Você está na página 1de 4

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Biológicas e Saúde – ICBS

Curso de Fisioterapia

Eduarda Silva Mendes Santos Ângelo

FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES TRAUMATO-ORTOPÉDICAS E


REUMATOLÓGICAS - SEMINÁRIOS

Belo Horizonte
2021
Eduarda Silva Mendes Santos Ângelo

Resenha Crítica
Síndrome do Impacto - Tratamento

Trabalho apresentado à disciplina Fisioterapia


nas Disfunções Traumato-Ortopédicas e
Reumatológicas - Seminários, do Curso de
Fisioterapia da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais como requisito
parcial para aprovação na disciplina.
Orientadora: Profª. Dra. Angélica Araújo

Belo Horizonte
2021
A síndrome do impacto (SI) tem por definição ser uma patologia inflamatória e
degenerativa que se caracteriza por impactação mecânica de determinadas estruturas
que se localizam no espaço umerocoracoacromial da articulação. É a comorbidade mais
comum da cintura escapular com alta prevalência em indivíduos com idade entre 40 e
50 anos, entretanto, o uso excessivo do membro em flexão anterior ou abdução
predispõe o impacto, evidenciando a possibilidade de acometimento de indivíduos
jovens adultos, mesmo com idade inferior a 20 anos.
Como métodos de diagnóstico, auxiliam na confirmação exames de raios-x,
ultrassonografia e ressonância magnética. Do ponto de vista funcional, indivíduos
acometidos por SI apresentam dificuldades significativas em suas atividades de vida
diária, tais como limitações em movimentos acima da cabeça, além de acometimento
em atividades ocupacionais, envolvendo movimentos de lustrar, lixar e moer.
O diagnóstico correto e uma avaliação minuciosa possibilitam maior compreensão da
fase evolutiva da patologia e, consequentemente, maiores perspectivas de sucesso no
tratamento. Segundo Giordano et al., dentre as modalidades de tratamento da síndrome
do impacto, o fisioterapêutico é o mais recomendado, especialmente na SI subacromial,
mesmo nos casos em que se evidenciam alterações anatômicas como esporão
subacromial. A reabilitação deve ser realizada com duração mínima de três a seis meses,
devendo optar-se pelo tratamento cirúrgico somente nos casos em que o paciente não
apresentar melhora aparente de seu quadro clínico.
Os objetivos gerais no tratamento fisioterapêutico se enquadram no alívio do quadro
álgico, ganho de amplitude de movimento (ADM) e melhora da força muscular de
maneira que permita maior funcionalidade no membro acometido.
Sendo assim, inicialmente, com o intuito de reduzir ou abolir a dor e diminuir o
processo inflamatório, o uso do TENS (estimulação nervosa elétrica transcutânea) é
indicado no controle e modelação da dor e a crioterapia (4 a 6 vezes no dia por 20 a 25
minutos sob orientação), devido ao efeito de resfriamento que proporciona a redução da
inflamação. Em níveis de favorecer o processo de reparo tecidual, o uso do ultrassom e
lasers também são indicados. Do mesmo modo, conceitos de Maitland e Kaltenborn,
envolvendo técnicas de tração do ombro com pequenos graus de abdução podem ser
indicadas como mecanismo de descompressão articular e alívio do quadro álgico.
Em segundo momento, após o alívio da dor e redução do processo inflamatório,
exercícios para ganho de ADM e melhora da flexibilidade dos músculos rotadores
laterais e mediais do ombro e romboides devem ser inseridos no programa de
reabilitação. De acordo com Hall e Brody, o tratamento isolado da fonte da dor
proporciona apenas alívio temporário, logo, a cinesioterapia ou exercícios terapêuticos
devem fazer parte do plano de tratamento fisioterapêutico.
A evolução do tratamento deve enfatizar atividades de reforço muscular
dos estabilizadores da escápula, pois, a fraqueza persistente desse grupo muscular
manterá alterado o ritmo escapuloumeral, favorecendo assim a impactação subacromial
contínua na região. Outro fator indispensável no reequilíbrio muscular é o trabalho de
força dos músculos rotadores do ombro, que desempenham papel fundamental na
estabilidade e depressão da cabeça umeral. Além disso, exercícios proprioceptivos
devem ser implementados para o restabelecimento de uma aferência apropriada,
determinando o equilíbrio das forças agonista e antagonista durante função do ombro.
Portanto, conclui-se que a fisioterapia por meio da vasta gama de recursos disponíveis é
uma importante aliada no tratamento conservador da SI, podendo proporcionar, além do
alívio das condições sintomatológicas, o restabelecimento da função normal do ombro
acometido. O fisioterapeuta atuante precisa ter conhecimento da anatomia e cinesiologia
do complexo do ombro, pois desta maneira conseguirá elaborar um programa de
tratamento com condutas capazes de corrigir os déficits e recuperar os movimentos
ideais do indivíduo, além de educá-lo em relação à sua postura e práticas preventivas,
promovendo saúde e funcionalidade.

Referências
1. Alexandre C, Metzker B. Tratamento conservador na síndrome do impacto no
ombro Conservative treatment of shoulder impingement syndrome.
2010;23(1):141–51.
2. Giordano M, Giordano G, Giordano LHB, Giordano JN. Tratamento
conservador da síndrome do impacto subacromial. Acta Fisiátrica. 2000;7(1):13-
9.
3. Donegar CR, Donley PB. Controle da dor com as modalidades terapêuticas. In:
Prentice WE. Modalidades.
terapêuticas em medicina esportiva. 4a ed. São Paulo: Manole; 2002. p. 19-37.
4. Wooden MJ. Mobilization of the upper extremity. In: Donatelli RA, Wooden
MJ, editor. Orhtopedic physical therapy. 2a ed. New York: Churchill
Livingstone; 1994. p. 297-333.
5. Hall CM, Brody LT. Exercícios terapêuticos: na busca da função. 2a ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.
6. Dalila F, Dayana P. Reabilitação fisioterapêutica na síndrome do impacto do
ombro: uma revisão de literatura.

Você também pode gostar