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Intensivo Detonando os CPCs

CPC 06
Prof. Gilmar Possati
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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

Prof. Gilmar Possati


Unificação do tratamento oferecido aos arrendamentos

O arrendatário deve reconhecer ativos e passivos para todos os contratos de


arrendamento.

Como era antes?

§ Nos arrendamentos operacionais as despesas eram reconhecidas em base


linear (como se fosse uma despesa de aluguel).
§ Não havia reconhecimento no balanço patrimonial, mas apenas na DRE.

Atenção! o arrendador permanece classificando os arrendamentos como


operacionais (receita em base linear) ou financeiros (tratamento de uma venda
financiada).
Alteração no conceito de arrendamento mercantil

Alguns contratos que antes não eram enquadrados como arrendamento


mercantil podem ser considerados como tais e vice-versa.

Nos termos do CPC 06, o contrato é (ou contém) um arrendamento se ele


transmite o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período
de tempo em troca de contraprestação.

Conclusão: um contrato será de arrendamento caso estejam presentes dois


elementos:
§ Direito de Controle; e
§ Ativo Identificado.
Isenção de Reconhecimento

O arrendatário pode decidir não aplicar os requisitos de


reconhecimento e mensuração a

§ arrendamentos de curto prazo; e


§ arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor.
Depreciação

Se o arrendamento transferir a propriedade do ativo subjacente ao


arrendatário ao fim do prazo do arrendamento, ou se o custo do ativo
de direito de uso refletir que o arrendatário exercerá a opção de
compra, o arrendatário deve depreciar o ativo de direito de uso desde
a data de início até o fim da vida útil do ativo subjacente. De outro
modo, o arrendatário deve depreciar o ativo de direito de uso desde a
data de início até o que ocorrer primeiro entre o fim da vida útil do
ativo de direito de uso ou o fim do prazo de arrendamento.
Depreciação

Resumindo:

Regra: Deprecia-se o ativo com base na vida útil ou prazo final do


arrendamento (o que ocorrer primeiro).

Exceção: Se tiver opção de compra = usamos obrigatoriamente a vida


útil.
DEFINIÇÕES

Prof. Gilmar Possati


Arrendamento é o contrato, ou parte do contrato, que transfere o direito de
usar um ativo (ativo subjacente) por um período de tempo em troca de
contraprestação.

Ativo subjacente é o ativo que é o objeto de arrendamento, para o qual o


direito de usar esse ativo foi fornecido pelo arrendador ao arrendatário.

Arrendador é a entidade que fornece o direito de usar o ativo subjacente por


um período de tempo em troca de contraprestação.

Arrendatário é a entidade que obtém o direito de usar o ativo subjacente por


um período de tempo em troca de contraprestação.
Investimento bruto no arrendamento é a soma:
a) dos pagamentos do arrendamento a receber pelo arrendador em
arrendamento financeiro; e
b) de qualquer valor residual não garantido de responsabilidade do
arrendador.
Investimento líquido no arrendamento é o investimento bruto no
arrendamento descontado à taxa de juros implícita no arrendamento.

Arrendamento financeiro é o arrendamento que transfere substancialmente


todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente.
Arrendamento operacional é o arrendamento que não transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo
subjacente.
(CRF-RO)
De acordo com a NBC TG 06 – Operações de Arrendamento Mercantil,
a soma dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber
pelo arrendador segundo um arrendamento mercantil financeiro e de
qualquer valor residual não garantido atribuído ao arrendador, é
denominada:
a) custos diretos iniciais.
b) receita financeira não realizada.
c) investimento bruto no arrendamento mercantil.
d) pagamento contingente.
e) investimento líquido no arrendamento mercantil.
OB J E T IV O E AL C A N C E

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Objetivo

O CPC 06 estabelece os princípios para o reconhecimento,


mensuração, apresentação e divulgação de arrendamentos.

O objetivo é garantir que arrendatários e arrendadores


forneçam informações relevantes, de modo que
representem fielmente essas transações.
Alcance
Nos termos do CPC 06, a entidade deve aplicar o pronunciamento a todos os
arrendamentos, incluindo arrendamentos de ativos de direito de uso em
subarrendamento, exceto para:
§ arrendamentos para explorar ou usar minerais, petróleo, gás natural e
recursos não renováveis similares;
§ arrendamentos de ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29 mantidos
por arrendatário;
§ acordos de concessão de serviço dentro do alcance da ICPC 01 – Contratos
de Concessão;
§ licenças de propriedade intelectual concedidas por arrendador dentro do
alcance do CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente; e
§ direitos detidos por arrendatário previstos em contratos de licenciamento
dentro do alcance do CPC 04 – Ativo Intangível para itens como: filmes,
gravações de vídeo, reproduções, manuscritos, patentes e direitos autorais.
Alcance

Subarrendamento é a transação na qual o ativo


subjacente é novamente arrendado pelo arrendatário
(arrendador intermediário) a um terceiro, e o
arrendamento (arrendamento principal) entre o
arrendador principal e o arrendatário permanece
vigente.
IS E N Ç Ã O D E
RE C O N H E C IM E N T O

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Isenção de Reconhecimento

O arrendatário pode decidir não aplicar os requisitos de


reconhecimento e mensuração a:
§ arrendamentos de curto prazo; e
§ arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor.

Arrendamento de Curto Prazo: é o arrendamento que, na data de


início, possui o prazo de arrendamento de 12 meses ou menos. O
arrendamento que contém opção de compra não é arrendamento de
curto prazo.
Arrendamento de Baixo Valor: o CPC 06 esclarece que o ativo
subjacente pode ser de baixo valor somente se:

§ o arrendatário puder beneficiar-se do uso do ativo subjacente por


si só ou juntamente com outros recursos que estiverem
imediatamente disponíveis ao arrendatário; e
§ o ativo subjacente não for altamente dependente de outros ativos
ou não estiver altamente inter-relacionado a outros ativos.

Exemplos (CPC 06): computadores pessoais, tablets, pequenos itens


de mobiliário de escritório e telefones.
Se o arrendatário decidir não aplicar os requisitos de
reconhecimento e mensuração a arrendamentos de curto
prazo ou de baixo valor, o arrendatário deve reconhecer
os pagamentos de arrendamento associados a esses
arrendamentos como despesa em base linear ao longo
do prazo do arrendamento ou em outra base sistemática.
ID E N T IF IC A Ç Ã O D O
AR R E N D A M E N T O

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Identificação do Arrendamento
O contrato é (ou contém) um arrendamento se ele
transmite o direito de controlar o uso de ativo
identificado por um período de tempo em troca de
contraprestação.

Conclusão: um contrato será de arrendamento caso


estejam presentes dois elementos:
§ Direito de Controle; e
§ Ativo Identificado.
Para avaliar se o contrato transfere o direito de controlar o uso de
ativo identificado por um período de tempo, nos termos do CPC 06, a
entidade deve avaliar se, durante todo o período de uso, o cliente
possui o seguinte:

§ o direito de obter substancialmente todos os benefícios


econômicos do uso dos ativos identificados; e
§ o direito de direcionar o uso dos ativos identificados.

O CPC 06 destaca que a entidade deve reavaliar se o contrato é, ou


contém, um arrendamento somente se os termos e condições do
contrato forem alterados.
AR R E N D A TÁ R IO

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Reconhecimento e Mensuração Inicial

Na data de início, o arrendatário deve:


Reconhecer o ativo de direito de uso e o passivo de
arrendamento;
Mensurar:
a. o ativo de direito de uso ao custo;
b. o passivo de arrendamento ao valor presente dos
pagamentos do arrendamento que não são efetuados
nessa data.
Reconhecimento e Mensuração Inicial
O custo do ativo de direito de uso deve compreender:
a) o valor da mensuração inicial do passivo de arrendamento;
b) quaisquer pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início,
menos quaisquer incentivos de arrendamento recebidos;
c) quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário; e
d) a estimativa de custos a serem incorridos pelo arrendatário na desmontagem
e remoção do ativo subjacente, restaurando o local em que está localizado ou
restaurando o ativo subjacente à condição requerida pelos termos e condições
do arrendamento, salvo se esses custos forem incorridos para produzir estoques.
O arrendatário incorre na obrigação por esses custos seja na data de início ou
como consequência de ter usado o ativo subjacente durante um período
específico.
Exemplo: Arrendamento mercantil financeiro de um veículo no valor
de R$ 40.000,00 (custo de aquisição/valor presente) a ser pago em 60
prestações de R$ 750,00. O arrendatário possui a opção de compra
ao final do contrato por R$ 3.000,00. O valor justo na data de
aquisição é de R$ 35.000,00.

D – Veículo (imobilizado) ... 40.000


D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) ... 8.000
C – Leasing a pagar (passivo) ... 48.000
* (750 x 60) + 3.000 = 48.000
Antes da revisão 2 do CPC 06 (até 31/12/2018), a contabilização
inicial do arrendamento era o valor presente ou o valor justo, dos dois
o menor! Atualmente, usamos o valor presente das obrigações
assumidas.
(SABESP)
Em uma aquisição de ativo por meio de um contrato de arrendamento
mercantil financeiro, na data de início do contrato de arrendamento, a
empresa arrendatária
a) deve registrar um ativo pelo valor presente das obrigações assumidas.
b) deve registrar um ativo pelo valor presente das obrigações assumidas ou
pelo valor justo nesta data, dos dois o maior valor.
c) deve registrar um ativo pelo valor correspondente à soma das obrigações
assumidas.
d) não deve fazer qualquer registro.
e) deve registrar um ativo pelo valor presente das obrigações assumidas ou
pelo valor justo nesta data, dos dois o menor valor.
A empresa “Detonando tudo” (arrendatária) contratou no início do mês, na
forma de arrendamento, um veículo. As características do contrato são:
• Valor da contraprestação mensal, vencível no final de cada mês = R$
1.000,00;
• Prazo de arrendamento = 36 meses
• Valor residual a ser pago ao final do 36º mês = R$ 120,00
• Taxa de juros implícita no contrato = 1,03679% ao mês
• Vida útil do veículo = 5 anos
• Valor justo = R$ 32.000,00
• Valor Presente = R$ 30.000,00
Data Dívida de Pagamento Despesa de Redução da
Arrendamento Mensal Juros Dívida
A B C D E
Na 30.000,00
contratação
1 29.311,04 1.000,00 311,04 688,96
2 28.614,93 1.000,00 303,89 696,11
3 27.911,61 1.000,00 296,68 703,32
4 27.200,99 1.000,00 289,38 710,62
5 26.483,01 1.000,00 282,02 717,98
6 25.757,58 1.000,00 274,57 725,43
7 25.024,63 1.000,00 267,05 732,95
8 24.284,09 1.000,00 259,45 740,55
9 23.535,86 1.000,00 251,78 748,22
10 22.779,88 1.000,00 244,02 755,98
11 22.016,06 1.000,00 236,18 763,82
12 21.244,32 1.000,00 228,26 771,74
13 20.464,58 1.000,00 220,26 779,74
14 19.676,75 1.000,00 212,17 787,83
15 18.880,76 1.000,00 204,01 795,99
16 18.076,51 1.000,00 195,75 804,25
17 17.263,93 1.000,00 187,42 812,58
18 16.442,92 1.000,00 178,99 821,01
19 15.613,40 1.000,00 170,48 829,52
20 14.775,28 1.000,00 161,88 838,12
21 13.928,47 1.000,00 153,19 846,81
22 13.072,87 1.000,00 144,41 855,59
23 12.208,41 1.000,00 135,54 864,81
24 11.334,99 1.000,00 126,58 873,42
25 10.452,51 1.000,00 117,52 882,48
26 9.560,88 1.000,00 108,37 891,63
27 8.660,01 1.000,00 99,13 900,87
28 7.749,79 1.000,00 89,79 910,21
29 6.830,14 1.000,00 80,35 919,65
30 5.900,95 1.000,00 70,81 929,19
31 4.962,14 1.000,00 61,18 938,82
32 4.013,58 1.000,00 51,45 948,55
33 3.055,19 1.000,00 41,61 958,39
34 2.086,87 1.000,00 31,68 968,32
35 1.108,51 1.000,00 21,64 978,36
36 0,00 1.120,00 11,49 1.108,51
Somatório 36.120,00 6.120,00 30.000,00
Lançamento Inicial

D – Ativo Imobilizado (veículos arrendados) ... 30.000,00


D – Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante) ... 3.244,32
D – Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo não circulante) ... 2.875,68
C – Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante) ... 12.000,00
C – Arrendamento financeiro a pagar (passivo não circulante) ... 24.120,00
Lançamentos Subsequentes
D – Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante)
C – Disponibilidades ... 1.000,00
(pelo pagamento da primeira prestação)

D – Arrendamento financeiro a pagar (passivo não circulante)


C – Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante) ... 1.000,00
(pelo decurso do tempo)
Lançamentos Subsequentes
D – Despesa Financeira
C – Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante) ... 311,04
(pelo reconhecimento da despesa financeira)

D – Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante)


C – Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo não circulante) ... 220,26
(pelo decurso do tempo)

D – Despesa de Depreciação
C – Depreciação acumulada (veículos arrendados) ... 500,00
(pela depreciação do bem)
(SABESP)
Em 01/01/2013, a empresa Full S.A. adquiriu um caminhão pipa por meio de
arrendamento mercantil financeiro. O caminhão será pago em 4 prestações
anuais, iguais e consecutivas de R$ 50.000 cada, vencendo a primeira em
31/12/2013. Na data da aquisição o valor justo era R$ 173.000 e o valor
presente das prestações era R$ 170.000.
Sabendo que a taxa efetiva de juros era de 6,83% ao ano, que a vida útil do
caminhão pipa era 10 anos e que a empresa pretende ficar com o bem no final
do contrato, a empresa Full S.A. reconheceu, no ano de 2013, uma despesa
a) financeira de R$ 13.660.
b) financeira de R$ 11.611.
c) financeira de R$ 11.816.
d) de depreciação de R$ 17.300.
e) financeira de R$ 7.500.
Data Dívida de Pagamento Despesa Redução da
Arrendamento Mensal de Juros Dívida
A B C D E
Na 170.000,00
contratação
1 131.616,55 50.000,00 11.616,55 38.383,45
2 90.610,2 50.000,00 8.993,71 41.006,29
3 46.801,91 50.000,00 6.191,64 43.808,36
4 0,00 50.000,00 3.198,10 46.801,90
Somatório 200.000,00 30.000,00 170.000,00
Mensuração Subsequente
Após a data de início, o arrendatário deve mensurar o ativo de direito de uso,
utilizando o método de custo. Essa é a regra.

Exceções:

a. Se o arrendatário aplicar o método de valor justo no CPC 28 – Propriedade


para Investimento à sua propriedade para investimento, o arrendatário também
deve aplicar esse método de valor justo aos ativos de direito de uso que
atendem à definição de propriedade para investimento no CPC 28.
b. Se ativos de direito de uso referem-se à classe do ativo imobilizado à qual o
arrendatário aplica o método de reavaliação no CPC 27, se permitido por lei (no
Brasil, a Lei n. 6.404/76 não permite!), o arrendatário pode decidir aplicar esse
método de reavaliação a todos os ativos de direito de uso, que se referem a
essa classe do imobilizado.
Apresentação
O arrendatário deve apresentar no balanço patrimonial ou divulgar nas notas
explicativas:
(a) ativos de direito de uso separadamente de outros ativos.

(b) passivos de arrendamento separadamente de outros passivos. Se o


arrendatário não apresentar passivos de arrendamento separadamente no
balanço patrimonial, o arrendatário deve divulgar quais rubricas no balanço
patrimonial incluem esses passivos.

Observação: O requisito (a) não se aplica a ativos de direito de uso que atendem
à definição de propriedade para investimento (apresentados no balanço
patrimonial como propriedade para investimento).
Apresentação
Na demonstração do resultado (DRE) e de outros resultados
abrangentes (DRA), o arrendatário deve apresentar despesas de juros
sobre o passivo de arrendamento separadamente do encargo de
depreciação para o ativo de direito de uso. Despesas de juros sobre
o passivo de arrendamento são um componente de despesas
financeiras, em que o CPC 26 – Apresentação de Demonstrações
Contábeis requer que seja apresentado separadamente na DRE e na
DRA.
Apresentação
Na demonstração dos fluxos de caixa (DFC), o arrendatário deve classificar:
a) pagamentos à vista para a parcela do principal do passivo de arrendamento
dentro de atividades de financiamento;
b) pagamentos à vista para a parcela dos juros do passivo de arrendamento,
dentro de atividades operacionais (conforme encoraja o CPC 03); e
c) pagamentos do arrendamento de curto prazo, pagamentos de
arrendamentos de ativos de baixo valor e pagamentos variáveis de
arrendamento não incluídos na mensuração do passivo de arrendamento
dentro de atividades operacionais.
Divulgação
O arrendatário deve divulgar os seguintes valores para o período de relatório:

a) encargos de depreciação para ativos de direito de uso por classe de ativo subjacente;
b) despesas de juros sobre passivos de arrendamento;
c) despesa referente a arrendamentos de curto prazo/ativos de baixo valor contabilizada.
e) despesa referente a pagamentos variáveis de arrendamento não incluída na
mensuração de passivos de arrendamento;

f) receita decorrente de subarrendamento de ativos de direito de uso;


g) saídas de caixa totais para arrendamentos;
h) adições a ativos de direito de uso;
i) ganhos ou perdas resultantes de transações de venda e retroarrendamento; e
j) valor contábil de ativos de direito de uso ao final do período de relatório por classe de
ativo subjacente.
AR R E N D A D O R

Prof. Gilmar Possati


O tratamento do arrendamento é diferente sob a ótica do arrendatário
e do arrendador!
Arrendatário: o arrendamento é o contrato, ou parte do contrato, que
transfere o direito de usar um ativo por um período de tempo. O
tratamento contábil independe de ser arrendamento financeiro ou
operacional.
Arrendador: deve classificar cada um de seus arrendamentos como
arrendamento operacional ou arrendamento financeiro.
Classificação
(SEFAZ-PR)
A classificação de arrendamentos mercantis adotada na NBC TG 06
(Operações de Arrendamento Mercantil), aprovada pela resolução
CFC 1.304/2010, baseia-se na extensão dos riscos e dos benefícios,
inerentes à propriedade de ativo arrendado, que permanecem para o
arrendador ou para o arrendatário.
Desse modo, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a
classificação dos arrendamentos.
a) Alto, médio e baixo risco.
b) Financeiro e operacional.
c) Contabilizáveis e não contabilizáveis.
d) Mercantis e não mercantis.
e) Realizável e não realizável.
(TJ-RR)
Com a aplicação de critérios contábeis homogêneos advindos das
normas internacionais de contabilidade e dos pronunciamentos do
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as empresas e os
contadores procuraram adequar-se ao novo arcabouço de padrões
contábeis em relação ao registro e à mensuração dos eventos
contábeis. A respeito desse assunto, julgue o item.

O arrendamento mercantil é classificado como financeiro ou


operacional. No arrendamento operacional, há transferência
substancial de todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade, ao
passo que, no financeiro, não há transferência substancial de riscos e
benefícios inerentes à propriedade.
(SEFAZ-SP)
O contador da empresa Inova S.A. conseguiu condições financeiras
vantajosas para comprar dois caminhões por meio de arrendamento
mercantil (leasing). Como a empresa tem a intenção de ficar com os
veículos no final do prazo do contrato e a compra se enquadra dentro
dos conceitos de leasing operacional, a empresa contabilizou como
ativo imobilizado os dois caminhões. Referido procedimento atende
ao
a) conceito da essência sobre a forma.
b) pressuposto da competência de períodos.
c) conceito da neutralidade.
d) pressuposto da relevância.
e) princípio da materialidade.
Exemplos de situações que individualmente ou em conjunto levariam
normalmente um arrendamento mercantil a ser classificado como
arrendamento mercantil financeiro:
(a) o arrendamento transfere a propriedade do ativo subjacente ao
arrendatário ao final do prazo do arrendamento;
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo subjacente a
preço que se espera que seja suficientemente mais baixo do que o
valor justo na data em que a opção se tornar exercível, para que seja
razoavelmente certo, na data de celebração do arrendamento, que a
opção será exercida;
(c) o prazo do arrendamento é equivalente à maior parte da vida
econômica do ativo subjacente, mesmo se a propriedade não for
transferida;
(d) na data da celebração do arrendamento, o valor presente dos
recebimentos do arrendamento equivale substancialmente à
totalidade do valor justo do ativo subjacente; e
(e) o ativosubjacente é de natureza tão especializada que somente o
arrendatário pode usá-lo sem modificações importantes.
Indicadores de situação que, individualmente ou em combinação,
também poderiam levar o arrendamento a ser classificado como
arrendamento financeiro:
(a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas
do arrendador associadas ao cancelamento são arcadas pelo
arrendatário;
(b) ganhos ou as perdas provenientes da flutuação no valor justo do
residual são gerados para o arrendatário (por exemplo, na forma de
desconto no aluguel que seja equivalente à maior parte dos rendimentos
de venda no final do arrendamento); e
(c) se o arrendatário tiver a capacidade de continuar o arrendamento por
período secundário, com aluguel que seja substancialmente menor que o
aluguel de mercado.
(SEFAZ-SP)
O auditor externo, para certificar-se de que uma operação de leasing se
enquadra na classificação de leasing operacional, deve, além de verificar se o
arrendamento mercantil não transfere os riscos e benefícios inerentes à
propriedade, constatar se
a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o
arrendatário no fim do prazo do arrendamento mercantil.
b) o prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida econômica do ativo,
mesmo que a propriedade não seja transferida.
c) o valor presente dos pagamentos mínimos, no início do arrendamento
mercantil, totaliza pelo menos substancialmente todo o valor justo do ativo
arrendado.
d) os ativos arrendados são de natureza especializada, de tal forma que apenas
o arrendatário possa usá-los sem grandes modificações.
e) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual são
atribuídos ao arrendador.
Contabilização (arrendamento Financeiro)

No seu reconhecimento inicial “o arrendador deve reconhecer os ativos


mantidos em arrendamento financeiro em seu balanço patrimonial e deve
apresentá-los como recebível, ao valor equivalente ao investimento líquido
no arrendamento”.

D – Contas a receber – arrendamentos financeiros


C – Ativos arrendados

D – Caixa
C – Contas a receber – arrendamentos financeiros
Manual FIPECAFI

Nesse tipo de operação, a titularidade jurídica do bem arrendado permanece


com o arrendador; dessa forma, na compra do ativo o registro contábil é feito
em conta de ativo que represente o bem e a contrapartida é a forma de
pagamento, podendo ser disponibilidades ou obrigação no passivo. Entretanto,
se o arrendador transfere substancialmente os riscos e benefícios ao arrendatário,
ele reclassifica esse valor como contas a receber e considera os valores recebidos
amortização de capital (pelo investimento feito) e receita financeira (recompensa
pelo investimento e serviço).
Os custos diretos iniciais envolvidos na negociação, como comissões, honorários
legais e custos internos que sejam diretamente atribuíveis à negociação e ao
arranjo do contrato de arrendamento devem ser incluídos na mensuração inicial
das contas a receber, reduzindo o valor da receita reconhecida durante o prazo
do arrendamento mercantil.
[...]
Quanto ao reconhecimento subsequente da receita financeira pelo arrendador,
deve se basear em modelo que reflita a taxa de retorno periódica constante
sobre o investimento líquido, pois deve ser apropriada durante o prazo do
arrendamento em base sistemática e racional (itens 75 e 76).
Contabilização (arrendamento Operacional)
Nesse tipo de arrendamento a propriedade é do arrendador (assim como ocorre
no arrendamento financeiro), no entanto a essência da operação é de aluguel.
Logo, além da receita de arrendamento, há o reconhecimento da depreciação
do bem.

D – Propriedades para Investimento (AÑC Investimentos)


C – Caixa ou Financiamentos a pagar (a depender da forma de aquisição)

D – Contas a receber – arrendamentos operacionais


C – Receita com arrendamentos
Prof. Possa)
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