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A BAGACEIRA, Eleitoral
verba, verbo e populismo nas eleições -
A História do Voto na Parahyba (Da “Revolução de 30” a 1965)
(Dedico)
A HISTÓRIA DO VOTO NA PARAÍBA
Humberto Mello
E
m 2009, Renato César Carneiro nos brindou com “Cabresto, Curral
e Peia”, o primeiro volume da “História Eleitoral da Paraíba”. Obra
ousada e original, no dizer do Professor Vinícius Soares de Campos
Barros, passou pelas vilas e cidades da Capital real da Parahyba, percorreu
a província Imperial e chegou à política que desaguou no im da República
considerada “Velha”, como observou o Juiz Alexandre Luna Freire.
Traz-nos, agora, o autor o segundo volume da História Eleitoral
da Paraíba. Credenciais para tanto não lhe faltam. Especialista e Mestre
em Direito, Professor de Direito Eleitoral, Analista Judiciário do Tribunal
Regional Eleitoral da Paraíba, Renato César Carneiro demonstrou, no
primeiro volume da obra, não apenas acurado conhecimento dos fatos, mas,
sobretudo, capacidade de análise deles.
Vencida, nominalmente, em 1930 a estrutura coronelística, surgiu
na Paraíba e no Brasil uma nova ordem política. Aqui – e o título do livro é
clara alusão ao fato – o comando político passa às mãos de José Américo de
Almeida. Não mais o comando oligárquico dos tempos de Álvaro Machado e de
Epitácio Pessoa, porém uma che ia advinda do movimento armando vitorioso.
No que toca ao tema do livro, 1930 se mostrou, de fato, uma revolta
que se transformou em revolução, na expressão de João Camilo de Oliveira
Torres. A introdução do voto secreto, sua extensão geral às mulheres, a
criação da Justiça Eleitoral, a extinção da Comissão de Veri icação de Poderes,
trouxeram profunda mudança às eleições no Brasil. Mas isso somente a
partir de 1933. Até então, na che ia de um Governo Provisório que ameaçava
perpetuar-se, Getúlio Vargas não queria saber de eleições. Só a contragosto
convocou-as para uma nova Assembleia Nacional Constituinte.
Para esta, houve eleição em1933. Depois, em 1934, novas eleições
para a Câmara dos Deputados e para a Constituinte Estadual. Em 1935,
eleições municipais. Tudo isto está aqui analisado e exposto por Renato
César Carneiro que reservou um importante capítulo para a in luência
eleitoral no fenômeno climático das secas.
Seguiu-se um período que aparentava normalidade, até que veio
o golpe de Estado de 1937. Não mais governadores e prefeitos eleitos, mas
interventores nomeados pelo Poder Central e que, por sua vez, nomeavam
os prefeitos. O hiato na vida democrática obrigou a uma pausa no livro que
retoma seu relato a partir de 1945.
Nova e importante mudança surgiu na vida política brasileira.
Os partidos políticos, desde o começo da República, eram estaduais. Certo
que a legislação facultava a criação de partidos nacionais, mas eles nunca
se constituíram seriamente, a não ser, na década de 1930, os de fundo
ideológico que não tinham sequer o nome de partidos: a Ação Integralista
Brasileira e a Aliança Nacional Libertadora, a re letir em terras brasileiras a
polarização direita-esquerda que dominava a Europa.
O autor analisa as implicações da nova organização partidária,
bem como a restauração da Justiça Eleitoral. O mesmo faz em relação aos
Códigos Eleitorais de 1945 e de 1950 – antes já o izera em relação aos de
1932 e de 1935.
Depois, vem o estudo das eleições – 1945, 1947, 1950, 1955, 1958,
1959, 1960, 1962, 1963 e 1965, as últimas eleições diretas para governador.
Desde o ano anterior já se instalara no Brasil a ditadura militar. A turva noite
iria durar vinte e um anos, opressora e repressiva.
Renato observa alguns aspectos que marcaram tais eleições – o
clima belicoso em 1950, o pacto das elites em 1955, a queda de um mito
em 1958, a questão agrária em 1962. Debuxa per is dos principais líderes.
Dedica capítulo especial a dois fatores marcantes da época tratada: a oratória
e o populismo. A primeira não mais existe: desapareceram, sem deixar
substitutos, os grandes tribunos que atraiam multidões para os comícios. O
segundo já escasseia.
Contudo, o que ao meu ver, mais distingue o livro são as análises
sociológico-políticas que ele nos traz. Vale-se o autor de subsídios de
autores que o izeram em plano nacional – Afonso Arinos, Vamireh Chacon,
Maria do Carmo Campello de Souza – e dos paraibanos – Eliete Gurjão, José
Octávio, Francisco Sales Cartaxo Rolim, Josué Sylvestre – e a eles aduz suas
próprias e sempre pertinentes re lexões. Não poderia faltar o notável Jean
Blondel, merecedor, com toda razão de um capítulo especial, onde seu livro
que se pode chamar de clássico e cujo pioneirismo na observação de certos
aspectos do sistema eleitoral brasileiro foi ressaltado por Walter Costa Porto,
é comentado com precisão e argúcia por Renato César Carneiro.
Já nos promete ele o terceiro volume, a cobrir de 1965 aos dias
atuais. Com ele se completará a obra que já é indispensável a quantos
queiram se informar da vida política paraibana.
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................. 17
CAPÍTULO I
A Parahyba pós-1930 ............................................................................................................ 25
CAPÍTULO II
Os novos “donos do poder”: origens do americismo e do argemirismo...................... 37
CAPÍTULO III
As primeiras leis pós-1930 ................................................................................................. 47
CAPÍTULO IV
A rápida vigência do Código Eleitoral de 1935 .......................................................... 59
CAPÍTULO V
Origens da justiça eleitoral na Parahyba....................................................................... 61
CAPÍTULO VI
A estrutura partidária da Parahyba na Segunda República.................................. 77
CAPÍTULO VII
Parahyba feminina, mulher eleitora, sim senhor! ..................................................... 85
CAPÍTULO VIII
As eleições de 1933 na Parahyba ..................................................................................... 93
CAPÍTULO IX
As eleições de 1934 para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados .......109
CAPÍTULO X
Eleições indiretas em 1935 para o governo estadual e para o Senado......... 127
CAPÍTULO XI
As eleições municipais de 1935 ..................................................................................... 131
CAPÍTULO XII
Terra seca, urna cheia ........................................................................................................ 137
CAPÍTULO XIII
1937 – José Américo quase é eleito presidente da República .......................... 159
Segunda parte: De 1945-1965 ................................................................................... 167
CAPÍTULO I
Os partidos políticos agora são nacionais ................................................................. 171
CAPÍTULO II
O Tribunal de Justiça Eleitoral da Parahyba renasce das cinzas do Estado-Novo.... 175
CAPÍTULO III
As eleições de 1945............................................................................................................. 179
CAPÍTULO IV
As eleições de 1947 – O tribuno X o bacharel.......................................................... 195
CAPÍTULO V
A Parahyba da década de 1950 vista por um estrangeiro .................................. 227
CAPÍTULO VI
A campanha eleitoral de 1950: eleição ou guerra? ............................................... 231
CAPÍTULO VII
Eleição de 1955: O pacto das elites .............................................................................. 285
CAPÍTULO VIII
As eleições de 1958: a derrota de um mito............................................................... 295
CAPÍTULO IX
Um novo fenômeno eleitoral na Parahyba ................................................................ 317
CAPÍTULO X
1962: Eleição e Reforma Agrária................................................................................... 327
CAPÍTULO XI
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba ..................................................... 339
CAPÍTULO XII
A democracia ameaçada: o Golpe de 1964 na Parahyba ..................................... 369
CAPÍTULO XIII
1965: A última eleição direta para governador ...................................................... 373
M
ocidade, o grande tribuno popular que encantou políticos e
pessoas do povo nas campanhas eleitorais a partir de 1945 dizia
que, para ser doido na Parahyba, é preciso ter muito juízo.
O mesmo pensamento se aplica a quem se propõe a publicar um
livro, principalmente aquele que procura fazer as vezes de historiador. Rosa
Maria Godoy Silveira, ao prefaciar um dos nossos clássicos paraibanos já
advertia que,
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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Introdução
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Todavia, isso não signi ica que os políticos paraibanos sejam piores
ou melhores do que os outros. É preciso lembrar aqui as palavras do “amigo
velho” e conterrâneo patoense, Ernani Sátiro, para quem,
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Introdução
4 A expressão faz alusão a Jean Blondel, cientista político francês que na década de 1950
esteve na Parahyba para estudar a estrutura de poder brasileira a partir da perspectiva
do nosso estado. Posteriormente, a sua análise foi publicada e a partir de então se tornou
uma das principais referências cientí icas acerca da política eleitoral paraibana e também
brasileira.
21
Primeira parte: De 1930 a 1945
* In Galeria Paraibana. João Pessoa: Ed. UFPB e Conselho Estadual de Cultura, p. 111.
CAPÍTULO I
A Parahyba pós-1930
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A BAGACEIRA, Eleitoral
A
pesar de o Movimento Tenentista de 1930 haver icado famoso na
história como “A Revolução de 1930”, as estruturas de poder que
sustentavam o Ancien Regime1 não foram totalmente erradicadas,
tendo havido apenas uma rearrumação ou rede inição das oligarquias, que
se adaptaram aos novos tempos, às novas circunstâncias e aos novos atores
que surgiram a partir daquele período.
Um dos líderes do Movimento Tenentista de 30, o mineiro Antônio
Carlos, autor da famosa frase, façamos a revolução antes que o povo a faça,
já alertava Getúlio Vargas sobre os riscos de perder o controle das massas
populares e de mudar profundamente a sociedade:
1 Com razão Jean Blondel. Para nós, brasileiros, o antigo regime não é o Império, “que é
uma peça de museu, mas a República Velha, também chamada de Primeira República, que
desmoronou com a ‘Revolução de 1930’.” (in AS CONDIÇÕES DA VIDA POLÍTICA NO ESTADO
DA PARAÍBA. EDITORA A UNIÃO, 1994, 2ª ed., p. 18).
2 Apud Eliete de Queiroz Gurjão. Morte e Vida das Oligarquias. (Paraíba: 1889-1945).
João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1994, p. 83.
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A Parahyba pós-1930
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A Parahyba pós-1930
8 In Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2007,
p. 101.
9 Em 09 de fevereiro de 1926, o Padre Aristides liderou uma forte resistência contra a Coluna
Prestes que invadiu o Município de Piancó, no interior do Sertão da Parahyba.
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A Parahyba pós-1930
(...) a despeito da sua identi icação com João Pessoa, ele, dentro
de pouco tempo, não só aniquilou a oligarquia epitacista, como
ocupou o posto que o velho Epitácio ocupara por vinte anos – o
de chefe da política do Estado.12
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MUNICÍPIO PREFEITO
João Pessoa Fernando Nóbrega
Santa Rita Flávio Maroja Filho
Sapé João Úrsulo R. Coutinho Filho
Cruz do Espírito Santo Renato Ribeiro Coutinho
Pilar João José Maroja
Mamanguape Eduardo Ferreira
Alagoa Grande Eduardo Ferreira
Laranjeiras Clodoaldo Trigueiro
Bananeiras Benedito Barbosa
Areia Pedro Augusto de Almeida
Esperança Cunha Lima Filho
Serraria Francisco Ruffo Correia
Araruna Demóstenes Cunha Lima
Itabaiana Antônio Almeida
Caiçara Abdias Almeida
São João do Cariri Eduardo da Costa Brito
Guarabira Sabiniano Maia
Cabaceiras José Barbosa
Juazeiro Francisco Correia de Queiroz
Monteiro E igênio Barbosa
Umbuzeiro Carlos Pessoa
Picuhy José Xavier
Taperoá Abdon Maciel
Patos Clóvis Sátiro
Pombal Sá Cavalcanti
Piancó Antônio Leite Montenegro
Princesa Isabel José Cardoso
Conceição João Fausto de Figueiredo
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A Parahyba pós-1930
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Antecedentes
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A Parahyba pós-1930
nossos partidos políticos que eram estaduais e signi icavam nada mais
do que delegações junto à Câmara Federal, cujos representantes eram
simples emissários do governador para obter do poder central aquilo que
considerasse necessário.16
Com o Movimento Tenentista de 1930, houve uma modi icação
política signi icativa, que se re letiu na legislação eleitoral bem como na
própria forma de realizar as eleições. A partir de 1930, os pleitos eleitorais
passaram a ser menos fraudulentos, graças à criação da Justiça Eleitoral e
das garantias que a legislação procurou cercar o voto secreto.
Assim, ao menos no aspecto formal, pode-se a irmar que o regime
representativo brasileiro pode ser compreendido a partir de dois períodos:
antes e depois de 1930. A própria historiogra ia brasileira, principalmente
a que trata da evolução do nosso regime representativo, dividiu a História
do Brasil considerando essa fase, em que se tem o im da República Velha,
também chamada de Primeira República e o início da Segunda República.17
Todavia, é com lembrar, mesmo tendo conseguido romper o
pacto que sustentava a estrutura de poder daquela fase - a política dos
governadores - a “Revolução de 1930” não foi capaz de extinguir ou sequer
afastar de todo o poder político as oligarquias decaídas18 em 1930.
No volume I,19 analisamos a evolução do regime representativo na
Parahyba desde o período Colonial, passando pela fase Imperial e chegando
até 1930. A partir daqui, retomamos a epopeia do voto na Parahyba.
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CAPÍTULO II
Os novos
“donos do poder”:
origens do americismo
e do argemirismo
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O
s primeiros anos da década de 1930 foram caracterizados pela
disputa do espólio político do ex-presidente João Pessoa. A família
Pessoa, como era de se esperar, se julgava herdeira do comando
político do estado, considerando que o ex-governador pagou com a própria
vida1 a ousadia de haver enfrentado o governo federal.
Não obstante a pretensão da oligarquia pessoista, coube a José
Américo de Almeida a liderança na Parahyba da “Revolução de 1930”. Esse
fato levou-o à rápida condição de primeiro Interventor do Estado e “Rei do
Norte” e, em seguida, Ministro de Viação e Obras do Governo de Vargas. A
sua grande atuação no Ministério possibilitou-lhe consolidar o seu comando
político no estado, dando surgimento ao americismo.2 Além disso, as suas
realizações à frente do órgão federal foram fundamentais no processo de
legitimação da Revolução.3
Segundo Trigueiro, José Américo de Almeida teve uma carreira
política meteórica, pois, em menos de dez anos foi
1 É sabido que a morte do ex-presidente João Pessoa se deu por questões pessoais e familiares
de João Dantas. Ocorre que os aliancistas se utilizaram da morte de João Pessoa para
transformá-la num fato novo e ressuscitar a revolução que já estava sendo adormecida.
2 Na concepção de Martha Falcão, a expressão designa “a correlação das forças políticas
paraibanas sob o comando de José Américo, ou seja, da Revolução até o seu temporário
afastamento de 1935 a 1937, quando volta à liça, na condição de candidato à Presidência da
República.” (in Ob. Cit., p. 173).
3 Martha Falcão, in Ob. Cit., p. 118. Orris Barbosa também é da mesma opinião, quando assim
terminou a sua obra: “Dentro dos seus erros, débil em face do problema nacional, sem linha
de conduta partidária a de inir-lhe as intenções serpenteando para a esquerda e para a
direita e acusada de praticar uma porção de feiúras políticas, a Revolução de Outubro, de
fato engrandeceu-se através da ação da Ditadura Vargas, ao livrar da fome o Nordeste.” (in
A Seca de 1932 – Impressões sobre a crise nordestina. Coleção Mossoroense, 2 edição,
1998, p. 130). No mesmo sentido, Eliete de Queiroz Gurjão, in Seca de 32: uma História
Social do Nordeste. Ideologia e Espaço em Orris Barbosa, p. 39. Org. José Octávio de
Arruda Mello. Fundação Vingt-Um Rosado – Coleção Mossoroense, março de 1999. Co-
edição com o governo do Estado do RN e Prefeitura Municipal de Mossoró.
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Os novos “donos do poder”
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A BAGACEIRA, Eleitoral
7 In Poder, Alegria dos Homens. João Pessoa: Grá ica A IMPRENSA, p. 80.
8 José Octávio de Arruda Mello, no prefácio da obra de autoria de José Luciano de Queiroz
Aires e Faustino Teatino Cavalcanti Neto, in Trajetória política de Argemiro de
Figueiredo: um emedebista histórico. A PARAÍBA NO SÉCULO XX – Estudos sobre
Argemiro de Figueiredo e Octacílio Queiroz. João Pessoa: Fundação Ulisses Guimarães,
2002, p. 35.
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Os novos “donos do poder”
9 Segundo Eliete Gurjão, durante a legislatura de 1935 a 1937 a Assembleia Legislativa era
constituída, em sua maioria, de representantes da oligarquia algodoeira-pecuária. (In Morte
e Vida das Oligarquias - Paraíba (1889/1930), p. 137).
10 Essa versão é rechaçada pelo jornalista Josué Sylvestre, para quem Argemiro demonstrou o
seu apoio à candidatura de José Américo em dois momentos: através de espaços no jornal
A VOZ DA BORBOREMA, que demonstrou estar engajado à campanha presidencial do
paraibano e o apoio inanceiro conseguido por Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello,
próximo de Argemiro, para pagamento de despesas de campanha eleitoral do paraibano.
(In Ob. Cit., p. 228). Na versão do próprio José Américo de Almeida, o seu rompimento
com Argemiro de Figueiredo se deu devido ao descontentamento do primeiro em relação
ao segundo motivado pelo fato de Argemiro haver se aproximado demais dos adversários de
ontem. Nas próprias palavras de José Américo: “Eu queria que eles tivessem bom tratamento,
mas não que tivessem posições-chave, devido à minha responsabilidade perante a família e
os amigos de João Pessoa. Ele começou a chamar para auxiliares pessoas que se tinham
incompatibilizado com a revolução. Não me conformava com isso porque parecia, de certa
forma, uma traição á memória de João Pessoa.” (Aspásia Camargo, Eduardo Raposo e Sérgio
Flaksman, in O Nordeste e a Política – Diálogo com José Américo de Almeida, CPDOC/
FGV – Fundação Casa de José Américo, Ed. Nova Fronteira, 1984, p. 250/251).
11 Porém, havia algumas diferenças de personalidade entre os dois principais líderes
paraibanos daquela época. Em depoimento prestado à Martha Falcão, em 1993, o jornalista
campinense, William Tejo assim traçou as características de ambos: “Uma das características
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A BAGACEIRA, Eleitoral
de Argemiro de Figueiredo era a altivez, além da elegância e serenidade com que enfrentava
os adversários mais ferrenhos. Esta última característica diferenciava-o profundamente de
José Américo, que perdia o controle quando encolerizado. Ao contrário deste, Argemiro não
era rancoroso com seus adversários políticos.” (In Ob. Cit., p. 165).
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Os novos “donos do poder”
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CAPÍTULO III
As primeiras leis
pós-1930
Queiroz)
* Maria Izaura Pereira de Queiroz apud Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, in RAÍZES DA
INDÚSTRIA DA SECA. O CASO DA PARAÍBA. João Pessoa: Ed. Universitária, 1993, p. 22.
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1 Baleeiro, Aliomar & Sobrinho, Barbosa Lima. As Constituições brasileiras. Ed. Senado
Federal, p. 45.
2 Art. 1º do Código Eleitoral de 1932.
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As primeiras leis pós-1930
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5 Segundo depoimento da mãe do autor, ainda menor de idade na década de 1960, em Patos,
a mesma foi orientada a votar em candidato local, portando um título de eleitor de pessoa
já falecida.
6 Quadro elaborado por Martha Falcão, com base em dados do DIÁRIO DE PERNAMBUCO, de
30 de abril de 1933. In Ob. Cit., p. 110.
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As primeiras leis pós-1930
SP 534.487 20,15% 22 95
MG 530.654 20,01% 37 135
RS 322.214 12,15% 17 28
BA 185.483 6,99% 22 31
RJ 158.574 5,98% 17 180
DF 136.085 5,13% 10 150
PE 122.849 4,63% 17 26
SC 88.830 3,35% 04 09
CE 73.500 2,77% 10 31
PR 64.208 2,42% 04 07
ES 51.994 1,96% 04 04
PB 51.415 1,94% 05 08
RN 47.402 1,79% 04 07
PA 46.774 1,76% 07 22
MA 45.658 1,72% 06 22
SE 45.657 1,72% 04 14
PI 40.959 1,54% 04 11
AL 34.960 1,31% 06 06
GO 33.691 1,27% 04 04
MT 21.888 0,83% 04 04
AM 9.884 0,37% 04 05
AC 5.130 0,19% 02 03
TOTAL 2.652.096 100,00 214 802
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As primeiras leis pós-1930
10 Eliete Gurjão, in Morte e Vida das Oligarquias – Paraíba (1889-1945). João Pessoa: Ed.
Universitária/UFPB, 1994, p. 118.
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A BAGACEIRA, Eleitoral
pro issionais, dentre quatro categorias, sendo três dos setores produtivos da
sociedade (setor 1: indústria, lavoura e pecuária; 2: comércio e transportes
e setor 3: pro issionais liberais) e, por último, a categoria dos funcionários
públicos.
Cada uma das classes dos pro issionais liberais e dos funcionários
públicos seriam representadas por um deputado, , enquanto que as outras
duas classes - indústria, lavoura e pecuária e comércio e transportes - seriam
representadas por dois deputados, sendo um deles representante das
associações de empregados e outro das de empregadores.
As condições de elegibilidade para a Assembleia Legislativa
do Estado eram as seguintes: a nacionalidade nata, a maioridade de
vinte e um anos, o alistamento eleitoral e o gozo dos direitos políticos.
Aos representantes classistas, acrescentou-se a exigência de pertencer à
associação da respectiva classe e ao grupo que o escolheria.
Eram considerados inelegíveis para a Assembleia Legislativa o
governador de estado e seus secretários, inclusive o chefe de polícia (hoje,
secretário de segurança); o comandante da Região Militar, os comandantes
dos batalhões e corpos do Exército em exercício no Estado bem como os
o iciais da Polícia Militar; os membros do poder judiciário e os do Ministério
Público, além do Procurador Geral do Estado; os parentes até o terceiro grau,
incluindo-se os a ins, do governador do Estado, exceto se já tiverem exercido
o mandato ou foram eleitos simultaneamente com ele. Essas inelegibilidades
permaneceriam até um ano após a cessação de initiva do exercício dos
respectivos cargos.
A perda de mandato de Deputado Estadual ocorreria se o eleitor
viesse a aceitar cargo em comissão ou emprego público remunerado; viesse
a ser diretor, proprietário ou sócio de empresa bene iciada com privilégio,
isenção ou favor, em virtude de contrato com a administração pública; a
ocupação de cargo público que fosse demissível ad nutum; acumulação de
mandato com outro de caráter legislativo federal, estadual ou municipal
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As primeiras leis pós-1930
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As primeiras leis pós-1930
Categoria nº de representantes
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CAPÍTULO IV
A rápida vigência do
Código Eleitoral de 1935
* Aliomar Baleeiro e Barbosa Lima Sobrinho, In Constituições Brasileiras: 1946. Ed. Senado
Federal, 2001, p. 48.
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A
pós a Constituição de 1934, teve advento o segundo Código Eleitoral
– Lei nº 48, de 04 de maio de 1935 - integrado de 217 dispositivos
que desdobravam os 144 artigos do primeiro Código Eleitoral,
ao qual lhe trouxe muitas alterações, dentre as quais se destacaram: a
ampliação da competência dos tribunais eleitorais; maior relevância dada às
juntas apuradoras dos pleitos municipais; a função atribuída ao Ministério
Público Eleitoral; a extinção da quali icação ex ofϔicio; a eliminação do voto
avulso e a mudança no critério de apuração e do aproveitamento de sobras
que passavam a ser distribuídas pelo sistema de maior média, alterando
assim o sistema de representação proporcional.
O fato de o segundo Código Eleitoral haver surgido pouco tempo
após o primeiro, retrata o reformismo que moldou a legislação eleitoral
daquele período sem que signi icasse em reformas progressistas, com o
objetivo de impedir a corrupção, posto que esse novo Código resultou,
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CAPÍTULO V
Origens da justiça
eleitoral na Parahyba
* Antônio Bôtto de Menezes. In Minha Terra – Memórias e Conϐissões. João Pessoa: Grá ica
Santa Marta, 1992, p. 209/210.
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A
reforma de 1926 incluiu na Constituição Federal o §5º do art.
60, proibindo a utilização de qualquer ação judicial em relação à
veri icação de poderes, reconhecimento, posse, legitimidade e perda
de mandatos dos integrantes do poder legislativo ou executivo dos níveis
federal ou estadual. Por outro lado, autorizava de forma expressa recurso
ao poder judiciário no caso de reconhecimento de poderes dos membros do
Poder Legislativo, vedando tal medida para o Poder Executivo.
Até 1930, a administração do processo eleitoral brasileiro
pertencia às próprias Casas Legislativas, através das Comissões de Veri icação
de Poderes.1 A experiência eleitoral brasileira até essa fase demonstrou as
mazelas desse modelo: eleições à bico de pena durante a votação, fraudes na
apuração e depuração na fase de con irmação dos diplomas dos eleitos.
Como forma de, senão acabar, mas ao menos diminuir as fraudes
eleitorais, os reformadores de 1930 buscaram no Direito Eleitoral alienígena
fórmulas que garantissem a legitimidade da representação popular
expressa nas urnas. A adoção do sistema judicial de controle da eleição foi
considerada como a saída para extirpar os males do modelo superado.
É óbvio que os reformadores de 1932 encontraram vozes
resistentes na sociedade brasileira contra a entrega do processo eleitoral à
magistratura:
60
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
61
A BAGACEIRA, Eleitoral
62
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
6 Naquele tempo, as paixões partidárias não excluíam nem mesmo a magistratura. Alguns
juízes da Parahyba, quando não se lançavam candidatos em alguns pleitos, juntavam-se ao
chefe político local para auxiliar nas fraudes eleitorais.
7 In Centenário do Desembargador Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro. Discurso
pronunciado no IHGPB, 1972. Venâncio Neiva, José Peregrino de Araújo, João Suassuna
e João Pessoa foram presidentes do Estado; Antônio Massa e Pedro Bandeira foram vice-
presidentes da Parahyba; Francisco Montenegro, Heráclito Cavalcanti, Inácio Brito,
Geminiano Jurema, João Gaudêncio, Sizenando de Oliveira, Pereira Gomes e João Minervino
de Almeida foram exemplos de chefes políticos locais oriundos da magistratura. Epitácio
Pessoa, embora não tenha governado a Parahyba, exerceu a atividade político-partidária
quando esteve no Supremo Tribunal Federal e até durante o exercício da judicatura na Corte
Permanente de Justiça Internacional, em Haia.
63
A BAGACEIRA, Eleitoral
64
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
65
A BAGACEIRA, Eleitoral
8 Antônio Bôtto de Menezes. In Minha Terra – Memórias e Conϐissões. João Pessoa: Grá ica
Santa Marta, 1992, pp. 189-190.
66
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
67
A BAGACEIRA, Eleitoral
Campos; Heretiano Zenaide; Irineu Jof ily; João Vasconcelos; José Pereira
Lira; José Tavares; Manuel Veloso Borges; Odon Bezerra; Otávio Amorim e
Raimundo Viana.
A sessão de instalação da Assembleia Legislativa do Estado, em
1935, foi presidida pelo então desembargador-presidente do Tribunal
Regional Eleitoral, Paulo Hipácio. Um dia após, houve a sessão para eleger os
membros da Mesa Diretora e das Comissões Permanentes e a eleição indireta
do governador, de um senador e de dois suplentes, pela mesma Assembleia.
68
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
69
A BAGACEIRA, Eleitoral
70
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
71
A BAGACEIRA, Eleitoral
72
Origens da justiça eleitoral na Parahyba
73
CAPÍTULO VI
A estrutura partidária da
Parahyba na Segunda
República
75
A BAGACEIRA, Eleitoral
O
sistema eleitoral vigente até 1930 girou em torno da política dos
governadores e esta chegou ao seu fastígio devido a dois fatores:
o econômico - representado pela decadência da lavoura cafeeira
- e o político, através do tenentismo. Para Afonso Arinos de Melo Franco, a
decadência da política dos governadores se deu em razão do reaparecimento
de uma mentalidade partidária nacional, embora não encontrasse
qualquer respaldo no sistema eleitoral então vigente, de voto a descoberto e
representação majoritária.2
Desse modo, até 1930, os partidos políticos eram estadualizados,3
isto é, não havia partidos com caráter nacional4, como acontece hoje.
76
A estrutura partidária da Parahyba na segunda república
77
A BAGACEIRA, Eleitoral
7 Para Cláudia Sousa Leitão, com a implantação do Estado-Novo, Vargas fundou a Legião
Cívica Brasileira, intencionando criar um partido único, segundo os moldes dos Estados
Totalitários, o que não se tornou possível graças à resistência feita pelo Exército e
oligarquias sociais. (In Ob. Cit., p. 115).
8 Em Cabresto, Curral e Peia – A História do Voto na Parahyba até 1930, restou
evidenciado que desde a instalação da República, em 1889, à semelhança do que ocorria no
resto no país, as possibilidades de haver alternância no poder em nosso estado eram quase
nenhuma. Desse modo, quem estivesse na oposição, di icilmente chegaria a ser Governo,
isso devido às frequentes fraudes eleitorais, seja na votação e apuração, seja no processo de
reconhecimento de poderes, ocasião em que se dava a “degola” dos candidatos eleitos.
9 O art. 88, parágrafo único do Decreto 21.076 exigia que o registro da candidatura avulsa
fosse requerida por um número mínimo de eleitores.
78
A estrutura partidária da Parahyba na segunda república
10 Com o projeto da Legião Cívica Brasileira, difundido na ditadura de Getúlio Vargas, a qual
deveriam se iliar todos os brasileiros, houve uma tentativa de implantar o Partido único
no Brasil, nos moldes da ideologia fascista. Não logrando êxito e na ausência dos partidos
políticos, o caudilhismo semi-fascista do Governo Vargas foi sustentado pelas forças
armadas, notadamente o Exército. (Afonso Arinos de Melo Franco, in Ob. Cit., p. 78).
11 Cláudia Sousa Leitão, in A CRISE DOS PARTIDOS POLITICOS BRASILEIROS (OS DILEMAS
DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NUM ESTADO INTERVENCIONISTA). Fortaleza: Grá ica
TIPROGRESSO, 1989, p. 113.
79
A BAGACEIRA, Eleitoral
80
A estrutura partidária da Parahyba na segunda república
13 Idem.
81
A BAGACEIRA, Eleitoral
82
CAPÍTULO VII
Parahyba feminina,
mulher eleitora, sim
senhor!
83
A BAGACEIRA, Eleitoral
D
o ponto de vista normativo federal, o sufrágio feminino só foi
expressamente adotado no Código Eleitoral de 1932 e mesmo assim
o art. 109 previu que o alistamento e o voto eram obrigatórios
apenas para as mulheres que exercessem função pública remunerada.1 Como,
de fato, a grande maioria das mulheres paraibanas não tinha o privilégio de
pertencer aos quadros do serviço público, estavam desobrigadas do exercício
do sufrágio.
Em parecer emitido em 23 de março de 1937, o Procurador
Regional do Tribunal de Justiça Eleitoral da Parahyba, Sabiniano Maia,
entendeu diferente, tendo defendido a criminalização das eleitoras
faltosas ao pleito, seguindo orientação da Procuradoria Geral Eleitoral,
que considerava obrigatório o voto feminino, nos casos em que a mulher
estivesse alistada:
1 O segundo Código Eleitoral, a Lei nº 48, de 4 de maio de 1935, repetiu a redação ao prever
que só as mulheres que exercessem função remunerada estavam obrigadas a se alistar e
exercer o direito de sufrágio. O quarto Código Eleitoral, a Lei nº 1.164, de 24 de julho
de 1950, dispensava a obrigatoriedade do alistamento e do voto às mulheres que não
exercessem função lucrativa.
84
Parahyba feminia, mulher eleitora, sim senhor!
85
A BAGACEIRA, Eleitoral
direito de ser eleitora pelo Juiz Israel Ferreira Nunes, magistrado da Comarca
de Mossoró.
Na primeira eleição realizada nas terras potiguaras, em 05 de
abril de 1928, que objetivou preencher vaga aberta no Senado, em razão da
renúncia do senador Juvenal Lamartine de Faria, quinze das vinte eleitoras
norte-riograndenses, alistadas após a professora Celina Guimarães Vianna,
oriundas de vários municípios – Mossoró, Acari, Apodi, Natal e Paus dos
Ferros - e de forma pioneira, exerceram o direito de sufrágio e sufragaram o
nome de José Augusto Bezerra de Medeiros, o primeiro candidato no Brasil a
ser votado por mulheres.3
86
Parahyba feminia, mulher eleitora, sim senhor!
Carmem Velasco Portinho, Herminda Bastos, Ester Ferreira Vianna, Laurinda Bastos Lobo,
Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça, Estela de Carvalho Guerra Duval, Cacilda
Martins, Maria de Carvalho Dutra, Mirtes de Campos, Júlia Barbosa, Carolina Wanderley,
Maria de Lourdes Lamartine Varrela Santiago. (João Batista Cascudo Rodrigues, in A
MULHER BRASILEIRA – DIREITOS POLÍTICOS E CIVIS. Brasília: Projecto Editorial, 2003,
p. 106-107.
4 Adauto da Câmara, in História de Nísia Floresta apud João Batista Cascudo Rodrigues, Ob.
Cit., p. 109.
5 Idem.
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A BAGACEIRA, Eleitoral
88
Parahyba feminia, mulher eleitora, sim senhor!
Conterrânea amiga:
Na impossibilidade de um encontro pessoal, venho comunicar-
lhe por meio desta que, a convite e por insistência dos
estudantes do Ginásio Diocesano de Patos, aceitei o lançamento
de meu nome como candidata à VEREADORA nas próximas
eleições de 3 de outubro. E, ao aceitar tão honrosa indicação,
tive em mente o propósito de servir com dignidade e espírito
público a terra comum e a sua gente generosa.
Se eleita com o auxílio de Deus e pelo voto consciente do
povo de Patos, espero representar com decisão e patriotismo
a mulher patoense e, particularmente, o professorado, a cuja
classe com orgulho pertenço, nesta primeira oportunidade
que a ambos se oferece de terem no Legislativo Municipal uma
voz amiga para defesa dos seus direitos, mas, igualmente, na
compreensão dos seus deveres.
Na atualidade, a mulher está universalmente convocada a
ajudar o homem na solução dos problemas que a ligem a
humanidade.
Pela união de todas nós, deve a mulher ensejar à própria
mulher as oportunidades de demonstrar a sua e iciência nos
diversos quadros e setores da vida social.
Con iando sempre em sua nunca desmentida generosidade, na
comunidade dos nossos sentimentos, no seu aliciador espírito
de apostolado e proselitismo, deixo em suas mãos, conterrânea
amiga, esta candidatura que não mais me pertence,
porque pertence à mulher patoense e, particularmente, ao
89
A BAGACEIRA, Eleitoral
90
CAPÍTULO VIII
As eleições de 1933 na
Parahyba
91
A BAGACEIRA, Eleitoral
E
ntre 1930 e 1937, houve apenas cinco eleições na Parahyba. A
primeira, em 1933, para a Assembleia Nacional Constituinte; a
segunda, em 1934, para a Assembleia Legislativa dos Estados; a
terceira e a quarta, em 1935, eleições indiretas para o governo do estado e
para o Senado. No mesmo ano, ocorreu a última eleição, para prefeitos.
A reforma eleitoral implementada em 1932, a partir do primeiro
Código Eleitoral Brasileiro, o Decreto nº 21.076, era um compromisso
de campanha do então candidato pela Aliança Nacional Liberal, Getúlio
Vargas. Mas o Código Eleitoral só adveio após a pressão desencadeada pela
campanha iniciada desde 1931, que defendia o retorno do país à legalidade,
culminando na Revolução Constitucionalista de 1932.
Entendiam os reformistas de 1930 que somente as garantias do
voto universal, secreto e direto possibilitariam vencer as barreiras eleitorais
das oligarquias, caracterizadas pelas eleições a bico de pena e das degolas nos
parlamentos. Não que o Código Eleitoral de 1932 tivesse conseguido extinguir as
fraudes eleitorais do ancien regime, mas foi capaz de diminuí-las signi icativamente
graças à atuação da Justiça Eleitoral, órgão responsável pelas diversas fases do
processo eleitoral – alistamento eleitoral, convenções partidárias, registro de
candidatos, votação, apuração e proclamação dos eleitos, além da diplomação.
A historiadora paraibana, Martha Falcão, fez a seguinte análise dos
re lexos do nosso primeiro Código Eleitoral:
1 Não há, no Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba, dados acerca das eleições de 1933, para
a Assembleia Nacional Constituinte; da eleição indireta em janeiro de 1935, para governador
do Estado, e a de outubro de 1935, para prefeitos. Os dados coletados sobre essas eleições
podem ser encontrados nos Anais da Assembleia Nacional Constituinte, em publicações nos
jornais A UNIÃO, A IMPRENSA e DIÁRIO DE PERNAMBUCO, além de relevantes obras de
nossa historiogra ia política, a exemplo de Poder e Intervenção Estatal (Paraíba – 1930-
1940); História Constitucional da Paraíba, de Flávio Sátiro Fernandes; Minha Terra, de
Antônio Botto de Menezes e, Pareceres no TRE, de Sabiniano Maia.
92
As eleições de 1933 na Parahyba
93
A BAGACEIRA, Eleitoral
5 Registra Josué Sylvestre que, em setembro do mesmo ano da eleição, antes mesmo
da Constituição Federal de 1934 manter o Estado separado da Igreja, Getúlio Vargas
havia visitado a capital do Estado, ocasião em que comissão integrada por líderes desse
movimento conseguiu do presidente garantias de que, enquanto o mesmo estivesse no
comando do país, não havia nenhum risco de envolvimento o icial entre o Estado brasileiro
e a Igreja Romana. (Josué Sylvestre, in DA REVOLUÇÃO DE 30 À QUEDA DO ESTADO NOVO
– Fatos e personagens da história de Campina Grande e da Paraíba (1930-1945).
Brasília: Senado Federal, 1993, p. 144).
94
As eleições de 1933 na Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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As eleições de 1933 na Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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As eleições de 1933 na Parahyba
QUADRO I11
PARAÍBA – MUNICÍPIOS E PREFEITOS DA PB EM 1934
MUNICÍPIO PREFEITO
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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As eleições de 1933 na Parahyba
QUADRO II12
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QUADRO III13
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As eleições de 1933 na Parahyba
105
A BAGACEIRA, Eleitoral
106
CAPÍTULO IX
As eleições de 1934
para a Assembleia
Legislativa e Câmara
dos Deputados
107
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
s primeiras eleições pós-1930 na Parahyba para a Assembleia do
Estado e para a Câmara dos Deputados se realizaram noventa dias
após a promulgação da Constituição Federal de 16 de julho de 1934,
conforme determinava a própria Carta Constitucional em seu art. 3º, do ato
de suas Disposições Transitórias.
Segundo a mesma Constituição Federal, a escolha do governador
e de dois senadores era feita de forma indireta, pela própria Assembleia
Legislativa, após terminado o seu trabalho de Assembleia Constituinte
estadual, numa transformação de poder constituinte originário em poder
constituinte derivado, como ocorrera no passado.
As eleições para Deputado Estadual e Deputado Federal
ocorreram no dia 14 de outubro de 1934 e foram as primeiras executadas
e administradas pela Justiça Eleitoral do estado, representada pelo Tribunal
Regional de Justiça Eleitoral e pelos Juízes Eleitorais, posto que, segundo o
Código Eleitoral da época, não havia os órgãos das Juntas Eleitorais.
Segundo Flávio Sátyro Fernandes,1 o eleitorado do estado apto
para essa eleição foi de 51.412 eleitores e os candidatos concorreram
mediante os partidos políticos ou legendas.
Como eram as primeiras eleições, não havia inelegibilidades,
o que explica o fato de o Interventor Gratuliano de Brito haver concorrido
a deputado federal sem se afastar do governo, tendo deixado este
de initivamente para ser diplomado, pois o exercício da Interventoria geraria
a incompatibilidade constitucional para o exercício do mandato de deputado
federal.
Instalada a Assembleia Constituinte do Estado em janeiro de
1935, os deputados elegeram Argemiro de Figueiredo governador. Não havia
108
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
109
A BAGACEIRA, Eleitoral
110
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
Os partidos políticos
111
A BAGACEIRA, Eleitoral
As legendas
A campanha eleitoral
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As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
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A BAGACEIRA, Eleitoral
11 Antônio Botto de Menezes. In Minha Terra – Memórias e Conϐissões. João Pessoa: Grá ica
Santa Marta, 1992, pp. 194/195.
12 Antônio Botto de Menezes, in Ob. Cit., pp. 195/196.
114
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
117
A BAGACEIRA, Eleitoral
19 Fonte: “Constituintes Paraibanos”, in: A UNIÃO, João Pessoa, 28 jun.1933, p. 08 apud Martha
Falcão, in Ob. Cit., p. 125.
118
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
Candidato Votação
Odon Bezerra 18.844 votos
Irineu Jof ily 18.525 votos
Heretiano Zenaide 18.365 votos
Pereira Lira 18.360 votos
Manuel Veloso Borges 17.923 votos
119
A BAGACEIRA, Eleitoral
120
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
Eleito origem
Adalberto José Rodrigues Ribeiro Capital
Alcindo Medeiros Leite Santa Luzia
Aluízio Afonso Campos Campina Grande
Américo Maia de Vasconcelos Catolé do Rocha
Antônio Pinto de Oliveira Souza
Celso de Matos Rolim Cajazeiras
Emiliano Castor da Nóbrega Soledade
Ernani Ayres Sátiro Patos
Fernando Carneiro da Cunha Nóbrega Capital
Fernando Pessoa Itabaiana
Francisco Duarte Lima Serraria
Francisco de Paula e Silva Piancó
Francisco Será ico da Nóbrega Santa Luzia
João de Souza Vasconcelos Campina Grande
José Antônio Ferreira da Rocha Cajazeiras
José Francisco de Paula Cavalcanti Espírito Santo
José Peregrino de Araújo Patos
José Rodrigues de Aquino Areia
José de Souza Maciel Capital
José Targino Araruna
José Tavares de Melo Cavalcanti Campina Grande
Lauro dos Guimarães Wanderley Capital
Miguel Severino Bastos Lisboa Capital
Newton Nobre de Lacerda Capital
Odilon da Silva Coutinho Capital
Otávio Teodoro de Amorim Campina Grande
Pedro Ulysses de Carvalho Capital
Raimundo Viana de Macedo Campina Grande
Severino de Albuquerque Lucena Bananeiras
Tertuliano Correia da Costa São João do Cariri
121
A BAGACEIRA, Eleitoral
PARTIDOS VOTAÇÃO %
Partido Progressista da Paraíba 19.890 80,05
Partido Republicano Libertador 4.157 16,73
Trabalhador Vote em Ti Mesmo 799 3,21
TOTAL 24.846 99,00
Representante Classe
Raul Nóbrega Pecuária
Anacleto Vitorino Transportes
Joaquim José de Sá e Benevides Pro issões liberais
Romualdo Rolim Funcionários Públicos
122
As eleições de 1934 para a assembleia legislativa e câmara dos deputados
23 O telegrama tinha o seguinte teor: “2-12-1927 – cifrado. Presidente Estado Paraíba. Campina
centro maior importância, primeiro colégio eleitoral Estado não pode ϔicar sem representação:
empenhava-se até para dar dois deputados. Ora, Miguel Brás, estranho Estado, não pode ser
considerado delegado político Campina. Julgo, pois, imprescindível Generino seja reconduzido.
Salvo este ponto, estou acordo seu cabograma de ontem. Abraços.
a) Epitácio Pessoa” (Epitácio Pessoa, in Na Política da Paraíba. Apud Josué Sylvestre, DA
REVOLUÇÃO DE 30 À QUEDA DO ESTADO NOVO – Fatos e Personagens da história de
Campina Grande e da Paraíba (1930/1945). Brasília: Ed. Senado, 1993, p. 13.
24 Josué Sylvestre, in DA REVOLUÇÃO DE 30 À QUEDA DO ESTADO NOVO – Fatos e
personagens da história de Campina Grande e da Paraíba (1930-1945). Brasília: Ed.
Senado Federal, 1993, p. 154.
123
CAPÍTULO X
Eleições indiretas em
1935 para o governo
estadual e para o
Senado
125
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
Constituição Federal previa que as eleições para governador e
senadores fossem feitas pela Assembleia Legislativa, antes destas
procederem a elaboração das constituições estaduais.
A indicação de Argemiro de Figueiredo teve o apoio de José
Américo de Almeida, embora este tivesse se inclinado inicialmente pelo
nome de Virgínio Veloso Borges.
As historiadoras Martha Falcão1 e Eliete Gurjão divergem em
relação à candidatura de Argemiro de Figueiredo. Enquanto a primeira
defende que o nome de Argemiro se deu por imposição de José Américo,
a segunda atribui a indicação do líder campinense à pressão da bancada
algodoeiro-pecuária na Assembleia Estadual Constituinte.
Divergências à parte, o fato é que Argemiro de Figueiredo tornou-
se o primeiro e único governador da Parahyba eleito indiretamente entre o
período de 1930 e 1964.
Para o Senado, José Américo de Almeida e Gratuliano de Brito
foram os candidatos pelo PP, mas faltava ao segundo a idade mínima de 35
anos para concorrer ao pleito, razão pela qual o seu nome foi substituído
por Irineu Jof ily, que não recebeu a indicação de bom grado. Diante desse
fato, a direção partidária apontou o empresário Manuel Veloso Borges.
A eleição para escolha de dois senadores foi indireta, como
mandava a legislação eleitoral da época e ocorreu logo após a eleição de
governador, que também foi feita pela Assembleia Legislativa. Os eleitos
foram José Américo, o mais votado com 26 votos, e Manuel Veloso Borges,
que obteve 19 votos. Os demais candidatos, Epitácio Pessoa e João Pereira de
Castro Pinto, tiveram 3 votos, cada.
1 Para Martha Falcão, foram três os motivos que descartam a tese de Eliete Gurjão: 1. jurídico,
porque a Constituição de 1934 previa a escolha indireta do governo do estado, pelo poder
legislativo; 2. O fator tempo, em razão de que, segundo o Código Eleitoral de 1932, o prazo
de registro de candidaturas se esgotava 15 dias antes da eleição, isto é, 30 de setembro de
1934; 3. a veiculação da candidatura de Argemiro, cujo nome “foi escolhido como candidato
em agosto e, a partir de início de outubro, depois de legalmente registrado, começou a ser
veiculado pelo manifesto do PP, muito antes da escolha e eleição da bancada dita algodoeira-
pecuária, o que só ocorreu no dia 14 de outubro. A eleição do governo ocorreu em janeiro
de 1935.” (in Ob. Cit., p. 130)
126
Eleições indiretas em 1935 para o governo estadual e para o senado
127
CAPÍTULO XI
As eleições municipais
de 1935
129
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
Constituição Federal de 1934, embora mantivesse a eleição de
vereadores das Câmaras Municipais1 e de alguns prefeitos, obrigava
que os das capitais e dos municípios em que estivessem localizadas
as estâncias minerais fossem eleitos de forma indireta pelas Câmaras
Municipais, ou nomeados pelo governador de estado.
No período compreendido entre 1930, em que ocorreu o
Movimento Tenentista que derrubou o governo de Washington Luís e o ano
de 1937, quando Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e fechou todos os
órgãos do poder legislativo do país, a Parahyba experimentou apenas uma
eleição municipal, ocorrida em 09 de setembro do ano de 1935.
O quadro político do estado, como de resto no país, foi
caracterizado pela repressão e perseguição a operários e comunistas. Em
Santa Rita, chegou-se a fundar uma secção da Ação Integralista Brasileira,
de inspiração fascista, que defendia a Religião, a Pátria e a Família, cujo
presidente de honra era o industrial Virgínio Veloso Borges e que chegou a
associar cerca de 150 pessoas.2
Cajazeiras
130
As eleições municipais de 1935
131
A BAGACEIRA, Eleitoral
Campina Grande
Patos
pelo coronel Matos nessa eleição, considerando a sua condição de empresário bem-
sucedido. Como Francisco Cartaxo Rolim não faz qualquer referência, nesse aspecto, não
podemos a irmar, mas apenas presumir.
132
As eleições municipais de 1935
Santa Rita
133
CAPÍTULO XII
135
A BAGACEIRA, Eleitoral
O
ctávio Sitônio Pinto, num dos ensaios mais completos sobre o fenômeno
das secas nordestinas,1 destacou a visão pluralística desse fenômeno,
assim entendida nas suas várias naturezas – ísica, econômica e social.
Para o nosso estudo, buscamos compreender o fenômeno da Seca no seu aspecto
político, analisando o seu re lexo nas eleições que ocorreram durante o período
em que a Parahyba teve que conviver com as grandes estiagens.
A intenção é analisar a relação do Estado Oligárquico paraibano
com a Indústria das Secas e os seus re lexos nas eleições do período.
1 Em Dom Sertão, Dona Seca, Otávio Sitônio Pinto invoca as ideias do engenheiro Arrojado
Lisboa – o primeiro dirigente da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS) – para
a irmar que é inútil enfrentar esse fenômeno natural apenas através da questão hidráulica,
como atualmente se pretende com a transposição das águas do Rio São Francisco.
2 Orris Barbosa, in Ob. Cit., p. 5.
136
Terra seca, urna cheia
137
A BAGACEIRA, Eleitoral
5 Registra Lúcia que a seca de 1903 trouxe para a capital paraibana um grande número de
retirantes que, de imediato, foram aproveitados como mão-de-obra para as obras públicas
em troca de gêneros alimentícios e remédios advindos dos socorros públicos. Um desses
serviços públicos foi a reconstrução do prédio da Assembleia Legislativa. (In Ob. Cit., p.
114).
6 Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, in Ob. Cit., p. 64.
7 Lúcia de Fátima Guerra Freira, in Ob. Cit., p. 69-70.
8 Basta considerar que, enquanto a pequena e média açudagem existiram no Segundo
Reinado, a grande açudagem - cujas funções eram reservar água para abastecer médios
e grandes aglomerados urbanos, irrigação de lavouras comerciais e geração de energia
elétrica para atividades urbanas e rurais – só veio a ser realizada durante o governo do
eminente paraibano. (Lopes de Andrade, in Ob. Cit., p. 25-26).
138
Terra seca, urna cheia
9 Em 1980, Lopes de Andrade fez uma importante análise intitulada “Oligarquias, Secas e
Açudagem”, em que estabeleceu as relações funcionais entre os grupos de poder, o ambiente
nordestino e a solução, no período entre 1850 e 1950. A ideia central do ensaio é que as
oligarquias aproveitaram-se dos fenômenos das secas para se bene iciarem da açudagem,
em detrimento dos verdadeiros necessitados.
10 Eliete Gurjão, in Ob. Cit. p. 30.
139
A BAGACEIRA, Eleitoral
mais por motivos do jogo político.11 Para tanto, criou-se o Plano de Salvação
Regional, que envolvia as construções de grandes barragens; de médios e
pequenos açudes; de estradas carroçáveis, de rodagem e de ferrovias; de
tanques e poços públicos e particulares; construção e/ou melhoramentos de
portos luviais e marítimos e serviços de irrigação de terras cultiváveis.
Na Parahyba, através desse Plano de Salvação Regional, foram
construídas as barragens de São Gonçalo, Piranhas e Pilões, além do
açude Jatobá, este último construído em área particular, no Município de
Patos. Embora nem todos os açudes particulares tenham sido construídos,
um estudo comparativo feito pela professora Lúcia de Fátima Guerra
aponta o surgimento de novos proprietários, além dos já conhecidos, mas
praticamente bene iciando as mesmas famílias:
E completa:
140
Terra seca, urna cheia
14 Fonte: Relatórios do IFOCS dos trabalhos executados durante os anos de 1920, 1921 e 1922.
Lúcia de Fátima Guerra, in Ob. Cit., p. 99.
141
A BAGACEIRA, Eleitoral
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Terra seca, urna cheia
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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Terra seca, urna cheia
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A BAGACEIRA, Eleitoral
27 A pergunta a ser feita é se as ações do Ministério da Viação e Obras, dirigido pelo paraibano
José Américo de Almeida, de combate às secas no Nordeste, constituíram uma política
pública ou uma grande estratégia político-eleitoreira, ou signi icou as duas coisas, ao
mesmo tempo?
146
Terra seca, urna cheia
28 No mesmo sentido, Francisco Cartaxo Rolim comenta que, durante os cinco anos em que
esteve governando o estado, Argemiro de Figueiredo acumulou um capital político no
modelo patrimonialista, vez que “articulou-se com chefes políticos do interior usando o velho
expediente de troca de favores propiciada pelo controle da máquina pública.” (in Ob. Cit., p.
129).
147
A BAGACEIRA, Eleitoral
148
Terra seca, urna cheia
amigos do então Ministro que, na ótica do referido jornalista, foi quem mais
contribuiu para a indústria das secas.31
Todavia, é possível se a irmar que as vitórias eleitorais de José
Américo de Almeida devem-se mais à sua atuação no Ministério da Viação e
Obras Públicas, o que lhe deu grande popularidade, e menos à sua oratória.
Jean Blondel, pesquisador francês, traçou um per il eleitoral do ministro
paraibano:
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150
Terra seca, urna cheia
151
A BAGACEIRA, Eleitoral
152
Terra seca, urna cheia
41 (Prefácio à obra de Orris Soares, p. 1). Apesar de em sua obra haver denunciado a “indústria
das secas” e a participação das oligarquias nos escândalos que envolveram as obras que
exigiram grandes somas de recursos públicos, a exemplo do Porto de Sanhauá, na Parahyba,
Orris Barbosa adotou a posição favorável às obras contra as secas, consideradas por
ele como o instrumento de salvação da Revolução de 30 no Nordeste. Não obstante essa
opinião parcial em favor do assistencialismo o icial, a obra não perde a sua relevância,
principalmente nos seus aspectos sociológico e antropológico. O trecho a seguir transcrito,
negando desvio de recursos públicos e a partidarização das ações governamentais,
evidencia bem a apologia do autor em favor do Governo Provisório: “Ninguém aponta um
deslize na aplicação de tão vultosas verbas. Era tanta a vontade de realizar que não se pensou
em agir furtivamente ou desviando verbas para serviços inexequíveis de falaz ostentação
administrativa ou contentando interesses individuais e regionais para proveito partidário.”
(In Ob. Cit., p. 86).
153
A BAGACEIRA, Eleitoral
154
Terra seca, urna cheia
157
A BAGACEIRA, Eleitoral
G
etúlio Vargas havia marcado as eleições presidenciais para o dia 03
de janeiro de 1938.
158
1937 - José Américo quase é eleito presidente da república
159
A BAGACEIRA, Eleitoral
160
1937 - José Américo quase é eleito presidente da república
161
A BAGACEIRA, Eleitoral
I – 1930
A Coligação dominante A oposição
Partido Republicano da Parahyba Partido Republicano Conservador
da Parahyba
'Liberais' 'Perrepistas'
Epitacistas Pessoistas Heraclistas e dissidentes do
epitacismo
II – 1933-1937
A Coligação dominante A oposição
Partido Progressista da Parahyba Partido Republicano Libertador
Liberais e perrepistas cooptados Liberais dissidentes
pelo Americismo e Argemirismo
III – 1937
A Coligação dominante
Alterações na correlação de forças.
-Coalização do Partido Progressista
e Republicano Libertador em prol
da candidatura José Américo à su-
cessão presidencial.
- Golpe de 10/11 - Vargas extingue
os partidos políticos.
- Rompimento entre José Américo e
Argemiro de Figueiredo.
IV – 1945-1947
A Coligação dominante A oposição
Partido Social Democrático União Democrática Nacional
V – 1947
A Coligação dominante A oposição
União Democrática Nacional Partido Social Democrático
162
O baile do “Club dos Diários”, em homenagem ao Sr. José Américo,
candidato à Presidência da República.
(Fonte: Antonio Botto de Meneses)
* José Octávio de Arruda Melo, comentando o clássico PODER, ALEGRIA DOS HOMENS, de M.
Odilon. (In SOCIEDADE E PODER POLITICO NO NORDESTE, O CASO DA PARAÍBA (1945-
1964). João Pessoa: 2001, Ed. Universitária/UFPB, p. 97).
A BAGACEIRA, Eleitoral
O
im do Estado-Novo, em 1945, permitiu a redemocratização do país
através do retorno das eleições diretas para presidente da república,
senador e deputados federais, tendo estas sido marcadas para o dia
02 de dezembro daquele ano, mediante o Decreto de 28 de maio.
Em outro Decreto, de 10 de outubro do mesmo ano, Vargas
antecipou as eleições estaduais e municipais para a mesma data prevista
para a realização das eleições federais. Para presidente da república,
concorreram o Brigadeiro Eduardo Gomes, pela UDN, e Eurico Gaspar Dutra,
pelo PSD, tendo sido este vitorioso com 55% dos votos.
Nas Disposições Transitórias da Constituição de 1946 determinou-
se a realização de eleições em cada Estado para a escolha dos governadores
e deputados estaduais.
Segundo a legislação da época, a eleição do vice-prefeito era
desvinculada da escolha do prefeito, permitindo que vários candidatos
concorressem a vice. Diferente de hoje, que a chapa é una e indivisível, ou
seja, ao mesmo tempo em que se vota no prefeito escolhe-se o seu vice.
Durante o período compreendido entre 1930 e 1945 a Parahyba
foi governada por Anthenor Navarro e Gratuliano de Brito, interventores
nomeados pelo presidente da república, e ainda por Argemiro de Figueiredo,
eleito pela Assembleia do Estado em 1934, que também fora interventor
após o golpe de 1937 até 1940. Depois, foi sido sucedido por um novo
interventor, Rui Carneiro, que icou no cargo até 1945.
Na Parahyba, a eleição de 1945 foi presidida pelo Desembargador
do Tribunal de Justiça, Severino Montenegro, nomeado Interventor pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, em exercício na presidência da
república, Ministro José Linhares.
Os candidatos a governador nessa eleição foram Oswaldo Trigueiro
de Albuquerque Melo, pela UDN, e Alcides Vieira Carneiro, candidato
pessedista. Venceu o udenismo que, ao lado do PSD, PTB e PCB, conseguiu
eleger também candidatos a deputado estadual, dentre os quais destacamos
166
Segunda parte: de 1945-1965
167
CAPÍTULO I
Os partidos políticos
agora são nacionais
169
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
primeira tentativa de fortalecimento dos partidos políticos no Brasil
partiu do Decreto do Estado Novo ao exigir, como condição de seu
registro no Tribunal Superior Eleitoral, que fossem de âmbito
nacional.
O terceiro Código Eleitoral, o Decreto nº 7.586, representou um
avanço para o processo de nacionalização dos partidos políticos.
Apesar da obrigatoriedade legal de sua organização nacional, o
cientista político, David Fleischer,1reconhece apenas no PSD, UDN e no PTB
a característica de terem sido, de fato, os três grandes partidos nacionais do
período.
Enquanto a UDN2 era constituída pelos anti-varguistas, o PSD era
composto pelos seguidores de Getúlio Vargas. Mas na classi icação de Jean
Blondel, ambos foram agremiações de estrutura aristocrática.
Na Parahyba, a UDN foi fundada3 por José Américo de Almeida
e Argemiro de Figueiredo e tinha como características a centralização e
a homogeneidade, expressada no fato de ser um partido essencialmente
ruralista.4
Por sua vez, o PSD paraibano surge agrupado em torno do último
Interventor, Ruy Carneiro que, aproveitando-se dos antagonismos antigos,
recorrentes entre famílias e chefes políticos rivais, em todas as regiões do
Estado, captou as facções principalmente no cariri e no sertão.5
170
Os partidos políticos agora são nacionais
6 O Partido Comunista do Brasil teve uma vida efêmera. Anulado o seu registro no Tribunal
Superior Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba, cumprindo determinação
daquela Corte superior, cancelou o registro do Comitê Estadual e dos Comitês Municipais do
Partido Comunista do Brasil em 12 de maio de 1947, cinco dias depois do cancelamento do
seu Comitê Nacional. (Waldir Por írio, in BANDEIRAS VERMELHAS – A PRESENÇA DOS
COMUNISTAS NA PARAÍBA (1900-1960). João Pessoa: Editora TextoArte, 2003, p.131.
7 Francisco Cartaxo Rolim, in Ob. Cit., p. 128.
171
A BAGACEIRA, Eleitoral
Nóbrega, João Agripino, João Úrsulo, Osmar Aquino e Plínio Lemos, enquanto
que o PSD só elegeu três deputados – Janduhy Carneiro, José Jof ily e Samuel
Duarte.
172
CAPÍTULO II
O Tribunal de Justiça
Eleitoral da Parahyba
renasce das cinzas do
Estado-Novo
* Dicionário do Voto. São Paulo: imprensa o icial do estado, ed. UnB, pg. 252.
173
A BAGACEIRA, Eleitoral
C
om o fechamento das Casas Legislativas de todo o país, a nomeação
de Interventores para fazer as vezes de governador de estado e,
ainda, sem eleições diretas para presidente da república, a Justiça
Eleitoral não tinha razão de ser durante o período do Estado-Novo. Findo
este, em 1945, a Justiça Eleitoral na Parahyba ressurgiu através do Decreto-
Lei nº 7.576, de de 28 de maio de 1945.
A sessão inaugural do Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba
ocorreu no dia 12 de junho 1945, sob a presidência do Desembargador
Flodoardo Lima da Silveira e secretariada por José Baptista de Mello.
Participaram da sessão inaugural, o secretário do interior e
segurança pública, Samuel Duarte; o arcebispo metropolitano, D. Moisés
Coelho; o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador
Severino Montenegro; o procurador-geral do estado, Renato Lima e os juízes
do Tribunal Eleitoral, José de Farias, Júlio Rique Filho, Clímaco Xavier da
Cunha e Renato Teixeira Bastos.
O Tribunal funcionou provisoriamente no Tribunal de Apelação,
atual Tribunal de Justiça do Estado.
Sabiniano Maia voltou a atuar no Tribunal Eleitoral a partir de
janeiro de 1961, agora na condição de magistrado, oriundo da classe de
jurista. De sua obra, “Tribunal Regional de Justiça Eleitoral do Estado da
Paraíba – DECISÕES 1961-1962-1963-1964”, pode-se extrair dos juízes que
a relação dos que atuaram na Corte, nesse período:
(1961) - Antônio Taveira de Farias, Emílio de Farias, Pedro Damião
Peregrino de Albuquerque, Luis Sílvio Ramalho; Raimundo de Gouveia
Nóbrega; Onildo Farias; Jurandyr Guedes Miranda de Azevedo; Pedro
Damião; Antônio Taveira de Farias; Sebastião Sinval Fernandes; Francisco
Espínola e Sabiniano Maia.
(1962) – Sabiniano Maia; Raimundo de Gouveia Nóbrega; Antônio
Taveira de Farias; Jurandyr Guedes Miranda de Azevedo; Inaldo de Souza
Morais; Hélio de Araújo Soares; Francisco Espínola; Onildo de Farias; Luiz
174
O tribunal de justiça eleitoral da Parahyba renasce das cinzas do Estado-Novo
1 Trinta e sete anos depois, nas eleições de 2002, o Tribunal Regional Eleitoral passaria pela
segunda crise mais importante de sua história, haja vista que quatro de seus membros,
dentre os quais o seu presidente foram acusado de parcialidade em favor do candidato
ao governo do estado, Cássio Rodrigues da Cunha Lima. No terceiro volume, voltaremos a
abordar esse tema com mais detalhes.
175
A BAGACEIRA, Eleitoral
(Fonte: A UNIÃO)
176
Juízes do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral da Paraíba no ano de 1962. Da esquerda para a
direita: Sabiniano Alves do Rego Maia, Raimundo de Gouveia Nóbrega, Antonio Taveira de Farias,
João Jurema (Procurador Regional), Jurandir Guedes Miranda de Azevedo (Presidente), Inaldo de
Souza Morais (Secretário), Hélio de Araújo Soares, Francisco Espinola e Onildo Farias.
(Fonte: Sabiniano Maia)
Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba entre 1951-1953. Da esquerda para direita: Juiz
Pedro Damião, (Advogado não identi icado), Advogado Hélio Soares, Procurador Hermes
Pessoa, Desembargador Flodoardo da Silveira (Presidente), Secretário José Baptista de Mello,
Desembargador Antônio Gabínio, Desembargador Manuel Maia, (juiz não identi icado).
(Fonte: Arquivo pessoal de Humberto Mello)
CAPÍTULO III
As eleições de 1945
179
A BAGACEIRA, Eleitoral
E
ntre 1945 e 1950, houve um aumento de 60% no eleitorado nacional,
que passou de 7.418.000 a 11.655.000 eleitores. Enquanto isso, a
população só havia crescido 16%, indo de 45.300.000 em 1945 a
52.645.000 habitantes, em 1950. Blondel atribui esse crescimento a dois
fatos: aumento da população e o desenvolvimento da alfabetização.
Na Parahyba, o alistamento quase duplicou, passando de 175.000
eleitores em 1945, o que equivale a 11,2%, a 346.000, em 1950, o que
corresponde a 20%. Jean Blondel1 traçou um quadro comparativo da
Parahyba em relação a outros estados do Nordeste e do sudeste e sul, em
ermos percentuais:
180
As eleições de 1945
181
A BAGACEIRA, Eleitoral
182
As eleições de 1945
vez eleito, optasse por qualquer um deles; quanto aos candidatos ao cargo
de senador permitiam-se concorrer por vários estados da federação e, uma
vez eleito, deveria optar por qual entidade federativa exerceria o mandato
popular.
Foram esses os motivos que levaram o candidato comunista Luis
Carlos Prestes a concorrer pela Parahyba ao cargo de senador, juntamente
com o campinense Wergniaud Wanderley, Antônio Galdino Guedes, José
Pereira Lira, João Santa Cruz de Oliveira e Adalberto Jorge Rodrigues Ribeiro.
Os eleitos foram Wergniaud Wanderley e Adalberto Jorge
Rodrigues Ribeiro, conforme a seguinte ordem de votação:5
5 Idem.
183
A BAGACEIRA, Eleitoral
184
As eleições de 1945
185
A BAGACEIRA, Eleitoral
saída para não ficar de fora daquele pleito foi adaptar-se à legislação
eleitoral e criar frentes amplas, a exemplo da Liga Pró-Estado Leigo,
integrada por representantes das mais diversas tendências políticas
e ideológicas da sociedade – espíritas, maçons, evangélicos e
profissionais liberais.
Repetindo as demais forças políticas da época, os comunistas
paraibanos se valeram de jornais que auxiliavam na propagação das ideias
socialistas, a exemplo do jornal “A ALVORADA”, A VOZ OPERÁRIA, A FRENTE
e O CLARIM.
Na eleição seguinte, a de 1934, os comunistas paraibanos
recorreram ao mesmo expediente anterior, conseguindo registrar uma chapa
nominada TRABALHADOR, VOTA EM TI MESMO. Dentre os candidatos,
constava Anacleto Vitorino, o primeiro proletário e negro a ser eleito para a
Assembleia Legislativa do Estado da Parahyba.
Na eleição seguinte de 1935 para prefeito e vereadores, os
comunistas não conseguiram atingir coe iciente eleitoral necessário para
eleger um representante no Legislativo Municipal.
Dentre as iguras de proa, adeptos das ideias comunistas, os
militantes que tiveram uma participação bastante ativa na Parahyba
destacaram-se o advogado e intelectual, João Santa Cruz de Oliveira,
Anacleto Vitorino, João José de Oliveira (líder do levante armando de 1935
em Gramame) e Félix Araújo, talvez o maior orador paraibano e arrebatador
de multidões de todos os tempos no estado.
A legalidade do Partido Comunista só veio em 1945, com o im da
ditadura varguista e a redemocratização do país. O segundo Código Eleitoral
Brasileiro – A Lei nº 7.586, de 28 de maio de 1945 – criou um ambiente
favorável à legalização do Partido Comunista, no Brasil, que foi conquistada
através da Resolução nº 285, de 27 de outubro de 1945, do Tribunal Superior
Eleitoral, sob protestos de católicos e de vários setores conservadores da
sociedade.
186
As eleições de 1945
CANDIDATO VOTAÇÃO
Luiz Carlos Prestes 7.571
João Santa Cruz de Oliveira 7.485
187
A BAGACEIRA, Eleitoral
CANDIDATO VOTAÇÃO
1. João Santa Cruz de Oliveira 1.411
2. Luiz Carlos Prestes 1.114
3. Félix de Sousa Araújo 786
4. Manuel Alves de Vasconcelos 181
5. Pedro Ferreira da Silva 190
6. Célio Di Pace 76
7. José Vandregíselo de Araújo Dias 75
8. Sabino Guimarães Coelho 48
9. Luzia Ramalho Clerot 28
10. Manuel Alves de Oliveira 27
188
As eleições de 1945
Cargo: Senador
Candidato Partido / Coligação Votação % válidos Situação
Adalberto Jorge
74.477 26,7% Eleito
Rodrigues Ribeiro Filho
Wergniaud Wanderley 73.942 26,5% Eleito
Antônio Galdino Guedes 57.940 20,8%
José Pereira Lira 57.044 20,4%
Luís Carlos Prestes 7.571 2,71%
João Santa Cruz de
7.485 2,68%
Oliveira
Votos brancos 1.267
Votos nulos 1.314
Total apurado 281.040
189
A BAGACEIRA, Eleitoral
190
As eleições de 1945
Fonte: www.tre.gov.br
191
A BAGACEIRA, Eleitoral
Convenção do PSD
(Fonte: Acervo particular de João Lélis de Luna Freire)
192
Convenção do PSD
(Fonte: Acervo particular de João Lélis de Luna Freire)
Convenção partidária
(Fonte: Acervo particular de João Lélis de Luna Freire)
A BAGACEIRA, Eleitoral
194
CAPÍTULO IV
As eleições de 1947 –
O tribuno X o bacharel
195
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
s eleições realizadas em 19 de janeiro de 1947 atendiam ao art. 11
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
Federal de 1946 e objetivaram preencher os cargos de governador
e deputados da Assembleia Legislativa do Estado que, uma vez eleitos, se
investiriam na função constituinte.
Dois partidos políticos de maior expressão disputaram aquele
pleito, a União Democrática Nacional e o Partido Social Democrático,
enquanto que o Partido Trabalhista Brasileiro, o Partido Comunista
Brasileiro e o Partido de Representação Popular exerceram a função de
meros coadjuvantes, sendo que este último apresentou apenas candidatos à
Assembleia Legislativa.
Em outubro, a UDN e o PSD já tinham os seus candidatos ao
governo, Oswaldo Trigueiro e Rui Carneiro, respectivamente. As eleições,
antes marcadas para 2 de dezembro de 1946, só ocorreram em janeiro de
1947. Nesse ínterim, Rui Carneiro renunciou à sua candidatura em nome
de seu primo, Alcides Carneiro, que também era genro de José Américo de
Almeida.
Naquela eleição, o eleitorado de Campina Grande, que era o
segundo colégio eleitoral do estado, contava com 23.383 eleitores.
Marcaram essas eleições as passeatas1 lideradas por Félix Araújo.
As campanhas eleitorais na Parahyba sempre tiveram grandes
oradores. Alcides Carneiro, Argemiro de Figueiredo, Ernany Sátiro, Félix
Araújo, João Agripino, José Américo de Almeida, Osmar de Aquino, Oswaldo
Trigueiro de Albuquerque Mello, Raimundo Asfora, Ronaldo da Cunha
1 Segundo Josué Sylvestre, embora Félix Araújo não tenha inventado as passeatas (posto que
a primeira das quais se tem notícia no estado data de 1889, realizada em Campina Grande,
para a eleição de Irineu Jof ily que disputava o cargo de deputado geral), ele adaptou-
as e organizou-as de forma a possibilitar um ambiente de alegria e entusiasmo, através
da inclusão de bandas de músicas, lenços agitados, uniformes e promoções especiais,
a exemplo das célebres passeatas das mulheres. (in Lutas de Vida e de Morte – Fatos e
personagens da história de Campina Grande (1945-1953). Brasília: Senado Federal,
1982, p. 115.
196
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Lima etc. A campanha de 1947 foi marcada pela oratória de Alcides Vieira
Carneiro.2
O candidato udenista, Oswaldo Trigueiro, que também era um
bom esgrimista da palavra, dentre as várias promessas de campanha, se
comprometia a dar autonomia a Sumé, que foi levado à condição de município
através de projeto de lei que foi sancionado pelo seu sucessor, em 1951.3
A polarização entre as candidaturas de Alcides Carneiro e Oswaldo
Trigueiro representava a disputa pela liderança do partido udenista que se
travou entre Argemiro de Figueiredo e José Américo de Almeida.
Embora iliado ao PSD, a candidatura de Alcides Carneiro,
inicialmente apoiada pelo seu genro José Américo de Almeida foi
abandonada por este que, no decorrer da campanha, resolveu se “exilar” em
Minas Gerais, procurando demonstrar aos seus correligionários do estado
uma aparente neutralidade.
Por sua vez, mais transparente em suas atitudes políticas, Argemiro
de Figueiredo lutou pela vitória do seu candidato, que venceu a disputa por
uma diferença considerável de votos em relação ao seu oponente.
Não há registros sobre o número de votos femininos dados naquela
eleição mas pelo depoimento do historiador Marcus Odilon, pode-se inferir
que o eleitorado feminino prestigiou o candidato udenista, considerado de
excelente visual, o que con irmaria o refrão repetido nos comícios realizados
pela UDN:
“Oswaldo Trigueiro
É bonito e é solteiro”4
2 Citado por Hélio Sodré em sua obra, A História Universal da Eloquência, como um dos
grandes oradores da história universal.
3 Celso Mariz, in Ob. Cit., p. 114/115.
4 Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, in PARAÍBA – Nomes do Século. FLÁVIO RIBEIRO
COUTINHO. A UNIÃO EDITORA, p. 34.
197
A BAGACEIRA, Eleitoral
Um comunista é eleito
198
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Eleições municipais
199
A BAGACEIRA, Eleitoral
Eleições suplementares
200
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
201
A BAGACEIRA, Eleitoral
202
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
203
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Governador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Osvaldo Trigueiro de A. Melo UDN 80.368 53,5% Eleito
Alcides Vieira Carneiro PSD 69.683 46,4%
José Vandregíselo de A Dias PCB 47 0,03%
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
José Américo de Almeida UDN 104.477 100% Eleito
204
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
205
A BAGACEIRA, Eleitoral
206
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
207
A BAGACEIRA, Eleitoral
208
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
209
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
SRHP - Sem Registro Histórico do Partido
PSD - Partido Social Democrático
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
PC DO B - Partido Comunista do Brasil
PRP - Partido de Representações Popular
UDN - União Democrática Nacional
210
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Cajazeiras
Campina Grande
211
A BAGACEIRA, Eleitoral
12 Alcançar a prefeitura do segundo colégio eleitoral do estado seria o primeiro passo para
ser governador do estado. Algumas décadas depois o fenômeno se repetiria com outros
dois grandes líderes com reduto eleitoral em Campina Grande, Ronaldo da Cunha Lima
(que é natural de Guarabira) e seu ilho, Cássio Rodrigues da Cunha Lima (que é natural de
Campina. Ambos foram prefeitos de Campina Grande e, depois, governadores do estado).
13 In Lutas de Vida e de Morte – FATOS E PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE CAMPINA
GRANDE (1945/1953). Brasília: Ed. Senado, 1982, p. 76
14 Para o jornalista e historiador Josué Sylvestre foi o sentimento de gratidão que moveu
Argemiro de Figueiredo a impor a candidatura de Veneziano Vital do Rego, contra tudo e
todos, inclusive contrariando a própria família. Segundo o mesmo historiador, teria sido
Veneziano que, em 1930, resistira aos aliancistas que tentaram linchar o perrepista José
212
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
213
A BAGACEIRA, Eleitoral
15 É certo que Félix Araújo não inventou as passeatas. Conforme registra Josué Sylvestre,
a origem das passeatas nas campanhas eleitorais da Parhayba remota ao período
compreendido entre o im da Monarquia e o início da República, mais precisamente em
1889, em Campina Grande, quando da eleição de Irineu Jofϔily para deputado geral. A virtude
de Félix Araújo, continua o jornalista e historiador, foi adaptar e estimular a organização
das passeatas, criando um clima de alegria e entusiasmo, inclusive com bandas de música,
agitação de lenços, uso de uniformes e introduzindo novidades a exemplo das famosas
passeatas das mulheres. (In Ob. Cit., p. 115). Na minha opinião, pode-se apontar nas
campanhas eleitorais da Parahyba três fases ou momentos históricos relativos à forma de
se comunicar com o eleitorado: na primeira, que se inicia no período colonial até a Primeira
República, os jornais foram os veículos das ideias, programas e manifestos dos candidatos
e partidos políticos; a segunda fase foi a dos boletins, passeatas, carreatas e dos comícios.
(Nestes últimos, a oratória dos candidatos é submetida ao teste do eleitorado. Sim, porque,
na Parahyba, terra de grandes tribunos, o eleitor até admite um candidato sem voto, mas
rejeita peremptoriamente quem não sabe expressar bem as suas ideias). Finalmente, o
terceiro momento de propaganda nas eleições paraibanas corresponde às novas formas
de comunicação nas campanhas eleitorais através da mídia eletrônica em que se veicula o
programa gratuito no rádio e televisão e o uso da Internet, o que contribuiu bastante para
a diminuição do corpo a corpo dos candidatos e das grandes aglomerações nos comícios,
formas de propaganda mais intensas no passado, principalmente depois que a legislação
eleitoral vedou a realização dos showmícios.
16 In Ob. Cit., p. 117.
214
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Guarabira
Patos
Prefeito votação
Clóvis Sátyro e Sousa 3.453 votos
José Afonso Gayoso de Sousa 3.123 votos
Vice-prefeito votação
Walter Vieira Arcoverde 3.405 votos
Bossuet Wanderley da Nóbrega 2.907 votos
215
A BAGACEIRA, Eleitoral
Pombal
216
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Santa Rita
217
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
José Dias de França UDN 411 57,0%
Francisco Holanda de Moura PSD 211 29,3%
Manuel Tomaz da Silva PSD 74 10,2%
Francisco Otaviano de Souza UDN 17 2,36%
João Timóteo de Morais PSD 7 0,97%
Votos brancos 13
Votos nulos 7
Total apurado 740
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
22 Idem.
218
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
João Nunes de Souza UDN 68 27,8% Eleito
Martiniano Rodrigues
PSD 42 17,2% Eleito
Ramalho
Antonio de Souza Nitão UDN 37 15,1% Eleito
Cicero Matildes de Carvalho PSD 36 14,7% Eleito
Manuel Furtado de Lacerda PSD 35 14,3%
José Rodrigues da Silva UDN 18 7,37%
Manuel Arruda Alencar UDN 4 1,63%
Dorgival Rodrigues Leite UDN 2 0,82%
Manuel Soares de Figueiredo UDN 2 0,82%
Votos brancos 2
Votos nulos 0
Total apurado 246
Exibir por nome completo Exibir pelos nomes das coligações
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
219
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Henrique Bernardo Cordeiro UDN 206 38,0% Eleito
Miguel Severino Bastos Lisboa UDN 137 25,2% Eleito
Ranulfo Miguel de Oliveira
UDN 80 14,7%
Lima
Janson Guedes Cavalcanti PSD 36 6,64% Eleito
Moacir Soares UDN 34 6,27%
Graciano Gonçalves de
PSD 24 4,42% Eleito
Medeiros
Mario Antonio da Gama e Melo PSD 13 2,39%
Mario Torres de Andrade PSB 11 2,03% Eleito
José Betamio Ferreira UDN 1 0,18%
Votos brancos 0
Votos nulos 1
Total apurado 543
Exibir por nome completo Exibir pelos nomes das coligações
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
PSB - Partido Socialista Brasileiro
220
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
José Geraldo Madruga UDN 107 97,2% Eleito
Adelgicio dos Santos Lima PSD 3 2,72%
Votos brancos 3
Votos nulos 1
Total apurado 114
Exibir por nome completo Exibir pelos nomes das coligações
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Joaquim Fiúza Chaves UDN 63 60% Eleito
Felinto Saturnino da Silva UDN 28 26,6% Eleito
José Pereira de Lima PSD 12 11,4% Eleito
Argemiro Abilio de Souza UDN 2 1,90%
Votos brancos 1
Votos nulos 0
Total apurado 106
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
221
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Bernardino de Carvalho
UDN 155 23,9% Eleito
Camara
Raimundo de Paula e Silva PSD 103 15,9% Eleito
Ildefonso Ribeiro Campos PSD 90 13,9% Eleito
Ademar Adriano da Silva UDN 79 12,2% Eleito
Bernardino Bento da Silva PSD 59 9,13%
João Jeronimo Leite PSD 56 8,66%
João Farias de Sá Barreto PSD 53 8,20%
Manuel da Paciencia Loureiro UDN 28 4,33%
Diogenes Lopes Leite PSD 23 3,56%
Votos brancos 1
Votos nulos 3
Total apurado 650
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
UDN - União Democrática Nacional
222
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
223
A BAGACEIRA, Eleitoral
224
As eleições de 1947 - o tribuno X o bacharel
225
A BAGACEIRA, Eleitoral
Convenção partidária
(Fonte: Acervo particular de João Lélis de Luna Freire)
226
CAPÍTULO V
A Parahyba da década
de 1950 vista por um
estrangeiro
227
A BAGACEIRA, Eleitoral
V
erão de 1952. Um sociólogo francês, de nome Jean Blondel inicia a
sua investigação sobre a vida política brasileira a partir da Parahyba
do Norte. O estudo cientí ico transformou-se, em 1957, no clássico
As Condições da Vida Política no Estado da Paraíba, obra pioneira na
Sociologia eleitoral urbana brasileira.
O cientista elogiou a originalidade da nossa legislação eleitoral
(na sua ótica, um misto de escrutínio uninominal e de representação
proporcional)1e o nosso sistema proporcional, comparando com o sistema
francês que até àquela época adotava o sistema de listas, antecipadamente
preparada pelo Comitê Diretor dos partidos políticos.
Por outro lado, o francês acusou a liberdade do eleitor,
principalmente o da zona rural e chegou a apontar alguns erros existentes
nos nossos métodos de alistamento e de votação, abertos a fraudes de toda
ordem.
Registrou ainda a ausência de ideologias dos nossos partidos políticos,
cujos programas signi icavam apenas estratégias para alcançar o poder. Dentre os
quinze partidos existentes na década de 1950, ele destacou o caráter aristocrático
do PSD e da UDN e a caraterística monárquica do PTB e do PSP.
Sobre o eleitorado rural paraibano, Blondel a irmou que ele
desempenhava um papel fundamental, posto que a população rural era
superior à urbana – 1.250.000 e 460.000, respectivamente. Segundo os
dados do pesquisador francês, havia na Parahyba em 1950, cerca de 346.000
eleitores inscritos.
O cientista político francês concluiu que o isolamento do homem
do campo daquele período era um dos fatores de seu desinteresse pela
política e que ele não era capaz de avaliar a razão do seu voto. Além disso, a
1 Segundo Blondel, o sistema é uninominal porque cada eleitor vota num só candidato,
e nunca por lista; ao mesmo tempo, o sistema é proporcional porque vários partidos
apresentam vários candidatos, tantos quantos são as vagas e a divisão delas se faz pelo
número de votos obtidos por todos os candidatos de um mesmo partido. (in Ob. Cit., p. 25-
26).
228
A Parahyba da década de 1950 vista por um estrangeiro
229
A BAGACEIRA, Eleitoral
230
CAPÍTULO VI
A campanha
eleitoral de 1950:
eleição ou guerra?
231
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
campanha eleitoral de 1950 ocorreu sob a égide um novo Código
Eleitoral,1 que vigorou até 1965, quando foi editado a legislação
eleitoral, ora vigente.
Apesar de o Código Eleitoral daquela época prever a escolha de
juízes de paz pelo processo direto, não se tem notícia de que tenha ocorrido
qualquer eleição nesse sentido em nosso estado.2
Os partidos políticos tinham a natureza de pessoas jurídicas de
direito público interno e deveriam ser constituídos, no mínimo, de cinquenta
mil eleitores, distribuídos por cinco ou mais circunscrições eleitorais, com
o mínimo de mil eleitores em cada uma. Os seus programas e estatutos
deveriam ter sentido e alcance nacional.
A eleição de presidente da República e de governador de estado,
bem como a de seus respectivos vices não eram simultâneas e o período de
mandato dos governadores icava a cargo das Constituições estaduais, desde
que respeitada a duração de quatro ou cinco anos de mandato.
O candidato não era obrigado a ter domicílio eleitoral na
circunscrição onde concorria, o que possibilitava aos candidatos disputarem
cargos diversos e por vários estados. Todavia, uma vez eleito, só podia
exercer um cargo público eletivo.
Em 1950, Getúlio Vargas concorreu para presidente da república
pela Coligação PTB/PSB e venceu os candidatos da UDN, o Brigadeiro
Eduardo Gomes, o candidato do PSD, Cristiano Machado e o candidato do
PSB, João Mangabeira.
A Parahyba
232
A Parahyba pós-1930
escala mais vasta em que cada oponente tenta, pelo uso da força, submeter o
outro à sua vontade.3
Na Parahyba, a eleição de 1950 para o governo do estado tomou
a conotação não de uma festa democrática, mas a de uma verdadeira guerra
sem precedentes na história política do nosso estado.
Guardadas as devidas proporções, a campanha eleitoral de 1950 na
Parahyba se desenrolou dentro de uma espécie de “vale-tudo”. Até a religião
foi utilizada como forma de exploração e manipulação da fé do eleitorado,
como registra Josué Sylvestre:
3 Carl von Clausewitz, in DA GUERRA. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996, (tradução Maria
Tereza Ramos), p. 7.
4 Josué Sylvestre, in Lutas de Vida e de Morte – FATOS E PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE
CAMPINA GRANDE (1945/1953). Brasília: Ed. Senado, p. 234.
233
A BAGACEIRA, Eleitoral
5 Fato este que se repetiu no passado, em 1930, e que se repetiria de forma mais escancarada
nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004, como veremos no próximo volume. Em relação
ao pleito de 1950, Alcides de Albuquerque do Ó registra atritos e tiroteios que envolveram
militares e civis nos municípios de São João do Cariri, Serra Branca, São José do Cordeiro
e Remígio. A violência nesses municípios da Parahyba ganhou grande repercussão nos
jornais do estado e fora dele. Em São João do Cariri, soldados militares e civis chegaram a
fuzilar e espingardear a residência do deputado do PSD, Tertuliano de Brito. (In CAMPINA
GRANDES – História & Política (1945-1955). Campina Grande, Edições Caravela/NCP,
1999, p. 95).
234
A Parahyba pós-1930
235
A BAGACEIRA, Eleitoral
o uso do jornal o icial pelo Governo para denegrir a sua honra. A parte inal do editorial
tem a seguinte redação: “...Acusamo-lo, ao criar essa fábula, de tentar nos envolver nos
dispositivos da Lei de Segurança Nacional para, cassados os nossos direitos políticos,
ou eliminada a nossa liberdade individual, num futuro próximo, pedir ao eleitorado
paraibano que se pronuncie sobre a nossa conduta. Acusâmo-lo de permitir que o Órgão
O icial do Estado, em detrimento do interesse público, gaste tinta e papel em denegrir o
conceito de um humilde cidadão, quando todo o seu espaço para o debate dos problemas
que equacionam a felicidade e o bem estar da comunidade paraibana. Acusâmo-lo, por im,
de haver consentido, contra os mais belos princípios democráticos, que se instaurasse um
regime de discriminações e privilégios dentro do Órgão O icial do Estado, estabelecendo-
se um index inquisitorial contra todos os que honestamente divergem de sua orientação.”
(Josué Sylvestre, in Ob. Cit., p. 338).
8 Idem.
9 Ibidem.
236
A Parahyba pós-1930
237
A BAGACEIRA, Eleitoral
238
A Parahyba pós-1930
239
A BAGACEIRA, Eleitoral
um trajeto diferente. Esse fato foi considerado uma humilhação para a facção
udenista-argemirista. Na opinião de Alcides de Albuquerque do Ó, esse fato
teria sido a origem de todas as mágoas que desaguariam no episódio da Praça
da Bandeira.12
Outros fatos ocorridos no dia da chacina contribuíram para o
assassínio eleitoral. Partidários da Coligação americistas, descontentes
com o fato da Delegacia de Polícia não haver autorizado a realização de
um comício logo após a concentração udenista começaram a preparar uma
manifestação à altura da festa udenista, com o objetivo de tirar o brilho do
comício adversário. Os detalhes de como seria essa manifestação, Alcides de
Albuquerque depõe:
240
A Parahyba pós-1930
Amarelos X brancos
A chacina
15 Segundo o historiador Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, a adoção da cor amarela, por
Argemiro de Figueiredo, seguia um conselho da assessoria de José Pereira Lira, seu aliado
e candidato ao Senado, no sentido de adotar a referida cor, o que explica a farta distribuição
de milhares de lenços, bandeiras, adesivos e tudo na cor amarela. Os hinos da campanha
diziam, com todas as letras: ‘Do Partido do Amarelo todos nós queremos ser.” (Marcus Odilon
Ribeiro Coutinho, in PARAÍBA – Nomes do Século. FLÁVIO RIBEIRO COUTINHO. A UNIÃO
EDITORA, p. 23.
16 Naqueles tempos, além dos grandes oradores como José Américo de Almeida, Argemiro de
Figueiredo, Osmar de Aquino, Alcides Carneiro, Raymundo Asfora, Ronaldo da Cunha Lima
e Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello, os comícios eram realizados com a presença de
artistas famosos da TV ou do Rádio. Era o tempo dos grandes showmícios, recentemente
241
A BAGACEIRA, Eleitoral
242
A Parahyba pós-1930
das cacetadas em sua cabeça foram tantos e tão fortes que ele
faleceria horas depois.
Com ele, mais dois mortos: José Ferreira dos Santos e Osmar
Coutinho. Dois operários. (…)
Feridos com alguma gravidade, procuraram socorro nos
hospitais da cidade o comerciante Jovino Sobreira de Carvalho,
procer pessedista; Srs. Manuel Pedro Nunes, Natanael Alves
da Silva, José Mariano Alves de Sousa, José Emiliano da Silva,
Antônio Guimarães, Sta. Adélia Kouri e o jovem Gilvandro
Barreto Luna.
Outras pessoas com leves contusões e escoriações preferiram
não se identi icar, temendo, talvez, represálias posteriores.17
As várias versões
243
A BAGACEIRA, Eleitoral
244
A Parahyba pós-1930
Cargo: Presidente
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Getúlio Dornelles Vargas 125.467 49,1% Eleito
Brigadeiro Eduardo Gomes 108.832 42,6%
Cristiano Monteiro Machado 20.660 8,10%
João Mangabeira 67 0,02%
Votos brancos 7.868
Votos nulos 2.215
Total apurado 265.109
245
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Governador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
José Américo de Almeida PSD 147.093 56,9% Eleito
Argemiro de Figueiredo UDN 111.152 43,0%
Votos brancos 4.787
Votos nulos 2.077
Total apurado 265.109
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Ruy Carneiro PSD 144.451 56,9% Eleito
José Pereira Lira 109.272 43,0%
Votos brancos 9.398
Votos nulos 1.988
Total apurado 265.109
246
A Parahyba pós-1930
247
A BAGACEIRA, Eleitoral
248
A Parahyba pós-1930
249
A BAGACEIRA, Eleitoral
250
A Parahyba pós-1930
251
A BAGACEIRA, Eleitoral
João Bernardo de
CDP 1.423 0,56%
Albuquerque
Maria Dulce Barbosa UDN 1.412 0,55%
Hiaty Leal UDN 1.387 0,54%
Norberto Baracuhy PR 1.352 0,53%
José Fernandes Filho CDP 1.322 0,52%
Rogerio Martins Costa CDP 1.320 0,52%
Antônio Pereira de Almeida UDN 1.256 0,49%
Carlos Neves da Franca PTB 1.239 0,48%
Osvaldo Bezerra Cascudo CDP 1.228 0,48%
Ulisses Marques de Oliveira PR 1.159 0,45%
Antonio Batista Santiago UDN 1.156 0,45%
Irineu Rodrigues da Silva PR 1.139 0,45%
Gabriel Maia PSB 1.122 0,44%
Severino Alves da Silveira UDN 1.080 0,42%
Luis Bernardo da Silva PSP 1.056 0,41%
José Mario Porto UDN 1.055 0,41%
Diógenes Nunes Chianca CDP 1.020 0,40%
João Lelis de Luna Freire CDP 1.020 0,40%
José Correia Lima PSP 1.020 0,40%
Artur Vilarim CDP 992 0,39%
José Clementino de Oliveira
UDN 889 0,35%
Junior
Abel Cavalcanti de
CDP 859 0,33%
Albuquerque
Ivaldo Falconi de Melo UDN 799 0,31%
João Mangueira Neto PSB 775 0,30%
José Caetano do Nascimento CDP 748 0,29%
Aristarco Dias de Araújo PTB 718 0,28%
Sinval Lacerda de Oliveira PSP 710 0,28%
252
A Parahyba pós-1930
253
A BAGACEIRA, Eleitoral
254
A Parahyba pós-1930
Legenda:
PR - Partido Republicano
PSP - Partido Social Progressista
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
CDP - Coligação Democrática Cristã
PRP - Partido de Representação Popular
UDN - União Democrática Nacional
PSB - Partido Socialista Brasileiro
255
Truque fotográ ico na campanha eleitoral de 1950. Pe. Cícero aparece ao lado de José Américo
(Fonte: Josué Sylvestre).
Campanha eleitoral de 1950: Ruy Carneiro faz o “v” da vitória para o povo.
(Fonte: Josué Sylvestre).
Passeata das mulheres, em Campina Grande, liderada por Félix Araújo.
(Fonte: Josué Sylvestre).
Os dois palanques das Coligações que disputaram as eleições para o governo do estado, em 1950.
(Fonte: Josué Sylvestre).
A BAGACEIRA, Eleitoral
José Américo faz discurso antológico na Praça da Bandeira, na memorável campanha de 1950
(Fonte: Josué Sylvestre).
260
A Parahyba pós-1930
Cajazeiras
261
A BAGACEIRA, Eleitoral
chapa por outro médico que também era neto do coronel Sabino Rolim,
o candidato a vice-prefeito, Sabino Rolim Guimarães. A estratégia não
conseguiu evitar a vitória do candidato Otacílio Jurema.
Campina Grande
262
A Parahyba pós-1930
Patos
263
A BAGACEIRA, Eleitoral
Santa Rita
264
A Parahyba pós-1930
265
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Virginio Veloso Borges 53.690 71,7% Eleito
Epitacio Cordeiro Pessoa
21.120 28,2%
Cavalcanti
Votos brancos 1.960
Votos nulos 2.754
Total apurado 79.524
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Francisco de Assis Chateaubriand
79.057 100% Eleito
Bandeira de Melo
Votos brancos 15.520
Votos nulos 4.332
Total apurado 98.909
266
A Parahyba pós-1930
Município: Piancó
Cargo: Prefeito
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Sebastião Clovis Brasilino 101 94,3% Eleito
Djalma Leite Ferreira 6 5,60%
Votos brancos 22
Votos nulos 2
Total apurado 131
267
A BAGACEIRA, Eleitoral
Município: Piancó
Cargo: Vereador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Ademar Alvino da Silva CDP 3 50%
Bernardino de Carvalho
CDP 1 16,6%
Camara
Diogenes Lopes Leite CDP 1 16,6%
Manuel da Paciencia Loureiro CDP 1 16,6%
Votos brancos 125
Votos nulos 0
Total apurado 131
268
A Parahyba pós-1930
269
A BAGACEIRA, Eleitoral
270
A Parahyba pós-1930
concentrados nas mãos, ou melhor, nos bolsos das che ias políticas do interior da Parahyba.
Josué Sylvestre, in NACIONALISMO & CORONELISMO – FATOS E PERSONAGENS DA
HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA (1954/1964). Brasília: Senado Federal,
1988, p. 41 e 44.
31 A semelhança com outro candidato ao Senado, na década de 1990, o empresário Ney
Robinson Suassuna, é muito grande, pelo fato deste residir no Rio de Janeiro, principal
motivo alegado pelos seus adversários para criticar o seu projeto político de representar a
Parahyba.
32 Josué Sylvestre, in NACIONALISMO & CORONELISMO – FATOS E PERSONAGENS DA
HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA (1954/1964). Brasília: Senado Federal,
1988, p. 44.
271
A BAGACEIRA, Eleitoral
272
A Parahyba pós-1930
Cargo: Senador
Partido / %
Candidato Votação Situação
Coligação válidos
João Cavalcanti Arruda Sobrinho UDN 110.000 25,3% Eleito
Argemiro de Figueiredo UDN 109.416 25,1% Eleito
Francisco de Assis Chateaubriand
PSD 103.713 23,8%
Bandeira de Melo
Virginio Veloso Borges PL 101.871 23,4%
Hermano Alfredo Neto de Sá PTB 9.193 2,11%
José Demetrio de Albuquerque
PST 475 0,10%
Silva
Votos brancos 57.616
Votos nulos 7.350
Total apurado 499.634
Exibir por nome completo
Legenda:
PL - Partido Libertador
PSD - Partido Social Democrático
PST - Partido Social Trabalhista
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
UDN - União Democrática Nacional
33 Fernando Morais apud Armando Nóbrega Marinho, in PARAÍBA – Nomes do Século. Assis
Chateaubriand. Ed. A UNIÃO, p. 31.
273
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
CDN - Coligacao Democratica Nacional (PSD/pl)
PST - Partido Social Trabalhista
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
UDN - União Democrática Nacional
274
A Parahyba pós-1930
Legenda:
CDN - Coligacao Democratica Nacional (PSD/pl)
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
UDN - União Democrática Nacional
275
A BAGACEIRA, Eleitoral
276
A Parahyba pós-1930
277
A BAGACEIRA, Eleitoral
278
A Parahyba pós-1930
279
A BAGACEIRA, Eleitoral
280
A Parahyba pós-1930
Legenda:
PR - Partido Republicano
PL - Partido Libertador
PST - Partido Social Trabalhista
PSP - Partido Social Progresista
PSD - Partido Social Democrático
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
UDN - União Democrática Nacional
PSB - Partido Socialista Brasileiro
(Fonte: Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba: http://www.tre.pb.gov.br. Visitado em
13.08.2010)
281
A BAGACEIRA, Eleitoral
282
A Parahyba pós-1930
283
Caravana argemirista vinda da zona rural do município para um dos
comícios da campanha senatorial de 1954.
(Fonte: Josué Sylvestre).
O famoso cantor e compositor Luiz Gonzaga, em Campina Grande, para participar de comício
pró Chateaubriand. Aparecem também, entre outros, os Srs. Severino Cabral, Alvino Pimentel,
José Lopes de Andrade e Francisco Anselmo
(Fonte: Josué Sylvestre).
CAPÍTULO VII
Eleição de 1955:
O pacto das elites
285
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
eleição de 1955 se caracterizou pelo acordo celebrado entre
udenistas e pessedistas, em torno de um candidato de consenso, o
usineiro Flávio Ribeiro Coutinho, que foi candidato pela Coligação
formada pela UDN/PSD e PL.
O candidato a vice-governador foi o alagoanovense, Pedro Moreno
Gondim. A chapa udeno-pessedista foi construída na base da amizade. Flávio
Ribeiro Coutinho era amigo de Argemiro de Figueiredo, enquanto que Pedro
Gondim era amigo de José Américo. Assim, cada um dos caciques colocava
no governo uma pessoa de sua estreita con iança.
Selada a “paci icação” entre udenistas e pessedistas, o povo estava
alijado do acordo, que era conveniente principalmente para José Américo de
Almeida, isto porque
1 Segundo Josué Sylvestre, a “paci icação” proposta por José Américo de Almeida representou
um plano político pessoal arquitetado quando regressava do Ministério da Viação e Obras
e que o livrasse de se empenhar numa luta eleitoral pela sua sucessão, e afastasse o risco de
uma derrota nas urnas. (In Ob. Cit., p. 81/82).
286
Eleição de 1955: o pacto das elites
Apoiado por Damásio Franca e pelos comunistas, Renato Teixeira Bastos foi
lançado candidato pela Coligação integrada pelo PST/PCB e PTB.
É claro que o resultado não poderia ser outro senão a vitória dos
candidatos da chapa udeno-pessedista, haja vista que os seus apoiadores eram
verdadeiros “donos” da maioria dos votos. Inversamente, Renato Bastos não
tinha voto e nem verba, o que explica a sua derrota em todos os municípios do
estado, embora tenha obtido expressivas votações na capital, Mamanguape e
Santa Rita, devido à grande mobilização do operariado das usinas.
Foi uma das mais disputas eleitorais mais desiguais de que se tem
notícia em nosso estado, embora fosse reconhecida, repita-se, a capacidade
do intelectual e moral do Renato Bastos. O vitorioso obteve pouco mais de
noventa por cento dos votos, enquanto que o advogado icou com menos de
dez por cento da votação.
Finda a eleição e efetivada a posse no cargo, houve a “partilha
do poder”, tendo a UDN abocanhado a maior parte das secretarias, o PSD
algumas e o PL, apenas duas.
Cargo: Presidente
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Juarez Távora 114.128 51,3%
Juscelino Kubitscheck de
81.307 36,6% Eleito
Oliveira
Adhemar de Barros 16.813 7,56%
Plínio Salgado 9.900 4,45%
Votos brancos 8.182
Votos nulos 9.433
Total apurado 239.763
287
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Governador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Flávio Ribeiro Coutinho UDN 180.228 90,3% Eleito
Renato Teixeira Bastos PST 19.251 9,65%
Votos brancos 37.425
Votos nulos 2.859
Total apurado 239.763
Legenda:
PST - Partido Socialista Trabalhista
UDN - União Democrática Nacional
288
Eleição de 1955: o pacto das elites
Cajazeiras
Campina Grande
289
A BAGACEIRA, Eleitoral
290
Eleição de 1955: o pacto das elites
Guarabira
Patos
Santa Rita
291
A BAGACEIRA, Eleitoral
292
Eleição de 1955: o pacto das elites
293
A BAGACEIRA, Eleitoral
294
CAPÍTULO VIII
As eleições de 1958:
a derrota de um mito
* Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, in PODER, ALEGRIA DOS HOMENS. João Pessoa: Grá ica
A Imprensa, p. 99/100.
295
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
Indústria da Seca, além de outros motivos, explicam a vitória de
Ruy Carneiro na histórica eleição de 1958, pois,
296
As eleições de 1958: a derrota de um mito
297
A BAGACEIRA, Eleitoral
298
As eleições de 1958: a derrota de um mito
Cargo: Senador
Partido / %
Candidato Votação Situação
Coligação válidos
Ruy Carneiro PSD 134.179 55,1% Eleito
José Américo de Almeida UDN/PL 109.160 44,8%
Votos brancos 11.888
Votos nulos 7.000
Total apurado 262.227
Legenda:
UDN/PL - Coligação UDN/PL
PSD - Partido Social Democrático
Legenda:
UDN/PL - Coligação UDN/PL
PSD - Partido Social Democrático
299
A BAGACEIRA, Eleitoral
300
As eleições de 1958: a derrota de um mito
Legenda:
PSP - Partido Social Progressista
PSD - Partido Social Democrático
PST - Partido Social Trabalhista
CNL - Coligação Nacionalista Libertadora
301
A BAGACEIRA, Eleitoral
302
As eleições de 1958: a derrota de um mito
303
A BAGACEIRA, Eleitoral
304
As eleições de 1958: a derrota de um mito
305
A BAGACEIRA, Eleitoral
306
As eleições de 1958: a derrota de um mito
307
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
PSP - Partido Social Prgressista
PR - Partido Republicano
PSD - Partido Social Democrático
PRP - Partido de Representação Popular
CNL - Coligação Nacionalista Libertadora
PSB - Partido Socialista Brasileiro
308
As eleições de 1958: a derrota de um mito
Campina Grande
8 Para Josué Sylvestre, foi Albano quem teria inaugurado o marketing político-eleitoral na
provinciana política de Campina Grande: “...Baseado nas pesquisas que eram levantadas
permanentemente, Albano orientava o direcionamento dos textos escritos pelo excelente
articulista pernambucano Geraldo Seabra, as peças publicitárias preparadas no Recife e as
músicas compostas por Ademar Paiva, consagrado compositor recifense. A ϔigura de Jorge
Albano virou mito. Como ele pouco aparecia em público e era totalmente desconhecido das
‘rodas’ de comentários políticos, muita gente achava que Albano não existia. Era uma invenção
da assessoria cabralista.” (in NACIONALISMO & CORONELISMO – FATOS E PERSONAGENS
DA HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA (1954/1964). Brasília: Ed. Senado,
1988, p. 206.
309
A BAGACEIRA, Eleitoral
310
As eleições de 1958: a derrota de um mito
11 Completa Josué Sylvestre sobre o episódio: “Nas primeiras horas, a autoria dos ‘atentados’ à
propriedade privada foi logo atribuída ao pessoal do PC. Nos telefonemas, nas ϔilas dos locais
de votação, no Largo da Flórida e na Praça da Bandeira, diziam os adeptos de Newton Rique
– ‘isso é coisa de comunistas’ (…). Não era. Tudo foi meticulosamente arquitetado debaixo
do maior sigilo por elementos da ‘assessoria doméstica’, de Severino Cabral, no melhor estilo
coronelista.” ( in Ob. Cit., p. 263/264).
311
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cajazeiras
Guarabira
312
As eleições de 1958: a derrota de um mito
Patos
Prefeito Votação
Bivar Olintho de Melo e Silva 4.802 votos
José Cavalcanti 3.959 votos
Vice-prefeito
Otávio Pires de Lacerda 3.238 votos
Francisco Soares de Sá 3.076 votos
Bossuet Wanderley da Nóbrega 2.228 votos
313
A BAGACEIRA, Eleitoral
Santa Rita
314
As eleições de 1958: a derrota de um mito
315
CAPÍTULO IX
Um novo fenômeno
eleitoral na Parahyba
317
A BAGACEIRA, Eleitoral
D
epois da histórica campanha eleitoral de 1950 para o governo do
estado, a de 1960 parece ter sido a mais movimentada de todos os
tempos e a que mais mexeu com as paixões do eleitorado paraibano,
a tal ponto de, segundo testemunho do jornalista Benedito Maia,
318
Um novo fenômeno eleitoral na Parahyba
319
A BAGACEIRA, Eleitoral
4 Quarenta e seis anos depois, nas eleições para governador, em 2006, o candidato à reeleição,
Cássio Rodrigues da Cunha Lima repetia a mesma conduta. Processado por abuso de poder
político, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba pelo uso do jornal
o icial em prol de sua reeleição. O caráter estatal do Jornal A UNIÃO explica as constantes
alterações nas suas linhas editorais icando ao sabor das mudanças dos governantes que
disputam o poder do estado. É impossível imaginar que seus administradores deixem de
exercer o controle sobre a produção e circulação de suas notícias e informações.
320
Um novo fenômeno eleitoral na Parahyba
321
A BAGACEIRA, Eleitoral
322
Um novo fenômeno eleitoral na Parahyba
323
A BAGACEIRA, Eleitoral
9 Com base nas lições de Irlys Barreira, Railane Martins de Araújo a irma que o signo da
ruptura é recorrente nos processos políticos nas campanhas políticas da Parahyba ao
longo da história: “o discurso da ‘ruptura’ apareceu em diferentes momentos, forjando
uma cultura política a qual sempre que necessário é evocada pelos políticos locais, como
no caso de Gondim.” Segundo a mesma autora, no jogo eleitoral paraibano, dois elementos
são responsáveis pelos signi icados das disputas eleitorais: o novo e o povo. Articulados,
tornam-se as representações mais recorrentes nas campanhas eleitorais. No caso de Pedro
Gondim, a ruptura com o PSD representou o discurso do novo e nas mãos do povo (no caso,
os eleitores), estavam sendo colocada a alternativa para o futuro da Parahyba. (In Ob. Cit.,
p. 46 e 49).
10 Railane Martins de Araújo, in Ob. Cit., p. 45.
324
Um novo fenômeno eleitoral na Parahyba
Fora do poder, Pedro Gondim não podia mais contar com o jornal
12
A UNIÃO, que passou a fazer a propaganda negativa de sua candidatura,
tachando-o de ingrato, oportunista e traidor, ao mesmo tempo em que fazia
apologia de Janduy Carneiro, o candidato pessedista, governista e herdeiro
político do senador Ruy Carneiro.
325
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Governador
Partido / %
Candidato Votação Situação
Coligação válidos
Pedro Moreno Gondim 148.960 54,5% Eleito
José Janduhy Carneiro 124.041 45,4%
Votos brancos 8.165
Votos nulos 4.479
326
CAPÍTULO X
1962: Eleição e
Reforma Agrária
327
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
“Revolução de 1930”, embora tenha cercado de maiores garantias o
voto secreto, editado o primeiro Código que tratasse de eleições e
transferido todo o processo eleitoral a órgãos do poder judiciário,
não foi capaz de mudar a estrutura fundiária do país, que permaneceu
intacta, concentrada nas mãos de poucos, Senhores de Engenhos e Coronéis
do interior, donos da terra, de homens e dos seus votos.
Essa estrutura agrária começou a ser questionada a partir da
década de 1960, período em que a Parahyba começou a experimentar
momentos de efervescência social promovidos pelas Associações de
Lavradores e Trabalhadores Agrícolas que em nosso estado receberam o
nome de Ligas Camponesas.1
Segundo um dos seus líderes, durante as reuniões dessas
associações os trabalhadores não podiam tecer nenhum comentário sobre
política partidária, embora não se admitisse qualquer discriminação a quem
fosse militante de partidos políticos.2
Nessa fase e durante o processo eleitoral, os trabalhadores rurais
sofriam constrangimentos morais3 de toda ordem por parte de seus patrões,
con irmando ainda, mesmo depois da “Revolução de 30”, as práticas do voto
de cabresto e do mapismo, conforme depõe o escritor Assis Lemos:
1 A primeira Liga Camponesa que surgiu na Parahyba foi a Associação dos Lavradores e
Trabalhadores Agrícolas de Sapé, fundada em fevereiro de 1958, com a inalidade de prestar
assistência social e jurídica aos seus associados. Dentre os seus fundadores, destacaram-se
o líder João Pedro Teixeira (Vice-Presidente); Pedro Inácio de Araújo (Pedro Fazendeiro,
(Primeiro Secretário) e o seu orador, João Alfredo Dias (Nego Fuba).
2 Francisco de Assis Lemos, in NORDESTE – O Vietnã que não houve. Ligas camponesas e
o golpe de 64. Edições Linha D’água, 2ª ed., p. 24.
3 Narra Assis Lemos que nas Usinas da região de Várzeas do Paraíba havia o “cabouco”, que
era o local onde se puniam os camponeses que reclamassem das condições de trabalho ou
que, nas eleições, não votassem nos candidatos dos usineiros: “Era um tanque escuro,
onde se colocava o trabalhador, que ϔicava horas com água até a altura da boca, misturando
urina e fezes até que, na iminência de afogamento, o retirassem. Muitos morriam.” (Francisco
de Assis Lemos. As Ligas Camponesas. In A PARAÍBA NOS 500 ANOS DO BRASIL. Editora
A UNIÃO, p. 133.
328
1962: eleição e reforma agrária
329
A BAGACEIRA, Eleitoral
Para os cargos de nível federal, José Jof ily foi lançado como
candidato ao Senado e à Câmara dos Deputados, não tendo obtido êxito em
nenhuma das eleições.
Alguns companheiros, defensores ou simpatizantes das causas
camponesas, embora iliados a outras agremiações partidárias foram eleitos
para a Assembleia do Estado, a exemplo de Langstein Almeida, Figueiredo
Agra e Raymundo Asfora, Ronaldo Cunha Lima, Mário Silveira, José
Maranhão, Waldir dos Santos Lima e José Lira e até para a Câmara Federal,
como Jacob Frantz.5
Francisco de Assis Lemos, também candidato, lançou um manifesto
ao eleitorado do estado:
330
1962: eleição e reforma agrária
Itabaiana
331
A BAGACEIRA, Eleitoral
332
1962: eleição e reforma agrária
9 Praxedes Pitanga, in Memórias - Minha vida, minhas lutas. João Pessoa: 1988, p. 222.
10 Idem.
11 Flávio Sátyro Fernandes, in Ob. Cit., p. 351.
333
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cajazeiras
Campina Grande
12 Registra Francisco Cartaxo Rolim que a igura carismática de maior relevo em Cajazeiras no
período entre 1945-1964 foi Otacílio Guimarães Jurema. Uma de suas facetas foi registrada
por Otacílio Dantas Cartaxo:
“Dizem que você foi tomando conhecimento dos problemas da cidade e chamou o preto Cícero
Ramos, dizendo:
- Taqui cinqüenta mil reis e você vai alugar uma casa e encher de mulheres e um tocador...
- Mas doutor, o senhor vai me sacriϔicar, porque o bispo não quer isso não.
- Besteira, negro! É um problema da cidade. Você já viu uma cidade sem igreja, cemitério e
cabaré? Os coronéis não têm uma rua dos ‘Sete Pecados’ e logo no oitão da igreja, e porque
o bispo tolera isso, hein? Vi isso no Rio, e bote uma tabuleta com o nome ‘Gato Preto’ e tome
conta do negócio. .Não me falte!”. (Francisco Cartaxo Rolim, in Ob. Cit., p. 147).
334
1962: eleição e reforma agrária
335
A BAGACEIRA, Eleitoral
Guarabira
Sousa
336
1962: eleição e reforma agrária
337
Assis Lemos, primeiro representante das Ligas Camponesas
eleito para a Assembleia Legislativa do Estado.
(Fonte: Assis Lemos)
CAPÍTULO XI
Oratória e populismo
nas eleições da
Parahyba
339
A BAGACEIRA, Eleitoral
J
osé Murilo de Carvalho atribui ao então prefeito do Rio de Janeiro na
década de 1940, Pedro Ernesto, a inauguração, em terras brasileiras,
da política populista, fenômeno que marcou, além do Brasil, outros
países da América Latina, principalmente a Argentina (o peronismo,
através do casal Juan Peron e Isabelita Peron) e o Peru (com Salvador
Alhende).
Segundo o mesmo autor, o líder carioca buscou o apoio da
população pobre das favelas, dando-lhe a oportunidade de participação
na política, tendo sido o primeiro líder no Brasil a usar de forma eficiente
o rádio em suas campanhas eleitorais.2 Tachado de “comunista” pelo
Estado-Novo varguista, foi preso e processado, chegando a perder o
cargo.
O populismo,
1 In O Populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2003, p. 47.
2 José Murilo de Carvalho, in CIDADANIA NO BRASIL – O longo caminho. Rio de Janeiro:
Ed. Civilização Brasileira, 2007, p. 105. Para Francisco Welfort, a primeira forma de
manifestação populista de massas foi o “queremismo”, expressão oriunda do slogan “nós
queremos Getúlio, movimento de opinião organizado por Vargas no im do Estado-Novo.
(in Ob. Cit., p. 47). Da mesma opinião, comunga Argemiro Brum, para quem a prática da
política populista emergiu na vida brasileira com Getúlio.
340
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
Argemiro de Figueiredo
copiou de João Pessoa o estilo de
conceder audiências públicas. Além de
lideranças políticas de todo o estado,
recebia o povo em geral durante horas
(Fonte: Josué Sylvestre) in indáveis. Fazia questão de iscalizar,
in loco, as obras públicas, fazendo-se
acompanhar de grande comitiva, como forma de atrair a atenção popular.
Fundou a Rádio Tabajara, em 25 de janeiro de 1937, até hoje a rádio
o icial do estado. Do nacionalismo estadonovista de Vargas que, por sua vez, seguia
o estilo nazi-facista de Hitler e Mussolini, Argemiro incorporou às cerimônias
cívicas, os des iles e outras formas de propagar as suas ações administrativas.
Antes mesmo de Getúlio Vargas criar o DIP (Departamento de Imprensa
e Propaganda), em 1939, Argemiro antecipava, na Parahyba, precisamente em 17
de dezembro de 1937, o Departamento de Estatística e Publicidade. Assim, Rádio
(Tabajara) e Jornal (A UNIÃO) o iciais izeram uma maciça propaganda, ajudando
a consolidar o argemirismo, principalmente no interior do estado, através de
difusoras localizadas nas feiras e locais de grande aglomeração pública:
345
A BAGACEIRA, Eleitoral
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
347
A BAGACEIRA, Eleitoral
348
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
(...) Durante dez longos anos, de manhã à noite, ele não fazia
outra cousa senão receber paraibanos que que lhe iam pedir
emprego, passagem de volta, internamento em hospital,
soluções pendentes de despachos das autoridades, pequenos
auxílios em dinheiro. (Oswaldo Trigueiro)
349
A BAGACEIRA, Eleitoral
350
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
351
A BAGACEIRA, Eleitoral
25 Analisando as ações de Rui Carneiro no Senado, Oswaldo Trigueiro a irma que Rui
foi um senador em tempo integral. O uso da tribuna, a participação em comissões do
Senado, a apresentação de projetos de lei ou a emissão de pareceres não era o forte do
senador paraibano. Mas o exercício do que é considerado “o varejo da política” era a sua
especialidade principal: “...dedicava praticamente todo o tempo à tarefa de responder cartas
e de pessoalmente atender à legião dos paraibanos que lhe iam pedir empregos, passagens,
dinheiro e recomendações de toda sorte.” (Ob. Cit., p. 71).
26 Marcus Odilon. In Poder, Alegria dos Homens. p. 123.
27 Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, in Flávio Ribeiro Coutinho – Paraíba: Nomes do Século.
A UNIÃO EDITORA, p. 47.
352
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
Rui Carneiro. O seu estilo ϔilantrópico seria imitado pelas futuras “primeiras-
damas do estado” que passaram a ocupar postos na administração pública
com o im de executar os programas sociais estatais.28
Por tais motivos é que Oswaldo Trigueiro atribuiu grande parte
da popularidade de Ruy Carneiro à atuação de sua mulher D. Alice Carneiro
que, durante o seu governo, praticamente visitou todas as instituições
de caridade e bairros pobres da capital, prestando assistência aos mais
necessitados, atividade que teve fortes re lexos nos pleitos que Rui Carneiro
disputou, dentre as quais a eleição de 1958:
28 Anos depois, o ex-governador Wilson Leite Braga, criou a FUNSAT, Fundação Social de
Assistência, e entregou a direção à sua esposa, a Sra. Lúcia Navarro Braga, o que certamente
pavimentou a sua eleição para a Câmara dos Deputados, tornando-se a primeira deputada
federal eleita pela Parahyba.
29 Oswaldo Trigueiro, in Ob. Cit., p. 70.
30 Para um dos biógrafos de Ruy Carneiro, Armando Nóbrega, Ruy falava a linguagem do povo.
Nos comícios, era aclamado pelo povo mais simples de “ruscarneiro”, que mal conseguia
pronunciar o seu nome. Comentando a histeria coletiva que dominava o povo com a
presença de seu líder, Armando Nóbrega comenta a simbiose entre Ruy e o populacho:
“Paraibanos! Acabo de chegar no ‘Constelation da Panair’ - eram as suas primeiras palavras,
o bastante para apagar as belas frases de poetas e oradores candentes, das mentes simples e
desejosas de exaltar gente como elas mesmas. Ruy estava dizendo que acabara de chegar no
último avião da empresa aérea ‘Panair’, só que o povo não entendia assim ‘Constelation’, ele
pronunciava corretamente: ‘Constelexon’ e no mesmo caso, o nome da empresa, em francês
‘Paner’. Assim o povo entendia: ‘Acabo de chegar no constelexon da panela’, o que traduzia
353
A BAGACEIRA, Eleitoral
354
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
O populismo gondinista
O queremismo
getulista teve em Pedro Gondim
o seu representante. Em valiosa
contribuição para a historia da
(Fonte: Josué Sylvestre) política estadual, Railane Martins de
Araújo analisou as práticas populistas
do governador Pedro Gondim, que é considerado por alguns como o maior
líder populista que a Parahyba já teve, considerando a sua aproximação com
o povo mais necessitado do estado, à época, os trabalhadores rurais, que
fundaram as Ligas Camponesas, isto porque,
355
A BAGACEIRA, Eleitoral
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
357
A BAGACEIRA, Eleitoral
36 Arara, Itatuba, Jararaú, Boa Ventura, Areial, Monte Horebe, Salgado de São Félix, Puxinanã,
Carrapateira, Lagoa de Dentro, Ouro Velho, Santa Helena, Camalaú, Mogeiro, Serra Grande,
Queimadas, Barra de São Miguel, Livramento, Condado, Triunfo, São Sebastião de Lagoa de
Roça, Diamante, Manaíra, Duas Estradas, Nazarezinho, Fagundes, São José dos Cordeiros,
Lagoa, Lucena, Paulista, São Miguel do Taipu, Nova Olinda, Olho D’Água, Pitimbu, Santana
dos Garrotes, Juripiranga, Belém do Brejo do Cruz, Riacho dos Cavalos, Salgadinho, Santa
Terezinha, Passagem, Junco do Seridó, Boqueirão dos Cochos, São José do Sabugi, Vázea,
Mãe D’Água, Cuitegi, São José de Espinharas, Cacimba de Areia, Frei Martinho, Itapororoca,
Olivedos, Santa Cruz, Gurjão, Baía da Traição e São João do Tigre. O caráter eleitoreiro
disfarçado na criação de inúmeros municípios paraibanos foi criticado por Celso Mariz:
“...eram raros os distritos a serem desmembrados que atendessem, um mínimo sequer, das
exigências previstas na lei de organização municipal. Tentou-se até a criação de municípios
em localidades que não tinham conquistado, ainda, a condição de distrito, o que levou o
Governador Pedro Moreno Gondim a vetar alguns projetos sob esse justiϔicado fundamento.”
(in Ob. Cit., p. 140).
37 Celso Mariz, in Ob. Cit., p. 138/139.
38 Railane Martins de Araújo, in Ob. Cit., p. 65.
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
40 Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, in PODER, ALEGRIA DOS HOMENS. João Pessoa: Grá ica
A Imprensa, p. 175.
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
42 In Meninos, eu vi...e agora posso contar. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1988, p. 212\213.
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
45 Para quem, na campanha de 1950, “fez hinos para José Américo, comandou passeatas, atraiu
apoios eleitorais, convenceu indecisos, proferiu centenas de discursos, escreveu dezenas de
manifestos e boletins. Foi um gigante.” Josué Sylvestre, in Lutas de Vida e de Morte – Fatos e
personagens da História de Campina Grande (1945/1953). Brasília: Ed. Senado, p. 317.
365
A BAGACEIRA, Eleitoral
Raymundo Asfora
366
Oratória e populismo nas eleições da Parahyba
46 Ronaldo Cunha Lima, in Evangelho de Campina Grande apud José Nêumane Pinto (www.
neumane.com, Visitado em 25.08.2010.
367
A BAGACEIRA, Eleitoral
47 In Senhor e Servo da Palavra. (Capítulo da biogra ia de Ronaldo Cunha Lima, que está
sendo concluída pelo historiador José Octávio de Arruda Melo). www.neumanne.com
Visitado em 25.08.2010.
368
CAPÍTULO XII
A democracia ameaçada:
o Golpe de 1964 na
Parahyba
369
A BAGACEIRA, Eleitoral
A
cassação do prefeito de Campina Grande Newton Rique, por ato de
força do regime militar, provocou a eleição indireta, pela Câmara
Municipal, dos vereadores João Jerônimo da Costa e o ex-secretário
municipal, o advogado Noaldo Moreira Dantas, que foram eleitos prefeito e
vice-prefeito, respectivamente.
O parlamento estadual também foi duramente atingido, tendo sido
cassados os direitos políticos dos deputados estaduais: Langstein Almeida e
Agassiz Almeida, Assis Lemos, Francisco Souto Neto, José Targino Maranhão,
Mário Silveira e Sílvio Pélico Porto.
Os deputados federais Pedro Gondim, Antônio Vital do Rego e José
Jof ily e o vereador da capital, Antônio Augusto Arroxelas, também foram
vítimas do regime ditatorial.1
Dois atos normativos se destacaram em 1964.
Primeiro, o Ato Institucional nº 1, que, no seu artigo 2º, previu a
eleição indireta do presidente e do vice-presidente da República, que se
realizaria em 03 de outubro de 1965, pela maioria absoluta dos membros
do Congresso Nacional, em sessão pública e votação nominal. Caso não fosse
obtida a maioria absoluta na primeira votação, no mesmo dia haveria outra,
sendo considerado eleito quem tive obtiver maioria simples de votos. Em
caso de empate, a votação prosseguiria até que um dos candidatos obtivesse
a maioria.
O segundo ato normativo relevante de 1964 foi a Emenda
Constitucional nº 9, de 22 de julho de 1964, modi icando o art. 38 da
Constituição Federal de 1946 para prever a eleição simultânea, em todo o
país, de deputados, senadores, presidente e vice-presidente da República.
1 Não foi apenas parlamentares e chefes do poder executivo que foram cassados na Parahyba.
A magistratura também foi alvo do arbítrio militar. Os desembargadores do Tribunal de
Justiça, Emílio de Farias e João Santa Cruz. O primeiro, após proferir discurso contra a
cassação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Evandro Lins e Silva, Hermes Lima
e Victor Nunes Leal, teve a sua aposentadoria decretada compulsoriamente por ato da
presidência da República, em 29 de abril de 1969.
O então juiz, Humberto Cavalcanti de Mello, também foi atingido pelo Ato Institucional.
370
A democracia ameaçada: o Golpe de 1964 na Parahyba
371
A BAGACEIRA, Eleitoral
372
CAPÍTULO XIII
373
A BAGACEIRA, Eleitoral
A austeridade X o coração
Seria uma luta de che ias; Ruy, chefe do PSD; João, chefe da
UDN. (Severino Ramos)1
A
quela eleição para o governo do estado de 1965 teve algo de
inusitado. Além de haver sido a primeira eleição após o golpe militar
de 1964 foi a primeira vez que Ruy Carneiro se candidatou a um
cargo do poder executivo depois de exercer vários mandatos de senador.
Do ponto de vista normativo, o novo Código Eleitoral de 1965 – a
Lei nº 4.737 – entrou em vigor procurando reduzir algumas distorções nos
pleitos proporcionais – cláusula de barreira de 5%; maioria absoluta (sem
segundo turno popular) para cargos executivos – presidente, governador e
prefeito.
Em todo país, onze governadores foram eleitos pela via direta, João
Agripino Filho foi um deles.
Os outros dois nomes do PSD – Teotônio Neto e Humberto
Lucena – foram vetados pela cúpula do regime militar.2 Rui foi obrigado
a aceitar a candidatura à contragosto, haja vista que era conhecida a
sua preferência pelo Senado, onde intencionava encerrar a sua carreira
política.
Na convenção do partido, Ruy concorreu com Humberto Lucena,
após a desistência de Teotônio Neto. Venceu por uma pequena diferença de
5 votos e foi o candidato indicado.
Os órgãos estudantis que tiveram uma signi icativa participação
na campanha estavam proibidos de exercer atividades políticas. Por diversas
374
1965: a última eleição direta para governador
vezes, João Agripino precisou intervir junto aos militares para evitar que os
estudantes sofressem retaliações de parte do Governo federal.
O então deputado federal, Luiz Bronzeado, como das outras vezes,
provocou incidentes violentos na campanha.
Mas a grande novidade dessa eleição ainda estava por vir e
cairia como uma verdadeira “bomba” nas hostes da UDN, o lançamento da
candidatura de outro cacique, o campinense Argemiro de Figueiredo resolve
concorrer ao cargo de vice-governador na chapa pessedista. O jornalista
paraibano Severino Ramos assim comentou a repercussão dessa candidatura
na campanha de João Agripino:
375
A BAGACEIRA, Eleitoral
376
1965: a última eleição direta para governador
6 Na eleição municipal de Campina Grande, em 1947, Severino Cabral havia sido o grande
inanciador da campanha do candidato vitorioso americista, o médico Elpídio de Almeida.
7 Na opinião de Draul Ernany, sem Severino Cabral na chapa de João Agripino, este não teria
sido eleito governador, posto que Cabral “era o típico chefe político do interior: casava,
batizava, tinha centena de a ilhados, intervinha nas arbitrariedades da polícia, ajudava
a associações de classe e distribuía sua ação benfeitora à direita e à esquerda, sem ver a
cor e o engajamento de quem protegia.” (in Meninos, eu vi...e agora posso contar. Rio de
Janeiro: Ed. Record, 1988, p. 210).
377
A BAGACEIRA, Eleitoral
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1965: a última eleição direta para governador
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A BAGACEIRA, Eleitoral
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1965: a última eleição direta para governador
13 Não satisfeito com a atitude irresponsável cometida, registra Severino Ramos que o então
presidente da Corte Eleitoral espalhava nas rodas de amigos que tinha sido o responsável
pela vitória do agripinismo. Como resposta, João Agripino teria se utilizado de uma
artimanha. Conhecido por ser bem informado do que ocorria nos bastidores da cúpula
do poder central em Brasília, dada a sua proximidade com os militares, João induziu o
desembargador a pedir aposentadoria, alegando que seu cargo estava para ser cassado
a qualquer momento. Apreensivo com a informação, Negreiros pediu aposentadoria de
imediato e só, depois, descobriu que fora induzido a um erro por João Agripino. (in Ob. Cit.,
p. 116).
381
A BAGACEIRA, Eleitoral
382
1965: a última eleição direta para governador
momento, perder o cargo, caso o Tribunal Regional Eleitoral, ao julgar o mérito, venha a
negar provimento ao seu apelo.
15 Creio que é a partir dessa eleição que os políticos da Parahyba criaram a “jurisprudência” de
aceitar candidatos “podres” juridicamente (inelegíveis) em suas chapas, mas puxadores e
campeões de votos, mesmo correndo o risco de terem seus votos declarados nulos. Quando
assim não agem lançam as suas próprias candidaturas, conscientes de suas inelegibilidades
mas, por uma questão técnica e das brechas da legislação eleitoral, conseguem eleger outro
candidato de sua con iança. O exemplo mais claro desse fenômeno foi a candidatura de Lúcia
Braga à prefeitura da capital do estado, em 1992, pelo PDT. Ciente de sua inelegibilidade,
em razão do seu parentesco com o governador Wilson Braga, a candidata manteve a sua
candidatura até a undécima hora, só renunciando um dia antes do pleito. Como o seu nome
igurava na chapa o icial do TSE, o candidato CHICO FRANCA, que a substituiu, foi eleito com
o nome dela na chapa, o que considero um exemplo de verdadeiro “estelionato eleitoral”
institucionalizado.
16 Consta de trecho do voto do relator da decisão do TSE, que considerou o vice-governador
inelegível: “(...) Ora, para se ter a constatação de que a ‘renúncia’ foi uma farsa, não
representando a verdade, é bastante que se passe uma vista na Ata da Assembleia Geral
Extraordinária, de 17 de julho, no espaço, portanto, de dezesseis dias apenas, da suposta
‘renúncia’, e veriϔicar-se-á que, na mesma, nenhuma referência se faz ao ocorrido, o que é
imperdoável, pois, o Banco perdera o seu diretor-presidente o maior acionista, e a Assembleia
teria que tomar conhecimento do fato para dar-lhe substituto deϔinitivo, como reza o art. 9º,
dos Estatutos, o que, entretanto, não o fez.
Tudo foi, assim, um embuste. Indicado para candidato a vice-Governador, já no período da
vigência da Lei 4.738, outro remédio não tinha Cabral senão encaminhar ao Banco uma carta
de ‘renúncia’, ante-datada, procurando legalizar uma situação que não se compadecia com um
homem sério, apenamente para burlar normas moralizadoras dentro do espírito da Revolução
de 31 de março. (…).” (Acórdão nº 3. 966, de 30 de agosto de 1966, do TSE).
383
A BAGACEIRA, Eleitoral
384
1965: a última eleição direta para governador
Cargo: Governador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
João Agripino Filho
168.712 50,4% Eleito
Vice: Severino Bezerra Cabral
Ruy Carneiro
165.785 49,5%
Vice: Argemiro de Figueiredo
Votos brancos 4.110
Votos nulos 6.390
Total apurado 344.997
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 6.203 4.412 1.791 28,87%
Alagoa Nova 4.176 2.891 1.285 30,77%
Alagoinha 2.808 2.061 747 26,60%
Antenor Navarro 5.679 4.741 938 16,51%
Araruna 6.645 4.874 1.771 26,65%
Areia 7.276 5.216 2.060 28,31%
Aroeiras 2.929 2.230 699 23,86%
Bananeiras 5.197 3.920 1.277 24,57%
Belem 3.214 2.197 1.017 31,64%
Bonito 2.289 1.691 598 26,12%
Brejo do Cruz 4.785 3.785 1.000 20,89%
Cabaceiras 6.663 5.177 1.486 22,30%
Cabedelo 4.425 3.386 1.039 23,48%
Caiçara 6.141 4.473 1.668 27,16%
385
A BAGACEIRA, Eleitoral
386
1965: a última eleição direta para governador
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Ruy Carneiro MDB 192.497 51,2% Eleito
Aluisio Afonso Campos ARENA 183.320 48,7% Eleito
Votos brancos 21.909
Votos nulos 15.521
Total apurado 413.247
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA - Aliança Renovadora Nacional
387
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA - Aliança Renovadora Nacional
388
1965: a última eleição direta para governador
389
A BAGACEIRA, Eleitoral
390
1965: a última eleição direta para governador
391
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA1 - Aliança Renovadora Nacional 1
ARENA2 - Aliança Renovadora Nacional 2
392
1965: a última eleição direta para governador
393
A BAGACEIRA, Eleitoral
394
1965: a última eleição direta para governador
395
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
João Agripino Filho 137.373 27,0% Eleito
Argemiro de Figueiredo 110.835 21,8% Eleito
Aluisio Afonso Campos 109.286 21,5%
Drault Ernany de Melo e Silva 105.162 20,7%
José Jof ily Bezerra de Melo 45.348 8,92%
Votos brancos 90.809
Votos nulos 20.571
Total apurado 619.384
396
1965: a última eleição direta para governador
397
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
PSD - Partido Social Democrático
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
UDN - União Democrática Nacional
PSB - Partido Socialista Brasileiro
398
1965: a última eleição direta para governador
399
A BAGACEIRA, Eleitoral
400
1965: a última eleição direta para governador
401
A BAGACEIRA, Eleitoral
402
1965: a última eleição direta para governador
403
A BAGACEIRA, Eleitoral
Legenda:
PR - Partido Republicano
PL - Partido Libertador
PSD - Partido Social Democrático
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
PDC - Partido Democrata Cristão
UDN - União Democrática Nacional
PSB - Partido Socialista Brasileiro
404
1965: a última eleição direta para governador
405
A BAGACEIRA, Eleitoral
406
1965: a última eleição direta para governador
407
A BAGACEIRA, Eleitoral
408
1965: a última eleição direta para governador
Francisco Camilo de
Lagoa Seca PSD
Oliveira
Manuel Gonçalves de
Lastro PTB
Abrantes
Mataraca Idelfonso de Menezes Lyra UDN
Antônio Verissimo de
Montadas PDC
Sousa
Mulungú Adonis Sales PSD
Severino Vereano dos
Nova Palmeira PDC/PSD
Santos
Petronilo Epaminondas de
Pedra Branca PSD
Souza
Pilõesinho Fausto Alves de Sousa PDC
Antonio Alcides Candeia
Quixaba PTB
Pereira
Francisco de Oliveira
Santana de Mangueira UDN
Braga
Joaquim Mendes
São José da Lagoa Tapada PSD
Cavalcante
São José de Caiana Anatalicio Lopes da Silva PDC
São José do Bon im João Dino de Souto PSD
Serra Branca Alvaro Gaudencio Filho UDN
Tavares Tertuliano Nunes Morais PSD
409
A BAGACEIRA, Eleitoral
410
1965: a última eleição direta para governador
411
A BAGACEIRA, Eleitoral
412
1965: a última eleição direta para governador
Vereadores Partido
Antônio Mendes Ribeiro PRL
Osias Nacre Gomes PRL
José Mário Porto PRL
Joaquim Costa PRL
João Amorim PRL
Daniel Martinho Barbosa PRL
Severino Ayres PRL
Manuel Soares Londres PP
José Eduardo de Holanda PP
João Eduardo de Holanda PP
João Teixeira de Carvalho PP
Joaquim Vicente Torres PP
Osvaldo Pessoa PP
413
A BAGACEIRA, Eleitoral
Município Prefeito
Alagoa Grande Clodoaldo Trigueiro
Antenor Navarro Padre Cirilo de Sá
Araruna Demóstenes Cunha Lima
Bananeiras Pedro Augusto de Almeida
Bonito de Santa Fé Manuel Batista Leite
Brejo do Cruz Antônio Olímpio Maia
Cabaceiras José Barbosa
Caiçara Abdias Almeida
Cajazeiras Celso Matos
Catolé do Rocha Nathanel Maia
Conceição João Fausto de Figueiredo
Cruz do Espírito Santo Renato Ribeiro Coutinho
Cuité João Fonseca
Esperança Júlio Ribeiro
Guarabira Sabiniano Maia
Ingá Zacarias RibeiroLeite
Itabaiana Antônio Almeida
Itaporanga Praxedes Pitanga
Jatobá Malaquias Batista
João Pessoa Fernando Nóbrega
Juazeiro Francisco Correia de Queiroz
Laranjeiras Benedito Barbosa
Mamanguape Eduardo Ferreira
Monteiro E igênio Barbosa
Patos Clóvis Sátiro
Piancó Antônio Leite Montenegro
Picuhy José Xavier
Pilar João José Maroja
Pombal Sá Cavalcanti
Princesa Isabel José Cardoso
Santa Rita Flávio Maroja Filho
São João do Cariri Eduardo da Costa Brito
Sapé João Úrsulo R. Coutinho Filho
Santa Luzia Alcinto
Serraria Francisco Ruffo Correia
Souza Elládio Melo
Taperoá Abdon Marciel
Teixeira José Xavier
Umbuzeiro Carlos Pessoa
414
1965: a última eleição direta para governador
Prefeito Período
Celso Matos Rolim 1937/1940
Solidonio Jacome Palitot 1940
Severino Dias Novo 1940/1941
Juvêncio Vieira Carneiro 1941/1944
Heronides Ramos 1944/1945
Hidelbrando Assis 1945/1946
Manuel Cavalcanti de Lacerda 1946/1947
Antônio José de Souza 1947
Cristiano Cartaxo Rolim 1947
José Rolim Guimarães 1947
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.545 3.477 1.068 23,49%
Alagoa Nova 4.011 3.401 610 15,20%
Antenor Navarro 7.438 5.488 1.950 26,21%
Araruna 4.536 3.705 831 18,32%
Areia 6.286 5.360 926 14,73%
Bananeiras 8.973 6.755 2.218 24,71%
Batalhão 4.297 3.615 682 15,87%
415
A BAGACEIRA, Eleitoral
Bonito de Santa
1.780 1.292 488 27,41%
Fé
Brejo do Cruz 4.738 3.648 1.090 23,00%
Cabaceiras 5.971 4.908 1.063 17,80%
Caiçara 5.257 3.837 1.420 27,01%
Cajazeiras 8.910 6.661 2.249 25,24%
Campina Grande 40.393 30.260 10.133 25,08%
Catolé do Rocha 8.127 6.409 1.718 21,13%
Conceição 4.788 3.517 1.271 26,54%
Cuité 4.094 3.419 675 16,48%
Esperança 5.005 4.057 948 18,94%
Guarabira 9.557 6.842 2.715 28,40%
Ibiapinópolis 5.544 4.454 1.090 19,66%
Ingá 4.050 3.082 968 23,90%
Jatobá 2.279 1.875 404 17,72%
João Pessoa 32.165 23.972 8.193 25,47%
Maguari 5.940 4.445 1.495 25,16%
Mamanguape 11.210 8.394 2.816 25,12%
Misericordia 11.750 7.400 4.350 37,02%
Monteiro 12.706 9.906 2.800 22,03%
Patos 15.199 10.993 4.206 27,67%
Piancó 14.004 10.684 3.320 23,70%
Picui 4.622 4.046 576 12,46%
Pilar 4.128 3.081 1.047 25,36%
Pombal 12.486 10.242 2.244 17,97%
Princesa Isabel 7.871 4.441 3.430 43,57%
Santa Luzia 5.766 3.716 2.050 35,55%
Santa Rita 8.351 5.976 2.375 28,44%
São João do Cariri 7.876 5.824 2.052 26,05%
Sapé 6.772 5.130 1.642 24,24%
Serraria 5.316 4.932 384 07,22%
Souza 11.750 9.530 2.220 18,89%
Sumé 1.519 498 1.021 67,21%
Tabaiana 6.659 4.891 1.768 26,55%
Teixeira 5.751 4.383 1.368 23,78%
Umbuzeiro 5.785 4.811 974 16,83%
Fonte: Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba: http://www.tre.pb.gov.br. Visitado em
13.08.2010.
416
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.545 715 3.830 84,26%
Alagoa Nova 4.011 764 3.247 80,95%
Antenor Navarro 7.438 1.753 5.685 76,43%
Araruna 4.536 1.458 3.078 67,85%
Areia 6.286 1.059 5.227 83,15%
Bananeiras 8.973 1.105 7.868 87,68%
Bonito de Santa Fé 1.780 319 1.461 82,07%
Brejo do Cruz 4.738 357 4.381 92,46%
Cabaceiras 5.971 1.012 4.959 83,05%
Caiçara 5.257 1.737 3.520 66,95%
Cajazeiras 8.910 1.544 7.366 82,67%
Campina Grande 40.393 6.170 34.223 84,72%
Catolé do Rocha 8.127 336 7.791 95,86%
Conceição 4.788 997 3.791 79,17%
Cruz do Espiríto
5.490 2.169 3.321 60,49%
Santo
Cuité 4.094 792 3.302 80,65%
Esperança 5.005 699 4.306 86,03%
Guarabira 9.557 1.898 7.659 80,14%
Ingá 4.050 1.239 2.811 69,40%
Itabaiana 6.659 1.800 4.859 72,96%
Itaporanga 11.205 2.976 8.229 73,44%
Jatobá 2.279 600 1.679 73,67%
João Pessoa 32.165 13.981 18.184 56,53%
417
A BAGACEIRA, Eleitoral
418
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.545 592 3.953 86,97%
Alagoa Nova 4.011 1.064 2.947 73,47%
Antenor Navarro 7.438 1.375 6.063 81,51%
Araruna 4.536 794 3.742 82,49%
Areia 6.286 968 5.318 84,60%
Bananeiras 8.973 1.108 7.865 87,65%
Bonito de Santa Fé 1.780 307 1.473 82,75%
Brejo do Cruz 4.738 452 4.286 90,46%
Cabaceiras 5.971 1.513 4.458 74,66%
Caiçara 5.257 1.329 3.928 74,71%
Cajazeiras 8.910 2.097 6.813 76,46%
Campina Grande 40.393 5.158 35.235 87,23%
Catolé do Rocha 8.127 403 7.724 95,04%
Conceição 4.788 1.228 3.560 74,35%
Cruz do Espiríto
5.490 2.565 2.925 53,27%
Santo
Cuité 4.094 1.100 2.994 73,13%
Esperança 5.005 431 4.574 91,38%
Guarabira 9.557 1.254 8.303 86,87%
Ingá 4.050 1.547 2.503 61,80%
Itabaiana 6.659 652 6.007 90,20%
Itaporanga 11.205 4.858 6.347 56,64%
Jatobá 2.279 748 1.531 67,17%
João Pessoa 32.165 27.367 4.798 14,91%
419
A BAGACEIRA, Eleitoral
420
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.651 2.589 2.062 44,33%
Alagoa Nova 4.797 3.231 1.566 32,64%
Alagoinha 1.431 1.156 275 19,21%
Antenor Navarro 6.025 3.631 2.394 39,73%
Araruna 7.530 4.906 2.624 34,84%
Areia 7.723 4.779 2.944 38,12%
Aroeiras 3.028 2.110 918 30,31%
Bananeiras 7.770 4.616 3.154 40,59%
Bonito 2.344 1.262 1.082 46,16%
Brejo do Cruz 5.793 3.667 2.126 36,69%
Cabaceiras 7.363 5.093 2.270 30,83%
Caiçara 8.663 3.886 4.777 55,14%
Cajazeiras 10.597 6.265 4.332 40,87%
Campina Grande 50.700 24.264 26.436 52,14%
Catolé do Rocha 8.857 5.006 3.851 43,48%
Conceição 6.973 4.096 2.877 41,25%
Cruz do Espirito
4.260 2.629 1.631 38,28%
Santo
Cuité 4.391 2.511 1.880 42,81%
Curemas 4.232 2.224 2.008 47,44%
Esperança 5.709 3.356 2.353 41,21%
Guarabira 8.792 4.461 4.331 49,26%
Ingá 4.852 2.955 1.897 39,09%
Itabaiana 7.355 4.158 3.197 43,46%
Itaporanga 16.687 7.468 9.219 55,24%
João Pessoa 35.332 22.679 12.653 35,81%
421
A BAGACEIRA, Eleitoral
422
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.576 2.772 1.804 39,42%
Alagoa Nova 4.847 3.040 1.807 37,28%
Alagoinha 1.860 1.366 494 26,55%
Antenor Navarro 5.852 3.618 2.234 38,17%
Araruna 7.050 4.495 2.555 36,24%
Areia 7.697 3.774 3.923 50,96%
Aroeiras 3.525 2.001 1.524 43,23%
Bananeiras 7.425 2.840 4.585 61,75%
Bonito 2.545 1.514 1.031 40,51%
Brejo do Cruz 6.046 2.483 3.563 58,93%
Cabaceiras 7.119 3.768 3.351 47,07%
Caiçara 9.197 2.251 6.946 75,52%
Cajazeiras 10.450 5.803 4.647 44,46%
Campina Grande 54.013 25.880 28.133 52,08%
Catolé do Rocha 8.646 4.188 4.458 51,56%
Conceição 6.880 2.927 3.953 57,45%
Cruz do Espirito
4.359 2.734 1.625 37,27%
Santo
Cuité 4.781 3.201 1.580 33,04%
Curemas 4.534 2.143 2.391 52,73%
Esperança 5.989 3.731 2.258 37,70%
Guarabira 9.325 4.505 4.820 51,68%
Ingá 5.049 3.340 1.709 33,84%
Itabaiana 7.367 4.238 3.129 42,47%
Itaporanga 16.684 5.990 10.694 64,09%
João Pessoa 42.741 26.358 16.383 38,33%
Malta 2.635 2.483 152 05,76%
423
A BAGACEIRA, Eleitoral
424
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 2.925 2.753 172 05,88%
Alagoa Nova 3.148 2.861 287 09,11%
Alagoinha 1.398 1.306 92 06,58%
Antenor Navarro 4.078 3.810 268 06,57%
Araruna 4.888 4.355 533 10,90%
Areia 4.722 4.218 504 10,67%
Aroeiras 1.413 1.276 137 09,69%
Bananeiras 4.054 3.671 383 09,44%
Bonito 1.444 1.243 201 13,92%
Brejo do Cruz 4.055 3.706 349 08,60%
Cabaceiras 4.782 4.425 357 07,46%
Caiçara 4.273 4.031 242 05,66%
Cajazeiras 6.375 5.788 587 09,20%
Campina Grande 33.251 29.205 4.046 12,16%
Catolé do Rocha 6.514 5.862 652 10,00%
Conceição 4.289 3.755 534 12,45%
Cruz do Espirito
2.889 2.777 112 03,87%
Santo
Cuité 3.650 3.274 376 10,30%
Curemas 2.104 2.001 103 04,89%
Esperança 4.687 4.180 507 10,81%
Guarabira 5.360 4.761 599 11,17%
Ingá 2.845 2.556 289 10,15%
Itabaiana 4.954 4.612 342 06,90%
Itaporanga 6.226 5.541 685 11,00%
João Pessoa 34.482 31.082 3.400 09,86%
425
A BAGACEIRA, Eleitoral
426
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoinha 1.915 1.586 329 17,18%
Antenor Navarro 4.687 3.868 819 17,47%
Araruna 2.412 1.371 1.041 43,15%
Aroeiras 2.053 1.685 368 17,92%
Belem 2.074 1.747 327 15,76%
Bonito 1.846 1.368 478 25,89%
Brejo do Cruz 3.082 2.558 524 17,00%
Cabaceiras 2.108 1.262 846 40,13%
Cabedelo 3.003 2.543 460 15,31%
Cajazeiras 6.940 5.642 1.298 18,70%
Campina Grande 41.137 31.340 9.797 23,81%
Catolé do Rocha 5.881 4.786 1.095 18,61%
Conceição 3.410 2.232 1.178 34,54%
Coremas 3.159 2.279 880 27,85%
Cuité 2.273 1.603 670 29,47%
Esperança 5.169 3.876 1.293 25,01%
Guarabira 4.930 3.451 1.479 30%
Itaporanga 7.388 5.437 1.951 26,40%
Juazeirinho 1.600 1.474 126 07,87%
Malta 3.214 2.736 478 14,87%
Monteiro 6.699 4.306 2.393 35,72%
Patos 11.769 9.933 1.836 15,6%
Pedras de Fogo 2.235 1.828 407 18,21%
Piancó 7.439 5.664 1.775 23,86%
427
A BAGACEIRA, Eleitoral
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 4.018 3.418 600 14,93%
João Pessoa 44.833 32.923 11.910 26,56%
428
1965: a última eleição direta para governador
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Nova 3.945 2.960 985 24,96%
Alagoinha 2.000 1.296 704 35,2%
Antenor Navarro 5.561 4.849 712 12,80%
Araruna 6.344 4.746 1.598 25,18%
Areia 6.137 4.275 1.862 30,34%
Aroeiras 2.108 1.362 746 35,38%
Bananeiras 5.282 4.073 1.209 22,88%
Belem 2.521 1.525 996 39,50%
Bonito 2.111 1.619 492 23,30%
Brejo do Cruz 4.753 3.800 953 20,05%
Cabaceiras 6.105 5.169 936 15,33%
Cabedelo 3.200 2.293 907 28,34%
Caiçara 5.736 4.781 955 16,64%
Cajazeiras 8.042 6.005 2.037 25,33%
Campina Grande 39.728 27.349 12.379 31,15%
Catolé do Rocha 9.666 3.997 5.669 58,64%
Conceição 6.082 5.359 723 11,88%
Coremas 3.299 2.035 1.264 38,31%
Cruz do Espirito
3.444 2.484 960 27,87%
Santo
Cuité 4.443 3.700 743 16,72%
Esperança 5.848 4.566 1.282 21,92%
Guarabira 8.591 6.538 2.053 23,89%
Ingá 4.370 3.606 764 17,48%
Itabaiana 7.814 6.276 1.538 19,68%
Itaporanga 8.120 6.098 2.022 24,90%
João Pessoa 47.237 32.923 14.314 30,30%
Juarez Távora 4.724 3.418 1.306 27,64%
Juazeirinho 2.314 1.820 494 21,34%
429
A BAGACEIRA, Eleitoral
430
1965: a última eleição direta para governador
Cargo: Governador
Partido / %
Candidato Votação Situação
Coligação válidos
João Agripino Filho
168.712 50,4% Eleito
Vice: Severino Bezerra Cabral
Ruy Carneiro
165.785 49,5%
Vice: Argemiro de Figueiredo
Votos brancos 4.110
Votos nulos 6.390
Total apurado 344.997
Fonte: Tribunal Regional Eleitoral da Parahyba: http://www.tre.pb.gov.br. Visitado em
13.08.2010.
Comparecimentos e abstenções
Percentual
Município Eleitorado Comparecimento Abstenção
Abstenção
Alagoa Grande 6.203 4.412 1.791 28,87%
Alagoa Nova 4.176 2.891 1.285 30,77%
Alagoinha 2.808 2.061 747 26,60%
Antenor Navarro 5.679 4.741 938 16,51%
Araruna 6.645 4.874 1.771 26,65%
Areia 7.276 5.216 2.060 28,31%
Aroeiras 2.929 2.230 699 23,86%
Bananeiras 5.197 3.920 1.277 24,57%
Belem 3.214 2.197 1.017 31,64%
431
A BAGACEIRA, Eleitoral
432
1965: a última eleição direta para governador
433
A BAGACEIRA, Eleitoral
Cargo: Senador
Partido /
Candidato Votação % válidos Situação
Coligação
Ruy Carneiro MDB 192.497 51,2% Eleito
Aluisio Afonso Campos ARENA 183.320 48,7% Eleito
Votos brancos 21.909
Votos nulos 15.521
Total apurado 413.247
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA - Aliança Renovadora Nacional
434
1965: a última eleição direta para governador
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA - Aliança Renovadora Nacional
435
A BAGACEIRA, Eleitoral
436
1965: a última eleição direta para governador
437
A BAGACEIRA, Eleitoral
438
1965: a última eleição direta para governador
Legenda:
MDB - Movimento Democrático Brasileiro
ARENA1 - Aliança Renovadora Nacional 1
ARENA2 - Aliança Renovadora Nacional 2
439
A BAGACEIRA, Eleitoral
CARGOS ELETIVOS
EXECUTIVO
EXECUTIVO SENADO E CÂMARA EXECUTIVO ASSEMBLÉIAS
E CÂMARA
FEDERAL FEDERAL ESTADUAL LEGISLATIVAS
MUNICIPAL
ANO DO DEPUTADO PREFEITO,
PLEITO PRESIDENTE E VICE-
DEPUTADO ESTADUAL/ VICE-
PRESIDENTE DA GOVERNADOR
FEDERAL/ SENADOR DISTRITAL/ DE PREFEITO E
REPÚBLICA
TERRITÓRIO VEREADORES
Eleição Direta Eleição Direta
1945[1] _ _ _
2 de Dezembro 2 de Dezembro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta
1947 - Direta[2]
19 de Janeiro 19 de Janeiro 19 de Janeiro
19 de Janeiro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta
1950[3] Direta[4]
3 de Outubro 3 de Outubro 3 de Outubro 3 de Outubro
3 de Outubro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta
1954 _ Direta[5]
3 de Outubro 3 de Outubro 3 de Outubro
3 de Outubro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta
1955[6] _ _ Direta[7]
3 de Outubro 3 de Outubro
3 de Outubro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta
1958 _ Direta[8]
3 de Outubro 3 de Outubro 3 de Outubro
3 de Outubro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta
1960[9] _ _ Direta[10]
3 de Outubro 3 de Outubro
3 de Outubro
Eleição
Eleição Direta Eleição Direta Eleição Direta
1962 _ Direta[11]
7 de Outubro 7 de Outubro 7 de Outubro
7 de Outubro
CARGOS ELETIVOS
EXECUTIVO
SENADO E CÂMARA EXECUTIVO ASSEMBLÉIAS
EXECUTIVO FEDERAL E CÂMARA
FEDERAL ESTADUAL LEGISLATIVAS
MUNICIPAL
ANO DO DEPUTADO
PLEITO PRESIDENTE E VICE- PREFEITO,
DEPUTADO ESTADUAL/
PRESIDENTE DA GOVERNADOR VICE-PREFEITO
FEDERAL/ SENADOR DISTRITAL/ DE
REPÚBLICA E VEREADORES
TERRITÓRIO
Eleição Indireta[12]
1964 _ _ _ _
11 de Abril
Eleição
Eleição Direta
1965 _ _[13] _ Direta[14]
3 de Outubro
3 de Outubro
440
1965: a última eleição direta para governador
[5] Eleição para os cargos cujos mandatos terminariam até abril de 1955, na
forma da Resolução n.º 4.648 do Tribunal Superior Eleitoral, de 27-01-1954.
441
A BAGACEIRA, Eleitoral
442
O povo paraibano, origem do poder político.
(Fonte: Josué Sylvestre).
Em ano de eleição, na Parahyba, quem ganha é o funcionalismo público estadual, pois nunca
faltou dinheiro para o pagamento dos “barnabés”, sempre às vésperas de cada pleito. (Fonte:
Jornal A UNIÃO, de 1960).
Referências
446
Referências
447
A BAGACEIRA, Eleitoral
448
Referências
UNIÃO EDITORA.
_ AGRIPINO – O MAGO DE CATOLÉ. João Pessoa: EDITORA A UNIÃO,
1991.
REIS, Palhares Moreira. AS ELEIÇÕES INDIRETAS NO BRASIL. Recife:
Ed. Universitária de Pernambuco/UFPE, 1999, Volume I.
ROLIM, Francisco Cartaxo. DO BICO DE PENA À URNA ELETRÔNICA.
Recife: Ed. Bagaço, 2006.
SANTANA, Martha Maria Falcão de Carvalho e Morais. NORDESTE,
AÇUCAR E PODER. João Pessoa: Editora Universitária-UFPB, 1990.
_ PODER E INTERVENÇÃO ESTATAL (PARAÍBA – 1930-1940). João
Pessoa, Ed. Universitária-UFPB, 2000.
SÁTYRO, Ernani. RETRATOS À BICO DE PENA. Patos: Fundação Ernani
Sátyro, 1982.
SYLVESTRE, Josué. NACIONALISMO & CORONELISMO – FATOS E
PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA
(1954-1964). Senado Federal: Brasília, 1988.
- LUTAS DE VIDA E DE MORTE. FATOS E PERSONAGENS DA HISTÓRIA
DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA (1945-1953). Senado Federal:
Brasília, 1988.
_ DA REVOLUÇÃO DE 30 À QUEDA DO ESTADO NOVO - FATOS E
PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE E DA PARAÍBA
(1930-1945). Senado Federal: Brasília, 1993.
_ A Trajetória Interrompida de Félix Araújo. João Pessoa: A UNIÃO
EDITORA, 2004.
SOUSA, Verneck Abrantes de. A Trajetória Política de POMBAL.
IMPRELL, 1999.
449
A BAGACEIRA, Eleitoral
Internet:
Endereços eletrônicos:
Estação José Nêumane Pinto. www.neumanne.com. Visitado em
25.08.2010.
Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. www.tre-pb.gov.br. Visitado em
13 de agosto de 2010.
Tribunal Superior Eleitoral. www.tse.gov.br. Visitado em 20 de maio
de 2010.
Câmara dos Deputados. www.camara.gov.br. Visitado em 25 de maio
de 2010.
Senado Federal. www.senado.gov.br. Visitado em 30 de maio de 2010.
450