Indicações: Urgência: Pneumotórax. Nem todo pneumotórax deve ser drenado, ele deve ser abordado nas seguintes situações: Em quaisquer pacientes em ventilação mecânica. Pneumotórax > 1/3 do volume pulmonar. Pacientes clinicamente instáveis independentemente do tamanho do pneumotórax. Pneumotórax hipertensivo, após descompressão no 5º espaço intercostal. Recorrência ou persistência. Pneumotórax traumático. Qualquer paciente antes de transporte aéreo. Hemotórax. Derrame de conteúdo gástrico no espaço pleural por rotura esofagiana. Eletiva: Derrame pleural exsudativo (exceto em derrame parapneumônico simples). Derrames pleurais de origem maligna (inclusive para o procedimento de pleurodese). Derrame recorrente. Derrame parapneumônico complicado. Empiema. Quilotórax. Drenagem profilática após alguns tipos de cirurgia torácica. Critérios Para Drenagem do Líquido Pleural: pH < 7,2. Glicose < 40 mg/dl. LDH > 1000 UI/L. Presença de bactérias ou aspecto purulento. Contraindicações: não há contraindicação absoluta. Fatores como aderências intrapleurais, coleção pleural loculada, coagulopatias, infecção cutânea sobrejacente e doença maligna da parede torácica são consideradas contraindicações relativas, devendo, sempre que possível, serem corrigidas antes do procedimento. Riscos: Sangramento. Infecção. Empiema. Lesões de estruturas adjacentes: neurovascular, parênquima pulmonar, diafragmática, cardíaca, esplênica e hepática. Vazamento de ar persistente. Necessidade de toracotomia emergencial. Material: geralmente, há uma bandeja de drenagem pleural preparada para eventuais emergências. A drenagem de tórax é um procedimento estéril e sempre deve-se garantir a assepsia e antissepsia. Uso de TOM (touca, óculos e máscara), capote e luvas estéreis é mandatório. Deve ser realizada a lavagem de mãos e degermação do sítio a ser incisado. Equipamentos: Campo estéril. Gaze. Degermante. Anestésico local. Duas agulhas simples, uma de 25 gauge e outra de 18-22 gauge. Seringa de 10-20 ml. Cabo de bisturi e lâmina. Duas pinças hemostáticas longas (Kelly). Dreno de tórax. Porta agulhas. Fio de sutura 1.0 ou 0 não absorvível. Tesoura. Sistema coletor em selo d’agua. Técnica: Paciente deve ficar em decúbito dorsal ou lateral. O braço ipsilateral ao procedimento deve ser colocado sob a cabeça, para expor de forma adequada a parede torácica anterolateral. Antes do procedimento deve ser marcado o sítio em que será realizada a incisão. Ele corresponde ao triângulo de Safety, envolvendo a borda anterior do latíssimo do dorso, borda inferior do peitoral maior e o centro da axila. A punção deve se localizar no 5º ou 6º espaço intercostal.
Após marcar o local, realize a degermação do local, paramente-se com TOM,
capote, luvas estéreis e inicie a antissepsia do local. Realize a anestesia do ponto de punção, abrangendo a pele, periósseo e pleural parietal. Inicie com agulha 25 gauge realizando o botão superficial e, em seguida, utilize a 18-22 gauge. Sempre aspire antes de injetar o anestésico ou progredir com a entrada da agulha. Inicie a incisão da bele com bisturi a 1,5 cm abaixo do espaço intercostal selecionado para a passagem do dreno. Com a pinça Kelly, inicie a dissecção romba em direção transversa para sua margem superior até atingir a pleura parietal.
A pleura parietal deve estar vencida gentilmente através da penetração
controlada da Kelly. Sempre busque a borda superior da costela para evitar a lesão no feixe vasculonervoso que corre abaixo dela. Pince a extremidade do tubo com a pinça Kelly, impedindo que qualquer conteúdo adentre o tubo durante sua inserção e pince a parte distal do tubo com a 2ª pinça Kellu. Insira o tubo pinçado com a Kelly pelo caminho aberto feito por ela. Ao inseri-lo, deve-se desclampear a pinça e auxiliar a progressão do tubo com a mão, até toda a região de drenagem do tubo adentrar o espaço pleural (parte com as fenestras). No caso dos derrames pleurais, o tubo deve ser orientado para baixo, em direção à base pulmonar. Já na drenagem de pneumotórax o tubo será voltado para cima, em direção ao ápice. Conecte a extremidade distal do tubo no selo d'água (verifique antes se o selo contém mesmo água e se ele realmente funciona) e somente após solte a 2ª Kelly que ocluía a parte distal do tubo. A partir desse momento, você observará nitidamente a drenagem do derrame para o selo, e, no caso de pneumotórax, a formação de bolhas de ar. Se isso aconteceu, quer dizer que o sistema está funcionando. Agora realize afixação do tubo com nós em bailarina (nó na frente e cruza atrás). E realize pontos em “U” ou Donatti aproximando as bordas da incisão para evitar vazamento ao redor do tubo, aproximando a pele. Realizei radiografia em AP de tórax. Complicações: Hemorragia e hemotórax (gerada pela lesão de artérias intercostais). Lesão de estruturas torácicas (pulmão, coração, diafragma, aorta, veia cava etc.). Neuralgia por lesão dos nervos intercostais. Enfisema subcutâneo. Edema pulmonar de reexpansão (nas drenagens súbitas de volumes maiores que 1.000 ml). Complicações infecciosas (infecção do sítio de inserção do tubo, empiema e pneumonia).