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Trabalho de

física

Aluno: Gabriel Barbosa Meira


Turma: 3001
Turno: Manhã
Prof: Clayton
Efeito Hall
O efeito Hall está relacionado ao surgimento de uma diferença de potencial em um
condutor elétrico, transversal ao fluxo de corrente e um campo magnético perpendicular
à corrente. Esse fenômeno, descoberto em 1879 por Edwin Herbert Hall, é
extremamente importante no estudo da condutividade, pois a partir do coeficiente de
Hall é possível determinar o sinal e a densidade de portadores de carga em diferentes
tipos de materiais. O efeito Hall é a base de diversos métodos experimentais utilizados
na caracterização de metais e semicondutores.

Descoberta

Em 1879 Edwin Herbert Hall descobriu o efeito que leva seu nome durante seu
doutorado em física sob a supervisão de Henry Augustus Rowland na Universidade
Johns Hopkins em Baltimore, Maryland. Durante seus estudos experimentais sobre a
influência do campo magnético nos portadores de carga da corrente elétrica ele
determinou a existência de portadores de carga negativa muitos anos antes da
descoberta dos elétrons por Joseph John Thomson. Ele descobriu que um campo
magnético desviaria o movimento de cargas eletrônicas dentro de um condutor e que a
quantidade de deflexão pode ser medida como uma voltagem perpendicular ao fluxo de
carga, essa voltagem também é conhecida como voltagem Hall, que revela as
informações essenciais sobre os portadores de carga em um semicondutor, incluindo
se são elétrons negativos ou quase partículas positivas, sua velocidade em um campo
elétrico ou sua “mobilidade” (µ) e sua densidade (n) dentro do semicondutor.

Teoria

Durante seus estudos de doutorado, Edwin Hall buscava entender qual a influência de
um campo magnético externo sob um fio condutor. Ele queria entender se a força
devido a este campo externo atuaria sobre os portadores de corrente elétrica ou sobre
o fio como um todo. Hall acreditava que essa força magnética atuaria sobre os
portadores de carga fazendo com que a corrente se deslocasse para uma determinada
região do fio, e portanto, a resistência do fio iria aumentar. Apesar de não observar tal
aumento na resistência do fio em seus experimentos, Hall sabia que de alguma forma a
corrente elétrica era alterada sem que a resistência fosse modificada. Ele propôs a
presença de um estado de stress em uma determinada região do condutor, devido ao
acúmulo de portadores de carga, que originaria uma diferença de potencial transversal
mais tarde conhecida como tensão de Hall.

Para entender melhor a origem desse fenômeno vamos considerar a definição para
corrente elétrica segundo o modelo de Drude, ou seja, vamos considerar que a
corrente é formada por um fluxo de portadores de carga (elétrons, íons ou lacunas) que
seguem uma trajetória linear até que se choquem com os átomos da rede, impurezas,
fônons, etc. Em seus experimentos, Hall considerou um fio metálico conduzindo
corrente elétrica ao longo do eixo x (com densidade de corrente JX, sob a ação de um
campo magnético externo B aplicado ao longo do eixo z. A presença do campo faz com
que os portadores de carga experimentem uma força magnética que causa uma
deflexão na trajetória dos portadores na direção y. Essa mudança de trajetória gera um
gradiente de cargas e consequentemente surge um campo elétrico na direção y EY,
conhecido como campo de Hall. Devido as dimensões finitas do fio haverá um
acúmulo de cargas nas extremidades ao longo da direção y, resultando em uma
diferença de potencial conhecida como potencial de Hall, VH Para um metal simples, ou
seja, com um único portador de carga, o potencial de Hall pode ser escrito como:

Onde n representa a densidade de portadores e d a espessura do fio. Uma outra


quantidade interessante relacionada ao efeito Hall é o coeficiente de Hall, que é a
constante de proporcionalidade entre o campo de Hall e o produto do campo magnético
com o fluxo de corrente

Como o sinal da força magnética é o mesmo para cargas positivas se movendo em


uma determinada direção e cargas negativas se movendo na direção oposta, o sinal do
coeficiente de Hall depende exclusivamente do campo de Hall. Assim, como o sinal EY
depende exclusivamente do sinal da carga dos portadores, o coeficiente de Hall
permite identificar se o fluxo de corrente se deve a portadores negativos RH<0 ou
positivos RH>0 . Desta maneira, podemos concluir que o efeito Hall, além de permitir a
determinação da densidade de corrente e a mobilidade dos portadores ou do campo
magnético, este também permite a distinção entre um fluxo de cargas positivas e
negativas. O efeito Hall é a primeira prova real de que a corrente elétrica em metais se
deve ao movimento dos elétrons e não dos prótons. Ainda mais, esse efeito
demonstrou que em alguns materiais, especialmente semicondutores do tipo p, a
maneira mais apropriada de se descrever a corrente elétrica é através do fluxo de
buracos positivos ao invés de elétrons. Contudo, o efeito Hall gera confusões em
alguns casos, por exemplo, buracos se movendo para a esquerda na realidade são
elétrons se movendo para a direita e portanto devemos ter o mesmo sinal para o
coeficiente de Hall, o que não ocorre. Tal problema só pode ser solucionado quando
consideramos a teoria quântica do transporte em sólidos.

Aplicações

Sensores Hall são usados para medir os campos magnéticos, ou inspecionar materiais
(tais como tubos ou tubulações), utilizando o princípio de fuga de fluxo magnético.

Como os dispositivos de efeito Hall produzem sinais de nível muito baixo, há a


necessidade do uso de amplificadores. Os amplificadores de tubo de vácuo disponíveis
na primeira metade do século 20 eram muito caros, consumiam muita energia e não
eram confiáveis para aplicações cotidianas. Foi somente com o surgimento dos
circuitos integrados de baixo custo que o sensor de efeito Hall tornou-se adequado
para aplicação comercial. Muitos dos dispositivos atuais vendidos como sensores Hall
são formados por um sensor Hall propriamente dito e um circuito integrado (CI) de
amplificação.

Vantagens e desvantagens

Os dispositivos de efeito Hall são imunes à poeira, sujeira, lama e água quando
embalados propriamente. Tais características os tornam melhores sensores de posição
do que, por exemplo, sensores óticos ou eletromecânicos.

Como citado anteriormente, a tensão de Hall é, em geral, da ordem de milivolts (mV).


Isso faz com que seja necessária a ampliação do sinal utilizando-se um circuito
baseado em transistores. Além disso, campos magnéticos do entorno (campo de outros
fios ao redor do sensor) podem diminuir ou aumentar o campo que a sonda Hall
pretende detectar, tornando os resultados imprecisos.

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