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Cadernos PDE
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar aspectos relacionados à avaliação pedagógica
dos alunos com deficiência intelectual, de Escola de Educação Básica na Modalidade de Educação
Especial, considerando as dificuldades encontradas pelos professores, refletindo que avaliar deve ser
visto pela escola como um suporte, uma ferramenta para auxiliar o processo ensino/aprendizagem.
Os professores precisam ter clareza e objetivos bem definidos, pois ao avaliar o processo de
aprendizagem, frequentemente o professor pode diagnosticar aspectos que precisam ser melhorados
podendo assim intervir em seu plano de trabalho docente, refazendo suas práticas pedagógicas, com
um novo olhar para a avaliação e a proposta de trabalho pedagógico para aquele que ensina e
aquele que aprende.
Introdução
1
Professora de Educação Especial da rede Pública do Estado do Paraná e integrante do PDE –
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013. E-mail:retomadon@gmail.com
2
Professora Doutora do Curso de Pedagogia da UNIOESTE, membro do Programa de Educação
Especial e dos Grupos de Pesquisa: Educação Especial GEPEE e HISTEDOPR. e-mail:
lucia.tureck@unioeste.br
3
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, processo de formação continuada com foco na prática docente.
A intervenção na escola e as discussões do Grupo de Trabalho em Rede -
GTR4 foram incorporadas como conteúdos deste artigo, as quais se referem à
realidade da Escola de Educação Básica na Modalidade de Educação Especial
Novo Horizonte, localizada no município de Corbélia, Paraná, que atende a alunos
da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos, oriundos da zona urbana e
rural. São 85 alunos distribuídos no período matutino e vespertino. A escola a
atende alunos que representam uma diversidade étnica, cultural e social.
A Educação Especial encontra-se num momento em que mudanças ocorrem
de maneira muito rápida, decorrentes dos movimentos pela inclusão escolar. Assim
sendo, faz-se necessária uma reflexão sobre o papel da escola, do professor para o
atendimento ao educando que nela ingressa, considerando suas características
peculiares para que a aprendizagem se concretize, permitindo sua inserção ao
mundo escolar.
Nessa perspectiva, acreditamos na necessidade da formação do professor no
âmbito da Educação Especial para o enfrentamento de novas demandas surgidas,
particularmente em relação ao currículo escolar e às práticas pedagógicas, onde a
avaliação tem um espaço de atuação determinante.
No decorrer de observações e experiências educacionais publicadas em
pesquisas verifica-se que a prática tradicional da avaliação em sala de aula tem
seguido paradigmas teóricos relacionados a técnicas estáticas para verificação do
aprendizado escolar e desempenho dos alunos em determinado conteúdo. Embora
tenha-se avançado no conhecimento sobre a avaliação pedagógica, na prática ainda
se tem valorizado mais o produto do aprendizado escolar do que o processo pelo
qual a aprendizagem se efetiva (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005).
Percebe-se, no decorrer do atual processo de reformulação que as Escolas
de Educação Básica na Modalidade de Educação Especial vêm passando 5, a partir
da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008), que o habitual processo avaliativo não tem sido suficiente para
estabelecer qual a forma de ensino mais adequado para atender a esses educandos
e como avaliar o seu potencial de aprendizagem. A fragilidade nos procedimentos
4
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) integra o PDE, realizado na modalidade de EaD, em que os
professores não participantes do PDE do respectivo ano de sua edição, participam por opção.
5
O DEEIN encaminhou ao Conselho de Estadual de Educação, quanto a autorização e alteração de
denominação das escolas de educação especial como Escolas de Educação Básica, na Modalidade de Educação
Especial na Área de Deficiência Intelectual, com ofertas nas etapas de Educação Infantil, Séries iniciais do
Ensino Fundamental, Educação Profissional e E.J.A – fase I.
diagnósticos, a inexistência de avaliação de aprendizagem e acompanhamentos
adequados, vem perpetuando uma série de equívocos quanto ao processo de
ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual.
Dessa forma, entende-se que na educação especial os professores precisam
utilizar diferentes critérios e instrumentos avaliativos para que alunos não sofram
prejuízos. E será através da avaliação que os professores poderão rever sua prática
pedagógica, diversas estratégias deverão ser utilizadas para alcançar avanços
significativos com os alunos, sendo assim necessária uma reflexão sobre as formas
organizativas do trabalho pedagógico propostas para a educação especial na atual
política educacional brasileira.
Para esta reflexão dos estudos vê-se necessário uma avaliação da
organização curricular, das condições do trabalho docente, das possibilidades da
relação pedagógica na interação professor / aluno e aluno/aluno, dos processos
avaliativos, entre outros elementos fundamentais na escola, como também, as
políticas para a educação especial e sua relação com a organização do trabalho
docente.
A educação especial está passando por mudanças decorrentes dos
movimentos pela inclusão escolar. Faz-se necessário uma reflexão sobre o papel da
escola, do professor para o atendimento do aluno.
Deve-se considerar que perante toda a aula haverá uma reação diferente,
sendo o aproveitamento ocasionado pela maneira como se lida com as reações dos
alunos. Observa-se, perante os novos padrões e estudos realizados, que a
avaliação não deve ser vista como uma caça aos erros, mas uma busca de
excelência. Assim, faz-se necessário analisar como o aluno é capaz de aprender,
estimulá-lo sobre o que realizou e encontrar os caminhos do seu desenvolvimento.
Neste enfoque não seria possível considerar apenas os produtos da
aprendizagem demonstrados nas habilidades e inabilidades expostas pelos alunos,
mas a compreensão de novas formas de ensinar que fazem parte de um
crescimento contínuo e sistematizado reconhecendo as diferentes trajetórias de vida
dos mesmos.
É esse suporte que não deixa o aluno desistir diante de suas dificuldades, que
tenha nos professores e escolas o amparo que necessita para superar e romper com
o círculo vicioso de fracasso e repetência. O professor precisa saber o que seus
alunos realmente aprenderam, a cada semana, a cada mês, ter claro quanto
avançaram, o que eles realmente aprenderam, analisar se seus objetivos estão
sendo alcançados, essa evolução tem que ser muito clara e transparente para dar
continuidade no trabalho.
O educando não chega a escola sem nenhum conhecimento, o professor
necessita conhecer o histórico de conhecimentos que os alunos possuem, e não
conhecer somente suas dificuldades. O importante não é avaliar as dificuldades,
mas sim suas diferenças, pois as diferenças podem ser ricas em suas contribuições
para o aprendizado. Essas diferenças podem ser analisadas através dos resultados
de habilidades e conhecimentos já adquiridos pelos alunos, analisar o que o
educando realiza sozinho, a denominada Zona de Desenvolvimento Real. Esses
conhecimentos dão início ao ensino/aprendizagem, posteriormente abrem-se janelas
de oportunidades para o desenvolvimento, neste processo o professor assume-se
como mediador, orientador do educando para os processos mentais em construção.
Esse é um processo em constante transformação que acontecem no dia a dia do
educando, hoje o educando necessita da ajuda de alguém, amanhã conseguirá fazer
sozinho, a chamada Zona de Desenvolvimento Proximal. A escola, o professor
enquanto mediador, tornam-se insubstituíveis para o desenvolvimento das pessoas
com deficiência intelectual, constituindo-se como processos de mediação para a
apropriação de novas formas de conhecimento (SÃO PAULO, 2008).
Para fortificar a importância da escola e do professor neste processo Oliveira
(2008) afirma que:
E este processo a criança não desenvolve sozinha, de modo que a escola
tem um importante desafio a enfrentar: encontrar caminhos que possam
superar os limites impostos pela deficiência, através de compensação, e
localizar sua atenção nas condições em que a aprendizagem ocorre (SÃO
PAULO, 2008, p. 26).
O trabalho quando realizado por uma equipe torna-se mais eficaz, pois
todas as áreas contribuem para o desenvolvimento do educando. No estudo de
caso ressalta-se a importância da equipe para que o aluno com deficiência
intelectual consiga ser trabalhado em todas as áreas necessárias.
Dotar uma postura positiva e incentivar o desenvolvimento exaltando as
capacidades de cada aluno, em vez de colocar em primeiro plano as limitações,
contribuem para que ele se sinta desafiado, deixando assim de se sentir incapaz.
A escola e o professor precisam fortalecer as crianças e adolescentes com
necessidades educacionais especiais. No ambiente escolar, a avaliação só faz
sentido quando serve para auxiliar o estudante a superar as dificuldades. Pois, de
nada adianta selecionar novos conteúdos ou métodos diferentes de verificar a
aprendizagem se não houver intencionalidade. É necessário lembrar que a avaliação
está a serviço da aprendizagem, aprendizagem esta que está aberta para mudanças
quando necessário, sem medo de ousar.
A avaliação com comprometimento se fortifica enquanto aspecto qualitativo e
se desenvolve durante todo o processo de ensino/aprendizagem, exigindo um
trabalho conjunto na dimensão escolar para a construção e compreensão do
conhecimento proposto, como Luckesi (1997) considera:
REFERÊNCIAS
SOLÉ, Isabel. Das capacidades à pratica educativa, Porto Alegre: Art Med, 2004.