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Sumário
– Fundos de Tijolo
– Fundos de Papel
– Fundos de Fundos (FOF)
4. GLOSSÁRIO
– Glossário
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1. CONHECENDO OS
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Como andam seus investimentos em imóveis?
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Investindo diretamente em imóveis físicos
Sem falar no trabalho que temos para encontrar um imóvel que se encaixe
em nossas pretensões e, em seguida, transferi-lo para o nosso nome. É
preciso levantar todos os tipos de certidões e documentos imagináveis.
Uma burocracia sem fim. Ainda, existem todos aqueles custos elevados
que envolvem a transação de compra, como taxas, impostos e comissões.
Se depois de todo esse processo o imóvel exigir reforma, então fica ainda
mais caro...
Enfim, poderia citar inúmeras outras dificuldades que temos que lidar
nesse tipo de investimento, mas sem dúvidas o maior desafio do pequeno
investidor de imóveis é o de conseguir rentabilizar o patrimônio investido.
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Como todo economista, sempre coloco as contas na ponta do lápis.
Fazendo isso percebo que, se não tomarmos muito cuidado, em muitos
casos, não conseguimos rentabilizar o dinheiro investido dentro de todo
o seu potencial caso ele fosse empregado em outros investimentos de
igual ou menor risco.
Resumindo…
A boa notícia é que existe uma alternativa muito mais simples, democrática
e, normalmente, mais rentável do que investirmos no setor imobiliário: os
Fundos de Investimentos Imobiliários.
Estrutura e Funcionamento
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O gestor é quem decide onde investir os recursos dos cotistas de acordo
com o mandato do FII — definido pelo seu regulamento —, tendo a
responsabilidade de analisar o mercado para identificar as melhores
oportunidades de investimento. Além disso, em alguns casos, o FII ainda
poderá contratar a figura do consultor técnico especializado.
Essa estrutura traz uma importante vantagem aos FIIs que investem
em ativos ilíquidos (e.g., imóveis), pois evita que esses fundos tenham
problemas de liquidez com resgates inesperados em momentos de crise,
o que poderia impactar os seus patrimônios.
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De modo geral, os FIIs podem investir os seus recursos:
Tributação
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Contudo, essa isenção fiscal somente será válida se o fundo atender às
seguintes condições:
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Dito isso, o questionamento é: o que faz dos FIIs uma alternativa mais
vantajosa para investir no setor imobiliário se comparados à aquisição
direta de imóveis?
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Já no caso de FIIs, é possível que o pequeno investidor conclua a venda
de suas cotas em questão de minutos pela conta da corretora, recebendo
o valor da operação dois dias úteis após a transação. Sem falar que as
taxas cobradas são ínfimas se comparadas às que envolvem a negociação
de uma casa ou apartamento.
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Por contar com todas essas vantagens, o mercado de fundos imobiliários
vem caindo cada vez mais nas graças dos brasileiros, e já ultrapassou a
marca de 1,4 milhão de investidores.
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Principais Riscos
Risco de liquidez
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De qualquer forma, é importante que você sempre se atente ao volume
de negócios do fundo em que pretende investir, pois isso o ajudará a
evitar aqueles com baixíssima liquidez.
Risco de mercado
Apesar de serem menos voláteis do que as ações, os preços das cotas dos
FIIs também podem oscilar intensamente ao sabor do mercado, afinal,
estamos falando de um ativo de renda variável negociado em Bolsa.
Desempenho do IFIX (branco) e Ibovespa (azul) ao longo de 2020 (base 100). Fonte: Bloomberg.
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Por isso, muito cuidado: apesar do que já escutamos por aí, os FIIs não
são bons ativos para guardar a sua reserva de emergência!
Ao investir recursos que podem lhe fazer falta no curto prazo, você estará
correndo o risco de ter um prejuízo caso seja obrigado a resgatá-los em
um momento desfavorável.
Risco de crédito
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de rentabilidades abaixo das obtidas anteriormente, afetando as suas
distribuições de rendimentos.
Risco de inadimplência
Esse é um risco que deve sempre estar no radar do investidor e que pode
ser reduzido a partir da exposição a FIIs com um portfólio de inquilinos
bem diversificado e dos mais variados segmentos de atuação.
Risco de vacância
Por outro lado, um aumento das taxas de juros eleva a aversão ao risco
dos investidores e inibe a atividade econômica, desaquecendo o mercado
imobiliário. Nesse caso, o efeito sobre os ativos imobiliários é negativo.
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Essa relação inversa fica muito clara quando comparamos o desempenho
do IFIX com a taxa de um título do governo de vencimento longo…
Perceba que a maioria dos riscos comentados são do “mundo real”, que
acontecem quando investimos em imóveis ou quando emprestamos
nosso dinheiro a alguém.
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Por fim, mapear os principais riscos do seu fundo imobiliário é tão ou
mais importante do que entender qual é a sua capacidade de rendimento,
pois somente assim o investidor será capaz de fugir de roubadas e extrair
o máximo de potencial que essa classe de ativo pode lhe oferecer.
Afinal, com ela podemos receber uma renda passiva mensal sem ter
que dividir o bolo com o Leão. Ao passo que, investindo diretamente em
imóveis, por exemplo, podemos pagar à Receita Federal um valor de até
27,5% sobre o aluguel recebido — o que, convenhamos, não é pouco...
Não por outro motivo, sempre que os políticos colocam o fim da isenção
dos FIIs em pauta, vemos um grande mal-estar neste mercado.
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À época, a resposta do mercado de FIIs foi muito negativa, com o IFIX
chegando a cair quase 5% no dia do anúncio da MP, o que não é pouco
para este mercado.
Mas assim como ocorreu no episódio anterior, também não foi dessa vez
que a proposta de taxação dos FIIs emplacou, sendo que a matéria foi
removida da proposta após algumas semanas do seu anúncio.
Mas será que a preocupação dos investidores com uma eventual tributação
é justificada?
Possíveis impactos
Como esses fundos não estão sujeitos à cobrança de IRPJ, não haveria
espaço para compensação de modo a tornar relativamente neutro o efeito
da cobrança de IR sobre seus rendimentos.
Assim, o fim da isenção tenderia a ser negativo para os FIIs no curto prazo
por um motivo muito simples.
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O que fazer?
Por outro lado, não sabemos o que já pode estar nos preços, visto que
este risco já não é exatamente uma novidade para os investidores.
Isso sem falar que o fim da isenção não deveria ter efeitos sobre os novos
investimentos, pois o mercado sempre se ajusta à nova realidade.
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Os FIIs não deixarão de ser bons investimentos mesmo com o fim da
sua isenção, já que seguirão com uma série de vantagens frente a outros
investimentos.
Por fim, me parece que o melhor caminho para não deixar de aproveitar
as oportunidades desse mercado por conta desse risco é ir investindo
recursos aos poucos, mas de forma contínua no decorrer do tempo.
Emissões de cotas
• Oferta Pública Inicial (IPO): quando o fundo realiza sua primeira emissão
de cotas;
• Oferta Pública Subsequente (follow-on): quando o fundo já possui
capital aberto e quer emitir novas cotas.
As ofertas públicas podem ser realizadas por meio de duas normas: (i)
Instrução CVM 400/03; ou (ii) a Instrução CVM 476/09.
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As emissões de cotas que seguem a instrução ICVM 400 possuem três
principais características:
Já as ofertas ICVM 400, por outro lado, apesar de mais custosas e lentas,
permitem ao fundo realizar uma oferta sem restrições de público-
alvo, número de investidores e negociações das cotas. Isso tudo acaba
contribuindo para a pulverização da sua base de cotistas e, por sua vez,
para a ampliação da liquidez do fundo no mercado secundário.
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Portanto, não há o melhor tipo de oferta para se seguir. Tudo depende
da estratégia que a administradora/gestora possui para o fundo em dado
momento.
Uma vez que o investidor tenha passado a data-base com cotas do FII,
os DPs aparecerão em sua conta da corretora com um código idêntico ao
código de negociação do fundo, mas com número final “12”.
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A quantidade de DPs recebidas pelo investidor dependerá do fator de
proporção da subscrição, que é calculado pela divisão entre o volume de
cotas ofertadas e o total de cotas já emitidas pelo fundo, e da quantidade
de cotas que o investidor tinha na data-base.
Exemplo:
Se o fundo que possui 100 mil cotas está emitindo 10 mil novas cotas,
então o fator de proporção da nova emissão é de 10%.
Após o período de exercício dos DPs, a oferta poderá ter outras rodadas
de ofertas das novas cotas entre os cotistas que exerceram todos os seus
direitos, como a fase de sobras e montante adicional.
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Sempre vale a pena participar de emissões?
Enfim, as emissões são, sim, muito bem-vindas! A questão é que elas nem
sempre são vantajosas para o investidor.
Pontos de atenção
Uma boa emissão é aquela feita pelo motivo certo, que é gerar valor aos
cotistas. Para isso, ela precisa ter custos compatíveis com a realidade,
além de um destino claro e com expectativas de retornos pelo menos tão
boas quanto as do atual portfólio do fundo.
Chega a ser óbvio, não é mesmo? Porém, nem sempre é isso que vemos
em emissões por aí...
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Enfim, os motivos podem ser os mais variados, mas esses são os principais
que o investidor deve ter em seu radar.
2. ANALISANDO OS
PRINCIPAIS TIPOS DE FIIS
Tipo de classes
O tipo de cada fundo é definido pelo seu objetivo, que deve ser especificado
no regulamento, juntamente com o segmento de atuação.
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Para se enquadrar em uma dessas categorias, o fundo deve investir ao
menos dois terços do seu patrimônio líquido em ativos de mesmo perfil.
Já aqueles que investem seus recursos em mais de um segmento são
chamados de “híbridos”.
Tipos de gestão
Dizemos que um FII possui gestão passiva quando ele tem por objetivo
seguir determinado indicador ou possui uma meta definida em seu
regulamento, não havendo flexibilidade para a gestão realizar a compra
ou venda de imóveis sem a aprovação dos cotistas.
Os FIIs de gestão ativa, por outro lado, dão ao gestor a liberdade de realizar
esses movimentos sem a necessidade de consultar os cotistas.
Por exigirem mais da gestão, esses fundos geralmente possuem custos mais
elevados, normalmente expressos na cobrança da taxa de performance, o
que pode ser visto como uma desvantagem.
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Como contrapartida, eles oferecem aos cotistas uma gestão muito mais
dinâmica, com o gestor decidindo a melhor alocação de recursos com base
em sua experiência e leitura sobre o atual momento do ciclo imobiliário.
Isso faz com que eles sejam, ao menos em tese, capazes de gerar retornos
acima da média do mercado a partir dos ganhos com a reciclagem do
portfólio na compra e venda de imóveis. Mas é evidente que isso não é
uma regra, sendo preciso sempre avaliar caso a caso.
Fundos de Tijolo
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Qualidade e localização dos imóveis
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2. Financeira: corresponde ao fluxo perdido da receita imobiliária
potencial em virtude da área vaga.
Para mitigar esse tipo de risco, é preciso estar exposto a FIIs não apenas
com imóveis de boa qualidade, mas também localizados em regiões muito
bem consolidadas.
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Pela imagem, podemos observar dois pontos importantes sobre a dinâmica
da vacância nesse mercado:
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Contratos de locação
Neste caso, fundos que contam com uma carteira de inquilinos pulverizada
e/ou formada por empresas sólidas e consolidadas em seus ramos de
atuação largam na frente dos demais.
Gestão
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Rentabilidade
Assim, o importante é você ter em mente que o yield atual, quando analisado
de maneira isolada, pouco nos diz sobre o FII e as suas perspectivas. Daí
vem a importância de entender muito bem como o fundo pode gerar
valor aos seus cotistas ao longo do tempo.
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Precificação
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3. Custo de reposição: chamamos de custo de reposição o custo
necessário para construir um imóvel idêntico na mesma localização.
Essa abordagem busca comparar o preço de negociação dos FIIs de
tijolo com o custo de construção dos seus ativos com o objetivo de
inferir se há ou não descontos no mercado.
Sendo que:
Sendo assim, quando o preço da cota negociada em bolsa (P) for superior
ao valor patrimonial, dizemos que o fundo está “caro” (P/VP superior
a 1). Em contrapartida, se o preço de mercado estiver abaixo do valor
patrimonial, dizemos que o fundo está “descontado”.
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Apesar da sua praticidade, é preciso que o investidor tome certos cuidados
ao precificar fundos de tijolo pelo múltiplo P/VPA.
FIIs de Papel
Como você já deve ter notado, por terem dívidas imobiliárias como ativos-
alvo, os fundos de papel seguem uma lógica bastante diferente dos FIIs
de tijolos.
Afinal, CRIs não sofrem com vacância, revisional dos contratos de aluguel,
dentre outras características que costumamos olhar de perto quando
avaliamos aqueles tipos de FIIs.
Por outro lado, esses fundos estão mais expostos a outros tipos de
riscos que também ficam fora do nosso radar quando analisamos outros
segmentos.
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Sem falar que boa parte das aquisições desses fundos é feita por meio de
ofertas restritas a investidores profissionais que contam, em geral, com
uma rentabilidade e estrutura de garantias superiores ao que o pequeno
investidor está acostumado a encontrar nas plataformas das corretoras.
Mas os fundos de recebíveis vêm caindo cada vez mais nas graças dos
investidores pela sua bela relação de risco versus retorno, já que, além
de grandes pagadores de dividendos, costumam ser mais defensivos em
momentos de alta volatilidade de mercado.
Títulos de dívida, por outro lado, sofrem renegociações com uma frequência
muito menor — via de regra, ou eles cumprem o acordo firmado no
momento do empréstimo ou entram em default.
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Porém, por contarem com uma dinâmica de investimento bastante
particular, esses fundos não devem ser analisados da mesma forma que
um fundo de tijolo. Comentarei agora sobre os principais aspectos que
gosto de olhar ao analisá-los.
Gestão
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Perfil da carteira
Diversificação
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Por outro lado, quanto maior a diversificação entre devedores, menores
serão os danos ao patrimônio do FII em caso de um evento de default,
protegendo mais os seus cotistas.
Garantias
Rentabilidade
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Essa análise quantitativa é importante para compararmos o potencial
de ganho da sua carteira frente à rentabilidade líquida de imposto de
determinado título do governo de mesma natureza e duration.
Precificação
Como os ativos que compõem o portfólio dos FIIs de papel são mais
líquidos e contam com uma precificação atualizada mensalmente por
meio dos informes mensais disponibilizados pelas administradoras, o
múltiplo P/VPA acaba sendo uma boa abordagem de precificação para
estes fundos.
Mas fora tudo isso, se você gosta ou pretende investir em fundos de papel
com o objetivo de obter uma renda passiva de longo prazo, é importante
tomar cuidado com um aspecto pouco comentado pelo mercado.
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Os FIIs de tijolos possuem duas relações
com a inflação. Além do valor dos
aluguéis ser reajustado periodicamente
por algum índice de preços, o valor dos
imóveis também costuma acompanhar
a inflação ao longo do tempo.
Qual é a solução?
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Fundos de Fundos (FOF)
O custo “dobrado” é o preço que o investidor paga por colocar uma fração
de seus recursos na mão de uma gestão profissional, que definirá as
alocações da carteira com base na sua experiência de mercado, estratégia
e leitura dos ciclos imobiliários.
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Conhecer bem a sua filosofia de investimentos e o seu histórico profissional
é um bom ponto de partida, mas também é importante entender se há de
fato um alinhamento de interesses entre os cotistas e a gestão.
Gosto muito dos FOFs que participam ativamente de ofertas ICVM 476, por
exemplo.
Apesar de muitas dessas emissões serem atrativas, vale lembrar que elas
são restritas apenas a investidores profissionais. Assim, um FOF atuante
nesse tipo de oferta pode gerar valor ao pequeno investidor que não
teria acesso a essas oportunidades investindo por conta própria.
Sendo assim, caso o preço de sua cota negociada em Bolsa (P) esteja em
R$ 115 (múltiplo P/VP de 1,15), dizemos que o mercado está pagando 15%
a mais do que o Fundo efetivamente vale no momento.
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Por outro lado, se o preço da cota de mercado for de R$ 90, o P/VP será de
0,90, o que mostra que o Fundo está negociando com um desconto frente
ao valor da sua carteira de ativos.
Um FOF adquirido pelo preço certo e que atenda a estas condições pode
gerar bons retornos para o investidor.
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3. PENSANDO NO
LONGO PRAZO
FIIs como alternativa de diversificação
Provavelmente você já deve ter ouvido alguém falando: “não coloque todos
os ovos na mesma cesta”. Essa frase acabou também se popularizando
quando o assunto é diversificação de investimentos.
Enfim, por isso também faço parte do clube daqueles que acreditam que
somente uma boa diversificação pode proporcionar ganhos de longo
prazo consistentes para o investidor. E também acredito que investir em
FIIs pode contribuir (e muito) para esse objetivo.
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Não diversifique por diversificar!
#1: Montar uma carteira com vários ativos não é sinônimo de diversificação.
Tão importante quanto não colocar todo o seu dinheiro em poucos ativos é
saber distribuir muito bem os riscos que compõem a sua carteira. Somente
essa distribuição evitará que você continue perigosamente concentrado
em determinados riscos, mesmo após investir em vários ativos.
De um lado, por mais que você tenha 15 FIIs distintos, ao investir apenas
nesse tipo de ativo, você estará colocando todo o risco da sua carteira na
mesma cesta – se expondo demais ao setor imobiliário e aos riscos que
o circundam.
Por outro, investindo apenas em ações, você até poderá diversificar mais
a sua exposição nos diversos segmentos da economia, mas continuará
concentrado em uma classe de ativos específica, com uma dinâmica
própria.
49/60
FIIs como diversificação
Qual parece ter sido o melhor risco versus retorno ao alocar o risco de
uma carteira no setor imobiliário nos últimos anos? Investindo em ações
de empresas imobiliárias ou em FIIs?
Como ambos são índices de retorno total – refletem não apenas a variação
dos ativos que os compõem, como também a distribuição de proventos –,
essa é uma boa comparação.
Abaixo, temos a evolução entre os dois índices ao longo dos últimos nove
anos.
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Pelo gráfico, vemos que o investidor que perseguiu a composição do IFIX
desde a sua criação obteve uma valorização de 173% em seus investimentos,
enquanto aquele que seguiu a composição do IMOB ficou praticamente
no zero a zero no mesmo período. Perdendo até mesmo da inflação.
Mas não para por aí. Comparar retornos absolutos não nos diz muita
coisa, concorda? Afinal, é de se esperar retornos mais elevados de ativos
de maior risco, e vice-versa.
Por esse motivo, também é importante que tenhamos uma ideia dos
riscos que cada um dos índices correu ao longo do percurso para alcançar
aqueles resultados.
Uma forma de olharmos para isso seria calcular a volatilidade histórica
das cotações de cada um dos índices. Quanto maior a volatilidade, maior
o “risco” incorrido para dado retorno.
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Nada mau, não é mesmo? Esse é um bom exemplo histórico de como
podemos nos beneficiar ao alocar parte do risco da nossa carteira em
outra classe de ativo.
Fonte: Bloomberg.
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Essa tendência continuará nos próximos anos? Não sabemos.
Não pretendo entrar nesse mérito por aqui. Melhor do que isso, gostaria
de aproveitar o ensejo para falar de juros, mas de um ponto de vista que
pode ser muito mais útil para você, investidor.
“Os juros compostos são a oitava maravilha do mundo. Aquele que entende
ganha. Aquele que não entende paga.”
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Há quem atribua essa célebre frase a Albert Einstein, um dos maiores
físicos teóricos do século XX.
Embora não se conheça a sua autoria com exatidão, ela não deixa de
ser tão brilhante quanto as teorias desenvolvidas pelo físico alemão ao
longo de sua carreira.
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Não vejo absolutamente nada de errado nisso. Após anos e anos de
construção e acumulação de patrimônio, nada mais justo do que colhermos
os frutos daquilo conquistado, não é mesmo?
No entanto, caso esse ainda não seja o seu caso, pois você está na fase
de acumulação de riqueza e gostaria de se beneficiar da força dos juros
compostos para acelerar esse processo, esta é uma boa hora de olhar
para seus investimentos em FIIs de outra forma.
Essa é uma forma muito simples de surfar a onda dos juros compostos.
A partir daí, caso você tenha a paciência e a visão de um investidor de
longo prazo, você terá um “Efeito Bola de Neve” atuando sobre o seu
patrimônio.
Assumi que o FII pagaria um dividend yield fixo de 7,5% ao ano durante um
período de 20 anos, e que o investidor sempre reinvestiria os proventos
mensais obtidos adquirindo novas cotas do FII a um preço também de R$
100.
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ganho acumulado equivalente a 2,45 vezes o seu capital inicial. Ou, posto
de outra forma, obteria apenas 58% daquilo que poderia gerar com os
mesmos recursos se reinvestisse os dividendos à taxa considerada.
Aqui, cabe uma última observação. Note, pelo gráfico, que nos seis
primeiros anos do exemplo a diferença entre as duas estratégias é mínima,
dando a sensação de que o reinvestimento não vale a pena. Mas é em
um horizonte maior de tempo que vemos de forma clara os efeitos do
reinvestimento.
Resumo da ópera: o melhor que você pode fazer é ter o juro composto
como seu principal aliado. Aqui, vale a velha máxima de que: se não pode
com ele, junte-se a ele!
4. GLOSSÁRIO
ABL: Área bruta locável.
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Código: Código de negociação do FII na Bolsa.
High Grade: Ativos de renda fixa atrelados a devedores com bom risco de
crédito, ou seja, de baixo risco.
High Yield: Ativos de renda fixa atrelados a devedores com risco elevado,
consequentemente com maior remuneração.
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Pipeline: Conjunto de bens ou ativos que o fundo pretende adquirir.
VPA (Patrimônio Líquido): Valor do fundo segundo análise feita por uma
empresa terceira.
Em observância à ICVM20 eu, Marx Gonçalves responsável principal pelo presente relatório de aná-
lise, declaro que: i) as opiniões aqui contidas foram elaboradas por mim de forma independente e
autônoma, inclusive em relação à Nord Research. Em observância ao Artigo 22 da Resolução CVM nº
20/2021, a Nord Research esclarece:
NOSSA CENTRAL DE AJUDA
1. Que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes es-
tratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor
mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indi-
cações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da CONHEÇA A NOSSA PLATAFORMA
estratégia que o norteia.
Nord Research, 2021. Todos os direitos reservados. Rua Joaquim Floriano, 100 - Itaim Bibi, São Paulo - SP, 04534-000
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