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Brazilian Journal of Development 43939

ISSN: 2525-8761

Biossegurança, Biotecnologia e Nanotecnologia: contribuições para os


processos de ensino

Biosafety, Biotechnology and Nanotechnology: contributions to


teaching processes
DOI:10.34117/bjdv7n5-016

Recebimento dos originais: 07/04/2021


Aceitação para publicação: 03/05/2021

Marco Antonio Ferreira da Costa


Professor da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV / FIOCRUZ),
Doutor em Ciências
Av. Brasil, 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ - CEP: 21040-360
E-mail: marco.costa@fiocruz.br

Maria de Fátima Barrozo da Costa


Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP / FIOCRUZ),
Doutora em Saúde Pública
Av. Brasil, 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ - CEP: 21040-360
E-mail: mafa@ensp.fiocruz.br

RESUMO
O artigo discute a biossegurança frente às novas tecnologias, especificamente a moderna
biotecnologia e a nanotecnologia, como contribuição aos processos de ensino, e para isso
foi realizado um estudo descritivo-bibliográfico. O surgimento de novas tecnologias,
como as descritas anteriormente pode levar ao surgimento de novos riscos ocupacionais
e ambientais, além de gerar conflitos acadêmicos, éticos, religiosos, entre outros. Espera-
se que este artigo seja uma base de trabalho para docentes dos níveis Médio e
Superior das áreas de Física, Química, Biologia, Biossegurança, entre outras, no
sentido de colaborar para o planejamento das suas aulas, já que textos com a
integração desses temas – Biossegurança, Biotecnologia e Nanotecnologia, ainda
não são amplamente disponibilizados.

Palavras-chave: Novas Tecnologias; Educação; Convergência Tecnológica

ABSTRACT
The article discusses biosafety in the face of new technologies, specifically modern
biotechnology and nanotechnology, as a contribution to teaching processes, and for this,
a descriptive-bibliographic study was carried out. The emergence of new technologies,
such as those described above, may lead to the emergence of new occupational and
environmental risks, in addition to generating academic, ethical, religious conflicts,
among others. It is expected that this article will be a working base for teachers from the
Middle and Higher levels in the areas of Physics, Chemistry, Biology, Biosafety, among
others, in order to collaborate in the planning of their classes, since texts with the
integration of themes - Biosafety, Biotechnology and Nanotechnology, are not yet widely
available.

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ISSN: 2525-8761

Keywords: New Technologies; Education; Technological Convergence

1 INTRODUÇÃO
Não há consenso completo sobre os setores de tecnologia a serem considerados
sob o guarda-chuva das novas tecnologias. Isso pode incluir a microeletrônica,
biotecnologia moderna, nanotecnologia, novos materiais, robótica, novas fontes de
energia, telemática, aeronáutica, engenharia médica, telecomunicações, novas fontes de
energia, telefonia móvel, e acima de tudo, o desenvolvimento acelerado da ciência da
computação (FPRL, 2015).
De certa forma, a introdução de novas tecnologias está proporcionando uma
verdadeira revolução que requer a coordenação das ações de todos os setores afetados
para se obter uma maior qualidade de vida.
A crescente unificação entre ciência e tecnologia, que em 2020 teve seu auge,
exemplificado pelo desenvolvimento e produção, nunca vistos, de vacinas contra a Covid-
19, em diferentes plataformas tecnológicas, criando, novas bases para o conhecimento
científico, também apontou que a biossegurança é um campo estratégico do conhecimento
e essencial à segurança do ambiente e da saúde humana (ROCHA; BESSA; ALMEIDA,
2012).
Na área da saúde (ITODO et al, 2020) não tem sido alheia a essa influência e hoje
existem inúmeros procedimentos aos quais as novas tecnologias tem sido aplicadas: no
diagnóstico, monitoramento ou tratamento de doenças, registros médicos online,
dispositivos móveis para tratamento de doenças, equipamentos de diagnóstico, processos
automatizados, produção de insumos farmacêuticos, para elaboração de remédios e
vacinas (IFAs – Insumo Farmacêutico Ativo), e até consultas médicas na internet estão
entre esses avanços.
Portanto, este artigo busca realizar uma discussão sobre essa temática, ou seja, a
biossegurança frente as novas tecnologias, especificamente a moderna biotecnologia e a
nanotecnologia, como contribuição aos processos de ensino. Não está no escopo deste
artigo questões relacionadas a biotecnologia tradicional ou clássica, como a utilizada na
produção de laticínios, pães, bebidas, entre outros.
Espera-se que este artigo seja uma base de trabalho para docentes dos níveis
Médio e Superior das áreas de Física, Química, Biologia, Biossegurança, entre
outras, no sentido de colaborar para o planejamento das suas aulas, já que textos

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com a integração desses temas – Biossegurança, Biotecnologia e Nanotecnologia,


ainda não são amplamente disponibilizados.

2 BIOSSEGURANÇA, BIOTECNOLOGIA E NANOTECNOLOGIA


O surgimento de novas tecnologias, como as descritas anteriormente pode levar
ao surgimento de novos riscos ocupacionais. É fato que todo progresso traz mudanças, e
influencia a sociedade de maneira geral, e não algumas vezes, gera conflitos acadêmicos,
éticos, religiosos, entre outros. O que parece, a princípio ser uma fonte de benefícios,
pode estar repleto de riscos, daí a necessidade de se conhecer amplamente as questões
que envolvem a biossegurança atrelada a essas tecnologias. Areosa e Raposo (2009, p.
2) consideram que:

A ciência moderna encontra-se historicamente vinculada à ideia de evolução


tecnológica, sendo esta última entendida enquanto sinónimo de progresso,
emancipação, prosperidade, bem-estar social e liberdade, ou seja, no quadro da
racionalidade científica, a tecnologia surge conotada de forma claramente
positiva. Na verdade, a produção tecnológica teve a capacidade para
transformar a sua própria condição, a partir daquilo que seria, aparentemente,
apenas um fenómeno técnico, num fenómeno social, económico, político e
simbólico.

A Agência Européia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA, 2019)


define os riscos novos e emergentes, derivados das novas tecnologias, como algo que não
existia anteriormente e é causado por novos processos, novas tecnologias, novas relações
sociais ou organizacionais, que passam a impactar a sociedade, e exigem ações
mitigatórias, de controle, e muitas vezes, novos marcos regulatórios, como houve com a
biotecnologia moderna, e atualmente com a nanotecnologia. Esses novos perigos, com
seus consequentes riscos, tanto locais quanto globais, são criados pelos homens pelos
próprios mecanismos da modernidade (GIDDENS, 2002; 1991).
É importante compreender a diferença entre risco e incerteza: o risco é quando
não se sabe exatamente o que irá acontecer, mas se conhece as chances do que irá
acontecer, porque existe conhecimento disponível, chances essas subjetivas, porque pode
não acontecer, e incerteza, é quando não se conhece nem mesmo as chances do que pode
acontecer, porque não se tem conhecimento disponível. Lembrando que perigo é a fonte
dos riscos e incertezas, por exemplo, os processos biotecnológicos e nanotecnológicos
podem ser consideradas perigos (COSTA; COSTA, 2018a; SETZER, 2007; KNIGHT,
2005).

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Robert N. Proctor, professor de História da Ciência na Universidade de Stanford


(USA), em 1969, criou o termo “agnotologia” (PROCTOR, 2008), para definir o processo
de instaurar dúvidas e incertezas quanto ao desenvolvimento científico para a sociedade
(MOZER, 2005). A agnotologia provém da palavra grega “agnose” usada para definir a
ignorância ou "o não saber", e da “ontologia”, ramo da metafísica que trata da natureza
do ser. A “agnotologia” nada mais é que o estudo do processo de ignorância do
conhecimento, ou seja, é o não saber, que contrapõe o processo epistemológico do saber.
As novas tecnologias estão expostas, sobremaneira a essas táticas agnotológicas.
Schneider (2009, citado por REUSING; WACHOWICZ, 2019), ao analisar a “tática
agnotológica” lamenta a persistente distorção de informações, os ataques, as falsas
notícias, e as interpretações unilaterais, pagas por lobbies e corporações públicas ou
privadas que acrescidas da mídia acabam por retardar o desdobramento do pensamento
científico.
Por biotecnologia moderna entendemos os processos industriais e de pesquisa que
manipulam o DNA de organismos vivos, como plantas, animais ou microrganismos. Para
isso a biotecnologia moderna conta com uma poderosa ferramenta, a engenharia genética,
que consiste na manipulação direta dos genes de um organismo, geralmente através de técnicas
artificiais. Essas técnicas têm como objetivo melhorar ou criar produtos e organismos.
São vários os produtos gerados pela biotecnologia moderna à disposição da
sociedade (FLORÊNCIO et al., 2020; REIS et al., 2010), como, por exemplo:
• No campo da saúde, tanto na medicina humana, como na veterinária, na produção
de antibióticos, vacinas, hormônios, anticorpos, criação de órgãos para transplante,
mapeamento genético de microrganismos, moléculas com atividade farmacêutica, entre
muitos outros.
• Na agricultura, com a produção de plantas transgênicas, como soja, algodão,
várias frutas, entre outros, que tornam esses produtos resistentes a pragas e/ou aumentam
suas características nutricionais.
• Na pecuária, a criação de embriões e de animais geneticamente modificados, têm
contribuído para a produção de novos medicamentos.
• Na indústria são utilizados microrganismos geneticamente modificados (OGMs)
para produzir inúmeros produtos. A partir desses OGMs são desenvolvidos muitos
produtos alimentícios, químicos, combustíveis, enzimas, antibióticos, materiais (como
tecidos) e produtos para a saúde.

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• No meio ambiente, em processos ambientais de despoluição de águas, por


exemplo, por meio de microrganismos geneticamente modificados, o mapeamento
genético de espécies, entre outros.
No campo da saúde humana, o advento da biotecnologia moderna como área de
inovação, representa um grande potencial e, ao mesmo tempo, um grande desafio para os
governos e as agências reguladoras mundiais, porque os novos produtos e processos
gerados por essa tecnologia, também, podem favorecer o aparecimento de novos riscos.
No Brasil, as questões que envolvem a manipulação e comercialização de
Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e seus derivados, estão regulamentados
pelo decreto nº 5.591 de 22 de novembro de 2005. Este Decreto regulamenta dispositivos
da Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que estabelece normas de segurança e
mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o
transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a
comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos
geneticamente modificados - OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao
avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde
humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do
meio ambiente, bem como normas para o uso mediante autorização de células-tronco
embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não
utilizados no respectivo procedimento, para fins de pesquisa e terapia (BRASIL, 2005).
Essa mesma lei criou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio),
uma instância colegiada multidisciplinar, cuja finalidade é prestar apoio técnico
consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e
implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no
estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à
proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades
que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte,
comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados
(BRASIL, 2005).
Essa biossegurança atrelada aos OGMs, foi classificada em “Biossegurança
Legal”, porque tem uma lei específica que a regulamenta. Essa expressão foi criada por
Marco Costa e Fátima Costa, em 2002, que também chamaram de “Biossegurança
Praticada”, aquela que trata dos riscos ocupacionais (COSTA; COSTA, 2002) nas
instituições de saúde e que envolve os agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos

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e psicossociais presentes nesses ambientes, e que atualmente se reveste de grande


importância, haja vista a pandemia de Covid-19 (COSTA; COSTA, 2021a, 2021b; 2018a,
2018b; TEIXEIRA; VALLE, 2010).
A primeira discussão sobre os riscos da moderna biotecnologia, ocorreu em
Londres em 1971, patrocinada pela The British Society for Social Responsibility in
Science - BSSRS (Sociedade Britânica para a Responsabilidade Social em Ciência)
(MASSARANI, 2003).
Em fevereiro de 1975, na reunião de Azilomar, cidade próxima a Monterrey, na
Califórnia, patrocinada pela Academia de Ciências dos Estados Unidos, e com dezenas
de personalidades da ciência, a comunidade científica, discutiu os impactos da engenharia
genética na sociedade (BARINAGA, 2000). Chegou-se ao consenso, nesse encontro, de
que as pesquisas no campo da engenharia genética deveriam continuar, em função das
amplas possibilidades da sua aplicação, porém, deveriam ser buscados mecanismos para
se estabelecer barreiras físicas e biológicas de segurança para os pesquisadores
envolvidos e o ambiente externo.
Atualmente as incertezas em relação aos riscos gerados em vários processos da
moderna biotecnologia ainda continuam, por exemplo, àqueles vinculados aos alimentos
transgênicos, ou seja, os alimentos produzidos com insumos vegetais (plantas
transgênicas, como soja, milho, e muitos outros). Esses alimentos estão sendo
consumidos pela humanidade desde 1994, quando o primeiro alimento contendo
organismos geneticamente modificados, desenvolvido pela empresa Calgene, chegou aos
supermercados no EUA: um tomate que possuía um gene que retardava seu
amadurecimento (AZEVEDO et al., 2000). Até o momento não houve evidências de
agravos à saúde humana e/ou ambiental, mas, também não há evidências de que eles não
sejam capazes de provocá-los.
Outro foco do artigo, a nanotecnologia, é o estudo, desenho, criação, síntese,
manipulação, aplicação e exploração de materiais, aparelhos e sistemas funcionais através
do controle da matéria na nano escala (nanômetros) – ver escala a seguir:

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Para se ter uma ideia desta escala, um fio de cabelo humano está entre 10.000 a
100.000nm, as hemácias, que são as células vermelhas do sangue, medem cerca de 10
micra (micra é o plural de mícron) ou 10.000nm, os vírus normalmente têm dimensão
máxima de 10nm a 100nm e uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) tem
diâmetro de cerca de 2nm (HOHENDORFF, 2018, p.6).
Os primeiros conceitos de nanotecnologia foram introduzidos pelo físico
americano Richard Feynman em 1959. Nesta palestra Feynman explorou a ideia de
escrever toda a enciclopédia britânica na cabeça de um alfinete. Para isso deve-se
manipular a matéria na escala de átomos e moléculas (COSTA; COSTA, 2020).
O termo "Nanotecnologia" foi criado em 1974 por Norio Taniguchi, um
pesquisador da universidade de Tóquio e foi usada, para descrever a habilidade de se criar
materiais precisos na escala nanométrica. A “paternidade” da tecnologia em si seria do
primeiro doutor na área, o engenheiro norte-americano Eric Drexler, autor do livro
Engines of creation: the coming era of nanotechnology (Engenhos da criação: o advento
da era da nanotecnologia), de 1986, importante na disseminação dessa nova tecnologia
para o grande público (CERAVOLO, 2015). Atualmente a nanotecnologia é aplicada a
diversas áreas, o que chamamos de plasticidade das nanotecnologias (COSTA; COSTA,
2020):

Especialmente na área da saúde a nanotecnologia já está presente em alguns


tecidos com características especiais, equipamentos médicos como cateteres, válvulas
cardíacas, marca-passo, implantes ortopédicos, protetores solares, produtos para limpar

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materiais tóxicos, sistemas de filtração do ar e da água, vidro autolimpante, curativos


antimicrobianos, limpadores de piscinas, desinfetantes e muitas outras soluções (LESO
et al., 2017).
O Brasil ainda não possui legislação apara a nanotecnologia. Em 2019, os dois
projetos de lei apresentados em 2013 na Câmara dos Deputados foram arquivados,
enquanto um novo projeto bastante distinto foi apresentado no Senado Federal. Trata-se
do PL nº880/2019, que busca instituir o Marco Legal da Nanotecnologia e Materiais
Avançados, dispondo sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à
capacitação científica e tecnológica e à inovação na área de nanotecnologia, alterando
algumas leis vigentes. Ele é a mais recente e única proposição ainda em processo de
tramitação, no Senado, a fim de regular a nanotecnologia (BAIA, 2020; BRASIL, 2019).
O uso dos produtos gerados pela nanotecnologia está avançando rapidamente e
ainda não se tem uma certeza científica sobre a segurança das nanopartículas em relação
a vida humana e ao meio ambiente e sem marco regulatório específico (HOHENDORFF,
2018). A mesma autora (2018, p.3) aponta que:

Como as nanopartículas são muito pequenas, [...] são regidas por leis físicas
muito diferentes daquelas com as quais a ciência está acostumada. Existem
probabilidades de que as nanopartículas apresentem grau de toxicidade maior
do que as partículas em tamanhos normais, podendo assim ocasionar riscos à
saúde e segurança de pesquisadores, trabalhadores e consumidores.

Os efeitos das nanopartículas nos seres humanos e no ambiente são complexos e


variam com base nas propriedades das partículas, bem como na toxicidade química.
Devido ao seu pequeno tamanho, as barreiras biológicas nem sempre são um obstáculo
para as nanopartículas - como a barreira hematoencefálica ou a barreira placentária entre
mãe e feto (HOHENDORFF, 2018).
Em função do tamanho, as nanopartículas têm uma grande relação
superfície/volume, que é responsável por novas propriedades físicas e químicas. Isto
inclui um aumento da reatividade química na superfície da nanopartícula. Um material
perfeitamente seguro para ser manuseado em tamanho natural, pode facilmente penetrar
na pele na forma de nanopartícula ou se tornar um aerossol e entrar no organismo via
respiratória. O carbono na forma de grafite, é macio e maleável, e na forma nano, pode
ser mais resistente e 6 vezes mais leve do que o aço; óxido de zinco é branco e opaco, e
na forma nano, torna-se transparente; o alumínio, o mesmo das latas de refrigerantes,
pode pegar fogo espontaneamente na forma nano; a platina é inerte, e pode torna-se um

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potente catalizador. As propriedades elétricas, óticas e magnéticas, também podem sofrer


alterações significativas (LOPES, 2021; HOHENDORFF, 2018; MARIANO, 2016).
Hohendorff (2018, p. 13) cita que:

As estratégias de mitigação de risco podem ser focadas na redução da


toxicidade das partículas ou na redução da exposição, ou preferencialmente
ambas. Além disso, a exposição pode ocorrer por caminhos diferentes:
exposição direta (ocupacional, consumidor e / ou ambiente) ou indireta
(exposição geral da população através do meio ambiente), cada uma com a sua
própria medidas de mitigação.

3 ENTRE A PRECAUÇÃO E A PREVENÇÃO


Reichardt e Santos (2019) apontam que a noção de “precaução” tem origem entre
os gregos e significa “ter cuidado” e “estar ciente” (MYHR; TRAAVIK, 2003). Na
década de 1970, como resposta à poluição industrial, o conceito é resgatado pelo direito
germânico de onde emerge o Princípio da Precaução. Vinte anos depois, o Princípio de
Precaução estava estabelecido em praticamente todos os países da Europa Ocidental e foi
estendido aos diferentes setores da economia (MACHADO, 2004) Segundo esses autores,
precaução é um dos princípios que guia as atividades humanas e incorporam parte de
outros conceitos como justiça, equidade, respeito, senso comum e prevenção (NODARI;
GUERRA, 2003).
É importante pontuar a diferença entre o Princípio da Precaução e o Princípio da
Prevenção. O Princípio da Precaução, indica estratégias para lidar com a incerteza
decorrente da impossibilidade de se antecipar as consequências de uma atividade
humana. O Princípio da Prevenção indica estratégias para lidar com as consequências
danosas de certas atividades para o meio ambiente, consideradas conhecidas (há
conhecimento científico sobre isso), isto é, antecipáveis. Assim, a distinção
precaução/prevenção baseia-se na distinção certeza/incerteza em relação às
consequências de uma dada atividade para o meio ambiente (ZAPATER, 2020).
Embora o Princípio da Precaução tenha origem no campo ambiental, hoje em dia,
qualquer situação em que um possível agravo possa ocorrer, por exemplo, uma questão
que ocorre atualmente em relação ao retorno das aulas frente a pandemia da Covid-19,
esse Princípio sempre é resgatado. É exatamente o que estamos fazendo, ao evocá-lo
diante das incertezas em relação a moderna biotecnologia e a nanotecnologia.
Esses princípios, quando contextualizados às novas tecnologias, que permeiam
vários campos, com impactos positivos e negativos ao bem-estar do ser humano, e ao

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planeta, acentuam, sobremaneira, a necessidade cada vez maior de uma atenção a


biosseguramça.

4 BIOSSEGURANÇA E A CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA


Por convergência tecnológica, entende-se a ação sinérgica da nanotecnologia,
biotecnologia, tecnologias de comunicação e informação e ciências cognitivas /
neurociência (MENEZES, 2020; CAVALHEIRO, 2007).

Cavalheiro (2007, p.24)

Diferentes abordagens são colocadas em torno do tema (CAVALHEIRO, 2007):


• Possibilidade das nanotecnologias se combinarem, no futuro, com outras
tecnologias (THE ROYAL SOCIETY & THE ROYAL ACADEMY OF
ENGINEERING, 2004).
• É o estudo interdisciplinar das interações entre sistemas vivos e sistemas artificiais
para o desenho de novos dispositivos que permitam expandir ou melhorar as capacidades
cognitivas e comunicativas, a saúde e a capacidade física das pessoas e, em geral, produzir
um maior bem-estar social (CONSEJO SUPERIOR DE INVESTIGACIONES
CIENTÍFICAS, 2005).
• É um rótulo atual que aponta para a emergente interação entre áreas de pesquisa e
de desenvolvimento tecnológico, anteriormente separadas. Tal mudança resulta em novas
possibilidades tecnológicas do ponto de vista qualitativo com impactos potencialmente
revolucionários (DOORN, 2006).

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A lógica da convergência tecnológica está no fato de que possibilita o estudo e a


criação de novas estruturas e organismos a partir da interação entre sistemas vivos e
sistemas artificiais a ponto de falar-se em biologia sintética (GILMAN et al., 2021;
O`BRIEN; NELSON, 2020). Desenvolvimentos recentes em técnicas de biologia
sintética estão impulsionando a comercialização de uma ampla gama de produtos para
saúde humana, meio ambiente, agricultura, entre outros.
A moderna biotecnologia sempre gerou discussão na sociedade sobre as
implicações éticas, jurídicas, ambientais e econômicas, basta recordar as seções do
Supremo Tribunal Federal na análise da Lei de Biossegurança, em março de 2008, no
questionamento sobre a permissão legal para utilização de células-tronco de embriões
humanos em pesquisas e terapias (COSTA; COSTA, 2021a). Por outro lado, a
nanotecnologia tem gerado pouca ou nenhuma discussão no meio acadêmico e mesmo
fora das universidades, e ressaltando que a nanotecnologia não tem ainda, nenhum
arcabouço legal (BERGER FILHO, 2009).
O mesmo autor (BEGER FILHO, 2009, s.p.), resume os questionamentos
relativos às implicações da nanotecnologia. Acrescentamos que essas dúvidas se
ampliam, se considerarmos a convergência tecnológica bio-nano:
Direito Constitucional: Quais vínculos podem ser estabelecidos entre os direitos
fundamentais e o desenvolvimento da nanotecnologia? Qual deve ser o papel do Estado
e do mercado no desenvolvimento da nanotecnologia?
Direito da Propriedade Intelectual: Qual o limite para a apropriação imaterial
(privatização) da vida e dos elementos da matéria?
Direito do Consumidor: Como garantir a segurança no consumo de produtos derivados
da nanotecnologia? Como informar de forma adequada o consumidor?
Direito Sanitário: Quais critérios devem ser adotados para avaliar a toxicidade dos
alimentos e dos medicamentos oriundos da nanotecnologia para o ser humano e para
outros seres vivos?
Direito do Trabalho: Quais os impactos da nanotecnologia nas relações de trabalho e na
saúde do trabalhador?
Direito Internacional: Como regular o comércio de substâncias tóxicas e de resíduos da
nanotecnologia no plano internacional? Quais instrumentos regulatórios podem ser
utilizados para fazer frente à produção, uso e comércio ilegal de "nanobiotecnologia"?
Direito Ambiental: Quais os riscos ambientais aceitáveis da manipulação e uso da
nanotecnologia? Como responsabilizar os causadores de danos ambientais decorrentes da

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nanotecnologia? Quais políticas seriam apropriadas para gestão de riscos da


nanotecnologia? Como aplicar o princípio da precaução de forma adequada à
nanotecnologia?
Esses questionamentos mostram que a difusão e a popularização da
biossegurança, constitui-se em um instrumento fundamental para a identificação de um
eixo condutor que direcione estas discussões, de tal forma, que os objetivos demandados
pela sociedade sejam alcançados e suportados pela ciência, pela técnica, e principalmente
pela ética. Cavalheiro (2007, p.30) cita que:

O certo é que a Convergência Tecnológica abre possibilidades e encerra


dilemas éticos importantes demais para que seu monopólio pertença a quem
quer que seja, inclusive a cientistas. Deve, portanto, interessar, implicar e
mobilizar todos nós. Porque, para além de ser um tema de interesse para a
ciência de ponta, certamente pressupõe dimensões de uma nova cidadania
planetária (CAVALHEIRO, 2007, p. 30).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Novas tecnologias podem trazer muitos benefícios, mas também, vários riscos
agregados, alguns conhecidos, outros desconhecidos. Essas incertezas, porém, não
justificam a falta de atenção aos processos e produtos da nanotecnologia, que podem
gerar danos sérios e irreversíveis no futuro. Devemos observar cotidianamente os
Princípios da Prevenção e o da Precaução. Esse alerta, somado às incertezas da
convergência tecnológica, especificamente das interações bio-nano, acentuam ainda mais
a necessidade da inclusão da biossegurança nessas discussões, que infelizmente não estão
ocorrendo na velocidade desejada.
Há necessidade de que a sociedade esteja devidamente esclarecida sobre às
questões que envolvem essas novas tecnologias, e que as “fake news”, passem longe desse
processo, embora saibamos que os diversos interesses enraizados, principalmente os
comerciais, ainda estarão presentes.
Portanto, é importante que haja o fortalecimento das parcerias universidade-
indústria-sociedade de modo a estabelecer mecanismos e instrumentos de monitoramento
e rastreamento para que essas novas tecnologias sejam vetores de desenvolvimento e não
de agravos à saúde humana e ambiental.

AGRADECIMENTO
Ao CNPq pelo apoio financeiro a vários projetos na área do ensino da biossegurança.

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REFERÊNCIAS

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Sociedades desiguais e paradigmas em confronto, Universidade do Minho, 4-7 de
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BARINAGA, M. Azilomar Revisited: lessons for today? Science, v.287, n.5458, p.1584-
1585, 2000.

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