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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA

FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO CAPITAL

URGENTE - PEDIDO LIMINAR

NAIARA ALICE ARAUJO COSTA, solteira, estudante, residente e domiciliada na


Rua coronel Alberto Gomes 131, Fernã o Dias CEP 31920280, Belo Horizonte -
MG, inscrito no CPF sob o nº 073.895.456-07 endereço eletrô nico:
naiaraalice_91@hotmail.com, neste ato representada por sua advogada que a
presente subscreve (doc. anexo), vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelê ncia, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE TUTELA DE


URGÊNCIA

Contra ato de incorreçã o de questã o da prova prá tico profissional praticado pela

BANCA EXAMINADORA DO EXAME DE NomeDE SÃO PAULO - NomeDOS


ADVOGADOS DO BRASIL - SEÇÃO DE SÃO PAULO ,entidade de serviço pú blico
federal, inscrita no CNPJ/MF sob nº

00.000.000/0000-00, com sede na EndereçoCEP 00000-000, pelos


motivos de fato e de direito a seguir expostos:
I - DA PRELIMINARES
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituiçã o Federal de 1988, c/c


artigo 98 e seguintes do Có digo de Processo Civil, Lei 13.105/2015, a impetrante
requer a concessã o dos benefícios da gratuidade de justiça haja vista que nã o
dispõ e de condiçõ es financeira para arcar com as custas processuais, sem que
isso lhe cause prejuízo do seu pró prio sustento, mesmo porque ostenta apenas
uma titularidade acadêmica de Bacharel e nã o uma profissã o.

DA AUTENCIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS


Esta
advogada
subscritora  D
ECLARA , nos
termos da lei que todas as có pias reprograficas juntadas ao pedido sã o autenticas
pois, a forma e o seu conteú do conferem com os documentos originais.
II - DO MÉRITO
A impetrante em 21/01/2018 realizou a segunda fase do XXIV Exame
de NomeUnificado, para ingresso como advogada nos quadros da OAB.
Em, 19/02/2018 teve acesso ao resultado preliminar da prova; quando
tomou conhecimento de que havia sido reprovada, mediante a nota de 5,65.

Ao realizar a leitura da prova constatou que houve falha explicita e


inexatidã o na correçã o da Questã o 01 - letra B, da segunda parte da prova, senã o
vejamos:

PERGUNTA:

No dia 11/01/2016, Arnaldo, nascido em 01/02/1943, primá rio e de bons


antecedentes, enquanto estava em um bar, desferiu pauladas na perna e socos na
face de Severino, nascido em 30/03/1980, por acreditar que este demonstrara
interesse amoroso em sua neta de apenas 16 anos. As agressõ es praticadas por
Arnaldo geraram deformidade permanente em Severino, que, revoltado com o
ocorrido, foi morar em outro estado.

Denunciado pela prá tica do crime do Art. 129, § 2º, inciso IV, do Có digo
Penal, Arnaldo confessou em juízo, durante o interrogató rio, as agressõ es;
contudo, nã o foram acostados aos autos boletim de atendimento médico e exame
de corpo de delito da vítima, que também nã o foi localizada para ser ouvida. As
testemunhas confirmaram ter visto Arnaldo desferir um soco em Severino, mas
nã o viram se da agressã o resultou lesã o. Em sentença, diante da confissã o,
Arnaldo foi condenado a pena de 03 anos de reclusã o, deixando o magistrado de
substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em virtude da
violê ncia.

Considerando a situaçã o narrada, na condiçã o de advogado (a) de Arnaldo,


responda aos itens a seguir.

B) Ainda em sede de apelaçã o, existe algum benefício legal a ser requerido


pela defesa de Arnaldo para evitar a execuçã o da pena, caso sejam mantidas a
condenaçã o e a sançã o penal imposta? Justifique. (Valor: 0,60)
Nome
Questã o 01/B: sim, poderia ser buscada Os benefícios de Arnaldo cai sobre
a a suspensã o condicional da pena (0,35) sua idade maior de 70 anos, sendo já
que Arnaldo era maior de 70 anos na assim, faz jus as circunstancias data dos
fatos. E a
sançã o penal
atenuantes
do
artigo 65 do có digo aplicada é inferior a 4 anos (0,15), nos penal, e tendo direito a
suspensã o termos do art 77 § 2º do có digo penal condicional da pena com fulcro
do art 77 (0,10) . § 2º do có digo penal .

Sendo ré u primá rio e bons antecedentes terá direito a suspensã o

Valor da questão (0,60) condicional do processo com fulcro no

art  696, "caput" e 696, II ambos do  CPP, e art  129,  § 4º  do  CP.

E não sendo a pena superior a 4 anos terá o beneficio da substituição da privativa


de liberdade por restritiva de direito, pois não foi comprovado a lesão, conforme
art  44,  I, do  CP.

Nota obtida (0,0)

Inconformada com o resultado da prova preliminar, ingressou com


recurso no intuito de ter a questã o revisada pela Banca Examinadora.

Poré m, em 06/03/2018 constatou que seu recurso fora improvido, sendo


a sua reprovaçã o confirmada.

Ocorre, Vossa Excelê ncia, nã o há como ficar inerte ao caso em testilha,


quando comprovado erro material e falha na correção da questão , conforme
já demonstrado no quadro anterior, mas, que a seguir apresentamos algumas
considerações:
O texto em destaque laranja comprova a conexã o entre as respostas, e se
tivesse havido a correta correçã o da questã o, a candidata teria sua nota acrescida
em 0,35 o que por si só , já lhe daria a aprovaçã o.

Mas, continuando a aná lise entre gabarito e a resposta da


candidata/impetrante, temos, no trecho em destaque azul, que a autora também
fez a mençã o correta ao fundamento legal, ou seja, artigo 77, § 2º do Có digo
Penal, assim, temos o acréscimo de 0,10 pontos situaçã o que já ultrapassaria o
mínimo necessá rio à aprovaçã o.

E, para finalizar e deixar ainda mais a Impetrante inconformada com o


resultado obtido, no destaque rosa, temos que a banca examinadora nã o
considerou
també m a
mençã o da
pena inferior a
4 anos conforme consta do gabarito.

Diante da resposta apresentada pela candidata e o gabarito fornecido pela


instituiçã o, resta claro que houve erro material, falha e incorreção da
questão, sem dizer que não houve qualquer consideração de pontuação,
simplesmente zeraram a questão respondida, mesmo diante de todos os
apontamentos contidos no gabarito, que daria a seu ver a soma de 0,60
pontos mais do que suficiente para a aprovação. Assim, mencionada falha de
correção, resultou, repete-se, na sua reprovação.
Ressalta-se, que se a resposta fosse corretamente corrigida, a
impetrante obteria a aprovação no concurso.

Diante do exposto, é o presente, para fins de que a prova seja levada a


reexame pela Banca Examinadora do Exame de Nome, no intuito de ser
constatada a incorreçã o da questã o e aplicada a nota merecida a impetrante.
II - DO DIREITO
DA POSSIBILIDADE DE SE IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA

A Constituiçã o da Republica Federativa do Brasil estabelece em seu


artigo 5º, inciso LXIX, que conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, nã o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsá vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pú blica ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuiçõ es do Poder Pú blico.

No caso em tela, o ato coator praticado pela banca examinadora se deu


quando nã o fez a correçã o correta da questã o apontada na prova, afastando por
completo as respostas apresentadas pela Impetrante, que estã o em total
conformidade com o gabarito e resultado pretendido pela autoridade coatora.

Nã o obstante, outro nã o é o entendimento de nossos Tribunais, senã o


vejamos:

MANDADO DE SEGURANÇA - ALEGADO DIREITO LÍQUIDO E CERTO A


APRECIAÇÃO DA PROVA CONFORME OS PARADIGMAS APLICÁVEIS A TODOS OS
PARTICIPANTES DO EXAME - LIMINAR CONCEDIDA PARA REAPRECIAÇÃO DA
PROVA PRÁTICO PROFISSIONAL ELABORADA PELA IMPETRANTE ,
CONFIRMADA EM SENTENÇA REAPRECIAÇÃO QUE RESULTOU NA APROVAÇÃO
DA AUTORA , A DEMONSTRAR O DESACERTO DA AUTORIDADE IMPETRADA -
POSSIBILIDADE DE O JUDICIÁRIO PERSCRUTAR O EXAME DA OAB A LUZ DE
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE A ENTIDADE, QUALIFICADA COMO "SERVIÇO
PÚBLICO INDEPENDENTE" (ADI Nº 3.026), TAMBÉM É OBRIGADA A PRESERVAR -
SITUAÇÃO
DE FATO

CONSOLIDADA NO TEMPO (IMPETRANTE APROVADA NO CERTAME) - APELO E


REMESSA DESPROVIDOS.
Processo MAS - Apelação Cível -  00.000 OAB/UF  0001560-
39.2010.4.03.6100, Relator Desembargador Federal Johonsom Di Salvo, 6a Turma,
J. 04/04/2013, data da publicação e-DJF3 Judicial 1, data 11/04/2013) conforme
documento juntado.

TRF-1 - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA AMS 25677


PI  0025677-80.2009.4.01.4000  (TRF-1)

Data de publicação: 14/09/2012

Ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - MANDADO DE


SEGURANÇA - EXAME DE  Nome( OAB -PI ) - REEXAME DE QUESTÕES DE PROVA
PELO JUDICIÁRIO - ANULAÇÃO DE QUESTÃO DE PROVA - REGISTRO DO
IMPETRANTE NOS QUADROS DA OAB -SITUAÇÃO FÁTICA CONSOLIDADA :
APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL NÃO
OAB -SITUAÇÃO FÁTICA CONSOLIDADA : APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL
NÃO PROVIDAS. 1.O entendimento desta Corte, na linha da jurisprudência dos
Tribunais Superiores, é no sentido de que ao Poder Judiciário é vedado substituir-se
aos membros da comissão examinadora na formulação e na avaliação de mérito
das questões e atribuições de notas por ela estabelecidas, limitando-se, sua
interferência, ao exame da legalidade do edital e do procedimento administrativo.
2.Todavia, a aprovação da impetrante na prova da 2a fase do exame de   Nome,
verificada após a anulação judicial de um quesito da prova , seguida do seu registro
nos quadros da OAB /PI, gerou situação fática consolidada, repercutindo efeitos
perante terceiros de boa-fé, cuja reversão o bom-senso e a estabilidade da relação
jurídica não abonam. 3. Não é extra petita a decisão que anula questão de prova ,
ainda que não impugnada especificamente, quando requerido, no pedido sucessivo
da petição inicial, nova correção da prova , com base nos critérios estabelecidos no
Edital do Exame de  Nomee observância aos princípios da isonomia e da
razoabilidade. 4.Apelação e remessa oficial não providas. 5. Peças liberadas pelo
Relator, em Brasília, 3 de setembro de 2012., para publicação do acórdão.
Diante disso, resta claro que o direito da Autora foi violado, e essa atitude
certamente causará prejuízos de grande monta. E, é por isso que o Mandado de
Segurança é o ú nico meio legal para ter o seu direito assistido.

III - DA TUTELA DE URGÊNCIA


Diante do todo exposto, a Impetrante aguarda confiante, no que se refere
à s providê ncias e obtençã o do resultado prá tico pretendido que deve ser tomado,
no sentido de que IMEDIATAMENTE SEJA CONCEDIDA A LIMINAR PARA QUE A
PROVA SEJA LEVADA A REAPRECIAÇÃO/REEXAME A BANCA EXAMINADORA DO
EXAME
DE  NomeDA
OAB/SP
PARA QUE
SEJA REAVALIADA A QUESTÃO 1 - LETRA B, NO INTUITO DE CONFIRMAR O
ERRO MATERIAL E FALHA NA CORREÇÃO.
Além do mais, entende que estã o presentes os requisitos legais para a
concessã o da liminar almejada, senã o vejamos:

Artigo  300  do  CPC. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Portanto, sem a concessã o da liminar, a Impetrante continuará sendo


lesada.

Assim, do aqui demonstrado, nã o vislumbra a Autora motivo para que este


MM. Juízo nã o conceda a LIMINAR pretendida.

Outrossim, note-se, que se tal provimento nã o for concedido somente em


sede de mé rito, implicará em denegaçã o de justiça em face do retardamento na
prestaçã o da tutela jurisdicional.

Destarte, a liminar de antecipaçã o da tutela é o ú nico remédio adequado e


eficaz a dar proteçã o jurídica a postulante.

Portanto, atende todos os requisitos esperados para a concessã o da


medida antecipató ria, pelo que busca, antes da decisã o do mérito em si.

IV - DOS PEDIDOS
Isto posto pleiteia:

a) A concessã o da preliminar arguida de gratuidade de justiça nos termos


da cauda de pedir;

b) O recebimento e o processamento do presente mandado de segurança;

c) A concessão do pedido liminar de tutela de urgência , para que a


prova seja imediatamente levada a reapreciação/reexame da banca
examinadora do exame de  Nomeda OAB, para reavaliação da questão 01-B,
nos termos da causa de pedir;
d) A
notificaçã o
da
autoridade
impetrada atravé s de seu representante legal, para que no prazo legal preste a
este juízo as informaçõ es que entenda necessá rias;

e) Seja ao final o pedido julgado procedente, concedendo como definitiva a


liminar garantindo a Segurança pretendida, para apó s a revisã o da prova em
questã o, seja considerada aprovada no exame de Nome;
f) A intimaçã o o Douto Representante do Ministério Pú blico Federal para
se manifestar no que for necessá rio;

g) Protesta provar o alegado por qualquer meio de prova em direito


admitida, sem exclusã o de nenhuma.

Dá a causa o valor de R$ 00.000,00somente para efeitos fiscais.


Termos em que,

Pede Deferimento,

Guarulhos, 16 de março de 2018.

Assinado Judicialmente

Nome
00.000 OAB/UF

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