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Universidade Federal de Goiás

Regional Jataí
Química Bacharelado
Laboratório de Físico-Química I

Equilíbrio Químico

Jataí (GO)
01/2017
SUMÁRIO
Sumário.......................................................................................................................................2
1 Introdução............................................................................................................................4

2 Objetivo...............................................................................................................................5

3 Parte experimental...............................................................................................................5

3.1 Reagentes e Vidrarias...................................................................................................5

3.2 Procedimento Experimental.........................................................................................5

4 Resultado e Discussão.........................................................................................................6

5 Conclusão............................................................................................................................9

6 Referências Bibliográficas.................................................................................................10
Resumo
As reações podem ocorrer em apenas um sentido, direção do consumo dos reagentes
para formação dos produtos, como também nos dois sentidos, fazendo com que haja o
consumo dos produtos e volte a formar os reagentes. O equilíbrio químico se da quando o
consumo de reagente e a formação dos produtos se mantem com a velocidade constante, o
mesmo pode ser afetado pelo calor, concentração, volume e pressão. Quando isso ocorre o
equilíbrio e deslocado a fim de reestabelecer um novo equilíbrio, este processo e explicado
pelo princípio de Le Chatelier. A partir do momento em que ΔG for igual a zero tem-se que a
reação entrou em equilíbrio, assim sendo K > 1 a reação favorece a formação de produtos e
K>1 favorece os reagentes. Desta forma o experimento realizado descrito abaixo teve como
objetivo encontrar os valores da constante de equilíbrio para diversas soluções, com a
variação do volume e concentração, realizando titulação com uma base. E assim pode notar-se
que apenas a última solução (nomeada como g) teve um favorecimento a formação dos
produtos, pois a constante de equilíbrio foi maior que um, as demais soluções a constante de
equilíbrio foi menor que um. Um dos fatores que possivelmente pode alterar esses resultados
foi que as soluções ficaram armazenadas tempo maior que o necessário, fazendo com que sua
concentração fosse alterada.
1 INTRODUÇÃO
As reações químicas podem ocorrer tanto em um único sentido como também a casos em
que elas são reversíveis. No caso de processos reversíveis, a partir do momento que ocorre a
formação do produto, logo a reação no sentido inverso também começa a ocorrer. A partir do
momento que a concentração dos reagentes e dos produtos se mantem estável em relação ao
tempo, significa que o processo atingiu o equilíbrio. Desta forma o sistema em equilíbrio é
considerado dinâmico, pois mesmo após alcançar o equilíbrio a reação não se sessa e continua
a ocorrer de forma simultânea, isto é, a velocidade no sentido de formação dos produtos
(sentido direto→) se encontra similar a dos reagentes (sentido inverso←), sendo suas
concentrações constantes.
Equação 1: Equação genérica, para simples demonstração.

- Reagente A + Reagente B ↔ Produto C + Produto D


Ao dizer que as concentrações de reagentes e produtos estão se mantendo constantes
no equilíbrio, nada mais é que as “forças” que excitam as moléculas dos reagentes e produtos
se mantem constantes se convertendo entre si, assim atuam com a mesma intensidade em
sentidos opostos, desta forma a “força total” do sistema se torna nula.
Nas reações químicas tal “força” é denominada como energia livre de Gibbs (G). A
variação da energia de Gibbs (ΔG) é igual à diferença da energia livre dos produtos e à dos
reagentes em um sistema, ela e equacionada da seguinte maneira ΔG = ΔH – TΔS, onde ΔH é
denominada de variação da entalpia, ΔS é denominada variação da entropia e T é a
temperatura em graus absoluta. A partir do momento em que ΔG for igual a zero isso significa
que o equilíbrio foi atingido, com isso, se conhecemos bem os fatores que afetam o mesmo,
como a temperatura. Desta forma se torna possível ter um aumento de rendimento do produto
final formado desejado com o controle dos fatores, levando para condições mais favoráveis.
Neste intuito se torna de suma importância conhecer a fundo sobre o equilíbrio químico.
No sistema podem ocorrer algumas perturbações que assim desloca o equilíbrio, sendo
a variação da concentração, da temperatura e da pressão. Esse contexto pode ser explicado
pelo princípio de Le Chatelier, no qual diz que quando um sistema e perturbado externamente,
o sistema químico que antes estava em equilíbrio tende a deslocar-se e buscar um novo
equilíbrio. No caso que ocorre um aumento na temperatura favorecerá reações endotérmicas,
onde o equilíbrio se deslocara no sentido de absorve o calor. Já nos momentos em que há uma
diminuição de temperatura o equilíbrio tenderá a se deslocar no sentido da reação exotérmica,
sendo uma reação que libera calor. Desta maneira as concentrações de produtos e reagentes
podem ser determinadas a cada equilíbrio atingido, pela constante de equilíbrio (Keq). De
forma geral a equação da constante de equilíbrio e dada pela equação abaixo, sendo que as
concentrações ([]) dos produtos são divididas pelas concentrações dos reagentes ([]), sendo a,
b, c e d são denominados de coeficientes estequiométricos e na equação é utilizado como
expoente.
Equação 2: Equação da constante de equilíbrio.
c d
[C ] [D ]
K c= a b
[ A ] [ B]
Observando a equação escrita cima no denominado se encontra se encontra os
reagentes, e no numerador se encontra os produtos, desta forma quanto maior for o
numerador, maior será o valor de Kc encontrado, e assim maior será a formação de produto.
Desta maneira se Kc for muito maior que 1 o equilíbrio será deslocado para direita como
indica a seta da equação de reação, assim favorecerá a formação de produtos, caso ao
contrario, se Kc for muito menor que 1 o equilíbrio se deslocara para esquerda favorecendo
aos reagentes.
2 OBJETIVO
Determinar o valor da constante de equilíbrio para ácido clorídrico, ácido acético, etanol
92,8%, acetato de etila e fenolftaleína.
3 PARTE EXPERIMENTAL

3.1 Reagentes e Vidrarias

 Agua destilada;  Acetato de Etila;


 Frascos para armazenar as  Fenolftaleína;
soluções;  Pipeta;
 Ácido Clorídrico 3 M;  Bureta;
 Ácido Acético;  Erlenmeyer
 Etanol 92,8%;

3.2 Procedimento Experimental.

Foram preparadas 7 soluções de acordo com a TABELA 1,colocadas em frascos e


tampadas imediatamente, em seguida elas foram nomeadas de a a g e guardados durante
duas semanas. Após isso foram agitadas para melhor homogeneização, pesadas
novamente e anotados seus valores de acordo com a TABELA 2, com isso eles foram
tituladas com hidróxido de sódio 0,5 M e utilizando-se da fenolftaleína como indicador,
em seguida foi anotado o volume gasto para titular cada amostra e anotado seu valor de
acordo com a tabela 3.
Tabela 1: Volume adicionado para preparo de cada amostra.

Volume (mL)
Solução HCl EtAc H2O EtOH HAc
A 5 - 5 - -
B 5 5 - - -
C 5 4 1 - -
D 5 2 3 - -
E 5 4 - 1 -
F 5 4 - - -
G 5 - - 4 1

Tabela 2: Massa dos reagentes após duas semanas.

Ácido Acetato Etanol Ácido Água


clorídrico de etila acético
3 Mol/L
5 mL 5,05 4,45 - - 5,00
4mL - - 3,33 - -
3mL - - - - 3,04
2mL - 1,78 - - -
1mL - 0,82 1,02 1,00

4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Após a titulação de cada duplicata de amostra foi anotada seus valores, descritos na
tabela abaixo.
Tabela 3: Volume de titulação para cada amostra com a média da duplicata.

Amostra Titulação 1 Titulação 2 Média das Volume (L)


(mL) (mL) titulações (mL)
A 3,9 4,3 4,1 0,0041
B 28,3 30,2 29,25 0,02925
C 27,9 27,9 27,9 0,0279
D 17,5 18 17,75 0,01775
E 24,1 24,4 24,25 0,02425
F 38,1 37,6 37,85 0,03785
G 15,5 14,7 15,1 0,0151

Com a hidrolise do éster (acetato de etila – EtAc) que foi catalisado pelo ácido
clorídrico (HCl), houve a formação tanto do etanol (EtOH) como também houve a
formação do ácido acético (HAc), de acordo com a equação descrita abaixo:
Equação 3: Equações da formação do etanol e ácido acético.

- C4H8O2 + H2O ↔ C2H5OH + HC2H3O2


- EtAc + H2O ↔ EtOH + HAc
Areação de hidrolise acontece de maneira espontânea, em uma temperatura
ambiente, desta maneira a adição do HCl implicara somente no tempo em que a reação
possa atingir o equilíbrio. Como em qualquer experimento e muito difícil saber o ponto
em que as soluções em reação entram em equilíbrio, desta forma se calcula a constante de
equilíbrio através das concentrações iniciais das espécies envolvida. No caso do ácido
clorídrico, como sua função e atuar apenas como catalizador na reação, se torna
desnecessário realizar o cálculo de equilíbrio para ele.
A constante de equilíbrio será calculado a partir da equação 2, como demostra
abaixo:
[ EtOH ][ HAc ]
K c=
[ EtAc ] [ H 2 O ]
Por mais que houvesse varias espécies envolvidas, apenas a concentração do ácido
acético foi acompanhada, e assim calcular-se a constante de equilíbrio, isso foi feito por
uma simples titulação com uma base padronizada, porém como ainda continha muito
ácido clorídrico na solução foi feita uma titulação com hidróxido de sódio para
neutraliza-lo, no entanto para solucionar este problema, foi realizado uma titulação com o
branco contendo apenas HCl e H2O, para assim poder saber a quantidade certa de base
para uma neutralização as soluções.
Abaixo se encontra os cálculos necessários para este experimento.
- Calculo da quantidade de matéria do HCl experimental.
- nHCl = nNaOH
- nHCL = [NaOH] · VNaOH
- nHCL = 0,5 mol/L . 0,0041 L
- nHCL = 0,00205 mol
Após este calculo foi obtido o valor de 0,00205 mol HCl (valor experimental), e
tendo o valor de 0,0992 mol HCl (3molar), esses valores foi utilizado para calcular a
massa da água presente na solução. Assim subtraindo o valor experimental do teórico
tem-se 4,95g. Com isso o valor de mols da água para a solução A foi calculado abaixo.
mH2O
- nH2O = = 0,275 mol
MM H 2 O
Abaixo será demonstrado como foi realizado o cálculo para chegar nós resultados da
TABELA 5, indicando a quantidade de moles de cada um.
Os cálculos da TABELA 4 são referentes ao acetato de etila, os resultados na tabela 5
segue a mesma linha de raciocínio.
Tabela 4: Cálculo da quantidade de moles do acetato de etila.

Acetato de Equação Resultado


etila (mol)
(volume mL)
5,0 NAcEt = 0,0505
m AcEt
MM AcEt

4,0 NAcEt = 0,0407


V.
MM AcEt

2,0 NAcEt = 0,0202


m AcEt
MM AcEt

Tabela 5: Valores da quantidade de moles para cada reagente, calculados de acordo com a tabela 4.

Amostra HCl Acetato de H2O Etanol Acido


Etila Acético
A 0,00205 - 0,275 - -
B 0,00205 0,0505 0,275 - -
C 0,00205 0,0407 0,3305 - -
D 0,00205 0,0202 0,4416 - -
E 0,00205 0,0407 0,275 0,0178 -
F 0,00205 0,0407 0,275 - 0,0169
G 0,00205 - 0,275 0,072 0,0169

Depois de calcular o número de moles iniciais para todas as espécies, foi calculado a
quantidade de ácido acético no equilíbrio. Pressupõe-se que toda espécie ácida contida em
solução deve ser consumida por toda espécie básica na solução, assim temos que:
- nácido= nNaOH
- nHCl + nHAc = [NaOH]. VNaOH
- nHAc = [NaOH]. VNaOH - nHCl
A partir da equação descrita acima pode ser calculado o numero de moles para o
ácido acético contido em todas as amostras, tendo apenas o volume diferente para cada
amostra, pois o volume é a média dos mesmos obtidos nas titulações.
Tabela 6: Quantidades de moles do ácido acético no equilíbrio calculado para cada amostra.

Amostra Quantidade de HAc (mol)


A 0
B 0,0126
C 0,0119
D 0,0068
E 0,0101
F 0,0169
G 0,0055
Conhecendo as quantidades iniciais do acetato de etila e da água, e o número de moles
do ácido acético, pode-se assim calcular a constante de equilíbrio para cada solução.
A tabela 7 demonstra como será feito os cálculos para encontrar as constantes de
equilíbrio, tendo como base a reação citada abaixo.
Reação: AcEt + H2O ↔ EtOH + HAc
Tabela 7: Coleta de dados para calculo da constante de equilíbrio

Inicio n AcEt nH O 2
n EtOH n HAc
Variação - x mol - x mol + x mol + x mol
Equilíbrio n AcEt - x nH O - x
2
+ x mol n HAc

No quadro abaixo foram substituído os respectivos valores referente a solução B


de acordo com a TABELA 7, os valores da constante de equilíbrio para as demais
soluções foi calculado da mesma forma e se encontra na tabela 8.
Solução B
Inicio 0,0505 0,275 0 0
Variação - 0,0126 - 0,0126 +0,0126 + 0,0126
Equilíbrio 0,0379 0,2624 + 0,0126 0,0126

[ EtOH ][ HAc ] [ 0,0126 ]2


K= = =0,0159
[ AcEt ] [ H 2 O ] [ 0,0379 ] [ 0,2624 ]

Tabela 8: Constante de equilíbrio experimental calculada para cada reação

Amostra K
A 0
B 0,0159
C 0,0154
D 0,0079
E 0,1418
F 0,0929
G 2,0350
A partir da seguinte equação: -RT ln K= - rG°, sabe-se que:
rG° > 0  K < 1, assim o equilíbrio favorece o reagente.
rG° < 0  K > 1º, assim equilíbrio favorece aos produtos.
7 CONCLUSÃO
O equilíbrio químico de uma reação pode ser afetado por diversos fatores, dentre eles
estão a concentração, calor, volume e pressão. Deste modo o experimento realizado foi
executado a pressões e temperaturas constantes, sendo a temperatura de 25ºC e a
temperatura de 1atm. Assim a única coisa que variou durante a reação foi a concentração
das substâncias, por consequência com o aumento da concentração de alguma das
substâncias presente na reação, faz com que o equilíbrio seja deslocado, para um novo
equilíbrio ser estabelecido.
Com o dado experimento, após calcular as constantes de equilíbrio, pode concluir-se
que apenas a amostra G favorece a formação dos produtos onde K = 2,0350, as demais
amostras a constante K foi menor que 1 e assim favorecendo aos reagentes, um dos
possíveis motivos de ter ocorrido em maior parte o favorecimento aos reagente, pode ser
o longo tempo em que as amostram foram estocadas, levando uma alteração nas
concentrações.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 http://web.ccead.pucrio.br/condigital/mvsl/Sala%20de
%20Leitura/conteudos/SL_equilibrio_quimico.pdf
2 Atkins P.;PAULA J.; Atkins físico-química, V 1; 7° edição; LTC.

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