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INTRODUÇÃO

Por meio de pesquisa científica mapear e conhecer trabalhos acadêmicos


publicados em determinada área por meio de revisões sistemáticas é uma das
formas de possibilitar a avaliação e a reflexão desses trabalhos e da área em
questão (CARDOSO; NETO; RICCIO; SAKATA, 2005).
A responsabilidade do administrador, quanto ao nível de realização dos
custos e aplicação dos recursos, constitui peça fundamental para uma administração
efetiva. Sendo utilizada como insumo, o custo: ferramenta para construção de
indicador de desempenho deste gestor. Que será avaliada não mais pela quantidade
de realizações, mas pela qualidade e equilíbrio fiscal mantido na execução das
atividades de sua gestão (PEDROSO; QUINTANA, 2007).
O método utilizado foi à pesquisa descritiva. Esse tipo de pesquisa visa
conhecer um fenômeno sem modificá-lo, a fim de entender o objeto de interesse em
determinado espaço e tempo (CARDOSO; NETO; RICCIO; SAKATA, 2005).
A contabilidade financeira originou a contabilidade de custos, quando da
necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa
típica na era do mercantilismo no século XVIII. Os seus princípios derivam dessa
finalidade, e por isso nem sempre conseguiam atender completamente as suas
outras duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: controle e
decisão (MARTINS, 2003).
Existe diferença na classificação no âmbito de análise de custeios na
contabilidade entre: custos diretos, que são aqueles que se podem identificar e
analisar como pertencendo a este ou aquele produto, pois há como mensurar
quando pertence a cada um de forma objetiva direta. Constituem-se ainda todos
aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao produto ou serviço,
isto é, identificam imediatamente com a produção dos mesmos, tais como, mão-de-
obra (verificação e medição de quanto se está gastando em cada produto), energia
elétrica (quando há medidores que identificam quanto se está consumindo em cada
item) etc. Por sua vez os indiretos também chamados de gastos gerais de
fabricação, são aqueles incorridos dentro do processo de produção, para ser
apropriados e lançados aos produtos, e obrigado ao uso de rateio¹, tais como,
salário do supervisor, energia elétrica (quando não há medidor para identificar o
consumo), aluguel etc. (EQUIPE PORTAL DE CONTABILIDADE, 2008).
Contabilidade de Custos acabou por passar, nessas ultimas décadas, de
mera auxiliar de estoques e lucros globais para importante arma de controle e
decisão gerenciais. Tendo conhecimento exato dos custos é vital para saber se,
dado o preço o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los (os
custos) (MARTINS, 2003).
A forma de custeamento por processos é um sistema de custear produtos
onde os custos são inicialmente classificados por natureza e depois compilados por
processos específicos e todos os custos são distribuídos às unidades produzidas por
esses processos específicos. A soma dos custos unitários de todos os processos
diferentes, através dos quais os produtos passam na jornada de fabricação, é o
custo do produto (LEONE, 2000).
Assim, de acordo com as necessidades dos gestores em busca de
resultados cada vez mais satisfatórios, os levam a procura por vários métodos de
apuração de custos entre os principais, que são: Custeio por Absorção, Custeio
Variável ou Direto, Custeio ABC e Custeio Padrão.
1. Custeio por Absorção

O custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos seus


princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascidos da situação histórica
mencionada. Consiste em apropriar todos os custos de produção aos bens
elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação
são distribuídos para todos os produtos e ou serviços feitos (MARTINS, 2003).
E uma metodologia decorrente deles, nascida com a própria Contabilidade
de Custos. Outros critérios diferentes tem surgindo através do tempo, mas este é
ainda o adotado pela Contabilidade Financeira; portanto, válido tanto para fins
Demonstração de Resultado e Balanço Patrimonial como também, na maioria dos
países, para Balanço e Lucro Fiscais (MARTINS, 2003).
O método de custeio por absorção é um instrumento gerencial de tomada
de decisão, e ocorrem falhas no sistema pelo eventual motivo de apropriar os custos
fixos através de rateios e isso, poderá levar a alocações arbitrárias na atual gestão
(SANTOS, 2007).
Esse sistema reconhece todos os custos de produção como despesas
somente no momento da venda, demonstrando de forma mais apropriada à
confrontação da receita com a despesa, na apuração dos resultados. Por isso que o
custeio de absorção é aprovado e aceito pela fiscalização brasileira (ANDRADE;
BATISTA; SOUSA, 2005).

2. Custeio Variável ou Direto

Para Pedroso e Quintana (2007), “o custeio variável ou direto também é


conhecido com o custeio baseado em valor, e está baseado na classificação dos
gastos de acordo com seu relacionamento com o volume de vendas ou volume de
produção”.
No custeio variável ou custeio direto, só são alocados aos produtos os
custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do
período, indo diretamente para o resultado, assim para os estoques só vão, como
conseqüência, os custos variáveis (MARTINS, 2003).
Por esse método, os custos totais devem ser tratados em duas partes: Onde
a primeira diz respeito aos custos necessários para manter a estrutura instalada da
empresa, e está relacionada com a capacidade de produzir e vender; a segunda é
composta por custo variável do produto, que ocorre em função do volumes vendido
e está relacionada ao produto (SANTOS, 2007).
Há algumas restrições quanto à aplicação do sistema de custeamento
variável ou direto. O sistema sendo bem aplicado conforme seus conceitos podem
constituir um instrumento eficaz para a tomada de decisão. Em determinados ramos
de atividades devem ser utilizados com coerência tanto para empresas privadas
como públicas, principalmente em empresas em que o ativo permanente seja
elevado, não podendo ser tão útil em termos de análise se não houver preocupação
com relação a absorção dos custos fixos totais, principalmente no que tange às
depreciações (SANTOS, 2007).

3. Custeio ABC

Para Martins (2003), o custeio baseada em atividades, conhecida como


Activity-Based Costing (ABC), é uma metodologia de custeio que procura reduzir
sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.
Segundo Pedroso e Quintana (2007), o fundamento principal do custeio
baseado em atividade é a de que todos os setores da organização realizam
atividades que se relacionam com a produção e venda dos produtos ou serviços,
tendo como base o consumo efetivo. Os recursos alocados a cada setor devem ser
identificados para controle e a apropriação das atividades aos materiais, processos,
e ou produtos, definidos para cada atividade, a medida de consumo e o custo por
unidade.
Silva (2000 apud PEDROSO; QUINTANA, 2007), analisam o sistema ABC
para apuração do custo de um produto que são custeadas as atividades necessárias
para sua fabricação ou comercialização. Certos custos unitários estão alocados com
a ocorrência das atividades que são geradas por eventos chamados de “gestores de
custos” (cost drivers).
Porém essa ferramenta do custeio ABC, não se limita ao custeio de
produtos, sendo acima de tudo, uma poderosa ferramenta a ser utilizada na gestão
de custos para as empresas. O primeiro passo para utilização do custeio ABC é
identificar dentro de cada setor quais as atividades mais relevantes, posteriormente
atribuir os custos às tarefas desenvolvidas, sendo que os custos de uma atividade
representam todos os gastos para desempenhá-las (MARTINS, 2003).

4. Custeio-Padrão

O custo padrão é determinado pelo uso das melhores matérias-primas, a


mão-de-obra mais eficiente e utilização total da capacidade da empresa, são fixadas
com bases em condições ideais. O custo padrão usado pela empresa em longo
prazo, é extremamente restrito, porque são realizadas comparações no máximo uma
vez por ano para acompanhar sua evolução em relação há anos anterior. Outro
conceito usado também é o custo-padrão corrente, que é aquele que a empresa fixa
como meta para o período seguinte, levando em conta as deficiências da empresa,
sendo utilizado para curto e médio prazo (MARTINS, 2003).
Os custos-padrão devem ser desdobrados em duas partes sendo padrões
físicos e padrões monetários. Os físicos mensuram as variações de quantidades
consumidas ou produzidas, e os padrões monetários mensuram as variações de
preços e de taxas (SANTOS, 2007).
CONCLUSÃO

Como ferramenta pode se adotar métodos de custeios acreditando trazer


resultados imediatos mediantes a uma gestão eficiente. Mas se o sistema não for
aplicado de forma correta, seguindo as etapas necessárias, todo desenvolvimento
será inútil. Para uma melhor utilização de sistema de custo não é necessário apenas
um conjunto de normas mas sim um conjunto de pessoas qualificadas, que entenda
a importância de custos para o desempenho de uma empresa.
Diante desses sistemas de custeios apresentados acredito que com o
sistema de custeio ABC (Activity-Based Costing) uma empresa possa gerir melhor
seu capital, pois esse sistema fornece informações gerenciais relativamente mais
legítimas por meio da redução do rateio, além da revisão e controle internos ser
constantes, proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos, identifica
onde se consome mais recursos, identificando o custo de cada atividade em relação
aos custos totais da empresa, fornece subsídios para gestão econômica, custo de
oportunidade, e ainda possibilita a eliminação ou redução das atividades
desnecessárias.
REFERÊNCIAS

CARDOSO, R.L; NETO O. R. M; RICCIO E. L; SAKATA M. C. G. Pesquisa científica


em contabilidade entre 1990 e 2003. Revista eletrônica R A E-Administração de
Empresas. v. 45, n. 2, p. 34-45, 2005.

EQUIPE PORTAL DE CONTABILIDADE. Custos diretos e indiretos – diferenciação r


tratamento contábil. Disponível em:
< http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.htm >. Acesso em: 09
Set. 2009.

LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Planejamento, implantação e controle. 3.


Ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

PEDROSO, M. S.; QUINTANA A. C. A importância da apropriação dos custos na


administração pública. Revista Eletrônica de Gestão Contemporânea. Rio Grande-
RS, v.2, n.1, p. 38-57, 2007.

SANTOS, W. V. Contabilidade pública. SEMANA DE ADMINISTRAÇÃO,


ORÇAMENTARIA, FINANCEIRA E DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS DOS
ESTADOS E MUNICIPIOS, 1, Ministério da Fazenda – MF, Brasília, Setembro 2007.

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