso.

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DIREITO PENAL
Exclusão de ilicitude é uma causa excepcional que retira o cípio, se o agente da conduta ilícita é penalmente culpável, isto é,
caráter antijurídico de uma conduta tipificada como criminosa se ele agiu com dolo (intenção), ou pelo menos com imprudência,
(fato típico). negligência ou imperícia, nos casos em que a lei prever como pu-
Art. 23 - Exclusão da ilicitude níveis tais modalidades
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; Causas de exclusão da culpabilidade
II - em legítima defesa; O Código Penal prevê causas que excluem a culpabilidade
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício pela ausência de um de seus elementos, ficando o sujeito isento de
regular de direito. pena, ainda que tenha praticado um fato típico e antijurídico.
Excesso punível a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o caráter ilí-
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. - doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou re-
A ação do homem será típica sob o aspecto criminal quan- tardado (art. 26);
do a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa primeira - desenvolvimento mental incompleto por presunção legal, do
compreensão, isso também basta para se afirmar que ela está em menor de 18 anos (art. 27);
desacordo com a norma, que se trata de uma conduta ilícita ou, - embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
noutros termos, antijurídica. maior (art. 28, § 1º).
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente na re- b) inexistência da possibilidade de conhecimento da ilicitude:
lação de contrariedade entre a conduta típica do autor e o ordena- - erro de proibição (art. 21).
mento jurídico, pode ser suprimida, desde de que, no caso concre- c) inexigibilidade de conduta diversa:
to, estejam presentes uma das hipóteses previstas no artigo 23 do - coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte);
Código Penal: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito - obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte).
cumprimento do dever legal ou o exercício regular de direito.
O estado de necessidade e a legítima defesa são conceituados IMPUTABILIDADE
nos artigos 24 e 25 do Código Penal, merecendo destaque, neste
tópico, apenas o estrito cumprimento do dever legal e o exercício A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo
regular de um direito, como excludentes da ilicitude ou da antiju- a responsabilidade por uma infração. Segundo prescreve o artigo
ridicidade. 26, do Código Penal, podemos, também, definir a imputabilidade
A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si como a capacidade do agente entender o caráter ilícito do fato por
só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda que ele perpetrado ou, de determinar-se de acordo com esse entendi-
se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem decorre do mento.
cumprimento de um dever legal, ela está de acordo com a lei, não È portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo entre a
podendo, por isso, ser contrária a ela. Noutros termos, se há um ação e seu agente, imputando a alguém a realização de um deter-
dever legal na ação do autor, esta não pode ser considerada ilícita, minado ato.
contrária ao ordenamento jurídico. Quando existe algum agravo à saúde mental, os indivíduos
Um exemplo possível de estrito cumprimento do dever legal podem ser considerados inimputáveis – se não tiverem discerni-
pode restar configurado no crime de homicídio, em que, durante mento sobre os seus atos ou não possuírem autocontrole, são isen-
tiroteio, o revide dos policiais, que estavam no cumprimento de tos de pena.
um dever legal, resulta na morte do marginal. Neste sentido - RT Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o discernimento
580/447. ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos ou prejudicados por
O exercício regular de um direito, como excludente da ilici- doença ou transtorno mental.
tude, também quer evitar a antinomia nas relações jurídicas, posto
que, se a conduta do autor decorre do exercício regular de um di- Erro de proibição
reito, ainda que ela seja típica, não poderá ser considerada antijurí- Normatizado no direito penal brasileiro pelo artigo 21 do Có-
dica, já que está de acordo com o direito. digo Penal, o erro de proibição é erro do agente que acredita ser
Um exemplo de exercício regular de um direito, como exclu- sua conduta admissível no direito, quando, na verdade ela é proi-
dente da ilicitude, é o desforço imediato, empregado pela vítima bida. Sem discussão, o autor, aqui, sabe o que tipicamente faz,
da turbação ou do esbulho possessório, enquanto possuidor que porém, desconhece sua ilegalidade. Concluímos, então, que o erro
pretende reaver a posse da coisa para si (RT - 461/341). de proibição recai sobre a consciência de ilicitude do fato. O erro
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não pode de proibição é um juízo contrário aos preceitos emanados pela so-
servir de salvo conduto para eventuais excessos do autor, que ve- ciedade, que chegam ao conhecimento de outrem na forma de usos
nham a extrapolar os limites do necessário para a defesa do bem e costumes, da escolaridade, da tradição, família etc.
jurídico, do cumprimento de um dever legal ou do exercício regu-
lar de um direito. Havendo excesso, o autor do fato será responsá- Concurso de Pessoas
vel por ele, caso restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por
sentido é a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. mais de um pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva
Culpabilidade é um elemento integrante do conceito defini- pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de de-
dor de uma infração penal. A motivação e objetivos subjetivos do linquentes ou de agentes, entre outras formas. Existem ainda três
agente praticante da conduta ilegal. A culpabilidade aufere, a prin- teorias sobre o concurso de pessoas, vejamos:

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DIREITO PENAL
a) teoria unitária: quando mais de um agente concorre para a Relação de Causalidade e Imputação
prática da infração penal, mas cada um praticando conduta diversa
do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste caso, haverá so- Teoria da imputação objetiva, tema que tem ganhado espaço
mente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo no mundo jurídico, oriundo de uma relevante evolução na área
penal. Tal teoria é adotada pelo Código Penal. penal. Então tenho como objetivo ao abordar tal teoria, a demons-
b) teoria pluralista: quando houver mais de um agente, pra- tração de sua finalidade na analise da teoria do crime, especifi-
ticando cada um conduta diversa dos demais, ainda que obtendo camente na relação de causalidade, cuja teoria se faz presente. E
apenas um resultado, cada qual responderá por um delito. Esta teo- abordar o pensamento de doutrinadores que discorrem sobre esta
teoria e apontando os meios para que seja aplicada a teoria da
ria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quan-
imputação objetiva no caso concreto.
do praticado pela gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se
A abordagem ao referido tema será de forma simples e su-
praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo perficial, mas que tem por propósito esclarecer e fazer com que a
procedimento ocorre na corrupção ativa e passiva. teoria da imputação objetiva seja entendida em sua essência para
c) teoria dualista: segundo tal teoria, quando houver mais de a aplicação no mundo jurídico.
um agente, com diversidades de conduta, provocando-se um re-
sultado, deve-se separar os coautores e partícipes, sendo que cada Teoria da Imputação Objetiva
“grupo” responderá por um delito.
No relevante e complexo meio da teoria do crime são várias
Autoria e Participação as análises que se faz necessário para que seja imputada a alguém
a prática de uma conduta causadora de um resultado no mundo
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora ambos den- externo, no ponto de vista penal.
tro da teoria objetiva: Em face ao conceito analítico de crime, temos várias teorias
a) teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é o para que se torne eficaz a aplicação do ordenamento jurídico.
Diante disso, na análise do fato típico temos como elementos a
agente que pratica a figura típica descrita no tipo penal, e partícipe
conduta, o resultado, a tipicidade e a relação de causalidade. Este
é aquele que comete ações não contidas no tipo, respondendo ape-
último o qual farei uma abordagem acerca de suas teorias. No
nas pelo auxílio que prestou (entendimento majoritário). Exemplo: campo do nexo de causalidade o nosso ordenamento jurídico é
o agente que furta os bens de uma pessoa, incorre nas penas do adepto a teoria conditio sine qua non, ou seja, a teoria das equi-
art. 155 do CP, enquanto aquele que o aguarda com o carro para valências dos antecedentes, a qual pelo processo hipotético de
ajudá-lo a fugir, responderá apenas pela colaboração. Thíren faz-se necessário uma eliminação mental das causas, que
b) teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além de prati- sendo todas causas que auxiliam ou influenciam no resultado se-
car a figura típica, comanda a ação dos demais (“autor executor” e rão consideradas como causa do resultado, tal teoria está prevista
“autor intelectual”). Já o partícipe é aquele colabora para a prática em nosso ordenamento jurídico no caput do artigo 13 do Código
da conduta delitiva, mas sem realizar a figura típica descrita, e sem Penal Brasileiro.
ter controle das ações dos demais. Assim, aquele que planeja o Haja vista que nosso Código Penal teve sua origem em 1940,
delito e aquele que o executa são coautores. e apesar de ter sido atualizado em 1984, houve uma evolução nas
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - teoria for- teorias de estudo das ciências penais, que o Código Penal Brasi-
mal, o executor de reserva é apenas partícipe, ou seja, se João atira leiro não as recepcionou. Neste contexto, vale salientar que uma
nova temática a teoria da imputação objetiva, a qual teve sua ori-
em Pedro e o mata, e logo após Mario também desfere tiros em
gem na Alemanha, tendo como base pensamentos de Hegel, em
Pedro, Mario (executor de reserva) responderá apenas pela parti-
que só seria possível a atribuição de um resultado através de um
cipação, pois não praticou a conduta matar, já que atirou em um evento realizado pelo próprio autor do fato, ou seja, o autor só
cadáver. Ressalta-se, porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais será responsabilizado pelos seus atos. Esta teoria foi revisada em
para autor e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este últi- 1930 por Richard Honig e em 1970 foi retomada, desenvolvida e
mo, quando, por exemplo, for o mentor do crime. aperfeiçoada por Claus Roxin, ditando sua finalidade, a qual visa
Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, “quem, de estabelecer mais rigor ao nexo de causalidade e a imputação obje-
qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este co- tiva do resultado à conduta praticada pelo agente.
minadas, na medida de sua culpabilidade”, dessa forma deve-se Ao saber que a referida teoria não está assegurada no orde-
analisar cada caso concreto de modo a verificar a proporção da namento jurídico brasileiro, cabe à doutrina fazer a exploração
colaboração. Além disso, se a participação for de menor importân- sobre o assunto, assim como cabe aos doutrinadores criticar ou
cia, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço, segundo aderir à teoria da imputação objetiva. Neste diapasão, trago al-
disposição do § 1º do artigo supramencionado, e se algum dos con- guns posicionamentos doutrinários que dão noção acerca da teoria
em pauta.
correntes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
Segundo Fernando Capez, a teoria da imputação objetiva
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
consiste na “verificação da possibilidade de que o resultado de
ter sido previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º, do CP). um fato seja atribuído, do ponto de vista causal, objetivamente
Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se não hou- a alguém”. Com isso, tal teoria visa propor o estudo do nexo de
ver antijuridicidade, não há o que se falar em punição ao partícipe causalidade e de quando o resultado poderá ser imputado objeti-
- teoria da acessoriedade limitada. vamente a alguém.

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DIREITO PENAL
O estabelecimento do nexo de causalidade, sobre o prisma Ao abordar um tema que vem se desenvolvendo de forma
objetivo, exige a necessidade de analisar os requisitos/elementos grandiosa na área do direito, a teoria da imputação objetiva, na
indispensáveis para a aplicação da teoria da imputação objetiva, visão deste aluno, é uma teoria que visa facilitar, dar maior se-
que são eles: gurança na atribuição de um resultado ao agente, o qual praticou
a) Relação física de causa e efeito; a conduta, pois fará uma análise voltada para uma ligação direta
b) Conduta produtora de risco proibido; do resultado e a conduta, ao considerar como causa do resultado
c) Resultado esteja dentro do âmbito normal de risco provoca-
aquilo que, realmente, seja relevante para a realização do resultado
do pela conduta, ou seja, que o resultado esteja na mesma linha de
atingido.
desdobramento da conduta;
d) Que a conduta seja praticada no sentido da proteção do bem Para a teoria da imputação objetiva, o resultado de uma con-
jurídico. duta humana somente pode ser objetivamente imputado a seu autor
No primeiro requisito/elemento há uma semelhança com a quando tenha criado a um bem jurídico uma situação de risco juri-
teoria conditio sine qua non, que para esta tal requisito se faz único dicamente proibido (não permitido) e tal risco tenha concretizado
e essencial para a sua aplicação, mas para a teoria da imputação em um resultado típico. (BITTENCOURT, 2013, p. 328).
objetiva será apenas o primeiro requisito para que a conduta pra- “Somente é admissível a imputação objetiva do fato se o re-
ticada seja analisada e que assim seja atribuído objetivamente o sultado tiver sido causado pelo risco não permitido criado pelo
resultado ao agente. autor” (ROXIN apud BITTENCOURT, p. 328).
Na linha de pensamento de Claus Roxin a atribuição do re- É a luz dessas citações e com o conhecimento e entendimento
sultado ao autor deve-se compreender tanto a causalidade material adquirido durante a elaboração deste trabalho que chego a uma
quanto a causalidade normativa, para isso, consideram-se necessá- conclusão.
rias três condições: A teoria da imputação objetiva traz para o meio das ciências
1) A criação ou aumento de um risco não permitido;
penais a segurança de estar atribuindo o resultado à verdadeira
2) A realização deste risco não permitido no resultado;
3) Que o resultado se encontre dentro do alcance do tipo, ou conduta causadora da lesão ou de uma exposição ao perigo de um
seja, dentro da esfera de proteção da norma. bem jurídico praticada pelo agente, assim não perdendo tempo em
analisar causas que na verdade não são importantes para o estudo
Para Stivanello apud Claus Roxin do caso concreto.
Apesar de criar alguns requisitos para a sua aplicação, acaba
“[...] um resultado causado pelo agente só deve ser imputado aplicando de forma direta o resultado a conduta do agente, assim,
como sua obra e preenche o tipo objetivo unicamente quando o não faz menção às causas/concausas que não sejam irrelevantes
autor cria um risco não permitido para o objeto da ação, quando o para o estudo do caso concreto.
risco se realiza no resultado concreto, e que o resultado se encontra
dentro do alcance do tipo” (1994 apud 2003 p. 71). Extinção de punibilidade
Uma conduta pode causar um resultado que crie um risco
proibido, mas que não seja relevante para a esfera penal, pois re- A Extinção de punibilidade é a impossibilidade de punir o au-
presente uma diminuição do risco da lesão ao bem jurídico. Como
tor de um crime.
exemplo um suicida que esteja com a arma na cabeça e prestes a
disparar contra si mesmo, antes disto acontecer, um terceiro vendo Punibilidade é a possibilidade subjetiva do Estado punir o au-
a situação dispara em direção ao suicida e atinge-lhe a mão a qual tor de um Crime. Não se deve confundir Punibilidade, que é uma
empunhava a arma. Não há que se imputar a lesão corporal prati- situação ou característica que produz efeito posterior ao crime con-
cada pelo terceiro, pois o bem jurídico protegido é mais relevante sumado e reconhecido, característica que impede que o autor seja
que a lesão sofrida. punido; com a Culpabilidade, que é um pressuposto de Autoria (di-
Já no posicionamento de Gunther Jakobs existe a necessidade reito penal), pressuposto sem a qual, mesmo já estando efetivado
de fazer uma verificação quanto à violação social da conduta, ou o crime, não se reConhece a sua autoria pois o agente não possui
seja, dever ser feita uma análise abordando o princípio da ade- culpa, não pode ser responsabilizado por seus atos.
quação social. Mas caso o agente ultrapasse o limite do que a so- A extinção da punibilidade é a perda do direito do Estado de
ciedade entende como papel social do ser humano, o agente será punir o agente autor de fato típico e ilícito, ou seja, é a perda do di-
responsabilizado objetivamente pela conduta praticada. Jakobs vai reito de impor sanção penal. As causas de extinção da punibilidade
além e descreve quatro instituições delimitadoras da teoria da im- estão espalhadas no ordenamento jurídico brasileiro.
putação objetiva, são elas:
Dispõe o Código Penal:
1) Risco permitido;
2) Princípio da confiança;
3) Proibição de regresso; Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
4) Competência ou capacidade da vitima. I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
Se o agente se comportar dentro do seu papel social, se enqua- criminoso;
drado nos limites aceitos pela sociedade, mesmo que sua conduta IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
implique em lesão ou perigo de lesão, vedar-se-á a imputação ob- V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito,
jetiva, pela inexistência de violação do papel social, atribuindo o nos crimes de ação privada;
resultado ao acaso. (STIVANELLO, p. 74). (...) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DIREITO PENAL
Prescrição Doutrinariamente, a prescrição é dividida em prescrição da
pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória. A prescri-
Distinção entre prescrição, decadência e perempção. ção da pretensão punitiva desdobra-se em: prescrição da pretensão
punitiva propriamente dita; prescrição superviniente ou intercor-
De modo geral prescrição significa a perda de uma pretensão, rente; prescrição retroativa; e prescrição antecipada, projetada,
pelo decurso do tempo. Assim sendo, no campo do Direito Penal a virtual ou retroativa em perspectiva.
prescrição pode ser conceituada como a perda da pretensão puni-
tiva estatal, pelo decurso de determinado lapso temporal previsto Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita:
em lei. BASILEU GARCIA definiu a prescrição como “a renúncia
do Estado a punir a infração, em face do decurso do tempo” (Ob. Esta espécie tem lugar antes de transitar em julgado a sentença
cit. p. 368). penal, devendo ser regulada pelo máximo da pena privativa de li-
Sob um aspecto amplo, decadência significa a perda de um berdade ao crime. Os prazos em que é verificada são os constantes
direito potestativo, pelo decurso de um prazo fixado em lei ou con- no rol do artigo 109, do Código Penal.
vencionado entre as partes. No Direito Penal, em seu sentido mais Regra geral, o termo inicial da prescrição da pretensão pu-
nitiva propriamente dita deve ser contado a partir do dia da con-
estrito, decadência traduz o perecimento do direito da ação penal
sumação do delito (artigo 111, inciso I, do Código Penal). Este
de exercício privado, ou do direito de representação nos casos de
dispositivo legal traz outros marcos iniciais para fins de contagem
ação penal pública de exercício condicionado, pelo decurso do
de prazo prescricional: a) no caso de tentativa, do dia em que ces-
prazo de seis meses (artigo 103, do Código Penal).
sou a atividade criminosa (artigo 111, inciso II, do Código Penal);
Por derradeiro, a perempção é definida por JUAREZ CIRINO b) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência
DOS SANTOS como: “fenômeno processual extintivo da punibili- (artigo 111, inciso III, do Código Penal) ; c) nos de bigamia e nos
dade em ações penais de iniciativa privada, caracterizado pela ina- de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da
tividade, pela omissão ou pela negligência do autor na realização data em que o fato se tornou conhecido (artigo 111, inciso IV, do
de atos processuais específicos” (Direito penal: parte geral. 2ª ed. Código Penal).
Curitiba: Lumen Juris, 2007, p. 689). Observa-se que,a perempção Segundo o Superior Tribunal de Justiça,“a prescrição penal é
é uma sanção para o querelante que se comporta conforme as hi- aplicável nas medidas sócio-educativas” (Súmula 338).
póteses elencadas no artigo 60, do Código de Processo Penal, que
além de repercutir no processo em que incide, reflete no campo Prescrição superviniente ou intercorrente:
penal, levando à extinção da punibilidade.
Pode ser conceituada como aquela que ocorre entre a data da
Para se dar a prescrição é necessário que: publicação da sentença penal condenatória e o trânsito em julgado
para a acusação. A prescrição superviniente ou intercorrente é re-
“a) exista o direito material da parte a uma prestação a ser gida pela pena aplicada, tendo como marco inicial a publicação da
cumprida, a seu tempo, por meio de ação ou omissão do devedor; sentença penal condenatória.
Envolvendo o tema, BASILEU GARCIA comentou que: “a
“b) ocorra a violação desse direito material por parte do obri- proibição legal de reformatio in pejus, assegurando a impratica-
gado, configurando o inadimplemento da prestação devida; bilidade da exacerbação da pena sem recurso do acusador, permi-
te basear a prescrição na quantidade fixada na sentença” (Ob. cit.
“c) surja, então, a pretensão, como conseqüência da violação 373).
do direito subjetivo, isto é, nasça o poder de exigir a prestação
pelas vias judiciais; e, finalmente; Prescrição retroativa.

A prescrição retroativa é a espécie de prescrição que deter-


“d) se verifique a inércia do titular da pretensão em fazê-la
mina a recontagem dos prazos anteriores à sentença penal com
exercitar durante o prazo extintivo fixado em lei” (Grifou-se)
trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu
recurso. A prescrição retroativa é igualmente regulada pela pena
Foi, portanto, em decorrência das considerações acima que o
aplicada, tendo como marco inicial a publicação da sentença penal
artigo 189 do Código Civil de 2003 estabeleceu que. condenatória.
O parágrafo primeiro do artigo 110 possuía a seguinte reda-
“Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se ção: “a prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso,
206”. (Grifou-se) regula-se pela pena aplicada”. De acordo com a antiga redação, a
prescrição retroativa poderia ocorrer em dois períodos distintos:
Espécies de prescrição. a) entre a data do fato e o recebimento da denúncia ou queixa; ou
b) entre o recebimento da denúncia ou queixa e a publicação da
O Código Penal ao tratar do tema divide a prescrição em duas sentença condenatória.
espécies: a) prescrição antes de transitar em julgado a sentença A Lei n. 12.234/2010 deu nova redação ao mencionado dispo-
(artigo 109); b) prescrição depois de transitar em julgado sentença sitivo: “a prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito
final condenatória (artigo 110). em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso,

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DIREITO PENAL
regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, penal – e qualquer outra interpretação representaria analogia in
ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa”. Com malam partem, proibida pelo princípio da legalidade penal. Se-
esta modificação, a prescrição retroativa somente ocorre entre o gunda, na forma do art. 1º, da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso),
recebimento da denúncia ou queixa e a publicação da sentença o limite etário de 70 (setenta) anos (na data da sentença), como
condenatória. Ressalta-se que a nova lei, que se mostra menos be- fundamento para redução dos prazos prescricionais, deve ser alte-
néfica ao réu, somente pode ser aplicada a fatos posteriores à data rado para 60 (sessenta) anos, pela mesma razão que determinou a
de sua publicação (artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal). fixação desse marco etário para definir o cidadão idoso, alterando
expressamente a circunstância agravante do art. 61, h, CP, na hipó-
Prescrição antecipada, projetada, virtual ou retroativa em tese de ser vítima de crime: a analogia in bonam partem é autoriza-
perspectiva. da pelo princípio da legalidade penal e, portanto, constitui direito
do réu” (Ob. cit. p. 683-684).
Esta espécie de prescrição não encontra previsão legal, sendo Caso o condenado seja reincidente, o prazo prescricional da
uma construção doutrinária e jurisprudencial, tendo como funda- pretensão executória deverá ser ampliado em um terço (artigo
mentos a economia e falta de interesse processual. Ela seria verifi- 110).Frise-se que a predita ampliação de prazo só tem lugar na
cada ainda em sede de inquérito policial, ou seja, antecipadamente, prescrição da pretensão executória, conforme se extrai da Súmula
sendo regulada pela provável pena em concreto que seria estabele- 220 do STJ: “a reincidência não influi no prazo da prescrição da
cida pelo magistrado por ocasião da condenação. pretensão punitiva”.
Como assinalou JUAREZ CIRINO DOS SANTOS, a prescri-
ção pela pena virtual seria “outra generosa invenção da jurispru- Prescrição das penas restritivas de direito.
dência brasileira, amplamente empregada por segmentos liberais
do Ministério Público e da Magistratura nacionais” (Ob. cit. p. Os prazos prescricionais das penas restritivas de direito se-
682). guem a sorte dos prazos prescricionais das penas privativas de
O Superior Tribunal de Justiça se posicionou contrário a esta liberdade, conforme se verifica pelo disposto no artigo 109, pará-
criação jurisprudencial ao editar a Súmula 438: “é inadmissível grafo único: “aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos
prazos previstos para as privativas de liberdade”.
a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva
com fundamento em pena hipotética, independentemente da exis-
Prescrição da pena de multa.
tência ou sorte do processo penal”.
A prescrição da pretensão punitiva da pena de multa ocorrerá:
Prescrição da pretensão executória.
a) em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou apli-
cada (artigo 114, inciso I); b) no mesmo prazo estabelecido para
A prescrição da pretensão executória é aquela que implica na
prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alter-
perda da possibilidade de aplicação da sanção penal, em face do nativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplica-
decurso do tempo. Ela deve ser regulada pela pena fixada na sen- da. Nestas hipóteses são aplicadas as mesmas causas suspensivas e
tença condenatória ou acórdão. Neste sentido dispõe a Súmula 604 interruptivas da prescrição de pena privativa de liberdade.
do STF: “A prescrição pela pena em concreto é somente da preten- Em relação à prescrição da pretensão executória da pena de
são executória da pena privativa de liberdade”. multa, convém lembrar que, com o advento da Lei n. 9.268/1996,
Começa a correr a prescrição da pretensão executória: a) do que passou a considerar a pena pecuniária como dívida de valor,
dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a seu prazo passou a ser de cinco anos, e são aplicadas as causas
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o suspensivas e interruptivas da legislação tributária para a hipótese.
livramento condicional (artigo 112, inciso I); b) do dia em que se
interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva Prazos
computar-se na pena(artigo 112, inciso II). O prazo prescricional sempre dependerá da pena abstrata ou
A prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação da que foi aplicada. Em geral, deverá observar os intervalos do
do livramento condicional é regulada pelo tempo que resta da pena art. 109 do CP. Entretanto, algumas legislações especiais prevêem
(artigo 113). prazos próprios para suas matérias.

Redução e aumento dos prazos de prescrição. Causas impeditivas ou suspensivas da prescrição.

Os prazos de prescriçãosão reduzidos à metade quando o cri- Enquanto que o impedimento da prescrição inibe o início do
minoso era: a) ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, curso do prazo prescricional, a suspensão leva à paralização do
ou;b) na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos (artigo 115, prazo já em curso. As causas impeditivas ou suspensivas dizem
do Código Penal). respeito à prescrição da pretensão punitiva propriamente dita.
Sobre o disposto, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS ensi-
na que: “a definição legal da capacidade civil aos 18 anos (art. O artigo 116 estabelece que não corre a prescrição:
5º, caput, do Código Civil), não exclui a redução dos prazos de a) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
prescrição para agentes menores de 21 anos: a redução dos prazos dependa o reconhecimento da existência do crime (artigo 116, in-
prescricionais tem por fundamento idade inferior a 21 anos – não ciso I);
a incapacidade civil do agente na data do fato. Além disso, deci- b) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro (artigo 116,
sões do legislador civil não podem invalidar critérios do legislador inciso II).

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DIREITO PENAL
Sobre a matéria, a Súmula 415 do Superior Tribunal de Justiça A vontade não se confunde com a intenção (finalidade), sendo
orienta que: “o período de suspensão do prazo prescricional é regu- esta o direcionamento ao fim almejado. A vontade é a força psicoló-
lado pelo máximo da pena cominada”. gica que determina o movimento; a intenção é o conteúdo da vonta-
de, aquilo que se deseja.
Causas interruptivas da prescrição. Os atos meramente reflexos não são atos voluntários, logo não
se enquadram no conceito de ação. Nos atos tomados por impulso
As causas interruptivas da prescrição estão elencadas no artigo (uma reação brusca a uma agressão, por exemplo), existe ação, pois
117:a) pelo recebimento da denúncia ou da queixa; b) pela pronún- sempre há a concorrência da vontade.
cia; c) pela decisão confirmatória da pronúncia; d) pela publicação Os crimes omissivos, por sua vez, apresentam maior dificulda-
da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; e) pelo início ou de, eis que não é a atuação do indivíduo que causa o dano. Pune-se
continuação do cumprimento da pena; f) pela reincidência. o agente por ter deixado de agir conforme a norma penal — não
A Súmula 191 do Superior Tribunal de Justiça enunciou que: fez o que tinha obrigação de fazer. Logo, a omissão só é verificável
“a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribu- confrontando-se a conduta praticada com a conduta exigível, o que
nal do Júri venha a desclassificar o crime”. implica, necessariamente, uma valoração por parte do juiz.
As causas interruptivas da prescrição fazem o prazo voltar a Há duas espécies de crimes omissivos. Os omissivos próprios e
correr do início, ou seja, possuem o condão de determinar o reinício os omissivos impróprios.
da contagem do prazo prescricional, vertendo em sua integralidade Os omissivos próprios contém, na definição do tipo penal, um
a partir do dia da interrupção. No caso de continuação do cum- verbo que indica a falta de ação, normalmente o verbo deixar. A des-
primento de pena, há uma exceção à regra geral, uma vez que a crição típica alude a um não-fazer (omissão de socorro, abandono
prescrição deverá ser regulada pelo tempo restante da pena (artigo intelectual, omissão de notificação de doença etc.).
117, parágrafo segundo). Já os omissivos impróprios são crimes comissivos praticados
A interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a to- mediante uma omissão. Um exemplo: quem deixa de alimentar uma
dos os autores do crime, salvo nos casos de início e continuação da criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O
pena e reincidência. Por derradeiro, o artigo 117, parágrafo primei- tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma
ro, in fine, estabelece que: “nos crimes conexos, que sejam objeto inação.
do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a A diferença básica entre um e outro consiste em que, no pri-
qualquer deles”. meiro, o resultado é produzido por conta da omissão, enquanto, no
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a sentença concessiva segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente
de perdão judicial não tem o condão de interromper a prescrição, uma ação positiva no sentido de evitá-lo, rompendo o nexo de cau-
uma vez que ela é apenas declaratória de extinção da punibilidade salidade.
(Súmula 18). Mas de quem poder-se-á exigir tal ação?
O art. 13 do Código Penal, ao tratar do nexo de causalidade,
esclarece que a omissão é relevante quando o agente PODIA agir e
TIPICIDADE, ILICITUDE E DEVIA agir. O dever de ação incumbe a quem:
CULPABILIDADE. por lei, tivesse a obrigação de agir, como os policiais, bombei-
ros, médicos etc.;
por disposição contratual ou qualquer outro meio houvesse se
comprometido a impedir o resultado, como o guia de excursão, o lí-
TIPICIDADE: der dos escoteiros, o nadador experiente que se compromete a ajudar
Fato típico (elemento do crime) é a conduta (positiva ou negati- seu acompanhante; ou
va) que provoca um resultado (em regra) que se amolda perfeitamen- por sua ação anterior, criou o risco de produzir o resultado,
te aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. como alguém que ateia fogo a uma casa, para receber o seguro, sem
O fato típico é composto dos seguintes elementos: atentar para a presença de uma pessoa dentro do recinto; ou quem,
1 - CONDUTA dolosa ou culposa; por brincadeira, empurra uma pessoa que não sabe nadar dentro de
O tipo penal não descreve qualquer fato, mas somente condutas. uma piscina; em ambos os casos, por terem ocasionado o perigo,
Conduta é o agir humano consciente e voluntário, dirigido a devem impedir a ocorrência do resultado lesivo.
uma finalidade. A conduta, comissiva ou omissiva, pode ser dolosa ou culposa.
A conduta compreende duas formas: o agir e o omitir-se (desde Será dolosa se houver coincidência entre a finalidade desejada pelo
que voluntários). O termo ação, em sentido amplo, as abarca, embora agente e o resultado alcançado. Haverá culpa, em sentido estrito,
seja mais interessante seguir os exemplos do Código, e usar a palavra quando o resultado, embora não desejado pelo agente, foi produzido
ação como sinônimo de ação positiva, e o termo omissão para desig- em razão de sua imprudência, negligência ou imperícia:
nar a ação negativa. Conduta seria a palavra mais apropriada como Imprudência: corresponde à ação positiva, que não devia ser
denominador comum. praticada ou o é sem os cuidados necessários. Por exemplo: dirigir
O crime comissivo — praticado por ação — é o mais fácil de em alta velocidade, manusear uma arma de fogo sem descarregá-la
conceituar. Corresponde a um movimento corpóreo do indivíduo. etc.
Uma alteração da posição dos músculos, determinada pelo cérebro Negligência: significa desleixo, falta de cuidado. Ocorre quan-
de acordo com a vontade do indivíduo. Faz-se o que não se poderia do o agente deixa de realizar atos necessários a impedir que o re-
fazer. sultado lesivo ocorra. Se deixa uma arma ao alcance de crianças, se
não procede à correta manutenção do automóvel, e assim por diante.

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DIREITO PENAL
Imperícia: implica descumprimento de regra técnica, que pode Boa parte dos crimes contém, em sua descrição típica, uma
vir expressa em lei, regulamento, ou simplesmente pertencer ao conduta (fazer ou não fazer humano), da qual resulta uma lesão ou
domínio de alguma ciência, arte ou profissão. A imperícia normal- perigo de lesão a algum bem juridicamente tutelado.
mente vem acompanhada da imprudência ou da negligência. Exem- A responsabilidade penal não se baseia unicamente no resul-
plo: o médico que, sem saber utilizar o equipamento, dele faz uso, tado, mas sobretudo na vontade e na intenção apresentadas pelo
produzindo lesões no paciente; ou o motorista profissional que não agente. Necessário, entretanto, ligar-se o agente ao resultado por
procede à manutenção de seu veículo e por isso provoca acidente. meio de uma relação lógica de causa-efeito, em que a conduta seja
condição sine qua non para que o resultado ocorra. É o que faz
O dolo pode ser direto e indireto. Este, alternativo ou eventual. o Código, ao considerar causa a ação ou omissão sem a qual o
Direto: quando o agente deseja o resultado. resultado não teria ocorrido.
Alternativo: quando há mais de um resultado possível e ao Na linha de desdobramento causal, unem-se causas e concau-
agente interessa qualquer deles. sas (fatores concorrentes e simultâneos), e bem assim condições
Eventual: quando o agente não deseja o resultado, mas assume — fatores preexistentes.
o risco de produzi-lo. Verifica-se, dessa forma, o nexo de causalidade quando, abs-
Há que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. Nes- traindo-se a conduta da linha de desdobramento, deixa de ocorrer
ta, embora haja previsão, o agente tem certeza de que o resultado o resultado.
não ocorrerá. Do contrário, não persistiria na conduta. Naquele, a Depois de se estabelecer o nexo de causalidade, atenta-se para
ocorrência ou não do resultado lhe é indiferente. A assunção do ris- a culpa (lato sensu) do agente. Assim, a responsabilidade penal
co implica assentimento ao resultado. só se dará com a presença do aspecto objetivo (nexo causal) e do
aspecto subjetivo (culpa). Não há lugar, no Direito Penal, para a
2 - RESULTADO (salvo nos crimes de mera conduta). responsabilidade objetiva1.
Resultado é uma modificação no mundo exterior que se segue, Adotando a teoria da equivalência dos antecedentes, o Código
como consequência, à primeira modificação, que é a conduta.
não isenta de responsabilidade o agente mesmo que outros fatores
O resultado é, dentre os efeitos da prática da conduta, o que
tenham se somado à conduta para produzir o resultado final.
a lei penal entende como suficiente à configuração do crime. Há,
Exceção para causas supervenientes que, “por si só”, tenham
no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou
produzido o resultado. Considera-se que uma causa superveniente,
antecipar a punição, recaindo esta, unicamente, sobre a prática da
relativamente independente, produziu o resultado “por si só” quan-
conduta.
do ela levou o fato a um desdobramento fora do que ordinariamen-
Quanto ao resultado, classificam-se os delitos em:
te se poderia esperar.
Materiais: também chamados “crimes de ação e resultado”,
A seguir apresentamos alguns exemplos:
pois o tipo penal descreve tanto a conduta quanto seu efeito. Se este
Causa preexistente relativamente independente: o indiví-
não ocorrer, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá
duo é ferido mas, por ser diabético, não consegue a cicatrização, e
tentativa. Ex.: homicídio (o resultado é a morte); furto (subtração);
peculato (apropriação); estupro (conjunção carnal). morre em virtude das complicações advindas do ferimento.
Formais: existe um resultado possível e desejado pelo agente, Causa concomitante relativamente independente: diversas
mas o tipo penal não exige sua ocorrência, punindo a simples prá- pessoas agridem, a socos e pontapés, a vítima, que morre em de-
tica da conduta. Ex.: corrupção ativa (basta prometer a vantagem, corrência de todos as pancadas.
ainda que esta não seja aceita); extorsão (consuma-se somente com Causa superveniente relativamente independente, que não
a prática da violência ou grave ameaça); calúnia (não é necessário causa o resultado “por si só”: alguém é ferido e, levado ao hos-
comprovar que a honra foi lesionada, bastando o ato de ofender). pital, a ferida infecciona, produzindo sua morte.
De mera conduta: o tipo descreve apenas a conduta, sem se Causa superveniente relativamente independente, que
referir a qualquer resultado. Ex.: violação de domicílio, desobediên- “por si só” causa o resultado: o ferido é levado ao hospital e, no
cia, porte de arma etc. caminho, por imprudência do motorista, a ambulância abalroa um
poste, causando a morte do paciente por traumatismo craniano.
3 – NEXO DE CAUSALIDADE entre a conduta e o resultado (Note-se que o desdobramento fugiu do que normalmente acon-
(salvo nos crimes de mera conduta e formais); tece).
É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Ado-
tou o CP a teoria da equivalência dos antecedentes, que considera Quando a causa é absolutamente independente, não há nexo.
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Se alguém coloca veneno na comida de uma pessoa, e esta, du-
Para saber se determinado fato é ou não causa do resultado, rante a refeição, antes de o veneno produzir seu efeito, morre em
utiliza-se o método hipotético de Thyrén: se não houvesse o fato, o decorrência de um desabamento, não há ligação entre a conduta e
resultado teria ocorrido? Se se concluir que não, é porque o fato foi o resultado.
causador do resultado. 1 Embora se possa afirmar que o Código, no art.
Assim, quando se procura definir se uma conduta foi ou não 28, II, ao tratar da inimputabilidade por embriaguez, de certa
causa de determinado resultado pergunta-se: caso a conduta não ti- forma acatou o princípio da responsabilidade objetiva. Os auto-
vesse sido praticada, o resultado teria ocorrido? Se o resultado se res, entretanto, divergem quanto a esta posição.
modificasse, é porque a conduta lhe foi causa.

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DIREITO PENAL
4 - TIPICIDADE (enquadramento do fato material a uma § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode
norma penal). ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº
No exemplo citado no item anterior, “A esfaqueou B”, logo: 7.209, de 11.7.1984)
A praticou a conduta esfaquear (conduta); B morreu (resultado); § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime me-
B morreu em consequência das lesões produzidas pelas facadas nos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumen-
(nexo causal); todo esse acontecimento se enquadra no artigo 121 tada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
do Código Penal (tipicidade). grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Adotando-se a teoria da imputação objetiva, ela se insere
como o quinto elemento do fato típico, devendo ser analisada logo Circunstâncias incomunicáveis
após o nexo causal.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições
Atenção: nos crimes formais não se exige a produção do re-
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.(Redação
sultado.
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ILICITUDE:
É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento ju- Casos de impunibilidade
rídico. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
A conduta descrita em norma penal incriminadora será ilíci- salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o cri-
ta ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. me não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei
Assim, o conceito de ilicitude de um fato típico é encontrado por nº 7.209, de 11.7.1984)
exclusão: é antijurídico quando não declarado lícito por causas de
exclusão da antijuridicidade (CP, art. 23, ou normas permissivas
encontradas em sua parte especial ou em leis especiais).
CONCURSO DE CRIMES
CULPABILIDADE:

Os elementos da Culpabilidade são: .


Concurso de Crimes
IMPUTABILIDADE: é a capacidade de entender e querer.
Via de regra, todos nós somos imputáveis. Causa de exclusão (art. O concurso de crimes acontece quando o agente comete mais
26, CP): doença mental, desenvolvimento mental incompleto, de- de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão. No direito
senvolvimento mental retardado e embriaguez completa oriunda brasileiro, por questões de política criminal, cada forma de con-
de caso fortuito ou força maior. curso tem uma maneira distinta no sistema de aplicação e cálculo
das penas.
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE: “cons- Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são o ma-
ciência profana do injusto”, basta que o agente tenha condições terial, que pode se dividir em homogêneo e heterogêneo; o formal,
suficientes para saber que o fato praticado está juridicamente proi- que pode ser dividido em próprio e impróprio; além do crime con-
bido e que é contrário às normas mais elementares que regem a tinuado.
convivência. Exemplo: tradição dos índios de matar criança defi- As formas adotadas para aplicação das penas a cada tipo de
ciente. Excludente: erro de proibição. concurso são os sistemas do cúmulo material e o da exasperação,
em alguns casos, também encontramos o cúmulo material benéfico,
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: permite a sendo este um desdobramento para evitar um prejuízo maior ao
formação de um juízo de reprovabilidade de uma conduta típica
agente, sempre que o sistema de exasperação for menos benéfico
e ilícita. Entendendo culpabilidade como juízo de reprovação, só
que o cúmulo material.
posso estabelecer juízo de reprovação contra alguém, se no caso
concreto, eu podia exigir dessa pessoa comportamento diverso.
Excludentes: coação moral irresistível e obediência hierárquica.
IMPUTABILIDADE PENAL.

CONCURSO DE PESSOAS.

TÍTULO III
TÍTULO IV DA IMPUTABILIDADE PENAL
DO CONCURSO DE PESSOAS
Inimputáveis
Regras comuns às penas privativas de liberdade Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime in- da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
cide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) to. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DIREITO PENAL
Redução de pena Caso de diminuição de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois ter- § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
ços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira- logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- zir a pena de um sexto a um terço.
se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Menores de dezoito anos I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
Art. 27  - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente motivo torpe;
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legisla- II - por motivo futil;
ção especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
Emoção e paixão comum;
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofen-
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, dido;
de 11.7.1984) V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime:
Embriaguez Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou subs-
tância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
11.7.1984) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo femini-
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, no:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Re- ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen- consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (In-
te, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, cluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acor- § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo femi-
do com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de nino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de
11.7.1984) 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
ESPÉCIES DE CRIMES: CRIMES CONTRA II - menosprezo ou discriminação à condição de mu-
A PESSOA; CRIMES CONTRA O PATRIMÔ- lher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
NIO; CRIMES CONTRA OS COSTUMES;
Homicídio culposo
CRIMES CONTRA A FAMÍLIA; CRIMES § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
CONTRA A PAZ PÚBLICA; CRIMES CON- Pena - detenção, de um a três anos.
TRA A SAÚDE PÚBLICA; CRIMES CONTRA
A FÉ PÚBLICA; CRIMES CONTRA A ADMI- Aumento de pena
NISTRAÇÃO PÚBLICA. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu
ESPÉCIES DE CRIMES: CRIMES CONTRA A PES- ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homi-
SOA; cídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
TÍTULO I anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá dei-
xar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem
CAPÍTULO I o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
DOS CRIMES CONTRA A VIDA desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
Homicídio simples crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação
Art. 121. Matar alguem: de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.       (Incluído
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. pela Lei nº 12.720, de 2012)

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até CAPÍTULO II
a metade se o crime for praticado:      (Incluído pela Lei nº 13.104, DAS LESÕES CORPORAIS
de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao Lesão corporal
parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 Pena - detenção, de três meses a um ano.
(sessenta) anos ou com deficiência;      (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015) Lesão corporal de natureza grave
III - na presença de descendente ou de ascendente da víti- § 1º Se resulta:
ma.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trin-
ta dias;
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio II - perigo de vida;
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
lhe auxílio para que o faça:
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta
lesão corporal de natureza grave. § 2° Se resulta:
Parágrafo único - A pena é duplicada: I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
Aumento de pena III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; IV - deformidade permanente;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, V - aborto:
a capacidade de resistência. Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Infanticídio Lesão corporal seguida de morte


Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o pró- § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
prio filho, durante o parto ou logo após: agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - detenção, de dois a seis anos. Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Diminuição de pena


Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que ou- § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
trem lho provoque:  (Vide ADPF 54) vante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
Pena - detenção, de um a três anos. logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
zir a pena de um sexto a um terço.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Substituição da pena
Pena - reclusão, de três a dez anos. § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestan- pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos
te:  (Vide ADPF 54) de réis:
Pena - reclusão, de um a quatro anos. I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a ges-
II - se as lesões são recíprocas.
tante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental,
ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
Lesão corporal culposa
violência
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Forma qualificada Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos Aumento de pena
meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      cau- das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.       (Redação
sas, lhe sobrevém a morte. dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  (Vide § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
ADPF 54) (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
Aborto necessário § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações do-
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro mésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de Lei nº 11.340, de 2006)
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu represen- Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação
tante legal. dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as Exposição ou abandono de recém-nascido
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) desonra própria:
§ 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de um a três anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente des- § 2º - Se resulta a morte:
crito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
Pena - detenção, de dois a seis anos.
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão Omissão de socorro
dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.  (Incluído Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fa-
pela Lei nº 13.142, de 2015) zê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
CAPÍTULO III perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis-
Perigo de contágio venéreo são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou a morte.
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que
sabe ou deve saber que está contaminado: Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qual-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação. quer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
administrativos, como condição para o atendimento médico-hospi-
Perigo de contágio de moléstia grave talar emergencial:  (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In-
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: cluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da nega-
tiva de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até
Perigo para a vida ou saúde de outrem o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
e iminente: Maus-tratos
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti- Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
tui crime mais grave. autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cui-
se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do
transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabele- dados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
cimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas le- inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
gais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Abandono de incapaz  Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, § 2º - Se resulta a morte:
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defen- Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
der-se dos riscos resultantes do abandono: § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
Pena - detenção, de seis meses a três anos. contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.   (Incluído pela Lei nº
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 8.069, de 1990)
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte: CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
DA RIXA
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um Rixa
terço: Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendo-
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; res:
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
tutor ou curador da vítima. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu-
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de
Lei nº 10.741, de 2003) detenção, de seis meses a dois anos.

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO V IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
DOS CRIMES CONTRA A HONRA de deficiência, exceto no caso de injúria.       (Incluído pela Lei nº
10.741, de 2003)
Calúnia Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Exclusão do crime
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputa- Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
ção, a propala ou divulga. I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou cien-
Exceção da verdade tífica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; do ofício.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injú-
nº I do art. 141; ria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendi-
do foi absolvido por sentença irrecorrível. Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabal-
Difamação mente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha prati-
reputação: cado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comu-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. nicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.      (Incluído pela Lei
Exceção da verdade nº 13.188, de 2015)
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere ca-
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se
lúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir
o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
de suas funções.
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
Injúria
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º,
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
da violência resulta lesão corporal.
decoro:
Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Códi-
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: go, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta- mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Códi-
mente a injúria; go.       (Redação dada pela Lei nº 12.033.  de 2009)
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, CAPÍTULO VI
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltan- DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
tes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da SEÇÃO I
pena correspondente à violência. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa Constrangimento ilegal
ou portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
2003) ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio,
Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído pela Lei a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a
nº 9.459, de 1997) fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de Aumento de pena
um terço, se qualquer dos crimes é cometido: § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de go- quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas,
verno estrangeiro; ou há emprego de armas.
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspon-
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a dentes à violência.
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do SEÇÃO II
paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE
perigo de vida; DO DOMICÍLIO
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Violação de domicílio
Ameaça Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamen-
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou te, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa- § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
ção. ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou
mais pessoas:
Sequestro e cárcere privado Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena cor-
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro respondente à violência.
ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância
Pena - reclusão, de um a três anos.
das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
alheia ou em suas dependências:
nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;(Redação dada
I - durante o dia, com observância das formalidades legais,
pela Lei nº 11.106, de 2005) para efetuar prisão ou outra diligência;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime
casa de saúde ou hospital; está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. § 4º - A expressão «casa» compreende:
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) I - qualquer compartimento habitado;
anos;  (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) II - aposento ocupado de habitação coletiva;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.  (Incluído pela III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exer-
Lei nº 11.106, de 2005) ce profissão ou atividade.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu- § 5º - Não se compreendem na expressão «casa»:
reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva,
Pena - reclusão, de dois a oito anos. enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Redução a condição análoga à de escravo
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, SEÇÃO III
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, DOS CRIMES CONTRA A
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer res- INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
tringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto:(Redação dada pela Lei Violação de correspondência
nº 10.803, de 11.12.2003) Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspon-
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena dência fechada, dirigida a outrem:
correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 10.803, de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
11.12.2003)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído pela Lei nº Sonegação ou destruição de correspondência
10.803, de 11.12.2003) § 1º - Na mesma pena incorre:
I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia,
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;(Incluído
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou te-
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
lefônica
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utili-
o fim de retê-lo no local de trabalho.(Incluído pela Lei nº 10.803, za abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida
de 11.12.2003) a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:(In- III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
cluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) no número anterior;
I – contra criança ou adolescente;  (Incluído pela Lei nº IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
10.803, de 11.12.2003) sem observância de disposição legal.
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para ou-
origem.  (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) trem.

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em § 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comu-
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: nicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais,
Pena - detenção, de um a três anos. informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle re-
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos moto não autorizado do dispositivo invadido:(Incluído pela Lei nº
casos do § 1º, IV, e do § 3º. 12.737, de 2012)     Vigência
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa,
Correspondência comercial se a conduta não constitui crime mais grave.(Incluído pela Lei nº
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de es- 12.737, de 2012)     Vigência
tabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, § 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois ter-
desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar ços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a tercei-
a estranho seu conteúdo: ro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.(Incluído
Pena - detenção, de três meses a dois anos. pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. § 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for
praticado contra:(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência
SEÇÃO IV I - Presidente da República, governadores e prefeitos;(Incluí-
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE do pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência
DOS SEGREDOS II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Divulgação de segredo III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de do- de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do
cumento particular ou de correspondência confidencial, de que é Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou(Incluído pela Lei nº
destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a 12.737, de 2012) Vigência
outrem: IV - dirigente máximo da administração direta e indireta fede-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ral, estadual, municipal ou do Distrito Federal.      (Incluído pela
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência
único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou Ação penal       (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vi-
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas gência
de informações ou banco de dados da Administração Pública: (In- Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) procede mediante representação, salvo se o crime é cometido con-
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí- tra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Po-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) deres da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, empresas concessionárias de serviços públicos.      (Incluído pela
a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência
2000)

Violação do segredo profissional CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO;


Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e TÍTULO II
cuja revelação possa produzir dano a outrem: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa- CAPÍTULO I
ção. DO FURTO
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, conectado
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de me- Furto
canismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilí- § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado
cita:      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência durante o repouso noturno.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.(In- § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer
intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.(Incluído outra que tenha valor econômico.
pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da inva- Furto qualificado
são resulta prejuízo econômico.(Incluído pela Lei nº 12.737, de § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
2012)     Vigência crime é cometido:

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração Extorsão mediante sequestro
da coisa; Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do res-
destreza; gate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90   (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
III - com emprego de chave falsa; Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei
Furto de coisa comum nº 8.072, de 25.7.90     (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: nº 8.072, de 25.7.1990)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide
§ 1º - Somente se procede mediante representação. Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
CAPÍTULO II Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada
DO ROUBO E DA EXTORSÃO pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
Roubo
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado,
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê- terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei
-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: nº 9.269, de 1996)
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída Extorsão indireta
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abu-
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si sando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
ou para terceiro. procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; CAPÍTULO III
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o DA USURPAÇÃO
agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
Alteração de limites
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) ou em parte, de coisa imóvel alheia:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a § 1º - Na mesma pena incorre quem:
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas
Extorsão alheias;
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida Esbulho possessório
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
alguma coisa:
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o dis- esta cominada.
posto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de vio-
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade lência, somente se procede mediante queixa.
da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vanta-
gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, Supressão ou alteração de marca em animais
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam- Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (In- rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
cluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO IV Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as con-
DO DANO tribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Dano Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí-
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: do pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Dano qualificado I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância
Parágrafo único - Se o crime é cometido: destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga-
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do públi-
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o co;  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
fato não constitui crime mais grave II – recolher contribuições devidas à previdência social que
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empre- tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à ven-
sa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia da de produtos ou à prestação de serviços;  (Incluído pela Lei nº
mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) 9.983, de 2000)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
a vítima: cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela pre-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da vidência social.  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
pena correspondente à violência. § 2o  É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, impor-
Introdução ou abandono de animais em propriedade tâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência
alheia social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so-
mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes,
prejuízo:
desde que:  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previ-
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
denciária, inclusive acessórios; ou  (Incluído pela Lei nº 9.983,
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
de 2000)
autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
ou histórico: seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de
suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Alteração de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou for-
aspecto de local especialmente protegido por lei: ça da natureza
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Ação penal Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
Apropriação de tesouro
CAPÍTULO V I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação indébita Apropriação de coisa achada


Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
posse ou a detenção: parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possui-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. dor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de
quinze dias.
Aumento de pena Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente re- disposto no art. 155, § 2º.
cebeu a coisa:
I - em depósito necessário; CAPÍTULO VI
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
tariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante
9.983, de 2000) artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuí- Induzimento à especulação
zo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inex-
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: periência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem,
induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com
Disposição de coisa alheia como própria títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em ga- é ruinosa:
rantia coisa alheia como própria; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria Fraude no comércio


II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o ad-
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que quirente ou consumidor:
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsifi-
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; cada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Defraudação de penhor Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou
ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por
objeto empenhado; falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadei-
Fraude na entrega de coisa ra; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
que deve entregar a alguém; § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes
Fraude para recebimento de indenização ou valor de se-
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel
guro
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou
efetuar o pagamento:
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa-
seguro;
ção, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena.
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em po- Fraudes e abusos na fundação ou administração de socie-
der do sacado, ou lhe frustra o pagamento. dade por ações
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fa-
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de zendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assem-
economia popular, assistência social ou beneficência. bleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul-
tando fraudulentamente fato a ela relativo:
Estelionato contra idoso Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
§ 4o  Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido constitui crime contra a economia popular.
contra idoso.(Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
Duplicata simulada I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que,
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao pú-
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualida- blico ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco-
de, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
27.12.1990) parte, fato a elas relativo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.  (Reda- II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que fal- III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
sificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplica- ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
tas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968) sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
Abuso de incapazes sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de neces- V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
sidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou de- aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
bilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de-
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou
de terceiro: dividendos fictícios;

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DIREITO PENAL
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou União, Estado, Município, empresa concessionária de servi-
parecer; ços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; no  caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autori- 9.426, de 1996)
zada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns.
I e II, ou dá falsa informação ao Governo. CAPÍTULO VIII
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, DISPOSIÇÕES GERAIS
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para
outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “war- I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
rant”
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
ou ilegítimo, seja civil ou natural.
desacordo com disposição legal:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº
Fraude à execução 10.741, de 2003)
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
ou danificando bens, ou simulando dívidas: II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
CAPÍTULO VII haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
DA RECEPTAÇÃO II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual
Receptação ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, 2003)
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de cri-
me, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou CRIMES CONTRA OS COSTUMES;
oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada TÍTULO VI
pela Lei nº 9.426, de 1996) DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996) CAPÍTULO I
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer-
cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser Estupro 
produto de crime:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.(Redação dada
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
pela Lei nº 9.426, de 1996)
ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pará-
12.015, de 2009)
grafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandes-
tino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada
nº 9.426, de 1996) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela § 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as Lei nº 12.015, de 2009)
penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) § 2o  Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isen- de 2009)
to de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela
pela Lei nº 9.426, de 1996) Lei nº 12.015, de 2009)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar
a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº
155.  (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 12.015, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidi- Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
noso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14
pela Lei nº 12.015, de 2009) (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou ou-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela tro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de ou-
Lei nº 12.015, de 2009) trem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de ob- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela
ter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerá-
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) vel.       (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter van- Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra
tagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
cício de emprego, cargo ou função.” (Incluído pela Lei nº 10.224, discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificul-
de 15 de 2001) tar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela
nº 10.224, de 15 de 2001) Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de § 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem
15 de 2001) econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 2009)
de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2o  Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
CAPÍTULO II
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na si-
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
tuação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015,
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
Sedução
que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (In-
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obri-
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) gatório da condenação a cassação da licença de localização e de
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li- funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015,
bidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº de 2009)
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela CAPÍTULO III
Lei nº 12.015, de 2009) DO RAPTO
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, Rapto violento ou mediante fraude
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009) Rapto consensual
§ 2o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza gra-
ve: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Diminuição de pena
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o  Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, Concurso de rapto e outro crime
de 2009) Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Corrupção de menores 
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satis- Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
fazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada Ação penal
pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Títu-
Parágrafo único.  (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 12.015, lo, procede-se mediante ação penal pública condicionada à repre-
de 2009) sentação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal Casa de prostituição
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabe-
ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) lecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito
de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação
Aumento de pena dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
11.106, de 2005)  
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de Rufianismo
2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando
2005) diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madras- parte, por quem a exerça:
ta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.       
empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade § 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (ca-
sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
torze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto,
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei
CAPÍTULO V
ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Re-
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA
PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL  Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.015, DE 2009) dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça,
Mediação para servir a lascívia de outrem fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: da vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de um a três anos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoi- pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 12.015,
to) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou de 2009)
companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja con-
fiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Redação Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração se-
dada pela Lei nº 11.106, de 2005) xual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Art. 231.  Promover ou facilitar a entrada, no território nacio-
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave nal, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra
ameaça ou fraude: forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspon- no estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
dente à violência. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se Lei nº 12.015, de 2009)
também multa. § 1o  Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou
comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento des-
Favorecimento da prostituição ou outra forma de explora- sa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Redação dada
ção sexual  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra § 2o  A pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que Lei nº 12.015, de 2009)
alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Reda-
nº 12.015, de 2009)
ção dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
§ 1o  Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei
teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga- nº 12.015, de 2009)
ção de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
12.015, de 2009) teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga-
Lei nº 12.015, de 2009) ção de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave 12.015, de 2009)
ameaça ou fraude: IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (In-
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspon- cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dente à violência. § 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015,
também multa. de 2009)

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DIREITO PENAL
Tráfico interno de pessoa para fim de exploração se- CAPÍTULO VII
xual  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 231-A.  Promover ou facilitar o deslocamento de alguém (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.015, DE 2009)
dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou ou-
tra forma de exploração sexual: (Redação dada pela Lei nº 12.015, Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é au-
de 2009)
mentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
  I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei nº 12.015, de 2009) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, ven- III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela
der ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimen- Lei nº 12.015, de 2009)
to dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Incluído IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima
pela Lei nº 12.015, de 2009) doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser
§ 2o  A pena é aumentada da metade se: (Incluído pela Lei nº portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
12.015, de 2009) Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei neste Título correrão em segredo de justiça.(Incluído pela Lei nº
nº 12.015, de 2009) 12.015, de 2009) 
Art. 234-C.  (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 12.015, de
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
2009)
necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei
nº 12.015, de 2009) CRIMES CONTRA A FAMÍLIA;
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- TÍTULO VII
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga- DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
ção de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (In-
cluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Bigamia
§ 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
econômica, aplica-se também multa.(Incluído pela Lei nº 12.015, Pena - reclusão, de dois a seis anos.
de 2009) § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com re-
clusão ou detenção, de um a três anos.
CAPÍTULO VI § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o
crime.
Ato obsceno
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial
exposto ao público: o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Escrito ou objeto obsceno Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do con-
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua traente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pú- em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento,
blica, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obs- anule o casamento.
ceno:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Conhecimento prévio de impedimento
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de im-
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
pedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
Pena - detenção, de três meses a um ano.
dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, repre- Simulação de autoridade para celebração de casamento
sentação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; de casamento:
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. crime mais grave.

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DIREITO PENAL
Simulação de casamento Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pes- Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa
soa: em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251,
elemento de crime mais grave. de 1984)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada
Adultério pela Lei nº 7.251, de 1984)
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado
CAPÍTULO II para o exterior.  (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO § 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação
Registro de nascimento inexistente de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimen- obter lucro.  (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
to inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos. Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução pri-
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente mária de filho em idade escolar:
ao estado civil de recém-nascido Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito
filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
Lei nº 6.898, de 1981) pessoa viciosa ou de má vida;
Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-
nº 6.898, de 1981) lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco- III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
nhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de
pública:
aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Sonegação de estado de filiação
CAPÍTULO IV
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição
DOS CRIMES CONTRA O
de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou
atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
estado civil:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
incapazes
CAPÍTULO III Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fu-
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR gir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele
exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar
Abandono material a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entre-
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para gá-lo a quem legitimamente o reclame:
o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixa- Subtração de incapazes
da ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao po-
ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº der de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem
10.741, de 2003) judicial:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada constitui elemento de outro crime.
pela Lei nº 5.478, de 1968) § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo sol- do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamen-
vente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abando- te privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
no injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de
pela Lei nº 5.478, de 1968)
aplicar pena.

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA; Envenenamento de água potável ou de substância alimen-
tícia ou medicinal
TÍTULO IX Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particu-
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA lar, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei
Incitação ao crime nº 8.072, de 25.7.1990)
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a subs-
tância envenenada.
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:
de autor de crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Corrupção ou poluição de água potável
Associação Criminosa Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
Art. 288.  Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saú-
específico de cometer crimes:     (Redação dada pela Lei nº 12.850, de:
de 2013)     (Vigência) Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.     (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência) Modalidade culposa
Parágrafo único.  A pena aumenta-se até a metade se a asso- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
ciação é armada ou se houver a participação de criança ou adoles- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
cente.     (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de subs-
Constituição de milícia privada  (Incluído dada pela Lei nº tância ou produtos alimentícios (Redação dada pela Lei nº 9.677,
12.720, de 2012) de 2.7.1998)
Art. 288-A.  Constituir, organizar, integrar, manter ou custear Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à
com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei
Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
pela Lei nº 12.720, de 2012) ção dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA; expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentí-
CAPÍTULO III cia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluído
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoó-
Epidemia
lico.  (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes
patogênicos: Modalidade culposa
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei § 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei nº 9.677,
nº 8.072, de 25.7.1990) de 2.7.1998)
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro-
Infração de medida sanitária preventiva duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. destinado a fins terapêuticos ou medicinais:  (Redação dada pela
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Re-
farmacêutico, dentista ou enfermeiro. dação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, ex-
Omissão de notificação de doença põe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma,
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompi-
doença cuja notificação é compulsória: do, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 2.7.1998)

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este ar- Outras substâncias nocivas à saúde pública
tigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêu- Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
ticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. (In- para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou
cluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ou a fim medicinal:
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sani- Modalidade culposa
tária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Parágrafo único - Se o crime é culposo:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro pre- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
visto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
III - sem as características de identidade e qualidade admi- Substância avariada
tidas para a sua comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
2.7.1998)
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua ativida- Medicamento em desacordo com receita médica
de; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de receita médica:
2.7.1998) Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade
sanitária competente. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Modalidade culposa
Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 2º - Se o crime é culposo:  Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecen-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tes

Emprego de processo proibido ou de substância não per- COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE
mitida OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a con- FÍSICA OU PSÍQUICA.  (Redação dada pela Lei nº 5.726, de
sumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, subs- 1971)      (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
tância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não Art. 281.   (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
expressamente permitida pela legislação sanitária:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêu-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tica
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
Invólucro ou recipiente com falsa indicação médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou exce-
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos dendo-lhe os limites:
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substân- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
cia que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
quantidade menor que a mencionada:  (Redação dada pela Lei nº aplica-se também multa.
9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Charlatanismo
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou in-
falível:
Produto ou substância nas condições dos dois artigos an- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
teriores
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender Curandeirismo
ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
dos arts. 274 e 275. I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação qualquer substância;
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Substância destinada à falsificação Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remunera-
substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, te- ção, o agente fica também sujeito à multa.
rapêuticos ou medicinais:(Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) Forma qualificada
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previs-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) tos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA; CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E
TÍTULO X OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Falsificação de papéis públicos
CAPÍTULO I Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
DA MOEDA FALSA I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual-
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tribu-
to;(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
Moeda Falsa
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso le-
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda me-
gal;
tálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: III - vale postal;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econô-
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou mica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, público;
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moe- relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução
da falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a por que o poder público seja responsável;
falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
multa. administrada pela União, por Estado ou por Município:
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 11.035, de 2004)
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi-
lei; cados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 2004)
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém
Crimes assimilados ao de moeda falsa em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:(In-
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de res- cluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
tituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já reco- tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
lhidos para o fim de inutilização: b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze nº 11.035, de 2004)
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos,
na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Petrechos para falsificação de moeda § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra- qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re-
qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
Emissão de título ao portador sem permissão legal § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem cos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Petrechos de falsificação
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qual- Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
quer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de de- jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
tenção, de quinze dias a três meses, ou multa. referidos no artigo anterior:

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Falsificação de cartão(Incluído pela Lei nº 12.737, de
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 2012)     Vigência
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se
a documento particular o cartão de crédito ou débito.     (Incluído
CAPÍTULO III pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsidade ideológica
Falsificação do selo ou sinal público Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, de-
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: claração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
de Estado ou de Município; prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, juridicamente relevante:
ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
é particular.
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, lo- é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta
gotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identifi- parte.
cadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. (Incluí-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Falso reconhecimento de firma ou letra
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ção pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
Falsificação de documento público público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público,
ou alterar documento público verdadeiro: Certidão ou atestado ideologicamente falso
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento públi- quer outra vantagem:
co o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou trans- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
missível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular. Falsidade material de atestado ou certidão
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (In- § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de
I – na folha de pagamento ou em documento de informações fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pes- isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
soa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído vantagem:
pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a dois anos.
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre-
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a previ-
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
dência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Falsidade de atestado médico
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (In- tado falso:
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de um mês a um ano.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a aplica-se também multa.
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
Falsificação de documento particular    (Redação dada pela tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particu- Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
lar ou alterar documento particular verdadeiro: Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DIREITO PENAL
Uso de documento falso Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual-
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996))
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.  (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Supressão de documento § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pú-
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio blica ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou parti- pela Lei nº 9.426, de 1996)
cular verdadeiro, de que não podia dispor: § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
é particular. oficial.   (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DE OUTRAS FALSIDADES (INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal pre- INTERESSE PÚBLICO 
cioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins (INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso Fraudes em certames de interesse público   (Incluído pela Lei
ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natu- 12.550. de 2011)
reza, falsificado por outrem: Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa do certame, conteúdo sigiloso de:    (Incluído pela Lei 12.550. de
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para 2011)
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cum- I - concurso público;    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - avaliação ou exame públicos;    (Incluído pela Lei 12.550.
primento de formalidade legal:
de 2011)
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
ou    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Falsa identidade
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:    (Incluído
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
pela Lei 12.550. de 2011)
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.    (In-
dano a outrem:
cluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato § 1o  Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
não constitui elemento de crime mais grave. qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, ca- ções mencionadas no caput.    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
derneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia § 2o  Se da ação ou omissão resulta dano à administração pú-
ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natu- blica:    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
reza, próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.    (Incluí-
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o do pela Lei 12.550. de 2011)
fato não constitui elemento de crime mais grave. § 3o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido
por funcionário público.   (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
território nacional, nome que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. TÍTULO XI
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para DOS CRIMES CONTRA A
promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela CAPÍTULO I
Lei nº 9.426, de 1996) DOS CRIMES PRATICADOS
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Re-
dação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Peculato
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.  (Redação Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va-
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
Adulteração de sinal identificador de veículo automo- tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
tor (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) ou alheio:

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Excesso de exação
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em- § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:  (Re-
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de fun- dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
cionário. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Peculato culposo § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
de outrem: blicos:
Pena - detenção, de três meses a um ano. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é Corrupção passiva
posterior, reduz de metade a pena imposta.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
Peculato mediante erro de outrem
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: vantagem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Inserção de dados falsos em sistema de informações  (In- § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad- de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si influência de outrem:
ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluí- Facilitação de contrabando ou descaminho
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
de contrabando ou descaminho (art. 334):
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
informações ou programa de informática sem autorização ou so- Prevaricação
licitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de 2000) de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para sa-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul- tisfazer interesse ou sentimento pessoal:
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até Art. 319-A.  Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-
a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Ad-
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho
ministração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
9.983, de 2000)
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 11.466, de 2007).
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente: Condescendência criminosa
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de respon-
crime mais grave. sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo
ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimen-
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas to da autoridade competente:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-
Concussão vado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta- funcionário:
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
razão dela, vantagem indevida: Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DIREITO PENAL
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre- LEIS EXTRAVAGANTES: LEI DE TORTURA
texto de exercê-la:
(9.455/97);
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
respondente à violência.

Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Define os crimes de tortura e dá outras providências.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
O  PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira: gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- vítima ou de terceira pessoa;
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
substituído ou suspenso: c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
Violação de sigilo funcional físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo de caráter preventivo.
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
não constitui crime mais grave. sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
§ 1o  Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
pela Lei nº 9.983, de 2000)
de medida legal.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) de um a quatro anos.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
pela Lei nº 9.983, de 2000) a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú- são é de oito a dezesseis anos.
blica ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído I - se o crime é cometido por agente público;
pela Lei nº 9.983, de 2000) II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Reda-
Violação do sigilo de proposta de concorrência ção dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pú- III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
blica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em-
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
Funcionário público § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
ou anistia.
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exer-
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipó-
ce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
execução de atividade típica da Administração Pública.     (Incluí- brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição bra-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) sileira.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pú-
blica ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da
nº 6.799, de 1980) República.

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 4o  São princípios do Sisnad:
LEI DE ENTORPECENTE (LEI 6.368/76); I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais
existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o
uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Dro- IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participa-
gas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, ção social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; do Sisnad;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Esta-
tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. do e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social
nas atividades do Sisnad;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores corre-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: lacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
autorizada e o seu tráfico ilícito;
TÍTULO I VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autori-
Art. 1o  Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Pú- zada e ao seu tráfico ilícito;
blicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e depen- Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas
dentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não atividades do Sisnad;
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça
Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como a interdependência e a natureza complementar das atividades de
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependên- prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
cia, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualiza- e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e
das periodicamente pelo Poder Executivo da União. do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de pre-
Art. 2o  Ficam proibidas, em todo o território nacional, as dro- venção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
gas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não auto-
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas rizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamen- bem-estar social;
tar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações XI - a observância às orientações e normas emanadas do Con-
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de selho Nacional Antidrogas - Conad.
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único.  Pode a União autorizar o plantio, a cultura Art. 5o  O Sisnad tem os seguintes objetivos:
e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclu- I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a tor-
sivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo ná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
supramencionadas. correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento
TÍTULO II sobre drogas no país;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO- III - promover a integração entre as políticas de prevenção do
BRE DROGAS uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
tes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
Art. 3o  O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, orga- tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
nizar e coordenar as atividades relacionadas com: Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e
de usuários e dependentes de drogas; a articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
de drogas. CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO-
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS BRE DROGAS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO-
BRE DROGAS Art. 6o  (VETADO)

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 7o  A organização do Sisnad assegura a orientação central IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colabora-
e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âm- ção mútua com as instituições do setor privado e com os diversos
bito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se consti- segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e
tui matéria definida no regulamento desta Lei. respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e ade-
Art. 8o  (VETADO) quadas às especificidades socioculturais das diversas populações,
bem como das diferentes drogas utilizadas;
CAPÍTULO III VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do
(VETADO) uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das ativi-
dades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a
Art. 9o  (VETADO) serem alcançados;
Art. 10.  (VETADO) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulnerá-
Art. 11.  (VETADO) veis da população, levando em consideração as suas necessidades
Art. 12.  (VETADO) específicas;
Art. 13.  (VETADO) VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam
Art. 14.  (VETADO) em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de
atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familia-
CAPÍTULO IV res;
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMA- IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, ar-
ÇÕES tísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social
SOBRE DROGAS e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na
Art. 15.  (VETADO) área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de
educação nos 3 (três) níveis de ensino;
Art. 16.  As instituições com atuação nas áreas da atenção à XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do
saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e priva-
de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo do, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conheci-
sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorri- mentos relacionados a drogas;
dos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações XII - a observância das orientações e normas emanadas do
emanadas da União. Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle so-
Art. 17.  Os dados estatísticos nacionais de repressão ao trá- cial de políticas setoriais específicas.
fico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Parágrafo único.  As atividades de prevenção do uso indevido
Executivo. de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em
TÍTULO III consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES CAPÍTULO II
DE DROGAS DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SO-
CIAL
CAPÍTULO I DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
DA PREVENÇÃO
Art. 20.  Constituem atividades de atenção ao usuário e de-
Art. 18.  Constituem atividades de prevenção do uso indevido pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei,
de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redu- aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos
ção dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 21.  Constituem atividades de reinserção social do usuá-
Art. 19.  As atividades de prevenção do uso indevido de dro- rio ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efei-
gas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: to desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegra-
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de ção em redes sociais.
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação
com a comunidade à qual pertence; Art. 22.  As atividades de atenção e as de reinserção social do
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cien- usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem
tífica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comu- observar os seguintes princípios e diretrizes:
nitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independen-
pessoas e dos serviços que as atendam; temente de quaisquer condições, observados os direitos fundamen-
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade in- tais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único
dividual em relação ao uso indevido de drogas; de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e rein- § 2o  Para determinar se a droga destinava-se a consumo
serção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância
familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orien- às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
tado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos antecedentes do agente.
sociais e à saúde; § 3o  As penas previstas nos incisos II e III do caput deste arti-
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respec- go serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
tivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e § 4o  Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos
por equipes multiprofissionais; II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de
V - observância das orientações e normas emanadas do Co- 10 (dez) meses.
nad; § 5o  A prestação de serviços à comunidade será cumprida em
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais,
de políticas setoriais específicas. hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
Art. 23.  As redes dos serviços de saúde da União, dos Esta- consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
dos, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas § 6o  Para garantia do cumprimento das medidas educativas a
de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen-
diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no te se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. I - admoestação verbal;
II - multa.
Art. 24.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- § 7o  O juiz determinará ao Poder Público que coloque à dispo-
nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que sição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, prefe-
desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, rencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão
oficial. Art. 29.  Na imposição da medida educativa a que se refere o
inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da
Art. 25.  As instituições da sociedade civil, sem fins lucra- conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca in-
tivos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência ferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois
social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de
receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
orçamentária e financeira. Parágrafo único.  Os valores decorrentes da imposição da
multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do
Art. 26.  O usuário e o dependente de drogas que, em razão da Fundo Nacional Antidrogas.
prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de
liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a exe-
serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema cução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o
penitenciário. disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
TÍTULO IV
CAPÍTULO III DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DOS CRIMES E DAS PENAS E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

Art. 27.  As penas previstas neste Capítulo poderão ser apli- CAPÍTULO I
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- DISPOSIÇÕES GERAIS
quer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 31.  É indispensável a licença prévia da autoridade com-
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transpor- petente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, pos-
tar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autori- suir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter,
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou ad-
será submetido às seguintes penas: quirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
I - advertência sobre os efeitos das drogas; preparação, observadas as demais exigências legais.
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou cur- Art. 32.  As plantações ilícitas serão imediatamente destruí-
so educativo. das pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá
§ 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do
de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da
dependência física ou psíquica. prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
§ 2o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos
§ 3o  Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan- arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
tação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de
meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo
próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido
§ 4o  As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro- no art. 36 desta Lei.
priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal,
de acordo com a legislação em vigor. Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
CAPÍTULO II
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de
DOS CRIMES
1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fa-
bricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organiza-
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar ção ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto- previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem: Art. 38.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou
expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamen-
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria- to de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de Parágrafo único.  O juiz comunicará a condenação ao Con-
drogas; selho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas
Art. 39.  Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo
que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou con- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
sente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem au- apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proi-
torização ou em desacordo com determinação legal ou regulamen- bição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberda-
tar, para o tráfico ilícito de drogas. de aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos)
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de dias-multa.
droga:     (Vide ADI nº 4.274) Parágrafo único.  As penas de prisão e multa, aplicadas
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis)
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa. anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo
pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: de passageiros.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento
de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
prejuízo das penas previstas no art. 28. aumentadas de um sexto a dois terços, se:
§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacio-
a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente nalidade do delito;
seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pú-
criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução
blica ou no desempenho de missão de educação, poder familiar,
nº 5, de 2012)
guarda ou vigilância;
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven- III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou ime-
der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou for- diações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares,
necer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas,
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de re-
ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo cintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer na-
com determinação legal ou regulamentar: tureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em trans-
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. portes públicos;

Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave amea- Art. 47.  Na sentença condenatória, o juiz, com base em ava-
ça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimida- liação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente
ção difusa ou coletiva; para tratamento, realizada por profissional de saúde com compe-
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre tência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda,
estes e o Distrito Federal; observado o disposto no art. 26 desta Lei.
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adoles-
cente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou supri- CAPÍTULO III
mida a capacidade de entendimento e determinação; DO PROCEDIMENTO PENAL
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 48.  O procedimento relativo aos processos por crimes
Art. 41.  O indiciado ou acusado que colaborar voluntaria- definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, apli-
mente com a investigação policial e o processo criminal na identi- cando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Proces-
ficação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recupe- so Penal e da Lei de Execução Penal.
ração total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, § 1o  O agente de qualquer das condutas previstas no art.
terá pena reduzida de um terço a dois terços. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos
nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma
Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com pre- dos  arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de
ponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a nature- 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
za e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a § 2o  Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não
conduta social do agente. se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser ime-
diatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste,
Art. 43.  Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo
desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, de- circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e
terminará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo perícias necessários.
as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um § 3o  Se ausente a autoridade judicial, as providências pre-
trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. vistas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela auto-
Parágrafo único.  As multas, que em caso de concurso de cri- ridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção
mes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumenta- do agente.
das até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusa- § 4o  Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste
do, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o
requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conve-
Art. 44.  Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 niente, e em seguida liberado.
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, § 5o  Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Minis-
penas em restritivas de direitos. tério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista
Parágrafo único.  Nos crimes previstos no caput deste artigo, no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois ter-
ços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. Art. 49.  Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circuns-
Art. 45.  É isento de pena o agente que, em razão da dependên- tâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de
cia, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de
de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha julho de 1999.
sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse Seção I
entendimento. Da Investigação
Parágrafo único.  Quando absolver o agente, reconhecendo,
por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto Art. 50.  Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de po-
neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá lícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz com-
determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para trata- petente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada
mento médico adequado. vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1o  Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
Art. 46.  As penas podem ser reduzidas de um terço a dois e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por
Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se § 2o  O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
de acordo com esse entendimento. 1  deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do
o

laudo definitivo.

Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3o  Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no Parágrafo único.  Na hipótese do inciso II deste artigo, a au-
prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo torização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário
de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, provável e a identificação dos agentes do delito ou de colabora-
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definiti- dores.
vo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 4o  A destruição das drogas será executada pelo delegado de Seção II
polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Da Instrução Criminal
Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº
12.961, de 2014) Art. 54.  Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
§ 5o  O local será vistoriado antes e depois de efetivada a des- Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-
truição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstan- se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias,
ciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição adotar uma das seguintes providências:
total delas.  (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
Art. 50-A.  A destruição de drogas apreendidas sem a ocor- III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e re-
rência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo querer as demais provas que entender pertinentes.
máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guar-
dando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, apli- Art. 55.  Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação
cando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de
50.   (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 10 (dez) dias.
§ 1o  Na resposta, consistente em defesa preliminar e exce-
Art. 51.  O inquérito policial será concluído no prazo de 30 ções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as ra-
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, zões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
quando solto. provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar
Parágrafo único.  Os prazos a que se refere este artigo podem testemunhas.
ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante § 2o  As exceções serão processadas em apartado, nos termos
pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal.
Art. 52.  Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, § 3o  Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomea-
a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito rá defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista
ao juízo: dos autos no ato de nomeação.
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justifican- § 4o  Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
do as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a § 5o  Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de
quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de
local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as diligências, exames e perícias.
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os anteceden-
tes do agente; ou Art. 56.  Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para
II - requererá sua devolução para a realização de diligências a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal
necessárias. do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se
Parágrafo único.  A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de for o caso, e requisitará os laudos periciais.
diligências complementares: § 1o  Tratando-se de condutas tipificadas como infração do
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resul- disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
tado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do
antes da audiência de instrução e julgamento; denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comu-
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valo- nicando ao órgão respectivo.
res de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo § 2o  A audiência a que se refere o caput deste artigo será rea-
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) lizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da de-
dias antes da audiência de instrução e julgamento. núncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar
dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 53.  Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos
crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em Art. 57.  Na audiência de instrução e julgamento, após o in-
lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os terrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada
seguintes procedimentos investigatórios: a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investiga- e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
ção, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus critério do juiz.
precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produ- Parágrafo único.  Após proceder ao interrogatório, o juiz in-
ção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de dagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, for-
identificar e responsabilizar maior número de integrantes de opera- mulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e
ções de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. relevante.

Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 58.  Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de tificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas,
isso lhe sejam conclusos. encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que
§ 1o  Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido contro- decretar o seu perdimento em favor da União.
vérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da
substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo Art. 62.  Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros
laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1o, desta meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos
Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fi- de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nes-
xar.  (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)   ta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade
§ 2o  Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na for-
motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quantidade ou ma de legislação específica.
valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a § 1o  Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos
elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.   (Revogado bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá
pela Lei nº 12.961, de 2014)   deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua con-
servação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 59.  Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 § 2o  Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamen-
salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na to, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
sentença condenatória. imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Pú-
blico.
CAPÍTULO IV § 3o  Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacio-
BENS DO ACUSADO nal, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução
do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito
Art. 60.  O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
co ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, o recibo.
ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá § 4o  Após a instauração da competente ação penal, o Ministério
decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente
outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imó- que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, ex-
veis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nes- cetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para
ta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, pro- serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária,
cedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de preven-
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. ção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não
§ 1o  Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse
o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apre- dessas atividades.
sente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do § 5o  Excluídos os bens que se houver indicado para os fins pre-
produto, bem ou valor objeto da decisão. vistos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter
§ 2o  Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a
decidirá pela sua liberação. especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob
§ 3o  Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o custódia e o local onde se encontram.
comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar § 6o  Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será au-
a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou tuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação
valores. aos da ação penal principal.
§ 4o  A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou § 7o  Autuado o requerimento de alienação, os autos serão con-
valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, clusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade
quando a sua execução imediata possa comprometer as investiga- entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda
ções. de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos
bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério
Art. 61.  Não havendo prejuízo para a produção da prova dos Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5
fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o dis- (cinco) dias.
posto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo compe- § 8o  Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o
tente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos
apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades bens e determinará sejam alienados em leilão.
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção § 9o  Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judi-
social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produ- cial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será
ção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3o des-
interesse dessas atividades. te artigo.
Parágrafo único.  Recaindo a autorização sobre veículos, em- § 10.  Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra
barcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste
ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de cer- artigo.

Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 11.  Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste artigo, TÍTULO VI
recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de
registro e controle a expedição de certificado provisório de regis- Art. 66.  Para fins do disposto no parágrafo único do art.
tro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista men-
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do cionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpe-
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito centes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial,
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
União.
Art. 67.  A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
Art. 63.  Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito
o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas
declarado indisponível. contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados ne-
§ 1o  Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipi- cessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei,
ficados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após pelas respectivas polícias judiciárias.
decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos
diretamente ao Funad. Art. 68.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
§ 2o  Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e pios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas
não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
decretado em favor da União. drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
§ 3o  A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o  Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do Art. 69.  No caso de falência ou liquidação extrajudicial de
processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, reme- empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
terá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdi- ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
dos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para
drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquida-
Art. 64.  A União, por intermédio da Senad, poderá firmar con-
ção, sejam lacradas suas instalações;
vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente ado-
orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção
ção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósi-
e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na
to, das drogas arrecadadas;
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela ar- III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acom-
recadados, para a implantação e execução de programas relaciona- panhar o feito.
dos à questão das drogas. § 1o  Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só po-
TÍTULO V dem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação
lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
Art. 65.  De conformidade com os princípios da não-inter- § 2o  Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo, o
venção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruí-
à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos do pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais
nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das sobre Drogas e do Ministério Público.
Nações Unidas e  outros  instrumentos jurídicos internacionais re- § 3o  Figurando entre o praceado e não arrematadas especiali-
lacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo dades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão
brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as des-
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a tinará à rede pública de saúde.
colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiên- Art. 70.  O processo e o julgamento dos crimes previstos nos
cias, projetos e programas voltados para atividades de prevenção arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da
do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e competência da Justiça Federal.
dependentes de drogas; Parágrafo único.  Os crimes praticados nos Municípios que
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e trá- não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na
fico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a vara federal da circunscrição respectiva.
lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre Art. 71.  (VETADO)
produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 72.  Encerrado o processo penal ou arquivado o inquéri- Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
to policial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado a) à liberdade de locomoção;
de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará a b) à inviolabilidade do domicílio;
destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando c) ao sigilo da correspondência;
isso nos autos.  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
Art. 73.  A União poderá estabelecer convênios com os Esta- f) à liberdade de associação;
dos e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do
tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, voto;
com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar h) ao direito de reunião;
a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de dro- i) à incolumidade física do indivíduo;
gas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010) j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício pro-
fissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)
Art. 74.  Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
após a sua publicação. Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade indivi-
Art. 75.  Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de dual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002. b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
Brasília,  23  de  agosto  de  2006; 185o da Independência e c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a
118o da República. prisão ou detenção de qualquer pessoa;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA  d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou deten-
Márcio Thomaz Bastos ção ilegal que lhe seja comunicada;
Guido Mantega e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
Jorge Armando Felix
prestar fiança, permitida em lei;
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial car-
ceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde
que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer
quanto ao seu valor;
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (4.898/65) g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo
de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumen-
tos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem
competência legal;
Regula o Direito de Representação e o processo de Respon- i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
sabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de au- medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
toridade. de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei
nº 7.960, de 21/12/89)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabi- ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
lidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no
exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
presente lei. administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de gravidade do abuso cometido e consistirá em:
petição: a) advertência;
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal b) repreensão;
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva san- c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
ção; cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver compe- d) destituição de função;
tência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. e) demissão;
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e f) demissão, a bem do serviço público.
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos
de testemunhas, no máximo de três, se as houver. a dez mil cruzeiros.

Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos § 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e presta-
artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: rão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito,
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; querendo, na audiência de instrução e julgamento.
b) detenção por dez dias a seis meses; § 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer poderá conter a indicação de mais duas testemunhas.
outra função pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser apli- Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre-
cadas autônoma ou cumulativamente. sentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser comina- fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferece-
da a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer rá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o
prazo de um a cinco anos.
Juiz atender.
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a apli-
cação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar com-
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a de-
petente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
núncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabele-
cidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, re-
que estabeleçam o respectivo processo. pudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de
militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão apli- negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
cadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de qua-
Públicos Civis da União). renta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para denúncia.
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. § 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará,
desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamen-
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da to, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco
autoridade civil ou militar. dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à auto- final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será
ridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser pro- feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via
movida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou da representação e da denúncia.
ambas, da autoridade culpada.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser
Art. 10. Vetado apresentada em juízo, independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso
Processo Civil. previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos para a realização de
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de in- motivado, considere indispensáveis tais providências.
quérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público,
instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apre-
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da
goando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante
vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu,
desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de e o advogado ou defensor do réu.
instrução e julgamento. Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em se ausente o Juiz.
duas vias.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá: ocorrido constar do livro de termos de audiência.
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios,
por meio de duas testemunhas qualificadas; Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil,
de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcio-
verificações necessárias. nalmente, no local que o Juiz designar.

Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o inter- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
rogatório do réu, se estiver presente. soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, doze e dezoito anos de idade.
o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiên- Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
cia e nos ulteriores termos do processo. cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
anos de idade.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advo- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
gado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por integral de que trata esta Lei, assegurando sê-lhes, por lei ou por
mais dez (10), a critério do Juiz. outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e so-
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente cial, em condições de liberdade e de dignidade.
a sentença. Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoi- crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e apren-
mentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos dizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de
e, por extenso, os despachos e a sentença. moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Mi- 2016)
nistério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o
advogado ou defensor do réu e o escrivão. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem di-
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
fíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei,
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
munitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Có-
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
digo de Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de
cunstâncias;
instrução e julgamento regulado por esta lei.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, cabe-
relevância pública;
rão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal. c) preferência na formulação e na execução das políticas so-
ciais públicas;
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
cionadas com a proteção à infância e à juventude.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º
da República. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
ADOLESCENTE (LEI 8.069/90);
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os di-
reitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá ou- TÍTULO II


tras providências. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Con- CAPÍTULO I


gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
ao adolescente. em condições dignas de existência.

Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o acesso aos pro- § 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
gramas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento repro- deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
dutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à leite humano.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal
e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.  (Reda- Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016) saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
§ 1o  O atendimento pré-natal será realizado por profissionais I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
da atenção primária.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabele- pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuí-
cimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção zo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
da mulher.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) competente;
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu-
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
responsável e contra referência na atenção primária, bem como o
prestar orientação aos pais;
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive neonato;
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
puerperal.       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência permanência junto à mãe.
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser pres-
tada também a gestantes e mães que manifestem interesse em en- Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
tregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do
encontrem em situação de privação de liberdade.  (Redação dada Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no
pela Lei nº 13.257, de 2016) acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa- da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba- § 1o  A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
lho de parto e do pós-parto imediato.  (Incluído pela Lei nº 13.257, dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades ge-
de 2016) rais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.  (Redação
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre aleitamen- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
to materno, alimentação complementar saudável e crescimento e § 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento in- tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
tegral da criança.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento saudável du- cuidado voltadas às suas necessidades específicas.  (Redação dada
rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se pela Lei nº 13.257, de 2016)
a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por moti- § 3o  Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen-
vos médicos.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) te de crianças na primeira infância receberão formação específica
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol-
que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto.  (In-
necessário.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mu-
Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
lher com filho na primeira infância que se encontrem sob custó-
dia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.  (In- internação de criança ou adolescente.  (Redação dada pela Lei nº
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 13.257, de 2016)

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusi- de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
ve aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
§ 1o   Os profissionais das unidades primárias de saúde de- Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro- § 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entre-
moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação gar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas,
complementar saudável, de forma contínua.  (Incluído pela Lei nº sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.  (In-
13.257, de 2016) cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser edu-
da, os serviços de assistência social em seu componente especiali- cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
zado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
(Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu- de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.     (Incluído
lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede pela Lei nº 13.010, de 2014)
e, se necessário, acompanhamento domiciliar.  (Incluído pela Lei Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se:     (In-
nº 13.257, de 2016) cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermi- resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
dades que ordinariamente afetam a população infantil, e campa- a) sofrimento físico; ou     (Incluído pela Lei nº 13.010, de
nhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. 2014)
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco- b) lesão;     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
mendados pelas autoridades sanitárias.  (Renumerado do parágra- II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
fo único pela Lei nº 13.257, de 2016) tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:     (Incluí-
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde do pela Lei nº 13.010, de 2014)
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e a) humilhe; ou     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- b) ameace gravemente; ou     (Incluído pela Lei nº 13.010, de
lher e à criança.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 2014)
§ 3o  A atenção odontológica à criança terá função educativa c) ridicularize.     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu-
ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioedu-
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e
§ 4o  A criança com necessidade de cuidados odontológicos
de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
pela Lei nº 13.257, de 2016)
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto esta-
rão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguin-
CAPÍTULO II
tes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
DO DIREITO À LIBERDADE, AO
RESPEITO E À DIGNIDADE caso:     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao teção à família;     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais co;     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
garantidos na Constituição e nas leis. III - encaminhamento a cursos ou programas de orienta-
ção;     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec- IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especia-
tos: lizado;     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- V - advertência.     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
rios, ressalvadas as restrições legais; Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo serão apli-
II - opinião e expressão; cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
III - crença e culto religioso; legais.     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi- CAPÍTULO III
nação; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR
VI - participar da vida política, na forma da lei; E COMUNITÁRIA
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Seção I
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da Disposições Gerais
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autono-
mia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.  (Redação
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro- Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão de-
grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos
reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descum-
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe primento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art.
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamen- 22.     (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
tada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. Seção II
28 desta Lei.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência Da Família Natural
§ 2o  A permanência da criança e do adolescente em progra-
ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada
2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.     (Vide Lei nº
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju- 12.010, de 2009)   Vigência
diciária.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada
§ 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos e afetividade.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
incisos I e IV docaput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
art. 129 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco-
§ 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo
a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu-
promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institu- mento público, qualquer que seja a origem da filiação.
cional, pela entidade responsável, independentemente de autorização Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nasci-
judicial.       (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) mento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descen-
dentes.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per-
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de con-
o segredo de Justiça.
dições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discor-
Seção III
dância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução
da divergência.    (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de Da Família Substituta
2009)     Vigência
Subseção I
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu- Disposições Gerais
cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm di- guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica
reitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cui- da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
dado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu
direitos da criança estabelecidos nesta Lei.  (Incluído pela Lei nº estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im-
13.257, de 2016) plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considera-
da.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons- § 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder fami- necessário seu consentimento, colhido em audiência.     (Redação
liar.    (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vi- dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
gência § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize a de- parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de
cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.     (In-
sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluí- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
da em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promo- § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
ção.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
ou filha.       (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) nais.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência

Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 5o  A colocação da criança ou adolescente em família substi- § 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação em contrá-
tuta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamen- rio, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for
to posterior, realizados pela equipe Inter profissional a serviço da aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direi-
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de to de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos,
garantia do direito à convivência familiar.     (Incluído pela Lei nº que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do inte-
12.010, de 2009)  Vigência ressado ou do Ministério Público.     (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou de 2009)   Vigência
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assistência
obrigatório:     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio fami-
cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, liar.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais § 1o  A inclusão da criança ou adolescente em programas de
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;     (Incluído acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio-
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excep-
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de cional da medida, nos termos desta Lei.     (Incluído pela Lei nº
sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;     (Incluído 12.010, de 2009)  Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal ca-
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal dastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles- criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos
centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe Inter profis- arts. 28 a 33 desta Lei.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.     (Incluído § 3o  A União apoiará a implementação de serviços de aco-
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência lhimento em família acolhedora como política pública, os quais
deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a de crianças e de adolescentes em residências de famílias seleciona-
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a das, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o  Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri-
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá trans-
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades go- própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
vernamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira cons- diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
titui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
adoção. Subseção III
Da Tutela
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável presta-
rá compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, me- Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa
diante termo nos autos. de até 18 (dezoito) anos incompletos.     (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
Subseção II Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
Da Guarda decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica ne-
cessariamente o dever de guarda.     (Expressão substituída pela
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer do-
tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.     (Vide
cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
1.729 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, poden- deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da suces-
do ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de são, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato,
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos Lei.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
direito de representação para a prática de atos determinados. deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta-
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-
previdenciários. -la.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta-
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Subseção IV
Da Adoção Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se- curatelado.
gundo o disposto nesta Lei.
§ 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção representante legal do adotando.
da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou
do parágrafo único do art. 25 desta Lei.     (Incluído pela Lei nº adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido des-
12.010, de 2009)  Vigência tituídos do  poder familiar.     (Expressão substituída pela Lei nº
§ 2o  É vedada a adoção por procuração.     (Incluído pela Lei 12.010, de 2009)   Vigência
nº 12.010, de 2009)  Vigência § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
será também necessário o seu consentimento.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência
dos adotantes. com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciá-
ria fixar, observadas as peculiaridades do caso.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante
de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
matrimoniais. constituição do vínculo.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, 2009) Vigência
§ 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen-
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
sa da realização do estágio de convivência.      (Redação dada pela
concubino do adotante e os respectivos parentes.
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
§ 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais
domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no
até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.     (Incluí-
do pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, in-
§ 4o  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe
dependentemente do estado civil.     (Redação dada pela Lei nº
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
12.010, de 2009)  Vigência preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe-
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado- cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que
tando. apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe-
§ 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes rimento da medida.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova- gência
da a estabilidade da família.     (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009)  Vigência Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judi-
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais cial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual
velho do que o adotando. não se fornecerá certidão.
§ 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com- § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem bem como o nome de seus ascendentes.
sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con- § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o re-
vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên- gistro original do adotado.
cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e § 3o  A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavra-
afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem do no Cartório do Registro Civil do Município de sua residên-
a excepcionalidade da concessão.      (Redação dada pela Lei nº cia.    (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
12.010, de 2009)  Vigência § 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
§ 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado tar nas certidões do registro.      (Redação dada pela Lei nº 12.010,
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti- de 2009)  Vigência
lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de § 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
de 2009)  Vigência prenome.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após § 6o  Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº §§ 1o e 2odo art. 28 desta Lei.      (Redação dada pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009)  Vigência de 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em jul- § 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção
gado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de in-
6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do formações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema.     (In-
óbito.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 8o  O processo relativo à adoção assim como outros a ele § 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma- (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em
zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar
conservação para consulta a qualquer tempo.     (Incluído pela Lei na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram de-
nº 12.010, de 2009) Vigência  ferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em referidos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.     (In-
que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
doença crônica.     (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu-
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comu-
Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem bio- nicação à Autoridade Central Federal Brasileira.     (Incluído pela
lógica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 § 10.  A adoção internacional somente será deferida se, após
(dezoito) anos.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção,
gência mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem
Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser como aos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste arti-
também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu go, não for encontrado interessado com residência permanente no
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológi- Brasil.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
ca.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder fami- recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
liar dos pais naturais.     (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, programa de acolhimento familiar.     (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)   Vigência de 2009)  Vigência
§ 12.  A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Públi-
foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condi- co.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
ções de serem adotados e outro de pessoas interessadas na ado- § 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi-
ção.     (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta desta Lei quando:     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. gência
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não sa- I - se tratar de pedido de adoção unilateral;     (Incluído pela
tisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
previstas no art. 29. II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles-
§ 3o  A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;     (Incluído
período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi- pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen- III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso
municipal de garantia do direito à convivência familiar.     (Incluí- de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade
do pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual-
§ 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação refe- quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.     (In-
rida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
centes em acolhimento familiar ou institucional em condições de § 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato
serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e ava- deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re-
liação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.     (In-
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
pela execução da política municipal de garantia do direito à convi-
vência familiar.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência Art. 51.  Considera-se adoção internacional aquela na qual a
§ 5o  Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Bra-
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados sil, conforme previsto no
e de pessoas ou casais habilitados à adoção.     (Incluído pela Lei Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Rela-
nº 12.010, de 2009)  Vigência tiva à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Ado-
§ 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen- ção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14
tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § junho de 1999.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
5o deste artigo.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência gência

Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1o  A adoção internacional de criança ou adolescente bra- VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Cen-
sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar tral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a
comprovado:     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à me-
gência dida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu de-
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação
ao caso concreto;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
gência internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (In-
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta Lei;     (In- autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da In-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência fância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central
consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi- Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pare- § 1o  Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad-
cer elaborado por equipe Inter profissional, observado o disposto mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.     (Incluído pela Lei nº 12.010, intermediados por organismos credenciados.     (Incluído pela Lei
de 2009)  Vigência nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 2o  Os brasileiros residentes no exterior terão preferência § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre-
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados
adolescente brasileiro.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com
2009)  Vigência posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publi-
§ 3o  A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au- cação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter-
toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção inter- net.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
nacional.      (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 3o  Somente será admissível o credenciamento de organis-
mos que:     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Art. 52.  A adoção internacional observará o procedimento I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta- Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central
ções:    (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança para atuar em adoção internacional no Brasil;     (Incluído pela Lei
ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação nº 12.010, de 2009)  Vigência
à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção in- II - satisfizerem as condições de integridade moral, compe-
ternacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está tência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos
situada sua residência habitual;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasilei-
2009)  Vigência ra;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação
os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re- e experiência para atuar na área de adoção internacional;     (In-
latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes- IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autorida-
e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;     (Incluído de Central Federal Brasileira.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 2009)  Vigência
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o rela- § 4o  Os organismos credenciados deverão ainda:     (Incluído
tório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autorida- pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
de Central Federal Brasileira;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
2009)  Vigência dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter- Central Federal Brasileira;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de
profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, 2009)  Vigência
acompanhada da respectiva prova de vigência;     (Incluído pela II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamen- experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastra-
te autenticados pela autoridade consular, observados os tratados das pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Auto-
e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tra- ridade Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria
dução, por tradutor público juramentado;     (Incluído pela Lei nº do órgão federal competente;     (Incluída pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009)  Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulan- tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclu-
te estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;     (Incluí- sive quanto à sua composição, funcionamento e situação financei-
do pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência ra;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada § 14.  É vedado o contato direto de representantes de orga-
ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como rela- nismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de
tório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem
Federal;    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência a devida autorização judicial.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade 2009)  Vigência
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal § 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limi-
Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do re- tar ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre
latório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamenta-
civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adota- do.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
do;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os ado- Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e descre-
tantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos
da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter-
nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas.     (Incluído
de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.     (Incluído pela
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão ser
§ 5o  A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e
artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de
estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos
seu credenciamento.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
da Criança e do Adolescente.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de
gência
2009) Vigência
§ 6o  O credenciamento de organismo nacional ou estrangei-
ro encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional
Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior em
terá validade de 2 (dois) anos.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção
2009)  Vigência tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente
§ 7o  A renovação do credenciamento poderá ser concedida no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Fe- Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente re-
deral Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do cepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº
respectivo prazo de validade.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009)  Vigência
2009)  Vigência § 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do
§ 8o  Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homo-
a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do logada pelo Superior Tribunal de Justiça.      (Incluído pela Lei nº
território nacional.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- 12.010, de 2009)  Vigência
gência § 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior em país
§ 9o  Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciá- não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no
ria determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira
bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria- pelo Superior Tribunal de Justiça.     (Incluído pela Lei nº 12.010,
mente, as características da criança ou adolescente adotado, como de 2009)  Vigência
idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di- Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for
reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de
certidão de trânsito em julgado.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori-
2009)  Vigência dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita-
§ 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual- ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central
quer momento, solicitar informações sobre a situação das crian- Federal e determinará as providências necessárias à expedição do
ças e adolescentes adotados.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de Certificado de Naturalização Provisório.      (Incluído pela Lei nº
2009)  Vigência 12.010, de 2009)  Vigência
§ 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos creden- § 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
causa de seu descredenciamento.     (Incluído pela Lei nº 12.010, ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou
de 2009) Vigência do adolescente.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser § 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
representados por mais de uma entidade credenciada para atuar no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re-
na cooperação em adoção internacional.     (Incluído pela Lei nº querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança
12.010, de 2009)  Vigência ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade
§ 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe-
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.     (In-
renovada.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori- mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ain- I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
da, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, es-
ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, gotados os recursos escolares;
o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.     (In- III - elevados níveis de repetência.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e
CAPÍTULO IV novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto-
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
AO ESPORTE E AO LAZER adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores


Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da cria-
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-
ção e o acesso às fontes de cultura.
se lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
escola;
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a in-
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
fância e a juventude.
às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estu- CAPÍTULO V
dantis; DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residên- E À PROTEÇÃO NO TRABALHO
cia.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciên- Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
cia do processo pedagógico, bem como participar da definição das anos de idade, salvo na condição de aprendiz.      (Vide Constitui-
propostas educacionais. ção Federal)

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adoles- Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
cente: por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro-
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de
ensino médio; educação em vigor.
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos se-
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a guintes princípios:
seis anos de idade; I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino re-
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e gular;
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; II - atividade compatível com o desenvolvimento do adoles-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições cente;
do adolescente trabalhador; III - horário especial para o exercício das atividades.
VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra-
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura-
mentação e assistência à saúde. da bolsa de aprendizagem.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo. Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú- assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida-
de competente. Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no trabalho protegido.
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
ou responsável, pela frequência à escola. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa-
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
as cinco horas do dia seguinte;

Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - perigoso, insalubre ou penoso; V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o ob-
IV - realizado em horários e locais que não permitam a fre- jetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orien-
qüência à escola. tação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante no processo educativo;     (Incluído pela Lei
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu- nº 13.010, de 2014)
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não- VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a ar-
governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescen- ticulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta
te que dele participe condições de capacitação para o exercício de focados nas famílias em situação de violência, com participação
atividade regular remunerada. de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes- adolescente.     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. Parágrafo único.  As famílias com crianças e adolescentes
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e po-
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho líticas públicas de prevenção e proteção.     (Incluído pela Lei nº
não desfigura o caráter educativo. 13.010, de 2014)
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro- Art. 70-B.  As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimen- seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar
to; ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. contra crianças e adolescentes.       (Incluído pela Lei nº 13.046,
de 2014)
TÍTULO III
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela comuni-
DA PREVENÇÃO
cação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão
de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cui-
CAPÍTULO I
dado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível,
DISPOSIÇÕES GERAIS
na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
culposos ou dolosos.       (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi-
cípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol-
públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de cas- vimento.
tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas
não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
como principais ações:     (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa- Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta
ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma- Lei.
nos;    (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Mi- CAPÍTULO II
nistério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, DA PREVENÇÃO ESPECIAL
com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com
as entidades não governamentais que atuam na promoção, prote- Seção I
ção e defesa dos direitos da criança e do adolescente;     (Incluído Da informação, Cultura, Lazer,
pela Lei nº 13.010, de 2014) Esportes, Diversões e Espetáculos
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regu-
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do lará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a na-
adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias tureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e
à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en- horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetácu-
adolescente;    (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) los públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natu-
conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescen- reza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
te;    (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) classificação.

Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões Seção III
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa Da Autorização para Viajar
etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exi- onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem ex-
bição quando acompanhadas dos pais ou responsável. pressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,
no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. metropolitana;
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou b) a criança estiver acompanhada:
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmis- 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com-
são, apresentação ou exibição. provado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários ou responsável.
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de progra- § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res-
mação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em ponsável, conceder autorização válida por dois anos.
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exi- Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização
bir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa é dispensável, se a criança ou adolescente:
etária a que se destinam. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expres-
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio samente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa-
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi-
exterior.
das com embalagem opaca.
PARTE ESPECIAL
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público in-
fanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, TÍTULO I
crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e mu- DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
da família. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen- adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação Distrito Federal e dos municípios.
do público.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:  (Vide
Seção II Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Dos Produtos e Serviços I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de
I - armas, munições e explosivos; violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Reda-
II - bebidas alcoólicas; ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - produtos cujos componentes possam causar dependência III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
física ou psíquica ainda que por utilização indevida; e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo abuso, crueldade e opressão;
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano IV - serviço de identificação e localização de pais, responsá-
físico em caso de utilização indevida; vel, crianças e adolescentes desaparecidos;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi-
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. tos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se exercício do direito à convivência familiar de crianças e adoles-
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. centes;    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DIREITO PENAL
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de CAPÍTULO II
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou
de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com Seção I
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, Disposições Gerais
de 2009) Vigência
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento
I - municipalização do atendimento; e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina-
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos dos a crianças e adolescentes, em regime de:
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con- I - orientação e apoio sócio-familiar;
troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
popular paritária por meio de organizações representativas, segun- III - colocação familiar;
do leis federal, estaduais e municipais; IV - acolhimento institucional;    (Redação dada pela Lei nº
III - criação e manutenção de programas específicos, observa- 12.010, de 2009)       igência       
da a descentralização político-administrativa; V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
adolescente; 2012)      (Vide)
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministé- VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
rio Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, 2012)      (Vide)
preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização VIII - internação.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de
do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de 2012)      (Vide)
ato infracional; § 1o  As entidades governamentais e não governamentais de-
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério verão proceder à inscrição de seus programas, especificando os
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Con-
das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.    (In-
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família § 2o  Os recursos destinados à implementação e manutenção
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota-
Lei;  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável par- Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-
ticipação dos diversos segmentos da sociedade.   (Incluído pela Lei se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente
nº 12.010, de 2009)Vigência preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, 12.010, de 2009)  Vigência
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de- § 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo Con-
senvolvimento infantil;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no
IX - formação profissional com abrangência dos diversos di- máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para re-
reitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade novação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº
no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento 12.010, de 2009) Vigência
integral;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvi- como às resoluções relativas à modalidade de atendimento pres-
mento infantil e sobre prevenção da violência.(Incluído pela Lei tado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Ado-
nº 13.257, de 2016) lescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos con- II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, ates-
selhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do ado- tadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Jus-
lescente é considerada de interesse público relevante e não será tiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
remunerada. 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional § 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu-
ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reinte- tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua-
gração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência programas de acolhimento institucional e destinados à colocação
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi- § 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária
tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhi-
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. mento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
§ 1o  Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão
nº 12.010, de 2009) Vigência o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste arti-
go.  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
§ 5o  As entidades que desenvolvem programas de acolhimen-
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
to familiar ou institucional somente poderão receber recursos pú-
pios desta Lei;
blicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e
c) esteja irregularmente constituída;
finalidades desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vi-
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
gência
e) não se adequar ou      deixar de cumprir as resoluções e
§ 6o  O descumprimento das disposições desta Lei pelo di-
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado ex-
rigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento
pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo
em todos os níveis.       (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi-
da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e crimi-
gência
nal.   (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
§ 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos
bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação
lescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
de educadores de referência estáveis e qualitativamente significa-
observado o disposto no § 1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº
tivos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades bá-
12.010, de 2009)       Vigência
sicas, incluindo as de afeto como prioritárias.    (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhi-
pios:(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgên-
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da rein-
cia, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da
tegração familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vi-
autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24
gência
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena
II - integração em família substituta, quando esgotados os
de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação
Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade ju-
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
diciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educa-
do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para
ção;
promover a imediata reintegração familiar da criança ou do ado-
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
lescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou reco-
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
mendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento
entidades de crianças e adolescentes abrigados;
familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto
VII - participação na vida da comunidade local;
no § 2o do art. 101 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
Vigência
IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
cativo.
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
§ 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de
ção têm as seguintes obrigações, entre outras:
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
lescentes;
§ 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade
restrição na decisão de internação;
judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstan-
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
ciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido
des e grupos reduzidos;
e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
dignidade ao adolescente;

Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DIREITO PENAL
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preserva- Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
ção dos vínculos familiares; que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepos-
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos tos:  (Vide Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
vínculos familiares; I - às entidades governamentais:
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de a) advertência;
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne- b) afastamento provisório de seus dirigentes;
cessários à higiene pessoal; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequa- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
dos à faixa etária dos adolescentes atendidos; II - às entidades não-governamentais:
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos a) advertência;
e farmacêuticos; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
d) cassação do registro.
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
§ 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
acordo com suas crenças; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; ou representado perante autoridade judiciária competente para
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo má- as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou
ximo de seis meses, dando ciência dos resultados à  autoridade dissolução da entidade.   (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
competente; 2009)  Vigência
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre § 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
sua situação processual; não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum-
de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; primento dos princípios norteadores das atividades de proteção
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos específica.   (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha- TÍTULO II
mento de egressos; DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem; CAPÍTULO I
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir- DISPOSIÇÕES GERAIS
cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento. ameaçados ou violados:
§ 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
institucional e familiar.   (Redação dada pela Lei nº 12.010, de III - em razão de sua conduta.
2009) Vigência
CAPÍTULO II
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli-
Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abriguem cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem- quer tempo.
porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
de maus-tratos.       (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao for-
talecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Seção II Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplica-
Da Fiscalização das Entidades ção das medidas:(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de di-
reitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previs-
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais tos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (In-
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Minis- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
tério Público e pelos Conselhos Tutelares. II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro-
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adoles-
apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das centes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vi-
dotações orçamentárias. gência

Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por oficial de ensino fundamental;
esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comuni-
e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da mu- tários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
nicipalização do atendimento e da possibilidade da execução de adolescente;    (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiá-
nº 12.010, de 2009)       Vigência trico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter- VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for VII - acolhimento institucional;   (Redação dada pela Lei nº
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos 12.010, de 2009)   Vigência
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Reda-
de 2009)       Vigência ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, 12.010, de 2009)   Vigência
direito à imagem e reserva da sua vida privada;(Incluído pela Lei § 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
nº 12.010, de 2009)   Vigência medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- para colocação em família substituta, não implicando privação de
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência liberdade.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex- § 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis- proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança
ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva
do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de pro-
a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou
cedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
o adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efe-
§ 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
tuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com
nhados às instituições que executam programas de acolhimento
a criança e o adolescente;       (Incluído pela Lei nº 12.010, de institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
2009)   Vigência Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na pro- toriamente constará, dentre outros:    (Incluído pela Lei nº 12.010,
teção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às de 2009)   Vigência
medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua in- de seu responsável, se conhecidos;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
tegração em família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
2009)   Vigência II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, pontos de referência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi-
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com- gência
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma tê-los sob sua guarda;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi-
como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- gência
gência IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adoles- familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
cente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado-
de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da institucional ou familiar elaborará um plano individual de aten-
medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião dimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade ju-
observado o disposto nos §§ 1o e 2odo art. 28 desta Lei.(Incluído diciária competente, caso em que também deverá contemplar sua
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. § 5o  O plano individual será elaborado sob a responsabili-
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as dade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e
seguintes medidas: levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo oitiva dos pais ou do responsável.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
de responsabilidade; 2009)  Vigência

Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 6o  Constarão do plano individual, dentre outros:       (Incluí- Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
do pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência serão acompanhadas da regularização do registro civil.  (Vide Lei
I - os resultados da avaliação interdisciplinar;       (Incluído nº 12.010, de 2009)   Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos ele-
e       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência mentos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos,
com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por gozando de absoluta prioridade.
expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a § 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será  deflagrado
serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992.  (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
de 2009)   Vigência
§ 4o  Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispen-
§ 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
parte do processo de reintegração familiar, sempre que identifica-
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança
da a necessidade, a família de origem será incluída em programas for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo faci- 2009)   Vigência
litado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente § 5o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual-
acolhido.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos
    § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priorida-
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucio- de.    (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nal fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará § 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a
em igual prazo.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência certidão correspondente.    (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
§ 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração 2016)
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, TÍTULO III
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pe- CAPÍTULO I
los técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da políti- DISPOSIÇÕES GERAIS
ca municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência crime ou contravenção penal.
§ 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
complementares ou outras providências que entender indispensá- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considera-
veis ao ajuizamento da demanda.(Incluído pela Lei nº 12.010, de da a idade do adolescente à data do fato.
2009)   Vigência
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança correspon-
§ 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
derão as medidas previstas no art. 101.
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
CAPÍTULO II
e institucional sob sua responsabilidade, com informações por- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
menorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda-
art. 28 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência mentada da autoridade judiciária competente.
§ 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con- Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis- seus direitos.
tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
de permanência em programa de acolhimento.     (Incluído pela Lei judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
nº 12.010, de 2009)   Vigência ele indicada.

Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. 100.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada remissão, nos termos do art. 127.
a necessidade imperiosa da medida. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
que houver prova da materialidade e indícios suficientes da au-
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será toria.
submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo Seção II
dúvida fundada. Da Advertência

CAPÍTULO III Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que


DAS GARANTIAS PROCESSUAIS será reduzida a termo e assinada.

Seção III
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade Da Obrigação de Reparar o Dano
sem o devido processo legal.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
guintes garantias: adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio- por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
nal, mediante citação ou meio equivalente;
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medi-
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
da poderá ser substituída por outra adequada.
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
à sua defesa;
Seção IV
III - defesa técnica por advogado;
Da Prestação de Serviços à Comunidade
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
na forma da lei;
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
petente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
em qualquer fase do procedimento. escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
gramas comunitários ou governamentais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti-
DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má-
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
Seção I em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à
Disposições Gerais jornada normal de trabalho.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade Seção V


competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: Da Liberdade Assistida
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano; Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi-
III - prestação de serviços à comunidade; gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar
IV - liberdade assistida; e orientar o adolescente.
V - inserção em regime de semi-liberdade; § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa-
VI - internação em estabelecimento educacional; nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro-
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. grama de atendimento.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra- seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
ção. ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida Público e o defensor.
a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
mental receberão tratamento individual e especializado, em local da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, en-
adequado às suas condições. tre outros:

Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do pleição física e gravidade da infração.
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescen- provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
te e de sua inserção no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso. Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes:
Seção VI
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
Do Regime de Semiliberdade
tério Público;
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
possibilitada a realização de atividades externas, independente- IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
mente de autorização judicial. solicitada;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, V - ser tratado com respeito e dignidade;
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
na comunidade. mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
no que couber, as disposições relativas à internação. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
Seção VII soal;
Da Internação X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, XI - receber escolarização e profissionalização;
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri-
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
desde que assim o deseje;
judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
máximo a cada seis meses. tura depositados em poder da entidade;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
excederá a três anos. pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliber- § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
dade ou de liberdade assistida. te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de ida- sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
de. lescente.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.       (Incluído contenção e segurança.
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Capítulo V
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
Da Remissão
do:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea-
ça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po-
anteriormente imposta. derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
§ 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti- atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
judicialmente após o devido processo legal.       (Redação dada pela menor participação no ato infracional.
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven- missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
do outra medida adequada. ção do processo.

Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- dato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para novo processo de escolha.     (Redação dada pela Lei nº 12.696,
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de 2012)
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
regime de semiliberdade e a internação. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
serão exigidos os seguintes requisitos:
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser I - reconhecida idoneidade moral;
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- II - idade superior a vinte e um anos;
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério III - residir no município.
Público.
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
Título IV e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
direito a:    (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: I - cobertura previdenciária;     (Incluído pela Lei nº 12.696,
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou co- de 2012)
munitários de proteção, apoio e promoção da família;    (Redação II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) terço) do valor da remuneração mensal;      (Incluído pela Lei nº
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 12.696, de 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; III - licença-maternidade;     (Incluído pela Lei nº 12.696, de
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri- 2012)
co; IV - licença-paternidade;     (Incluído pela Lei nº 12.696, de
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar V - gratificação natalina.     (Incluído pela Lei nº 12.696, de
sua frequência e aproveitamento escolar; 2012)
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tra- Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal e da
tamento especializado; do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
VII - advertência; mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continua-
VIII - perda da guarda; da dos conselheiros tutelares.     (Redação dada pela Lei nº 12.696,
IX - destituição da tutela; de 2012)
X - suspensão ou destituição do poder familiar.     (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci- tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. dade moral.     (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou CAPÍTULO II


abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade ju- DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
diciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento
do agressor da moradia comum. Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a fixa- I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
ção provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o ado- nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
lescente dependentes do agressor.     (Incluído pela Lei nº 12.415, VII;
de 2011) II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
medidas previstas no art. 129, I a VII;
TÍTULO V III - promover a execução de suas decisões, podendo para tan-
DO CONSELHO TUTELAR to:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
CAPÍTULO I serviço social, previdência, trabalho e segurança;
DISPOSIÇÕES GERAIS b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
cumprimento injustificado de suas deliberações.
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno- IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos criança ou adolescente;
nesta Lei. V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua com-
petência;
Art. 132.  Em cada Município e em cada Região Administrati- VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
como órgão integrante da administração pública local, composto autor de ato infracional;
de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para man- VII - expedir notificações;

Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DIREITO PENAL
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho mari-
ou adolescente quando necessário; do e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos madrasta e enteado.
direitos da criança e do adolescente; Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a vio- na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao re-
lação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Consti- presentante do Ministério Público com atuação na Justiça da In-
tuição Federal; fância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de distrital.
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família TÍTULO VI
natural.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência DO ACESSO À JUSTIÇA
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
CAPÍTULO I
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhe-
DISPOSIÇÕES GERAIS
cimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescen-
tes.       (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente
Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Con- à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,
selho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio fami- por qualquer de seus órgãos.
liar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, pres- § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela
tando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção so- § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
cial da família.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
hipótese de litigância de má-fé.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha le- Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e
gítimo interesse. os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
CAPÍTULO III processual.
DA COMPETÊNCIA Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial
à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidi-
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competên- rem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
cia constante do art. 147. representação ou assistência legal ainda que eventual.

CAPÍTULO IV Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e


DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que
se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não po-
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho derá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia,
Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a res- referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, in-
ponsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do clusive, iniciais do nome e sobrenome.     (Redação dada pela Lei
nº 10.764, de 12.11.2003)
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.     (Redação
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
§ 1o  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar
refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade ju-
ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada
diciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a fi-
4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano nalidade.
subsequente ao da eleição presidencial.     (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012) CAPÍTULO II
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.     (Incluído
pela Lei nº 12.696, de 2012) SEÇÃO I
§ 3o  No processo de escolha dos membros do Conselho Tute- DISPOSIÇÕES GERAIS
lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
CAPÍTULO V habitantes, dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento,
DOS IMPEDIMENTOS inclusive em plantões.

Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção II Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
Do Juiz de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa-
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da In- companhado dos pais ou responsável, em:
fância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma a) estádio, ginásio e campo desportivo;
da lei de organização judiciária local. b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
Art. 147. A competência será determinada: d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à II - a participação de criança e adolescente em:
falta dos pais ou responsável. a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida- b) certames de beleza.
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá-
continência e prevenção. ria levará em conta, dentre outros fatores:
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autorida- a) os princípios desta Lei;
de competente da residência dos pais ou responsável, ou do local b) as peculiaridades locais;
onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. c) a existência de instalações adequadas;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si- d) o tipo de frequência habitual ao local;
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre-
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade ju- quência de crianças e adolescentes;
diciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a f) a natureza do espetáculo.
sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve-
do respectivo estado. rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de
caráter geral.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: Seção III
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Dos Serviços Auxiliares
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extin- posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
ção do processo; interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses indivi-
duais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, ob- Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
servado o disposto no art. 209; atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, for-
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti- necer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
dades de atendimento, aplicando as medidas      cabíveis; audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamen-
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infra- to, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a
ções contra norma de proteção à criança ou     adolescente; imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, manifestação do ponto de vista técnico.
aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente CAPÍTULO III
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân- DOS PROCEDIMENTOS
cia e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; Seção I
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda Disposições Gerais
ou modificação da tutela ou guarda;     (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou sual pertinente.
materna, em relação ao exercício do poder familiar;     (Expressão Parágrafo único.  É assegurada, sob pena de responsabilidade,
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências
faltarem os pais; judiciais a eles referentes.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de
f) designar curador especial em casos de apresentação de 2009)       Vigência
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou
extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
g) conhecer de ações de alimentos; a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judi-
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento ciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providên-
dos registros de nascimento e óbito. cias necessárias, ouvido o Ministério Público.

Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica para § 1o  A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estu-
de origem e em outros procedimentos necessariamente contencio- do social ou perícia por equipe interprofissional ou multidiscipli-
sos.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência nar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presença
de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela
Seção II Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar § 2o  Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional ou
multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de representantes do
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do po- órgão federal responsável pela política indigenista, observado o
der familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de disposto no § 6o do art. 28 desta Lei.     (Redação dada pela Lei nº
quem tenha legítimo interesse.      (Expressão substituída pela Lei 12.010, de 2009)      Vigência
nº 12.010, de 2009)   Vigência § 3o  Se o pedido importar em modificação de guarda, será
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou
Art. 156. A petição inicial indicará: adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; compreensão sobre as implicações da medida.     (Incluído pela Lei
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- nº 12.010, de 2009)      Vigência
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de § 4o  É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem
pedido formulado por representante do Ministério Público; identificados e estiverem em local conhecido.     (Incluído pela Lei
III - a exposição sumária do fato e o pedido; nº 12.010, de 2009)      Vigência
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a au-
o rol de testemunhas e documentos. toridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva.       (In-
cluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciá-
ria, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder fa-
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
miliar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
mediante termo de responsabilidade.      (Expressão substituída
ção e julgamento.
pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério
Público, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá determinar a
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
realização de estudo social ou, se possível, de perícia por equipe
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. interprofissional.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios § 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
para sua realização.(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pes- técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
soalmente.(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
pelo tempo de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judi-
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- ciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual máximo de cinco dias.
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir
da intimação do despacho de nomeação. Art. 163.  O prazo máximo para conclusão do procedimento
Parágrafo único.  Na hipótese de requerido privado de liber- será de 120 (cento e vinte) dias.       (Redação dada pela Lei nº
dade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação 12.010, de 2009)      Vigência
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.(Incluído pela Parágrafo único.  A sentença que decretar a perda ou a sus-
Lei nº 12.962, de 2014) pensão do poder familiar será averbada à margem do registro de
nascimento da criança ou do adolescente.      (Incluído pela Lei nº
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará 12.010, de 2009)       Vigência
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu-
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes Seção III
ou do Ministério Público. Da Destituição da Tutela

Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judiciá- Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedi-
ria dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo mento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no
quando este for o requerente, decidindo em igual prazo. que couber, o disposto na seção anterior.

Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção IV Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda provisória
Da Colocação em Família Substituta ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será en-
tregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.      (In-
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colo- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
cação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn- Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
juge, ou companheiro, com expressa anuência deste; ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias,
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi- decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
cando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a per-
pais, se conhecidos; da ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto lógico
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, ane- da medida principal de colocação em família substituta, será ob-
xando, se possível, uma cópia da respectiva certidão; servado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi- deste Capítulo.     (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
mentos relativos à criança ou ao adolescente. 2009)   Vigência
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda pode-
também os requisitos específicos. rá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
disposto no art. 35.
Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa- Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis-
mente ao pedido de colocação em família substituta, este pode- posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
rá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescente sob
pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advoga- a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
do.     (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
§ 1o  Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvi- ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.      (Incluído pela Lei
dos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério nº 12.010, de 2009)  Vigência
Público, tomando-se por termo as declarações.     (Incluído pela
Seção V
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
§ 2o  O consentimento dos titulares do poder familiar será pre-
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in-
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judi-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial,
cial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.     (Incluí-
do pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
§ 3o  O consentimento dos titulares do poder familiar será co- cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial com-
lhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente petente.
o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade e Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adoles- para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracio-
cente na família natural ou extensa.     (Incluído pela Lei nº 12.010, nal praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição
de 2009)  Vigência da repartição especializada, que, após as providências necessárias
§ 4o  O consentimento prestado por escrito não terá validade e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 3o deste arti- pria.
go.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 5o  O consentimento é retratável até a data da publicação da Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
sentença constitutiva da adoção.     (Incluído pela Lei nº 12.010, mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade po-
de 2009)  Vigência licial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e
§ 6o  O consentimento somente terá valor se for dado após 107, deverá:
o nascimento da criança.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
2009) Vigência lescente;
§ 7o  A família substituta receberá a devida orientação por II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova-
Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis ção da materialidade e autoria da infração.
pela execução da política municipal de garantia do direito à convi- Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavra-
vência familiar.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência tura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência cir-
cunstanciada.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável,
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo

Didatismo e Conhecimento 69
NOÇÕES DIREITO PENAL
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gra- § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au-
vidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adoles- tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen-
cente permanecer sob internação para garantia de sua segurança tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
pessoal ou manutenção da ordem pública. Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca- a      homologar.
minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério
Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministé-
ocorrência. rio Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão,
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instau-
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que ração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa
fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
de vinte e quatro horas.
o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e,
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento,
quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de reparti-
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
ção policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da
em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em autoria e materialidade.
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamen-
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público te, será de quarenta e cinco dias.
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto- desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público servado o disposto no art. 108 e parágrafo.
relatório das investigações e     demais documentos. § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica-
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên-
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in- cia, acompanhados de advogado.
fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar- § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori-
timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judi-
mental, sob pena de responsabilidade. ciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o
sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Minis- § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
tério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo car-
tório judicial e com informação sobre os antecedentes do adoles- Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
cente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante
transferido para a localidade mais próxima.
do Ministério Público notificará os pais ou responsável para apre-
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
sentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polí-
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
cias civil e militar. isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- bilidade.
rior, o representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos; Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
II - conceder a remissão; vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me- do solicitar opinião de profissional qualificado.
dida socioeducativa. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autorida-
fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão con- de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
clusos à autoridade judiciária para homologação. constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. estudo do caso.

Didatismo e Conhecimento 70
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
prévia e rol de testemunhas. autoridade judiciária em igual prazo.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili- dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi-
gências e juntado o relatório da equipe Inter profissional, será dada ciará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afas-
a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
tado, marcando prazo para a substituição.
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade ju-
rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
seguida proferirá decisão. diciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades ve-
rificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com- julgamento de mérito.
parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori- § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
dade judiciária designará nova data, determinando sua condução entidade ou programa de atendimento.
coercitiva.
Seção VII
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Prote-
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimen- ção à Criança e ao Adolescente
to, antes da sentença.
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade admi-
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medi- nistrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado-
da, desde que reconheça na sentença:
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou
I - estar provada a inexistência do fato;
do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional; efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemu-
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o nhas, se possível.
ato infracional. § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles- rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as
cente internado, será imediatamente colocado em liberdade. circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter- a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos
nação ou regime de semiliberdade será feita: do retardamento.
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação
responsável, sem prejuízo do defensor. de defesa, contado da data da intimação, que será feita:
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á uni-
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
camente na pessoa do defensor.
presença do requerido;
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a
Seção VI seu representante legal, lavrando certidão;
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for en-
contrado o requerido ou seu representante legal;
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sa-
entidade governamental e não-governamental terá início mediante bido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re- Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
sumo dos fatos. autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público,
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade por cinco dias, decidindo em igual prazo.
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária pro-
fundamentada.
cederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário,
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de designará audiência de instrução e julgamento.     (Vide Lei nº
dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e 12.010, de 2009)   Vigência
indicar as provas a produzir. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão su-
cessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido,
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais
autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen- dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
to, intimando as partes. sentença.

Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção VIII titucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção Infância e da Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis
pelo programa de acolhimento familiar ou institucional e pela exe-
Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, cução da política municipal de garantia do direito à convivência
apresentarão petição inicial na qual conste:     (Incluído pela Lei nº familiar.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
12.010, de 2009)   Vigência
I - qualificação completa;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da participa-
2009)   Vigência ção no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
II - dados familiares;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca
2009)   Vigência das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa- juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, au-
mento, ou declaração relativa ao período de união estável;     (In- diência de instrução e julgamento.     (Incluído pela Lei nº 12.010,
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência de 2009)   Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências, ou
de Pessoas Físicas;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a jun-
gência tada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao
V - comprovante de renda e domicílio;     (Incluído pela Lei nº Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual pra-
12.010, de 2009)   Vigência zo.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental;     (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
VII - certidão de antecedentes criminais;     (Incluído pela Lei nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convoca-
nº 12.010, de 2009)   Vigência ção para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habi-
VIII - certidão negativa de distribuição cível.     (Incluído pela litação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência adotáveis.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 1o  A ordem cronológica das habilitações somente poderá
Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa
prazo de 5 (cinco) dias poderá:     (Incluído pela Lei nº 12.010, de a melhor solução no interesse do adotando.     (Incluído pela Lei nº
2009)   Vigência 12.010, de 2009)   Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe in- § 2o  A recusa sistemática na adoção das crianças ou adoles-
terprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se centes indicados importará na reavaliação da habilitação concedi-
refere o art. 197-C desta Lei;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de da.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
2009)   Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postu- CAPÍTULO IV
lantes em juízo e testemunhas;     (Incluído pela Lei nº 12.010, de DOS RECURSOS
2009)   Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da
realização de outras diligências que entender necessárias.     (In- Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adap-
Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter- tações:       (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que I - os recursos serão interpostos independentemente de pre-
deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que per- paro;
mitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exer- II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o
cício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10
requisitos e princípios desta Lei.     (Incluído pela Lei nº 12.010, (dez) dias;       (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
de 2009)   Vigência III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão
§ 1o  É obrigatória a participação dos postulantes em progra- revisor;
ma oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude preferen- IV -     (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
cialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da V -     (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
política municipal de garantia do direito à convivência familiar, VI -     (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins-
inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com neces- tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo,
sidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten-
irmãos.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
§ 2o  Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão re-
da preparação referida no § 1o deste artigo incluirá o contato com meterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de
crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou ins- vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do re-

Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DIREITO PENAL
corrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos
de cinco dias, contados da intimação. à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º
inciso II, da Constituição Federal;
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
caberá recurso de apelação. -los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz efeito mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva- condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio- b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
ao adotando.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências in-
vestigatórias;
Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti-
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá
tuições privadas;
ser recebida apenas no efeito devolutivo.     (Incluído pela Lei nº
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investiga-
12.010, de 2009)   Vigência
tórias e determinar a instauração de inquérito policial, para apu-
Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção e de ração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à
destituição de poder familiar, em face da relevância das questões, juventude;
serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia- VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas
situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para judiciais e extrajudiciais cabíveis;
julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Pú- IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
blico.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos in-
teresses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em mesa para adolescente;
julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por
conclusão.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à
Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado da data juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apre- penal do infrator, quando cabível;
sentar oralmente seu parecer.     (Incluído pela Lei nº 12.010, de XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten-
2009)   Vigência dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer a instaura- irregularidades porventura verificadas;
ção de procedimento para apuração de responsabilidades se cons- XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
tatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência so-
artigos anteriores.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- cial, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
gência § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
CAPÍTULO V
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras,
desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
serão exercidas nos termos da respectiva lei     orgânica.
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian-
Art. 201. Compete ao Ministério Público: ça ou adolescente.
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; § 4º O representante do Ministério Público será responsável
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in- pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
frações atribuídas a adolescentes; nas hipóteses legais de sigilo.
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce- § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
dimentos de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o
todos os demais procedimentos da competência da Justiça da In- competente procedimento, sob sua presidência;
fância e da Juventude;     (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla-
de 2009)   Vigência mada, em dia, local e horário previamente notificados ou acerta-
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, dos;
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú-
contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente,
de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98; fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.

Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for par- VI - de serviço de assistência social visando à proteção à fa-
te, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos di- mília, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao
reitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
diligências, usando os recursos cabíveis. VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes
privados de liberdade.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
caso, será feita pessoalmente. promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do
direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.     (In-
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a re- X - de programas de atendimento para a execução das medi-
querimento de qualquer interessado. das socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.       (In-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
Art. 205. As manifestações processuais do representante do
teção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos,
Ministério Público deverão ser fundamentadas.
próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constitui-
ção e pela Lei.     (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº
CAPÍTULO VI 11.259, de 2005)
DO ADVOGADO § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou ado-
lescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos,
e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e in-
poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através ternacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identi-
de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen- ficação do desaparecido.     (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no
gratuita àqueles que dela necessitarem. foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalva-
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de das a competência da Justiça Federal e a competência originária
ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será     processado dos tribunais superiores.
sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coleti-
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de vos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
sua preferência. I - o Ministério Público;
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda territórios;
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária. da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministé-
rios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
CAPÍTULO VII
direitos de que cuida esta Lei.
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVI-
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associa-
DUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS
ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá
assumir a titularidade ativa.
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregu- interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi-
lar:     (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
de deficiência; esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
a seis anos de idade; do Código de Processo Civil.
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu- § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
cando; agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú-
V - de programas suplementares de oferta de material didático- blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
-escolar, transporte e assistência à saúde do     educando do ensino ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
fundamental; de segurança.

Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribu-
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela espe- nais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propo-
cífica da obrigação ou determinará providências que assegurem o situra de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as
resultado prático equivalente ao do adimplemento. providências cabíveis.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando requerer às autoridades competentes as certidões e informações
o réu. que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na dias.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua pre-
prazo razoável para o cumprimento do preceito. sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga-
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado nismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a
se houver configurado o descumprimento. dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di-
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do res- positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
pectivo município. inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta-
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em damente.
julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual inicia- arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
tiva aos demais legitimados. no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fica- § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar-
rá depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi-
correção monetária.
co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane-
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recur-
xados às peças de informação.
sos, para evitar dano irreparável à parte.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, confor-
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
me dispuser o seu regimento.
denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção
autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Público para o ajuizamento da ação.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis-
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
iniciativa aos demais legitimados.
TÍTULO VII
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro- CAPÍTULO I
cesso Civil), quando reconhecer que a pretensão é manifestamente DOS CRIMES
infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação Seção I
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão Disposições Gerais
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
responsabilidade por perdas e danos. Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá disposto na legislação penal.
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas. Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao     processo, as perti-
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá nentes ao Código de Processo Penal.
provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe infor-
mações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indican- Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
do-lhe os elementos de convicção. incondicionada

Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DIREITO PENAL
Seção II Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
Dos Crimes em Espécie terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro efetiva a paga ou recompensa.
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art.
10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu res- Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
ponsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobser-
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento vância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
do neonato: Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
Parágrafo único. Se o crime é culposo: ou fraude:     (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta-
belecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re-
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. envolvendo criança ou adolescente:      (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.      (Re-
dação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, § 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra- coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com- ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
petente: quem com esses contracena.      (Redação dada pela Lei nº 11.829,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de 2008)
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à § 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
apreensão sem observância das formalidades legais. o crime:      (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreen- exercê-la;      (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
são de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à de hospitalidade; ou      (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
pessoa por ele indicada: III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre-
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.      (Incluí-
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: do pela Lei nº 11.829, de 2008)       
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou-
Art. 233.     (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:     (Redação dada pela Lei nº
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
11.829, de 2008)
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.     (Re-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. dação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri-
Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá- volvendo criança ou adolescente:      (Incluído pela Lei nº 11.829,
ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério de 2008)
Público no exercício de função prevista nesta Lei: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.     (Incluí-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. do pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído pela Lei nº
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o 11.829, de 2008)
tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
de colocação em lar substituto: das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste arti-
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. go;  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DIREITO PENAL
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu-  II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) mente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste  
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.    (Incluído pela qualquer situação que envolva criança ou adolescente em ativida-
Lei nº 11.829, de 2008) des sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
  genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente
Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer sexuais(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado- Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
lescente:  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí-
ou explosivo:
do pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.  (Redação dada pela
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste arti-
go. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
quando a comunicação for feita por:  (Incluído pela Lei nº 11.829, ponentes possam causar dependência física ou psíquica:(Redação
de 2008) dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
 I – agente público no exercício de suas funções;    (Incluído Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
pela Lei nº 11.829, de 2008) fato não constitui crime mais grave.  (Redação dada pela Lei nº
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, 13.106, de 2015)
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
 III – representante legal e funcionários responsáveis de pro- do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
vedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de com- sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de uti-
putadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita lização indevida:
à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciá- Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
rio.  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
sob sigilo o material ilícito referido.  (Incluído pela Lei nº 11.829, nidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração
de 2008) sexual:      (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
  Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa.
Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulte- responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
ração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qual-
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluí-
quer outra forma de representação visual:     (Incluído pela Lei nº
do pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
11.829, de 2008)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(In-
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual-
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-
  -o a praticá-la:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela nº 12.015, de 2009)
praticar ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) § 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.   (Incluído pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
pela Lei nº 11.829, de 2008) eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela
 Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o  As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar in-
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati- cluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (In-
car ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO II § 2º  Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta-
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de Lei:
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- se o dobro em caso de reincidência.
se o dobro em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú-
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifi-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- cação:
se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
se o dobro em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização de-
vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documen- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
to de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio-
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
direta ou indiretamente. ção:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto- em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
como da publicação do periódico até por dois números.   (Expres- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
são declara inconstitucional pela ADIN 869-2). classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças
ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guar- dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
da, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de ser- ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
viço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
se o dobro em caso de reincidência, independentemente das despe- gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
sas de retorno do adolescente, se for o caso. pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem mento do estabelecimento por até quinze dias.
assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tute-
lar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- desta Lei:
se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-
se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente desacompanhado revista ou publicação.
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:(Re- Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em-
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de crian-
Pena – multa.   (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). ça ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação
§ 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, no espetáculo:   (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
lecimento por até 15 (quinze) dias.  (Incluído pela Lei nº 12.038, reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
de 2009). mento do estabelecimento por até quinze dias.

Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de providenciar   § 1º -  (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 § 1o-A.  Na definição das prioridades a serem atendidas com
e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e munici-
2009)   Vigência pais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa
mil reais).       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a autoridade que Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.    (Re-
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes dação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilita- § 2o  Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
dos à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhi- tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
mento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
2009)   Vigência receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de es- para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato de maior carência socioeconômica e em situações de calamida-
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- de.    (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprova-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três ção das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo.  (In-
mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência cluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário de   § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a
programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Di-
convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida reitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- neste artigo.   (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)       
§ 5o  Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249,
gência
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do-
caput: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 258-C.  Descumprir a proibição estabelecida no inciso II
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
do art. 81:  (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
(dez mil reais);(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
II - não poderá ser computada como despesa operacio-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento co-
nal na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
mercial até o recolhimento da multa aplicada.   (Redação dada pela
2012)      (Vide)
Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Disposições Finais e Transitórias 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
II docaput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da pu- Anual.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a § 1o  A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do ração:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Livro II. I - (VETADO);  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- II - (VETADO);  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- 2012)      (Vide)
pios estabelecidos nesta Lei. III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.  (Incluí-
do pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos § 2o  A dedução de que trata o caput:  (Incluído pela Lei nº
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, dis- 12.594, de 2012)      (Vide)
trital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
os seguintes limites:       (Redação dada pela Lei nº 12.594, de art. 260;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
2012)      (Vide) II - não se aplica à pessoa física que:  (Incluído pela Lei nº
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apura- 12.594, de 2012)      (Vide)
do pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e(Re- a) utilizar o desconto simplificado;   (Incluído pela Lei nº
dação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) 12.594, de 2012)      (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado b) apresentar declaração em formulário; ou  (Incluído pela Lei
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado nº 12.594, de 2012)      (Vide)
o disposto noart. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. c) entregar a declaração fora do prazo;  (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) 12.594, de 2012)      (Vide)

Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DIREITO PENAL
III - só se aplica às doações em espécie; e  (Incluído pela Lei § 1o  O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser
nº 12.594, de 2012)      (Vide) emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em mês.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
vigor.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) § 2o  No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
§ 3o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, obser- em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
vadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (In-
Brasil.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 4o  O não pagamento da doação no prazo estabelecido no §
3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador deve-
pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto rá:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta-
ção hábil;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
legais previstos na legislação.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
2012)      (Vide)
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
pessoa jurídica; e  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-
III - considerar como valor dos bens doados:  (Incluído pela
calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e na- a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara-
cional concomitantemente com a opção de que trata o caput, res- ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca-
peitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei do;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
nº 12.594, de 2012)      (Vide) b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.  (In-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não será
ser deduzida:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela
que apuram o imposto trimestralmente; e  (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
12.594, de 2012)      (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts. 260-
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.  (Incluído D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução peran-
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro do pe- te a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº 2012)      (Vide)
12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administração das
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta Lei po- contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
dem ser efetuadas em espécie ou em bens.  (Incluído pela Lei nº cional, estaduais, distrital e municipais devem:  (Incluído pela Lei
12.594, de 2012)      (Vide) nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie devem ser I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, a gerir os recursos do Fundo;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído
II - manter controle das doações recebidas; e  (Incluído pela
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administração das
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- dados por doador:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em a) nome, CNPJ ou CPF;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente 2012)      (Vide)
do Conselho correspondente, especificando:  (Incluído pela Lei nº b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
12.594, de 2012)      (Vide) em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - número de ordem;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide) Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obrigações pre-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
reço do emitente;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do 12.594, de 2012)      (Vide)
doador;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e  (Incluído Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Ado-
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) lescente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão
V - ano-calendário a que se refere a doação.  (Incluído pela amplamente à comunidade:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) 2012)      (Vide)

Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DIREITO PENAL
I - o calendário de suas reuniões;  (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
de 2012)      (Vide) (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de aten- 1)
dimento à criança e ao adolescente;  (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 121 ............................................................
de 2012)      (Vide) § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be- se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;  (Incluído vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
menor de catorze anos.
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por
2)
projeto;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) Art. 129 ...............................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de da- hipóteses do art. 121, § 4º.
dos do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
e  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) 3)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com Art. 136.................................................................
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº contra pessoa menor de catorze anos.
12.594, de 2012)      (Vide) 4)
Art. 213 ..................................................................
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada Co- Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
marca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais Pena - reclusão de quatro a dez anos.
referidos no art. 260 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 5)
2012)      (Vide) Art. 214...................................................................
Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos arts. Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial Pena - reclusão de três a nove anos.»
proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a re-
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
querimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela 1973, fica acrescido do seguinte item:
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) “
Art. 102 ....................................................................
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Fe-
deral do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular
a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fun- criança e do adolescente.
dos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente ampla di-
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedi- vulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de
rá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a comunicação social.    (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de
260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide) 2016)
Parágrafo único.  A divulgação a que se refere o caput será
veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crian-
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
ças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que 6 (seis) anos.    (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efe-
tuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua pu-
a entidade. blicação.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos esta- Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
dos e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referen- promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
tes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo este- tos acerca do disposto nesta Lei.
jam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente
nos seus respectivos níveis. Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposi-
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as ções em contrário.
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi- Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
ciária. da República.

Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
(LEI 9.503/97); Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de ór-


LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. gãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e
licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, po-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: liciamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e
aplicação de penalidades.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à
território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, de critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução
para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de car- das atividades de trânsito;
ga ou descarga. III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de infor-
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e mações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar
dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de o processo decisório e a integração do Sistema.
Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências,
adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. Seção II 
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional Da Composição e da Competência do
de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, Sistema Nacional de Trânsito
objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de
ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes
projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito órgãos e entidades:
seguro. I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordena-
§ 4º (VETADO) dor do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Con-
Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da selho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente. normativos, consultivos e coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodo- IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União,
vias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e V - a Polícia Rodoviária Federal;
as circunstâncias especiais. VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
Parágrafo único.  Para os efeitos deste Código, são conside- VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -
radas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias JARI.
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- Art. 7o-A.  A autoridade portuária ou a entidade concessioná-
tos privados de uso coletivo.  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de ria de porto organizado poderá celebrar convênios com os órgãos
2015)      (Vigência) previstos no art. 7o, com a interveniência dos Municípios e Esta-
dos, juridicamente interessados, para o fim específico de facilitar a
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer autuação por descumprimento da legislação de trânsito.      (Incluí-
veículo, bem como aos proprietários, condutores dos veículos na- do pela Lei nº 12.058, de 2009)
cionais ou estrangeiros e às pessoas nele expressamente mencio- § 1o  O convênio valerá para toda a área física do porto orga-
nadas. nizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas esta-
ções de transbordo, nas instalações portuárias públicas de pequeno
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos porte e nos respectivos estacionamentos ou vias de trânsito inter-
deste Código são os constantes do Anexo I. nas.      (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o  (VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Códi-
§ 3o   (VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) go e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, ob-
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios orga- jetivando a integração de suas atividades;
nizarão os respectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e III -  (VETADO)
executivos rodoviários, estabelecendo os limites circunscricionais IV - criar Câmaras Temáticas;
de suas atuações. V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o
funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
órgão da Presidência responsável pela coordenação máxima do VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas con-
Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o CON- tidas neste Código e nas resoluções complementares;
TRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a im-
União. posição, a arrecadação e a compensação das multas por infrações
cometidas em unidade da Federação diferente da do licenciamento
Art. 10.  O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com do veículo;
sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão má- IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relati-
ximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composi- vas à aplicação da legislação de trânsito;
ção:(Redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013) X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habi-
I -  (VETADO) litação, expedição de documentos de condutores, e registro e licen-
II - (VETADO) ciamento de veículos;
III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia; XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sina-
IV - um representante do Ministério da Educação e do Des- lização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
porto; XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das
V - um representante do Ministério do Exército; instâncias inferiores, na forma deste Código;
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre confli-
Amazônia Legal; tos de competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unifi-
VII - um representante do Ministério dos Transportes; car as decisões administrativas; e
VIII -  (VETADO) XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de
IX -  (VETADO) trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
X -  (VETADO)
XI -  (VETADO) Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao
XII -  (VETADO) CONTRAN, são integradas por especialistas e têm como objetivo
XIII -  (VETADO) estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assun-
XIV - (VETADO) tos específicos para decisões daquele colegiado.
XV - (VETADO)
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representan-
XVI - (VETADO)
tes de órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do
XVII -  (VETADO)
Distrito Federal e dos Municípios, em igual número, pertencentes
XVIII -  (VETADO)
ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas represen-
XIX -  (VETADO)
tantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com o
XX - um representante do ministério ou órgão coordenador
trânsito, todos indicados segundo regimento específico definido
máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coorde-
XXI -  (VETADO)
nador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
       XXII - um representante do Ministério da Saúde. (Incluído
pela Lei nº 9.602, de 1998) § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.(Incluí- anterior, serão representados por pessoa jurídica e devem atender
do pela Lei nº 11.705, de 2008) aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvi- § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos
mento, Indústria e Comércio Exterior;(Incluído pela Lei nº 12.865, pelos respectivos membros.
de 2013) § 4º  (VETADO)
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Trans- I -  (VETADO)
portes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº 12.865, de 2013) II -  (VETADO)
§ 1º (VETADO) III -  (VETADO)
§ 2º (VETADO) IV - (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CE-
Art. 11. (VETADO) TRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CON-
TRANDIFE:
Art. 12. Compete ao CONTRAN: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
to, no âmbito das respectivas atribuições;

Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências; Art. 18. (VETADO)
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e
dos procedimentos normativos de trânsito; Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da
IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas União:
de trânsito; I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a exe-
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: cução das normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no
a) das JARI; âmbito de suas atribuições;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos ór-
inaptidão permanente constatados nos exames de aptidão física, gãos delegados, ao controle e à fiscalização da execução da Políti-
mental ou psicológica; ca Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
VI - indicar um representante para compor a comissão exami- III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de
nadora de candidatos portadores de deficiência física à habilitação Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, objetivando o
para conduzir veículos automotores; combate à violência no trânsito, promovendo, coordenando e exe-
VII - (VETADO) cutando o controle de ações para a preservação do ordenamento e
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administra- da segurança do trânsito;
ção, educação, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbi-
trânsito, formação de condutores, registro e licenciamento de veí- dade contra a fé pública, o patrimônio, ou a administração pública
culos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ou privada, referentes à segurança do trânsito;
ao CONTRAN; V - supervisionar a implantação de projetos e programas rela-
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de cionados com a engenharia, educação, administração, policiamen-
trânsito no âmbito dos Municípios; e to e fiscalização do trânsito e outros, visando à uniformidade de
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigên- procedimento;
cias definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habi-
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de litação de condutores de veículos, a expedição de documentos de
condutores, de registro e licenciamento de veículos;
reavaliação dos exames, junta especial de saúde para examinar os
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional
candidatos à habilitação para conduzir veículos automotores.  (In-
de Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licenciamento
cluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados
Distrito Federal;
pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa.
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de
Habilitação - RENACH;
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Au-
são nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Fe- tomotores - RENAVAM;
deral, respectivamente, e deverão ter reconhecida experiência em X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacio-
matéria de trânsito. nal, definindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são promover sua divulgação;
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre
respectivamente. as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segu-
ser pessoas de reconhecida experiência em trânsito. rança e à educação de trânsito;
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRAN- XIII - coordenar a administração da arrecadação de multas por
DIFE é de dois anos, admitida a recondução. infrações ocorridas em localidade diferente daquela da habilitação
do condutor infrator e em unidade da Federação diferente daquela
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito do licenciamento do veículo;
ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento Trânsito informações sobre registros de veículos e de condutores,
dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas. mantendo o fluxo permanente de informações com os demais ór-
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o gãos do Sistema;
disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do
do órgão ou entidade junto ao qual funcionem. Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes
do CONTRAN, a elaboração e a implementação de programas de
Art. 17. Compete às JARI: educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e educação de trânsito;
executivos rodoviários informações complementares relativas aos XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o
recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; trânsito;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entida-
e executivos rodoviários informações sobre problemas observados des do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do
nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistema- CONTRAN, a complementação ou alteração da sinalização e dos
ticamente. dispositivos e equipamentos de trânsito;

Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DIREITO PENAL
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de
normas de projetos de implementação da sinalização, dos dispositi- trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores pro-
vos e equipamentos de trânsito aprovados pelo CONTRAN; venientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e es-
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo colta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
e o certificado de passagem nas alfândegas mediante delegação aos IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito
órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
habilitada para esse fim pelo poder público federal;    (Redação dada V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me-
pela lei nº 13.258, de 2016) didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos,
XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e escolta e transporte de carga indivisível;
congressos nacionais de trânsito, bem como propor a representação VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, po-
do Brasil em congressos ou reuniões internacionais; dendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emer-
XXII - propor acordos de cooperação com organismos interna- genciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao
cionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segu- direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e
rança e educação de trânsito; instalações não autorizadas;
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aci-
e especialização do pessoal encarregado da execução das atividades dentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas
de engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, ope- operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário
ração e administração de trânsito, propondo medidas que estimulem federal;
a pesquisa científica e o ensino técnico-profissional de interesse do VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segu-
trânsito, e promovendo a sua realização; rança e Educação de Trânsito;
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interesta- IX - promover e participar de projetos e programas de edu-
dual e internacional; cação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as nor- CONTRAN;
mas e requisitos de segurança veicular para fabricação e montagem X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacio-
nal de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas
de veículos, consoante sua destinação;
impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código
licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de
marca-modelo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e
veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade
licenciamento;
da Federação;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CON-
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ-
TRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com
Nacional de Trânsito;
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e ações específicas dos órgãos ambientais.
submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coor-
denador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviá-
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e finan- rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ceiro ao CONTRAN. no âmbito de sua circunscrição:
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técni- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
ca ou administrativa ou a prática constante de atos de improbidade to, no âmbito de suas atribuições;
contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra a administração II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veí-
pública, o órgão executivo de trânsito da União, mediante aprovação culos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da
do CONTRAN, assumirá diretamente ou por delegação, a execução circulação e da segurança de ciclistas;
total ou parcial das atividades do órgão executivo de trânsito estadual III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os
que tenha motivado a investigação, até que as irregularidades sejam dispositivos e os equipamentos de controle viário;
sanadas. IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União trânsito e suas causas;
disporá sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento. V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- ostensivo de trânsito;
cípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as pe-
para os fins previstos no inciso X. nalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas
administrativas cabíveis, notificando os infratores e arrecadando
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das as multas que aplicar;
rodovias e estradas federais: VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio-
no âmbito de suas atribuições; nadas ou perigosas;
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações       VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso,
a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar
terceiros; as multas que aplicar;

Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DIREITO PENAL
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, XII - promover e participar de projetos e programas de educa-
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci-
X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito das pelo CONTRAN;
e do Programa Nacional de Trânsito; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na-
XI - promover e participar de projetos e programas de edu- cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul-
cação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação
CONTRAN; do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na- de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra uni-
cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul- dade da Federação;
tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito
do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências e executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veí-
de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra uni- culos registrados e dos condutores habilitados, para fins de impo-
dade da Federação; sição e notificação de penalidades e de arrecadação de multas nas
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ- áreas de suas competências;
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ-
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com
dos órgãos ambientais locais, quando solicitado; o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização espe- ações específicas dos órgãos ambientais locais;
cial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem ob- XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional
servados para a circulação desses veículos. de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
Parágrafo único.  (VETADO)
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Dis-
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trân- trito Federal:
sito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circuns- I -  (VETADO)
crição: II - (VETADO)
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi- III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme
to, no âmbito das respectivas atribuições; convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente com os
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e demais agentes credenciados;
cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir e Cartei- IV - (VETADO)
ra Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão federal V - (VETADO)
competente; VI - (VETADO)
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança VII -  (VETADO)
veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, ex- Parágrafo único.  (VETADO)
pedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual, me-
diante delegação do órgão federal competente; Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trân-
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as sito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:   (Redação
diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as me- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsi-
didas administrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Có- to, no âmbito de suas atribuições;
digo, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veí-
24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; culos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Có- circulação e da segurança de ciclistas;
digo, com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os
do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as multas que dispositivos e os equipamentos de controle viário;
aplicar; IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os aci-
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de dentes de trânsito e suas causas;
veículos e objetos; V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia os-
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a tensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de
suspensão e a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da trânsito;
Carteira Nacional de Habilitação; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as me-
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aciden- didas administrativas cabíveis, por infrações de circulação, esta-
tes de trânsito e suas causas; cionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de ativi- do Poder de Polícia de Trânsito;
dades previstas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e mul-
norma do CONTRAN; ta, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas
e do Programa Nacional de Trânsito; que aplicar;

Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DIREITO PENAL
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas ad- CAPÍTULO III
ministrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar
as multas que aplicar; Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstá-
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; culo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento ro- causar danos a propriedades públicas ou privadas;
tativo pago nas vias; II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atiran-
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de do, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou
veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio- nela criando qualquer outro obstáculo.
nadas ou perigosas;
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me- Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias
didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condi-
escolta e transporte de carga indivisível; ções de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Na- como assegurar-se da existência de combustível suficiente para
cional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de mul- chegar ao local de destino.
tas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação
do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de
de veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
unidade da Federação; segurança do trânsito.
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e
do Programa Nacional de Trânsito; Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à
XV - promover e participar de projetos e programas de educa- circulação obedecerá às seguintes normas:
ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci- I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se
as exceções devidamente sinalizadas;
das pelo CONTRAN;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circula-
e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação
ção de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de dimi-
ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e
nuir a emissão global de poluentes;
as condições do local, da circulação, do veículo e as condições
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos
climáticas;
de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, au-
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,
tuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes
se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de pas-
de infrações;   (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
sagem:
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de pro- a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia,
pulsão humana e de tração animal; aquele que estiver circulando por ela;
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produ- IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas
zidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando
órgão ambiental local, quando solicitado; não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, des-
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização espe- tinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior
cial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem ob- velocidade;
servados para a circulação desses veículos. V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acos-
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal tamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos
serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade exe- imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
cutivos de trânsito. VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsi- VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salva-
to, conforme previsto no art. 333 deste Código. mento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as
ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre cir-
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacio- culação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência
nal de Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de
previstas neste Código, com vistas à maior eficiência e à segurança alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as
para os usuários da via. seguintes disposições:
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a
prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e monitoramen- proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar li-
to das atividades relativas ao trânsito durante prazo a ser estabe- vre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e
lecido entre as partes, com ressarcimento dos custos apropriados. parando, se necessário;

Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DIREITO PENAL
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, de-
no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado verão manter distância suficiente entre si para permitir que veícu-
pelo local; los que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança.
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação ver-
melha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um
de serviço de urgência; veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando embar-
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se que ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a velocidade,
dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segu- dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à
rança, obedecidas as demais normas deste Código; segurança dos pedestres.
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública,
quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacio- Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias
namento no local da prestação de serviço, desde que devidamen- com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas
te sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida
e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de nível,
pelo CONTRAN;
nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá
houver sinalização permitindo a ultrapassagem.
ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as
demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veí-
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não
culo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à
esquerda; poderá efetuar ultrapassagem.
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem,
certificar-se de que: Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deve-
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma ma- rá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais
nobra para ultrapassá-lo; usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele,
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indica- considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
do o propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um
suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de
trânsito que venha em sentido contrário; forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indica-
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: dora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando braço.
a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto con- Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a trans-
vencional de braço; posição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal e retornos.
forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de
de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e
fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados neces- pedestres que por ela estejam transitando.
sários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos
que ultrapassou; Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à es-
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão prefe- querda e a operação de retorno deverão ser feitas nos locais apro-
rência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de cir- priados e, onde estes não existirem, o condutor deverá aguardar no
culação.
acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do
inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas,
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via
que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da
ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
direita.
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabe-
lecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no me-
porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os nor espaço possível;
motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo
dos pedestres. possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver,
caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.
o propósito de ultrapassá-lo, deverá: Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção,
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos
para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se na- qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.
quela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.

Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser fei- Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o
ta nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transi-
quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros tando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veí-
locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas culo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que
as características da via, do veículo, das condições meteorológicas tenham o direito de preferência.
e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se
determinações: houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de transversal.
iluminação pública;
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária
exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma
curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros moto- estabelecida pelo CONTRAN.
ristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de ultrapassar
o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada
à segurança para os veículos que circulam no sentido contrário; deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou de-
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posi- sembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe
ção do veículo quando sob chuva forte, neblina ou cerração; o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regula-
a) em imobilizações ou situações de emergência; mentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; considerada estacionamento.
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa
a luz de placa; Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do
quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desem- fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da cal-
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias. çada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados,
de passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles des-
estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão estar
tinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se de farol de luz
situados fora da pista de rolamento.
baixa durante o dia e a noite.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas ro-
das será feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina,
fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que determine
desde que em toque breve, nas seguintes situações:
outra condição.
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar aci-
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condu-
dentes;
tor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a
naqueles regulamentados por sinalização específica.
um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.

Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veí- Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta
culo, salvo por razões de segurança. do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se cer-
tificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar usuários da via.
constantemente as condições físicas da via, do veículo e da carga, Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer
as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obede- sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.
cendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via,
além de: Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adja-
I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em cir- centes às estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança
culação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anor- do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição
malmente reduzida; sobre a via.
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo
deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem in- Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios consti-
convenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo tuídos por unidades autônomas, a sinalização de regulamentação
iminente; da via será implantada e mantida às expensas do condomínio, após
III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição
sinalização devida, a manobra de redução de velocidade. sobre a via.

Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela I - vias urbanas:
direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, a) via de trânsito rápido;
sempre que não houver faixa especial a eles destinada, devendo b) via arterial;
seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação c) via coletora;
previstas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou d) via local;
entidade com circunscrição sobre a via. II - vias rurais:
a) rodovias;
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular b) estradas.
nas vias quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indi-
divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos cada por meio de sinalização, obedecidas suas características téc-
outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito; nicas e as condições de trânsito.
II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a veloci-
ser mantidos junto ao bordo da pista.
dade máxima será de:
I - nas vias urbanas:
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomo-
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
tores só poderão circular nas vias:
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
protetores; c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
II - segurando o guidom com as duas mãos; d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- II - nas vias rurais:
cações do CONTRAN. a) nas rodovias:
1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis,
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomo- camionetas e motocicletas;   (Redação dada pela Lei nº 10.830,
tores só poderão ser transportados: de 2003)
I - utilizando capacete de segurança; 2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e microônibus;
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento su- 3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;
plementar atrás do condutor; b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com cir-
cações do CONTRAN. cunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinaliza-
ção, velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no
Art. 56.  (VETADO) parágrafo anterior.

Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade
da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições ope-
direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver acosta- racionais de trânsito e da via.
mento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação
nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. Art. 63.  (VETADO)
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais
faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser
outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular pela faixa
transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas
adjacente à da direita.
pelo CONTRAN.
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a cir-
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condu-
culação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia,
ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utiliza- tor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em
ção destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido situações regulamentadas pelo CONTRAN.
de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os
veículos automotores. Art. 66.  (VETADO)
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus
contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas me-
trecho com ciclofaixa. diante prévia permissão da autoridade de trânsito com circunscri-
ção sobre a via e dependerão de:
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a ou de entidades estaduais a ela filiadas;
circulação de bicicletas nos passeios. II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à
via;
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utili- III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de
zação, classificam-se em: terceiros;

Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos § 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e
operacionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá. quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descan-
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via so, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir
arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de com os intervalos mencionados no § 1o, observadas no primeiro
seguro.  período 8 (oito) horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela Lei
nº 13.103, de 2015)     (Vigência)
CAPÍTULO III-A § 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução ape-
 (INCLUÍDO LEI Nº 12.619, DE 2012) (VIGÊNCIA) nas o período em que o condutor estiver efetivamente ao volante,
em curso entre a origem e o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103,
CAPÍTULO III-A de 2015)     (Vigência)
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR § 5o Entende-se como início de viagem a partida do veículo na
MOTORISTAS PROFISSIONAIS ida ou no retorno, com ou sem carga, considerando-se como sua
  continuação as partidas nos dias subsequentes até o destino. (In-
Art. 67-A.  O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas cluído pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência)
profissionais:  (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)    (Vi- § 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o cum-
gência) primento integral do intervalo de descanso previsto no § 3o deste
  I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído artigo.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência)
pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência) § 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passagei-
     II - de transporte rodoviário de cargas.   (Incluído pela Lei ros, embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais
nº 13.103, de 2015)     (Vigência) de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou agen-
§ 1o  (Revogado).   (Redação dada pela Lei nº 13.103, de te de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda
2015)     (Vigência) que subcontratado, que conduza veículo referido no caput sem a
§ 2o  (Revogado).    (Redação dada pela Lei nº 13.103, de observância do disposto no § 6o.(Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015)     (Vigência) 2015)     (Vigência)
§ 3o  (Revogado).    (Redação dada pela Lei nº 13.103, de  
2015)     (Vigência) Art. 67-D.  (VETADO).  (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
 § 4o  (Revogado).   (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
gência)
2015)     (Vigência)
§ 5o  (Revogado).    (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
Art. 67-E.  O motorista profissional é responsável por contro-
2015)     (Vigência)
lar e registrar o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com
§ 6o  (Revogado).    (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
vistas à sua estrita observância. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015)     (Vigência)
2015)     (Vigência)
§ 7o  (Revogado).   (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015)     (Vigência) § 1o A não observância dos períodos de descanso estabele-
 § 8o  (VETADO).  (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên- cidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional às penalida-
cia) des daí decorrentes, previstas neste Código. (Incluído pela Lei nº
  13.103, de 2015)     (Vigência)
Art 67-B.  VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi- § 2o O tempo de direção será controlado mediante registra-
gência) dor instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio
de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho
Art. 67-C.  É vedado ao motorista profissional dirigir por mais externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme
de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de transporte ro- norma do Contran.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vi-
doviário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de gência)
cargas.(Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência) § 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcio-
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso den- nar de forma independente de qualquer interferência do condu-
tro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de transporte tor, quanto aos dados registrados. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de 2015)     (Vigência)
direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia con- § 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informações
tínuas no exercício da condução.(Incluído pela Lei nº 13.103, de contidas no equipamento registrador instantâneo inalterável de ve-
2015)     (Vigência) locidade e de tempo são de responsabilidade do condutor.(Incluído
§ 1o-A.  Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência)
cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodoviário de pas-
sageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de CAPÍTULO IV
direção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência) DOS PEDESTRES E CONDUTORES
§ 2o  Em situações excepcionais de inobservância justificada DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
do tempo de direção, devidamente registradas, o tempo de direção
poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor, Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou
o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das
e o atendimento demandados, desde que não haja comprometi- vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente per-
mento da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de mitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que
2015)     (Vigência) não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.

Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se CAPÍTULO V
ao pedestre em direitos e deveres. DO CIDADÃO
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quan-
do não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de soli-
na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, citar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de
pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos
pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar compro- de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação
metida. e outros assuntos pertinentes a este Código.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quan-
do não for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Na-
pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os veículos, cional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e respon-
pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslo- der, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a possibilidade
camento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise efe-
nas situações em que a segurança ficar comprometida. tuada, e, se pertinente, informando ao solicitante quando tal evento
§ 4º (VETADO) ocorrerá.
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer
a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à cir- quais as atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao Siste-
culação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, usar o ma Nacional de Trânsito e como proceder a tais solicitações.
acostamento.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para CAPÍTULO VI
pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via de- DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
verá assegurar a devida sinalização e proteção para circulação de
pedestres. Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e cons-
titui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará de Trânsito.
precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a § 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional
visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando em cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de
sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas Trânsito.
existirem numa distância de até cinqüenta metros dele, observadas § 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão
as seguintes disposições: promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos
deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo; moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou
delimitada por marcas sobre a pista: Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão
luzes; ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Na-
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáfo- cional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias
ro ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos; escolares, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não exis- § 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito
tam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscri-
continuação da calçada, observadas as seguintes normas: ção e de acordo com as peculiaridades locais.
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que § 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter per-
podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos; manente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratui-
deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela tamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes
sem necessidade. do Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-es-
as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, cola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e
exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacio-
respeitadas as disposições deste Código. nal de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização sema- Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
fórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Mi-
que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudan- nistério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CON-
ça do semáforo liberando a passagem dos veículos. TRAN e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras,
diretamente ou mediante convênio, promoverá:
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo
manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de
boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização. trânsito;

Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DIREITO PENAL
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito Art. 77-D.  O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) es-
nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de pro- pecificará o conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens,
fessores e multiplicadores; bem como os procedimentos envolvidos na respectiva veiculação,
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levan- em conformidade com as diretrizes fixadas para as campanhas
tamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito; educativas de trânsito a que se refere o art. 75.(Incluído pela Lei
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito nº 12.006, de 2009).
junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com
vistas à integração universidades-sociedade na área de trânsito. Art. 77-E.  A veiculação de publicidade feita em desacordo
com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Mi- punível com as seguintes sanções:(Incluído pela Lei nº 12.006, de
nistério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer 2009).
campanha nacional esclarecendo condutas a serem seguidas nos I – advertência por escrito;(Incluído pela Lei nº 12.006, de
primeiros socorros em caso de acidente de trânsito. 2009).
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de
intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (ses-
nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76. senta) dias;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o valor
Art. 77-A.  São assegurados aos órgãos ou entidades compo- da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou unidade que a substi-
nentes do Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos tuir, cobrada do dobro até o quíntuplo, em caso de reincidência.
nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de mensagens educativas (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
de trânsito em todo o território nacional, em caráter suplementar § 1o  As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente,
às campanhas previstas nos arts. 75 e 77.       (Incluído pela Lei nº conforme dispuser o regulamento.  (Incluído pela Lei nº 12.006,
12.006, de 2009). de 2009).
§ 2o  Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer
infração acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça pu-
Art. 77-B.  Toda peça publicitária destinada à divulgação ou
blicitária até que sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts.
promoção, nos meios de comunicação social, de produto oriundo
77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente,
mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veicula-
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto,
da.  (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CON-
§ 1o  Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se pro-
TRAN, desenvolverão e implementarão programas destinados à
dutos oriundos da indústria automobilística ou afins:(Incluído pela
prevenção de acidentes.
Lei nº 12.006, de 2009).
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, valores arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do
incluídos os de passageiros e os de carga;       (Incluído pela Lei nº Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Au-
12.006, de 2009). tomotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos 19 de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coor-
veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, denador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva
de 2009). em programas de que trata este artigo.
§ 2o  O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda
de natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão
produto, em qualquer das seguintes modalidades: (Incluído pela firmar convênio com os órgãos de educação da União, dos Esta-
Lei nº 12.006, de 2009). dos, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumpri-
I – rádio;       (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). mento das obrigações estabelecidas neste capítulo.
II – televisão;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – jornal;(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). CAPÍTULO VII
IV – revista;       (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
V – outdoor.(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 3o  Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabrican- Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via,
te o montador, o encarroçador, o importador e o revendedor auto- sinalização prevista neste Código e em legislação complementar,
rizado dos veículos e demais produtos discriminados no § 1o deste destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qual-
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). quer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que
Art. 77-C.  Quando se tratar de publicidade veiculada em ou- a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite,
tdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme
faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à normas e especificações do CONTRAN.
propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental
àquela de caráter institucional ou eleitoral.       (Incluído pela Lei e por período prefixado, a utilização de sinalização não prevista
nº 12.006, de 2009). neste Código.

Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo
gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e compro- pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.
meter a segurança do trânsito. § 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se
refere à interpretação, colocação e uso da sinalização.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e res-
pectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, CAPÍTULO VIII
inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a men- DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
sagem da sinalização. FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE
TRÂNSITO
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas
ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamen-
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
tos a serem adotados em todo o território nacional quando da im-
plementação das soluções adotadas pela Engenharia de Tráfego,
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição so-
assim como padrões a serem praticados por todos os órgãos e enti-
bre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qual-
dades do Sistema Nacional de Trânsito.
quer elemento que prejudique a visibilidade da sinalização viária
e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
Art. 92.  (VETADO)
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trân-
sito com circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-
ser sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via. se em pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia
anuência do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, sem que do projeto conste área para estacionamento e indicação
estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas en- das vias de acesso adequadas.
tradas e saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada
pelo CONTRAN. Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança
        de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não
Art. 86-A.  As vagas de estacionamento regulamentado de que possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado.
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações trans-
com as respectivas placas indicativas de destinação e com placas versais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em
informando os dados sobre a infração por estacionamento indevi- casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos
do. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)      (Vigência) padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em: Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou in-
I - verticais; terromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em
II - horizontais; risco sua segurança, será iniciada sem permissão prévia do órgão
III - dispositivos de sinalização auxiliar; ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via.
IV - luminosos; § 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução
V - sonoros; ou manutenção da obra ou do evento.
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito
com circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermé-
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após
dio dos meios de comunicação social, com quarenta e oito horas
sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras
de antecedência, de qualquer interdição da via, indicando-se os
ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada,
vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições ade- caminhos alternativos a serem utilizados.
quadas de segurança na circulação. § 3º A inobservância do disposto neste artigo será punida com
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá multa que varia entre cinqüenta e trezentas UFIR, independente-
ser afixada sinalização específica e adequada. mente das cominações cíveis e penais cabíveis.
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autorida-
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circula- de de trânsito aplicará multa diária na base de cinqüenta por cento
ção e outros sinais; do dia de vencimento ou remuneração devida enquanto permane-
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; cer a irregularidade.
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trân-
sito. CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Códi-
go por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou Seção I
incorreta. Disposições Gerais

Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 96. Os veículos classificam-se em: Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que
I - quanto à tração: sofrerem alterações ou conversões são obrigados a atender aos
a) automotor; mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e ruído pre-
b) elétrico; vistos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN,
c) de propulsão humana; cabendo à entidade executora das modificações e ao proprietário
d) de tração animal; do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.
e) reboque ou semi-reboque;
II - quanto à espécie: Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veí-
a) de passageiros: culo cujo peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos
1 - bicicleta; pelo CONTRAN.
2 - ciclomotor; § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesa-
3 - motoneta; gem ou pela verificação de documento fiscal, na forma estabeleci-
4 - motocicleta; da pelo CONTRAN.
5 - triciclo; § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bru-
6 - quadriciclo; to total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície
7 - automóvel; das vias, quando aferido por equipamento, na forma estabelecida
8 - microônibus; pelo CONTRAN.
9 - ônibus; § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem
10 - bonde; de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia e na pe-
11 - reboque ou semi-reboque; riodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou en-
12 - charrete; tidade de metrologia legal.
b) de carga:
1 - motoneta; Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá
2 - motocicleta; transitar com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com
3 - triciclo; peso bruto total combinado com peso por eixo, superior ao fixado
4 - quadriciclo; pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da
5 - caminhonete; unidade tratora.
6 - caminhão; Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso de pneus
7 - reboque ou semi-reboque; extralargos, definindo seus limites de peso.
8 - carroça;
9 - carro-de-mão; Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no
c) misto: transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de
1 - camioneta; peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser con-
2 - utilitário; cedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização
3 - outros; especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
d) de competição; atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.
e) de tração: § 1º A autorização será concedida mediante requerimento que
1 - caminhão-trator; especificará as características do veículo ou combinação de veí-
2 - trator de rodas; culos e de carga, o percurso, a data e o horário do deslocamento
3 - trator de esteiras; inicial.
4 - trator misto; § 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilida-
f) especial; de por eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos
g) de coleção; causar à via ou a terceiros.
III - quanto à categoria: § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões po-
a) oficial; derá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via,
b) de representação diplomática, de repartições consulares de autorização especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendi-
carreira ou organismos internacionais acreditados junto ao Gover- das as medidas de segurança consideradas necessárias.
no brasileiro;
c) particular; Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equi-
d) de aluguel; pado quando transitar, de modo a evitar o derramamento da carga
e) de aprendizagem. sobre a via.
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações a forma de proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo
básicas, configuração e condições essenciais para registro, licen- com a sua natureza.
ciamento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em
função de suas aplicações. Seção II
Da Segurança dos Veículos
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem pré-
via autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando aten-
sejam feitas no veículo modificações de suas características de didos os requisitos e condições de segurança estabelecidos neste
fábrica. Código e em normas do CONTRAN.

Didatismo e Conhecimento 95
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os en-    § 5o  A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
carroçadores de veículos deverão emitir certificado de segurança, artigo será progressivamente incorporada aos novos projetos de
indispensável ao cadastramento no RENAVAM, nas condições es- automóveis e dos veículos deles derivados, fabricados, importa-
tabelecidas pelo CONTRAN. dos, montados ou encarroçados, a partir do 1o (primeiro) ano após
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a a definição pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e
periodicidade para que os fabricantes, os importadores, os monta- do respectivo cronograma de implantação e a partir do 5o (quinto)
dores e os encarroçadores comprovem o atendimento aos requisi- ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilôme-
tos de segurança veicular, devendo, para isso, manter disponíveis tro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles deriva-
a qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas dos. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
e componentes abrangidos pela legislação de segurança veicular.    § 6o  A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
artigo não se aplica aos veículos destinados à exportação.  (Incluí-
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de do pela Lei nº 11.910, de 2009)
segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído
avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e pe- Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação
riodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segu- de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento
rança e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e ruído. de segurança especificado pelo fabricante, será exigido, para licen-
§ 1º  (VETADO) ciamento e registro, certificado de segurança expedido por institui-
§ 2º  (VETADO) ção técnica credenciada por órgão ou entidade de metrologia legal,
§ 3º  (VETADO) conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
§ 4º  (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte in-
veículos reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de dividual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das
gases poluentes e ruído. exigências previstas neste Código, às condições técnicas e aos re-
quisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração des-
outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: sa atividade.
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do
CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autorida-
de passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé; de com circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário,
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto, desde
de transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Có-
com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e digo e pelo CONTRAN.
seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável        Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá
de velocidade e tempo; exceder a doze meses, prazo a partir do qual a autoridade pública
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos auto- responsável deverá implantar o serviço regular de transporte cole-
motores, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN; tivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente
IV - (VETADO) e com os dispositivos deste Código.  (Incluído pela Lei nº 9.602,
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases de 1998)
poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo CON-
TRAN. Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dian- transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo com as
teira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado normas estabelecidas pelo CONTRAN.
esquerdo.
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas carac-
para o condutor e o passageiro do banco dianteiro.  (Incluído pela terísticas para competição ou finalidade análoga só poderá circular
Lei nº 11.910, de 2009) nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito,
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obri- em itinerário e horário fixados.
gatórios dos veículos e determinará suas especificações técnicas.
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
acessório proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medi- I - (VETADO)
das administrativas previstas neste Código. II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veí-
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os en- culos em movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores
carroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar em ambos os lados.
os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste        III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN. painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do veículo, na forma de regulamentação do CONTRAN.  (Incluí-
do disposto neste artigo. do pela Lei nº 9.602, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 96
NOÇÕES DIREITO PENAL
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter § 4o-A.  Os tratores e demais aparelhos automotores destina-
publicitário ou qualquer outra que possa desviar a atenção dos dos a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar tra-
condutores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos veí- balhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública,
culos, salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito. são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível
Art. 112.       (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999) aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Redação dada
pela Lei nº 13.154, de 2015)      (Vide)
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçado- § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso
ras e fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis civil bélico.
e criminalmente por danos causados aos usuários, a terceiros, e § 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da
ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e placa dianteira.
da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados na sua fa- § 7o  Excepcionalmente, mediante autorização específica e
bricação. fundamentada das respectivas corregedorias e com a devida co-
municação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utili-
Seção III
zados por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público
Da Identificação do Veículo
que exerçam competência ou atribuição criminal poderão tempo-
rariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identifica-
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por
ção de seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser
caracteres gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em
outras partes, conforme dispuser o CONTRAN. emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ,
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo
de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas caracte- Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.(Incluído pela Lei
rísticas, além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado. nº 12.694, de 2012)
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de pré- § 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola
via autorização da autoridade executiva de trânsito e somente se- (jericos), para efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam dis-
rão processadas por estabelecimento por ela credenciado, median- pensados da exigência prevista no art. 106. (Incluído pela Lei nº
te a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma 13.154, de 2015)
identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados
autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, e do Distrito Federal, devidamente registrados e licenciados, so-
modificações da identificação de seu veículo. mente quando estritamente usados em serviço reservado de caráter
policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio e limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de
de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, veículo oficial.
obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CON-
TRAN. Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscri-
veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado ção indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto
seu reaproveitamento. total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT)
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira e de sua lotação, vedado o uso em desacordo com sua classifica-
Nacional serão usadas somente pelos veículos de representação ção.
pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos
Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do
CAPÍTULO X
Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Mi-
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
nistros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-
Geral da República.
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, in-
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribu-
nais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais dependentemente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os
e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-
Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e se-á pelas disposições deste Código, pelas convenções e acordos
do Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público internacionais ratificados.
e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas
especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CON- Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle
TRAN. de fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a ar- saída temporária ou definitiva de veículos.
rastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior não po-
de construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro na re- derão sair do território nacional sem prévia quitação de débitos
partição competente, se transitarem em via pública, dispensados de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento de danos que
o licenciamento e o emplacamento.  (Redação dada pela Lei nº tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitado o prin-
13.154, de 2015)      (Vide) cípio da reciprocidade.

Didatismo e Conhecimento 97
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO XI V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade
DO REGISTRO DE VEÍCULOS dos componentes e agregados adaptados ou montados no veículo,
quando houver alteração das características originais de fábrica;
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, rebo- VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no
que ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão executi- caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de reparti-
vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de ções consulares de carreira, de representações de organismos inter-
domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei. nacionais e de seus integrantes;
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distri- VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida
to Federal somente registrarão veículos oficiais de propriedade da no Município do registro anterior, que poderá ser substituída por
administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e informação do RENAVAM;
dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação ex- VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos,
pressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, independente-
ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se mente da responsabilidade pelas infrações cometidas;
os veículos de representação e os previstos no art. 116. IX -(Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art.
bélico. 98, quando houver alteração nas características originais do veícu-
lo que afetem a emissão de poluentes e ruído;
Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de po-
Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e especifica- luentes e ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do
ções estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as características e CONTRAN e do CONAMA.
condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração. Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os
agregados e as características originais do veículo deverão ser
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veí- prestadas ao RENAVAM:
culo o órgão executivo de trânsito consultará o cadastro do RENA- I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no
caso de veículo nacional;
VAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou do-
pessoa física;
cumento equivalente expedido por autoridade competente;
III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa
II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Ex-
jurídica.
teriores, quando se tratar de veículo importado por membro de
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM
missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de
serão repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo
representações de organismos internacionais e de seus integrantes.
registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o
veículo registrado.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Art. 126.  O proprietário de veículo irrecuperável, ou desti-
Registro de Veículo quando: nado à desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no pra-
I - for transferida a propriedade; zo e forma estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do
II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou resi- veículo sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro ante-
dência; rior.   (Redação dada pela Lei nº 12.977, de 2014)  (Vigência)
III - for alterada qualquer característica do veículo; Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da
IV - houver mudança de categoria. companhia seguradora ou do adquirente do veículo destinado à
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.
o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetua-
expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trin- rá a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro do RENA-
ta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser VAM.
imediatas. Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
mesmo Município, o proprietário comunicará o novo endereço Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de
num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamento para Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e
alterar o Certificado de Licenciamento Anual. ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da respon-
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao ór- sabilidade pelas infrações cometidas.
gão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM. Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de pro-
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de pulsão humana e dos veículos de tração animal obedecerão à re-
Veículo serão exigidos os seguintes documentos: gulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio
I - Certificado de Registro de Veículo anterior; ou residência de seus proprietários.    (Redação dada pela Lei nº
II - Certificado de Licenciamento Anual; 13.154, de 2015)
III - comprovante de transferência de propriedade, quando for Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos auto-
o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN; motores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de po- a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Mi-
luentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de caracte- nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou
rísticas do veículo; mediante convênio. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 98
NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO XII II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos
DO LICENCIAMENTO obrigatórios e de segurança;
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, rebo- centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das par-
que ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado tes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em
anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Dis- preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor
trito Federal, onde estiver registrado o veículo. amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velo-
bélico. cidade e tempo;
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas ex-
válido, durante o exercício, o licenciamento de origem. tremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedi- dispostas na extremidade superior da parte traseira;
do ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no
VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabele-
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao
cidos pelo CONTRAN.
registro.
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando
quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trân- ser afixada na parte interna do veículo, em local visível, com ins-
sito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da crição da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares
responsabilidade pelas infrações cometidas. em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante.
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de es-
sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de controle colares deve satisfazer os seguintes requisitos:
de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme disposto no I - ter idade superior a vinte e um anos;
art. 104. II - ser habilitado na categoria D;
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licencia- III -  (VETADO)
mento e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima,
trajeto entre a fábrica e o Município de destino. ou ser reincidente em infrações médias durante os doze últimos
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veícu- meses;
los importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regu-
alfandegário e o Município de destino.(Renumerado do parágrafo lamentação do CONTRAN.
único pela Lei nº 13.103, de 2015)     (Vigência) Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência
§ 2o       (Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015) municipal de aplicar as exigências previstas em seus regulamen-
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licencia- tos, para o transporte de escolares.
mento Anual.
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprie- CAPÍTULO XIII-A
tário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.009, DE 2009)
comprovante de transferência de propriedade, devidamente assi-
nado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidaria- Art. 139-A.  As motocicletas e motonetas destinadas ao trans-
mente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data porte remunerado de mercadorias – moto-frete – somente poderão
da comunicação. circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade
Parágrafo único. O comprovante de transferência de proprie-
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-
dade de que trata o caput poderá ser substituído por documento
se, para tanto:(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran.  (Incluído pela
I – registro como veículo da categoria de aluguel;(Incluído
Lei nº 13.154, de 2015)
pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte indi-
vidual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou emprega- II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no
dos em qualquer serviço remunerado, para registro, licenciamento chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna do con-
e respectivo emplacamento de característica comercial, deverão dutor em caso de tombamento, nos termos de regulamentação do
estar devidamente autorizados pelo poder público concedente. Conselho Nacional de Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº
12.009, de 2009)
CAPÍTULO XIII III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas,
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES nos termos de regulamentação do Contran;(Incluído pela Lei nº
12.009, de 2009)
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos
coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com auto- obrigatórios e de segurança.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
rização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos § 1o  A instalação ou incorporação de dispositivos para trans-
Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: porte de cargas deve estar de acordo com a regulamentação do
I - registro como veículo de passageiros; Contran.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 99
NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o  É proibido o transporte de combustíveis, produtos infla- § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar
máveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido
com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mineral, nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em in-
desde que com o auxílio de side-car, nos termos de regulamenta- frações médias, durante os últimos doze meses.
ção do Contran.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) § 2o  São os condutores da categoria B autorizados a conduzir
veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do
Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil
Art. 139-B.  O disposto neste Capítulo não exclui a compe- quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluí-
tência municipal ou estadual de aplicar as exigências previstas em do o do motorista.   (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)
seus regulamentos para as atividades de moto-frete no âmbito de § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combina-
suas circunscrições.  (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) ção de veículos com mais de uma unidade tracionada, independen-
temente da capacidade de tração ou do peso bruto total. (Renume-
CAPÍTULO XIV rado pela Lei nº 12.452, de 2011)
DA HABILITAÇÃO
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elé- ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas
trico será apurada por meio de exames que deverão ser realizados ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção
junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por
Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede esta- condutor habilitado nas categorias C, D ou E.
dual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher Parágrafo único.  O trator de roda e os equipamentos automo-
os seguintes requisitos: tores destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser condu-
I - ser penalmente imputável; zidos em via pública também por condutor habilitado na categoria
II - saber ler e escrever; B.  (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para condu-
serão cadastradas no RENACH. zir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de
emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à os seguintes requisitos:
aprendizagem para conduzir veículos automotores e elétricos e à I - ser maior de vinte e um anos;
autorização para conduzir ciclomotores serão regulamentados pelo II - estar habilitado:
CONTRAN. a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão huma- um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria
na e de tração animal ficará a cargo dos Municípios. D; e
§ 2º  (VETADO) b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender
habilitar-se na categoria E;
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima
país está subordinado às condições estabelecidas em convenções e ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos doze
acordos internacionais e às normas do CONTRAN. meses;
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de trei-
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de namento de prática veicular em situação de risco, nos termos da
A a E, obedecida a seguinte gradação: normatização do CONTRAN.
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou Parágrafo único.  A participação em curso especializado pre-
três rodas, com ou sem carro lateral; visto no inciso IV independe da observância do disposto no inciso
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abran- III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
gido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e § 2o (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares,
excluído o do motorista; Art. 145-A.  Além do disposto no art. 145, para conduzir am-
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado bulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento especializa-
em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e do e reciclagem em cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos
quinhentos quilogramas; termos da normatização do Contran.   (Incluído pela Lei nº 12.998,
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado de 2014)
no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares,
excluído o do motorista; Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor
       V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em deverá realizar exames complementares exigidos para habilitação
que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja na categoria pretendida.
unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada te-
nha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exa-
ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares.(Redação dada pela Lei mes realizados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte or-
nº 12.452, de 2011) dem:

Didatismo e Conhecimento 100


NOÇÕES DIREITO PENAL
I - de aptidão física e mental; § 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, ten-
II -  (VETADO) do em vista a incapacidade de atendimento do disposto no pará-
III - escrito, sobre legislação de trânsito; grafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo de
IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamenta- habilitação.
ção do CONTRAN;        § 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN pode-
V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo rá dispensar os tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão
da categoria para a qual estiver habilitando-se. de saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo Departamento
§ 1º  Os resultados dos exames e a identificação dos respecti- de Aeronáutica Civil, respectivamente, da prestação do exame de
vos examinadores serão registrados no RENACH.      (Renumera- aptidão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
do do parágrafo único, pela Lei nº 9.602, de 1998)
       § 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e Art. 148-A.  Os condutores das categorias C, D e E deverão
renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores submeter-se a exames toxicológicos para a habilitação e renovação
com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência da Carteira Nacional de Habilitação.   (Incluído pela Lei nº 13.103,
ou domicílio do examinado. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) de 2015)  (Vigência)
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica § 1o  O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo
preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condu- de substâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam
tor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção mínima de
avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.  (Incluído
primeira habilitação.(Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001) pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência)
       § 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, § 2o  Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Na-
ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade cional de Habilitação com validade de 5 (cinco) anos deverão fazer
para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser dimi- o exame previsto no § 1o no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses
nuído por proposta do perito examinador.  (Incluído pela Lei nº a contar da realização do disposto no caput.        (Incluído pela Lei
9.602, de 1998) nº 13.103, de 2015)  (Vigência)
§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo § 3o  Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Na-
terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional de Habili- cional de Habilitação com validade de 3 (três) anos deverão fazer
tação, conforme especificações do Conselho Nacional de Trânsito o exame previsto no § 1o no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses
– Contran.(Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001) a contar da realização do disposto no caput.  (Incluído pela Lei nº
        13.103, de 2015)  (Vigência)
Art. 147-A.  Ao candidato com deficiência auditiva é assegu- § 4o  É garantido o direito de contraprova e de recurso admi-
rada acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecno- nistrativo no caso de resultado positivo para o exame de que trata
logias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do pro- o caput,nos termos das normas do Contran.  (Incluído pela Lei nº
cesso de habilitação.   (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vi- 13.103, de 2015)  (Vigência)
gência) § 5o  A reprovação no exame previsto neste artigo terá como
§ 1o  O material didático audiovisual utilizado em aulas teó- consequência a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3
ricas dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão ao resul-
desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda tado negativo em novo exame, e vedada a aplicação de outras pe-
oculta associada à tradução simultânea em Libras. (Incluído pela nalidades, ainda que acessórias.   (Incluído pela Lei nº 13.103, de
Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) 2015)  (Vigência)
§ 2o  É assegurado também ao candidato com deficiência au- § 6o  O resultado do exame somente será divulgado para o
ditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete interessado e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao dis-
da Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas. (In- posto neste artigo ou no § 6o do art. 168 da Consolidação das Leis
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de
maio de 1943.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência)
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção § 7o  O exame será realizado, em regime de livre concorrên-
veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou priva- cia, pelos laboratórios credenciados pelo Departamento Nacio-
das credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e nal de Trânsito - DENATRAN, nos termos das normas do Con-
do Distrito Federal, de acordo com as normas estabelecidas pelo tran, vedado aos entes públicos:  (Incluído pela Lei nº 13.103, de
CONTRAN. 2015)     (Vigência)
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamen- I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº 13.103,
te, curso de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção de 2015)  (Vigência)
ao meio ambiente relacionados com o trânsito. II - limitar o número de empresas ou o número de locais em
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Di- que a atividade pode ser exercida; e    (Incluído pela Lei nº 13.103,
rigir, com validade de um ano. de 2015) (Vigência)
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao con- III - estabelecer regras de exclusividade territorial.        (In-
dutor no término de um ano, desde que o mesmo não tenha come- cluído pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência)
tido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja
reincidente em infração média. Art. 149.  (VETADO)

Didatismo e Conhecimento 101


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para
o condutor que não tenha curso de direção defensiva e primeiros aprendizagem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN,
socorros deverá a eles ser submetido, conforme normatização do após aprovação nos exames de aptidão física, mental, de primeiros
CONTRAN. socorros e sobre legislação de trânsito.(Incluído pela Lei nº 9.602,
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contrata- de 1998)
dos para operar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso
de direção defensiva, primeiros socorros e outros conforme nor- Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para
matização do CONTRAN. prestação de serviço pelas auto-escolas e outras entidades destina-
das à formação de condutores e às exigências necessárias para o
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre le- exercício das atividades de instrutor e examinador.
gislação de trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá
repetir o exame depois de decorridos quinze dias da divulgação do Art. 157.  (VETADO)
resultado.
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:(Vide Lei nº
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante
12.217, de 2010) Vigência
uma comissão integrada por três membros designados pelo diri-
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão exe-
gente do órgão executivo local de trânsito, para o período de um
ano, permitida a recondução por mais um período de igual dura- cutivo de trânsito;
ção. II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.       
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
um membro deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à aprendizagem poderá conduzir apenas mais um acompanhan-
pretendida pelo candidato. te.      (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.217, de
§ 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que possuí- 2010).
rem curso de formação de condutor, ministrado em suas corpora- § 2o  Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada
ções, serão dispensados, para a concessão da Carteira Nacional de durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária
Habilitação, dos exames a que se houverem submetido com apro- mínima correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.217, de 2010).
vação naquele curso, desde que neles sejam observadas as normas
estabelecidas pelo CONTRAN. Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em
§ 3º O militar interessado instruirá seu requerimento com ofí- modelo único e de acordo com as especificações do CONTRAN,
cio do Comandante, Chefe ou Diretor da organização militar em atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá
que servir, do qual constarão: o número do registro de identifi- fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equi-
cação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se valerá a documento de identidade em todo o território nacional.
habilitou a conduzir, acompanhado de cópias das atas dos exames § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Car-
prestados. teira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção
§ 4º  (VETADO) do veículo.
§ 2º  (VETADO)
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a § 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilita-
identificação de seus instrutores e examinadores, que serão passí- ção será regulamentada pelo CONTRAN.
veis de punição conforme regulamentação a ser estabelecida pelo § 4º  (VETADO)
CONTRAN. § 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e Dirigir somente terão validade para a condução de veículo quando
examinadores serão de advertência, suspensão e cancelamento da
apresentada em original.
autorização para o exercício da atividade, conforme a falta come-
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expe-
tida.
dida e a da autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RE-
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores
serão identificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros NACH, agregando-se neste todas as informações.
de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a § 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habili-
inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta. tação ou a emissão de uma nova via somente será realizada após
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para quitação de débitos constantes do prontuário do condutor.
aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim, deverá § 9º  (VETADO)
ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca        § 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está
removível, de vinte centímetros de largura, com a inscrição AUTO- condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão física e
-ESCOLA na cor preta. mental.(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigên-
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elé- cia do Código anterior, será substituída por ocasião do vencimento
trico será realizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo do prazo para revalidação do exame de aptidão física e mental,
de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não ressalvados os casos especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela
à entidade credenciada. Lei nº 9.602, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 102


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
ser submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do ar-
acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, indepen- tigo anterior.
dentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena
concretizada na sentença.        Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos in-
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido cisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a con-
poderá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da duzi-lo na via:
autoridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
ao condutor. Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva es- Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art.
tadual de trânsito poderá apreender o documento de habilitação do 162.
condutor até a sua aprovação nos exames realizados.
Art. 165.  Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer
CAPÍTULO XV outra substância psicoativa que determine dependência:       (Re-
DAS INFRAÇÕES dação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Infração - gravíssima;       (Redação dada pela Lei nº 11.705,
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de de 2008) 
qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de di-
das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às pena- rigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
lidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além 2012)
das punições previstas no Capítulo XIX. Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resolu- litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art.
ções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas administra- 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de
tivas definidas nas próprias resoluções. Trânsito Brasileiro.      (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) me-
Art. 162. Dirigir veículo:
ses.(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão
para Dirigir:
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa
Infração - gravíssima;
que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não esti-
Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;
ver em condições de dirigi-lo com segurança:
II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para
Infração - gravíssima;
Dirigir cassada ou com suspensão do direito de dirigir: Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo; Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para segurança, conforme previsto no art. 65:
Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo: Infração - grave;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa;
Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo; Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do
Medida administrativa - recolhimento do documento de ha- cinto pelo infrator.
bilitação;
IV -  (VETADO) Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem ob-
V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida servância das normas de segurança especiais estabelecidas neste
há mais de trinta dias: Código:
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregu-
Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor laridade seja sanada.
habilitado;
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensá-
audição, de prótese física ou as adaptações do veículo impostas por veis à segurança:
ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir: Infração - leve;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atraves-
da irregularidade ou apresentação de condutor habilitado. sando a via pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima;
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
previstas no artigo anterior: Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior; do documento de habilitação.

Didatismo e Conhecimento 103


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
veículos, água ou detritos: II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evi-
Infração - média; tar perigo para o trânsito no local;
Penalidade - multa. III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da
polícia e da perícia;
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou IV - de adotar providências para remover o veículo do local,
substâncias: quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trân-
Infração - média; sito;
Penalidade - multa. V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações
necessárias à confecção do boletim de ocorrência:
Art. 173.  Disputar corrida:(Redação dada pela Lei nº 12.971, Infração - gravíssima;
de 2014)    (Vigência) Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de di-
Infração - gravíssima; rigir;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de diri- Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
gir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de litação.
2014)    (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de aci-
tação e remoção do veículo. dente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes:
Parágrafo único.  Aplica-se em dobro a multa prevista Infração - grave;
no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses Penalidade - multa.
da infração anterior.(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vi-
gência) Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem víti-
ma, de adotar providências para remover o veículo do local, quan-
Art. 174.  Promover, na via, competição, eventos organizados, do necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do
trânsito:
exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou
Infração - média;
deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de
Penalidade - multa.
trânsito com circunscrição sobre a via: (Redação dada pela Lei nº
12.971, de 2014)    (Vigência)
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via
Infração - gravíssima;
pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de diri-
e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:
gir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:
2014)    (Vigência)
Infração - grave;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- Penalidade - multa;
tação e remoção do veículo. Medida administrativa - remoção do veículo;
§ 1o   As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos con- II - nas demais vias:
dutores participantes.(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)   (Vi- Infração - leve;
gência) Penalidade - multa.
§ 2o  Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior.         Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de com-
Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) bustível:
Infração - média;
Art. 175.  Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir ma- Penalidade - multa;
nobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frena- Medida administrativa - remoção do veículo.
gem com deslizamento ou arrastamento de pneus:  (Redação dada
pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) Art. 181. Estacionar o veículo:
Infração - gravíssima; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha-
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de diri- mento da via transversal:
gir e apreensão do veículo;  (Redação dada pela Lei nº 12.971, de Infração - média;
2014)    (Vigência) Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- Medida administrativa - remoção do veículo;
tação e remoção do veículo. II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí-
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista metros a um metro:
no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses Infração - leve;
da infração anterior.  (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vi- Penalidade - multa;
gência) Medida administrativa - remoção do veículo;
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com víti- Infração - grave;
ma: Penalidade - multa;

Didatismo e Conhecimento 104


NOÇÕES DIREITO PENAL
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Có- XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado
digo: e sem calço de segurança, quando se tratar de veículo com peso
Infração - média; bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias Medida administrativa - remoção do veículo;
de trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento:        XVII - em desacordo com as condições regulamentadas
Infração - gravíssima; especificamente pela sinalização (placa - Estacionamento Regula-
Penalidade - multa; mentado):
Medida administrativa - remoção do veículo;        Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou 2015)      (Vigência)
tampas de poços de visita de galerias subterrâneas, desde que de- Penalidade - multa;
vidamente identificados, conforme especificação do CONTRAN: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média; XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela
Penalidade - multa; sinalização (placa - Proibido Estacionar):
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior: Penalidade - multa;
Infração - leve; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibi-
Medida administrativa - remoção do veículo; dos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Estacionar):
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre Infração - grave;
ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou Penalidade - multa;
sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas Medida administrativa - remoção do veículo.
de canalização, gramados ou jardim público: § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito
Infração - grave; aplicará a penalidade preferencialmente após a remoção do veí-
Penalidade - multa; culo.
Medida administrativa - remoção do veículo; § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada desti- calço de segurança na via.
nada à entrada ou saída de veículos:
Infração - média; Art. 182. Parar o veículo:
Penalidade - multa; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha-
Medida administrativa - remoção do veículo; mento da via transversal:
X - impedindo a movimentação de outro veículo: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí-
Medida administrativa - remoção do veículo; metros a um metro:
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla: Infração - leve;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um me-
Medida administrativa - remoção do veículo; tro:
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação Infração - média;
de veículos e pedestres: Penalidade - multa;
Infração - grave; IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Có-
Penalidade - multa; digo:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - leve;
XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de Penalidade - multa;
ponto de embarque ou desembarque de passageiros de transporte V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias
coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo com- de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento:
preendido entre dez metros antes e depois do marco do ponto: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas,
Medida administrativa - remoção do veículo; refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e
XIV - nos viadutos, pontes e túneis: marcas de canalização:
Infração - grave; Infração - leve;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação
XV - na contramão de direção: de veículos e pedestres:
Infração - média; Infração - média;

Didatismo e Conhecimento 105


NOÇÕES DIREITO PENAL
Penalidade - multa; Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou
VIII - nos viadutos, pontes e túneis: perturbando o trânsito:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
IX - na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa; Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos
X - em local e horário proibidos especificamente pela sinaliza- de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de
ção (placa - Proibido Parar): operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em
Infração - média; serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos
Penalidade - multa. regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermi-
tentes:
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudan- Infração - gravíssima;
ça de sinal luminoso: Penalidade - multa.
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este
Art. 184. Transitar com o veículo: com prioridade de passagem devidamente identificada por dispo-
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circula- sitivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
ção exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso intermitentes:
a imóveis lindeiros ou conversões à direita: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de cir- Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em
culação exclusiva para determinado tipo de veículo:
sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao
Infração - grave;
Penalidade - multa. realizar operação de ultrapassagem:
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com Infração - gravíssima;
circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de diri-
de passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do gir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência)
poder público competente:(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Infração - gravíssima;  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
Penalidade - multa e apreensão do veículo;  (Incluído pela Lei meses da infração anterior.    (Incluído pela Lei nº 12.971, de
nº 13.154, de 2015)
2014)    (Vigência)
Medida Administrativa - remoção do veículo.  (Incluído pela
Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao
conservá-lo: bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamenta- condições climáticas do local da circulação e do veículo:
ção, exceto em situações de emergência; Infração - grave;
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte: Penalidade - multa.
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios,
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em: passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos,
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultra- canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos,
passar outro veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a marcas de canalização, gramados e jardins públicos:
preferência do veículo que transitar em sentido contrário: Infração - gravíssima;
Infração - grave; Penalidade - multa (três vezes).
Penalidade - multa;
II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância neces-
de circulação: sária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segu-
Infração - gravíssima;
rança:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela Penalidade - multa.
regulamentação estabelecida pela autoridade competente: 
I - para todos os tipos de veículos: Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade
Infração - média; competente de trânsito ou de seus agentes:
Penalidade - multa; Infração - grave;
II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) Penalidade - multa.

Didatismo e Conhecimento 106


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto Parágrafo único.  Aplica-se em dobro a multa prevista
regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses
início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vi-
mudança de direção ou de faixa de circulação: gência)
Infração - grave;
Penalidade - multa. Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita,
para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquer-
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo da, onde não houver local apropriado para operação de retorno:
para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva Infração - grave;
mão de direção, quando for manobrar para um desses lados: Penalidade - multa.
Infração - média;
Penalidade - multa. Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cor-
tejo, préstito, desfile e formações militares, salvo com autorização
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando so- da autoridade de trânsito ou de seus agentes:
licitado: Infração - leve;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 206. Executar operação de retorno:
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da I - em locais proibidos pela sinalização;
frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
entrar à esquerda: III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardina-
mento ou canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e
Infração - média;
faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados;
Penalidade - multa.
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via
transversal;
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte cole-
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda
tivo ou de escolares, parado para embarque ou desembarque de
que em locais permitidos:
passageiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o pe-
Infração - gravíssima;
destre:
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à es-
querda em locais proibidos pela sinalização:
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e Infração - grave;
cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta: Penalidade - multa.
Infração - média;
Penalidade - multa. Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de pa-
rada obrigatória:
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: Infração - gravíssima;
I - pelo acostamento; Penalidade - multa.
II - em interseções e passagens de nível;
Infração - gravíssima;   (Redação dada pela Lei nº 12.971, de Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou
2014)    (Vigência) sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às
Penalidade - multa (cinco vezes).    (Redação dada pela Lei nº áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para não efe-
12.971, de 2014)    (Vigência) tuar o pagamento do pedágio:
Infração - grave;
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo: Penalidade - multa.
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
II - nas faixas de pedestre; Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
III - nas pontes, viadutos ou túneis; Infração - gravíssima;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, can- Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do di-
celas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circu- reito de dirigir;
lação; Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de do documento de habilitação.
fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua
amarela: Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de
Infração - gravíssima;   (Redação dada pela Lei nº 12.971, de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro
2014)    (Vigência) obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:
Penalidade - multa (cinco vezes).  (Redação dada pela Lei nº Infração - grave;
12.971, de 2014)    (Vigência) Penalidade - multa.

Didatismo e Conhecimento 107


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha Penalidade - multa;       (Redação dada pela Lei nº 11.334, de
férrea: 2006)
Infração - gravíssima; II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
Penalidade - multa. 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por cento):(Redação
dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva Infração - grave;(Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
marcha for interceptada: Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, 2006)
desfiles e outros: III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
Infração - gravíssima; 50% (cinqüenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;  (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do di-
militares e outros: reito de dirigir e apreensão do documento de habilitação.(Incluído
Infração - grave; pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa.
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à me-
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e tade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou
a veículo não motorizado: obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e me-
I - que se encontre na faixa a ele destinada; teorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal Infração - média;
verde para o veículo; Penalidade - multa.
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e ges-
tantes: Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma
Infração - gravíssima; compatível com a segurança do trânsito:
Penalidade - multa.
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos,
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja
préstitos e desfiles:
sinalização a ele destinada;
Infração - gravíssima;
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se di-
Penalidade - multa;
rige o veículo:
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo
Infração - grave;
agente da autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou ges-
Penalidade - multa.
tos;
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem: III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acos-
I - em interseção não sinalizada: tamento;
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória; IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinali-
b) a veículo que vier da direita; zada;
II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;
a Preferência: VI - nos trechos em curva de pequeno raio;
Infração - grave; VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência
Penalidade - multa. de obras ou trabalhadores na pista;
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequada- IX - quando houver má visibilidade;
mente posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituo-
segurança de pedestres e de outros veículos: so ou avariado;
Infração - média; XI - à aproximação de animais na pista;
Penalidade - multa. XII - em declive;
XIII - ao ultrapassar ciclista:
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem Infração - grave;
dar preferência de passagem a pedestres e a outros veículos: Penalidade - multa;
Infração - média; XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de em-
Penalidade - multa. barque e desembarque de passageiros ou onde haja intensa movi-
mentação de pedestres:
Art. 218.  Transitar em velocidade superior à máxima permiti- Infração - gravíssima;
da para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em Penalidade - multa.
rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: (Re-
dação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desa-
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% cordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo CON-
(vinte por cento):       (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) TRAN:
Infração - média;       (Redação dada pela Lei nº 11.334, de Infração - média;
2006) Penalidade - multa;

Didatismo e Conhecimento 108


NOÇÕES DIREITO PENAL
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme
e apreensão das placas irregulares. ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que con- desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:
fecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, Infração - média;
placas de identificação não autorizadas pela regulamentação. Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento
de emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos Art. 230. Conduzir o veículo:
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qual-
veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscali-
quer outro elemento de identificação do veículo violado ou falsi-
zação de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:
ficado;
Infração - média;
II - transportando passageiros em compartimento de carga,
Penalidade - multa. salvo por motivo de força maior, com permissão da autoridade
competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN;
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de III - com dispositivo anti-radar;
luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor: IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Infração - grave; V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
Penalidade - multa; VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condi-
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. ções de legibilidade e visibilidade:
Infração - gravíssima;
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias pro- Penalidade - multa e apreensão do veículo;
vidas de iluminação pública: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - leve; VII - com a cor ou característica alterada;
Penalidade - multa. VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicu-
lar, quando obrigatória;
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os de- IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente
mais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes externas ou ou inoperante;
omitir-se quanto a providências necessárias para tornar visível o lo- X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabe-
lecido pelo CONTRAN;
cal, quando:
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou perma-
defeituoso, deficiente ou inoperante;
necer no acostamento; XII - com equipamento ou acessório proibido;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de si-
imediatamente: nalização alterados;
Infração - grave; XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e
Penalidade - multa. tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência desse apa-
relho;
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter
utilizado para sinalização temporária da via: publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a exten-
Infração - média; são da parte traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas
Penalidade - multa. neste Código;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas
Art. 227. Usar buzina: refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas;
I - em situação que não a de simples toque breve como adver- XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas
tência ao pedestre ou a condutores de outros veículos; pela legislação;
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a se-
III - entre as vinte e duas e as seis horas; gurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de
emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104;
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
V - em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas
Infração - grave;
pelo CONTRAN:
Penalidade - multa;
Infração - leve; Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
Penalidade - multa. ção;
XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou forma estabelecida no art. 136:
freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa; XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscri-
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. ções previstas neste Código;

Didatismo e Conhecimento 109


NOÇÕES DIREITO PENAL
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (quarenta)
ou com lâmpadas queimadas: UFIR;
Infração - média; f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinqüenta) UFIR;
Penalidade - multa. Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. carga excedente;
67-C, relativamente ao tempo de permanência do condutor ao vo- VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela
lante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de veículo de autoridade competente para transitar com dimensões excedentes,
transporte de carga ou coletivo de passageiros:  (Redação dada pela ou quando a mesma estiver vencida:
Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência) Infração - grave;
Infração - média;    (Redação dada pela Lei nº 13.103, de Penalidade - multa e apreensão do veículo;
2015)  (Vigência) Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;   (Redação dada pela Lei nº 13.103, de VII - com lotação excedente;
2015)  (Vigência) VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens,
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força
do tempo de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.103, maior ou com permissão da autoridade competente:
de 2015)  (Vigência) Infração - média;
XXIV- (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 12.619, de Penalidade - multa;
2012)  (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo;
§ 1o  Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 IX - desligado ou desengrenado, em declive:
(doze) meses, será convertida, automaticamente, a penalidade Infração - média;
disposta no inciso XXIII em infração grave. (Incluído pela Lei nº Penalidade - multa;
13.103, de 2015)  (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo;
§ 2o  Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do X - excedendo a capacidade máxima de tração:
veículo fica condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre
o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser
ou administrativo, da multa.   (Incluído pela Lei nº 13.103, de
regulamentada pelo CONTRAN;
2015)  (Vigência)
Penalidade - multa;
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de
Art. 231. Transitar com o veículo:
carga excedente.
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos inci-
Art. 231. Transitar com o veículo:
sos V e X, o veículo que transitar com excesso de peso ou exceden-
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;
do à capacidade máxima de tração, não computado o percentual
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
tolerado na forma do disposto na legislação, somente poderá con-
a) carga que esteja transportando; tinuar viagem após descarregar o que exceder, segundo critérios
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; estabelecidos na referida legislação complementar.
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
Infração - gravíssima; Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obri-
Penalidade - multa; gatório referidos neste Código:
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- Infração - leve;
ção; Penalidade - multa;
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superio- Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
res aos fixados pelo CONTRAN; ção do documento.
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites
estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização: Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de
Infração - grave; trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipó-
Penalidade - multa; teses previstas no art. 123:
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- Infração - grave;
ção; Penalidade - multa;
V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
quando aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo ção.
CONTRAN:
Infração - média; Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou identificação do veículo:
fração de excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela: Infração - gravíssima;
a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10 (dez) Medida administrativa - remoção do veículo.
UFIR;
c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vinte) UFIR; Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes exter-
d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta) UFIR; nas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:

Didatismo e Conhecimento 110


NOÇÕES DIREITO PENAL
Infração - grave; II - transportando passageiro sem o capacete de segurança,
Penalidade - multa; na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suple-
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo. mentar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, roda;
salvo em casos de emergência: IV - com os faróis apagados;
Infração - média; V - transportando criança menor de sete anos ou que não te-
Penalidade - multa. nha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segu-
rança:
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as espe- Infração - gravíssima;
cificações, e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
identificação, quando exigidas pela legislação: Medida administrativa - Recolhimento do documento de ha-
Infração - grave;
bilitação;
Penalidade - multa;
VI - rebocando outro veículo;
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo even-
ção.
tualmente para indicação de manobras;
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a VIII – transportando carga incompatível com suas especifica-
seus agentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de ções ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta
registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para Lei;       (Redação dada pela Lei nº 12.2009, de 2009)
averiguação de sua autenticidade: IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em de-
Infração - gravíssima; sacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas
Penalidade - multa e apreensão do veículo; que regem a atividade profissional dos mototaxistas:    (Incluído
Medida administrativa - remoção do veículo. pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para re- Penalidade – multa;   (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
gularização, sem permissão da autoridade competente ou de seus Medida administrativa – apreensão do veículo para regulari-
agentes: zação.  (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)
Infração - gravíssima; § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII,
Penalidade - multa e apreensão do veículo; além de:
Medida administrativa - remoção do veículo. a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial
a ele destinado;
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do regis- b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde
tro de veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado: houver acostamento ou faixas de rolamento próprias;
Infração - grave; c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias,
Penalidade - multa; condições de cuidar de sua própria segurança.
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Re- § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do pa-
gistro e do Certificado de Licenciamento Anual. rágrafo anterior:
Infração - média;
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo Penalidade - multa.
ou de habilitação do condutor:
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo
Infração - leve;
não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi-re-
Penalidade - multa.
boques especialmente projetados para esse fim e devidamente ho-
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de re- mologados pelo órgão competente.  (Incluído pela Lei nº 10.517,
gistro, licenciamento ou habilitação: de 2002)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, mate-
riais ou equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade de
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão trânsito com circunscrição sobre a via:
executivo de trânsito competente a ocorrência de perda total do Infração - grave;
veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do mate-
Penalidade - multa; rial.
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos do- Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa inci-
cumentos. dirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável.

Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre cir-
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de culação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via
proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:
aprovadas pelo CONTRAN; Infração - gravíssima;

Didatismo e Conhecimento 111


NOÇÕES DIREITO PENAL
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da III - com incapacidade física ou mental temporária que com-
autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. prometa a segurança do trânsito;
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que compro-
ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com meta a utilização dos pedais;
circunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergên- V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer si-
cia, às expensas do responsável, ou, se possível, promover a de- nais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acio-
sobstrução. nar equipamentos e acessórios do veículo;
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a apare-
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamen- lhagem sonora ou de telefone celular;
to, em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os Infração - média;
de tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a Penalidade - multa.
eles destinados: VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movi-
Infração - média;
mento:  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Penalidade - multa.
Infração - média;  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Penalidade - multa.  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de
passageiros carga excedente em desacordo com o estabelecido no
art. 109: Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - grave; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - retenção para o transbordo. Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, Art. 253-A.  Usar veículo para, deliberadamente, interromper,
quando o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desem- restringir ou perturbar a circulação na via: (Incluído pela Medida
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias: Provisória nº 699, de 2015)
Infração - média; Infração - gravíssima; (Incluído pela Medida Provisória nº
Penalidade - multa. 699, de 2015)
Penalidade - multa (trinta vezes), suspensão do direito de diri-
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: gir por doze meses e apreensão do veículo; (Incluído pela Medida
I - deixar de manter acesa a luz baixa: Provisória nº 699, de 2015)
a) durante a noite; Medida administrativa - recolhimento do documento de ha-
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública; bilitação, remoção do veículo e proibição de receber incentivo
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coleti- creditício por dez anos para aquisição de veículos. (Incluído pela
vo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas; Medida Provisória nº 699, de 2015)
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores; § 1o  Aplica-se a multa agravada em cem vezes aos organiza-
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição dores da conduta prevista no caput. (Incluído pela Medida Provi-
sob chuva forte, neblina ou cerração; sória nº 699, de 2015)
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite; § 2o  Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no
Infração - média; período de doze meses. (Incluído pela Medida Provisória nº 699,
Penalidade - multa. de 2015)
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
Art. 254. É proibido ao pedestre:
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para
emergência;
cruzá-las onde for permitido;
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis,
situações:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro salvo onde exista permissão;
condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo; III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo
b) em imobilizações ou situação de emergência, como adver- quando houver sinalização para esse fim;
tência, utilizando pisca-alerta; IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles
o uso do pisca-alerta: e similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da
Infração - média; autoridade competente;
Penalidade - multa. V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou
subterrânea;
Art. 252. Dirigir o veículo: VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
I - com o braço do lado de fora; Infração - leve;
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da
ou entre os braços e pernas; infração de natureza leve.

Didatismo e Conhecimento 112


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permi- § 6º O transportador e o embarcador são solidariamente res-
tida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com ponsáveis pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se
o disposto no parágrafo único do art. 59: o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao
Infração - média; limite legal.
Penalidade - multa; § 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o pro-
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante reci- prietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação
bo para o pagamento da multa. da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o CON-
TRAN, ao fim do qual, não o fazendo, será considerado responsá-
CAPÍTULO XVI vel pela infração.
DAS PENALIDADES § 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo
identificação do infrator e sendo o veículo de propriedade de pes-
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências soa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do veículo,
estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá mantida a originada pela infração, cujo valor é o da multa multi-
aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades: plicada pelo número de infrações iguais cometidas no período de
I - advertência por escrito; doze meses.
II - multa; § 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do
III - suspensão do direito de dirigir; disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259.
IV - apreensão do veículo;
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de
VI - cassação da Permissão para Dirigir; acordo com sua gravidade, em quatro categorias:
VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem. I - infração de natureza gravíssima, punida com multa de valor
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não correspondente a 180 (cento e oitenta) UFIR;
elide as punições originárias de ilícitos penais decorrentes de cri- II - infração de natureza grave, punida com multa de valor
mes de trânsito, conforme disposições de lei. correspondente a 120 (cento e vinte) UFIR;
§ 2º  (VETADO) III - infração de natureza média, punida com multa de valor
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos correspondente a 80 (oitenta) UFIR;
ou entidades executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamen- IV - infração de natureza leve, punida com multa de valor cor-
to do veículo e habilitação do condutor. respondente a 50 (cinqüenta) UFIR.
§ 1º Os valores das multas serão corrigidos no primeiro dia
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao pro- útil de cada mês pela variação da UFIR ou outro índice legal de
prietário do veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os correção dos débitos fiscais.
casos de descumprimento de obrigações e deveres impostos a pes- § 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador
soas físicas ou jurídicas expressamente mencionados neste Códi- ou índice adicional específico é o previsto neste Código.
go. § 3º  (VETADO)
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas § 4º  (VETADO)
concomitantemente as penalidades de que trata este Código toda
vez que houver responsabilidade solidária em infração dos precei- Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguin-
tos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela tes números de pontos:
falta em comum que lhes for atribuída. I - gravíssima - sete pontos;
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela II - grave - cinco pontos;
infração referente à prévia regularização e preenchimento das for- III - média - quatro pontos;
malidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via IV - leve - três pontos.
terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, § 1º  (VETADO)
componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus § 2º  (VETADO)
condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva § 3o (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
observar. gência)
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações § 4o  Ao condutor identificado no ato da infração será atribuí-
decorrentes de atos praticados na direção do veículo. da pontuação pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao previstos no § 3o do art. 257, excetuando-se aquelas praticadas por
transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bru- passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de passa-
to total, quando simultaneamente for o único remetente da carga geiros em viagens de longa distância transitando em rodovias com
e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior a utilização de ônibus, em linhas regulares intermunicipal, inte-
àquele aferido. restadual, internacional e aquelas em viagem de longa distância
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas
transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a as situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei
carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o peso no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasilei-
bruto total. ro.     (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 113


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão § 1º No caso de infração em que seja aplicável a penalidade
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja de apreensão do veículo, o agente de trânsito deverá, desde logo,
ocorrido a infração, de acordo com a competência estabelecida adotar a medida administrativa de recolhimento do Certificado de
neste Código. Licenciamento Anual.
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade § 2º A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá me-
da Federação diversa da do licenciamento do veículo serão arre- diante o prévio pagamento das multas impostas, taxas e despesas
cadadas e compensadas na forma estabelecida pelo CONTRAN. com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legis-
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade lação específica.
da Federação diversa daquela do licenciamento do veículo pode- § 3º A retirada dos veículos apreendidos é condicionada, ain-
rão ser comunicadas ao órgão ou entidade responsável pelo seu da, ao reparo de qualquer componente ou equipamento obrigatório
licenciamento, que providenciará a notificação. que não esteja em perfeito estado de funcionamento.
§ 3º  (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) § 4º Se o reparo referido no parágrafo anterior demandar pro-
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado vidência que não possa ser tomada no depósito, a autoridade res-
no exterior, em trânsito no território nacional, a multa respectiva ponsável pela apreensão liberará o veículo para reparo, mediante
deverá ser paga antes de sua saída do País, respeitado o princípio autorização, assinando prazo para a sua reapresentação e vistoria.
de reciprocidade. § 5o O recolhimento ao depósito, bem como a sua manuten-
ção, ocorrerá por serviço público executado diretamente ou contra-
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será tado por licitação pública pelo critério de menor preço.    (Incluído
aplicada, nos casos previstos neste Código, pelo prazo mínimo de pela Lei nº 12.760, de 2012)
um mês até o máximo de um ano e, no caso de reincidência no pe-
ríodo de doze meses, pelo prazo mínimo de seis meses até o máxi- Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
mo de dois anos, segundo critérios estabelecidos pelo CONTRAN. I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir
§ 1o  Além dos casos previstos em outros artigos deste Código qualquer veículo;
e excetuados aqueles especificados no art. 263, a suspensão do di- II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das in-
reito de dirigir será aplicada quando o infrator atingir, no período
frações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165,
de 12 (doze) meses, a contagem de 20 (vinte) pontos, conforme
173, 174 e 175;
pontuação indicada no art. 259.  (Redação dada pela Lei nº 12.547,
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito,
de 2011)
observado o disposto no art. 160.
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Car-
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade
teira Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular imediata-
na expedição do documento de habilitação, a autoridade expedido-
mente após cumprida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3o  A imposição da penalidade de suspensão do direito de ra promoverá o seu cancelamento.
dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados para fins de conta- § 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional
gem subsequente. (Incluído pela Lei nº 12.547, de 2011) de Habilitação, o infrator poderá requerer sua reabilitação, sub-
§ 4o (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi- metendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma
gência) estabelecida pelo CONTRAN.
§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada em veícu-
lo, habilitado na categoria C, D ou E, será convocado pelo órgão Art. 264.  (VETADO)
executivo de trânsito estadual a participar de curso preventivo de
reciclagem sempre que, no período de um ano, atingir quatorze Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir
pontos, conforme regulamentação do Contran.  (Incluído pela Lei e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas por
nº 13.154, de 2015) decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente, em
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o, o con- processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de
dutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem sido atribuídos, defesa.
para fins de contagem subsequente.  (Incluído pela Lei nº 13.154,
de 2015) Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas
§ 7o Após o término do curso de reciclagem, na forma do § 5o, ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as res-
o condutor não poderá ser novamente convocado antes de trans- pectivas penalidades.
corrido o período de um ano.  (Incluído pela Lei nº 13.154, de
2015) Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser puni-
serviço público tem o direito de ser informada dos pontos atribuí- da com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infra-
dos, na forma do art. 259, aos motoristas que integrem seu quadro ção, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o
funcional, exercendo atividade remunerada ao volante, na forma prontuário do infrator, entender esta providência como mais edu-
que dispuser o Contran.  (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) cativa.
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acrés-
Art. 262. O veículo apreendido em decorrência de penalidade cimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por
aplicada será recolhido ao depósito e nele permanecerá sob cus- infração posteriormente cometida.
tódia e responsabilidade do órgão ou entidade apreendedora, com § 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedes-
ônus para o seu proprietário, pelo prazo de até trinta dias, confor- tres, podendo a multa ser transformada na participação do infrator
me critério a ser estabelecido pelo CONTRAN. em cursos de segurança viária, a critério da autoridade de trânsito.

Didatismo e Conhecimento 114


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao
forma estabelecida pelo CONTRAN: condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas administra-
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação; tivas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade devidamente
II - quando suspenso do direito de dirigir; regularizado.
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja § 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infra-
contribuído, independentemente de processo judicial; ção, o veículo será recolhido ao depósito, aplicando-se neste caso o
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito; disposto nos parágrafos do art. 262.
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quan-
colocando em risco a segurança do trânsito; do se tratar de veículo de transporte coletivo transportando passagei-
VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN. ros ou veículo transportando produto perigoso ou perecível, desde
que ofereça condições de segurança para circulação em via pública.
CAPÍTULO XVII § 6º  Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o  
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS § 2o, será feito registro de restrição administrativa no Renavam por
órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Fe-
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfe- deral, que será retirada após comprovada a regularização.(Incluído
ra das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua pela Lei nº 13.160, de 2015)
circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:  § 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o re-
I - retenção do veículo; sultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse
II - remoção do veículo; caso, o disposto no art. 271.(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste
V - recolhimento do Certificado de Registro; Código, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente,
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual; com circunscrição sobre a via.
VII -  (VETADO) § 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante
VIII - transbordo do excesso de carga;
prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e esta-
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia
da, além de outros encargos previstos na legislação específica.(In-
de substância entorpecente ou que determine dependência física
cluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
ou psíquica;
  § 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias
de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja
e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos
em perfeito estado de funcionamento.(Incluído pela Lei nº 13.160,
seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devi-
de 2015)
dos.
§ 3o Se o reparo referido no § 2o demandar providência que não
       XI - realização de exames de aptidão física, mental, de
legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicu- possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela remo-
lar. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) ção liberará o veículo para reparo, mediante autorização, assinalan-
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas ad- do prazo para reapresentação e vistoria.(Incluído pela Lei nº 13.160,
ministrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito de 2015)
e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à   § 4o A remoção, o depósito e a guarda do veículo serão realiza-
incolumidade física da pessoa. dos diretamente por órgão público ou serão contratados por licitação
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não eli- pública.(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
dem a aplicação das penalidades impostas por infrações estabele- § 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato
cidas neste Código, possuindo caráter complementar a estas. de remoção do veículo, sobre as providências necessárias à sua res-
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de tituição e sobre o disposto no art. 328, conforme regulamentação do
Habilitação e a Permissão para Dirigir. CONTRAN.(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o § 6o Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no
disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. momento de remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo
de dez dias contado da data de apreensão, deverá expedir a notifica-
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos nes- ção prevista no § 5o ao proprietário, por remessa postal ou por outro
te Código. meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência.(Incluído pela Lei
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da in- nº 13.160, de 2015)
fração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situa-   § 7o A notificação devolvida por desatualização do endereço
ção. do proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será con-
§ 2o  Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o siderada recebida para todos os efeitos(Incluído pela Lei nº 13.160,
veículo, desde que ofereça condições de segurança para circulação, de 2015)
poderá ser liberado e entregue a condutor regularmente habilitado,   § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação
mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, será feita por edital.(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao   § 9o Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade
condutor para regularizar a situação, para o que se considerará, puder ser sanada no local da infração.(Incluído pela Lei nº 13.160,
desde logo, notificado.(Redação dada pela Lei nº 13.160, de 2015) de 2015)

Didatismo e Conhecimento 115


NOÇÕES DIREITO PENAL
 Art. 271-A.  Os serviços de recolhimento, depósito e guarda Art. 277.  O condutor de veículo automotor envolvido em aci-
de veículo poderão ser executados por ente público ou por particu- dente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá
lar contratado. (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015) ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimen-
§ 1o  Os custos relativos ao disposto no caput são de respon- to que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada
sabilidade do proprietário do veículo. (Incluído pela Medida Pro- pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra subs-
visória nº 699, de 2015) tância psicoativa que determine dependência.  (Redação dada pela
§ 2o  Os custos da contratação de particulares serão pagos pelo Lei nº 12.760, de 2012)
proprietário diretamente ao contratado. (Incluído pela Medida Pro- § 1o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2o  A infração prevista no art. 165 também poderá ser carac-
visória nº 699, de 2015)
terizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indi-
§ 3o  A contratação de particulares poderá ser feita por meio de
quem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacida-
pregão. (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015) de psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito
§ 4o  O disposto neste artigo não afasta a possibilidade de o admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
ente da federação respectivo estabelecer a cobrança por meio de   § 3o  Serão aplicadas as penalidades e medidas administra-
taxa instituída em lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 699, tivas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se
de 2015) recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos
§ 5o  No caso de o proprietário do veículo objeto do reco- no caput deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
lhimento comprovar, administrativamente ou judicialmente, que
o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no período de Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não sub-
retenção em depósito, é da responsabilidade do ente público a metendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem,
devolução das quantias pagas por força deste artigo, segundo os fixos ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209,
mesmos critério da devolução de multas indevidas. (Incluído pela além da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pe-
Medida Provisória nº 699, de 2015) sagem obrigatória.
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial,
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplican-
e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos do-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no
casos previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inau- art. 210.
tenticidade ou adulteração.
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veí-
culo equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo,
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á somente o perito oficial encarregado do levantamento pericial po-
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando: derá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade CAPÍTULO XVIII
no prazo de trinta dias. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Seção I


Anual dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Da Autuação
Código, quando:
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsi-
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; to, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não I - tipificação da infração;
puder ser sanada no local. II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condi- e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identifi-
ção para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às cação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa apli-
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou
cável.
agente autuador ou equipamento que comprovar a infração;
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta
disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo como notificação do cometimento da infração.
liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de re- § 1º (VETADO)
moção e estada. § 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho
Art. 276.  Qualquer concentração de álcool por litro de sangue eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou
ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previs- qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente re-
tas no art. 165.  (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) gulamentado pelo CONTRAN.
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tole- § 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de
rância quando a infração for apurada por meio de aparelho de me- trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, in-
dição, observada a legislação metrológica.  (Redação dada pela Lei formando os dados a respeito do veículo, além dos constantes nos
nº 12.760, de 2012) incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte.

Didatismo e Conhecimento 116


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julga-
o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista do dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs
ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recorrente, poderá
com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência. conceder-lhe efeito suspensivo.

Seção II Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser


Do Julgamento das Autuações e Penalidades interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecido no parágrafo único do art. 284.
estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar re-
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível. curso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu re- a importância paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de
gistro julgado insubsistente: correção dos débitos fiscais.
I - se considerado inconsistente ou irregular;
       II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa
notificação da autuação.(Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998) daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apre-
sentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da residência ou
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao domicílio do infrator.
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o re-
qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a ciência da curso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a pe-
imposição da penalidade. nalidade acompanhado das cópias dos prontuários necessários ao
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço julgamento.
do proprietário do veículo será considerada válida para todos os    
efeitos. Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto,
na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de re-
publicação ou da notificação da decisão.
partições consulares de carreira e de representações de organismos
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento,
internacionais e de seus integrantes será remetida ao Ministério
pelo responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela
das Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança
autoridade que impôs a penalidade.
dos valores, no caso de multa.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condu-
tor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será aprecia-
será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu
do no prazo de trinta dias:
pagamento. I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo de trânsito da União:
para apresentação de recurso pelo responsável pela infração, que a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis
não será inferior a trinta dias contados da data da notificação da meses, cassação do documento de habilitação ou penalidade por
penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;
       § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo
no parágrafo anterior será a data para o recolhimento de seu va- Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apre-
lor.       (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) ciou o recurso e por mais um Presidente de Junta;
II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade
Art. 283. (VETADO) de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CE-
TRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando hou-
do vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento do ver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios
seu valor. membros.
Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa no pra-
zo estabelecido, seu valor será atualizado à data do pagamento, Art. 290. A apreciação do recurso previsto no art. 288 encerra
pelo mesmo número de UFIR fixado no art. 258. a instância administrativa de julgamento de infrações e penalida-
des.
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades apli-
a autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, cadas nos termos deste Código serão cadastradas no RENACH.
que deverá julgá-lo em até trinta dias. CAPÍTULO XIX
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. DOS CRIMES DE TRÂNSITO
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso
ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis subseqüentes à sua Seção I
apresentação, e, se o entender intempestivo, assinalará o fato no Disposições Gerais
despacho de encaminhamento.

Didatismo e Conhecimento 117


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos auto- Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pa-
motores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do gamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus
Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de se- art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material re-
tembro de 1995, no que couber. sultante do crime.
§ 1o  Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do
o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro prejuízo demonstrado no processo.
de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52
único pela Lei nº 11.705, de 2008)
do Código Penal.
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi-
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória
coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705,
de 2008) será descontado.
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com-
petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penali-
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade dades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) a infração:
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com
para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).(Incluído grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
pela Lei nº 11.705, de 2008) II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul-
§ 2o  Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser teradas;
instaurado inquérito policial para a investigação da infração pe- III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habi-
nal.       (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) litação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de
Art. 292.  A suspensão ou a proibição de se obter a permissão categoria diferente da do veículo;
ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe-
isolada ou cumulativamente com outras penalidades.   (Redação ciais com o transporte de passageiros ou de carga;
dada pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi-
pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos
obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor,
tem a duração de dois meses a cinco anos. nas especificações do fabricante;
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho- destinada a pedestres.
ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter Art. 299.  (VETADO)
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não
se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, Art. 300.  (VETADO)
estiver recolhido a estabelecimento prisional.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante,
havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Mi-
nistério Público ou ainda mediante representação da autoridade Seção II
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão Dos Crimes em Espécie
ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de
sua obtenção. Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a
automotor:
medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proi-
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a automotor.
proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre § 1o  No homicídio culposo cometido na direção de veículo
comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o
Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o agente:  (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência)
indiciado ou réu for domiciliado ou residente. I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita-
ção; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência)
Art. 296.  Se o réu for reincidente na prática de crime previsto II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído
neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis- pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência)
são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem
demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, risco pessoal, à vítima do acidente;(Incluído pela Lei nº 12.971, de
de 2008) 2014)    (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 118


NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver condu- § 3o  O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos
zindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização
12.971, de 2014)    (Vigência) do crime tipificado neste artigo.  (Redação dada pela Lei nº 12.971,
V -(Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) de 2014)    (Vigência)
§ 2o  Se o agente conduz veículo automotor com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a per-
substância psicoativa que determine dependência ou participa, em missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta
via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de com fundamento neste Código:
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo au-
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova
tomotor, não autorizada pela autoridade competente:(Incluído pela
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibi-
Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência)
Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou ção.
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que
culo automotor.(Incluído dada pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vi- deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Per-
gência) missão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
 
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo Art. 308.  Participar, na direção de veículo automotor, em via
automotor: pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí- à incolumidade pública ou privada:   (Redação dada pela Lei nº
culo automotor. 12.971, de 2014)    (Vigência)
Parágrafo único.  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à meta- Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e sus-
de, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.  (Redação pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dada pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) dirigir veículo automotor.  (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014)    (Vigência)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do aciden- § 1o  Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão
te, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que
diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autori-
o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,
dade pública:
a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato
não constituir elemento de crime mais grave. anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.   (In-
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o con- cluído pela Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) 
dutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por ter- § 2o  Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e
ceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado
ferimentos leves. nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade
é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das ou-
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do aciden- tras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
te, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser 2014)    (Vigência) 
atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a de-
vida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o
Art. 306.  Conduzir veículo automotor com capacidade psi- direito de dirigir, gerando perigo de dano:
comotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
substância psicoativa que determine dependência:  (Redação dada
pela Lei nº 12.760, de 2012) Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au-
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de
veículo automotor.
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condi-
§ 1o  As condutas previstas no caput  serão constatadas
por:   (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) ções de conduzi-lo com segurança:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool
por litro de ar alveolar; ou   (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) Art. 310-A.  (VETADO)   (Incluído pela Lei nº 12.619, de
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Con- 2012) (Vigência)
tran, alteração da capacidade psicomotora.   (Incluído pela Lei nº
12.760, de 2012) Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segu-
§ 2o  A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida rança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embar-
mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perí- que e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde
cia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando
admitidos, observado o direito à contraprova.   (Redação dada pela perigo de dano:
Lei nº 12.971, de 2014)    (Vigência) Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Didatismo e Conhecimento 119


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente auto- Art. 320-A.  Os órgãos e entidades do Sistema Nacional de
mobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento Trânsito poderão integrar-se para a ampliação e aprimoramento da
policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado fiscalização de trânsito, inclusive por meio do compartilhamento
de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito. (In-
policial, o perito, ou juiz: cluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que Art. 321.  (VETADO)
não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o
inquérito ou o processo aos quais se refere. Art. 322.  (VETADO)

CAPÍTULO XX Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a me-


DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS todologia de aferição de peso de veículos, estabelecendo percen-
tuais de tolerância, sendo durante este período suspensa a vigência
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos das penalidades previstas no inciso V do art. 231, aplicando-se a
membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação penalidade de vinte UFIR por duzentos quilogramas ou fração de
deste Código. excesso.
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabeleci-
dias a partir da publicação deste Código para expedir as resoluções dos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.
necessárias à sua melhor execução, bem como revisar todas as re-
soluções anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas que Art. 324.  (VETADO)
visam a diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção
de pedestres. Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por cinco anos
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até os documentos relativos à habilitação de condutores e ao registro
e licenciamento de veículos, podendo ser microfilmados ou arma-
a data de publicação deste Código, continuam em vigor naquilo
zenados em meio magnético ou óptico para todos os efeitos legais.
em que não conflitem com ele.
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante
anualmente no período compreendido entre 18 e 25 de setembro.
proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta
dias contado da publicação, estabelecer o currículo com conteúdo
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente pode-
programático relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim
rão ser fabricados e licenciados veículos que obedeçam aos limites
de atender o disposto neste Código.
de peso e dimensões fixados na forma desta Lei, ressalvados os
que vierem a ser regulamentados pelo CONTRAN.
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do pará- Parágrafo único.  (VETADO)
grafo único do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e qua-
renta dias contados da publicação desta Lei. Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título
e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo dias, contado da data de recolhimento, será avaliado e levado a
de até um ano para a adaptação dos veículos de condução de esco- leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico.  (Re-
lares e de aprendizagem às normas do inciso III do art. 136 e art. dação dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
154, respectivamente. § 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser ini-
ciada após trinta dias, contados da data de recolhimento do veícu-
Art. 318.  (VETADO) lo, o qual será classificado em duas categorias:  (Incluído pela Lei
nº 13.160, de 2015)
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo I – conservado, quando apresenta condições de segurança para
CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92 do Regula- trafegar; e  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
mento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16 II – sucata, quando não está apto a trafegar.  (Incluído pela Lei
de janeiro de 1968. nº 13.160, de 2015)
§ 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avalia-
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de ção, o lote será incluído no leilão seguinte, quando será arrematado
trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenha- pelo maior lance, desde que por valor não inferior a cinquenta por
ria de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação cento do avaliado.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
de trânsito. § 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo que for
Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do valor das levado a leilão por duas vezes e não for arrematado será leiloado
multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na como sucata.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e edu- § 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à
cação de trânsito. circulação.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 120


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 5o A cobrança das despesas com estada no depósito será li- Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts.
mitada ao prazo de seis meses.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 135 e 136, para exercerem suas atividades, deverão apresentar,
2015) previamente, certidão negativa do registro de distribuição criminal
§ 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados relativamente aos crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção
para custeio da realização do leilão, dividindo-se os custos entre de menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão responsá-
os veículos arrematados, proporcionalmente ao valor da arremata- vel pela respectiva concessão ou autorização.
ção, e destinando-se os valores remanescentes, na seguinte ordem,
para: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas
I – as despesas com remoção e estada;  (Incluído pela Lei nº ou recuperação de veículos e os que comprem, vendam ou des-
13.160, de 2015) montem veículos, usados ou não, são obrigados a possuir livros de
II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;  (In- registro de seu movimento de entrada e saída e de uso de placas
cluído pela Lei nº 13.160, de 2015) de experiência, conforme modelos aprovados e rubricados pelos
órgãos de trânsito.
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito
§ 1º Os livros indicarão:
com garantia real, segundo a ordem de preferência estabelecida
I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
no art. 186 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tri-
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;
butário Nacional); (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável IV - nome, endereço e identidade do comprador;
pelo leilão;  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) V - características do veículo constantes do seu certificado de
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Siste- registro;
ma Nacional de Trânsito, segundo a ordem cronológica; e  (Incluí- VI - número da placa de experiência.
do pela Lei nº 13.160, de 2015) § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência le- e serão encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primei-
gal.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) ro caso, conterão termo de abertura e encerramento lavrados pelo
§ 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os dé- proprietário e rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no
bitos incidentes sobre o veículo, a situação será comunicada aos segundo, todas as folhas serão autenticadas pela repartição de trân-
credores.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) sito.
§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos re-
leilão previamente para que formalizem a desvinculação dos ônus feridos neste artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se ve-
incidentes sobre o veículo no prazo máximo de dez dias.  (Incluído rificarem assinaladas, inclusive, as horas a elas correspondentes,
pela Lei nº 13.160, de 2015) podendo os veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação apreendidos ou retidos para sua completa regularização.
administrativa ficam dele automaticamente desvinculados, sem § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão
prejuízo da cobrança contra o proprietário anterior.  (Incluído pela acesso aos livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretan-
Lei nº 13.160, de 2015) to, retirá-los do estabelecimento.
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito relativo § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao
a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil, a realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas com a multa
posse, a circulação ou o licenciamento de veículo.  (Incluído pela prevista para as infrações gravíssimas, independente das demais
Lei nº 13.160, de 2015) cominações legais cabíveis.
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, § 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos
por sistema eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (In-
por qualquer meio, os débitos serão novamente vinculados ao
cluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto nos §§ 1o, 2o e 3o do art.
271.  (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passa-
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depo- rão a integrar os colegiados destinados ao julgamento dos recur-
sitado em conta específica do órgão responsável pela realização sos administrativos previstos na Seção II do Capítulo XVIII deste
do leilão e ficará à disposição do antigo proprietário, devendo ser Código, o julgamento dos recursos ficará a cargo dos órgãos ora
expedida notificação a ele, no máximo em trinta dias após a rea- existentes.
lização do leilão, para o levantamento do valor no prazo de cinco
anos, após os quais o valor será transferido, definitivamente, para o Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacio-
fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320.  (Incluído pela nal de Trânsito proporcionarão aos membros do CONTRAN, CE-
Lei nº 13.160, de 2015) TRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as facilidades para o
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao ani- cumprimento de sua missão, fornecendo-lhes as informações que
mal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por seu proprie- solicitarem, permitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer
tário no prazo de sessenta dias, a contar da data de recolhimento, serviços e deverão atender prontamente suas requisições.
conforme regulamentação do CONTRAN.  (Incluído pela Lei nº
13.160, de 2015) Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte
§ 14. Não se aplica o disposto neste artigo ao veículo recolhi- dias após a nomeação de seus membros, as disposições previstas
do a depósito por ordem judicial ou ao que esteja à disposição de nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelos órgãos e entida-
autoridade policial.(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) des executivos de trânsito e executivos rodoviários para exercerem
suas competências.

Didatismo e Conhecimento 121


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo ANEXO I
de um ano, após a edição das normas, para se adequarem às no- DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
vas disposições estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto
neste artigo. Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exer- ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rola-
cerão as competências previstas neste Código em cumprimento mento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso
às exigências estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não
neste artigo, acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou houver local apropriado para esse fim.
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil
entidade municipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade estadual,
ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o
do Distrito Federal ou da União, passando a integrar o Sistema
exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento
Nacional de Trânsito.
ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo,
Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser originário dos alvéolos pulmonares.  (Incluído pela Lei nº 12.760,
homologadas pelo órgão ou entidade competente no prazo de um de 2012)
ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser retiradas em AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte
caso contrário. de passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive
o condutor.
Art. 335.  (VETADO) AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão
ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo ou pessoa por ele expressamente credenciada.
II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e ses- BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical pas-
senta dias da publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara sando pelos centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais re-
Temática de Engenharia, de Vias e Veículos e obedecidos os pa- cuado do veículo, considerando-se todos os elementos rigidamente
drões internacionais. fixados ao mesmo.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta,
motoneta e ciclomotor.
Estados e Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao es-
Distrito Federal.
tacionamento de bicicletas.
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores trilhos.
e fabricantes, ao comerciarem veículos automotores de qualquer BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarca-
categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato da comerciali- da por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via
zação do respectivo veículo, manual contendo normas de circula- destinada à circulação de veículos.
ção, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros socorros CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em ní-
e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro. vel diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao
trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliá-
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito rio urbano, sinalização, vegetação e outros fins.
especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tra-
mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais), em favor do ministério cionar ou arrastar outro.
ou órgão a que couber a coordenação máxima do Sistema Nacional CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga
de Trânsito, para atender as despesas decorrentes da implantação com peso bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas.
deste Código. CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de pas-
sageiros e carga no mesmo compartimento.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como
separador de duas pistas de rolamento, eventualmente substituído
data de sua publicação.
por marcas viárias (canteiro fictício).
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setem-
a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante,
bro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de no- baseado em condições sobre suas limitações de geração e mul-
vembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de tiplicação de momento de força e resistência dos elementos que
dezembro de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 compõem a transmissão.
de dezembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos auto-
de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, motores em sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico
os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de ou de uma classe.
1967, e os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado
de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988. no transporte de pequenas cargas.
Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência e CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte
109º da República. de carga.

Didatismo e Conhecimento 122


NOÇÕES DIREITO PENAL
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, des-
utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-de-gato). tinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao trans- INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação
porte de pessoas. de trânsito, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Con-
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão hu- selho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo
mana. órgão ou entidade executiva do trânsito.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à cir- INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento
culação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica. ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos,
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de entroncamentos ou bifurcações.
um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cin- INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
qüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velo- para atender circunstância momentânea do trânsito.
cidade máxima de fabricação não exceda a cinqüenta quilômetros LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obriga-
por hora. ções do proprietário de veículo, comprovado por meio de docu-
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, mento específico (Certificado de Licenciamento Anual).
separada fisicamente do tráfego comum. LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direi- municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de veícu-
ta, de mudança da direção original do veículo. los, ou à circulação de pedestres, tais como calçada, parques, áreas
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. de lazer, calçadões.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e pas-
tenha a função específica de proporcionar maior segurança ao sageiros, que o veículo transporta, expressa em quilogramas para
usuário da via, alertando-o sobre situações de perigo que possam os veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos de
colocar em risco sua integridade física e dos demais usuários da passageiros.
via, ou danificar seriamente o veículo. LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo ou rurais e que com elas se limita.
superior ao necessário para embarque ou desembarque de passa- LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a
geiros. via até uma grande distância do veículo.
ESTRADA - via rural não pavimentada. LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoó- a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo
lico no ar alveolar.   (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) injustificáveis aos condutores e outros usuários da via que venham
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, em sentido contrário.
delimitada por lei específica e sob responsabilidade do órgão ou LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos de-
entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a via. mais usuários da via, que se encontram atrás do veículo, que o
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitu- condutor está aplicando o freio de serviço.
dinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do
marcas viárias longitudinais, que tenham uma largura suficiente veículo destinada a indicar aos demais usuários da via que o con-
para permitir a circulação de veículos automotores. dutor tem o propósito de mudar de direção para a direita ou para
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das nor- a esquerda.
mas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a ilu-
polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição dos minar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da via que
órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as com- o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra de
petências definidas neste Código. marcha à ré.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a
ou impedimento de locomoção na faixa apropriada. iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a pó.
manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no caso de LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a
um reboque, se este se encontra desengatado. indicar a presença e a largura do veículo.
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo desti- MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alte-
nado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha do freio de rar a posição em que o veículo está no momento em relação à via.
serviço. MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de li-
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a nhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas,
diminuição da marcha do veículo ou pará-lo. apostos ao pavimento da via.
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo
braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autoridades de com capacidade para até vinte passageiros.
trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou
veículos ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou comple- sem side-car, dirigido por condutor em posição montada.
tando outra sinalização ou norma constante deste Código. MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais condutor em posição sentada.
de braço, adotados exclusivamente pelos condutores, para orientar MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja
ou indicar que vão efetuar uma manobra de mudança de direção, carroçaria seja fechada e destinada a alojamento, escritório, co-
redução brusca de velocidade ou parada. mércio ou finalidades análogas.

Didatismo e Conhecimento 123


NOÇÕES DIREITO PENAL
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens
nascer do sol. opostas de uma superfície líquida qualquer.
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com ca- REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um
pacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude veículo automotor.
de adaptações com vista à maior comodidade destes, transporte REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização
número menor. de regulamentação pelo órgão ou entidade competente com cir-
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do cunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido de direção,
veículo, pelo tempo estritamente necessário ao carregamento ou tipo de estacionamento, horários e dias.
descarregamento de animais ou carga, na forma disciplinada pelo REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida,
órgão ou entidade executivo de trânsito competente com circuns- destinada ao uso de pedestres durante a travessia da mesma.
crição sobre a via. RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico ba- RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
seado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de RETORNO - movimento de inversão total de sentido da dire-
fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as ção original de veículos.
interferências tais como veículos quebrados, acidentados, estacio- RODOVIA - via rural pavimentada.
nados irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando socorros SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia
imediatos e informações aos pedestres e condutores. na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que
tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desem- se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de controle lu-
barque de passageiros. minosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados exclu-
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre sivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e pedestres.
uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista própria. SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de pas- de segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir
sagem à frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito
em menor velocidade, mas em faixas distintas da via.
e maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente
transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedes-
pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou
tres ou veículos.
indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres, sobre-
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias,
pondo-se ou completando sinalização existente no local ou norma
em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
estabelecida neste Código.
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carro-
último caso, separada por pintura ou elemento físico separador, li-
vre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres çaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios,
e, excepcionalmente, de ciclistas. da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arre-
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviá- fecimento, expresso em quilogramas.
ria Federal com o objetivo de garantir obediência às normas de TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas,
trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automó-
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área ru- vel ou camionete, utilizado em geral em atividades turísticas como
ral. alojamento, ou para atividades comerciais.
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmi- TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pes-
te ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação. soas e animais nas vias terrestres.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo trans- TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de
mitido ao pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais uma faixa demarcada para outra.
seu semi-reboque ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques. TRATOR - veículo automotor construído para realizar traba-
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em lho agrícola, de construção e pavimentação e tracionar outros veí-
caráter de advertência, destinada a indicar aos demais usuários da culos e equipamentos.
via que o veículo está imobilizado ou em situação de emergência. ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e
de veículos, identificada por elementos separadores ou por diferen- na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de
ça de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais. origem.
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade
ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de ca- do seu uso, inclusive fora de estrada.
ráter permanente e, eventualmente, variáveis, mediante símbolo VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acopla-
ou legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais dos, sendo um deles automotor.
de trânsito. VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propul-
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função são que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária
reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O ter-
obediência às normas relativas à segurança de trânsito, asseguran- mo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que
do a livre circulação e evitando acidentes. não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

Didatismo e Conhecimento 124


NOÇÕES DIREITO PENAL
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de CAPÍTULO I
carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive o condutor. DISPOSIÇÕES GERAIS
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido
fabricado há mais de trinta anos, conserva suas características ori- Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da
ginais de fabricação e possui valor histórico próprio. Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julga-
o primeiro um veículo automotor e os demais reboques ou equi- mento e execução, nas causas de sua competência.
pamentos de trabalho agrícola, construção, terraplenagem ou pa-
vimentação. Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor desti- simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
nado ao transporte de carga com peso bruto total máximo superior buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
a dez mil quilogramas e de passageiros, superior a vinte passagei-
ros. CAPÍTULO II
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao trans- DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
porte de pessoas e suas bagagens.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao trans- Seção I
porte simultâneo de carga e passageiro. Da Competência
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e ani-
mais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e can- Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conci-
teiro central. liação, processo e julgamento das causas cíveis de menor comple-
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por xidade, assim consideradas:
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedes- mínimo;
tres em nível. II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Pro-
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em ní- cesso Civil;
vel, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos III - a ação de despejo para uso próprio;
lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trân- IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não
sito entre as regiões da cidade. excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o § 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito I - dos seus julgados;
rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até qua-
cidade. renta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível 8º desta Lei.
não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as
restritas. causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da
VIA RURAL - estradas e rodovias. Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e simila- resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho
res abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracte- patrimonial.
rizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará
de sua extensão. em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste arti-
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias go, excetuada a hipótese de conciliação.
destinadas à circulação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o
uma depressão de terreno ou servir de passagem superior. Juizado do foro:
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
CRIMINAIS (LEI 9.099/95); II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações
para reparação de dano de qualquer natureza.
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser pro-
posta no foro previsto no inciso I deste artigo.
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá
outras providências. Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para deter-
minar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar
especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Didatismo e Conhecimento 125


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais Seção IV
justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências Dos atos processuais
do bem comum.
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Jus- se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de orga-
tiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis nização judiciária.
em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco
anos de experiência. Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preen-
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exer- cherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os
cer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desem- critérios indicados no art. 2º desta Lei.
penho de suas funções. § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha ha-
vido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá
Seção III
ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.
Das Partes
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados
resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafa-
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta das ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita
Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em
empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. julgado da decisão.
§ 1o  Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado § 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças
Especial:     (Redação dada pela Lei nº 12.126, de 2009) do processo e demais documentos que o instruem.
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de di-
reito de pessoas jurídicas;      (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009) Seção V
II - as pessoas enquadradas como microempreendedores in- Do pedido
dividuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma
da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;       (Re- Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pe-
dação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) dido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem
Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, acessível:
de 23 de março de 1999;      (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009) I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos ter- II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
mos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.       (In- III - o objeto e seu valor.
cluído pela Lei nº 12.126, de 2009) § 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível
 § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independente- determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
mente de assistência, inclusive para fins de conciliação. § 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do
Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as par- impressos.
tes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advo-
gado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes com- ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que
conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele disposi-
parecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou
tivo.
firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária
prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distri-
da lei local. buição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.
por advogado, quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instau-
aos poderes especiais. rar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o regis-
§ 4o  O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma indivi- tro prévio de pedido e a citação.
dual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser
de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver ne- dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mes-
cessidade de vínculo empregatício.       (Redação dada pela Lei nº ma sentença.
12.137, de 2009)
Seção VI
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de in- Das Citações e Intimações
tervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litiscon-
sórcio. Art. 18. A citação far-se-á:
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei. própria;

Didatismo e Conhecimento 126


NOÇÕES DIREITO PENAL
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, median- Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subse-
te entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente qüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homolo-
identificado; gação por sentença irrecorrível.
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independente-
mente de mandado ou carta precatória. Seção IX
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para Da Instrução e Julgamento
comparecimento do citando e advertência de que, não compare-
cendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imedia-
será proferido julgamento, de plano. tamente à audiência de instrução e julgamento, desde que não re-
§ 2º Não se fará citação por edital. sulte prejuízo para a defesa.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imedia-
da citação. ta, será a audiência designada para um dos quinze dias subsequen-
tes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para cita- presentes.
ção, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas
logo cientes as partes. as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endere-
ço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as inti- Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que pos-
mações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da sam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais
comunicação. questões serão decididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma
Seção VII das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem
Da Revelia interrupção da audiência.

Seção X
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conci-
Da Resposta do Réu
liação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão ver-
dadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda
resultar da convicção do Juiz.
matéria de defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento
do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.
Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem
as partes presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando- objeto da controvérsia.
lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu
ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei. na própria audiência ou requerer a designação da nova data, que
será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou lei-
go ou por conciliador sob sua orientação. Seção XI
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a Das Provas
escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com
eficácia de título executivo. Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda
que não especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado pro- dos fatos alegados pelas partes.
ferirá sentença.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente,
comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei. podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas,
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independen- impertinentes ou protelatórias.
temente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas
partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designa- Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte,
rá, de imediato, a data para a audiência de instrução. comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou
mediante esta, se assim for requerido.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos crité- § 1º O requerimento para intimação das testemunhas será
rios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência
por eqüidade. de instrução e julgamento.

Didatismo e Conhecimento 127


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação
determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo
concurso da força pública. por conta do requerente as despesas respectivas.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julga-
técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de mento.
parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofí- Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas
cio ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação su-
coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe cinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos pró-
relatará informalmente o verificado. prios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a
sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimen-
Seção XIII
tos.
Dos Embargos de Declaração
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a Art. 48.  Caberão embargos de declaração contra sentença ou
supervisão de Juiz togado. acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil.     (Re-
dação dada pela Lei nº 13.105, de 2015)    (Vigência)
Seção XII Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de
Da Sentença ofício.

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por es-
Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiên- crito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
cia, dispensado o relatório. decisão.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por
quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. Art. 50.  Os embargos de declaração interrompem o prazo para
a interposição de recurso.     (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exce- 2015)    (Vigência)
der a alçada estabelecida nesta Lei.
Seção XIV
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferi- Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
rá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que
poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em
se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indis- lei:
pensáveis. I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das au-
diências do processo;
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de concilia- II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta
ção ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado. Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos
Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reuni-
no art. 8º desta Lei;
dos na sede do Juizado.
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de senten-
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representa-
ça ou não se der no prazo de trinta dias;
das por advogado.
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação
dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, conta- § 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipóte-
dos da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão se, de prévia intimação pessoal das partes.
as razões e o pedido do recorrente. § 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de Juiz, do pagamento das custas.
deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para Seção XV
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. Da Execução

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Jui-
Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a zado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Pro-
parte. cesso Civil, com as seguintes alterações:

Didatismo e Conhecimento 128


NOÇÕES DIREITO PENAL
I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a § 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penho-
conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equi- ráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os
valente; documentos ao autor.
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de ju-
ros e de outras parcelas serão efetuados por servidor judicial; Seção XVI
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, Das Despesas
na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o ven-
cido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primei-
em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso ro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
V); Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais, in-
julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser clusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressal-
vada a hipótese de assistência judiciária gratuita.
verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova ci-
tação;
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não
em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de liti-
fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará multa gância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará
diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do deve- as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez
dor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obriga- por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não haven-
ção, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a transfor- do condenação, do valor corrigido da causa.
mação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, sal-
arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a mul- vo quando:
ta vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do I - reconhecida a litigância de má-fé;
devedor na execução do julgado; II - improcedentes os embargos do devedor;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumpri- III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de
mento por outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar recurso improvido do devedor.
para as despesas, sob pena de multa diária;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o Seção XVII
devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do Disposições Finais
bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada
para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as
partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será ofe- curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.
recida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou
hipotecado o imóvel; Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor,
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando poderá ser homologado, no juízo competente, independentemente
se tratar de alienação de bens de pequeno valor; de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execu- Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo
ção, versando sobre: celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à órgão competente do Ministério Público.
revelia;
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão es-
b) manifesto excesso de execução;
tender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abran-
c) erro de cálculo;
gidas por esta Lei.
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação,
superveniente à sentença. Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao
procedimento instituído por esta Lei.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor
de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Códi- CAPÍTULO III
go de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Lei. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a compare-
cer à audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos Art. 60.  O Juizado Especial Criminal, provido por juízes to-
(art. 52, IX), por escrito ou verbalmente. gados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Reda-
judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas ca- ção dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
bíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo co-
pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado. mum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transa-
improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a ado- ção penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei nº
ção de uma das alternativas do parágrafo anterior. 11.313, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 129


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em fla-
anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº grante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o
11.313, de 2006) juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento
do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á
dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002))
pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual
e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo
liberdade. possível a realização imediata da audiência preliminar, será desig-
nada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvi-
dos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lu- responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
gar em que foi praticada a infração penal.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar- do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível,
se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz
dispuserem as normas de organização judiciária. esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da
aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preen-
cherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os de liberdade.
critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha ha- Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conci-
vido prejuízo. liador sob sua orientação.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça,
ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação. recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de ins- Justiça Criminal.
trução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito
e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficá-
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, cia de título a ser executado no juízo civil competente.
sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa pri-
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o
Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção vada ou de ação penal pública condicionada à representação, o
do procedimento previsto em lei. acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso
de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada
individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de representação verbal, que será reduzida a termo.
justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou Parágrafo único. O não oferecimento da representação na au-
ainda por qualquer meio idôneo de comunicação. diência preliminar não implica decadência do direito, que poderá
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência conside- ser exercido no prazo previsto em lei.
rar-se-ão desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de
ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquiva-
citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento
mento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta,
ser-lhe-á designado defensor público. pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o
Seção II Juiz poderá reduzi-la até a metade.
Da Fase Preliminar § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de cri-
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da me, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imedia- II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de
tamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providencian- cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos
do-se as requisições dos exames periciais necessários. deste artigo;

Didatismo e Conhecimento 130


NOÇÕES DIREITO PENAL
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a perso- Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando
nalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor
será submetida à apreciação do Juiz. para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o
multa, que não importará em reincidência, sendo registrada ape- acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais
nas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco e à prolação da sentença.
anos.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instru-
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a ape-
ção e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que consi-
lação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não derar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, as-
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo sinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
aos interessados propor ação cabível no juízo cível. relevantes ocorridos em audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os ele-
Seção III mentos de convicção do Juiz.
Do Procedimento Sumariíssimo
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não hou- sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma com-
ver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não posta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição,
ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério reunidos na sede do Juizado.
Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não hou- § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados
ver necessidade de diligências imprescindíveis. da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu de-
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com fensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dis- do recorrente.
pensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de § 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita
delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim
no prazo de dez dias.
médico ou prova equivalente.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não per-
mitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma § 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento
do parágrafo único do art. 66 desta Lei. pela imprensa.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser ofe- § 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos,
recida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e a súmula do julgamento servirá de acórdão.
as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei. Art. 83.  Cabem embargos de declaração quando, em sentença
ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão.     (Re-
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a ter- dação dada pela Lei nº 13.105, de 2015)    (Vigência)
mo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e § 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou
imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a au- oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
diência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciên- § 2o Os embargos de declaração interrompem o prazo para a
cia o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus interposição de recurso.    (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
advogados. 2015)   (Vigência)
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma § 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de
instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou
Seção IV
apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias an-
tes de sua realização. Da Execução
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil,
serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparece- Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumpri-
rem à audiência de instrução e julgamento. mento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma pre- Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará ex-
vista no art. 67 desta Lei. tinta a punibilidade, determinando que a condenação não fique
constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instru- judicial.
ção e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibi-
lidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a con-
pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, versão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos
74 e 75 desta Lei. termos previstos em lei.

Didatismo e Conhecimento 131


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restri- Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representa-
tivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada ção para a propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu
perante o órgão competente, nos termos da lei. representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta
dias, sob pena de decadência.
Seção V
Das Despesas Processuais Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Có-
digos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação com esta Lei.
de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as des-
pesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual. CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS
Seção VI
Disposições Finais Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Es-
peciais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e com-
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação petência.
especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos cri-
mes de lesões corporais leves e lesões culposas. Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as au-
diências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério acordo com audiências previamente anunciadas.
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do pro-
cesso, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presen- instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar
tes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da vigência desta Lei.
da pena (art. 77 do Código Penal). Parágrafo único.  No prazo de 6 (seis) meses, contado da pu-
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presen- blicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Espe-
ça do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o pro- ciais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos
cesso, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração
condições: populacional.    (Redação dada pela Lei nº 12.726, de 2012)
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares; Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem a sua publicação.
autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensal- Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de
mente, para informar e justificar suas atividades. 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica su- Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e
bordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação 107º da República.
pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o bene-
ficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
motivo justificado, a reparação do dano. (LEI 9.605/98)
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir
qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
do processo. de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, providências.
o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
O PRESIDENTE  DA  REPÚBLICA Faço saber que o Con-
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)
CAPÍTULO I
Art. 90-A.  As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito DISPOSIÇÕES GERAIS
da Justiça Militar. (
Artigo incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999)   Art. 1º (VETADO)

Didatismo e Conhecimento 132


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a
crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de re-
medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, ceber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como
o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da con- crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.
duta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando
podia agir para evitá-la. Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas
não estiverem obedecendo às prescrições legais.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas admi-
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em di-
nistrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos
nheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social,
casos em que a infração seja cometida por decisão de seu represen-
de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo
tante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago
ou benefício da sua entidade. será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não condenado o infrator.
exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do
mesmo fato. Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina
e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigi-
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre lância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada,
que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência
causados à qualidade do meio ambiente. ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme
estabelecido na sentença condenatória.
Art. 5º (VETADO)
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
CAPÍTULO II I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
DA APLICAÇÃO DA PENA II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea
reparação do dano, ou limitação significativa da degradação am-
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade biental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de
competente observará:
degradação ambiental;
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e
e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente; do controle ambiental.
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da le-
gislação de interesse ambiental; Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. constituem ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substi- II - ter o agente cometido a infração:
tuem as privativas de liberdade quando: a) para obter vantagem pecuniária;
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa b) coagindo outrem para a execução material da infração;
de liberdade inferior a quatro anos; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a pública ou o meio ambiente;
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circuns- d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
tâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujei-
efeitos de reprovação e prevenção do crime. tas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refe- f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos huma-
re este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade nos;
substituída. g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
Art. 8º As penas restritivas de direito são:
j) em épocas de seca ou inundações;
I - prestação de serviços à comunidade; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
II - interdição temporária de direitos; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura
III - suspensão parcial ou total de atividades; de animais;
IV - prestação pecuniária; n) mediante fraude ou abuso de confiança;
V - recolhimento domiciliar. o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autori-
zação ambiental;
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atri- p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcial-
buição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins mente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios ofi-
particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. ciais das autoridades competentes;

Didatismo e Conhecimento 133


NOÇÕES DIREITO PENAL
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas fun- I - custeio de programas e de projetos ambientais;
ções. II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condi- IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públi-
cional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena cas.
privativa de liberdade não superior a três anos.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponde-
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do rantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática
art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada,
dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
relacionar-se com a proteção ao meio ambiente. perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código CAPÍTULO III
Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO
poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da DE INFRAÇÃOADMINISTRATIVA OU DE CRIME
vantagem econômica auferida.
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.
que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de § 1o  Os animais serão prioritariamente libertados em seu ha-
prestação de fiança e cálculo de multa. bitat  ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou
juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando- entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabi-
se o contraditório. lidade de técnicos habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.052,
de 2014)
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, § 2o  Até que os animais sejam entregues às instituições men-
fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela in- cionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles
fração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e
meio ambiente. transporte que garantam o seu bem-estar físico.(Redação dada pela
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena- Lei nº 13.052, de 2014)
tória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão
do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efeti- estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, pe-
vamente sofrido. nais e outras com fins beneficentes.(Renumerando do §2º para §3º
pela Lei nº 13.052, de 2014)
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alterna- § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão
tivamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou educa-
3º, são: cionais.       (Renumerando do §3º para §4º pela Lei nº 13.052, de
I - multa; 2014)
II - restritivas de direitos; § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão
III - prestação de serviços à comunidade. vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da recicla-
gem.       (Renumerando do §4º para §5º pela Lei nº 13.052, de
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: 2014)
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou ativi- CAPÍTULO IV
dade; DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como
dele obter subsídios, subvenções ou doações. Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não é pública incondicionada.
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, re- Parágrafo único. (VETADO)
lativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo,
ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
ou regulamentar. 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a pré-
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter via composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
dez anos.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofen-
jurídica consistirá em: sivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

Didatismo e Conhecimento 134


NOÇÕES DIREITO PENAL
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de
5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação provocar destruição em massa.
de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade pre- § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do
vista no inciso I do § 1° do mesmo artigo; exercício de caça profissional.
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de
ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo pesca.
será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido
no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e
prescrição; répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental com-
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições petente:
dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de
novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, poden- Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer téc-
do, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período nico oficial favorável e licença expedida por autoridade compe-
de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, ob- tente:
servado o disposto no inciso III; Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de
extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar
comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à re- animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exó-
paração integral do dano. ticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
CAPÍTULO V § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência do-
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE lorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou
científicos, quando existirem recursos alternativos.
Seção I § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre
Dos Crimes contra a Fauna morte do animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento


Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática exis-
da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida tentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou brasileiras:
em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumu-
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. lativamente.
§ 1º Incorre nas mesmas penas: Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autoriza- I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de
ção ou em desacordo com a obtida; aquicultura de domínio público;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou cria- II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáti-
douro natural; cos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, competente;
tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer
espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demar-
como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros cados em carta náutica.
não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização
da autoridade competente. Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não lugares interditados por órgão competente:
considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. penas cumulativamente.
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles perten- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
centes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquá- I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes
ticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida com tamanhos inferiores aos permitidos;
ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas ju- II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante
risdicionais brasileiras. a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não per-
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: mitidos;
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espé-
ainda que somente no local da infração; cimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
II - em período proibido à caça;
III - durante a noite; Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
IV - com abuso de licença; I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água,
V - em unidade de conservação; produzam efeito semelhante;

Didatismo e Conhecimento 135


NOÇÕES DIREITO PENAL
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autorida- § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
de competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Susten-
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Inte-
tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar resse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas,
espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Susten-
hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, res- tável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural.(Incluído
salvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas pela Lei nº 9.985, de 2000)
oficiais da fauna e da flora. § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Susten-
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: tável será considerada circunstância agravante para a fixação da
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou
pena.(Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
de sua família;
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à meta-
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação preda-
de.       (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
tória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente
autorizado pela autoridade competente;
III – (VETADO) Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
pelo órgão competente. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de
seis meses a um ano, e multa.
Seção II
Dos Crimes contra a Flora Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que pos-
sam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegeta-
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preser- ção, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
vação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com in- Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
fringência das normas de proteção: cumulativamente.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente. Art. 43. (VETADO)
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida
à metade. Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou conside-
radas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra,
Art. 38-A.  Destruir ou danificar vegetação primária ou secun- areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
dária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de pro-
teção:(Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, as-
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas sim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais,
as penas cumulativamente.       (Incluído pela Lei nº 11.428, de energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não,
2006). em desacordo com as determinações legais:
Parágrafo único.  Se o crime for culposo, a pena será reduzida Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
à metade.       (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou indus-
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação
triais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal,
permanente, sem permissão da autoridade competente:
sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela auto-
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
ridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar
penas cumulativamente.
o produto até final beneficiamento:
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Con- Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
servação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex-
de junho de 1990, independentemente de sua localização: põe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, le-
Pena - reclusão, de um a cinco anos. nha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença váli-
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção In- da para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada
tegral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques pela autoridade competente.
Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silves-
tre.       (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000) Art. 47. (VETADO)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção In- Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de flores-
tegral será considerada circunstância agravante para a fixação da tas e demais formas de vegetação:
pena.(Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000) Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Didatismo e Conhecimento 136


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer § 2º Se o crime:
modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupa-
ou em propriedade privada alheia: ção humana;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda
as penas cumulativamente. que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis me- danos diretos à saúde da população;
ses, ou multa. III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção
do abastecimento público de água de uma comunidade;
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou
especial preservação: gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior
floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devo- quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade compe-
lutas, sem autorização do órgão competente:      (Incluído pela Lei tente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental
nº 11.284, de 2006) grave ou irreversível.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído
pela Lei nº 11.284, de 2006) Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos mi-
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à sub- nerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou li-
sistência imediata pessoal do agente ou de sua família.       (Incluí- cença, ou em desacordo com a obtida:
do pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hecta- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de
res), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hecta- recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autori-
re.       (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
zação, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão
competente.
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e
nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da auto-
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, co-
ridade competente:
mercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em de-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
pósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigên-
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo
cias estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:
substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração
de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
competente: § 1o  Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. nº 12.305, de 2010)
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de seguran-
de um sexto a um terço se: ça; (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010)
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reu-
solo ou a modificação do regime climático; tiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma
II - o crime é cometido: diversa da estabelecida em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei
a) no período de queda das sementes; nº 12.305, de 2010)
b) no período de formação de vegetações; § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que pena é aumentada de um sexto a um terço.
a ameaça ocorra somente no local da infração; § 3º Se o crime é culposo:
d) em época de seca ou inundação; Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
Art. 57. (VETADO)
Seção III
Da Poluição e outros Crimes Ambientais Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas
serão aumentadas:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora
que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que ou ao meio ambiente em geral;
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de na-
da flora: tureza grave em outrem;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
§ 1º Se o crime é culposo: Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somen-
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. te serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Didatismo e Conhecimento 137


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 59. (VETADO) órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conserva-
ção do patrimônio histórico e artístico nacional.       (Incluído pela
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcio- Lei nº 12.408, de 2011)
nar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos,
obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou au- Seção V
torização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as Dos Crimes contra a Administração Ambiental
normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou en-
penas cumulativamente. ganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-
científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam ambiental:
causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecos- Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
sistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização
ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as
Seção IV atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato auto-
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio rizativo do Poder Público:
Cultural Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou
decisão judicial; Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instala- de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:
ção científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
decisão judicial: Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. a um ano, sem prejuízo da multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis me-
ses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Pú-
blico no trato de questões ambientais:
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou lo- Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
cal especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão
judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, conces-
artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico são florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, es-
ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em tudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou
desacordo com a concedida: enganoso, inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 2006)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.       (Incluí-
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no do pela Lei nº 11.284, de 2006)
seu entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, § 1o Se o crime é culposo:       (Incluído pela Lei nº 11.284,
ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueo- de 2006)
lógico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.       (Incluído pela
competente ou em desacordo com a concedida: Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços),
se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso
Art. 65.  Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou da informação falsa, incompleta ou enganosa.(Incluído pela Lei nº
monumento urbano:       (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 11.284, de 2006)
2011)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Re- CAPÍTULO VI
dação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
§ 1o  Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada
em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda
é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.(Renumerado ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promo-
do parágrafo único pela Lei nº 12.408, de 2011) ção, proteção e recuperação do meio ambiente.
§ 2o  Não constitui crime a prática de grafite realizada com o § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração
objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de
manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Am-
quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, biente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização,
no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da
a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos Marinha.

Didatismo e Conhecimento 138


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá § 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V
dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo an- do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
terior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de in- aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabeleci-
fração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regula-
mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-respon- mentares.
sabilidade. § 8º As sanções restritivas de direito são:
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo admi- I - suspensão de registro, licença ou autorização;
nistrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contra- II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
ditório, observadas as disposições desta Lei. III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financia-
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração mento em estabelecimentos oficiais de crédito;
ambiental deve observar os seguintes prazos máximos: V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação período de até três anos.
contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação; Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio
infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo
defesa ou impugnação; Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932,
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenató- fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos,
ria à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente conforme dispuser o órgão arrecadador.
- SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbi-
Marinha, de acordo com o tipo de autuação; co, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data jurídico lesado.
do recebimento da notificação. Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado
no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base
nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as se-
de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
guintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
(cinquenta milhões de reais).
I - advertência;
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Muni-
II - multa simples;
cípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na
III - multa diária;
mesma hipótese de incidência.
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e
flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qual-
CAPÍTULO VII
quer natureza utilizados na infração; DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESER-
V - destruição ou inutilização do produto; VAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade; Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e
VIII - demolição de obra; os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne
IX - suspensão parcial ou total de atividades; ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qual-
X – (VETADO) quer ônus, quando solicitado para:
XI - restritiva de direitos. I - produção de prova;
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais in- II - exame de objetos e lugares;
frações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas III - informações sobre pessoas e coisas;
cominadas. IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das dispo- tenham relevância para a decisão de uma causa;
sições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regula- V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em
mentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por § 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Mi-
negligência ou dolo: nistério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão ju-
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, diciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará
deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do à autoridade capaz de atendê-la.
SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Mari- § 2º A solicitação deverá conter:
nha; I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA II - o objeto e o motivo de sua formulação;
ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha. III - a descrição sumária do procedimento em curso no país
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de pre- solicitante;
servação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. IV - a especificação da assistência solicitada;
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento,
da infração se prolongar no tempo. quando for o caso.

Didatismo e Conhecimento 139


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e espe- § 3o  Da data da protocolização do requerimento previsto no
cialmente para a reciprocidade da cooperação internacional, deve § 2  e enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de
o

ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram
rápido e seguro de informações com órgãos de outros países. causa à celebração do instrumento, a aplicação de sanções admi-
nistrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver firma-
CAPÍTULO VIII do.       (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
DISPOSIÇÕES FINAIS 2001)
§ 4o  A celebração do termo de compromisso de que trata este
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições artigo não impede a execução de eventuais multas aplicadas antes
do Código Penal e do Código de Processo Penal. da protocolização do requerimento.       (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os ór- § 5o  Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
gãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela compromisso, quando descumprida qualquer de suas cláusulas,
execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização ressalvado o caso fortuito ou de força maior.(Incluído pela Medida
dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem Provisória nº 2.163-41, de 2001)
a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de § 6o  O termo de compromisso deverá ser firmado em até no-
título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pes- venta dias, contados da protocolização do requerimento.(Incluído
soas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades uti- § 7o  O requerimento de celebração do termo de compromis-
lizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou poten- so deverá conter as informações necessárias à verificação da sua
cialmente poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do pla-
2.163-41, de 2001) no.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 1o  O termo de compromisso a que se refere este artigo § 8o  Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso de-
destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e verão ser publicados no órgão oficial competente, mediante ex-
jurídicas mencionadas no caput possam promover as necessárias
trato.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
correções de suas atividades, para o atendimento das exigências
impostas pelas autoridades ambientais competentes, sendo obriga-
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
tório que o respectivo instrumento disponha sobre:(Redação dada
de noventa dias a contar de sua publicação.
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromis-
Art. 81. (VETADO)
sadas e dos respectivos representantes legais;(Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o
mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilida- Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e
de de prorrogação por igual período;(Redação dada pela Medida 110º da República.
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investi-
mento previsto e o cronograma físico de execução e de implanta- DOS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR
ção das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem (LEI 8.078);
atingidas;       (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41,
de 2001)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou ju-
rídica compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
não-cumprimento das obrigações nele pactuadas;(Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser cias.
superior ao valor do investimento previsto;(Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as par- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
tes.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 2o  No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 TÍTULO I
de março de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente po- CAPÍTULO I
luidores, a assinatura do termo de compromisso deverá ser reque- DISPOSIÇÕES GERAIS
rida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de
dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
pelo dirigente máximo do estabelecimento.       (Redação dada pela termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Didatismo e Conhecimento 140


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adqui- VIII - estudo constante das modificações do mercado de con-
re ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. sumo.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela- Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
ções de consumo. entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública o consumidor carente;
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes desper- II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu-
sonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, midor, no âmbito do Ministério Público;
criação, construção, transformação, importação, exportação, dis- III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi-
tribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Va-
imaterial.
ras Especializadas para a solução de litígios de consumo;
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá-
Associações de Defesa do Consumidor.
ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
§ 1° (Vetado).
relações de caráter trabalhista.
§ 2º (Vetado).
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES CAPÍTULO III
DE CONSUMO DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro-
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços con-
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem siderados perigosos ou nocivos;
como a transparência e harmonia das relações de consumo, aten- II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
didos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
21.3.1995) dade nas contratações;
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer- III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produ-
cado de consumo; tos e serviços, com especificação correta de quantidade, caracte-
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente rísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
o consumidor: como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº
a) por iniciativa direta; 12.741, de 2012)  Vigência
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
representativas; todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práti-
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; cas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- e serviços;
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
morais, individuais, coletivos e difusos;
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedo-
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
res;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- administrativa e técnica aos necessitados;
cado de consumo; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficien- inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
tes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hi-
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos possuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
de consumo; IX - (Vetado);
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e geral.
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e Parágrafo único.  A informação de que trata o inciso III
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuí- do  caput  deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiên-
zos aos consumidores; cia, observado o disposto em regulamento.  (Incluído pela Lei nº
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; 13.146, de 2015)    (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 141


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem ou- dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
tros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona-
o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regula- mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes
mentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analo- § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
gia, costumes e eqüidade. que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res- circunstâncias relevantes, entre as quais:
ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas I - sua apresentação;
normas de consumo. II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
CAPÍTULO IV
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PRE-
de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
VENÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS DANOS
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
SEÇÃO I não será responsabilizado quando provar:
DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o de-
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de con- feito inexiste;
sumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumido- III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
res, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qual- do artigo anterior, quando:
quer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
respeito. puderem ser identificados;
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fa- II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fa-
bricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, bricante, produtor, construtor ou importador;
através de impressos apropriados que devam acompanhar o pro- III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
duto. Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi-
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon-
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de
maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou pe-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente-
riculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
em cada caso concreto.
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con- bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto fruição e riscos.
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da as circunstâncias relevantes, entre as quais:
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata- I - o modo de seu fornecimento;
mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
anúncios publicitários. III - a época em que foi fornecido.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo an- § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
terior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas novas técnicas.
do fornecedor do produto ou serviço. § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de quando provar:
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão in- II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
formá-los a respeito.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
Art. 11. (Vetado).

SEÇÃO II Art. 15. (Vetado).


Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Art. 16. (Vetado).
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es-
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis- Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi- midores todas as vítimas do evento.

Didatismo e Conhecimento 142


NOÇÕES DIREITO PENAL
SEÇÃO III § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferi-
DO PRODUTO E DO SERVIÇO do segundo os padrões oficiais.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes dimi-
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con- nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitá- I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
ria, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo cabível;
o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
III - o abatimento proporcional do preço.
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
perfeitas condições de uso;
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
III - o abatimento proporcional do preço. para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque-
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje-
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
meio de manifestação expressa do consumidor. obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade em contrário do     consumidor.
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial. Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de em-
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, preendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, efi-
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo cientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di- Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par-
ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí-
§ 1° deste artigo. dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será forma prevista neste código.
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
quando identificado claramente seu produtor. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qua-
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; responsabilidade.
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
fornecedor.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
quados ao fim a que se destinam.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví- possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia- nesta e nas seções anteriores.
ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter- nas seções anteriores.
nativamente e à sua escolha: § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
I - o abatimento proporcional do preço; rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri-
II - complementação do peso ou medida; cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
marca ou modelo, sem os aludidos vícios; SEÇÃO IV
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente Da Decadência e da Prescrição
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo an- Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
terior. fácil constatação caduca em:

Didatismo e Conhecimento 143


NOÇÕES DIREITO PENAL
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
dutos não duráveis; vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan-
produtos duráveis. tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en- entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. saúde e segurança dos consumidores.
§ 2° Obstam a decadência: Parágrafo único.  As informações de que trata este artigo, nos
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine-
quívoca; Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
II - (Vetado). oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. fabricação ou importação do produto.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
no momento em que ficar evidenciado o defeito. deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pe- Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
los danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala-
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
do conhecimento do dano e de sua autoria. comercial.
Parágrafo único. (Vetado). Parágrafo único.  É proibida a publicidade de bens e serviços
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
SEÇÃO V origina.(Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô-
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso nomos.
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po-
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má derá, alternativamente e à sua livre escolha:
administração. I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
§ 1° (Vetado). oferta, apresentação ou publicidade;
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
obrigações decorrentes deste código. eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá- e danos.
veis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. SEÇÃO III
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica Da Publicidade
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
CAPÍTULO V Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus pro-
Das Práticas Comerciais dutos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
SEÇÃO I dão sustentação à mensagem.
Das Disposições Gerais
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam- § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co-
se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, ex- municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
postas às práticas nele previstas. ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de indu-
zir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
SEÇÃO II qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
Da Oferta outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre- qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiên-
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o cia da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o con- de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
trato que vier a ser celebrado. perigosa à sua saúde ou segurança.

Didatismo e Conhecimento 144


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-
produto ou serviço. -obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as con-
§ 4° (Vetado). dições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa- serviços.
ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va-
lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
SEÇÃO IV consumidor.
Das Práticas Abusivas § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego-
ciação das partes.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den-
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés-
tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de
cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-
11.6.1994)
vistos no orçamento prévio.
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
causa, a limites quantitativos; sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con- o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
formidade com os usos e costumes; excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; sanções cabíveis.
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, SEÇÃO V
para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Da Cobrança de Dívidas
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente exces-
siva; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes constrangimento ou ameaça.
de práticas anteriores entre as partes; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
salvo hipótese de engano justificável.
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi- Art. 42-A.  Em todos os documentos de cobrança de débitos
ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre- e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou
denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
Qualidade Industrial (Conmetro); produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039,
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dire- de 2009)
tamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto paga-
mento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis SEÇÃO VI
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou servi-
ços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
XI -  Dispositivo  incluído pela MPV  nº 1.890-67, de terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis-
22.10.1999, transformado em inciso  XIII, quando da conversão tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 como sobre as suas respectivas fontes.
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser obje-
tivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão,
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
não podendo conter informações negativas referentes a período
critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
superior a cinco anos.
 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
23.11.1999) quando não solicitada por ele.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos reme- § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
tidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pa- arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
gamento. eventuais destinatários das informações incorretas.

Didatismo e Conhecimento 145


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, SEÇÃO II
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados Das Cláusulas Abusivas
entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
§ 6o  Todas as informações de que trata o caput  deste arti-
viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas rela-
go devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive
para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumi- ções de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurí-
dor. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)    (Vigência) dica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor man- II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
terão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra já paga, nos casos previstos neste código;
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e III - transfiram responsabilidades a terceiros;
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
não pelo fornecedor. que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
orientação e consulta por qualquer interessado. V - (Vetado);
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas re- VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
gras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. consumidor;
22 deste código. VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
Art. 45. (Vetado).
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
CAPÍTULO VI negócio jurídico pelo consumidor;
Da Proteção Contratual IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o con-
trato, embora obrigando o consumidor;
SEÇÃO I X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
Disposições Gerais do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão o fornecedor;
de seu sentido e alcance. XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei-
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
ra mais favorável ao consumidor.
tais;
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par- XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo consumidor;
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
nos termos do art. 84 e parágrafos. benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo que:
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de que pertence;
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es- II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
pecialmente por telefone ou a domicílio. natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí-
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre- brio contratual;
pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato, monetariamente atualizados. considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali-
conferida mediante termo escrito. da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a § 3° (Vetado).
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for- ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con-
necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Didatismo e Conhecimento 146


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva CAPÍTULO VII
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, Das Sanções Administrativas
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribui-
juros;
ção e consumo de produtos e serviços.
III - acréscimos legalmente previstos;
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
IV - número e periodicidade das prestações; fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribui-
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. ção, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo,
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas
cento do valor da prestação.(Redação dada pela Lei nº 9.298, de que se fizerem necessárias.
1º.8.1996) § 2° (Vetado).
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e mu-
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos nicipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de
juros e demais acréscimos. consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revi-
§ 3º (Vetado). são e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a
participação dos consumidores e fornecedores.
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó- § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for-
necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa-
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações
ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as
segredo industrial.
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administra-
§ 1° (Vetado). tivas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du- normas específicas:
ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na I - multa;
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica II - apreensão do produto;
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim- III - inutilização do produto;
plente causar ao grupo. IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex- tente;
pressos em moeda corrente nacional. V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
SEÇÃO III
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
Dos Contratos de Adesão
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham ou de atividade;
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni- XI - intervenção administrativa;
lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o XII - imposição de contrapropaganda.
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con- Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli-
teúdo.  cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a na- podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida
tureza de adesão do contrato. cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravida-
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal- de da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do
vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo,
revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho
§ 3o  Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter-
de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Re-
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com- dação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do con- duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Uni-
sumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua ime- dade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que ve-
diata e fácil compreensão. nha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de
§ 5° (Vetado) 6.9.1993)

Didatismo e Conhecimento 147


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con-
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci- trariando determinação de autoridade competente:
mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem pre-
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada juízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de
qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço. Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor-
mação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quan-
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter- tidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in-
produtos ou serviços:
tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
código e na legislação de consumo. § 2º Se o crime é culposo;
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con-
tratual. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre saber ser enganosa ou abusiva:
que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licen- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
ça, a interdição ou suspensão da atividade. Parágrafo único. (Vetado).
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
em julgado da sentença. saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa Parágrafo único. (Vetado).
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex-
pensas do infrator.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científi-
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
cos que dão base à publicidade:
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mes-
mo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2° (Vetado) Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo-
§ 3° (Vetado). nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
TÍTULO II
Das Infrações Penais Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre- enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-
vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. lho, descanso ou lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 62. (Vetado).
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in-
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re-
fichas e registros:
cipientes ou publicidade:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me-
diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
do serviço a ser prestado. consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou re-
§ 2° Se o crime é culposo: gistros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: conteúdo;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autori- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
dade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
artigo. dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou

Didatismo e Conhecimento 148


NOÇÕES DIREITO PENAL
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei-
modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu- tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de
tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circuns-
nas condições por ele proibidas. tâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
neste código: de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
por ocasião de calamidade; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en-
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; tendidos os decorrentes de origem comum.
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos: Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legiti-
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi- mados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de
co-social seja manifestamente superior à da vítima; 21.3.1995)
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito I - o Ministério Público,
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
mental interditadas ou não; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, indireta, ainda que sem personalidade jurídica,      especificamente
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
. código;
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a auto-
individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. rização assemblear.
60, §1° do Código Penal.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma-
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado
nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou caracterís-
odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
tica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
I - a interdição temporária de direitos;
§ 2° (Vetado).
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu-
§ 3° (Vetado).
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os
fatos e a condenação;
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este códi- este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
go, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué- propiciar sua adequada e efetiva tutela.
rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Parágrafo único. (Vetado).
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. prático equivalente ao do adimplemento.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis- específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
denúncia não for oferecida no prazo legal. § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
TÍTULO III conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
CAPÍTULO I multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
Disposições Gerais suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
para o cumprimento do preceito.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá-
título coletivo. rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
tratar de: requisição de força policial.

Didatismo e Conhecimento 149


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 85. (Vetado). Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legi-
Art. 86. (Vetado). timados de que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha-
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe-
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
despesas processuais. sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé- sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e não do trânsito em julgado.
danos. § 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, de execução individual;
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa- II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
a denunciação da lide. Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con-
denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de
Art. 89. (Vetado) indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo
evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347
de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de de-
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
cisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos indivi-
contrariar suas disposições.
duais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
tamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
CAPÍTULO II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERES-
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
SES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
interessados em número compatível com a gravidade do dano, po-
derão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
da indenização devida.
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmen- para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.
te sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Reda-
ção dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECE-
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará DOR DE PRODUTOS E SERVIÇOS
sempre como fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado). Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é com- deste título, serão observadas as seguintes normas:
petente para a causa a justiça local: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
quando de âmbito local; poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipóte-
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as re- se, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos
gras do Código de Processo Civil aos casos de competência con- termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver
corrente. sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a exis-
tência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afir-
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, mativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra
a fim de que os interessados possam intervir no processo como o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resse-
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de guros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode-
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
Art. 96. (Vetado). tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,

Didatismo e Conhecimento 150


NOÇÕES DIREITO PENAL
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à nacional de proteção ao consumidor;
incolumidade pessoal. II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denún-
§ 1° (Vetado). cias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou
§ 2° (Vetado) pessoas jurídicas de direito público ou privado;
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
CAPÍTULO IV seus direitos e garantias;
DA COISA JULGADA IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através
dos diferentes meios de comunicação;
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen- V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
tença fará coisa julgada: policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente termos da legislação vigente;
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado VI - representar ao Ministério Público competente para fins
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
81; ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou coletivos, ou individuais dos consumidores;
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos ter- VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,
mos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a
inciso II do parágrafo único do art. 81; fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, bens e serviços;
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
inciso III do parágrafo único do art. 81. programas especiais, a formação de entidades de defesa do con-
sumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e mu-
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
nicipais;
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes
X - (Vetado).
da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
XI - (Vetado).
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improce-
XII - (Vetado)
dência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização
finalidades.
a título individual. Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De-
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, com- partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o
binado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-
não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente científica.
sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste có-
digo, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus TÍTULO V
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO
termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe- Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associa-
nal condenatória. ções de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem
regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou como à reclamação e composição do conflito de consumo.
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não § 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida do instrumento no cartório de títulos e documentos.
sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos § 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
do ajuizamento da ação coletiva. signatárias.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
TÍTULO IV desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO
CONSUMIDOR Art. 108. (Vetado).

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu- TÍTULO VI


midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e DISPOSIÇÕES FINAIS
municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
Art. 109. (Vetado).
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumi-
dor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei
federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da po- n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
lítica do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo».

Didatismo e Conhecimento 151


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten-
de 1985, passa a ter a seguinte redação: ta dias a contar de sua publicação.
“II -  inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estéti- Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
co, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e
difuso ou coletivo». 102° da República.

Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de


1985, passa a ter a seguinte redação: CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação (LEI 9.613/98);
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitima-
do assumirá a titularidade ativa».

Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens,
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de
rídico a ser protegido. Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Mi-
nistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na O  PRESIDENTE  DA   REPÚBLICA Faço saber que o
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Vide Mensa- Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
gem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos in- CAPÍTULO I
teressados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE
gências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título BENS, DIREITOS E VALORES
executivo extrajudicial». (Vide Mensagem de veto)  (Vide REsp
222582 /MG - STJ)
Art. 1o  Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou va-
passa a ter a seguinte redação: lores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Re-
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova I - (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
iniciativa aos demais legitimados». III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
com a seguinte redação: VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associa- VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
ção autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.  (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
§ 1o  Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração
e danos”.
penal:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garan-
de 24 de julho de 1985:
tia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
III - importa ou exporta bens com valores não corresponden-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
tes aos verdadeiros.
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo § 2o  Incorre, ainda, na mesma pena quem:  (Redação dada
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas pela Lei nº 12.683, de 2012)
processuais». I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
ou valores provenientes de infração penal;  (Redação dada pela Lei
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, nº 12.683, de 2012)
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe-
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Tí- prática de crimes previstos nesta Lei.
tulo III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor».

Didatismo e Conhecimento 152


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. § 1o  Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do
14 do Código Penal. valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de
§ 4o  A pena será aumentada de um a dois terços, se os cri- deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
por intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei § 2o  O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,
nº 12.683, de 2012) direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem,
§ 5o  A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cum- mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários
prida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações
de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Reda-
de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontanea- ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
mente com as autoridades, prestando esclarecimentos que condu- § 3o  Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o com-
zam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, parecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se
coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valo- refere ocaput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de
res objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem
prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
CAPÍTULO II de 2012)
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS § 4o  Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para paga-
Lei: mento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento co- Lei nº 12.683, de 2012)
mum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz
singular; Art. 4o-A.  A alienação antecipada para preservação de valor
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao rimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interes-
juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre sada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
a unidade de processo e julgamento;  (Redação dada pela Lei nº
principal.  (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
12.683, de 2012)
§ 1o  O requerimento de alienação deverá conter a relação de
III - são da competência da Justiça Federal:
todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se en-
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou in-
contram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
teresses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
§ 2o  O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
públicas;
apartados, e intimará o Ministério Público.  (Incluído pela Lei nº
b) quando a infração penal antecedente for de competência da
12.683, de 2012)
Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o  Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
§ 1o  A denúncia será instruída com indícios suficientes da sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o va-
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos lor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão
previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a
o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal anteceden- 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº
te. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
§ 2o  No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica § 4o  Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:  (In-
de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, pros- I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justi-
seguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor ça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dativo.  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal
ou em instituição financeira pública, mediante documento adequa-
Art. 3º  (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) do para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Fede-
Art. 4o  O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ral ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única
ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Mi- do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalida-
nistério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios su- de, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e  (Incluída pela Lei nº
ficientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias 12.683, de 2012)
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou existen- c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou
tes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, pro- por instituição financeira pública serão debitados à Conta Única
duto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;  (Incluída pela
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)

Didatismo e Conhecimento 153


NOÇÕES DIREITO PENAL
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: (In- Art. 4o-B.  A ordem de prisão de pessoas ou as medidas asse-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) curatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira de- juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata
signada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na puder comprometer as investigações.  (Incluído pela Lei nº 12.683,
sua ausência, em instituição financeira pública da União;  (Incluí- de 2012)
da pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Art. 5o  Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ou-
Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº vido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica quali-
12.683, de 2012) ficada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a
§ 5o  Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do de- medidas assecuratórias, mediante termo de compromisso.  (Reda-
pósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de com-
Art. 6o  A pessoa responsável pela administração dos
petência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incor-
bens:  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
porado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satis-
de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
feita com o produto dos bens objeto da administração;
Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, II - prestará, por determinação judicial, informações periódi-
colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido cas da situação dos bens sob sua administração, bem como ex-
da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de plicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos
2012) realizados.
§ 6o  A instituição financeira depositária manterá controle dos Parágrafo único.  Os atos relativos à administração dos bens
valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento
de 2012) do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.  (Re-
§ 7o  Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de
iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Fede- CAPÍTULO III
ração, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 8o  Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Có-
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. (In- digo Penal:
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
§ 9o  Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e va-
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto lores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fian-
§ 10.  Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal con- ça, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;  (Reda-
denatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de adminis-
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) tração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daque-
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
les aos quais não foi dada destinação prévia; e  (Incluído pela Lei
§ 1o  A União e os Estados, no âmbito de suas competências,
nº 12.683, de 2012)
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valo-
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa)
res cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos pro-
dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressal-
vado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.  (Incluído pela Lei cessos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos
nº 12.683, de 2012) órgãos federais encarregados da prevenção, do combate, da ação
§ 11.  Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos
deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se processos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos
o saldo na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº 12.683,
12.683, de 2012) de 2012)
§ 12.  O juiz determinará ao registro público competente § 2o  Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja per-
que emita documento de habilitação à circulação e utilização dos da em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados
bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver inte-
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) resse na sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 13.  Os recursos decorrentes da alienação antecipada de
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de dro- CAPÍTULO IV
gas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos ter- DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE
mos desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei CRIMES PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
específica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 

Didatismo e Conhecimento 154


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 8o  O juiz determinará, na hipótese de existência de tra- X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de
tado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação
estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direi- dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
tos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias,
estrangeiro.  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou
autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em
§ 2o  Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;  (Incluído
de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes pela Lei nº 12.683, de 2012)
da sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que
Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, au-
de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO V a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comer-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) ciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natu-
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO reza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
DE CONTROLE b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ati-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) vos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, in-
Art. 9o  Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as vestimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683,
pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou de 2012)
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qual-
quer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análo-
ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
gas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financei-
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei
ros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
nº 12.683, de 2012)
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos rela-
ativo financeiro ou instrumento cambial;
cionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; (In-
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários. XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação de
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou
os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Re- eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de pela Lei nº 12.683, de 2012)
previdência complementar ou de capitalização; XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou car- de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua co-
tões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para mercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
aquisição de bens ou serviços; XVIII - as dependências no exterior das entidades menciona-
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão das neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a
ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que residentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
permita a transferência de fundos;
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de CAPÍTULO VI
fomento comercial (factoring); DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou MANUTENÇÃO DE REGISTROS
quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda,
concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
assemelhado; I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou
ainda que de forma eventual; estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais,
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de au- ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ul-
torização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, trapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
de capitais e de seguros; instruções por esta expedidas;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangei- III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles inter-
ras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, nos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma
ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste disciplinada pelos órgãos competentes;  (Redação dada pela Lei nº
artigo; 12.683, de 2012)

Didatismo e Conhecimento 155


NOÇÕES DIREITO PENAL
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no § 3o  O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com
órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis
Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art.
por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na
periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo- Art. 11-A.  As transferências internacionais e os saques em
lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações presta- espécie deverão ser previamente comunicados à instituição finan-
das. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) ceira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as
pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus pro- CAPÍTULO VIII
prietários. DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos admi-
anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da tran- nistradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obri-
sação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade com- gações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamen-
petente. te ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetua- I - advertência;
do também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, II - multa pecuniária variável não superior:   (Redação dada
houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com pela Lei nº 12.683, de 2012)
uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683,
ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente. de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente se-
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for- ria obtido pela realização da operação; ou  (Incluída pela Lei nº
12.683, de 2012)
mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (In-
financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
10.701, de 2003)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas
CAPÍTULO VII
no art. 9º;
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de
atividade, operação ou funcionamento.  (Redação dada pela Lei nº
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
12.683, de 2012)
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no
de instruções emanadas das autoridades competentes, possam cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou § 2o  A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
com eles relacionar-se; no art. 9o, por culpa ou dolo:  (Redação dada pela Lei nº 12.683,
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de 2012)
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência,
informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou no prazo assinalado pela autoridade competente;
realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art.
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, 10;  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do mencio- III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição
nado artigo; e (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) formulada nos termos do inciso V do art. 10;  (Redação dada pela
b) das operações referidas no inciso I;  (Redação dada pela Lei Lei nº 12.683, de 2012)
nº 12.683, de 2012) IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comuni-
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da cação a que se refere o art. 11.
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem ve-
condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, rificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos ter- constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, de-
mos do inciso II. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) vidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no com multa.
inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de rein-
características, no que se refere às partes envolvidas, valores, for- cidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena
ma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fun- prevista no inciso III do caput deste artigo.
damento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele
prevista. Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previs-
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste tas neste Capítulo será regulado por decreto, assegurados o contra-
artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. ditório e a ampla defesa.

Didatismo e Conhecimento 156


NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO IX Art. 17-B.  A autoridade policial e o Ministério Público terão
DO CONSELHO DE CONTROLE DE acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que
ATIVIDADES FINANCEIRAS informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen-
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral,
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Con- pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos
selho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a fina- provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédi-
lidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, exa- to. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
minar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas
previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos Art. 17-C.  Os encaminhamentos das instituições financeiras e
e entidades. tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferên-
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas cia de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio infor-
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fis- mático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração
calizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo- de informações para os autos do processo sem redigitação. (Incluí-
lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a apli- do pela Lei nº 12.683, de 2012)
cação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos Art. 17-D.  Em caso de indiciamento de servidor público, este
de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rá- será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos pre-
pidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, vistos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fun-
direitos e valores. damentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de pes- Art. 17-E.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil conser-
soas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº vará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5
10.701, de 2003) (cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da
declaração de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (In-
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir
pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º
Art. 16.  O Coaf será composto por servidores públicos de da República.
reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato
do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do qua-
dro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão ESTATUTO DO DESARMAMENTO
de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, (LEI 10.826/03);
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Re-
ceita Federal do Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do
Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça, do
Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Previdência LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
Social e da Controladoria-Geral da União, atendendo à indicação
dos respectivos Ministros de Estado. (Redação dada pela Lei nº Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
12.683, de 2012) fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente define crimes e dá outras providências.
da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda.
§ 2º Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos CAPÍTULO I


em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo. DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

CAPÍTULO X Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no


(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circuns-
DISPOSIÇÕES GERAIS  crição em todo o território nacional.
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
Art. 2o Ao Sinarm compete:
Art. 17-A.  Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições I – identificar as características e a propriedade de armas de
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro- fogo, mediante cadastro;
cesso Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (In- II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e ven-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) didas no País;

Didatismo e Conhecimento 157


NOÇÕES DIREITO PENAL
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
renovações expedidas pela Polícia Federal; nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente,
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, fur- como também a manter banco de dados com todas as característi-
to, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados ca- cas da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
dastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de § 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e
segurança privada e de transporte de valores; munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re-
V – identificar as modificações que alterem as características gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
ou o funcionamento de arma de fogo; § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e muni-
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; ções entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori-
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as zação do Sinarm.
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; § 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será con-
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como cedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30
conceder licença para exercer a atividade; (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, § 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
fogo, acessórios e munições; § 8o  Estará dispensado das exigências constantes do inciso III
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as característi- do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em
cas das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar auto-
disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realiza- rizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
dos pelo fabricante; adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Esta-
dos e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com va-
armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o ca- lidade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a
dastro atualizado para consulta. manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residên-
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as
cia ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as de-
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo
mais que constem dos seus registros próprios.
estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884,
de 2004)
CAPÍTULO II
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido
DO REGISTRO
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art.
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão com-
4  deverão ser comprovados periodicamente, em período não in-
o
petente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão regis- ferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regula-
tradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta mento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de
Lei. Arma de Fogo.       
§ 3o  O proprietário de arma de fogo com certificados de re-
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes- gistro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distri-
sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos to Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela
seguintes requisitos: entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certi- mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de
dões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forne- de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
cidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei
2008) nº 11.706, de 2008)   (Prorrogação de prazo)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação § 4o  Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste arti-
lícita e de residência certa; go, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicoló- de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na
gica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento
no regulamento desta Lei. e obedecidos os procedimentos a seguir:(Redação dada pela Lei nº
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de 11.706, de 2008)
fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em I - emissão de certificado de registro provisório pela internet,
nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº
esta autorização. 11.706, de 2008)
§ 2o  A aquisição de munição somente poderá ser feita no cali- II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Fe-
bre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida deral do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar
no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de como necessário para a emissão definitiva do certificado de regis-
2008) tro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Didatismo e Conhecimento 158


NOÇÕES DIREITO PENAL
CAPÍTULO III § 1º-C. (VETADO).       (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
DO PORTE § 2o  A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes
das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput des-
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o territó- te artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se
rio nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições es-
e para: tabelecidas no regulamento desta Lei.(Redação dada pela Lei nº
I – os integrantes das Forças Armadas; 11.706, de 2008)
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas
do caput do art. 144 da Constituição Federal; municipais está condicionada à formação funcional de seus inte-
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos grantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno,
habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº
com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen- 10.867, de 2004)
tos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais
10.867, de 2004) e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Esta-
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteli- dos e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
gência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e
Segurança Institucional da Presidência da República; III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, § 5o  Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e
IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será conce-
prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por- dido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
tuárias; caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre
valores constituídas, nos termos desta Lei; igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado compro-
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente ve a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser ane-
constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas xados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706,
de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no de 2008)
que couber, a legislação ambiental. I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal 11.706, de 2008)
do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor- II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela
Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de Lei nº 11.706, de 2008)
2007) III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da 11.706, de 2008)
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Es- § 6o  O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
tados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon-
que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - § 7o  Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
CNMP.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma
§ 1o  As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de pro-
priedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou ins- Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
tituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons-
Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso
 § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particu- certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Po-
lar ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mes- lícia Federal em nome da empresa.
mo fora de serviço, desde que estejam:       (Incluído pela Lei nº § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se-
12.993, de 2014) gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;       (Incluído previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
pela Lei nº 12.993, de 2014) demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor-
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
e       (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni-
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
interno.       (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) horas depois de ocorrido o fato.

Didatismo e Conhecimento 159


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deve- § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida
rá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados regulamentares, e dependerá de o requerente:
que portarão arma de fogo. I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati-
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm. II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de
Art. 7o-A.  As armas de fogo utilizadas pelos servidores das fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, § 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste
responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão substâncias químicas ou alucinógenas.
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte
expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.  (Incluído Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores cons-
pela Lei nº 12.694, de 2012) tantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
§ 1o  A autorização para o porte de arma de fogo de que trata I – ao registro de arma de fogo;
este artigo independe do pagamento de taxa.  (Incluído pela Lei nº II – à renovação de registro de arma de fogo;
12.694, de 2012) III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
§ 2o  O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de V – à renovação de porte de arma de fogo;
funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de ser- fogo.
vidores que exerçam funções de segurança.  (Incluído pela Lei nº § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu-
12.694, de 2012) tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.
§ 3o  O porte de arma pelos servidores das instituições de que
§ 2o  São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo
trata este artigo fica condicionado à apresentação de documentação
as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e
comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art.
X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos
de 2008)
de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de
fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
Art. 11-A.  O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as
regulamento desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal
§ 4o  A listagem dos servidores das instituições de que trata
para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica
este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm.  (In- para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
cluído pela Lei nº 12.694, de 2012) 2008)
§ 5o  As instituições de que trata este artigo são obrigadas a re- § 1o  Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado
gistrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, profissionais para realização de avaliação psicológica constante do
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído
24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.  (Incluído pela pela Lei nº 11.706, de 2008)
Lei nº 12.694, de 2012) § 2o  Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas (oitenta reais),acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei
legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de nº 11.706, de 2008)
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo § 3o  A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§
o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na 1  e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional
o

forma do regulamento desta Lei. pela Polícia Federal.(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do por- CAPÍTULO IV


te de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran- DOS CRIMES E DAS PENAS
geiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores e de representantes estrangeiros em competição interna- Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces-
cional oficial de tiro realizada no território nacional. sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determi-
nação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de-
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja
permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polí- o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
cia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 160


NOÇÕES DIREITO PENAL
Omissão de cautela VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para im-
pedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defi- Comércio ilegal de arma de fogo
ciência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade: Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocul-
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. tar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, ven-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário der, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito pró-
ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de va-
prio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
lores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desa-
à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guar- cordo com determinação legal ou regulamentar:
da, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou indus-
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido trial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de ser-
viços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó- exercido em residência.
sito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, reme-
ter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessó- Tráfico internacional de arma de fogo
rio ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo
com determinação legal ou regulamentar: Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, munição, sem autorização da autoridade competente:
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agen- Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
te. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é au-
Disparo de arma de fogo mentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem
de uso proibido ou restrito.
jArt. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
outro crime: pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá-
vel. (Vide Adin 3.112-1) Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insusce-
tíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
CAPÍTULO V
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter DISPOSIÇÕES GERAIS
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres-
tar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios
fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem auto- com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do dis-
rização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: posto nesta Lei.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: Art. 23.  A classificação legal, técnica e geral bem como a de-
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de finição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos
identificação de arma de fogo ou artefato;
proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal,
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida- mediante proposta do Comando do Exército.(Redação dada pela
de policial, perito ou juiz; Lei nº 11.706, de 2008)
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo § 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar
ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determina- acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras,
ção legal ou regulamentar; gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regula-
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica- mento desta Lei.
ção raspado, suprimido ou adulterado; § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedi-
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, das autorizações de compra de munição com identificação do lote
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado- e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento
lescente; e desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 161


NOÇÕES DIREITO PENAL
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aqui-
data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de se- sições dos Comandos Militares.
gurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido
pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no Art. 28.  É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adqui-
art. 6o. rir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades cons-
§ 4o  As instituições de  ensino policial e as guardas munici- tantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta
pais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de
munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já con-
mediante autorização concedida nos termos definidos em regula- cedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta
mento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de va-
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º
lidade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a
desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar
Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no
a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o
prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o
comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclu-
requerente.
sive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de coleciona-
dores, atiradores e caçadores.
Art. 30.  Os possuidores e proprietários de arma de fogo de
Art. 25.  As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro
laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessa- até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de docu-
rem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente mento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,
ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da ori-
horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública gem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Reda- declaração firmada na qual constem as características da arma e a
ção dada pela Lei nº 11.706, de 2008) sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamen-
§ 1o  As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército to de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes
que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e dos incisos I a III docaput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela
a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, Lei nº 11.706, de 2008)  (Prorrogação de prazo)
atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério Parágrafo único.  Para fins do cumprimento do disposto
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter,
relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas institui- no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi-
ções, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.(Incluí- sório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela
do pela Lei nº 11.706, de 2008) Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o  O Comando do Exército encaminhará a relação das ar-
mas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo ad-
perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei quiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à
nº 11.706, de 2008) Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
§ 3o  O transporte das  armas de fogo doadas será de respon- gulamento desta Lei.
sabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadas-
tramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de Art. 32.  Os possuidores e proprietários de arma de fogo pode-
2008)
rão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-
§ 4o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fican-
§ 5o  O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o enca-
do extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
minhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de
armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o re-
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de gulamento desta Lei:
fogo, que com estas se possam confundir. I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, ma-
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os rítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio,
simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou muni-
de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do ção sem a devida autorização ou com inobservância das normas
Exército. de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio- realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado
nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito. de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Didatismo e Conhecimento 162


NOÇÕES DIREITO PENAL
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena
   
de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o in- - até 30 de junho de 2008 30,00
gresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo
inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
   
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos    
serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros
adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de
- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro 45,00
de 2008
passageiros armados.
   
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
- a partir de 1  de novembro de 2008
o
60,00
V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e muni-
ção em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas
VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
no art. 6o desta Lei. VII - Expedição de segunda via de
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de apro- certificado de registro de arma de fogo 60,00
vação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de VIII - Expedição de segunda via de porte
2005. de arma de fogo 60,00
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto
neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resulta-
do pelo Tribunal Superior Eleitoral.
CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90).
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e
115o da República. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, in-
ciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providên-
ANEXO
cias.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.706, DE 2008)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
TABELA DE TAXAS
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
ATO ADMINISTRATIVO R$
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
I - Registro de arma de fogo:  
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
  (art. 30) 8.930, de 1994)  (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00 de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
II - Renovação do certificado de registro homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e
de arma de fogo:   VII);  (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
  Gratuito § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o) praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
    ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00 decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
III - Registro de arma de fogo  para  60,00 consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;  (Incluí-
empresa de segurança privada e de do pela Lei nº 13.142, de 2015)
transporte II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei
nº 8.930, de 1994)
de valores   III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);      (Inciso
IV - Renovação do certificado de registro incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
de arma de fogo para empresa de   IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.
segurança privada e de transporte de 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);      (Inciso incluído pela Lei nº 8.930,
valores:   de 1994)

Didatismo e Conhecimento 163


NOÇÕES DIREITO PENAL
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);       (Redação dada Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213;
pela Lei nº 12.015, de 2009) 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput,
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
4o);     (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) “
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).     (Inciso Art. 157. .............................................................
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
VII-A – (VETADO)       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a
de 1998) reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou altera- ........................................................................
ção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei Art. 159. ...............................................................
no 9.677, de 2 de julho de 1998).      (Inciso incluído pela Lei nº Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
9.695, de 1998)
§ 1º .................................................................
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex-
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
§ 2º .................................................................
218-B, caput, e §§ 1º e 2º).     (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de
genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de § 3º .................................................................
outubro de 1956, tentado ou consumado.(Parágrafo incluído pela Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Lei nº 8.930, de 1994) ........................................................................

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilí- Art. 213. ...............................................................
cito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetí- Pena - reclusão, de seis a dez anos.
veis de:  (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto; Art. 214. ...............................................................
II - fiança.       (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cumprida ........................................................................
inicialmente em regime fechado.      (Redação dada pela Lei nº
11.464, de 2007) Art. 223. ...............................................................
§ 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados aos Pena - reclusão, de oito a doze anos.
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 Parágrafo único. ........................................................
(dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de ........................................................................
2007)
§ 3o  Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá funda- Art. 267. ...............................................................
mentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.       (Redação Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) ........................................................................
§ 4o  A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, Art. 270. ...............................................................
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
caso de extrema e comprovada necessidade.(Incluído pela Lei nº .......................................................................”
11.464, de 2007)
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu-
parágrafo:
rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a

condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. Art. 159. ..............................................................
........................................................................
Art. 4º (Vetado). § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor
que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestra-
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte in- do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.»
ciso:
“ Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
Art. 83. .............................................................. no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos,
........................................................................ prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- terrorismo.
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-
reincidente específico em crimes dessa natureza.” mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Didatismo e Conhecimento 164


NOÇÕES DIREITO PENAL

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