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PESSOA-PB
SÍNTESE FÁTICA
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compostos por uma cesta de produtos e serviços para fixação de seu cálculo,
não servindo, portanto, para preservação do poder de compra da moeda.
Nesse esteio, dado que o Brasil sempre teve histórico de inflação alta,
com exceção dos últimos dois anos, fica nítido que o saldo financeiro dos
trabalhadores sob custódia do Estado sofreu relevante perda, no exato valor
da diferença entre o percentual da TR e do INPC, por exemplo, já que existem
diversos índices inflacionários.
Isso posto, pugna-se, nessa oportunidade, pela condenação da parte ré
na obrigação de pagar a diferença entre o percentual da TR e do INPC, visto
que este último é o índice que a Lei definiu como base para preservação do
poder aquisitivo do salário mínimo, calculado sobre o saldo de FGTS existente
na conta da parte autora em cada mês de apuração, acrescido dos juros legais
de 3% a.a., pelas razões de direito expostas abaixo.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Uma vez que a Caixa Econômica foi nomeada pela Lei como gestora do
Fundo de Garantia por Tempo Serviço, sendo ela responsável pela atualização
e remuneração das contas vinculadas, fica estabelecida sua legitimidade para
figurar no polo passivo de demanda que pleiteia correção pretérita do saldo
de FGTS.
Nesse sentido, precedentes da E. Corte Superior de Justiça sumulado
no texto de seguinte teor.
SÚMULA 249/STJ: A Caixa Econômica Federal tem legitimidade
passiva para integrar um processo em que se discute a correção
monetária do FGTS.
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É importante ressaltar a distinção entre indexadores de inflação, que
tem como objetivo recompor o valor da moeda frente a passagem do tempo, e
taxas de juros, que remuneram o capital ocioso do poupador.
Há muito tempo o STF já ratificou o entendimento ora exposto, quando
do julgamento da ADI 493/DF, assinalando que:
“A taxa referencial (TR) não é índice de correção monetária, pois,
refletindo as variações do custo primário da captação dos depósitos a
prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do poder
aquisitivo da moeda.”
(STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de
Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: DJ
04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-
00143-03 PP-00724)
Pelo exposto, fica claro que não se pode considerar a TR como uma taxa
apta para fins de correção monetária, razão pela qual deve ser declarada pelo
juízo a inconstitucionalidade da expressão “com base nos parâmetros fixados
para atualização dos saldos dos depósitos de poupança” do caput do art. 13
da Lei Federal nº 8.036/1990 e do caput do art. 17 da Lei Federal nº
8.177/1991 – dispositivos que impõem a correção dos depósitos nas contas
vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR).
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Sendo assim, a parte autora pugna pela substituição da Taxa
Referencial como parâmetro de atualização do seu saldo de FGTS,
determinando que o cálculo seja realizado com base no INPC, por tratar-se de
indexador eficiente para recompor o poder de compra da moeda.
DOS PEDIDOS
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Dá-se a causa o valor de R$ 10.000,00, para fins de fixação de alçada.
Processo: 0804496-66.2021.4.05.8200
Assinado eletronicamente por:
LUCAS DE MEDEIROS LINHARES GOMES - Advogado 21050613020642800000007601704
Data e hora da assinatura: 06/05/2021 13:04:07
Identificador: 4058200.7579731
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfpb.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 5/5