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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS

Fitogeografia Brasileira
Alisson Borges Miranda Santos
Cléber Rodrigo de Souza
Rubens Manoel dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS

Formas de vida e Formações


Formas de vida
• Diferentes vegetais apresentam particularidades relativas ao seu
crescimento, o que se traduz na maneira natural pela qual um
organismo vegetal é percebido em sua aparência.

• Formas de vida (Formas de crescimento): Hábito natural que um


organismo vegetal manifesta como resultado de seu ajustamento às
condições ambientais e expresso pelo seu genótipo.

É de fácil observação e evidência as adaptações ao ambiente


induzidas pela seleção e suas peculiaridades funcionais.
Formas de vida
• Existem vários critérios para classificar as formas de vida:
• desenvolvimento vegetativo;
• posição das gemas;
• comportamento fenológico;
• adaptações às condições do meio;
• disposição das raízes;
• arranjo das flores, renovação e reprodução.
Formas de vida
• Desde da Grécia antiga já se reconheciam uma gama de formas de
vida entre os vegetais e de tentativas de classificações dessas formas
de vidas.

• Aristóteles: tudo que existe seria constituído por uma forma, sendo a
forma a realidade acabada da matéria.

• Teofrasto: árvore, arvoreta, arbusto e erva.


Formas de vida
• Humboldt (1806): 16 formas vegetais principais.

• Ex.: forma de palmeira; forma de bananeira, forma


de cacto e etc.

• A denominação das formas vegetais de Humboldt se


prendia aos nomes dos táxons.

• Pouco relacionadas aos fatores ambientais.


Formas de vida
• Anton Kerner (1863): baseado em Humboldt,
reduziu o número de formas de vida para 11.

• Propôs nomes sem relação com a taxonomia e


percebeu a importância da geografia, clima e fatores
bióticos nos aspectos morfológicos da planta.
Formas de vida
• Formas de vida de Kerner:
• árvore, • planta-corda,
• arbusto, • colmo,
• erva alta, • graminóide,
• erva,
• crustosa,
• planta-folha,
• esponjosa.
• planta-carpete,
• trepadeira,
Formas de vida
Tipo de desenvolvimento vegetativo expresso morfologicamente pelo
hábito ou porte:
• Árvore;
• Arbusto;
• Subarbusto (ou arbúsculo);
• Ervas;
• Lianas, cipós ou trepadeiras;
• Rastejantes.
Formas de vida
Árvore
• Vegetal lenhoso;

• tronco robusto, rígido e mais ou menos


retilíneo;

• ramificação de primeira ordem a partir de certo


nível;
Formas de vida
Árvore
• copa ramificada;

• altura a partir de 5 m;
(Árvores pequenas ou arvoretas – 5-10 m)

(Árvores médias – 10-20 m)

(Árvores grandes – acima de 20 m)


Formas de vida
Arbusto
• Vegetal lenhoso;

• pequeno tronco;

• ramificações desde a base;

• altura entre 3 e 5 m;
Formas de vida
Arbusto
• Arbusto arborescente – tronco curto, com poucos ramos de primeira
ordem;

• Arbusto ramoso – ramificações numerosas a partir das porções


inferiores.
Formas de vida
Subarbusto (Arbúsculo)
• Vegetal lenhoso;
• com muitas ramificações ao longo do caule (Ou com vários eixos de
sustentação resistentes desde a base);
• formação de moitas ou touceiras;
• altura entre 0,5 e 3 m (arbusto de menor porte);
• perene ou anual, conforme sua longevidade.
Formas de vida
Erva
• Planta pequena e de porte mais delicado;

• ereta;

• clorofilada e anual;

• pode apresentar curto eixo herbáceo;


Formas de vida
Erva
• várias ramificações;

• entre 20 e 25 cm de altura;

• pode apresentar disposição rosulada ou de


pequenas moitas, se esparramando
radialmente sobre o solo ao redor do seu
eixo curto.
Formas de vida
Liana (cipó ou trepadeira)
• Sistema caulinar sem consistência;

• Incapaz de se manter firme;

• Desenvolvimento ascendente sobre


portes variados (envolve-se ou
emite órgãos de sustentação);
Formas de vida
Liana (cipó ou trepadeira)
• Corpo vegetativo variável;

• Pode apresentar corpo rastejante até


encontrar algum apoio que lhe permita
assumir a forma de trepadeira.
Formas de vida
Rastejante
• Se assenta horizontalmente;

• Acompanha a superfície do solo;

• Crescimento unidirecional;

• Pode emitir ramificações laterais e cobrir grandes extensões.


Formas de vida
• Reiter (1885): introduziu o termo ecologia ao estudos de vegetação
para se referir as relações reciprocas das plantas entre si e com o
meio externo.

• A forma das plantas passou a ser encarada não mais como algo
estético, mas como um efeito, significando o resultado da adaptação
evolutiva do organismo às pressões seletivas do ambiente.
Formas de vida
• Raunkiaer (1905): baseado no grau de proteção
conferido às gemas vegetativas da planta.

• Quanto mais severa a estação climática, mas as


gemas vegetativas ficam protegidas.

• Parte da premissa que na maioria dos climas


existem períodos favoráveis e desfavoráveis para
o crescimento das plantas.
Formas de vida
• Fanerófitos: gemas expostas. Presença de pêlos, escamas, catafilos,
estípulas

• Hemicriptófitos: protegidas na superfície do solo por


escamas, folhas ou bainhas foliares vivas ou mortas
Formas de vida
• Caméfitos: protegidas nas folhas antigas – touceira (ervas)

• Criptófitos: protegidas em órgãos subterrâneos.

• Terófitos: plantas anuais, formam banco de sementes no solo.


Formas de vida
Formas de vida
• A ocorrência de todas as formas de vida em um mesmo ambiente
pode ser considerado um indicativo de que este local apresenta
condições favoráveis ao estabelecimento das plantas.

• Muitos pesquisadores modificaram ou mesmo incluíram outras


categorias de formas de vida à classificação de Raunkiaer.
Formas de vida
• Vários sistemas de classificação da forma dos vegetais terrícolas
surgiram e continuam a surgir.

• Classificações baseados em características predominantemente


funcionais ora predominantemente fisionômicas.
Formações vegetais
• Gustaf Einar Du Rietz (1954): conjunto de formas de vida vegetal, que
compõe uma fisionomia homogênea, apesar de sua estrutura
complexa.

• As formações vegetais seriam reconhecidas através de sua fisionomia,


que seria decorrente do predomínio de certas formas vegetais
dominantes e estas seriam dependentes do tipo de clima.

• Além do clima, o relevo e solo do local onde se situam também


influenciam.
Formações vegetais
De acordo com a estratificação ou tamanho (porte),
as formações vegetais podem ser:

• Formações florestais;

• Formações arbustivas,

• Formações herbáceas ou campestres.


Formações vegetais
Formações florestais

• Constituídas por espécies de grande porte (árvores), com altura


superior a 5 m.

• Árvores compõem um dossel de ao menos 40% de cobertura;

• Arvoretas, arbustos e subarbustos se distribuem em dois a quatro


estratos, além do herbáceo.
Formações vegetais
Formações vegetais
Formações arbustivas

• É sempre qualificada por dois estratos:


• Um herbáceo-graminoso;

• Outro predominantemente arbustivo-arborescente (pode abrigar


pequenas arvoretas e raras árvores).

• Arbustos (também as arvoretas e árvores) são distanciadas


variavelmente.
Exemplos: Cerrado e Chaparral
Formações vegetais
Formações herbáceas

• É extensivamente campestre, formadas por vegetação herbácea


(ervas), gramíneas e arbustos de pequeno porte.

• Espécies das famílias Poaceae e Ciperaceae.


Formações vegetais
Formações herbáceas

• Compostas por plantas:


• anuais ou terófitas: ciclo de vida em menos de um ano ou poucas
semanas.

• vivazes ou criptófitas: vivem vários anos, pela manutenção dos


órgãos subterrâneos devido no período de estiagem ocorrer a seca
dos hastes e folhas.
Exemplos: Pampas e Campos de altitude.
OBRIGADO!

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