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O retorno elástico é um problema nos de dobramento de materiais metálicos?

O dobramento – processo em que ocorre uma deformação por flexão – é


amplamente aplicado quando se trabalha com materiais metálicos, tanto quando se deseja
avaliar algum tipo de comportamento desses materiais em laboratório, quanto quando se
deseja aplicar a técnica industrialmente, como na produção de ônibus e barcos. Materiais
metálicos apresentam, ao serem deformados, dois tipos de deformação: a deformação
plástica e a deformação elástica. Essas deformações são o ponto chave para entender o
chamado retorno elástico e, também, para conseguir minimizar os efeitos dele nos
processamentos.
Basicamente, ao ser deformado, um material passar por duas zonas de
deformação, a elástica e a plástica. A deformação elástica é um tipo de deformação
(normalmente medido em ensaios de tração) em que, ao ser retirado o esforço mecânico
empregado, o material volta à sua forma e tamanho anteriores à aplicação da solicitação.
À medida em que vai aumentando o esforço mecânico, o material sofre a transição do
regime elástico para o regime plástico, ou seja, a partir de um determinado valor de
deformação, o material não volta mais aos tamanhos e formas iniciais quando o esforço
mecânico é retirado. Quando isso acontece, dizemos que os materiais sofreram uma
deformação elástica. Mas o que isso interfere no processo de dobramento?
Como citado anteriormente, um material, ao passar por um processo de
dobramento, a deformação ocorre por flexão. Por isso, parte do material dobrado sofre
esforços de compressão e parte sofre esforços de tração. O que acontece é que, caso as
tensões aplicadas no material não sejam superiores à do limite de escoamento (LE) do
material (valor de tensão em que o material deixa de sofrer deformação elástica e passa a
sofrer deformação plástica), quando a tensão é retirada, o material volta ao estado inicial
não deformado, e isso ocorre bastante no dobramento, já que as tensões não são
uniformemente distribuídas no material. Assim, uma vez quando os esforços são retirados
parte da seção do material que ficou submetida a tensões inferiores ao LE, tendem a
retornar à posição anterior ao dobramento, sofrendo, assim, o retorno elástico.
Por fim, é importante entender é que o retorno elástico acontecerá em todos os
processos de dobramento, mas que ele não deve ser considerado um problema, uma vez
que, conhecendo o material, o limite de escoamento dele e os esforços aplicados durante
o processo de dobramento, pode-se prever esse retorno e compensá-lo alterando os
parâmetros do processo de dobramento, para alcançar as formas e as dimensões desejadas.

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