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A essência do conhecimento

1. Soluções pré-metafísicas do problema: Nesta parte o autor traz conceitos referente


ao objetivismo, com a idéia central de que o objeto determina o sujeito, e que este
sujeito carrega consigo as determinações imposta pelo objeto, partindo do
pressuposto de que o objeto se coloca diante da consciência como algo pronto, e que
ao adentrar no consciente da maneira que está, será reconstruído adquirindo um novo
significado a partir do que já foi formulado. Teve como defensor Platão, pois para ele
as idéias eram realidades objetivamente dadas, formando um fato, um reino objetivo.
Husserl também evoca seus conceitos no que se refere ao mundo das idéias,
diferenciando a intuição sensível da não sensível, para ele a intuição sensível abarcava
os objetos individuais e concretos, enquanto as não sensível abrangia as essências
universais das coisas, o que Platão chama de idéia Husserl chama de essência.
Neste trecho pode-se perceber que esses dois grandes pensadores tinham conceito
distintos a cerca do mundo do conhecimento, formulações essas válidas, levando a
uma compreensão ampla sobre o que determina o sujeito na busca incessante pelo
conhecimento, podendo considerar tanto o aspecto racional, ou seja o que nos torna
seres pensante, as idéias, conhecimento, quanto os aspectos referido a essência do
sujeito, dando- lhes autonomia e capacidade de observar.
Um segundo ponto no que tange o mundo das idéias é o conceito que se tem sobre
subjetivismo, onde o sujeito tem uma participação ativa na busca do conhecimento
humano, a filosofia de Agostinho teve uma importante contribuição para o
subjetivismo, pois para ele o espírito divino, a existência de Deus, substituía o mundo
espiritual dos objetos, imposto por Platão, para o mundo do sujeito e sua consciência,
a característica do conhecimento já não estava mais focada nos aspectos objetivos,
mas sim no voltar-se para o sujeito. Outro fator que vale ressaltar é o de que a escola
de Marburgo trouxe a concepção mais próxima de subjetivismo, onde todos os
elementos metafísicos e psicológicos são eliminados do núcleo do pensamento
subjetivista, onde o sujeito tinha uma consciência geral capaz de personificar leis e
conceitos supremo do conhecimento, sendo através deste, o modo como a consciência
definia os objetos.
2. Soluções metafísicas do problema: O realismo
Partindo do ponto de vista epistemológico de que existem coisas reais, independentes
da consciência, no realismo ingênuo não há nenhuma base de reflexão epistemológica,
não conseguindo distinguir percepção como conteúdo de consciência do objeto
percebido, as coisa são para ele exatamente como percebemos. Já o realismo natural
se concentra nas reflexões criticas e epistêmicas, evidenciando o fato de que ele não
mais identifica conteúdo perceptivo e objeto, os objetos correspondem aos conteúdos
perceptivos. No realismo crítico, que recebe esse nome por se apoiar em reflexões
crítico-epistêmicas, nem todas as propriedades presentes nos conteúdos perceptivos
convém as coisas, pelo contrario, as propriedades ou qualidades das coisas
apreendidas por nós através dos sentidos ( cores, sons, odores, sabores,) existem
apenas e somente na nossa consciência, na medida em que os estímulos externos
atuam sobre nosso órgãos sensíveis.
As três formas de realismo são encontradas na filosofia antiga, no primeiro período do
pensamento grego, o realismo ingênuo é o ponto de vista adotado de maneira geral, já
em Demócrito (470-370) deparamo-nos com o realismo critico, segundo ele o que
existe são átomos com determinações quantitativas. Aristóteles também teve sua
contribuição para com o realismo natural, segundo ele as propriedades percebidas
convém também as coisas, independentemente da consciência recipiente.
Nas três formas descrita sobre os tipos de realismo, foi possível perceber que há a
predominância de um em detrimento dos outros, o realismo crítico por apoiar sua
concepção em aspectos que diz respeito as qualidades sensíveis secundárias ou seja
algo mais subjetivo, que tem lugar apenas na nossa consciência, sendo ancorado pela
fisiologia e a psicologia.
O conceito que o autor traz dos tipos de realismo remete a noção de que as coisas
existem, independente de se ter consciência delas, no realismo ingênuo não há uma
noção de percepção como conteúdo da consciência para com o objeto que pode ser
percebido, no realismo natural os objetos correspondem aos conteúdos da
consciência, levando em consideração a percepção que o realismo ingênuo se recusou
a perceber e aceitar, enquanto que no realismo critico as coisas só podiam ser
percebidas através da captação dos órgãos dos sentidos e levando em conta os
estímulos externos que atuam sobre esses.
Idealismo e Fenomenalismo

3. O idealismo abordado pelo autor é diferente do idealismo metafísico que remete a


noção das coisas baseadas em forças espirituais, em poderes ideais, o que é proposto
por ele é o que leva em conta a epistemologia, fazendo-nos entender que as coisas
não existem ou que não são reais, independente da consciência. No idealismo é
defendido a idéia de que é necessário considerar os objetos como reais, sendo objetos
existentes na consciência. Nessa trajetória surge dois tipos de idealismo, subjetivo ou
psicológico onde a realidade mantém-se na consciência do sujeito, onde as coisas não
passam de conteúdo da consciência, sendo percebido pelo sujeito, deixando de ser
percebidas por ele, não faz mais parte dele, tendo como representante o filósofo
Berkeley, onde o mesmo afirmou “ o ser das coisas consiste em serem percebidas, no
idealismo subjetivo ou lógico é levado em conta a consciência objetivada ciência, o
conteúdo da consciência não é uma cadeia de processos psíquicos, mas uma soma de
pensamento e de juízos.
O fenomenalismo por ser uma teoria, segundo a qual conhecemos as coisas não como
são, mas como nos aparecem, essa teoria defende que existem coisas reais, porém não
somos capazes de conhecer sua essência, só podemos conhecer o “quê” das coisas,
mas não o seu “o quê”, o fenomenalismo traz um pouco do realismo quando fala na
suposição de coisas reais, e acompanha o idealismo na limitação do conhecimento
dada a realidade na consciência, ao mundo das aparências que resulta na
incognoscibilidade das coisas.
Nota-se que ambos traz pontos de vista diferentes sobre a consciência e existência das
coisas, enquanto um afirma em dizer que não há coisas reais, não dependendo da
consciência, (idealismo) este afirma que ao esconder as coisas, só existem dois tipos de
objeto, os existentes na consciência e os ideais que tem a ver com a lógica. No outro as
coisas são vista da forma como nos aparecem e não como são, ou seja é o que vejo e
pronto, não se importando com a essência dela, (fenomenalismo), neste os aspectos
referente as qualidades primarias: forma, extensão, espaço, movimento, são apenas
forma de nossa intuição, nesta teoria torna-se importante não só o caráter intuitivo
das coisas, mas também os de cunho conceitual.
Soluções teológicas do problema

4. A solução monista-panteísta, na solução monista-panteísta o que existe é a questão


da unidade última, sujeito e objeto , pensamento e ser, consciência e objeto, são visto
apenas como dualidade, compondo uma unidade, apenas os dois lados de uma mesma
e única realidade. Teve como representante Espinosa, ele teve como pensamento a
idéia de substância, que possuía dois atributos o de pensamento e extensão, o
primeiro representando a consciência ou o mundo ideal e o segundo o mundo
material, ele dizia que cada atributo possuía determinações ou modos, sendo uma só
coisa na substância universal, na medida em que apresenta dois lados sujeito e objeto,
pensamento e ser devem concordar plenamente, ou seja para ele a partir do momento
que o sujeito assume seu papel tendo consciência de si e do objeto, ele se torna um
ser pensante, tendo consciência da própria existência.
Na solução dualista-teísta o que existe é o princípio da divindade, sendo a fonte
comum da idealidade e realidade, do pensamento e do ser, como causa criadora do
universo, Deus coordenou os reinos ideal e real, ambos concordando entre si e
havendo uma harmonia entre pensamento e ser. Neste tipo de solução tem que haver
um equilíbrio harmônico entre aquilo que esperamos ser e atingir e o que somos na
essência.
Agostinho e Tomás de Aquino são seus principais representantes, mas encontrou
defensores na idade moderna como Descartes, ancorando-se no teísmo cristão, Leibniz
também teve sua contribuição, pois para ele o mundo é composto por infinitas
mônadas que se apresentam como mundo totalmente fechados em si mesmos e a
conseqüência seria uma não ação recíproca entre elas. Pois para haver uma harmonia
no mundo, seria necessário uma conexão harmônica com Deus, onde ele ia por essa
harmonia desde que os outros aspectos tivessem em concordância, nesse caso
pensamento e ser, sujeito e objeto.
Os tipos de conhecimento

O problema da intuição e sua história

5. Neste tópico o autor traz conceitos referentes aos tipos de conhecimento intuitivo,
onde o objeto é imediatamente apreendido pelo homem, tudo que nos é dado nas
experiências externas e internas é imediatamente apreendido por nós, se tratando de
intuição o que deve ser levado em consideração não é o que se refere as coisas
apreendidas, mas sim uma intuição não sensível, espiritual, não podendo ser negada, a
intuição também está baseada no juízo que temos das leis lógicas do pensamento,
podendo concluir que no inicio e no final de nosso conhecimento existe uma
apreensão intuitiva, ou seja tanto o dado que percebemos a partir do nosso
conhecimento, quanto os princípios últimos que constituem seu fundamento são
apreendido de modo imediato e intuitivo.
A história do problema da intuição perpassa em linhas gerais antes os olhos de nosso
espírito, o primeiro a falar num olhar espiritual, numa intuição no sentido estrito foi
Platão. Segundo ele, as idéias imediatamente percebidas pela razão são vistas
espiritualmente, tratando-se de uma intuição material, pois o que vemos são dados
materiais, conteúdos espirituais determinados. Para Plotino a visão do noûs, ocupa o
lugar da visão das idéias, a visão do nôus é uma atividade puramente intelectual, ele
reconhece também a existência de uma intuição imediata do uno, o mais alto principio
da realidade, no tratado “da contemplação”, a existência de Deus para Plotino era
vista muito mais como aspecto racional, envolto de sentimentos, do que ligados a
racionalidade, dando ao homem a capacidade de sentir.
Agostinho também teve sua teoria influenciada por Plotino, para o padre da igreja o
nôus coincide, com o Deus pessoal da cristandade, a partir da obra de Agostinho, a
idéia de uma visão mística de Deus irá terminar na mística medieval, surgindo como
oposto da escolástica de orientação intelectualista, a escolástica só reconhecia um tipo
de conhecimento que era o racional discursivo, enquanto que a mística defendia o
direito da intuição, em especial a intuição religiosa.
O correto e o incorreto no intuicionismo

6. Como foi visto anteriormente o autor trouxe pensamentos e opiniões de grandes


pensadores a respeito do conhecimento intuitivo e discursivo a cerca da intuição, pois
para entender estes conceitos é necessário que tenhamos uma concepção sobre a
essência do homem, o que nos faz enxergar este sujeito como ser que pensa, formador
de opiniões, sendo capaz de usar seu lado racional, como também um ser possuidor de
sentimentos e vontades, dando a este um caráter múltiplo da realidade,
correspondendo a uma infinidade de funções do conhecimento. Neste tópico o autor
traz visões dos pensadores sobre o que há de certo e errado no intuicionismo,
baseando-se na perspectiva deles a respeito do que deve ser considerado na intuição.
Dilthey foi quem mais chamou atenção para esse fato, em sua introdução as ciências
do espírito, ele se posiciona contra o racionalismo e intelectualismo, como sendo a
razão os aspectos pertinente a atividade mental, para ele o homem é visto como ser
que deseja, sente e representa, como base para a explicação do conhecimento e de
seu conceito, colocando o conhecimento irracional-intuitivo ao lado do racional-
discursivo.
Passando do campo dos valores ao campo estético, a intuição gera menos polêmica,
dificilmente haverá disputa para saber se o conteúdo de um quadro, de uma obra de
arte, de uma paisagem é apreendido por nós de modo imediato e emocional, e se
existe, portanto, uma intuição estética, pois valores estéticos não podem ser
apreendidos discursivamente, por meio do entendimento, mas apenas intuitivamente
por meio do sentimento. No campo da ética as coisas são diferentes, quando vimos as
ações e atitudes humanas atribuindo o sgnificado de bom ou mal, esse juízo de valor
ocorre segundo uma concepção muito difundida, aplicada por um padrão de medida
de norma moral superior a ação, que avalia como boa ou mal.
O campo dos valores religiosos também deve ser considerado, pois há uma concepção
propagada, segundo a qual o objeto valorativo do comportamento religioso, o objeto
da religião, só pode ser reconhecido pela via racional e discursiva. São muito os pontos
de vista a cerca do conhecimento, sua natureza e o que deve ser considerado ou não
para explicar o que rege o mundo das idéias, tendo como contribuição o conhecimento
de grandes pensadores sobre a temática em questão envolvendo o conhecer.

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