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Robin de Ruiter

O PODER OCULTO

Por trás dos Testemunhas de Jeová


Titulo original: El poder oculto detrás de los testigos de Jehová

Tradução: José Joaquim Sobral

Copyright: © 1989, 1991, 1999, 2001, 2003, 2011, 2013 by Robin de Ruiter. All rights
reserved.

Capa: Maycon Robinson de Almeida

Livro impresso: Editora Ave Maria


ISBN 978-85-2761-11-14

Editor e-Book Kindle:


Mayra Publications (Équateur)
Dépôt légal Èquateur
No part of this work may be reproduced in any form by print, photo print,
microfilm or any other means without written permission of the Author and
publisher Mayra Publications.

OMNIA AD MAJOREM DEI GLORIAM


Índice

Apresentação
1. Os Testemunhas de Jeová
a) Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc
b) Charles Taze Russell
c) Joseph Franklin Rutherford
d) Nathan Homer Knorr
e) Frederick William Franz
f) Milton G. Henschel
g) A teologia da Sociedade Watchtower
h) Disciplina da Watchtower
i) A Nova Ordem da Watchtower
j) Racismo
k) Danos psicológicos perigosos
2. A Watchtower e a Maçonaria
a) A maçonaria
b) As conexões com a maçonaria
3. Os Superiores Invisíveis
a) Marionetes do capitalismo
b) O sionismo
c) Adolf Hitler e o sionismo
d) A serviço do sionismo
e) Pacifistas e espiões
4. A Watchtower na Alemanha (1914-1933)
a) Os espartaquistas
b) Em busca de confrontos com a cristandade
5. Os Testemunhas de Jeová no terceiro Reich de Adolph Hitler
a) O serviço militar
b) O Departamento de Estado dos Estados Unidos
c) Perseguição
d) O serviço militar na Suíça
e) Os planos do Reichsführer Heinrich Himmler
f) Respostas à revista Despertai!, de 8 de junho de 1998
6. A falsa neutralidade da Watchtower
a) A campanha psicológica na Alemanha Oriental
b) Os Testemunha de Jeová como refugiados políticos
c) África
d) Cartas aos governantes
7. A Sinagoga de Satanás
A armadilha do diabo
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Exemplo 4
Exemplo 5
Exemplo 6
Exemplo 7
Exemplo 8
Exemplo 9
Exemplo 10
Exemplo 11
Exemplo 12
Exemplo 13
Exemplo 14
BIBLIOGRAFIA
Apresentação

Muito se escreveu a respeito da Sociedade Watchtower e seus seguidores,


os Testemunhas de Jeová. Poucos são os livros publicados visando
desmascarar o poder secreto que se movimenta por trás dessa organização
pseudo-religiosa. Este livro, pela primeira vez, demonstra a conexão existente
entre a Sociedade Watchtower e os poderes das sombras, isto é, um poder
oculto, cujo passado, presente e futuro tem a ver com todos os seres humanos.
O que mais surpreende é que muitos dos próprios dirigentes da seita não
sabem quem move os fios a partir da sombra. Nem mesmo são iniciados no
verdadeiro papel que a Sociedade Watchtower desempenha no plano mundial.
Parece impossível penetrar nos segredos que são conhecidos somente por uns
poucos membros da cúpula.
Existe um método para penetrar no lugar em que se oculta o segredo dos
segredos? Quem dirige a organização a partir da sombra? Faz parte de um
plano determinado? Quais são seus segredos? Estas são interrogações às
quais, sem lugar para dúvidas, o próprio leitor pode responder depois que
tenha lido este interessante estudo.
Por intermédio das páginas desta obra, o próprio leitor passa a
desempenhar o papel de jurado. Creio que a maioria dos dados aqui
expendidos, umas vezes com exemplos claros e outras vezes inseridos nas
entrelinhas, orientará o jurado de tal maneira que o torne capaz de resolver o
terrível segredo do poder que age por trás desta organização. Espero que os
leitores, membros do júri, se beneficiem com este novo enfoque e cheguem a
formular conclusões até onde for possível. Devo salientar que os caros
leitores, depois de lerem esta obra, amarrem os fios e julguem baseados nos
fatos, não por meio das suspeitas.
Para que o leitor possa ter uma idéia mais clara da relação existente entre a
Sociedade Watchtower e os poderes das sombras, iniciei alguns capítulos com
uma breve, às vezes extensa, introdução.
Toda a evidência apresentada neste livro está reforçada por artigos de
jornais, documentos oficiais, cartas, testemunhos de especialistas na matéria,
etc. Quanto às publicações estrangeiras que foram utilizadas para apoiar e
verificar as citações do livro, todas foram traduzidas pelo próprio autor deste
trabalho.
A tradução dos textos de outros idiomas para o espanhol apresenta o
problema de como conservar o significado do texto original. Para manter-se a
fidelidade ao texto foi preciso recorrer a seleções no decorrer da tradução,
procurando com o máximo cuidado o equivalente em espanhol mais próximo
do significado dos textos originais. (Na tradução para o português, o tradutor
brasileiro esforçou-se por manter-se fiel ao texto que traduzia).
Ao longo de toda a obra empregam-se indistintamente os termos
equivalentes “Estudantes da Bíblia” e “Testemunhas de Jeová”.
Com a finalidade de que o leitor não seja obrigado a interromper a leitura
para procurar na Bíblia cada referência bíblica que cito neste trabalho, incluí
no texto os versículos bíblicos essenciais. Para outras passagens da Bíblia que
se apresentem com menor importância, não incluo o texto, todavia dou a
referência.
Capítulo 1

Os Testemunhas de Jeová

a) Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.


Se uma pessoa entra no Brooklyn, em Nova York, quer pela ponte de
Manhattan quer pela ponte do Brooklyn, verá vários grandes edifícios de cor
creme. Nessa localidade encontra-se o centro de operações dos Testemunhas
de Jeová, que funciona sob a direção da Watchtower Bible and Tract Society
of New York, Inc.
Esse centro operacional produz, entre outras coisas, centenas de milhares de
livros e revistas diariamente. As impressoras da organização são as maiores
do mundo. Somente das revistas A Atalaia e Despertai!, distribuemse mais de
cinqüenta milhões de exemplares por mês. A Atalaia é a revista religiosa de
maior distribuição na face da terra.
Produzem também discos, calendários, quadros com temas religiosos,
cartões postais e muito mais coisas. Em apenas três anos produziram e
venderam mais de onze milhões de cassetes, produzidos em seu próprio
departamento de reprodução de fitas magneticofônicas. A produção total
desses cassetes, desde abril de 1978, eleva-se a uns sessenta e cinco milhões
de unidades.
Em 1990 a Watchtower entrou em um novo campo ao produzir seu primeiro
vídeo-filme destinado ao público. Ultimamente a organização lançou-se
também na fabricação de disquetes para computadores.
No Brooklyn existem muitos edifícios fabris e um grande complexo de
oficinas. Dois edifícios estão ligados no quinto andar por meio de uma ponte
que passa por cima da rua. Existem complexos de fábricas que consistem em
armazéns para papel, uma fábrica de maquinário, uma carpintaria onde, entre
outras coisas, fabricam móveis e uma oficina de encadernação, na qual eles
mesmos produzem substâncias adesivas, sabões e detergentes para manter
limpos todos os edifícios.
A Sociedade Watchtower faz também sua própria tinta, cerca de cinqüenta
tonalidades. A oficina onde se produz a tinta também fabrica toda a sua pintura
para conservar seus edifícios por dentro e por fora.
Em uma das oficinas, além de preparar mensalmente mais de dezessete mil
quilos de artigos de metal, também preparam os marcos de alumínio para as
peças de cristal com material isolante, todos para serem instalados nas
propriedades da Sociedade Watchtower.
Em 1991, instalou-se no Brooklyn uma lavanderia e uma tinturaria novas,
onde trabalhadores voluntários manuseiam mais de vinte e cinco toneladas
semanais de roupa suja dos outros voluntários, todos Testemunhas de Jeová.
Todos vivem de maneira permanente em Betel no Brooklyn, recebendo uma
propina mensal, insuficiente para cobrir seus gastos. O seguro por velhice ou
seguros sociais não são pagos, paga-se só um seguro por doença, porque o fim
do mundo está próximo e não há necessidade de gastar dinheiro em seguros.
Ao norte, a 90 km, no estado de Nova York, existe uma combinação de
fábricas e granjas onde trabalham cerca de mil voluntários. Nessa área se
produzem alimentos para todos os voluntários que trabalham para a Sociedade
Watchtower. Para alimentar as centenas de trabalhadores voluntários precisa-
se de uma quantidade tremenda de alimentos.
Em outros lugares possuem mais granjas e fazendas onde, entre muitas
outras coisas, criam milhares de galinhas, porcos e vacas. Em cada uma
dessas granjas trabalham voluntários para suprir as necessidades materiais
dos adeptos do Brooklyn.
Em um terreno de 266 hectares no belo vale de Patterson, a 110 quilômetros
do Brooklyn, existe um complexo de oficinas, escolas missionárias, um hotel
de 144 moradias com uma cozinha e um refeitório para atender a 1.600
pessoas por vez, 6 edifícios com um total de 624 apartamentos e uma garagem
com capacidade para 450 automóveis.
Atualmente existem 104 sucursais da Sociedade Watchtower por toda a
terra, cada uma das quais coordena as atividades dos Testemunhas de Jeová na
parte do território do campo mundial a ela correspondente. A quantidade de
pessoas que trabalham voluntariamente nessas sucursais alcançou a cifra de
12.000 trabalhadores. Eles não só trabalham nas fábricas e nas oficinas, mas
também nas lavanderias, na preparação dos alimentos, na manutenção dos
carros luxuosos dos oficiais, e em outras coisas desse estilo.
Quanto ao aluguel dos milhares de locais dos Salões do Reino, os membros
de cada congregação o pagam voluntariamente. Além de ajudar a custear os
gastos regulares de sua congregação local, apóiam qualquer obra de
construção que deva ser feita, como a renovação ou ampliação de seu Salão
do Reino ou Salão de Assembléias, ou a construção de novos salões. Todos os
gastos da localidade são pagos mediante contribuições e trabalho voluntário.
Muitos Salões do Reino não são alugados, mas comprados. Todos os
adeptos participam da construção destes Salões do Reino. Eles economizaram
o dinheiro para poder construir uma sala nova, e se esse dinheiro não é
suficiente para cobrir os gastos, então a central no Brooklyn oferece créditos a
juros inferiores ao do mercado. Os pagamentos mensais quem os desembolsa?:
Os adeptos. Apesar disso, todos os Salões do Reino são registrados como
propriedade da Sociedade Watchtower. Os dirigentes não gastam
absolutamente nem sequer um centavo, não obstante recebam o Salão do
Reino, que é registrado como propriedade da Sociedade, mais o dinheiro
emprestado, mais os juros. Para não pagar impostos, esses recursos são
declarados como doações.
Infolink (Netzwerk ehemaligen Zeugen Jehovas, na Alemanha) diz que
ultimamente os dirigentes da seita descobriram outra fonte de recursos, por
exemplo, o negócio dos seguros. A Sociedade Watchtower facilita toda
espécie de seguros aos milhares de Salões do Reino.
Outra amostra de que a Sociedade Watchtower procura ter a certeza de que
não está tendo perdas nós a vemos no Canadá. Nesse país, durante o ano 1991,
as organizações não lucrativas perderam suas subvenções de correio. Devido
a isso, os dirigentes da organização, em uma carta datada em 1o de fevereiro
de 1991, dizia aos seus seguidores que, por razões econômicas, a partir desse
momento competia a cada um deles distribuir todos os pedidos.
Outra prova encontramo-la na antiga Alemanha Oriental. Depois da Segunda
Guerra Mundial a obra dos Testemunhas nesse país foi proscrita e tinha de
viver na clandestinidade. Todos sabemos que para a construção e a
manutenção de uma organização clandestina é necessário muito dinheiro. Uma
das fontes para conseguir dinheiro para a obra clandestina foi a venda de
literatura e as doações por parte dos adeptos da Alemanha Oriental.
Curiosamente esse dinheiro não permanecia no país, mas era transportado para
a oficina da Watchtower na Alemanha Ocidental. Mediante esta ação ilegal,
passaram até 1961 muitos milhões de contrabando. No ramo da guerra
econômica contra os países socialistas, esses milhões foram trocados de
acordo com um câmbio ilegal. Não penso que seja necessário esclarecer que
essa forma de transportar dinheiro em todos os países do mundo é um
procedimento fora da lei. Cada país, trabalhando em benefício de sua
economia, condena o contrabando do seu dinheiro. Até 1961, os líderes da
seita, que passavam o dinheiro através da fronteira, foram instruídos sobre
como agir caso fossem aprisionados pela polícia. Entre outras coisas tinham
de declarar que o dinheiro era deles, não da Watchtower. Não podiam nomear
a organização de maneira alguma. Para correr menos ricos, os transportes do
dinheiro foram quase sempre efetuados durante dias festivos. Não se podia
evitar que alguns adeptos sinceros questionassem essa forma de contrabandear
dinheiro. Para isso tinham um mapa com informações e respostas preparadas
nas oficinas da seita em Berlim Ocidental. No número 135 do Informador,
quanto ao contrabando de dinheiro, argumentava-se que transportar o dinheiro
não era ilegal, mas sim era ilegal a proscrição da organização na Alemanha
comunista. No número 148 da mesma publicação, alegam que os adeptos que
trabalhavam clandestinamente não deveriam se preocupar com assuntos de
dinheiro. O governo socialista é que tinha a culpa. Se não tivessem fechado as
propriedades da organização em Magdeburgo, nem mesmo haveria
necessidade de transportar o dinheiro para fora do país.
Um dos líderes da seita, Turner, disse que não deviam apresentar
reclamações à Watchtower, mas ao governo no setor comunista. É preciso
acrescentar que, durante as assembléias, era proibido falar sobre esse assunto.
Além disso, o contrabando de dinheiro devia ser considerado uma vingança
pelo confisco das propriedades da seita em Magdeburgo, e também fazia parte
do programa da Guerra Fria para prejudicar a economia do país.
Depois da construção do Muro de Berlim, a Watchtower não pôde continuar
transportando o dinheiro.1 Conseqüentemente, aproveitaram-se dos adeptos
comuns que tinham familiares na Alemanha Oriental. Dessa maneira tiraram
vantagens de seus próprios associados. A todos se oferecia sustentar suas
famílias, que por culpa da situação na Alemanha Oriental eram muito pobres.
Os adeptos pagavam na oficina de Wiesbaden uma quantidade de dinheiro
para a manutenção de seus familiares. A Watchtower, por sua vez, ficava com
essa moeda forte e encarregava os dirigentes da obra clandestina a pagar aos
familiares com a moeda fraca que já não podiam contrabandear.
Também se comprovou que os chefes da Watchtower, para que ela pudesse
possuir propriedades no México, não só enganaram o governo do México, mas
também seus próprios membros nesse país. Durante muitos anos as leis do
México proibiam a qualquer organização religiosa, inclusive à Igreja Católica,
o direito de possuir propriedades. Todos os templos e locais de qualquer
religião passaram a ser propriedade do governo, o qual só lhes permitia usá-lo
como em fideicomisso. Para poder ser dona dos seus locais, terrenos e da
imensa fábrica editora que possuem próxima da capital, a seita desde 1946 até
1989 ocultou o fato de se apresentar como religião. A organização tinha como
principal objetivo alfabetizar a população. A missão dos adeptos era ensinar o
povo a ler e a escrever. O enorme complexo de fábricas de impressão que a
organização possui no México, até esta data, não está registrada em nome dos
Testemunhas de Jeová nem da Watchtower. Aparece registrada como uma
empresa aparentemente particular, chamada Grupo Editorial Ultramar, S.A. de
C.V. Durante todos esses anos, aos Testemunhas de Jeová no México fizeram
acreditar que o governo não lhes permitia ser religião nem usar a Bíblia, nem
fazer orações ou cantar em suas reuniões, etc. Em sua literatura empregavam
palavras-chaves ou símbolos para que não pudessem ser entendidos pelos de
fora da seita. Por exemplo, em vez de dizer Deus ou Jeová, diziam Mestre
Principal; para se referir a Jesus Cristo, puseram Grande Mestre; diziam
Salão de Estudos em vez de Salão do Reino; simbolizar em vez de batizar;
colaboradores em vez de irmãos; estudos culturais em vez de estudos
bíblicos; companhia no lugar de congregação, etc.2
Outra forma que a Watchtower inventou para tirar dinheiro de seus adeptos
foi a criação de uma agência de viagens chamada Betel Tours, que organiza
viagens à sede mundial da seita em Nova York. Embora os Testemunhas de
Jeová ensinem que Deus não habita em casas ou templos, os dirigentes, de
maneira subliminar, fazem os seguidores da sua organização acreditar que
Deus vive em Nova York.
Muitas vezes ilustraram a figura dessa cidade debaixo do trono de Deus.
A cúpula no Brooklyn alega que a Watchtower não se ocupa de empresas
comerciais, mas sim de uma obra filantrópica de instrução bíblica, não
procedem a inversões comerciais e não possuem contas bancárias com
milhões de dólares. Eles nos asseguram que as contribuições voluntárias que
os adeptos fazem por todo o mundo são as que tornam possível a manutenção
das muitas sucursais, impressoras, lares missionários e atividades ministeriais
da organização.
Não obstante, parece que a Watchtower Bible and Tract Society of New
York, Inc. é uma sociedade com muitas agências incorporadas. Pelo que
atualmente se chegou a saber, na Holanda é ela proprietária de centenas de
negócios que nada têm a ver com os Testemunhas de Jeová.
Além do mais, de acordo com os relatórios financeiros da Sociedade
Watchtower sobre os anos oitenta na Inglaterra, a seita possui enormes contas
bancárias.3 Até pouco tempo atrás, os Testemunhas de Jeová sempre haviam
comprado da congregação toda a literatura de que precisavam para a venda
por um determinado preço. Em princípios dos anos noventa, os dirigentes
tomaram um rumo novo quanto à venda e compra dessa literatura. A
Watchtower primeiramente levou à realização uma experiência nos Estados
Unidos, conforme algumas cartas escritas às congregações, com a finalidade
de simplificar e melhorar a distribuição da literatura. Segundo os Testemunhas
de Jeová, o novo sistema de distribuição de material impresso baseia-se por
completo em donativos. Por esta razão, deixaram de colocar os preços nas
capas de A Atalaia e Despertai! No lugar dos preços aparece uma referência
às primeiras páginas dessas revistas, onde se afirma o seguinte: “Esta revista
faz parte de uma obra mundial de educação bíblica, paga mediante
contribuições voluntárias”. Visto de fora, parece que é suficiente fazer uma
doação voluntária para adquirir os livros, os folhetos, ou uma assinatura anual
da revista A Atalaia ou Despertai!
Os adeptos, nos países onde o novo sistema está em vigor, depositam uma
doação voluntária, em caixinhas nos Salões do Reino para a literatura que
pretendem receber. Embora, visto de fora, parece que seja suficiente
contribuir com uma doação voluntária os Ministérios do Reino, uma
publicação exclusiva para os associados da Sociedade Watchtower, continua
fixando os preços antigos. Portanto, não é de estranhar que a quantidade de
dinheiro que os adeptos depositam como doação voluntária seja semelhante ao
que estavam acostumados a pagar.
É verdade que o novo sistema foi introduzido para simplificar a
distribuição da literatura? A evidência mostra que a nova política tem muito
mais a ver com defraudação fiscal. Devemos levar em consideração que na
maioria dos países cobram-se impostos sobre o dinheiro proveniente de
vendas, mas não sobre o dinheiro oriundo de doações voluntárias; estas
últimas estão livres de impostos por lei. Ultimamente, os fiscos em muitos
países estão duvidando dos motivos religiosos de muitas seitas.
Durante mais de um século, a Sociedade Watchtower no Brooklyn construiu
uma lucrativa multinacional sem problemas sequer legais, mas a situação se
complicou. Recentes inspeções do governo francês acabaram em grandes
multas (50 milhões de dólares) por fraude fiscal. As atividades que
consideravam religiosas agora devem ser declaradas como comerciais.
Também na Espanha, a Fazenda tem sobre a mesa uma denúncia contra a
Watchtower por possível fraude fiscal, um dossiê composto por 289
documentos internos que narram como, por trás da aparência de crença
religiosa, esconde-se um negócio fabuloso. Cada ano, segundo essa
documentação, a sucursal espanhola da Watchtower no Brooklyn entra com
cerca de 3.600 milhões (para nós seriam 3 bilhões e 600 milhões) de pesetas
por meio de diferentes atividades e mantém um patrimônio imobiliário de
cerca de 18.000 milhões (18 bilhões) (a denúncia foi admitida pela Delegação
da Agência Tributária em Bilbao a 12 de novembro de 1999).
Esperemos que o leitor se aperceba de que a única beneficiária é sempre a
Sociedade Watchtower.

b) Charles Taze Russell


A atual organização dos Testemunhas de Jeová, sua teocracia centralizada e
a maioria de seus ensinamentos, é realização de Joseph Franklin Rutherford,
que subiu à presidência da seita em janeiro de 1917.
A história dos Testemunhas de Jeová, conhecidas a princípio como
Estudantes Sinceros da Bíblia, começou muitos anos antes. Esta seita
começou suas atividades no princípio dos anos 70 do século XIX nos Estados
Unidos.
O fundador dos Testemunhas de Jeová foi Charles Taze Russell, que nasceu
a 16 de fevereiro de 1852, próximo de Pittsburgh, na Pensilvânia. Russell era
descendente da família Roessel, de origem judaica, que vivia no século XVII
na Alemanha. Essa família trocou seu sobrenome para Russell quando emigrou
para a Escócia. Mais tarde transferiu-se junto com muitas outras famílias para
a Irlanda.
Joseph Russell e Ann Eliza Birney, os pais de Charles, eram muito pobres e
decidiram, em 1839, emigrar para os Estados Unidos, saindo de uma Irlanda
açoitada pela fome como conseqüência de um mal que se abateu sobre as
plantações de batatas cultivadas na Europa.4 O irmão de Eliza, Thomas
Birney, emprestoulhes dinheiro para a viagem e para cobrir os primeiros
gastos.5
Os pais de Russell não demoraram muito em arrendar um local em
Allegheny para estabelecer uma loja de artigos para cavalheiros. Narra-se que
depois da morte de sua mãe, Charles chegou a ser sócio de seu pai.
O jovem Charles Taze Russell, sem educação teológica formal, afirmou ter
encontrado a verdade sobre a segunda vinda de Jesus Cristo. Ele foi o
promotor de um grupinho de Estudantes da Bíblia, cujos membros acabaram
fazendo-o pastor.
Costuma-se afirmar que Russell abandonou os negócios de seu pai para
dedicar todo o seu tempo ao ministério. Segundo os Testemunhas de Jeová,
quando liquidou sua participação nos negócios recebeu mais de um quarto de
milhão de dólares.6 Isto é uma fábula, o certo é que os negócios dos Russell
não iam tão bem como os Testemunhas de Jeová afirmam.7 De acordo com o
recenseamento de Pittsburgh (página 98), em 1870 o total das posses da
família eram só dois mil dólares.
Russell fundou em julho de 1879 a revista que agora conhecemos como A
Atalaia. No mesmo ano casou-se com Maria Francisca Ackley, irmã da
segunda esposa de seu pai. Desta união não nasceram filhos.
A esposa de Russell serviu como secretária e tesoureira durante vários anos
e chegou a fazer parte dos diretores e oficiais da organização. Da mesma
forma, o pai de Russell, seu irmão mais velho Franklin e sua irmã Margaret
ocupavam postos importantes na organização. Seu pai escreveu muitos artigos
para A Atalaia.
Russell estabeleceu, em 1881, uma sociedade bíblica não lucrativa chamada
Zion’s Watchtower Tract Society, em português Sociedade de Tratados da
Torre de Vigia de Sion, conhecida na atualidade como a Watchtower and Tract
Society of Pennsylvania. Em 1909, fundou-se a Peoples Pulpit Association, a
partir de 1956 conhecida como a Watchtower Bible & Tract Society of New
York, e em 1914 fundou-se a Bible Students’ Society ou Sociedade dos
Estudantes da Bíblia, na Inglaterra.
Os pontos essenciais dos ensinamentos religiosos do pastor Russell
versavam sobre a segunda vinda de Cristo e o fim dos tempos, embebidos de
um grande apocalipticismo. Em resumo, ensinou que Jesus Cristo havia
voltado de maneira espiritual, invisível, em 1874. Mais tarde anunciou a
chegada de Cristo em pessoa e a batalha do Harmagedon, que acabaria dando
fim ao mundo, para 1914. Como se pode comprovar, o pastor jamais acertou
em nenhuma de suas profecias.
Russell era, antes de tudo, um homem de negócios. Depois da fundação da
Sociedade Watchtower dedicouse cada vez mais ao dinheiro. A partir daquele
momento criou muitas empresas, cujos bens ninguém relacionava com sua
sociedade bíblica. Em 1880 investiu dinheiro no campo do petróleo (Butler
Company). Em 1882 abriu, junto com seu pai, um negócio em metais de
segunda mão.8 Está provado que Russell, além de ter muitos negócios, por
exemplo, de madeira e carpintaria, era acionista das companhias de asfalto de
Pittsburgh, da Railway & Dock Construction de Nova York, das minas de
prata em Nevada; igualmente, controlava a Brazilian Turpentine Company, a
United States Coal & Coke Company, a United Cemeteries Company e um
holding para inversões: a United States Investment Ltd. Esta última
companhia era proprietária de milhares de terrenos, casas e granjas por todos
os Estados Unidos.9
Nem todos os projetos de Russell obtiveram êxito. Em 1911 tentou vender
um tipo de trigo que, segundo ele, cresceria cinco vezes mais rápido que
qualquer outro, a um preço sessenta vezes mais elevado do que o do mercado.
Quando Russell foi ridicularizado por um jornal, ele moveu uma ação contra o
jornal por difamação. Depois de uma investigação governamental demonstrou-
se que o “trigo milagroso” não era diferente de qualquer outro tipo de trigo em
uso.
Além de vender “trigo milagroso”, o pastor também vendia a seus
seguidores “sementes maravilhosas de algodão” e “feijões mileniais”.
Outro dado interessante é que Russell tinha muitos problemas em sua vida
pessoal. Em 1897, depois que sua esposa o surpreendeu várias vezes com
Emily Matthews, sua empregada doméstica, e com Rose Ball, secretária de
Russell, ela, para impedir que Russell voltasse a casar-se legalmente, pediu-
lhe a separação de bens. Durante um processo que durou até 1909, a esposa de
Russell acusou-o de maus-tratos e adultério. Segundo ela, era impossível para
Russell ficar perto de uma mulher sem beliscá-la. Além disso, ela o havia
encontrado com muitas mulheres em situações bastante comprometedoras em
mais de uma ocasião. Durante o julgamento, Russell, fazendo-se de inocente,
procurou ocultar seus negócios e sua fortuna. Suas tentativas fracassaram.
Russell foi declarado culpado e condenado a pagar à sua esposa uma pensão
vitalícia.
Sabemos igualmente que o pastor sofreu muitas outras derrotas judiciais e
mais de uma vez tornouse culpado de perjúrio. Por exemplo, em 1907, depois
de ter ajudado a fundar uma companhia fictícia, a Sociedade Solon, Russell
jurou durante o processo nada saber a respeito do assunto.10
Russell morreu no “Santa Fe Express”, no dia 31 de outubro de 1916,
quando retornava de uma viagem de inspeção a suas minas de prata. A morte
de Russell está rodeada de segredo. Na opinião da maioria dos fiéis
seguidores de Russell, existia um complô por parte de seu sucessor Rutherford
para tomar o comando da organização.
Os fiéis seguidores de Russell afirmam que um veneno na comida foi a
causa de sua morte e que foi envenenado por um de seus companheiros.11
Precipitadamente desceram o corpo do trem para embalsamá-lo o mais
depressa possível e assim ocultar o crime.

c) Joseph Franklin Rutherford


Depois da morte de Russell sucedeu-o Joseph Franklin Rutherford, que
nasceu a 8 de novembro de 1869 em Boonville, no Misuri. O histórico de
Rutherford, em termos judiciais, é tão escandaloso como o de Russell. Já antes
de conhecer o grupo de Russell havia ele sido condenado em duas ocasiões,
em 1894 e 1897, por atividades pouco honestas.
Segundo as próprias afirmações da Watchtower, aos dezesseis anos
matriculou-se em um colégio para estudar jurisprudência. Quando cumpriu
dezoito anos trabalhou durante dois anos sob a tutela do juiz E. L. Edwards.
Na idade de vinte e dois anos tornou-se advogado e começou a exercer a
profissão como jurisconsulto em Boonville. Também serviu como fiscal
público e como juiz especial. Por esta razão, chegou a ser conhecido como “o
juiz”. Em várias oportunidades presidiu como substituto do juiz ordinário.
Desde 1909 até a sua morte foi membro proeminente da fiscalização de Nova
York.
De acordo com os dados fornecidos pelos Testemunhas de Jeová,
Rutherford conheceu a Associação dos Estudantes da Bíblia em 1894.
Curioso é o fato de que para dedicar sua vida a Jeová, como costumam dizer
os Testemunhas, ele demorou mais de doze anos. Em 1906 encontrou-se com
Russell no Midland Hotel em Kansas City, no Misuri.12
Marley Cole, autor do livro Testemunhas de Jeová, comenta que durante a
entrevista demonstrou-se que Rutherford não tinha nem idéia do que
significava ser um devoto cristão.13 Um ano mais tarde, “o juiz”, chegou a ser
conselheiro jurídico da Sociedade Watchtower nas oficinas de Pittsburgh.
Sabe-se que Rutherford não se dava muito bem com o pastor;
freqüentemente tinham problemas. Em uma ocasião, Rutherford insultou
Russell por intermédio de uma carta, que Russell publicou em A Atalaia. O
livro Charles Taze Russell. An Early American Christian Zionist (Nova York
1990), escrito por David Horowitz, afirma na página 61 que Russell
considerava Rutherford um homem perigoso; para se livrar do juiz emprestou-
lhe mil dólares para os negócios que aquele tinha na Califórnia. Rutherford
abandonou em 1915 o quartel-general no Brooklyn e se estabeleceu em Los
Angeles.
De fato, depois da morte de Russell, Rutherford abandonou seu exílio em
Los Angeles para se apoderar com métodos pouco honestos do comando da
organização.
Quanto à última vontade de Russell, A Atalaia de 1o de dezembro de 1916
publicou uma cópia da mesma. Um artigo intitulado: Que aconteceu com o
testamento original de Charles Taze Russell?, publicado no United Israel
Bulletin em seu número de novembro de 1971, informou que o texto original
do testamento de Russell era diferente daquele que foi publicado em A
Atalaia. Segundo o testamento original de Russell, seu último desejo era que,
em seu lugar, um comitê se encarregasse da organização. Entre os homens que
deviam formar o comitê não aparece o nome de Rutherford! Como se pode
notar ao examinar os fatos, Rutherford, mestre em assuntos judiciais, violou o
testamento de Russell ajustando os estatutos da organização a uma nova regra,
a qual lhe deu completa autoridade sobre os assuntos da Watchtower.
São assustadoras as palavras do juiz que presidiu em uma denúncia contra
Rutherford por parte de Isaac F. Hoskins. O juiz disse que sob o ponto de vista
judiciário, era fácil tirar Rutherford da presidência da Sociedade
Watchtower.14
Uma vez na presidência, Rutherford expulsou 31 fiéis seguidores do pastor
e apoderou-se do capital escondido por Russell na casa Betel no Brooklyn
com a finalidade de reorganizar a Sociedade Watchtower de acordo com sua
conveniência.15
Muitos membros que haviam trabalhado junto de Charles Taze Russell
abandonaram a organização com a finalidade de fundar uma organização nova
para seguir e manter suas doutrinas.
Rutherford apagou toda marca de seu antecessor e se livrou de todos os
fiéis seguidores de Russell.16 No folheto Por que servir a Jeová?, declarou
que ele era o porta-voz de Deus. A teocracia deu a Rutherford o poder de
tomar todas as decisões quanto à conduta.
No princípio dos anos 20 do século XX, o novo presidente da Watchtower
anunciou para 1925 a ressurreição dos patriarcas da antiguidade: Abraão,
Isaac, Jacó e outros. Para recebê-los, os adeptos construíram um palácio
considerável no distrito mais exclusivo de San Diego na Califórnia. Enquanto
esperavam a chegada dos patriarcas, Rutherford instalou-se no palácio.
Igualmente tinha um apartamento assaz luxuoso no Brooklyn, Nova York, e
outros na Europa. Rutherford vivia de maneira luxuosa, desfrutava do uso de
dois carros Cadillac, passava os verões na Europa e os invernos na
Califórnia.
Interessante é o fato de que ele pretendia ser um puritano, mas, ao mesmo
tempo, era um homem que muitas vezes empregava linguagem vulgar por ter
bebido demasiadamente. Pela mesma razão tinha de anular freqüentemente
seus discursos. Completamente contrário a Russell, o novo presidente era de
caráter forte, violento, brusco e ditatorial. Da mesma maneira ficou conhecido
por sua agressão aos governos e à Igreja Católica.
Também se sabe que durante a “lei seca”, com a proibição de venda de
álcool nos Estados Unidos, Rutherford e W. F. Salter, o diretor da sucursal no
Canadá, tornaram-se culpados de promover o contrabando de bebidas
alcoólicas.
Muito mais impressionante ainda é que em uma ocasião um adepto amigo
acusou-o publicamente de ter assistido a um espetáculo de cabaré onde
atuavam mulheres seminuas. Comprova-se, além disso, que Rutherford, apesar
de ser casado, tinha uma amante permanente que vivia com ele no palácio em
San Diego.17
Também a morte do “juiz”, em 1942, está rodeada de mistério. Ainda que os
Testemunhas de Jeová digam que morreu de morte natural, conta-se que se
suicidou; inclusive não faltam aqueles que indicam a possibilidade de ter sido
assassinado. Rutherford foi encontrado estrangulado. A certidão de óbito
declara que “o juiz” morreu devido a uremia ácida. O corpo de Rutherford foi
enterrado clandestinamente no terreno do Palácio de Beth-Sarim contra as
determinações da Câmara de San Diego.
A cúpula dos Testemunhas de Jeová narra que Rutherford não havia feito
nenhum testamento. Um fato bastante estranho, já que é notório que “o juiz” era
de profissão jurídica.

d) Nathan Homer Knorr


O oficial sucessor de Rutherford como presidente da organização foi Nathan
Homer Knorr.18 O novo presidente nasceu a 23 de abril de 1905 em
Bethlehem, na Pennsylvania. Durante uma entrevista, no dia 22 de julho de
1961, com Janos Bardi da revista alemã Bild, Knorr disse que antes de se
associar à Watchtower, sua destinação originária havia sido ocupar um lugar
importante dentro dos grandes negócios.19
Knorr foi batizado no dia 4 de julho de 1923, e entrou para o serviço da
sede mundial no Brooklyn no mesmo ano. Nathan Knorr ocupou os postos mais
elevados de responsabilidade dentro do ramo da organização. Knorr
transformou a teocracia instaurada por Rutherford em um sistema piramidal
rigidamente hierarquizado. Com o passar do tempo a organização chegou a ser
dirigida pelo presidente e por um grupo de eleitos conhecido como o “corpo
governativo”. Esses homens vangloriam-se por possuir a verdade de maneira
exclusiva. Os dirigentes afirmam que Deus mesmo designou o corpo
governativo com o propósito de expedir diretrizes e provisões espirituais a
todos os adeptos.20 Os seguidores da Watchtower estão convencidos de que os
membros do corpo governativo representam a “voz de Deus”.
Curiosamente se colocou em evidência a inobservância, por parte de vários
desses ungidos do corpo governativo, dos rígidos preceitos morais.
Impressiona ver que Leo K. Greenlees teve de renunciar ao seu posto quando
se tornou evidente que era homossexual. Mais desprezível foi o caso de Ewart
C. Chitty. Esse líder foi surpreendido quando estava fazendo práticas sexuais
com um adepto de dezesseis anos de idade. Em conseqüência disso o jovem se
suicidou.21
A Atalaia correspondente a 1o de janeiro de 1985, página 13, reconhece:
“Por estranho que pareça, até pessoas proeminentes na organização de
Jeová sucumbiram a práticas imorais, como o homossexualismo, a troca de
esposas e o abuso desonesto de menores”.
Em uma série de artigos escritos por Jan Fiksdal, em 1989, para o jornal
norueguês Billedbladet Nº A, mostrava-se que os Testemunhas não expulsam
todas as pessoas que praticam a imoralidade. Jan Fiksdal escreveu entre
outras coisas sobre o abuso sexual de meninos por um membro ungido. Esta
pessoa teve de se apresentar diante de um comitê judicial dos Testemunhas de
Jeová por delito sexual contra um menor de idade. Apesar de o homem
necessitar de ajuda médica, o comitê não passou a informação à polícia,
resultando daí que essa pessoa podia continuar com suas práticas perversas.
Mesmo que a Watchtower castigue com a expulsão esse fato, ele continuou a
existir dentro da seita. O caso foi abafado, não se tomou nenhuma ação
disciplinar importante e, finalmente, nos anos seguintes essa mesma pessoa
continuou cometendo abuso sexual contra mais de treze meninos.
Nathan Knorr era um organizador. Suas aptidões naturais para organizar e
fazer expandir a obra da seita foram plenamente utilizadas. Entre outras coisas
intensificou a propaganda e iniciou um novo sistema de aproximação mediante
a cortesia. Em 1943 teve participação no estabelecimento da Escola Bíblica
de Galaad da Watchtower para o treinamento de missionários.
Nathan Knorr, depois de muitos meses de enfermidade, morreu no anoitecer
de 8 de junho de 1977.

e) Frederick William Franz


O sucessor de Knorr, Frederick William Franz, nasceu a 12 de setembro de
1893 em Covington, em Kentucky, Ohio, Estados Unidos. Seu pai era
originário da Alemanha, de origem judaica.
Segundo a Watchtower, Franz estudou latim, grego clássico, espanhol e
também aprendeu, como autodidata, o hebraico. Antes de conhecer a
organização de Charles Taze Russell ele cursava estudos para ser ministro
presbiteriano. Os Testemunhas de Jeová afirmam que Franz também participou
dos exames para a famosa beca Cecil Rhodes. Depois que seu irmão mais
velho o colocou em contato com a organização dos Estudantes da Bíblia,
abandonou seus estudos para se associar ao grupo de Russell. Mais tarde
chegou a fazer parte dos trabalhadores no quartel-general da organização de
Rutherford no Brooklyn. Não demorou muito para se transformar no principal
conferencista da organização. Depois da morte de Rutherford, Fred Franz foi
nomeado vice-presidente da Sociedade Watchtower e de outras agências
relacionadas. Como tinha muito conhecimento bíblico, chegou a ser o escritor
principal da seita.
Durante a presidência de Nathan Knorr, deixaram de dar os nomes dos
autores nos livros. Da mesma maneira, a própria Bíblia dos Testemunhas de
Jeová não traz os nomes de seus tradutores. Não obstante, pelo que se chegou
a comprovar, Fred Franz foi o principal tradutor junto com Nathan Knorr,
George Gangas e Albert Schroeder, outros membros da cúpula da seita. Na
realidade nenhum deles se tornou notável como hebraísta ou helenista.
A Bíblia que os Testemunhas de Jeová empregam passou por numerosas
emendas com o objetivo de dar coerência aos princípios doutrinais da seita.
Uma testemunha relacionada com o comitê que traduz a Bíblia diz que os
tradutores, chefiados por Franz, sentavam-se ao redor de uma mesa grande
com cerca de trinta diferentes traduções da Bíblia, passando versículo por
versículo, escolhendo aqueles que mais lhes convinham. Inclusive
empregavam com freqüência a tradução de João Greber, um sacerdote apóstata
que fez uma tradução da Bíblia com a ajuda de um médium espírita.
Frederick Franz morreu na idade de 99 anos, na manhã de 22 de dezembro
de 1992. No interesse do nosso estudo, cumpre-nos mencionar que Franz,
desde muitos anos antes, tinha um guarda-costas chamado Natheer Salih, um
homem que, além de o acompanhar a toda parte, também era o porta-voz do
líder ancião.

f) Milton G. Henschel
Oito dias depois da morte de Franz, foi eleito o quinto presidente da
organização, Milton G. Henschel.
É estranho que se saiba muito pouco a respeito do novo presidente. Até a
presente data, ao contrário de outras pessoas que ocupam postos importantes
dentro da seita, de Henschel jamais publicaram uma biografia ou outros dados.
Milton Henschel nasceu como Testemunha de Jeová da terceira geração em
Pomona, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Já desde pequeno acompanhava
seu pai na pregação. Juntos viajavam em um caminhão com alto-falantes,
pregando a mensagem da Watchtower por todo o país.
Henschel foi batizado em 1934. Com o transcorrer dos anos chegou a ser
durante muito tempo o secretário do terceiro presidente, Nathan Knorr. Juntos
visitaram quase todos os países do mundo. Depois de um desentendimento
entre ambos, Henschel se dedicou à administração da seita.
Henschel parece um homem muito sério. Também é evidente que durante as
juntas do corpo governativo quase nunca fala, mas quando diz algo, o faz com
firmeza considerável e definitiva. É conhecido por se opor a todas as
mudanças doutrinais que se apresentam durante as sessões do corpo
governativo. Todavia, dentro de pouco tempo ver-se-á obrigado a introduzir
diversas mudanças doutrinais. Muitos dos ensinamentos da seita que se
fundamentam na data de 1914, puseram sobre os ombros de Henschel uma
sobrecarga por demais pesada.

g) A teologia da sociedade Watchtower22


A teologia da Sociedade Watchtower nega todas as crenças básicas do
cristianismo histórico, entre elas a divindade de Cristo, sua encarnação, a
redenção por sua morte na cruz, sua ressurreição corporal, a salvação por
graça por meio da fé, o castigo eterno, a Trindade e outras mais.
Um dos pilares básicos da Sociedade Watchtower é o ensino sobre o
Harmagedon, isto é, o “fim do mundo”. Para seus seguidores só tem
importância o Harmagedon que, segundo eles, está na curva da próxima
esquina. Os membros da seita procuram não mencionar que seus dirigentes
vêm profetizando erroneamente o fim do mundo desde os fins do século XIX,
anunciando-o sucessivamente para 1914, 1918, 1925, 1941 e 1975.23

1914:
Em 1889, Russell escreveu: “Em vista da evidência forte da Bíblia,
consideramos como uma verdade estabelecida que o fim total dos reinos deste
mundo e o estabelecimento completo do Reino de Deus na Terra realizar-se-ão
no fim de 1914”.
Estudos das Escrituras 2, páginas 76-78-185.
1889:
“Neste capítulo damos a evidência bíblica que afirma que os Tempos dos
Gentios terminarão em 1914. Isto quer dizer que nessa data o Reino de Deus
estará estabilizado firmemente na Terra. O Reino do qual Cristo nos ensinou
Venha a nós o vosso Reino”.
Estudos das Escrituras 3, páginas 247/306.

1891:
“Deus mostrou que durante estes quarenta anos realiza-se uma colheita de
santos, terminando em 1914. O princípio da fase terrestre do Reino de Deus
em 1914 será a ressurreição dos santos tais como João Batista, Abel, Abraão,
Jacó e todos os profetas. O fim do mundo virá em 1914”.

1918:
A Atalaia (em inglês), de 1o de abril de 1915, página 5659 (reimpressão)
diz: “Esta guerra chegará à batalha do Harmagedon; significará o
estabelecimento permanente e completo do Reino do Messias”.

Estudos das Escrituras 7, página 404, 1917:


“O dia da vingança, que começou com a Guerra Mundial em 1914, desabará
em uma tormenta furiosa em 1918”.
A Atalaia (em inglês), de 1o de outubro de 1917, página 6149
(reimpressão):
“Restam-nos somente alguns meses antes que se manifeste a grande noite”.
A Atalaia (em inglês), de 1o de janeiro de 1918, página 6191 (reimpressão):
“Que nos trará o ano 1918?... Os cristãos esperam ver cumpridas por
completo as esperanças da Igreja”.

1925:
Milhões que agora vivem não morrerão jamais, página 73, 1920:
“Como já indicamos, o grande ciclo de jubileus terminará em 1925. Nesse
momento será reconhecida a fase terrestre do Reino. Portanto, podemos
confiantemente esperar que 1925 marca o regresso de Abraão, Isaac, Jacó e os
fiéis profetas da antiguidade, especialmente os nomeados pelo apóstolo em
Hebreus, capítulo onze”.

Milhões que agora vivem não morrerão jamais, páginas 72/88, 1920:
“O mais indispensável, dentre as coisas que devem ser restauradas, é a vida
da raça humana, e existem várias citações que, sem lugar para dúvidas,
indicam a ressurreição de Abraão, Isaac, Jacó e outros fiéis de tempos antigos.
Esses gozariam do primeiro favor, podemos esperar que o ano de 1925
presenciará o regresso desses fiéis, saindo das sepulturas plenamente
restaurados à perfeição humana e constituindo-se representantes legais e
visíveis da nova ordem de coisas na terra. Uma vez que o Reino Messiânico
estiver estabelecido, o grande Messias, composto por Jesus e sua glorificada
Igreja, dispensará sobre o mundo as bênçãos há tanto tempo esperadas e
desejadas”.

1941:
A Atalaia (em inglês), de 1o de setembro de 1940, página 265:
“A obra do Testemunha para a teocracia parece ter sido realizada na
maioria dos países da cristandade, estamos ansiosos e atentamente aguardando
o aparecimento do sinal do começo da batalha do Harmagedon”.

A Atalaia (em inglês), de 15 de agosto de 1941, página 288:


“O novo livro ‘Filhos’ provará ser útil nos últimos meses que restam antes
do Harmagedon”.
Filhos, página 346, 1941:
“É melhor que gozemos nosso matrimônio até que tenha chegado a paz
eterna sobre a Terra. Agora não devemos ampliar nossa carga, temos de estar
livres para o serviço do Senhor”.
A Atalaia (em inglês), de 15 de setembro de 1941, página 347:
“Estamos nos meses próximos antes do Harmagedon”.

1975:
Quanto a 1975, o leitor precisa ter presente que quando os Testemunhas
falam do milênio, os mil anos que virão depois da vinda de Cristo, começa
depois do Harmagedon, nunca antes!24

Vida eterna na liberdade dos filhos de Deus, páginas 29/30, 1966:


“De acordo com esta cronologia bíblica fidedigna, seis mil anos desde a
criação do homem terminarão em 1975 e o sétimo período de mil anos da
história humana começará no outono de 1975 E.C. (da era comum). De modo
que seis mil anos da existência do homem na terra logo terminarão. A
humanidade, todavia, tem diante de si o que o último livro da Bíblia menciona
como o Reino de Jesus Cristo sobre a terra durante mil anos, o reino milenário
de Cristo. Não seria por pura casualidade ou acidente, mas seria segundo o
propósito amoroso de Jeová Deus que o Reino de Jesus Cristo, o Senhor do
sábado, concorresse com o sétimo milênio da existência do homem”.

A Atalaia, de 15 de abril de 1967, página 235:


“Segundo um cálculo mais recente da contagem do tempo da Bíblia, seis mil
anos da existência do homem terminarão na segunda metade do ano 1975. O
milênio bíblico está diante de nós”.

A Atalaia, de 15 de setembro de 1967, página 550:


“É interessante que o outono de 1975 marca o fim dos seis mil anos da
existência humana”.
Ministério do Reino (em inglês), março de 1968, página 4:
“Estejam atentos irmãos, faltam somente noventa meses para que se
complete a existência do homem na Terra”.

A Atalaia, de 15 de setembro de 1968, páginas 559:


“A partir do outono de 1968 faltam sete anos para completar os 6.000 anos
do sétimo dia. Sete anos desde o outono de 1968 nos levarão até o outono de
1975”.
É estranho que, depois de passar todas essas datas, apesar de alguns, a
maioria dos membros da seita, longe de abjurar suas crenças, tinham ainda
mais fé.
Os Testemunhas de Jeová estão instruídos de que por trás do Harmagedon
virá o Juízo Final e a destruição da maldade, encarnada em todos aqueles que
não são membros da Sociedade Watchtower. Todas as pessoas que não sejam
Testemunhas de Jeová serão aniquiladas! A Watchtower ensina que só os
Testemunhas de Jeová entrarão na Nova Ordem Mundial.
Os Testemunhas de Jeová comuns acreditam que eles continuarão vivendo
na terra, dirigida por um “Governo Celestial” invisível para os olhos
humanos. Os seguidores da seita pensam que 144 mil espíritos invisíveis, sob
a direção de Cristo, fazem parte deste Supergoverno. Entre esses espíritos,
além dos apóstolos e de todos os fiéis seguidores de Cristo do primeiro
século, encontra-se a classe dominante da seita.25
A Watchtower ensina que os Testemunhas comuns (a classe terrestre)
quando morrem, dormem até que sejam ressuscitados. Não obstante, os
membros da classe dominante (classe celestial) são transformados
imediatamente em criaturas espirituais para irem para o céu reinar com Cristo.
É preciso fixar-se aqui que somente os 144 mil escolhidos desfrutarão dos
frutos da Redenção de Cristo. Só eles chegarão a ser filhos de Deus! Os
Testemunhas de Jeová comuns vêem-se excluídos do maioria das promessas e
bênçãos registradas na Bíblia. São reduzidos esses membros da seita a uma
segunda categoria de pessoas com uma salvação de menor qualidade. Os
seguidores comuns da Watchtower só poderão chegar quando muito a netos de
Deus. Jamais serão filhos de Deus!26
Apesar dos dirigentes dos Testemunhas de Jeová, com uma enorme
quantidade de textos manipulados em sua própria Bíblia, provarem todas estas
coisas, não se deve esquecer que tudo está baseado em uma mentira. Todas as
pessoas que conhecem a Bíblia Sagrada sabem que esses ensinamentos não
são mais que um engano: não se encontram nela!
h) Disciplina da Watchtower
É preocupante o fato de que muitos acreditem que os Testemunhas de Jeová
não são um problema. Com efeito, esta organização destruidora é uma ameaça
crescente. A mente de um Testemunha de foi Jeová programada com muita
passividade. A vítima entende como certo tudo o que procede do “portavoz de
Deus” no Brooklyn. Como conseguem essa conformidade generalizada e a
obediência cega à autoridade de Brooklyn?
A Atalaia, de 15 de fevereiro de 1972, explica que o próprio Deus designou
o corpo governativo da Watchtower com a finalidade de expedir diretrizes a
todos os Testemunhas de Jeová.

A Atalaia, de 1o de abril de 1988, página 31, diz:


“Se nosso Pai celestial Jeová Deus fala por meio de sua organização
terrestre, é preciso que nós escutemos e obedeçamos”.

A Atalaia, de 1o de dezembro de 1965, páginas 720-724:


“NÃO RESISTA AO CONSELHO DE JEOVÁ!
Jeová nos dá o conselho por meio de sua organização terrestre.
Funcionando seu espírito santo sobre a junta administrativa dessa organização,
seu conselho está em harmonia com sua vontade. Por meio das publicações da
Sociedade Watchtower se dá bom conselho sobre conduta pessoal,
matrimônio, adoração, manter integridade a Deus, nossa relação com
autoridades políticas mundanas e sobre muitas outras coisas. A organização de
Jeová dá conselho que nos manterá em harmonia com ele. Seja que provenha
da Bíblia ou da organização de Jeová, provém dele e é para nossos melhores
interesses. Seja receptivo ao conselho de Jeová e o apóie lealmente. Não lhe
resista argüindo contra ele, recusando prestar atenção a ele e falando contra a
organização de Deus”.

Unidos na adoração ao único Deus verdadeiro, 1983, páginas 120-124:


“Ao cultivar respeito saudável para com a organização de Jeová e realizar
de todo o coração o trabalho que ele dirige, damos provas de que Jeová
verdadeiramente é nosso Deus. Para agradar a Jeová é necessário que
aceitemos a instrução de que ele provê mediante este conduto e que devemos
agir em plena harmonia com ela”.

A Atalaia, de 15 de outubro de 1967, página 625:


“Qual, podemos dizer, é o princípio básico ou fundamental do movimento
da organização vivente de Jeová? Pode-se expressar com uma só palavra:
OBEDIÊNCIA”.
Os lideres escondem-se por trás das costas de Deus. Baseando-se nessa
doutrina, a classe dominante conseguiu certo grau de submissão em seus
seguidores para que executem o comportamento prescrito. Muitas pessoas
disseram que a Watchtower proíbe uma infinidade de coisas, como, por
exemplo, a celebração dos aniversários, o Ano Novo, acompanhar
casamentos, receber transfusão de sangue, participar de eleições, prestar
serviço militar, e muitas coisas mais. A cúpula nos Estados Unidos protesta e
afirma que nunca proibiu nada a seus membros. O certo é que eles nunca
tiveram a necessidade de impor proibições. Os Testemunhas de Jeová, para
agradar a Deus, seguem cegamente os conselhos do “porta-voz de Deus” no
Brooklyn.
O corpo governativo não tem necessidade de impor proibições. Se a
Watchtower, por exemplo, não quer que seus seguidores assistam a casamentos
oficiados por clérigos, então é suficiente publicar um artigo afirmando que não
agrada a Deus que alguém assista a esse casamento.
A Watchtower não proíbe casar-se...
A Atalaia, de 1º de março de 1988, página 21:
“Agora, mais do que nunca, o tempo que falta está reduzido. Sim, é limitado
o tempo que falta para que o povo de Jeová termine a obra que a ele foi
encomendada, a saber: estas boas-novas serão pregadas por toda a terra. É
apropriado que os cristãos se interroguem sobre que efeito terá em sua
participação nessa obra vital que eles se casem ou, se já estão casados, que
tenham filhos”.
Até que grau deve expressar luto um Testemunha? A dor de um Testemunha
deve ser uma tristeza controlada, certamente pode ficar triste, mas as outras
pessoas deveriam poder ver que tem uma “maravilhosa esperança” que
realmente o fortalece. A esperança e o gozo que Deus dá tem de se refletir na
atitude, esta ajuda uma pessoa a evitar os efeitos debilitantes do luto
prolongado. O luto não deve ser tal que coloque em dúvida, na mente dos
outros, a fé de uma pessoa na promessa de Deus de levantar os mortos. Devem
ser evitadas todas as formas extremas de luto; da mesma maneira, também
seria incorreto o pranto que refletisse desacordo com os juízos de Deus ou que
fosse contrário a suas ordens expressas.
Também é preciso manter o equilíbrio em questões tais como a importância
do aspecto e como chegar a um noivado.
Para as mulheres não é adequado que usem muitos cosméticos ou que se
adornem com jóias. Também devem limitar sua liberdade no assunto do vestir
para não fazer tropeçar seus irmãos.
Um dos métodos mais intimidadores entre os Testemunhas de Jeová é a
ameaça de enfrentar um comitê jurídico que é formado por três anciãos. As
inflexíveis normas empregadas durante esses julgamentos causaram milhares
de casos de doença mental, até mesmo de suicídio. A confissão dos
Testemunhas é uma prática cruel e desumana. Quando um Testemunha comete
um pecado é obrigado a confessá-lo ao comitê jurídico da congregação.
Diante desse comitê obrigase o adepto a confessar todos os detalhes, até
mesmo os mais íntimos.
Os Testemunhas são obrigados a delatar todos os que não estão se
comportando da maneira como exigida é pela organização, inclusive se forem
parentes ou amigos íntimos, e no caso de expulsão cortar toda relação com
essa pessoa.
O ex-Testemunha David Reed menciona, em seu livro Respostas bíblicas
aos Testemunhas de Jeová (Miami 1990), que ele conheceu um Testemunha de
Jeová de setenta anos de idade que decidiu enviar um cartão de parabéns pelo
aniversário de seu filho que não era Testemunha. Sua esposa informou sobre
esse procedimento aos anciãos Testemunhas de Jeová locais. Eles o citaram
perante um comitê jurídico e o julgaram por essa ofensa. Conforme a regra da
Sociedade Watchtower, o comitê o excomungou. Os familiares desse homem já
não lhe permitem entrar em suas casas e os outros Testemunhas de Jeová, que
o vêem, afastam-se sem nem mesmo o saudar.
No mesmo livro, encontramos na página 96 a história de alguns anciãos dos
Testemunhas de Jeová que interrogaram um paciente canceroso desacreditado
no hospital. Expulsaram-no em seu leito de morte por ter admitido receber
uma transfusão de sangue. É preciso acrescentar que se colocou em evidência
a não observância de diversos membros da classe dominante em relação às
transfusões de sangue. O ungido W. Kimmel tinha leucemia e precisava
urgentemente de transfusões de sangue. Carl Howell, outro ungido, ofereceu
seu sangue e estimulava outros para fazerem o mesmo.27
Para um Testemunha é uma grande tragédia ser expulso, porque isto
significa ser afastado de Deus, de seu favor e da congregação. Os que estão na
congregação não podem dar a mão de cumprimentos a essa pessoa, nem sequer
podem dizer-lhe “bomdia” nem “até logo”. Não podem conversar com ele nem
podem lhe mostrar reconhecimento de maneira alguma. A pessoa que
deliberadamente recusa sujeitar-se à decisão da Watchtower corre o risco de
ser expulsa por continuar se associando a um expulso. Visto que se considera
da mesma classe que o expulso, deve-se tomar a mesma ação contra essa
pessoa que eles chamam de dissidente.
Os dirigentes empregam uma linha dura contra qualquer pessoa expulsa;
mesmo que sejam membros da própria família, toda relação deve ser evitada.
Como os pais Testemunhas de Jeová precisam tratar os filhos que se opõem à
obra da Watchtower?
A Atalaia, de 1o de abril de 1962, página 213:
Que acontece se o filho de uma família que está dentro da organização
visível de Deus se opusesse a esse profetizar concernente ao Reino? Que
deveriam fazer o pai e a mãe dedicados, batizados? Eles não podem dar rédea
solta a seus queridos; “não se atrevem a perdoar nem mesmo esse indivíduo
amado cujo nascimento natural eles causaram. Não podem agüentar nem que
seu próprio filho fale falsidades em nome de Jeová. Precisam considerá-lo
como espiritualmente morto para eles, como uma pessoa com quem não devem
ter nenhuma solidariedade e companheirismo religioso. Eles não deverão
colocar obstáculos a que ele seja expulso da sociedade do novo mundo dos
Testemunhas de Jeová”.
Muito se escreveu sobre os sofrimentos dos expulsos, e esses livros estão
cheios de dor e de tristeza. Avós que não podem ver os netos, outros que não
se falam, nem sequer podem comer juntos com um expulso. Os Testemunhas
nem mesmo podem ir a celebrações, excursões ou reuniões familiares onde
pudesse estar presente um parente expulso. Os dirigentes ensinam aos adeptos
que não se beneficiarão e nem agradarão a Deus se se deixam levar pelas
emoções humanas, estão jogando com a vida eterna!
É na verdade assombroso que a seita “aconselhe” aos jovens Testemunhas
de Jeová a não participarem de atividades extra-escolares, como reuniões de
alunos, prática de esportes, desfiles, festas escolares e representações teatrais.
No folheto A escola e os Testemunhas de Jeová (1983), publicado pelo
“porta-voz de Deus” no Brooklyn, encontramos muitos exemplos de suas
táticas para afirmar coisas sem empregar a palavra “proibir”.
A Watchtower chega ao cúmulo de desanimar os jovens a que sigam uma
carreira universitária.
Em seu número de 1o de agosto de 1986, A Atalaia diz aos pais que a
maneira principal de ensinar a seus filhos a verdade e de ajudá-los a
desenvolver uma relação íntima com Jeová é mediante o estudo da Bíblia. Os
pais podem ajudar seus filhos a estabelecer metas que se harmonizem com o
apreço que eles têm às coisas espirituais. Embora os orientadores escolares
lhes falem sobre alguma carreira, os pais precisam inculcar em seus filhos
metas que satisfaçam o crescente interesse que tenham de servir a Jeová, tais
como o serviço de precursor, o de Betel e o serviço missionário.
A cúpula em Brooklyn aconselhou durante mais de 100 anos os jovens da
seita para que deixem de assistir às aulas depois de terem recebido a
educação mínima. O resultado foi que muitos dos jovens não tinham nenhuma
preparação para desempenhar um ofício. Muitos não podiam manter-se sem a
ajuda econômica de seus pais.
Os dirigentes da seita perceberam que outros tiveram de aceitar empregos
nos quais têm de trabalhar tantas horas que, além de os terem esgotado
fisicamente, já não lhes sobra tempo para se entregarem ao proselitismo da
seita. Portanto, não é de estranhar que finalmente em A Atalaia, de 1o de
novembro de 1992, os dirigentes da seita tenham abandonado sua posição
rígida a respeito da educação escolar. Recentemente, para que os jovens
possam manter-se no aspecto econômico, aconselham aos pais analisar as
vantagens e as desvantagens de continuar estudando depois de concluído o
curso secundário. Igualmente advertem todos os seguidores a não criticar os
que decidem continuar estudando para benefício próprio.
Para os jovens, viver na seita torna-se muito difícil, muitas vezes até
desagradável. Os jovens da seita têm de dar prioridade aos interesses da
Sociedade Watchtower. Os pais Testemunhas de Jeová devem criar seus filhos
na disciplina da Watchtower. Segundo os Testemunhas, Deus explica na Bíblia
que o melhor pai é aquele que emprega a disciplina, portanto muitos pais
vêem-se obrigados a tratar seus filhos com rigor, mesmo que seja somente na
frente dos outros adeptos. Por exemplo, para que as crianças acorram às
reuniões e para que estudem A Atalaia, existem casos de pancadarias dadas
em menores. Durante o discurso e o estudo de A Atalaia, que duram duas
horas, aos quais as crianças devem assistir, eles não podem falar nem se
mover.
A Atalaia, de 1o de janeiro de 1964, página 17:
“Se os pais têm de prestar contas perante Deus pela modo como criam seus
filhos, têm de aplicar a disciplina de Jeová com amor, mas com firmeza. Isto
requer uma disciplina positiva, não uma espécie de disciplina preguiçosa na
qual os pais subornam seus filhos para que se comportem bem. A disciplina
firme significa que os pais não podem ser brandos. Às vezes, então, um pai ou
uma mãe deverá falar à criança mesmo que isso lhe doa”.
Os Testemunhas de Jeová precisam dedicar-se sem cessar ao proselitismo
da organização. Para outras atividades não sobra tempo. No que tem a ver com
a recreação, precisam levar em consideração o tempo que merece ser
dedicado a isso. Se por trás da recreação, seja ela qual for, descuidam-se do
estudo bíblico, as muitas reuniões semanais, o tempo para ficar com os outros
adeptos ou a pregação, então essa recreação não vale a pena.
Muitos dos jovens revoltam-se. Um caso extremo ocorreu no Canadá, há
pouco tempo, quando um casal Testemunhas de Jeová proibiu a seu filho de
dezesseis anos reunir-se com jovens que não eram da seita. Depois que aquele
casal, membros da congregação de Libertyville, e seu filho não haviam
aparecido nas reuniões durante cinco dias, outros adeptos avisaram a polícia.
Quando os policiais entraram na casa da família, encontraram os corpos do
casal. Eles haviam morrido devido a múltiplos disparos na cabeça. Depois de
vários dias, o filho se apresentou na chefatura de polícia em Quebec, no
Canadá. O jovem sempre havia sido um Testemunha exemplar, todavia,
segundo os investigadores do caso, o filho matou seus pais em um ato de
revolta contra a religião deles.

i) A Nova Ordem da Watchtower


Nas publicações da Sociedade Watchtower aparecem com freqüência
ilustrações com pessoas sorridentes e felizes que vivem na Futura Terra sob o
Supergoverno. Os seguidores da seita não estão conscientes de que essas
ilustrações são uma farsa. Por trás de cuidadosas investigações descobriu-se
que na relação com a Nova Ordem, a Watchtower, nas entrelinhas, ensina algo
muito diferente daquilo que acreditam os pobres adeptos dessa seita tão
destruidora. Como será a Nova Ordem dos Testemunhas de Jeová?
Novo Mundo, na página 103: Depois do Harmagedon não se permitirão
lágrimas pelas vítimas.
Novos céus e uma nova terra, na página 211: Durante sete meses terão de
procurar os ossos dos mortos e enterrá-los.
O mistério terminado, na página 334: Uma força espiritual policial
controlará todos os habitantes da Terra.
Man’s Salvation (em inglês), página 87: Os escravos felizes da Sociedade
Watchtower jamais se comunicarão com o Supergoverno, jamais verão Cristo.
As instruções de Deus serão facilitadas por intermédio da Sociedade
Watchtower no Brooklyn. Novas leis entrarão em vigor.
A Atalaia (em inglês), de 15 de novembro de 1938: Durante o milênio, isto
é, os mil anos depois do Harmagedon, continuarão as execuções. A
Watchtower serve como juiz, todos os que não obedecerem às leis serão
executados.
Consolação (em alemão), de 8 de novembro de 1941: introduz-se uma só
linguagem a ser falada por todos.
Let Your Kingdom Come (em inglês), na página 177: Todos terão de
trabalhar duro nos campos.
A Atalaia (em inglês), de 1o de junho de 1943 / Man’s Salvation (em
inglês), página 89: Pessoas ambiciosas serão executadas ou reeducadas.
Liberdade, página 396: O povo não será diferente ao da atualidade.
A Atalaia (em inglês), de 15 de fevereiro de 1937: Toda a literatura será
destruída, visto que já não se precisará mais da Bíblia.
A Atalaia, de 1o de janeiro de 1987: Os habitantes na Nova Ordem, tal qual
na atualidade, serão escravos felizes da Sociedade Watchtower.
A Atalaia, de junho de 1956, página 604: Os matrimônios serão combinados
pelo Supergoverno. Somente no princípio do milênio se poderá ter filhos.
Esses filhos pertencem ao Supergoverno.
Parece que a Nova Ordem dos Testemunhas de Jeová será preferivelmente
um terrível pesadelo. A prometida liberdade e felicidade acaba se
transformando em escravidão; trabalhar duro e com medo de ser executado se
não se submeter completamente às regras.

j) Racismo
Na edição de Despertai!, de 8 de dezembro de 1990, página 8, lemos as
seguintes citações:
“Os Testemunhas de Jeová são diferentes. Em um mundo no qual é
abundante o preconceito, os Testemunhas de Jeová se salientam, pois são
muito diferentes. Eles são conhecidos a nível internacional pela harmonia
racial que existe entre eles, algo que com freqüência pode ser observado em
suas grandes assembléias anuais”.
É certo que com freqüência se pode observar em suas grandes assembléias
anuais a harmonia racial que existe entre eles, mas o mesmo podemos
observar entre outros grupos religiosos.
É interessante observar como pensavam os Testemunhas de Jeová, assim
como os mórmons, a respeito da raça negra no princípio do século passado.
Naquele tempo, os Testemunhas de Jeová tinham o ponto de vista de que as
diferenças raciais tinham sua origem na média de inteligência e quociente
intelectual da pessoa.
A Atalaia (em inglês), de 15 de julho de 1902, páginas 215/216:
“É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades superiores acima
de qualquer outra. O segredo de uma maior inteligência e maior talento do
indo-europeu, sem dúvida nenhuma, deve-se atribuir em grande medida à
mistura do sangue entre várias ramificações, e isto evidentemente efetuou-se
grandemente em circunstâncias sob controle divino”.
Naquele tempo os Testemunhas de Jeová raciocinavam que as pessoas da
raça negra necessitavam trocar de pele, e que só Deus poderia fazer tal
mudança. A Sociedade Watchtower, naquele tempo, baseava-se no relato
bíblico do Gênesis 9,22-25; segundo eles a raça negra era a descendência de
Cam, e, portanto, a mudança de pele era necessária para remover a maldição.
Em A Atalaia (em inglês), de 15 de abril de 1900, podemos ler que da
literatura da Sociedade Watchtower, distribuída a pessoas de raça negra, pelo
menos a metade se perdia, devido a que essas pessoas tinham menor instrução
e não estavam suficientemente capacitadas para extrair benefício dela.
Em 1887, Thomas A. Edison havia inventado o primeiro fonógrafo, e em
1896 havia se apresentado nos Estados Unidos a primeira projeção pública de
um filme mudo. Em 1912, Charles Taze Russell empregou essas duas
invenções para dar maior impulso à pregação. Seu primeiro filme de cinema
épico chamouse O Foto-drama da Criação, oferecendo, quinze anos antes que
se produzissem outros filmes sonoros, uma combinação de filmes
cinematográficos e fotografias sincronizadas com um discurso gravado. O
Foto-drama foi utilizado pela Sociedade Watchtower de 1914 em diante.
É extraordinário o tratamento dado às pessoas de raça negra, nos Estados
Unidos, que queriam ver o Foto-drama. A seguinte declaração foi tomada de A
Atalaia (em inglês), de 4 de janeiro de 1914. Na página 105 dizem que devido
ao aumento do número das pessoas negras presentes durante a projeção do
Fotodrama, muitos brancos deixavam de assistir. Por isso os negros foram
colocados nos corredores da sala.
A organização dos Testemunhas de Jeová, diferentemente de outros grupos
religiosos, nunca teve uma pessoa negra ou latino-americana dentro do seu
corpo governativo.

k) Danos psicológicos perigosos


Os Testemunhas de Jeová são vítimas de um controle mental que os domina
durante as reuniões e por intermédio do estudo da revista A Atalaia e outros
livros.28 A cúpula no Brooklyn, além de controlar o comportamento do adepto,
controla seus pensamentos, emoções e inclusive a vida sexual.
A Atalaia, de 1o de abril de 1963, página 222:
“Existem órgãos definidos, masculinos e femininos, para o coito. O
propósito pensado para eles e o uso apropriado são muitos evidentes. É só
dessa maneira apropriada e ordenada por Deus que esses órgãos devem ser
usados. Desviar-se do uso apropriado e natural desses órgãos a fim de
satisfazer a sede de intimidade contranatural com os órgãos sexuais, ou a fim
de excitar paixões animalescas, é imundo”.
Os dirigentes também controlam a informação que chega às vitimas. Os
líderes têm organizado seus seguidores de maneira que eles se mantenham
afastados de livros e de pessoas que possam mostrar-lhes os erros de sua
organização. Os adeptos, certamente, não têm a mínima idéia do que está
acontecendo. Aqui creio ser necessário citar a sinistra especificação do
controle mental de Charles Manson:
“Eu posso convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa se a ela a repito
com bastante insistência e se a pessoa não tem outra fonte de informação senão
a minha”.29
Está fora de toda dúvida que os danos psicológicos que os Testemunhas de
Jeová causam sobre o indivíduo, sobre a família e sobre a sociedade
representam um perigo imenso para a saúde mental pública. Para o bem dos
organismos, que são tão ingênuos que acreditam que a saúde pública não corre
perigo e se entregam ao luxo de não se preocupar com este problema, cito o
segundo presidente da Sociedade Watchtower, Joseph Rutherford:
“Aos que foram dos nossos e se afastaram, não os podemos matar, porque
as leis não o autorizam, mas se nós pudéssemos exercer já o domínio total,
neste instante mesmo os mataríamos”.30
Da mesma maneira cito o pesquisador e escritor Fritz Springmeier:
“É triste observar que algumas vezes os métodos psicológicos da Sociedade
Watchtower causam confusão e se transformam em um pesadelo. Na República
do Zaire, conhecida anteriormente como Congo Bel ga, durante os anos vinte e
trinta havia grupos de seguidores da seita que se chamavam Movimento
Watchtower. Essas pessoas, pelo que parece, haviam interpretado mal os
ensinamentos, e pensando que Deus é quem os mandava, saíram a matar
pessoas que não faziam parte deles”.31
A cúpula no Brooklyn alega que o governo do Congo identificou
incorretamente, naquele momento, os Testemunhas de Jeová com os adeptos do
Movimento Watchtower.
Levanta-se a pergunta: Por que os nativos desse país africano, naquela
época, tomaram o nome da Sociedade Watchtower?
O jornal mexicano Alerta, de 1o de junho de 1985, escreveu:
“Um Testemunha de Jeová matou 8 pessoas por não aceitarem sua religião.
Oaxaca. Obcecado porque seus familiares não aceitavam sua religião, Germán
García Antonio, integrante da seita dos Testemunhas de Jeová, massacrou a
tiros seu irmão, seu sobrinho e mais cinco pessoas. Depois de seu crime
escondeuse em um buraco onde se suicidou. Por seu lado, os chefes de polícia
do estado e da circunscrição judiciária, respectivamente, coincidiram em
afirmar que a divisão religiosa naquela localidade iniciouse há vários anos,
quando um grupo de estrangeiros chegou ao lugar citado para evangelizar
todos os habitantes. Não obstante, só ele aceitou permanecer nessa seita
religiosa, obrigando os outros sob ameaças de morte”.
Para terminar este capítulo parece-me também conveniente relatar um fato
triste conhecido por meio de uma entrevista que fiz com um jornal nas Ilhas
Canárias:
“Tenho uma filha, a qual durante toda a sua vida até que acabou o COU teve
notas excelentes e desempenho notável, era muito estudiosa e responsável.
Aos dezoito anos entrou na Universidade para iniciar uma carreira superior,
mas teve a infelicidade de conhecer no seu primeiro ano um rapaz Testemunha
de Jeová; enamorou-se dele e aqui começaram todos os problemas. Esta seita
é como uma aranha maligna que vai tecendo pouco a pouco a sua teia.
Começaram levando-a hoje a uma palestra, amanhã a outra, para depois
ocupar-lhe todo o seu tempo sem lhe deixar um momento livre. Eu jamais
podia pensar que minha filha pudesse mudar de religião como se se tratasse de
uma peça do vestuário. Fizeram-na Testemunha de Jeová. Ela começou a
largar os estudos; apesar de ter estado matriculando-se, comprando livros e
material universitário durante vários anos para, depois de todos estes gastos,
um dia largar a universidade acrescentando que a carreira era muito longa,
coisa que ela sabia quando começou. O mal de toda esta história é que eu
sempre a via triste, apagada, como sem vida, talvez com remorsos entre o que
seus pais lhe aconselhavam e o que por outro lado a seita lhe estava
inculcando. Em casa não falava mais que o imprescindível, fechava-se em seu
quarto e sobretudo aos domingos, quando voltava dessas reuniões, não saia
dele, nem para comer nem para dizer ‘até amanhã’. Eles conseguiram o que
queriam: tiraram de casa nossa filha para desta forma manipulá-la melhor e
certificar-se de que seus pais não destruiriam seu mesquinho trabalho.
Eu espero que minha filha recupere o bom-senso e que não seja muito tarde.
Por todo o dano moral e espiritual que esses senhores causaram à sua pessoa,
é esse o motivo pelo qual quero avisar todos os pais que tenham filhos em
escolas ou universidades para que estejam atentos caso haja nas amizades
deles algum Testemunha de Jeová, para que não deixem seus filhos
relacionarem-se com eles, e desta forma evitar que caiam na armadilha. É
muito triste que a uma filha não deixem ler mais que livros que eles
recomendam e a tenham feito pouco menos que odiar suas antigas amigas, a
ponto de não lhes dizer ‘bomdia’ ou ‘até logo’ quando cruzam o seu caminho;
além de não poder ir a uma discoteca mesmo que seja só para conversar com
os amigos; é pecado dançar e uma infinidade de coisas; não sai, só se reúnem
na casa de algum da seita”.
Capítulo 2

A Watchtower e a Maçonaria

a) A maçonaria
Muito se escreveu sobre a franco-maçonaria, todavia nestes finais do século
XX continua havendo uma ignorância quase absoluta a respeito dessa
sociedade secreta. Todo aquele que procure saber alguma coisa a respeito
dessa organização vai encontrar dificuldades insuperáveis. Apesar de todos os
livros que apareceram versando sobre o tema, a maçonaria continua sendo um
mistério.
A franco-maçonaria operária existe há milênios. Muitos atribuem a origem
tradicional dessa organização à construção do templo de Salomão. Segundo os
maçons, em seus princípios esteve ligada aos costumes dos operários da
construção. Outros consideraram que sua origem se encontra na organização
dos “Cavaleiros Templários”, os antigos “Cavaleiros Rosacruz” ou nas
Cruzadas, nos construtores das pirâmides, quando não nos construtores das
grandes catedrais, palácios e fortalezas da Idade Média.
Por mais longe que remontemos na história, encontraremos antes de tudo
uma franco-maçonaria operária, isto é, as maravilhosas catedrais e fortalezas
que se encontram em toda a Europa são provas visíveis dela. Os maçons (ou
pedreiros-livres) que as construíram estavam divididos em três graus:
aprendizes, companheiros e mestres, com ritos específicos para passar de uma
para a outra. Entre eles utilizavam como emblema o martelo, o cinzel, a régua,
o compasso e o esquadro.
Depois da Idade Média, deixou-se de construir novas catedrais. Junto com a
arte gótica desapareceram também as lojas da franco-maçonaria operária. Já
não se iniciavam os obreiros como havia acontecido durante a Idade Média.
As lojas na Inglaterra começaram a receber outras pessoas não pertencentes à
profissão. Essas pessoas eram distinguidas por sua inteligência ou por sua
situação, isto é, nobres, sábios, burgueses, artistas, políticos, etc. A esses
novos iniciados se chamava “maçons aceitos”. Esses tornaram-se cada vez
mais numerosos e acabaram por dirigir a instituição. O martelo, o cinzel, a
régua, o compasso e o esquadro já não foram mais utilidades indispensáveis
aos operários, converteramse então em símbolos e emblemas importantes para
a franco-maçonaria. A maçonaria que primeiramente foi operacional havia se
transformado em especulativa.
Em 1717, quatro lojas inglesas decidiram reunirse em federação na Grande
Loja de Londres, que codificou os costumes e os preceitos empregados nas
antigas lojas com o título de As obrigações de um francomaçom.32 Todavia,
na atualidade, é o estatuto no qual se baseiam todas as Obediências Maçônicas
do mundo. A Grande Loja de Londres é considerada a loja-mãe de todas as
outras. Da Inglaterra passou para todo o continente e para as colônias.
Os três graus maçônicos mais conhecidos, a saber, aprendiz, companheiro e
mestre, constituem a maçonaria azul; do 4o grau ao 18o constituem a maçonaria
vermelha; do 19o ao 30o grau formam a maçonaria negra; do 31o grau ao 33o,
que são os graus sublimes, constituem a maçonaria branca. Como a maioria
das sociedades secretas, a maçonaria tem ritos de ingresso ou iniciação. A
porta para entrar no mundo maçônico é a iniciação. O segredo dessa iniciação
é impossível narrar e sua origem é desconhecida. Inclusive as pessoas mais
informadas são incapazes de averiguar a procedência desta cerimônia.
Os maçons prometem “obediência cega”, sem crítica possível ao
estabelecido em suas constituições, estatutos e regulamentos, assim como às
ordens dos seus dirigentes.
Quanto ao juramento de obediência, conta-se que o compromisso de não
revelar os segredos, mesmo arriscando a vida, são requisitos prévios e
imprescindíveis para ingressar na maçonaria.
Até poucos anos atrás, bispos da Igreja Anglicana na Inglaterra haviam sido
membros da franco-maçonaria. Em fevereiro de 1985, o Sínodo Geral dessa
Igreja, que é o parlamento da Igreja na Inglaterra, tomou a iniciativa de
proceder a uma investigação sobre a controvérsia a respeito da possibilidade
da pertença ou não de um cristão à franco-maçonaria. A conclusão foi
apresentada em maio de 1987. Não é de admirar que a resposta fosse negativa.
O Dicionário Universal da franco-maçonaria, de Daniel Ligou, recolhe mais
de 150 ritos maçônicos. Seus matizes incluem até fórmulas de magia, de
astrologia e de iluminismo. O relatório mencionou, como obstáculos
principais, o emprego do nome Jah-bu-lon como nome de Deus e as fórmulas
do juramento em que se prometem diversas ações de vingança contra aqueles
que revelarem algum segredo maçônico. É aterrorizante saber que uma destas
ações consistia em partir com um machado o corpo do traidor em duas partes,
cortar-lhe a cabeça e a mão direita e queimar-lhe os intestinos.33 O Sínodo
afirmou que apesar destas fórmulas de juramento terem sido apagadas, ainda
eram nomeadas durante os rituais.
Conhecida é a história de William Morgan, que freqüentava as lojas. Esse
senhor preparou, com um jornalista chamado Miller, a publicação nos jornais
de vários segredos maçônicos. Morgan desapareceu nas cataratas do Niágara.
A esposa da vítima e o jornalista Miller identificaram o cadáver de um homem
que havia se atirado há pouco tempo próximo da fortaleza Niágara, como o de
Morgan. Um monumento em recordação ao “executado”, traz o seguinte
escrito:
“À memória de William Morgan, cidadão de Virgínia seqüestrado pelos
franco-maçons e assassinado por ter revelado os segredos da ordem”.
Como dissemos mais acima, a característica-chave da franco-maçonaria é o
segredo. Já se disse que inclusive muitos maçons dos graus “azuis” e
“vermelhos” morrem sem saber o que verdadeiramente é a maçonaria. Copin
Albancelli,34 que se retirou da maçonaria depois de ter sido convidado a fazer
parte do “Círculo Interior” que se esconde por trás dos Altos Graus, coisa que
jamais havia pensado que existisse, ao descobrir as autênticas finalidades da
organização, declarou em seu livro Le pouvoir occulte, que a francomaçonaria
está dividida em três grupos:
1) Os graus azuis, que não são iniciados em nenhum segredo importante.
2) Os graus vermelhos, que apesar de crerem que já conhecem os segredos,
nem mesmo estão conscientes da verdadeira finalidade perseguida pela
Ordem.
3) O “Círculo Internacional Interior”, isto é, os verdadeiros mestres, que se
escondem por trás dos altos graus e são os que na verdade dirigem a
Ordem.
O livro pró-maçônico A maçonaria em Madri afirma que inclusive alguns
“grandes mestres” vivem imersos em suas éticas filosóficas sem saber quem
são verdadeiramente os chefes, os quais os utilizam para mascarar que são
eles quem, na realidade, são os autênticos possuidores do poder.35
O super-maçom de grau 33, Albert Pike, disse o seguinte em seu livro
Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of
Freemasonery, Richmond 1871:
“Aos graus azuis da franco-maçonaria só se ensina parte dos símbolos. A
eles se desorienta intencionalmente com falsas interpretações. Não se espera
que os entendam, mas se espera que acreditem que os estão entendendo. O
verdadeiro significado se reserva só para os soberanos da maçonaria. Deixam
que os membros dos graus azuis pensem que já abrangem toda a franco-
maçonaria. A maçonaria é uma verdadeira esfinge, mantendo-se até a cabeça
oculta na areia que foi se amontoando durante séculos”.
Consideração especial merece a B’naï B’rith. Esta organização foi fundada
em 1843 em Nova York. As semelhanças, os ritos, os símbolos, os altos graus,
a ideologia e a estrutura tornam difícil não associar a B’naï B’rith com a
maçonaria. Inclusive os locais onde se reúnem são chamados lojas. A
administração à qual estão subordinadas todas as lojas de diversos Orientes é
a B’naï B’rith.
Atualmente a B’naï B’rith, que passa de dois milhões de membros, embora
só umas poucas centenas façam parte do círculo interior resolutivo, subdividiu
a terra em onze distritos. A B’naï B’rith intervém de maneira aberta na
política, especialmente na América do Norte.
Aos maçons horroriza-os falar de Gabriel Jogand Pages, melhor conhecido
como Leo Taxil. Esse, em seu livro Os mistérios da franco-maçonaria,
acusou os maçons de adoradores do diabo. Em outra obra intitulada Les
Frères Trois Points (Paris 1885), disse que as práticas dos maçons estavam
baseadas em um culto diabólico, com louvores a Lúcifer. Em 1891, publicou o
livro Soeurs Maçonnes, no qual informou detalhadamente sobre a missa
satânica que se celebrava entre os maçons de altos graus dos Cavaleiros de
Padilla do “Papa diabólico” Albert Pike, o primeiro grande líder dos
iluminados nos Estados Unidos.
Apesar de se ter comprovado que Taxil era um falsário, que foi expulso de
uma loja de Marseille, cumprenos perguntar se pelo fato de ter sido falsário as
acusações a respeito do íntimo parentesco entre a maçonaria e o
luciferianismo ficam refutadas. A resposta tem de ser negativa, porque
evidentemente os graus mais elevados da maçonaria pertencem à elite de
Satanás.
A. Prokovsky, em sua obra B’naï B’rith y sus esclavos (México 1941),
salienta que em Charleston existe um templo dedicado a Lúcifer. Acima de um
altar eleva-se uma enorme estátua de ouro que representa Lúcifer. De acordo
com Prokovsky, é nesse templo que se celebram os conselhos secretos que
decidem a sorte do mundo.
A Rivista della Massoneria Italiana, do ano de 1887, na página 27, afirma
que a maçonaria considera Satanás como seu chefe supremo.
Em 1937, o maçom francês Albert Lantoine, grau 33 e membro do Conselho
Supremo escocês, publicou uma longa Carta ao Soberano Pontífice, na qual
reconhece: “Os franco-maçons são servidores de Satanás, e vós, guardiões da
Verdade, sois servidores de Deus”. Em uma carta a seu amigo Leon de
Poncins, especialista em sociedades secretas, afirmou isto: “Nós somos
servidores de Lúcifer”.
Em 1935, o pesquisador da maçonaria, Fara, em A maçonaria e sua obra,
disse o seguinte: “A cerimônia para o grau 29 (Baphomet) celebra-se sob um
signo panteísta: uma cabeça de bode com uma tocha entre os cornos, asas de
arcanjo, braços e mãos de homem, corpo de mulher com uma rosa e uma cruz
no peito”.
Também o arcebispo francês Leon Meurin, em seu livro A franco-
maçonaria, Sinagoga de Satanás, atribui a adoração ao diabo aos maçons e
iluminados.
O antimaçom e político austríaco, Dr. Friederich Wichtl, em seu livro
Weltfreimauererei – Weltrevolution – Weltrepublik (München 1919), escreve:
“Os maçons consideram Satanás como seu chefe supremo e seu deus”.
Todavia, mais claras são as palavras do maçom Albert Pike, no dia 14 de
julho de 1889, em As Instruções aos 23 Concílios Supremos do Mundo: “A
doutrina do satanismo é uma heresia; e a verdadeira e pura religião filosófica
é a fé em Lúcifer, tal qual a Adonai; todavia Lúcifer, ‘Deus da Luz e Deus do
Bem’, está lutando a favor da humanidade contra Adonai, Deus da Escuridão e
do Mal”.36
O certo é que, como escrevem os autores do livro Os fabricantes de
deuses: “A maçonaria tomou a filosofia antiteísta das religiões mistéricas que
torcem o que a Bíblia ensina, transformando Lúcifer em Deus e Deus em
Satanás”.37
Não resta dúvida de que os maçons comuns não somente esfregarão seus
olhos depois de ler todas estas citações, como também dirão: “Isto é mentira,
não pode ser verdade”. Para todos eles é importante recordar as palavras do
maçom Albert Pike e Copin Albancelli quanto a manter os graus azuis
deliberadamente na ignorância.
Uma das pedras angulares da franco-maçonaria é a Sociedade Secreta dos
Iluminados, uma sociedade secreta fundada a 1o de maio de 1776 por Adam
Weishaupt, professor de direito canônico da Universidade de Ingolstadt.
Weishaupt estabeleceu uma complicada hierarquia de graus secretos. Naqueles
tempos milhares de eminentes europeus foram captados por Weishaupt e
ingressaram na Ordem dos Iluminados. O projeto declarado por Weishaupt era
o de apossar-se do poder em todos os reinos mediante uma legião de
conspiradores que governariam a partir da sombra, seguindo um plano preciso
de domínio universal. Com o talento organizador do proeminente barão
Knigge, os Iluminados de Weishaupt se transformaram, em menos de cinco
anos, nos donos ocultos da Baviera e estados vizinhos. A 10 de julho de 1785,
a polícia encontrou documentos que descreviam a conspiração dos Iluminados.
Imediatamente ordenouse a dissolução da ordem. Weishaupt fugiu, mas
continuou conspirando na clandestinidade.
Se uma pessoa der uma olhada geral na história entre os bastidores,
encontrar-se-á com os Iluminados. Eles endividaram reis, manipularam reinos,
criaram guerras e deram às relações internacionais entre os países sua forma
atual. Os Iluminados estiveram profundamente envolvidos em todas as
revoluções que se deflagraram depois da Guerra da Independência dos
Estados Unidos. Isto inclui a Revolução Francesa, que levou ao extermínio
pelo menos 100 mil pessoas durante o reinado do Terror que a seguiu.

b) As conexões com a maçonaria


Segundo A Atalaia (em inglês), de 1o de dezembro de 1916, página 365, as
últimas palavras de Russell antes de morrer foram: “Por favor, envolvam-me
em uma toga romana”.
A maioria dos leitores certamente não poderá entender como uma pessoa
que está morrendo não tenha outra preocupação senão ser envolvida em uma
toga romana. Não obstante, para os membros da maçonaria não existe aí
nenhum mistério; a toga romana ocupa um lugar importante no vestuário dos
maçons dos mais altos graus nos Estados Unidos.
Existe uma relação entre a Sociedade Watchtower e a maçonaria? Para a
resposta, antes de tudo precisamos penetrar no fundo religioso do fundador da
Watchtower, Charles Taze Russell. Está fora de qualquer dúvida que as idéias
dele para criar uma nova organização religiosa não surgiram do nada. Por
exemplo, é sabido que a Watchtower copiou quase ao pé da letra todos os
erros do arianismo.
Através dos séculos tem havido grupos que recusaram o ensinamento a
respeito da Trindade. Entre os mais notáveis encontram-se os seguidores do
conhecido presbítero Ario que, tal como os Testemunhas de Jeová, ensinou
que Jesus Cristo era menor que Deus. Examinemos a seguir o motivo pelo qual
muitas das idéias de Ario foram adotadas por Russell.
Em 1650, a dominação da Irlanda pelo Reino Unido tornou-se completa.
Posteriormente, a Irlanda passou pouco a pouco a ser propriedade da igreja
protestante britânica. Os católicos irlandeses foram reduzidos a camponeses
empobrecidos. Em 1801, a Irlanda foi incorporada ao Reino Unido e
governada a partir de Londres. A partir desse ano, cada vez mais irlandeses
emigravam para os Estados Unidos. Depois de 1845, quando as batatas
cultivadas na Europa começaram a ser diminuída na sua produção como
resultado de uma doença que as atacou, a imigração transformou-se em
aluvião. Já nas páginas precedentes vimos que entre os imigrantes irlandeses
também estavam incluídos os pais de Charles Taze Russell. É importante
assinalar que os pais de Russell, antes de emigrar, viviam em Ulster, na
Irlanda, e que eram membros da igreja presbiteriana. Segundo A Atalaia de
1916, página 171, também o jovem Russell foi criado como presbiteriano.
O que significava isto naqueles dias? Houve um tempo em que todos os
jovens, na Irlanda, que queriam ser pastores estudavam na Universidade de
Glasgow, na Escócia. Sabe-se que o professor Simpson, que dava aulas nessa
universidade, e seus sucessores simpatizavam com a teologia do antitrinitário
Ario. Outro simpatizante ariano foi o doutor Francis Hutcheson, todos os
estudantes estavam impressionados com esse homem. Inclusive o Sínodo de
Ulster aceitou durante várias gerações a heterodoxa posição a respeito da
Trindade. Conseqüentemente, a Igreja Presbiteriana na Irlanda durante
gerações continuou sob a influência do arianismo. Os dados acima citados não
deixam lugar a dúvidas a respeito das crenças arianas da família Russell.
Os dados relativamente corretos de que disponho confirmam que
muitíssimos presbiterianos eram membros da maçonaria. Por exemplo, James
Anderson, que deu o nome às primeiras “constituições” da maçonaria
moderna, foi pastor e teólogo presbiteriano. Na atualidade chegou-se a saber
que muitos presbiterianos desempenham papel importante nas diversas lojas
maçônicas. O poder da franco-maçonaria é imenso entre os presbiterianos,
inclusive muitos pastores que não fazem parte deles perderam seu emprego
por terem criticado a maçonaria. Outro aspecto curioso é que, além de ser
presbiteriana, a maioria dos presidentes dos Estados Unidos foram maçônicos
de ascendência escocesa e irlandesa.
Esteve Russell implicado na maçonaria? Segundo a Watchtower, em 1886,
Russell começou a ser agitado por muitas doutrinas que havia aceitado durante
longo tempo, até renunciou ao cristianismo.
No periódico The Jamestown Evening Journal, de 6 de agosto de 1910,
Russell disse o seguinte: “Depois de ter renunciado ao cristianismo, eu adorei
a um Deus desconhecido. Estava procurando uma revelação divina”.
Segundo o livro Os Testemunhas de Jeová no propósito divino, publicado
em 1965 em espanhol, página 18, Russell estava interessado em aprender o
que Deus ensinava, sem se importar de que direção vinha esse ensino. Em um
de seus sermões, Russell reconhece ter estudado inclusive as religiões
orientais. Implicava esse estudo também as doutrinas e os segredos da
maçonaria?
Todos podemos empregar termos médicos. Não obstante, quando lemos
vários livros ou escutamos os sermões dados pelo mesmo homem, e este
emprega constantemente termos médicos, então não é de se duvidar que essa
pessoa fala e escreve como um médico, ou ao menos está associado à
medicina. Portanto, quando Russell emprega constantemente em seus livros e
sermões os típicos termos maçônicos como: Grande Arquiteto do Universo, a
Ordem, o Grande Mestre, o Sacerdócio, a Iniciação, o Segredo, a Luz, e
outros, podemos aceitar que ele, pelo menos, tinha relações com a franco-
maçonaria.

Da mesma maneira, é interessante observar que durante os incontáveis


discursos de Russell sempre o acompanhava um emblema grande de uma cruz
e uma coroa.
Também na parte de cima (à esquerda) da capa de A Atalaia e outros
escritos do pastor apareceu este emblema. Que existe por trás desse emblema?
Depois de uma profunda investigação comprovei que é um emblema da
ordem maçônica dos Cavaleiros Templários. É indubitável que o conceito do
emblema é maçônico. A ordem o emprega mais para fazer publicidade e
chamar a atenção para os Cavaleiros Templários.

Também outros empregaram o mesmo emblema, porém sempre foram


pessoas que estavam relacionadas com a maçonaria. Entre outros podemos
nomear Joseph Smith Jr., e outros mórmons importantes. Também a seita do
Exército da Salvação e Mary Baker Eddy, fundadora da seita Ciência Cristã,
utilizaramno.38
Outra força comprobatória podemos encontrar no ângulo superior direito da
mesma capa de revista já citada. Aqui aparece o emblema que pertence à
ordem maior nos Estados Unidos dos Cavaleiros Templários, a saber, o Grand
Encampment (o Grande Acampamento).

De grande importância é a cor da cruz maçônica: é sempre vermelha! Não


pode ser uma coincidência que a cruz no emblema empregado por Russell,
também fosse de cor vermelha.39
Acrescentamos que antes de ter suas próprias salas, a maioria das reuniões
dos Estudantes da Bíblia realizava-se nas salas maçônicas.40
A Atalaia, de 1o de agosto de 1994, na página 22, reconhece que pelo menos
até 1926, os Estudantes da Bíblia, em Nova York, reuniram-se no templo
maçônico do Brooklyn. O Anuário dos Testemunhas de Jeová de 1993, afirma
que desde 1912 até 1943, na Dinamarca, celebravam-se as assembléias na
Odd Fellow Palaet de 1.600 localidades.41
Mais curioso ainda é o nome que recebem os atuais Salões do Reino dos
Testemunhas de Jeová. Em inglês o nome “Hall” (Kingdom Hall) é maçônico.
Como continuação precisamos ocupar-nos da figura do Hiram maçônico.
Como disse anteriormente, todo aquele que procure penetrar nos mistérios da
maçonaria vai encontrar muitas dificuldades. Também a figura de Hiram está
rodeada de mistérios. Para os maçons, Hiram-Abif é só um homem bom que se
pode comparar aos patriarcas da antiguidade. Hiram foi o mais hábil de todos
os construtores de arte. O rei Salomão nomeou-o chefe de todos os obreiros.42
Já que a maçonaria esconde sua condição mediante tática preconcebida e
obriga seus membros a manter ocultos e não revelar nunca os segredos da
organização, para saber que significado tem esse Hiram para os maçons,
precisamos dirigir-nos à literatura puramente maçônica que se oculta aos não
iniciados.
Fritz Springmeier, em sua obra The Wachtower & the Masons, após uma
investigação feita com inúmeras dificuldades, prova que as fontes puramente
maçônicas revelam que Hiram-Abif é o Messias dos maçons.43
Igualmente, o professor John Robinson, em sua obra Proofs of a Conspiracy
against all Governments and Religions (Boston 1967), coloca em evidência
que o fundador dos Iluminados, Adam Weishaupt, para atrair os cristãos, dizia
que Hiram-Abif era Jesus Cristo.
Impressiona ver que Russell no sermão O desejo de todas as nações,
também identificou Hiram como o Messias. De que fonte Russell recebeu essa
informação? Se os maçons somente podem falar de seus segredos aos
autênticos e leais irmãos, então, se Russell não foi maçom, como sabia que
Hiram é o Messias dos maçons? Quando examinamos o mencionado sermão
mais a fundo, então parece que Russell disse que só os maçons acreditam que
Hiram é seu Messias, porém assim não é! Russell definitivamente declara que
Jesus Cristo, o Messias da cristandade, e Hiram-Abif são idênticos. Que
blasfêmia! No mesmo sermão também afirma que a religião maçônica está
baseada na Bíblia. Se Russell não foi maçom, este sermão pelo menos aos
maçons lhe soa muito bem. É evidente que Russell tinha um conhecimento
surpreendente da maçonaria.
Acrescentamos que a cerimônia do enterro de Russell e a incineração de
seu corpo se efetuaram segundo os ritos dos rosacruzes.44 Por que havia
ordenado que se construísse uma pirâmide maçônica em cima de sua
sepultura?45

Igualmente, é estranho que um dos emblemas preferidos por Russell tenha


sido a ilustração maçônica das asas de Amon-Ra, o Deus-Sol egípcio. Quem
dos maçons utiliza o emblema das asas de Amon-Ra? O maçom de grau 33,
Albert Churchward, em sua obra Signs and Symbols of Primordal Man, The
Evolution of Religious Doctrines from the Eschatology of the Ancient
Egyptians (Londres 1913), página 86, afirma que o emblema das asas do
Deus-Sol unicamente é usado e compreendido pelo mais alto grau entre os
maçons, isto é, os maçons do grau 33. É preciso ter em consideração que os
maçons são obrigados a usar os distintivos e símbolos próprios de cada grau.
O fato de que Russell empregasse tanto esse emblema em seus escritos,
tratados e livros deve levar-nos a refletir.
Outro dado considerável é a colocação do sol que apareceu nas capas das
primeiras publicações de Russell e das A Atalaia. Sua raiz é puramente
maçônica.
Mais impressionante ainda é o ensinamento e a prática de Russell em
relação à piramidologia, tão popular entre os maçons. Se Russell não foi
maçom, então... Por que se encontram estudos amplos da piramidologia em
seus escritos?
Recordemos também que os franco-maçons estão muito interessados em ter
pessoas como presidentes, pastores famosos e outros personagens que se
iniciem no grau 33.
Interessantes são as descobertas de Fritz Springmeier. Recentemente
comunicou-me que as fichas de Russell como membro do Masonic Knight
Templar (Cavaleiros Templários) encontram-se na loja-mãe, a Loja Azul em
Dublin, na Irlanda.46 Em seu livro Be Wise as Serpents, página 165, mostra
que Russell também foi membro do Rito Escocês.
No registro do famoso livro Occult Theocracy, de Lady Queensborough,
apresenta-se entre os Rothschild, Jacob Schiff e outros proeminentes maçons,
também Charles Taze Russell.47
Acrescentamos que segundo a International Bible Students Souvenir
Convention Report, de 1913, durante um discurso dirigido especialmente aos
maçons, o próprio Russell afirmou que era maçom do grau 33.

Muitos dirão que Russell jamais teve tempo para se dedicar à maçonaria,
mas isto não é correto. Entre os maçons não existem regras com relação ao
tempo que cada um deles dedica à Ordem, eles podem empregar o tempo que
quiserem.
De onde procedia o interesse de Russell pela francomaçonaria? Vimos que
Russell foi criado como presbiteriano e que muitíssimos presbiterianos eram
membros da maçonaria. Portanto, não estranha que o próprio pai de Russell
tivesse tido influência no interesse de seu filho pela maçonaria.
Outra possibilidade do interesse de Russel pela maçonaria encontramo-la
no seu lugar de nascimento. Em 1852, próximo de Pittsburg havia mais de 52
lojas da franco-maçonaria. Em 1856, a Loja de Allegheny mudou-se para a
Water Street, ao lado da Federal Street, onde o pai de Russell tinha sua loja.
Na sala maçônica de Water Street reuniam-se duas lojas, isto é, a Loja
Allegheny no 223 e a Loja Jefferson no 288. Já que, segundo os Testemunhas de
Jeová, Russell era um rapaz que pensava com muita seriedade e que tinha
grande interesse na religião, seria lógico que se fixasse nos maçons que se
reuniam ao lado dos negócios do seu pai.48
Como vimos, depois da morte de Russell subiu ao poder Joseph Franklin
Rutherford. Consideração especial merece o fato de que antes de chegar à
presidência da Sociedade Watchtower, Rutherford havia chegado a ser
advogado do tribunal com a empresa Draffen & Wright, uma agência que,
sobretudo, foi utilizada pelos donos das grandes empresas e “trusts”, a maioria
deles supermaçons. Mais tarde foi reconhecido como advogado especial para
tratar de casos perante o Tribunal Supremo dos Estados Unidos em
Washington.
Como já mencionamos, Rutherford foi recebido como advogado no estado
de Nova York em 1909. Naquele mesmo ano abriu um escritório de advocacia,
e até a sua morte em 1942 foi membro eminente da fiscalização de Nova York.
Conforme as declarações da Sociedade Watchtower, em 1909, quando a
seita transferiu suas oficinas para o Brooklin, em Nova York, Rutherford viu-
se forçado a solicitar o posto de advogado no estado de Nova York. Chegou-
se a tomar conhecimento de que esta não pode ter sido a razão. Parece que o
juiz se entregava a um jogo duplo. Sem dúvida nenhuma viu-se forçado a
solicitar a fiscalização só para ocultar suas relações com certos ilustres
maçons e membros do governo. Só dessa maneira os adeptos podiam
desculpar e justificar as amizades de seu líder. Rutherford mantinha relações
com militares de cargos elevados, com a academia da Marinha, com o
banqueiro judeu, político e senador, George Louis Wellington (maçom de grau
33), com o governador George White, de Ohio, Blackburn Barret Dovener,
membro do Congresso, e o maçom Williams Jennings Bryan. Este último
maçom foi três vezes nomeado para a presidência dos Estados Unidos. É
impressionante saber que Rutherford fez campanha presidencial para esse
ilustre maçom!
Depois da morte de Russell, o primeiro passo de Rutherford foi eliminar
pouco a pouco as marcas deixadas por seu predecessor, inclusive o ensino da
Grande Pirâmide e todos os emblemas mencionados neste capítulo. À primeira
vista parece que Rutherford estava acabando com as conexões maçônicas de
Russell. Em A Idade de Ouro, edição em inglês, correspondente a 3 de
setembro de 1930, em um artigo intitulado A origem da maçonaria, Rutherford
ataca os maçons com intolerância, acusando-os até de estar relacionados com
o demonismo. A Idade de Ouro, correspondente a 5 de agosto de 1931, volta
com um artigo semelhante. Isto indica que Rutherford não era maçom?
Absolutamente não. Devo recordar ao leitor que a maçonaria está rodeada de
mistérios e segredos. Por exemplo, descobriu-se que o líder do partido
antimaçônico (1830-1840), nos Estados Unidos, acabou sendo membro
eminente da maçonaria.
Depois de seus ataques contra a ordem, também Rutherford mudou de
posição. Desde 1935 em diante fala a favor da maçonaria. Naquele ano
publicou dois artigos condenando as perseguições dos maçons na Itália e na
Alemanha. Parece que a partir dessas publicações, os maçons já não
representavam mais o demônio. Segundo Rutherford, foram vítimas do
fascismo e do Vaticano. Acrescente-se ao anterior, que A Idade de Ouro, de 21
de abril de 1937, atacou a Igreja Católica por ter insistido com os católicos
para que rezassem contra a maçonaria. O mais surpreendente de tudo isso é
que a Watchtower, durante todos aqueles anos, somente havia denunciado as
perseguições por parte dos fascistas contra os membros da maçonaria, jamais
publicou ou condenou as perseguições e execuções de judeus, de doentes
mentais, de milhares de ciganos, de minorias ou outros por parte dos nazistas.
Depois da morte de Rutherford, a Sociedade Watchtower continuou
publicando artigos a favor da maçonaria. A Idade de Ouro, de 20 de junho de
1945, relata as perseguições contra os maçons espanhóis por parte do general
Franco. E A Atalaia, de 13 de março de 1946, narra a história a respeito das
primeiras vítimas entre os maçons na Itália sob Mussolini.
Geralmente os Testemunhas de Jeová nada sabem de maneira absoluta sobre
a maçonaria. Parece que a cúpula no Brooklyn não se sente obrigada a dar
informação sobre esta organização tão poderosa. Depois de uma intensa
investigação, pude encontrar um artigo só em Despertai!, de 8 de agosto de
1958, sobre a maçonaria.
Uma das coisas mais surpreendentes dessa informação de cinco páginas é o
conhecimento profundo que mostram ter os dirigentes dos Testemunhas de
Jeová a respeito da maçonaria. O escritor do artigo revela com todo detalhe a
iniciação do primeiro, do segundo e do terceiro grau. Da mesma maneira
surpreende ver que o informe, ao contrário dos ataques contra os católicos que
aparecem freqüentemente nas publicações da seita, não afeta a maçonaria. De
igual forma parece que o escritor, provavelmente Nathan Knorr, evita com
cuidado falar das aspirações dos maçons para estabelecer um governo
mundial. Contrário à maçonaria, só no final do relato se diz que a maçonaria
não é para os adeptos da Sociedade Watchtower.
Outro aspecto curioso é o fato de que, no mesmo artigo, ao já mencionado
Albert Pike chamam-no como um dos maiores eruditos da maçonaria. Quem
era este Albert Pike na realidade?
Albert Pike, também chamado de o “Papa diabólico”, não só era o líder do
Rito Escocês em Washington, mas também o líder oculto da Ordem dos
Iluminados nos Estados Unidos e o fundador dos Cavaleiros de Padilla, uma
ordem satânica. Parece que esta ordem é uma organização paralela à B’naï
B’rith. Ao contrário da B’naï B’rith, que dirige a maçonaria política, os
Iluminados, mediante a ordem fundada por Pike, dirigem a maçonaria
espiritual.49
Segundo o professor Hermann Gruber, citando o periódico Kölnische
Volkszeitung, de 2 de abril de 1900, Pike estava relacionado com o satanista
Giuseppe Mazzini e com Armand Levi, líder da B’naï B’rith, todos maçons.50
Como já se disse mais acima, os maçons cada vez que podem dão sinais de
sua associação maçônica. Não só mediante o emprego de emblemas, mas
também por meio de sinais de mãos, palavras ou expressões. No caso do
quarto presidente, Frederick Franz, desejo dar um único exemplo que mostra
sua associação com a maçonaria. Onde todas as traduções da Bíblia empregam
o nome Senhor ou Javé, em Oséias 12,14, Franz transformou a palavra Adonai
em um termo maçônico, isto é, “Grande Mestre”. Na versão espanhola
traduziram o termo como “Magnífico Amo”. É preciso levar em consideração
também que o mesmo Franz reconheceu que foi escolhido para receber a beca
de Cecil Rhodes, o fundador da Mesa Redonda. Esta beca somente era
oferecida a pessoas cuidadosamente escolhidas para lhes ensinar as idéias de
Cecil Rhodes, os Rothschild e companhia.51
Existem mais provas de que a seita mantém vínculos com a maçonaria?
Neste momento seja-nos suficiente recorrer a Despertai!, de 8 de janeiro de
1993. Nessa revista o escritor ungido da Sociedade Watchtower emprega o
termo maçônico Grande Arquiteto Universal.
Entre a maçonaria e o grupo de Charles Taze Russell, e inclusive entre as
doutrinas atuais da Sociedade Watchtower, existem semelhanças e
coincidências assombrosas:
Ambos negam as doutrinas ortodoxas.
Ambos acreditam que a salvação se obtém somente por obras, e que para os
cristãos não é necessário “nascer de novo”.
Ambos se reúnem em salas maçônicas.
Ambos têm sua própria Bíblia e acreditam que as Escrituras estão redigidas
em chave secreta. Aos associados ensinam-nos que os segredos se revelam só
a determinados membros iniciados entre eles. Russell escreveu em Bible
Examiner, de outubro de 1876, página 27: “As escrituras são como um templo
(termo maçônico) e para revelá-las necessita-se de uma chave”.
Ambos negam a divindade de Cristo. Segundo eles, Jesus Cristo é só um
homem. Igualmente negam que Cristo seja o “mediador” dos cristãos. O
escrivão Albert Pike, em sua obra Morals and Dogma of the Ancient and
Accepted Rite of Scottish Freemasonery (Richmond 1921, reimpresso em
1966), página 34, publicado com permissão do Conselho Supremo Maçônico
de grau 33, disse que Jesus Cristo foi só um homem como nós e que sua
história é só o reavivamento imaginário de uma lenda mais antiga. Outros
escritos maçônicos comparam Cristo com Ísis.52
Ambos estão fascinados pela numerologia, pela piramidologia e pela
egiptologia.
Ambos pensam que Deus fez construir a Grande Pirâmide. Segundo seus
ensinamentos a igreja é a Pirâmide.
Ambos acreditam que Hiram-Abif é o Messias.
Ambos acreditam em uma Nova Ordem e em um Governo Mundial.
Ambos identificam a Igreja Católica com Babilônia a Grande. Torna-se
evidente a atitude anticatólica de ambos. Segundo o Grande Oriente francês, a
missão da franco-maçonaria implica a guerra contra a Igreja Católica. O
grande acontecimento do século XX será o fim dos católicos. O mesmo
ensinam os Testemunhas de Jeová: “Logo virá o fim da Igreja Católica”. Quero
salientar os ataques, o ódio contra o papado e a tudo o que com ele tem
relação.
Ambos empregam o termo Grande Arquiteto. Russell utilizava este termo
com freqüência em seus escritos. A maçonaria identifica o Grande Arquiteto
com o Criador do Universo. Eles citam pouco Deus e absolutamente nunca
Cristo.
Ambos se servem do calendário judaico, e em vez de utilizar os termos
antes de Cristo ou depois de Cristo, usam os termos “antes da Era Comum” e
“Era Comum”.
Ambos ensinam que se pode jurar falso para proteger os irmãos. Igualmente
acreditam que não é necessário contar a verdade a pessoas que não merecem
sabê-la. Mentir é conhecido sob o termo “estratégia de guerra”.53
Ambos consideram não transcendentes os dados históricos quando não
concordam com seus ensinamentos.
Ambos estão abertos aos homens de todas as religiões. Nos tempos de
Russell, tal qual na organização maçônica, não era necessário renunciar à sua
qualidade de membro de outra religião.
Ambos empregam símbolos, ordens, graus e textos maçônicos.
Ambos declaram com ênfase que cada vez se entendem melhor as
revelações. Eles dão muito valor à palavra “luz”.
Ambos acreditam que os brancos são superiores às pessoas negras. Russell
exigiu dos Estudantes da Bíblia que não gastassem revistas ou livros com os
negros.54 Segundo os dirigentes da Sociedade Watchtower naqueles tempos, a
raça branca exibia qualidades superiores sobre qualquer outra.55 Durante
muitos anos aos negros não foi permitido sentar-se junto dos brancos durante
as reuniões. Igualmente a maçonaria, na maioria dos estados dos Estados
Unidos, não admite negros. Para eles constituiu-se uma “Obediência” especial.
Por intermédio das páginas anteriores colocamos em evidência que não se
pode ignorar a relação especial que existe entre a Watchtower e a maçonaria.
Capítulo 3

Os Superiores Invisíveis

a) Marionetes do capitalismo
Este capítulo apresenta a evidência de que a Sociedade Watchtower
representou e defendeu com freqüência os interesses de secretos
manipuladores na sombra.
Em 1861 deflagrou-se a devastadora Guerra da Secessão americana.
Durante os quatro anos seguintes, essa guerra inflamada e dispendiosa causou
destruição na região sul-oriental dos Estados Unidos. Mais de 620.000
homens de ambos os lados morreram e 375.000 foram feridos.
Ao terminar a guerra, a contínua industrialização transformou o país de
maneira radical. Surpreendentemente a economia dos Estados Unidos achava-
se tão forte como sempre. Os capitalistas e umas tantas famílias dominavam as
áreas de produção de utilidades e de fabricação dos bens de consumo. O fato
fundamental foi sem dúvida nenhuma o extraordinário progresso da indústria
pesada. Nenhum país europeu experimentou semelhante progresso.
A partir de 1865, realizaram-se agrupamentos de capitais sem precedentes:
“trusts”, grupos, que criavam monopólios para dominar o conjunto do setor
industrial. Dois terços das linhas ferroviárias passaram a depender de vários
grupos dirigidos pelo banqueiro maçom John Piermont Morgan. Carnegie
levou à criação de um cartel que chegou a ser o mais poderoso negócio do
mundo no setor do aço. E Rockefeller dominou o campo do petróleo.
No transcorrer dos anos constituíram-se dois impérios financeiros: um
formado pelo First National Bank de Morgan, a Rubber Trust, General
Electric, US Steel e as ferrovias Vanderbilt; o outro formado pelo National
City Bank de Rockefeller, a Standard Oil, a Tobacco, o Ice Trust e as
ferrovias de Gould.
Ao mesmo tempo em que se desenvolvia o capitalismo, também se
desenvolvia um brutal confronto entre a riqueza burguesa e a miséria
trabalhadora. Durante aqueles anos, os trabalhadores estavam condenados a
uma vida que pouco se diferenciava da escravidão. As famílias viviam em
pocilgas das companhias que nem os porcos teriam aceitado. Os salários eram
irrisórios, e os trabalhadores trabalhavam de 65 a 67 horas semanais. Um dos
problemas dos trabalhadores era a imigração sem restrições. Os empregadores
podiam despedir livremente seus empregados por motivos triviais, pois
sempre havia um número elevado de imigrantes recém-chegados querendo
conseguir trabalho nas condições estabelecidas pelos empregadores.
A população operária dos Estados Unidos chegou a ser uma das mais
numerosas do mundo. A pobreza, o analfabetismo e a ausência de toda
formação política eram as causas pelas quais efetuavam os trabalhos mais
duros em troca de pagamentos insuficientes. Não havia nenhuma maneira pela
qual os operários pudessem se opor às más ações dos empregadores. Como o
governo estava ao lado dos empregadores, os Morgan, os Rockefeller, etc., os
operários tampouco podiam recorrer à greve; caso procurassem fazê-lo, a
polícia e o exército intervinham de maneira vigorosa, até de maneira brutal.
Em 1877, a agitação tornou-se crônica e deflagravam-se greves, das quais
as mais retumbantes foram as dos ferroviários em Baltimore e Pittsburgh.
A ferrovia de Baltimore havia anunciado uma redução salarial de dez por
cento. Conseqüentemente, os trabalhadores entraram em greve, a qual foi
interrompida pelo exército. O resultado dessa greve foi 10 mortos e 30
gravemente feridos.
Em Pittsburgh, centenas de locomotivas estacionadas pelos grevistas foram
destruídas por um incêndio produzido por agentes provocadores. Esta greve
chegou a ser a pior desta espécie que tenha acontecido: 25 mortos (dos quais
10 eram crianças) e 50 gravemente feridos. Como sempre, os patrões
venceram.
No mesmo ano Rockefeller disse à sua jovem esposa: “Celly... meu melhor
sonho realizou-se; este ano podemos pagar 50% dos dividendos”.56
Depois destas greves, a luta dos operários continuou. Em 1886,
convocaram-se mais de 1.600 greves, cada vez mais poderosas e cada vez
mais duradouras.57
Os trabalhadores também suportavam uma contínua campanha de ofensas
por jornalistas alugados pelos empregadores. O que surpreende é que Charles
Taze Russell tenha se posicionado ao lado dos grandes “trusts”. Parece que a
Watchtower, com seu proselitismo, sobretudo entre a classe trabalhadora,
também foi usada com o mesmo objetivo pelos jornalistas venais! No quarto
tomo dos Estudos das Escrituras, páginas 178/179/191, Russell ultrapassou
os limites quando, dirigindo-se à classe operária, afirmou que sua situação era
miserável, mas que toda luta organizada significava piorar a situação. Segundo
Russell os trabalhadores não tinham outra opção senão agüentar sua situação.
No mesmo artigo justificava descaradamente a posição dos grandes “trusts”. É
censurável que Russell descrevesse com inconcebível indiferença a tragédia
dos pobres trabalhadores.
Por uma série de declarações de Russel, que pude ler, comprova-se que o
artigo não foi uma casualidade. Já no terceiro número, desde que se começou a
publicar, a revista A Atalaia tomou posição a favor dos grandes “trusts”. Em A
Atalaia, de 1o de janeiro 1911, paginas 1-4, Russell louvava, por exemplo, o
famoso maçom J. P. Morgan por seu trabalho. Surpreendentemente Russell
revelou que o trabalho do magnata J. P. Morgan foi um cumprimento das
Escrituras.
Até aqui, todo ser pensante pode reconhecer que se Russell não agia a
serviço dos donos dos grandes “trusts”, ao menos procurou chamar a atenção
para sua pessoa.

b) O sionismo
A seguinte investigação, embora não trate dos Testemunhas de Jeová, é
importante que o leitor a examine a fundo. Porque interessa ao nosso estudo, e
para melhor entendimento e compreensão dos acontecimentos relacionados
com os Testemunhas de Jeová, dos quais nos ocuparemos nas páginas a seguir,
é transcendental e básica.
Atualmente existe, na maioria dos paises do mundo, uma tendência a
preservar os judeus de qualquer crítica. Falar do tema judeu, sobretudo
quando se refere a ele sem louvores, o tema é tabu. Atualmente é comum que
qualquer crítica relacionada ao povo judeu seja considerada da extrema
direita anti-semita. Por isso, vejo-me obrigado a insistir e a realçar que a
informação oferecida neste estudo de maneira nenhuma pode ser qualificada
como projeto anti-semita. O leitor pode comprovar que nada tem de antijudeu,
e menos ainda de anti-semita.
Para muitos, o dia 14 de maio de 1948, dia em que David Ben Gurion
proclamou o novo Estado de Israel em Tel Aviv, cumpriram-se as promessas
que Deus fez nas Escrituras com relação as povo judeu.
Também o fato de que milhares de judeus tenham emigrado para Israel, junto
com o aumento da força militar e econômica desse país e o reconhecimento da
soberania de Israel por todas as grandes potências do mundo, aclamam-no
muitas pessoas, tanto judeus quanto cristãos, como algo que acontece em
cumprimento de profecia bíblica. Cumprem profecias bíblicas os
acontecimentos que tiveram lugar em Israel no século XX?
A história do povo judeu foi uma história quase contínua de sofrimento.
Evidentes são as hostilidades e prevenções contra a população judaica em
todos os lugares. Os judeus, além de terem sido perseguidos por muitas e
grandes potências mundiais, foram tirados da pátria-mãe como prisioneiros,
deportados pelos conquistadores e inclusive vendidos como escravos.
Para o leitor pouco informado será útil uma breve análise da história do
povo de Israel. Sobre Abraão podemos ler que em sua descendência seriam
abençoadas todas as nações da terra (Gn 22,15-18). Esta promessa se repete e
se confirma a Isaac e depois a Jacó, chamado de Israel por Deus. A Israel
prometese, além disso, que não só sairiam dele várias nações, mas sim que
também reis sairiam de seu sangue (Gn 35,11-12). Israel teve 12 filhos, cujos
descendentes se agruparam nas chamadas doze tribos de Israel.

A CASA DE JACÓ-ISRAEL
1) Rubem
2) Simeão
3) Levi
4) Judá
5) Zabulon
6) Issacar
7) Dã
8) Gad
9) José
10) Aser
11) Neftali
12) Benjamim

Para cumprir suas promessas a Abraão, Deus colocou as bases da nação ao


estabelecer um pacto com seus descendentes. Esse pacto foi instituído
mediante o grande líder hebreu, Moisés. Mais tarde, durante o governo do rei
Davi, tanto a realeza quanto o sacerdócio ficaram firmemente estabelecidos.58
Após a morte de seu filho Salomão, o reino dividiu-se em dois: o reino do sul,
chamado de Judéia (sic) (reino de Judá (nota do tradutor)), tendo Jerusalém
por capital; e o reino do norte chamado reino de Israel, com a capital em
Samaria.
O reino de Israel, depois da divisão, abrangeu primeiro 11 tribos sem Judá.
No entanto, uma delas, a tribo de Benjamim, passou para o rei de Judá (1Rs
11,29). Também os descendentes de Levi, os levitas, que haviam sido
designados por Deus para o serviço sacerdotal, ficaram com Judá depois da
divisão do reino (2Cr 11,13-14).

DEPOIS DA DIVISÃO
A Casa de Judá A Casa de Israel
Judá Rubem Zabulon
Benjamim Simeão Issacar
Levi Neftali Gad
Aser Dã
Manassés Efraim

O leitor vai notar que na lista do reino de Israel falta o nome de José. Em
seu lugar foram escolhidos seus dois filhos: Efraim e Manassés (Gn 48,5).
É importante assinalar que depois da morte de Jacó-Israel, a bênção não
passa aos seus próprios filhos, mas sim ao filho mais moço de José, Efraim.
Efraim chegou a ser o herdeiro da poderosa bênção de Abraão (1Cr 5,1; Jr
31,9). Além disso, a tribo de Efraim chegou a ser a líder das outras dez tribos.
Todas juntas formam o reino de Israel.
Ambos os reinos, depois da divisão, rumaram cada um por seu lado e
transpuseram etapas de inimizade e guerra civil. Em um ponto cometeram o
mesmo equívoco: ambos os reinos abandonaram Deus e começaram a prestar
culto aos falsos deuses dos povos vizinhos, sobretudo aos dos fenícios: Baal e
Astarte. Devido a isto, Deus os castigou e ambos os reinos foram destroçados.
O reino de Israel foi anexado pelos assírios no ano 722 a.C., e seus
habitantes foram levados quase em sua totalidade para o exílio na Assíria. A
última notícia das dez tribos que nos é dada pelo relato bíblico está no livro
de Esdras (sic), onde se afirma que foram transportados para as cidades (da
Assíria, diz 2Rs 17,6 (nota do tradutor.)) de Samaria (sic) e para as demais
províncias do outro lado do rio Eufrates. As dez tribos foram consideradas
desde então como as dez tribos perdidas de Israel.
O reino de Judá sobreviveu em liberdade mais de um século depois da
queda do reino de Israel. A população de Judá foi levada para o exílio em
Babilônia depois que o reino foi anexado ao império babilônico.
A Bíblia nos narra que os profetas haviam anunciado que os habitantes de
Judá voltariam para a sua pátria (Palestina) depois de setenta anos de exílio na
Babilônia. Depois que Ciro, o persa, derrotara Babilônia no ano 539 a.C., ele
mesmo permitiu que os membros de Judá voltassem a se estabelecer em sua
terra, mas só uma pequena parte dos exilados voltou para Judá (Es 1,1; 3,2).
Segundo muitos historiadores, o termo “judeu” aplica-se pela primeira vez
a esses grupos procedentes da Babilônia. Yoseph ben Mattityahu (Flávio
Josefo), famoso historiador judeu do primeiro século depois de Cristo,
falando dos judeus, disse: “Assim se chamou nosso povo depois que regressou
da Babilônia”.
Da mesma maneira, assegura-nos Abban Eban, intelectual e político judeu,
em seu livro My people – The Story of the Jews (New York 1968): “O
judaísmo, como sistema de idéias e modo de vida, nasceu na diáspora da
Babilônia”.
Depois que no século I irrompeu uma revolução contra Roma, as tropas
romanas devastaram Jerusalém e queimaram por completo o templo em 70
d.C.
Após a revolta seguiu-se uma segunda maior insurreição, cerca de sessenta
anos mais tarde, lá pelos anos 132 e 135. Como resultado desse novo
confronto, todos os judeus foram oficialmente expulsos de Jerusalém, que se
transformou em uma cidade romana. A maioria da população judaica
dispersou-se na diáspora; muitos emigraram para a Ásia Menor, para a Grécia,
para Roma, para o norte da África e para a Espanha.
A história dos judeus constitui uma parte inseparável da história da
Espanha. Depois que a Inquisição foi estabelecida pelos Reis Católicos, pois
queriam garantir para os reinos de Espanha a unidade religiosa ameaçada pelo
perigo dos judeus, converteram para o cristianismo dezenas de milhares de
judeus na Espanha. Calcula-se que no século XV passaram a fazer parte da
Igreja cerca 250.000 a 300.000 judeus.
Em maio de 1492, aos outros judeus que continuaram fiéis à sua religião,
deram-lhes prazo até o dia 10 de agosto para abandonar os reinos da Espanha.
Os judeus não só foram expulsos da Espanha. Ao final do século XV,
haviam sido expulsos de quase todo o Ocidente europeu. Muitos deles se
estabeleceram no leste da Europa. O que hoje é o território da Rússia chegou a
ser a pátria de mais da metade de todos os judeus.
É importante assinalar que os judeus que viviam já antes nesse território
não eram descendentes dos judeus da tribo de Judá, mas sim dos kazares,
tribos de origem pagã que governavam o poderoso reino de Kazar (700-1016
d.C.). Kazaria era uma região da Ásia Central, entre a metade norte dos mares
Negro e Cáspio. Os kazares estavam aparentados com a raça dos tártaros e
dos mongóis. Desde que seu rei Bulan se converteu ao judaísmo, todos os
kazares tinham de aprender o hebraico, orar em hebraico, sob a ameaça de
morte foram circuncidados, e tinham de aceitar os rabinos como seus líderes
espirituais.59
Os kazares, quando atacavam os povoados russos, matavam os homens,
seqüestravam as mulheres, convertiam-nas ao judaísmo e se casavam com
elas. Provavelmente isto explica o cabelo ruivo e os olhos azuis, um pouco
amendoados, de tantos judeus europeus.
O reino judaico dos kazares foi destroçado no ano 1230 pelo mongol Batu
Khan. A maioria dos judeuskazares pôde fugir para o oeste, onde formaram as
grandes judiarias da Polônia, da Hungria, da Boêmia, da Áustria, da Romênia
e da Rússia.
Desde que os judeus dispersos começaram a se estabelecer no leste da
Europa, os governantes mostraramse muito hostis contra eles. Uma faceta
difícil foi, por exemplo, a obrigação para os jovens judeus de prestar serviço
militar durante um período de vinte e cinco anos.
Com a ascensão ao trono do czar Alexandre II, iniciou-se para a população
judaica um período melhor e relativamente tranqüilo. Entre outras coisas, o
czar reduziu o serviço militar a cinco anos. Pela primeira vez encontram-se
judeus exercendo a medicina, a arquitetura, a jurisprudência e a indústria. O
tolerante czar inclusive confiou-lhes a reconstrução econômica do país e a
criação do banco russo.
Mas essa paz não teve longa duração. Depois do assassinato do czar
Alexandre II, a 13 de março de 1881, voltaram os pogroms contra os infelizes
judeus como nunca antes.
Conseqüentemente, um pequeno grupo de jovens judeus idealistas fugiu em
1881 para a Palestina com a finalidade de procurar refúgio para a população
judaica perseguida. Compraram um terreno próximo de Jaffa para plantar
cereais e outras culturas. Mais tarde juntaram-se a eles outros judeus
procedentes da Rússia e da Romênia. O sionismo havia nascido!
O que é o sionismo? O movimento sionista ocupa na história de Israel um
lugar muitíssimo importante. Os dicionários, em geral, denominam o sionismo
de maneira atemporal. O Novo Dicionário Ilustrado Sopena define o
sionismo da seguinte maneira: “Aspiração dos judeus para recuperar o
território da Palestina como pátria”. E como segundo significado:
“Organização internacional judaica para conseguir a realização dessa
aspiração”.
Segundo os historiadores, o sionismo nasceu em 1860, na Conferência de
Thorn (Prússia), que foi convocada pelo rabino Zvi Hirsch Kalischer. Durante
a reunião reconheceu-se a necessidade de estabelecer um lar para os judeus na
Palestina. Hirsch identificou o projeto com a promessa messiânica da Bíblia.
Crucial para o nascimento do movimento sionista foi o assassinato do czar
da Rússia, Alexandre II. Como acabamos de observar, depois de sua morte
iniciou-se no leste da Europa uma terrível onda de perseguições contra a
população judaica. Em 1895, decidiu-se confinar todos os judeus russos em
uma “Área Residencial”.
O homem que deu impulso para o movimento político do sionismo que
conhecemos em nossos dias foi o jornalista Theodore Herzl, de origem
húngara. Jornalista, escritor, doutor em Direito pela Universidade de Viena,
advogado em Salzburgo e correspondente na França do Neue Frei Presse,
Herzl fundou o jornal A Questão Judaica, no qual apresentou suas idéias,
soluções políticas e econômicas do sionismo. O assaz influente maçom e
romancista, Max Nordau, animou-o a reunir seus escritos em um livro. O
resultado foi a famosa obra Estado Judeu que foi publicada em 1895. Dois
anos mais tarde, constituiuse a Organização Sionista Mundial. Segundo os
sionistas, a tradição e o significado primordial do movimento sionista de
Herzl era a aspiração por recuperar o território da Palestina para constituir um
estado independente como pátria.
O século XX amanhece com as perseguições de Kunitz e o pogrom de
Kishinev em 1903. Baseado nisso, o Ministro Britânico das Colônias ofereceu
a Theodore Herzl o território de Uganda para criar o “Lar Judeu”, o qual foi
recusado pelo VI Congresso Sionista.
E importante saber que não se tem de ser judeu para ser sionista, e que
muita gente que se apresenta como sionista não é judia.
Muitos judeus, e também muitos cristãos, consideram o sionismo como
cumprimento bíblico. Que é o sionismo na realidade?
O famoso escritor judeu Jack Bernstein escreveu o seguinte: “O judaísmo é
uma religião; mas o sionismo é um movimento político fundado pelos próprios
judeus que faziam parte da força que estava por trás do comunismo. O objetivo
do sionismo é um governo mundial sob controle dos sionistas e das altas
finanças internacionais judaicas”.60
Os principais financiadores do sionismo foram os banqueiros Rothschild,
Kuhn, Loeb, Warburg e Rockefeller.
Em 1875, os Rothschild tornaram possível a compra das ações do canal de
Suez pela Inglaterra. Sabese que graças a esse financiamento, a Inglaterra
obteve uma posição dominante no Egito.
Depois de declarar que a Palestina era uma espécie de flanco estratégico
para a defesa do canal de Suez, os britânicos, sob o comando do general
Allenby, acabaram com o domínio turco na Palestina. Sem dúvida nenhuma
que isso favoreceu as ambições do movimento sionista.
Depois da vitória sobre os turcos, em novembro 1917, achando-se nos
Estados Unidos, lorde Balfour publicou, em forma de carta a lorde Rothschild,
a conhecida Declaração Balfour, que prometia a criação de um lar nacional
judeu na Palestina.61
Um dos problemas principais do movimento sionista foi o fato de que a
maioria dos judeus não estava interessada em emigrar para a Palestina. Muitos
deles se colocaram em franca oposição ao sionismo.
O sionismo ganhou muita simpatia depois que o mundo tomou conhecimento
dos assassinatos dos judeus pelos nazistas. Devido a isto, o sonho sionista
pôde realizar-se rapidamente em 1948, quando foi estabelecido o Estado de
Israel.
Os Rothschild converteram-se em líderes definitivos dos sionistas. O
Knesset construiu-se com dinheiro dos Rothschild e seu nome foi honrado com
uma rua em Jerusalém. Os Rothschild foram qualificados como a “família
real” dos judeus. Muitos eminentes Rothschild receberam o título de
“Cavaleiro dos Judeus”. O barão de Rothschild possui hoje mais poder do que
o rei Davi, mais sabedoria do que Salomão. É o verdadeiro rei de Judá.
O que está verdadeiramente certo é que as profecias bíblicas não estão
sendo realizadas pelos acontecimentos que se verificaram e se vêm realizando
em Israel desde o século XX. É importante anotar que muitos judeus
opuseram-se ao sionismo porque as Escrituras não indicavam em nenhuma
parte que Deus ia estabelecer um movimento como o sionismo.
Segundo eles, tudo dependeria do futuro Messias e não dos sionistas. Pelo
que também se chegou a saber, a maioria dos judeus que hoje vive em Israel é
descendente dos kazares e não da tribo de Judá. Da mesma maneira, é
importante saber que 83% dos habitantes de Israel não acreditam em Deus e
são ateus.

c) Adolf Hitler e o sionismo


De acordo com a história oficial, depois da elevação de Adolf Hitler ao
poder em 1933, para evitar qualquer influência judaica, tanto na política
quanto na economia e na cultura, a política seguida na Alemanha contra o povo
judeu era acelerar uma emigração sistemática de todos os judeus.
Muitas pessoas ignoram que a situação antisemita criada na Alemanha
ofereceu uma oportunidade única para atrair os judeus alemães para a causa
sionista.
Surpreendentemente, descobriu-se que até 1939 existia uma relação
especial entre os sionistas e o ditador alemão. Já antes da ascensão de Hitler
ao poder, devido à crise econômica, o governo alemão de Brüning havia
proibido em 1931 a exportação de capitais. O resultado foi que muitos judeus
que pensavam ir embora do país viram-se obrigados a permanecer na
Alemanha. Um grupo de judeus alemães que pensava emigrar para a Palestina,
mas que não queria deixar seu dinheiro, entrou em negociações com o governo
alemão oferecendo o dinheiro bloqueado em troca de mercadorias que podiam
serlhes úteis na Palestina.
Hitler continuou essas negociações com a companhia Hanotaiah Ltd. O fruto
das negociações entre ambos foi o convênio “Haavara Transfer”. Parece que
Hitler havia encontrado um método eficiente para livrar-se dos judeus e ao
mesmo tempo encher de marcos o tesouro público. A Alemanha beneficiou-se
com esse convênio desde 1933 até 1939 por mais de 105.670.241,06 de
marcos.62
Como eram necessários agricultores na Palestina, operários e outros
especialistas, iniciou-se na Alemanha cursos escolares para preparar os
judeus para a emigração. É interessante saber que se estabeleceram campos
especiais para o treinamento militar de jovens judeus.63
Como a situação na Alemanha para os judeus piorava a cada dia,
aumentaram os pedidos para emigrar para a Palestina. Muitos pensavam que
essa era a única esperança de sobrevivência. Em 1935 emigraram mais de
setenta e dois mil judeus. A emigração da Palestina foi barrada em 1939,
devido a um decreto das autoridades britânicas que limitavam o número de
imigrantes para esse país. É vergonhoso que os ingleses inclusive afundaram
vários barcos com refugiados judeus próximo das costas da Palestina.
Seiscentos judeus morreram afogados!
Da mesma maneira é digno de censura que os Estados Unidos reagissem
com indiferença inconcebível perante a tragédia dos judeus. O governo desse
país negou-se a agir contra o sistema de terror dos nazistas. Não
estabeleceram nenhuma ação de salvamento. Pior ainda, puseram entraves
para impedir a emigração dos judeus procedentes da Alemanha.
Quando em Bratislava nasceu um plano para salvar os judeus da Europa, o
líder sionista David Ben Gurion disse que o dinheiro, um adiantamento de
200.000 dólares, que os nazistas pediram em troca, era dinheiro demais. O
plano fracassou!64
Terminamos este tópico com as palavras dos dois mais destacados líderes
do movimento sionista.
O líder sionista Chaim Weizmann em uma oportunidade disse: “Quero antes
ver afundarem-se os judeus na Alemanha do que ver Israel perdido pelos
judeus”.65
David Ben Gurion disse 1938: “Se eu tivesse de escolher entre a
possibilidade de salvar todos os jovens judeus da Alemanha, transferindo-os
para a Inglaterra, ou transferir somente a metade deles para a Palestina, eu
escolheria a segunda possibilidade”.66
Deixemos entre parênteses o motivo que levou tanto os britânicos na
Palestina como o governo dos Estados Unidos, com seus ilustres judeus entre
os bastidores ou mesmo o movimento sionista, que levantassem impedimentos
para a salvação dos judeus na Europa.
Somente quero recordar as palavras do famoso escritor judeu J. G. Burg, em
sua obra Schuld und Schicksal (Oldenburg 1972), página 32: “Quanto mais
têm de sofrer os judeus, e quanto mais os perseguem, tanto melhores são as
probabilidades de êxito para os sionistas”.
No interesse do nosso estudo, é importante assinalar que a maçonaria
sempre manteve uma consideração especialíssima pelos judeus e pelo
judaísmo. As semelhanças, coincidências e costumes entre os judeus e os
maçons são muitíssimas. Vemos os maçons aparecerem intimamente ligados
aos judeus em milhares de livros e revistas. As citações e declarações
seguintes são de famosos historiadores, escritores e tratadistas maçônicos,
todos autoridades no assunto.
O historiador e político Salvador de Madariaga, em sua obra El auge y el
ocaso del Imperio Español en América, assinalou a suspeitosa coincidência
de centros judaicos e lojas maçônicas em diversas cidades hispano-
americanas.
Segundo o notável Cougenot de Mousseaux, em seu livro O judeu, o
judaísmo e a judaização dos povos cristãos, os maçons são os amigos, os
auxiliares, os vassalos do judeu, a quem acatam como verdadeiro senhor.
O rabino Dr. Isaac Wise, na revista Israelite of America, de 3 de agosto de
1866, disse: “A maçonaria é uma instituição judaica. A história, os graus, as
posições e as declarações do princípio até o fim são judaicas”.
A revista Latomia, publicada pela maçonaria espanhola nos tempos da
Segunda República, qualificava a Ordem de Obediência da grande associação
cabalista. Igualmente, reconheceu a origem talmúdica da mesma.
Leon de Poncins disse que a franco-maçonaria é dirigida por uma minoria
internacional. Seus traços são os que definem o judaísmo e constituem uma
demonstração de que os judeus são o elemento dirigente das lojas.67
Também o sábio rabino Benamozegh identifica os judeus como elemento
supremo das lojas.68
Segundo Copin Albancelli, existe uma estreita relação e subordinação das
lojas ao judaísmo.69
O erudito cardeal José María Caro, de Santiago do Chile, disse que a
maçonaria não é senão um pobre instrumento, inconsciente, de maneira geral,
de uma suprema direção judaica.70
O antigo maçom e notável cabalista Doinel disse: “Ouvi de vários franco-
maçons queixarem-se da dominação que os judeus impõem nas lojas. É um
supremo conselho hebraico super secreto que dirige a ordem do triângulo e do
esquadro”.71

d) A serviço do sionismo
Este tópico apresenta evidência indiscutível de que os líderes dos
Testemunhas de Jeová são só simples bonecos manipulados com destreza na
sombra por mãos invisíveis.
Vimos já que a maioria dos judeus não estava interessada em emigrar para a
Palestina. Até a criação do Estado de Israel, os judeus preferiam emigrar para
os Estados Unidos. Em conseqüência, as forças financeiras por trás do
sionismo haviam preparado um plano psicológico para atrair a atenção da
população judaica para a Palestina.72 O famoso historiador suíço S. Reinard
assinala, em seu livro Um verão espanhol, publicado em 1948, que as forças
por trás do plano psicológico para chamar a atenção dos judeus para a
Palestina foram os Warburg & Companhia.
O segundo presidente da Sociedade Watchtower, Joseph Rutherford,
afirmou em 1929 que antes que o movimento sionista chegasse a ser uma
organização competente, precisava de homens enérgicos e de dinheiro. De
acordo com Rutherford, ninguém melhor do que os próprios sionistas
conheciam os esforços que se haviam feito para conseguir pessoas adequadas
para anunciar de modo apropriado a edificação da Palestina e torná-la atrativa
para os judeus.73
Foram os dirigentes da Sociedade Watchtower pessoas encarregadas de
promover os planos sionistas? A Sociedade Watchtower participou da obra
psicológica planejada pelos homens que agiam por trás do sionismo?
Ainda se faz ouvida a fábula de que o primeiro e maior promotor do
sionismo nos Estados Unidos foi nada menos que Charles Taze Russell.
O escritor David Horowitz, em seu fascinante livro Pastor Charles Taze
Russell an Early American Christian Zionist (Nova York 1990), diz que o
pastor Russell foi um dos primeiros cristãos americanos que anunciou a volta
dos judeus para a Palestina. Russell foi sionista antes de o termo existir. As
citações a seguir referem-se a esse livro.
Benjamin Netanyahu, ex-embaixador de Israel nas Nações Unidas e depois
premier de Israel, disse: “David Horowitz fez qualificar as crenças e trabalho
de Charles Taze Russell. Fazia tempo que era indispensável um
reconhecimento do importante papel do pastor Russell como defensor do
sionismo”.
Da mesma maneira a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas,
Jean Kirkpatrick, disse: “Este é um informe fascinante a respeito de um homem
esquecido e um capítulo desleixado da história do sionismo”.
O representante da B’naï B’rith para as Nações Unidas, o Dr. Harris
Schoenberg, disse: “As extraordinárias reflexões de Charles Taze Russell a
respeito do judaísmo e do sionismo forneceram discernimento novo sobre o
apoio para o movimento sionista nos Estados Unidos”.
Muitos anos antes de Theodore Herzl expor em seu Estado Judeu as
soluções políticas e econômicas do sionismo, Russell estava manifestando-se
como grande promotor do sionismo e amigo dos judeus. Já em 1880 havia
começado a pregar que os judeus iam voltar para a Palestina. Um ano mais
tarde fundou a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sion, conhecida
hoje como a Watchtower and Tract Society of Pennsylvania.
Entre muitos, publicou um artigo de 32 páginas chamado A mensagem de
Deus para consolo dos judeus.
Todo capítulo 8 do livro Estudos sobre as Escrituras, tomo 3, está
dedicado à causa do sionismo.
Para estimular a emigração para a Palestina, Russell publicou um periódico
em yiddish chamado Di Shtimme, em espanhol La Voz (em português A Voz),
que com a ajuda dos sionistas circulou por todo o mundo. Notável foi o fato de
que se distribuíssem milhões de cópias gratuitamente.
Outras publicações da Watchtower ofereceram as últimas novidades em
relação ao sionismo. Da mesma forma, Russell publicou 12 artigos com temas
sumamente importantes referentes ao sionismo, intitulados: O povo escolhido
por Deus, no Overland Monthly, um jornal com tiragem de 75.000
exemplares.
Russell teve relações com os sionistas? Teve apoio dos financistas que
agiam entre os bastidores? Uma prova forte podemos encontrar na conferência
celebrada em 1891 em Chicago, a cidade onde a Sociedade Watchtower
naqueles tempos tinha mais adeptos.
Durante essa conferência selecionaram-se determinados países europeus
que possivelmente podiam desempenhar um papel importante para o sonho
sionista. No final, muitos líderes de diferentes grupos religiosos convidados
declararam-se a favor do sionismo. Pouco tempo depois da conferência,
Russell empreendeu pela, primeira vez, uma viagem pela Europa e Palestina
para visitar precisamente aqueles países escolhidos durante a conferência
realizada em Chicago.
Segundo as estatísticas da Sociedade Watchtower, Russell viajou em 1891
para a Europa para determinar as possibilidades de dar expansão ao trabalho
da organização. Mas isto não é certo, na realidade Russell visitou durante essa
viagem muitos líderes judeus e sionistas importantes. Russell visitou
precisamente aquelas cidades e países onde estavam estabelecidos centros
importantes do sionismo! Acrescento que durante sua permanência na
Palestina, em agosto de 1891, enviou um relatório detalhado sobre a situação
da Palestina ao barão Rothschild.74
Uma das visitas mais importantes de Russell foi o encontro com Asher
Ginzberg em Odessa, Bessarábia, na Rússia. Este proeminente judeu e
sionista, também chamado “rei dos judeus”, havia organizado cinco anos antes
em Odessa a sociedade secreta chamada B’naï Moshe (Filhos de Moisés).
Igualmente, sabe-se que posteriormente Ginzberg, juntamente com os
Rothschild, conseguiu obter de lorde Balfour a promessa do lar nacional para
os judeus na Palestina.
É interessante saber que todos os autores que estudaram em profundidade a
questão, indicam Ginzberg como redator dos famosos Protocolos dos Sábios
de Sion. Pessoas que viviam em Odessa nessa época afirmavam que um
manuscrito destes “Protocolos” em idioma yiddish circulava entre os judeus.
Consoante o judeu Bernstein, editor do jornal Free Press, de Detroit, nos
Estados Unidos, ele, na presença de William Cameron, secretário pessoal de
Henry Ford, havia lido pessoalmente os “Protocolos” em idioma yiddish em
Odessa.75
A Atalaia, de setembro de 1891, páginas 125 e 126, apresenta uma carta
escrita por Russell vinda de Odessa. Nela dá um informe detalhado sobre
outra visita importante a Joseph Rabinowitch, na cidade russa de Kischinev. O
grupo de Russell hospedou-se na luxuosa casa de Rabinowitch. Segundo
Russell, Rabinowitch e seus familiares eram fiéis seguidores de Cristo, mas
tinham medo de pregar a vinda e o sacrifício de Cristo aos judeus que viviam
em Kischinev. A Atalaia de 15 de julho de 1891, afirma da mesma maneira que
Russell conheceu Rabinowitch enquanto realizava sua viagem pela Europa.
Também narra que Rabinowitch acreditava em Cristo e procurava pregar às
famílias judias daquelas regiões. Em vista da mensagem de Russell para o
povo judeu antes mencionado, é evidente que tudo isto não pode ser senão uma
cortina de fumaça. Não se deve duvidar que o tema principal entre Russell e
Rabinowitch fosse a causa sionista.
Quem foi este Rabinowitch na realidade? Depois do assassinato do czar da
Rússia, Alexandre II, Joseph Rabinowitch havia se levantado em 1882 como
um grande líder sionista no sul do país. Esse promotor do sionismo era um
importante comerciante e advogado. Seu movimento sionista teve sede em
Kischinev, onde viviam mais de 50.000 judeus.
Russell não só visitou o promotor sionista Joseph Rabinowitch em
Kischinev e o grande líder sionista Asher Jinzberg em Odessa, mas encontrou-
se também com vários líderes judeus e sionistas na Palestina.
Não há qualquer dúvida que, para organizar essa viagem, Russell tinha que
ter conexões em escala internacional, isto é, conexões sionistas.
Sem dúvida nenhuma que a primeira viagem de Russell à Europa e à
Palestina fora planejada por pessoas que tinham contatos internacionais com
os sionistas. A organização de Russell até aquele momento tinha sido muito
pequena e de pouca importância nos Estados Unidos. Só contava com
associados no Canadá e na Inglaterra. É impossível que Russell tivesse tido
tantos contatos internacionais quando empreendeu sua viagem mundial.
Um dos primeiros ministros de “Assuntos Religiosos” de Israel, Yona
Malachy, descreve muito detalhadamente o papel histórico do pastor Russell
como defensor do sionismo. Afirma também que Russell, durante sua visita a
Israel, reuniu-se com o Dr. Levy, da Executive Zionist, e outros líderes
judeus.76 Também a Imprensa Judaica Americana afirma que Russell manteve
relações amigáveis e excelentes com os líderes judeus.77 Provou-se também
que Russell era amigo do famoso rabino Stephen Wise, maçom e líder da
B’naï B’rith. Igualmente sabe-se que um grande número de notáveis judeus e
líderes sionistas foram freqüentemente visitar as oficinas no Brooklyn.
Acrescento que em um discurso de Russell, publicado na Áustria pelo Neues
Wiener Journal, de 23 de março de 1911, página 6, se afirma que o pastor era
muito amigo do falecido Theodore Herzl.
A evidência mostra que Russell estava muito bem informado sobre tudo o
que se referia ao movimento sionista. Parece que não só tinha contatos diretos
com os líderes do sionismo, mas também com os homens que agiam na sombra
por trás dos bastidores. Por exemplo, em 1897, Russell podia fornecer dados
detalhados sobre um futuro congresso sionista que se celebraria a 25 de agosto
de 1897 em Munich. Não só sabia que iam ser formadas em todos os países do
mundo delegações de judeus, mas também que os ilustres judeus Dr. Herzl,
Jacob Haas, Max Nordau e Montefiore, iam assistir ao congresso. O mesmo
relatório, além de aprovar os esforços do barão Hirsch pelo sionismo, também
declara que Deus havia levantado Moses Montefiore e o barão Rothschild
para a causa sionista.78
Da mesma forma, merecem consideração especial as relações de Russell
com o Jewish Colonization Committee do supermaçom Sir Moses Montefiore
e com o Jewish Colonization Fund do barão Hirsch. Depois de sua segunda
visita à Palestina, Russell informou a essas instituições sobre as condições
reinantes na Palestina.
A 9 de outubro de 1910, reuniram-se mais de 4.000 judeus no conhecido
teatro Hippodrome da cidade de Nova York para escutar Charles Taze Russell,
que ia conduzir um serviço especial de duas horas. Segundo A Atalaia de 15
de outubro de 1910, proeminentes cidadãos judeus ordenaram que a reunião no
Hippodrome se transformasse em uma das maiores jamais celebradas em
Nova York. Toda a imprensa judaica estava presente. Entre os eminentes
judeus que acompanharam Russell ao teatro Hippodrome estava Frank
Goldmann, maçom, membro e futuro presidente da Ordem B’naï B’rith.
Goldmann conduziu Russell em seu luxuoso carro. O pastor foi reconhecido
pelo público judeu como escritor e pesquisador de fama mundial em questões
de judaísmo e sionismo. Segundo as fotografias feitas durante o serviço no
Hippodrome, a estatura de Russell, sua roupa negra, seus olhos e sua barba
deram-lhe um aspecto majestoso e impressionante.
O pastor cruzou a plataforma sem ser apresentado, levantou a mão e seu
quarteto duplo do Tabernáculo de Brooklyn cantou o hino O dia de alegria de
Sion. Durante o discurso, Russell não só aplicou ao sionismo as profecias
bíblicas, mas também disse que elas se referiam aos judeus naturais de nossos
dias. Afirmou que Deus faria com que todos os judeus voltassem para a
Palestina. Um imenso efeito causaram as palavras de Russell quando disse que
Deus havia levantado o falecido Theodore Herzl para a causa sionista. A
partir desse momento o público lhe pertencia. Russell predisse que os judeus
chegariam a constituir a maior nação na terra, possivelmente já em 1914.79
Grande parte do discurso estava dedicado à idéia sionista. Russell alegou que
o sionismo moderno havia sido fundado “pela Providência”. Quanto à
emigração, disse que havia suficiente terra para todos na Palestina. A seguir, o
pastor disse que o Dr. Herzl havia desejado que os leais filhos de Israel se
levantassem para criar um lugar para os judeus perseguidos da Rússia e da
Europa Oriental. Também disse que todos aqueles que não pensavam em
emigrar para a Palestina tinham a responsabilidade de apoiar e animar os
emigrantes. Cada um tinha a obrigação de dar seu apoio financeiro para que se
conseguissem realizar os projetos na Terra Santa e a colonização da mesma.80
Ao terminar o sermão, Russell fez outro sinal e o coro entoou Nossa
esperança, o hino de Sion. Os ouvintes judeus ficaram sem poder acreditar no
que ouviam. Para eles foi uma tremenda surpresa ouvir vozes cristãs cantando
o hino judeu. Primeiro aclamaram e aplaudiram, e depois, na segunda estrofe,
começaram a cantar também às centenas.81 É na verdade assombroso ver que
Russell tinha uma mensagem radical para seu tempo, isto é, o “sionismo”.
Nos dias seguintes à reunião no Hippodrome, os jornais declararam que o
discurso pró-sionista havia sido recebido com muita simpatia pelos judeus. É
importante mencionar que a reunião no Hippodrome havia sido organizada por
alguns ilustres judeus do comitê Jewish Mass Meeting de Nova York.
A iniciativa, não obstante, havia sido tomada por Leo Wolfssohn, diretor da
Associação dos Judeus Romanos. Na carta de 20 de setembro, havia
prometido a Russell um público colossal de judeus.
Da mesma maneira, é importante assinalar que a reunião no Hippodrome
não foi a única de que participou Russell; outros congressos notáveis com
muitos milhares de assistentes tiveram lugar em todas as grandes cidades do
mundo.
Além de animar os judeus para que emigrassem para a Palestina, qual era na
realidade a mensagem de Russell para os judeus? Pois muitos vão ficar
estupefatos!
1) Deus vai glorificar o mundo por meio do povo judeu.
2) Os judeus vão ser os governantes do mundo.
3) Todas as nações terão de se converter ao judaísmo.
4) Todos os povos vão ser glorificados mediante o judaísmo.
5) Adverte os judeus a que acorram a seus rabinos para se protegerem
contra as doutrinas cristãs.
6) Insiste com os cristãos que abandonem a pregação aos judeus. Que isto
não é a vontade de Deus.
7) Os judeus, quanto à moral e inteligência, são superiores aos cristãos.82
O famoso rabino Bruno Kirschner escreveu em 1927: “Os Estudantes da
Bíblia são parte importantíssima da judaização do cristianismo”.83
Ingo Goldberg disse, em seu livro Der jüdische Messiannismus (Durach
1995): “Todas as sociedades secretas, como os franco-maçons, alquimistas,
rosacruzes e teósofos, baseiam-se no ensinamento secreto da cabala”. O
escritor judeu Josué Jéhouda acrescentou: “Todas as sociedades secretas que
são inspiradas pela cabala colaboram com o judaísmo”.84
Não resta dúvida que Russell colaborava com o judaísmo, porém estava
também inspirado na cabala?
Antes de entrar na matéria, é necessário explicar que a cabala é uma série
de livros rabínicos de tendência panteísta que pretende explicar o significado
oculto do Antigo Testamento da Bíblia e que são tomados como de inspiração
divina pela maior parte do judaísmo. Na cabala, que de acordo com o
eminente cabalista Jacob Gaffarel, foi escrita por rabinos espanhóis da baixa
Idade Média, encontram-se muitos elementos do Talmud. Chega, por exemplo,
ao cúmulo de transformar em deuses os judeus, diante dos demais homens, aos
quais degradam para o nível de “pequenos animais”.85
O “mapa das idades”

Todavia a cabala é mais. O supermaçom J. M. Ragon escreveu, em seu livro


Maçonnerie Occulte, que a cabala é a chave para toda a ciência oculta.
A Watchtower empregou por muitos anos uma tábua ou mapa das idades
como base de seus ensinamentos. Russell ensinava que a estrutura da pirâmide
na tábua era idêntica à do Tabernáculo do “Antigo Testamento”.
Segundo a Watchtower, assim como dentro do Tabernáculo, também dentro
da pirâmide nada era impuro.
É importante saber que dentro do judaísmo, segundo o Talmud, a
cristandade é impura!
Os verdadeiros cristãos não são admitidos dentro do Tabernáculo!
Estranhamente, Russell entre parênteses ensinava o mesmo. O esclarecimento
na tábua de Russell e sua estrutura são exatamente os mesmos que se
encontram na representação do templo salomônico do famoso franco-maçom e
cabalista Elephas Lévi, em seu livro Les Mystères de la Kabbale (Paris
1977).
Na tábua da Watchtower, a ordem da construção da pirâmide está dividida
em três níveis que mostram, entre outras coisas, a existência do reino
espiritual dos Iluminados.

Espírito – A Grande Companhia (os Iluminados)


O homem – Israel estabelecido
A matéria – A humanidade sob o comando dos Iluminados
Os cabalistas consideram o processo, que tem como finalidade a Nova
Ordem Mundial, como uma transformação ou reforma mundial. Russell
ensinava o mesmo, a saber, uma mudança social.

A divisão da pirâmide, não só concorda curiosamente com as que se elevam


nas lojas maçônicas de todo o mundo, mas também com a “Árvore da vida”
dos cabalistas. Essa árvore consiste nos siphiroth, uma das imagens mais
famosas da cabala. Os siphiroth são dez e se articulam em três colunas. Para
os cabalistas, representam as portas para a luz do conhecimento gnóstico.
Segundo Helmut Friedlmayer, em seu livro Die Zeugen Jehovas –
Judaisierung des Christentums (Durach 1993), páginas 102-103, desde o
siphira número 1 sai a fonte original da “luz”, a saber, as forças satânicas que
entram como um alento em todos os que as queiram receber.
Acabou a obra psicológica da Sociedade Watchtower em prol do sionismo
quando Charles Taze Russell morreu? Rutherford seguiu os passos do seu
predecessor?
Embora Rutherford tenha feito todo o possível para apagar as marcas de
Russell, continuou até os anos 30 promovendo o sionismo. Causa impacto o
fato de que no fundo Rutherford era antijudeu. Durante uma assembléia
celebrada em Winnipeg, Canadá, quando Rutherford falou a respeito do
retorno dos judeus para a Palestina, exclamou:
“Estou falando do judeu palestino, não daquele indivíduo encurvado com
seu nariz aquilino que está procurando arrancar-te até o último centavo”.86
Depois da morte de Russell, a Sociedade Watchtower continuou a campanha
em prol do sionismo como nunca anteriormente. Rutherford escreveu em A
Harpa de Deus, publicada em 1921, página 170, o seguinte:
“Jesus disse também que ajuntar Israel novamente à Palestina seria uma das
provas concludentes de sua presença e do fim do mundo. Uma discussão
completa a respeito deste ponto, juntamente com alguns outros concernentes ao
fim do mundo, expõe-se detalhadamente no já mencionado folheto Milhões
que agora vivem não morrerão jamais. Nele se demonstra de maneira
conclusiva que as profecias se hão de cumprir exatamente a seu tempo; que
Israel agora novamente está se ajuntando, e que está reedificando a Palestina
exatamente como foi predito pelo Senhor”.
Pelo contexto de outro livro de Rutherford, intitulado Milhões que agora
vivem não morrerão jamais, descobre-se imediatamente que, além de anunciar
para 1925 o fim do mundo, o esforço de Rutherford para incluir os judeus no
Plano Divino.
Durante os anos vinte, além de ter conseguido com a ajuda sionista a
possibilidade de utilizar a rádio, fizeram-se conferências em grandes
auditórios públicos sobre o “Retorno dos judeus para a Palestina”. Em
outubro de 1925, Rutherford publicou seus discursos radiofônicos a favor do
sionismo no livro Consolo para os judeus. Sob o título O novo pacto,
considerou-se esse pacto nas páginas 97 a 103 e reservou-se para os judeus
naturais recolhidos na Palestina.
Em 1926 milhares de judeus assistiram a um serviço especial no Royal
Albert Hall de Londres, Inglaterra, no qual Rutherford falou sobre “A
Palestina para os judeus... Por quê?”
Em 1929, publicou-se o livro Profecia. Na página 256 diz: “Por meio de
seu profeta, Jeová predisse o fim dos tempos dos gentios, o fim do mundo e o
princípio do reino de Cristo, e também assinalou que seria marcado pela
guerra mundial, seguida pela fome, peste, angústia das nações e a reunião dos
judeus na Palestina”.
O material do livro Consolo para os judeus foi incorporado em 1929 em
um livro maior, intitulado Vida, que foi apresentado para ser difundido
especialmente entre os judeus.
Na página 226 diz: “Deus tem a intenção de que os judeus possuam a terra
da Palestina. Em cumprimento das profecias, os judeus agora estão voltando a
juntarse na Palestina”.
Rutherford, em outro livro intitulado Libertação, diz na página 239: “Na
primavera de 1918, o Dr. Chaim Weizmann, no comando da organização
judaica, inaugurou oficinas em Jerusalém e começou a formar a política
judaica. Desde então existe um aumento gradual e progressivo da população
dos judeus na Palestina e, como cumprimento exato da profecia, registraram e
tiraram escrituras de posse das terras, construíram casas, colônias e fábricas,
instalaram sistemas de irrigação, fundaram uma grande universidade na cidade
de Jerusalém, e realizaram muitas outras coisas com a finalidade de desfrutar
da nova Palestina pelos judeus e para eles. Isto está tão evidente, que ninguém
pode duvidar que é o cumprimento das profecias de Jesus e dos outros santos
profetas”.
Como vimos, na realidade foi o clã dos Rothschild quem conseguiu realizar
todas estas obras.
Não resta dúvida de que a Sociedade Watchtower constituía um importante
anel na obra psicológica dos sionistas.
Consideração especial merece o convite a Rutherford para participar, no
dia 1o de abril de 1925, da abertura da primeira universidade na Palestina e
visitar o Rishon le Zion, propriedade dos Rothschild.87 Rutherford, como
representante da Sociedade Watchtower, foi convidado a fazer a viagem de
Nova York à Palestina junto com 350 judeus proeminentes no navio President
Arthur. Por razões desconhecidas dessa viagem participou A. H. Macmillan,
outro líder da seita, no lugar de Rutherford.
Deve-se notar que entre os outros convidados encontravam-se
personalidades como lorde Balfour, Herbert Samuel, o barão Hirsch, o Dr.
Lévy e Chaim Weizmann, todos distinguidos pelo papel que estavam
desempenhando em prol da causa sionista.
A Watchtower recebeu apoio financeiro dos poderosos que agiam por trás
do sionismo? É importante salientar que Russell conseguiu a maior parte de
sua fortuna depois de haver fundado a Sociedade Watchtower. Torna-se difícil
definir com precisão de onde adquiriu tanto poder e dinheiro. Não é lógico
que tenha conseguido suas riquezas com a vendagem de literatura. Um dado
primordial que tem de ser levado em consideração é que a organização
naqueles dias não era a mesma que é hoje. Era uma organização muito
pequena. Um segundo aspecto é que, durante todos aqueles anos, Russell
distribuiu milhões de livros, revistas e tratados gratuitamente, manteve 76
trabalhadores no quartel-general no Brooklyn, pagou mais de 2.000 periódicos
diferentes para publicar seus sermões, cobriu as dívidas das sucursais em
outros países, alugou teatros e edifícios para seus discursos, etc.88 Como
podia pagar tudo isso? Sabe-se que Russell freqüentemente estava viajando
por todas as partes do mundo. Quem pagou essas viagens? Como podia
investir em minas de prata e adquirir ações das mais poderosas companhias do
país? Em razão da evidência, a única resposta é que Russell recebeu um
cheque em branco dos poderosos que agiam na sombra.
Muitos acham que a Ordem B’naï B’rith teve um papel importante na
história da Sociedade Watchtower. A pesquisadora no campo da política,
Edith Starr Miller (Lady Queensborough) afirma em sua obra Occult
Theocracy (Califórnia 1931), que a B’naï B’rith também é responsável pelo
desenvolvimento da seita de Russell.
Um dos melhores especialistas nesse assunto, Fritz Schlegel, em sua
esplêndida obra A verdade a respeito dos Testemunhas de Jeová, afirma que
toda a obra da Watchtower está sustentada pelo grupo bancário judeu de
Hirsch.89 Como vimos em outro lugar desta obra, o Banco de Hirsch faz parte
do império das finanças dos Rothschild, dos Warburg, etc. Segundo Alexander
Hecht, membro da B’naï B’rith, em seu livro Der Bund B’naï B’rith und seine
Bedeutung für das osterreichische Judentum (Bremen 1985), páginas 31-33,
a colaboração dos grandes institutos como as fundações do barão Hirsch são
imprescindíveis para a B’naï B’rith. Lembremo-nos também das amizades de
Russell com os grandes líderes da B’naï B’rith.
Günther Pape, ex-proeminente membro da seita na Alemanha, assegurou-me
em uma carta pessoal que durante aqueles anos as transações da Sociedade
Watchtower entre os Estados Unidos e a Alemanha ocorreram por intermédio
dos bancos dos Warburg.90 Comprova-se também que o dirigente da
Sociedade Watchtower na Alemanha, Kötitz, mantinha contatos e relações com
os Warburg.91
Durante um protesto contra os Estudantes da Bíblia, que se realizou no dia
21 de janeiro de 1924, com a participação da Faculdade da Universidade de
Zurich em St. Gallen, Suíça, o conferencista principal, o professor Köller
disse que não entendia de onde vinha todo o dinheiro que os Estudantes da
Bíblia empregavam para sua obra.92 Ele não queria acreditar que o dinheiro
provinha dos judeus. O famoso Dr. Fehrmann mostrou-lhe que estava
equivocado. Segundo o Neue Pfalzische Landeszeitung, de 1o de abril de
1924, o Dr. Fehrmann assegurou ter provas de que os judeus desviaram muito
dinheiro na Sociedade Watchtower.
Devido a essa declaração, Konrad Binkele, representante da Sociedade
Watchtower na Suíça, denunciou o Dr. Fehrmann. Durante o julgamento,
Fehrmann apresentou uma carta procedente do círculo mais elevado da franco-
maçonaria. Essa carta, com data de 27 de dezembro de 1922, escrita por um
ilustre maçom de grau 33 de Boston, Estados Unidos, dirigida a Herbert
Bomsdorff-Bergen, outro maçom de grau 33, foi examinada durante o
julgamento.93 Quanto aos Estudantes da Bíblia a carta dizia:
“Em resposta à sua segunda pergunta, concernente à Associação dos
Estudantes da Bíblia, que têm seu quartel-general no Brooklyn, devo afirmar
que essa organização recebeu muito dinheiro de alguns irmãos judeus. Esses
homens construíram uma fortuna graças à Guerra Mundial. Portanto não lhes
faz falta o dinheiro. Possivelmente o importante jurista, o senhor Rutherford,
visitará a Europa na primavera para fazer vários discursos. Não se põe em
dúvida que vossa senhoria conhece muitos irmãos que trabalham na imprensa,
e desta maneira aproveito a oportunidade para pedir a vossa senhoria,
estimado irmão H. Bomsdorff-Bergen, que se encarregue de que os jornais na
Suíça não publiquem artigos negativos ou críticas em relação a esses
discursos. Igualmente lhe peço que se esforce para que não se publique
informação contra os Estudantes da Bíblia. Dependemos muito dessas pessoas,
eles nos são muito úteis. Que mais lhe posso dizer... O princípio para
conquistar um país é aproveitar suas fraquezas. Nossos inimigos na Europa
são os católicos. Seus dogmas nos cansam por demais, por isso precisamos
fazer tudo o que for possível para diminuir seus partidários e fazê-los cair no
ridículo”.
Durante o julgamento informou-se que Herbert Bomsdorff-Bergen havia
recebido essa carta em princípios de janeiro de 1923. O próprio Bomsdorff
declarou que ele havia publicado a carta no jornal suíço Der Morgen, de 18
de maio de 1923. A carta dirigida a Bomsdorff foi publicada mais tarde em
diversos grandes jornais da Suíça e da Alemanha.94
O julgamento durou dois dias e meio. O defensor judeu da Sociedade
Watchtower, o Dr. Reichstein, não pôde fazer nada. Conrad Binkele teve de
pagar 600 francos ao Dr. Fehrmann. Igualmente perderam na apelação; desta
vez tiveram de pagar ao Dr. Fehrmann 1.313,55 francos. Para escapar dessa
situação, os Estudantes da Bíblia ofereceram, mediante uma campanha,
dinheiro para todo aquele que pudesse provar que eles recebiam dinheiro da
francomaçonaria. Um grupo de Testemunhas de Jeová em Eutin havia
depositado 10.000 marcos em um banco com a mesma finalidade.95
Desta mesma maneira, Fritz Schlegel, em sua obra intitulada A máscara
diabólica dos Estudantes sinceros da Bíblia, acusa genericamente a franco-
maçonaria e os judeus de manterem em todo o mundo a atividade da
Sociedade Watchtower.96
O pesquisador Hans Lienhardt foi um dos primeiros que escreveu em 1921
a respeito dos Estudantes da Bíblia e suas relações com o judaísmo. Lienhardt
alegou que os ensinamentos dos Estudantes da Bíblia faziam parte de um
plano, envolvido em versículos bíblicos, para estabelecer um governo
mundial.97
Quanto à Watchtower, sob a direção de Rutherford, no começo dos anos 30
produziu uma tremenda mudança referente aos judeus. Os Testemunhas de
Jeová transformaram-se de maneira imprevista em anti-semitas. As
publicações produzidas durante esses anos contêm com freqüência artigos
anti-semitas.
Pouco tempo antes da famosa “kristalnacht”, a saber, a noite em que as
sinagogas na Alemanha foram incendiadas, as lojas comerciais dos judeus
assaltadas e muitos deles assassinados, a Watchtower publicou um artigo
contrário aos judeus na revista Consolação, de 15 de julho de 1938, que foi
distribuída por toda a Alemanha.98 Depois de difamar o povo hebraico,
afirmando entre muitas outras coisas que fazia uma aliança com a organização
do diabo, o artigo termina com as seguintes palavras:
“Os judeus são o típico reflexo do prejudicial que é não ter a bênção de
Jeová. Cortados do favor de Deus, também aqui (Alemanha) estão sem
descanso. Semeando ventos recolhem tempestades. Por quanto tempo ainda?”.
Também é interessante reparar no que disse Rudolf Höss, o comandante do
campo de concentração de Auschwitz:
“Eu estava assombrado do ponto de vista dos Testemunhas de Jeová no
campo; eles proclamavam abertamente que os judeus tinham de sofrer e de
morrer”.99
Até a presente data não se encontrou uma resposta satisfatória sobre a
mudança de Rutherford em relação aos judeus. Não obstante, depois de ter
examinado o convênio Haavara-Transfer entre o governo alemão e o
movimento sionista, surgem as interrogações: a Watchtower concluiu
verdadeiramente a obra em favor do movimento sionista quando deu a
tremenda mudança em relação aos judeus?; podemos, em vista dos milhões de
exemplares de revistas e livros da seita injuriando o povo hebreu que foram
distribuídos por todo o país, excluir o fato de que os ataques anti-semitas da
Watchtower tenham influído no ambiente daqueles dias?; não causaram os
terríveis ataques anti-semitas em todas as partes da Alemanha um acréscimo
dos pedidos dos judeus para emigrar para a Palestina?
Terminamos este tópico com as palavras do famoso escritor judeu J. G.
Burg: “O sionismo não pode existir sem o anti-semitismo. O pior é que
precisamente os sionistas têm grande interesse no anti-semitismo. Quanto mais
têm de sofrer os judeus, e quanto mais os perseguem, tanto melhores são as
probabilidades de sucesso para os sionistas”.100

e) Pacifistas e espiões
Ninguém podia pensar que o assassinato do herdeiro ao trono austro-
húngaro, a 28 de junho de 1914 em Sarajevo, podia levar à guerra. Mas como
os assassinos eram acusados de ter agido em favor da Sérvia, a 28 de julho de
1914, a Áustria-Hungria declarou a guerra a essa pequena nação balcânica.
Não demorou muito para que todas as grandes potências européias estivessem
implicadas na chamada Grande Guerra.
No mês de agosto de 1914, quando a Bélgica foi invadida pelos alemães, o
presidente Wilson dos Estados Unidos disse: “É preciso que os Estados
Unidos permaneçam neutros, tanto de fato quanto de direito”.
Todavia isso era muito difícil. Embora a maioria dos norte-americanos
simpatizasse com os aliados, os irlandeses, que eram contrários aos ingleses,
uniramse aos de ascendência alemã. Sobretudo nos estados do leste, onde
ocorria a circunstância de que muitos de seus habitantes procediam de
imigrantes alemães, existia uma tendência favorável à Alemanha.
Na mensagem ao Congresso da União, em dezembro, o presidente Wilson
reforçou o que já dissera: “Estamos em paz com o mundo inteiro; somos os
sinceros amigos de todas as nações da terra; somos os campeões da concórdia
e da paz”.
A continuação esclarecemos que os homens que agiam na sombra nem
sempre estavam de acordo. Naqueles dias, Morgan havia pedido ao presidente
Wilson um auxílio para a Inglaterra e a França contra a Alemanha na forma de
um empréstimo de 500 milhões de dólares e o fornecimento de munições.101
Paul Warburg que, como vimos, ocupava naquele tempo o posto de diretor do
Federal Reserve Board, não estava de acordo com esse pedido. Depois que
Morgan colocou em evidência as relações dos Warburg com o serviço secreto
da Alemanha, Paul Warburg viu-se obrigado a renunciar a seu posto e voltar
para a Wall Street, para a companhia Kuhn & Loeb.102
Depois de ter eliminado todas as pessoas proeminentes que se mostravam
contrárias, Morgan, junto com a Tesouraria, enviou mensalmente para a
Europa 500 milhões de dólares a três por cento de juros. A US Steel
Corporation de Morgan forneceu aos aliados seis milhões de toneladas de aço
para as fábricas de artilharia e de munição. Os pedidos de guerra elevaramse
em 1916 à cifra de dois mil milhões de dólares (dois bilhões, à maneira
brasileira (nota do tradutor)) e os excedentes agrícolas enviados para a
Europa até essa data alcançaram os três mil milhões103 (três bilhões, à
brasileira (nota do tradutor). Igualmente, os alimentos e outros produtos eram
instrumento bélico como as munições e os canhões. Ambos os lados faziam
todo o possível para obrigar os outros a se render pela fome.
Berlim expressou suas queixas à Casa Branca e censurou os Estados Unidos
por vender munições aos ingleses. Mais tarde, quando a Alemanha decretou a
guerra submarina sem restrições, a opinião pública norte-americana recebeu
um impacto de tal natureza que o partido pacifista, apoiado pelos banqueiros
Warburg e companhia, viu-se transbordar.
Depois que o ministro alemão dos Assuntos Exteriores, Zimmerman, enviou
um telegrama cifrado a 19 de janeiro a seu embaixador no México anunciando-
lhe o projeto de uma aliança entre a Alemanha, o Japão e o México, pelo qual
essa última nação recuperaria os territórios anexados pelos Estados Unidos, a
6 de abril de 1917, a Câmara de Representantes referendou, por 373 votos
contra 50, a declaração de guerra à Alemanha. A Ata de Recrutamento
Seletivo foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos a 15 de junho de
1917.
Durante aqueles dias muitas pessoas foram presas e declaradas culpadas de
espionagem. Entre muitos personagens importantes tenho de nomear o Dr.
Bünz, representante dos Warburg e diretor geral da linha de navegação
Hamburgo-Americana.104 Ele foi declarado culpado de espionagem pelo juiz
Harlan B. Howe e levado para a Penitenciária Federal de Atlanta.105
Em julho de 1917, Rutherford apresentou o livro The Finished Mistery, em
espanhol El Misterio Terminado. Esta obra não só exortava os cristãos a não
cumprir o serviço militar, mas também incluía citações do que certas figuras
influentes haviam declarado em oposição à guerra. O resultado foi como que o
estouro de uma bomba. É importante assinalar que este livro, que apoiava a
posição do partido pacifista dos Warburg e companhia, havia se preparado
para ser publicado antes da entrada dos Estados Unidos na guerra. O governo
impediu a impressão de El Misterio Terminado por atrapalhar o esforço de
guerra dos Estados Unidos. Um memorando procedente do Ministério de
Justiça declarou:
“O único efeito do livro El Misterio Terminado, uma obra escrita em
linguagem extremamente religiosa e distribuída em quantidades enormes, é
fazer que os soldados desacreditem nossa causa e inspirarem um sentimento de
resistência ao recrutamento no setor doméstico”.
Rutherford e outras pessoas proeminentes da Sociedade Watchtower foram
presos e acusados da ofensa de ilegal, criminoso e voluntariamente causar
insubordinação, deslealdade e negação de serviço nas forças militares e
navais dos Estados Unidos da América... distribuindo e fazendo circular
publicamente, através dos Estados Unidos, o livro El Misterio Terminado.
Depois de um longo julgamento, o mesmo juiz que havia condenado o Dr.
Bünz declarou-os culpados em relação a quatro encargos.106 Rutherford e
outros sete membros foram sentenciados a vinte anos de prisão. A 4 de julho
de 1918 foram levados de trem para a Penitenciária Federal de Atlanta.
Quanto ao motivo que existia por trás da imposição de condenações tão
severas, o juiz Harland B. Howe declarou:
“Na opinião do tribunal, a propaganda religiosa que com tanta veemência os
acusados difundiram por toda a nação, e também entre nossos aliados, implica
em um perigo muito maior que uma divisão do exército alemão”.
Também se sabe que as oficinas centrais da Sociedade Watchtower eram
freqüentadas por agentes alemães. Um memorando procedente do Ministério
de Justiça confirma esta acusação. O senador Overman fez que esse
memorando fosse impresso no Congressional Record, página 6053, a 4 de
maio de 1918.
Segundo Fritz Springmeier, em sua obra Be Wise as Serpents, página 222,
também se confirmaram as relações entre a Sociedade Watchtower e os
agentes alemães no México e no Brooklyn. Ver também o informe El Caso de
los Estudiantes Internacionales de la Biblia, página 96, que foi publicado
pelo Witness, Inc.107
Mas isso não era tudo. Naquela época existiam duas instalações da
Telefunken em Tuckerton, em Nova Jersey, e Sayville, em Long Island, as
únicas nos Estados Unidos pelas quais se podia colocar em contato com a
Alemanha. A de Sayville estava em contato direto com Berlim e foi empregada
pelo embaixador alemão, o duque Bernstorff. A instalação em Tuckerton
estava conectada com uma instalação próxima de Hannover e à disposição dos
homens das Altas Finanças Internacionais como Warburg e companhia.
Era de se imaginar que essas duas instalações, únicas na América do Norte,
podiam ser empregadas com finalidades de espionagem durante a Primeira
Guerra Mundial. Por isso, o governo norte-americano fechou ambas as
instalações. Declarou-se que “não existiam outros meios de comunicação com
a Alemanha!” Os Warburg e outros ficaram sem poder manter comunicação
com a Alemanha. David Farrer, em sua obra Os Warburg (Nova York 1974),
afirma na página 80, que quando os Estados Unidos entraram na guerra
impediram-se as comunicações entre os Warburg.
A 8 de março de 1918, a Electrical Review informou que as autoridades
federais em Nova York haviam se apoderado do edifício da Oficina Tower na
Broadway inferior, onde se descobriu uma aparelhagem de rádio
suficientemente poderosa para se comunicar com a Alemanha. Essa estação de
rádio era propriedade de um tal Richard Pfund, anteriormente funcionário das
instalações da Telefunken em Tuckerton e Sayville.
Segundo Allen Dulles, naqueles tempos essa aparelhagem era uma novidade
no campo da espionagem. Mediante essa nova invenção podiam ser enviadas
ou recebidas mensagens sem-fio em chave, a uma distância estratégica.108
Embora o aparelho de Pfund estivesse desconectado, os peritos declararam
que podia ser colocado em funcionamento novamente no espaço de meia hora.
É interessante saber que nesse mesmo período, nas principais oficinas da
Sociedade Watchtower, no Brooklyn, esteve funcionando um aparelho receptor
sem-fio, idêntico ao de Richard Pfund. No início de 1918, o Departamento de
Informação do Exército dos Estados Unidos, em Nova York, deu início a uma
investigação nas oficinas administrativas da Sociedade Watchtower.
Suspeitava-se de que a Organização mantinha comunicação com o inimigo
alemão.109
Durante a investigação nas principais oficinas, alguns agentes do
Departamento de Informação do Exército encontraram o aparelho receptor
desconectado, como o aparelho de Pfund, e uma antena que havia sido
instalada no teto do edifício.110
Que estava fazendo a Sociedade Watchtower com uma das últimas
novidades no campo da espionagem em suas oficinas?
Os dirigentes da Sociedade Watchtower disseram em sua defesa que alguém
o havia dado de presente a Russell, mas que ele mesmo não tinha nele grande
interesse. Por isso outras pessoas da oficina haviam instalado uma pequena
antena no teto do edifício para procurar captar mensagens, mas sem muito
êxito. É importante salientar que o livro Os Testemunhas de Jeová no
propósito divino, página 78, reconhece que por meio do aparelho, embora sem
muito êxito, receberam mensagens.
O leitor deve refletir sobre os seguintes questionamentos: de onde vieram
essas mensagens?; quem utilizava essa novidade no campo da espionagem?;
que utilidade tinha esse aparelho ilícito para uma organização religiosa?
Capítulo 4

A Watchtower na Alemanha (1914-1933)

a) Os espartaquistas
Segundo a Sociedade Watchtower, à imitação dos apóstolos de Jesus, os
Testemunhas de Jeová não pertencem a este mundo (Jo 17,16). Os líderes do
Brooklyn asseguram que os Testemunhas de Jeová sempre se mantêm fora de
situações que podem fazer com que se duvide da posição de neutralidade que
adotaram. A seita insiste que, além de permanecerem neutros em relação à
política, através de duas guerras mundiais e dos choques militares
subseqüentes do período da Guerra Fria, manteve-se consistentemente em sua
posição de “neutralidade cristã”. Os Testemunhas de Jeová sempre evitam
situações e circunstâncias que possam lançar dúvidas sobre a sua
neutralidade!
Segundo o atual presidente, Milton G. Henschel, em uma entrevista com o
jornalista de assuntos religiosos, Hiley Ward, a Watchtower não interfere nos
governos, jamais apresentou pedidos nem tampouco protestou contra eles.111
Nunca promoveu a revolta contra nenhum governo humano.112
Os Testemunhas de Jeová não participam de eleições, nem tampouco
prestam o serviço militar. A Watchtower ensina a seus adeptos que se um deles
ingressa no exército ou participa de uma manifestação que enalteça a pátria,
abandonaria suas convicções religiosas e violaria sua consciência. Em apoio a
essas afirmações citam o apóstolo Paulo, que disse: “Se for possível, sejam
pacíficos com todos os homens. Vivam pacificamente, e o Deus de amor e de
paz estará com vocês”.113
Os Testemunhas cumprem as palavras do apóstolo Paulo? Evitam situações
e circunstâncias que poderiam lançar dúvidas em relação à sua neutralidade?
Para a Sociedade Watchtower, os anos pós-guerra de 1919 a 1925 na
Alemanha mostraram-se anos de verdadeiro desenvolvimento. Nos fins da
Primeira Guerra Mundial, a seita contou nesse país com 3.868 adeptos
subdivididos em cem grupos. Em 1919, seu número havia aumentado para
5.545.114 A Sociedade Watchtower foi reconhecida a 7 de dezembro de 1921
como corporação norte-americana legal.
Muitos alemães, devido à situação depois da guerra, estavam dispostos a
escutar a mensagem da Watchtower. Essa mensagem concentrou-se
principalmente ao redor do tema Milhões que agora vivem não morrerão
jamais. A campanha dos Milhões tinha como mensagem central a ressurreição
dos patriarcas Abraão, Isaac e outros para o ano 1925. Segundo os Estudantes
da Bíblia, nesse ano implantar-se-ia o paraíso na terra, que seria governado
desde Jerusalém sob um governo mundial.
Em todos os grandes jornais e pelas ruas de todas as grandes cidades
apareceram anúncios e cartazes anunciando o fim do mundo. Em 1922, em 26
de fevereiro, 25 de junho, 29 de outubro e em 10 de dezembro, pronunciaram-
se na Alemanha discursos com uma concorrência com mais de 250.000
pessoas.115 A Alemanha chegou o a ser o centro das atividades dos
Testemunhas de Jeová.
Já disse nas páginas anteriores que nos Estados Unidos o Ministério da
Justiça referiu-se à distribuição do livro El Misterio Terminado como uma
violação da “Ata contra a Espionagem”, e que por isto Rutherford e outros
líderes tiveram de cumprir uma condenação de vinte anos na prisão.
Surpreendentemente, Rutherford e os outros dirigentes, sob circunstâncias
muito suspeitas, foram colocados em liberdade.
A partir desse momento, Rutherford não só voltou a dedicar-se à causa
sionista, mas também começou a promover a desobediência e a intolerância
aos governantes, aos guias políticos, aos funcionários da polícia, aos juízes,
etc. Os Estudantes da Bíblia tinham de colocar, por ordem divina, em
evidência a todas as autoridades da terra, os representantes de Satanás, o
diabo. Os seguidores de Rutherford chegaram a se indispor com toda forma de
governo.116
Não surpreende ver que muitas pessoas relacionavam esses ensinamentos,
os esforços dos Estudantes da Bíblia em favor do sionismo e seus
ensinamentos de que logo se estabeleceria um Supergoverno dirigido desde
Jerusalém, com os hipotéticos planos da maçonaria e das Altas Finanças
Internacionais judaicas.
A batalha contra os Testemunhas iniciou-se com uma contra-propaganda
mediante vários folhetos e livros. Na maior parte do conteúdo dessa contra-
propaganda falava-se do perigo da seita que, segundo os autores, estava
relacionada com a maçonaria, com o judaísmo e inclusive com o bolchevismo.
No tocante ao bolchevismo, não é estranho que o povo qualificasse os
Testemunhas como cooperadores dos bolchevistas. Além de os acontecimentos
da revolução russa serem recentes e que naqueles dias se insinuava que certos
membros importantes das Altas Finanças judaicas tinham concedido muito
dinheiro para que a Revolução Russa tivesse êxito; na Alemanha muitas
pessoas sabiam que os Testemunhas gozavam do favor especial de um grupo
revolucionário chamado espartaquistas. Quem eram esses espartaquistas?
Depois do triunfo na Alemanha da revolução de novembro de 1918, o
socialismo havia começado a ser algo mais que uma esperança. Nas grandes
cidades do país formaram-se conselhos de operários e soldados que
procuravam provocar a queda do regime monárquico existente. A revolução
estendeu-se dos portos da Alemanha do norte a todo o país. Com a finalidade
de acabar com os distúrbios, o chanceler proclamou a República no dia 9 de
novembro.
O principal problema foi causado pelos espartaquistas, um grupo nas
fileiras do partido USPD. Os espartaquistas procuravam promover a
mobilização das massas e a ditadura do proletariado. Este grupo esteve a
ponto de incendiar a Alemanha. A propaganda dos espartaquistas mobilizou,
sobretudo, os jovens em greve, sem experiência política.
Os espartaquistas pertenciam à ordem dos Iluminados. Seu nome deriva de
Adam Weishaupt, o fundador dos Iluminados da Baviera (Weishaupt adotou o
nome secreto de Spartacus). A famosa líder dos espartaquistas, Rosa
Luxemburg, freqüentava muito os centros dos Iluminados. É preciso
acrescentar que os financiadores desse grupo revolucionário foram os
conhecidos banqueiros Lazard Frères, relacionados com os Schiff, Warburg e
Kuhn, Loeb e companhia.
Em apoio às acusações de que os seguidores de Rutherford eram
qualificados como ajudantes desse grupo revolucionário citamos o
Miesbacher Anzeiger, de 19 de outubro de 1919, página 282. Esse publicou
que os Estudantes da Bíblia gozavam do favor especial do grupo
revolucionário espartaquista. Segundo esse periódico, os membros do grupo
não só assistiam em grande número as reuniões da Associação Internacional
dos Estudantes da Bíblia na Alemanha, mas formavam a maior parte do
público. Os espartaquistas estavam encantados pela posição dos Testemunhas
em relação ao Estado e às Igrejas. As reuniões evidenciavam uma
fraternização entre espartaquistas e Testemunhas.

b) Em busca de confrontos com a cristandade


Depois que os Estudantes da Bíblia despertaram a atenção do governo
alemão em relação aos espartaquistas, novamente começaram a inquietar os
ânimos do mesmo. Rutherford, tal qual os governos, incitou os associados a
odiar de maneira ilimitada as igrejas ortodoxas, especialmente a Igreja
Católica.
Na Alemanha freqüentemente enviava os associados a distribuir folhetos e
revistas com insultos ao clero diante das mesmas igrejas e inclusive pelos
cemitérios durante os sepultamentos. Também a revista bissemanal da
Sociedade Watchtower, A Idade de Ouro, agrediu o clero com artigos e
caricaturas ofensivas que o incomodavam muito.117
Diante das críticas, gozações e insultos, não é est ranho que os associados
da Watchtower tenham atraído o desprezo das corporações religiosas. O
confronto entre ambos os grupos piorou ainda muito mais devido a várias
campanhas iniciadas pelos Testemunhas em 1924 e no princípio de 1925.
Em 1924, Balzereit, que havia sido nomeado superintendente na Alemanha,
publicou sob o pseudônimo de P. B. Gotthiff, e com permissão da cúpula no
Brooklyn, um livro intitulado O maior poder secreto do mundo. Esse livro
acusava genericamente a Igreja Católica. Balzereit mostrou em seu livro que
estava muito preocupado com a situação lastimável do povo alemão. Segundo
o autor, a culpa era do Vaticano. Por último Balzereit deixou cair a máscara
quando disse que existia um inimigo de Roma que estava prestando um serviço
importante para a humanidade, a saber, os Testemunhas de Jeová. O livro foi
proscrito e a seita foi condenada a pagar uma multa.
Outra campanha na primavera de 1925 criticava terrivelmente o clero.
Depois da concordata entre o Vaticano e a Baviera, A Idade de Ouro de 1o de
junho de 1925, página 242, com o título Uma Concordata com o Reich, disse:
“Povo alemão, mantém os olhos abertos, este tratado produz fogueira para
aqueles que têm a coragem de dizer a verdade. Uma vez que o direito de
protestar contra as ignorâncias religiosas mediante tais tratados está liquidado,
então também o túmulo para o ‘protestantismo’ alemão está preparado. Os
representantes do protestantismo na Baviera votaram ‘sim’, mas logo vão
experimentar as conseqüências dessa concordata. Protestantismo alemão,
queres morrer?”
Devido à confusão que os Testemunhas de Jeová causaram entre todos os
membros da Igreja, o clero se viu obrigado a agir. O diretor da Sessão
Apostólica, Konrad Algemissen, publicou vários livros e folhetos
esclarecendo sobre o perigo das doutrinas dos Testemunhas de Jeová.
Também em seus escritos encontram-se partes onde fala das relações dos
Testemunhas de Jeová com a maçonaria e os judeus.
O clero aconselhou a não abrir as portas e não falar com os membros da
seita de Rutherford.118 Também durante as missas e reuniões advertiu-se contra
a seita. Da mesma maneira, organizaram-se assembléias para informar aos
cristãos sobre o perigo das seitas em geral.
Devido a que legalmente não se havia podido tomar medidas mais eficazes
contra a seita, as tentativas de colocar um fim na obra dos Testemunhas
aumentaram.
Antes da ditadura de Hitler, o código penal da Alemanha oferecia
unicamente duas possibilidades para denunciar as práticas da seita. Segundo
os artigos 166 e 167, era proibido ofender as igrejas aceitas e a venda
ambulante. Portanto, não é estranho que em meados dos anos vinte tenham
aumentado as denúncias contra os Testemunhas pela venda ambulante. Em
1926, viram-se casos contra 897 Testemunhas, o que deu como resultado que
para alguns deles foram impostas multas. A maioria dos adeptos fora,
absolvidos. Esta situação continuou durante vários anos. Por exemplo, o
Anuário de 1929, na página 87, diz que em 1928 houve 729 casos de tribunal
que resultaram na absolvição e 33 foram sentenciados a multas.
O Ministério do Interior apresentou a 28 de março de 1931 um decreto para
defender-se de infrações políticas, dando mais liberdade aos oficiais da
polícia para atuar contra certos grupos políticos. Esse decreto ou regulamento
de emergência também tinha a ver com distúrbios religiosos.119
A 14 de novembro de 1931, os funcionários da Baviera foram os primeiros
a se utilizarem do “decreto”. As publicações da Watchtower foram proscritas
e confiscadas. Segundo os informes da polícia para o Ministério do Interior,
entre dezembro de 1931 e maio de 1932 houve 27 casos em que a polícia
confiscou literatura da seita.120 Sobretudo na Baviera, que teve uma posição
predominante, efetuaram-se muitas prisões. Durante o mesmo ano outros
países seguiram seus passos.121 Deve-se recordar que tudo isto aconteceu
antes de Hitler tomar o poder.
Durante os anos posteriores à Primeira Guerra Mundial, Hitler havia se
aproveitado com habilidade e sem escrúpulos do descontentamento geral
existente na Alemanha e as privações causadas no país pela depressão
econômica. Conseguiu constituir seu Partido com uma organização maciça que
obteve 37 % dos votos nas eleições de julho de 1932.
No dia 29 de janeiro de 1933, o presidente da Alemanha, Paul von
Hindenburg, expulsou Schleicher e, mesmo que de má vontade, colocou Hitler
como chanceler alemão. No dia seguinte, Hitler formou um governo com Franz
Von Papen como vicechanceler.122 Em 28 de fevereiro, o presidente
Hindenburg suspendeu os direitos constitucionais e autorizou a um simples
cabo austríaco para que, no caso de necessidade, assumisse plenos poderes.
A edição alemã da revista A Idade de Ouro já havia declarado, mais de três
anos antes de Hitler subir ao poder: “O nacional-socialismo é um movimento
que age diretamente a serviço do inimigo do homem, o diabo”.
Na véspera da tomada do poder por Hitler, A Idade de Ouro de 4 de janeiro
de 1933 afirmou: “O promontório do movimento nacional-socialista parece
ameaçador”.
Duas semanas antes que Hitler acendesse ao poder, a Watchtower,
provocando o governo, publicou em A Idade de Ouro uma resolução,
afirmando que os Estudantes da Bíblia jamais deixariam de proclamar sua
mensagem.
Os primeiros conflitos entre os nazistas e a seita dos Testemunhas
ocorreram durante as votações de 5 de março de 1933. Os nazistas, para obter
votos para seu partido, o NSDAP, obrigavam todos os alemães a participar
das eleições. Tropas da SA iam de casa em casa forçando as pessoas a votar,
inclusive acompanhando-as aos centros eleitorais. Todos os que se negavam a
participar eram suspeitos aos olhos da SA. Em conseqüência, muitos
Testemunhas de Jeová foram registradas como opositoras a Adolf Hitler.
Durante as eleições, muitos Testemunhas para não votar saíram de suas casas
de pela manhã até que se encerrassem os centros eleitorais.
Para os Testemunhas de Jeová, não só votar apresentava um problema, mas
também outras obrigações impostas pelos nazistas. Entre outras mencionemos
a saudação a Hitler e a obrigação, por lei do Estado, de vacinar-se contra
certas enfermidades. Durante muitos anos, tal qual as transfusões de sangue,
vacinarse foi proibido aos Testemunhas de Jeová. Milhares morreram!
Capítulo 5

Os Testemunhas de Jeová no terceiro Reich


de Adolf Hitler

a) O serviço militar
Depois da morte de Hindenburg, a 2 de agosto de 1934, Hitler assumiu a
presidência do Reich, concentrando as chefias do Estado e do Governo. Hitler,
depois de ter se apropriado do poder, começou a romper o cerco imposto pelo
Tratado de Versailles. Em 1935 voltou a estabelecer o serviço militar
obrigatório que havia sido eliminado por esse tratado.
Desde que Hitler tomou o poder até 1935, os Testemunhas só foram
aprisionadas por se negar a votar e por causar insubordinação. Graças ao
Tratado de Versailles, não haviam tido problemas com o serviço militar, mas
então viram-se confrontados com ele.
Poucas semanas depois de ter instaurado o serviço militar obrigatório, o
governo encarregou a Gestapo de investigar se entre os Estudantes da Bíblia
havia membros que recusavam cumpri-lo. Em 1935, por motivo que só os
homens que nasceram antes de 1914 haviam sido chamados para incorporarem
ao exército, entre os Testemunhas poucos foram aprisionados e sentenciados
há pouco tempo de cárcere.
Antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial, muitos Testemunhas, de
Jeová salvaram-se devido a uma lei que proibiu a todas as pessoas que
representassem um perigo para o Estado alistar-se no exército. Esta lei
considerava também os objetores de consciência como uma ameaça para o
Estado.123 Muitos Testemunhas aproveitando-se dessa lei, deixavam-se
aprisionar propositadamente para sair livres e sem problemas do cárcere
depois de cumprida a sentença.124
A Gestapo apercebeu-se disso e comunicou em 22 de abril de 1937 a todos
os postos de polícia que os seguidores da seita de Rutherford, quando
terminassem sua condenação no cárcere, tinham de ser colocados sob custódia
protetora nos campos de concentração.125 Para sair desses campos e libertar-
se da custódia protetora deviam assinar a seguinte declaração renegando a fé
que tinham na Watchtower:

DECLARAÇÃO
1) Eu me conscientizei de que a Associação Internacional dos Estudantes
da Bíblia proclama ensinamentos errôneos e que ao amparo da religião
persegue finalidades hostis ao Estado.
2) Portanto, deixei por completo essa organização e me libertei totalmente
dos ensinamentos dessa seita.
3) Pelo presente documento faço constar que nunca voltarei a participar das
atividades da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia.
Denunciarei imediatamente qualquer pessoa que me aborde com os
ensinamentos dos Estudantes da Bíblia ou que de algum modo manifeste
ter relação com eles. Toda publicação dos Estudantes da Bíblia que
receba em minha casa entregá-la-ei imediatamente no quartel de polícia
mais próximo.
4) No futuro mostrarei meu apreço pelas leis do Estado; especialmente no
caso de guerra defenderei, com arma na mão, a pátria, e me unirei, de
todos os modos possíveis, à comunidade.
5) Estou com pleno conhecimento de que se atuar contrariamente à
declaração feita por mim hoje, serei novamente colocado na prisão
preventiva de maneira imediata”.

Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, a situação dos Testemunhas


mudou muito desfavoravelmente. O parágrafo 5, 1, 3 declarou que todos os
que se negassem a cumprir o serviço militar seriam condenados à morte. Para
os objetores de consciência, Hitler decidiu que a morte diante de um pelotão
de fuzilamento era muito bondosa. Para eles introduziu a guilhotina.
Milhares de pessoas, entre elas católicos, luteranos, menonitas alemães,
membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e outros objetores de
consciência foram executadas. Detlef Garfe, em seu esplêndido estudo
intitulado Os Testemunhas de Jeová no Terceiro Reich, apresentado como tese
de doutoramento em filosofia na Universidade de Hamburgo em 1989,
apresentou as seguintes cifras de mortes de Testemunhas de Jeová causadas
por recusar cumprir o serviço militar. Desde 26 de agosto de 1939 até 30 de
setembro de 1940, dos 152 julgamentos que se efetuaram, 73,7 %, ou seja, 112
casos, terminaram em sentença de morte. Os outros 40 adeptos foram postos
em liberdade. Segundo Garbe, durante toda a Segunda Guerra Mundial
executaram cerca de 250 a 300 Testemunhas de Jeová por se negarem a prestar
serviço na guerra.
Comprovou-se também que depois de deflagrada a guerra, muitos
Testemunhas deixavam-se prender de propósito para serem internados em um
campo de concentração. Desta maneira, podiam livrar-se do serviço militar e
da pena de morte. Enquanto estavam sob a custódia protetora no campo de
concentração e não assinavam a declaração acima citada, negando sua fé,
estavam a salvo. Muitos dos Testemunhas de Jeová consideravam os campos
de concentração um lugar seguro.126

b) O Departamento de Estado dos Estados Unidos


No interesse de nosso estudo passamos brevemente para os Estados Unidos.
Durante a década dos anos trinta e quarenta, a Sociedade Watchtower não se
deu muito bem nesse país. As prisões de adeptos aumentaram ano após ano.
Segundo a Watchtower, além de muitos juízes, também os tribunais estatais
aplicavam leis que incluíam regulamentos de saudação obrigatória à bandeira,
delinqüência contra crianças, leis de dependência, leis de sedição e outras,
com o único propósito de brecar a obra dos Testemunhas de Jeová. O livro Os
Testemunhas de Jeová no propósito divino, página 177, declara que essas e
muitas outras leis tachavam os Testemunhas de Jeová de serem o pior tipo de
criminosos.
Em vista dos problemas com o governo dos Estados Unidos, é muito
estranho que esse mesmo governo interviesse freqüentemente e negociasse
constantemente, mediante o Departamento de Estado dos Estados Unidos, com
o governo de Hitler, com a finalidade de proteger a seita na Alemanha.127
Mediante a correspondência do Ministério de Assuntos Exteriores,
publicada em 1949, além de se poder ter uma idéia muito concreta sobre as
muitas intervenções a favor da Sociedade Watchtower por parte do
Departamento de Estado, a embaixada em Berlim e o consulado geral na
Alemanha, torna-se evidente que a cúpula dos Testemunhas de Jeová evita com
cuidado contar a verdade sobre o que aconteceu durante os anos trinta na
Alemanha.128
Hitler, depois de assumir o poder, havia emitido um decreto permitindo que
a polícia confiscasse a literatura que pusesse em perigo a ordem e a segurança
pública. Pouco depois, os Testemunhas de Jeová distribuíram um folheto
intitulado A Crise, no qual, entre outras coisas, declaravam-se anti-
militaristas. Esse folheto foi proibido devido à sua capa: um soldado com uma
espada sangrenta. A Gestapo não demorou muito a apoderar-se da fábrica da
Sociedade Watchtower e da casa Betel em Magdeburgo. Em vista da reputação
da seita, procurava provas que a vinculassem, entre outras coisas, ao
bolchevismo. Nesse caso poderiam aplicar a nova lei e confiscar todas as
propriedades da Watchtower.
No momento em que nos Estados Unidos tomaram conhecimento da
ocupação das propriedades da seita por parte dos nazistas, o Ministério de
Assuntos Exteriores ordenou mediante um telegrama à sua embaixada em
Berlim que se encarregasse do assunto. O cônsul geral George S. Messersmith
não demorou muito em comunicar ao Departamento de Estado que, sob
pressão, o governo alemão havia deixado que a Sociedade Watchtower
voltasse ao controle de suas propriedades.129
Não obstante, apesar de as propriedades terem sido devolvidas, as
publicações da organização continuaram confiscadas. O governo alemão
pensou ser necessário um profundo exame de todos os escritos da seita para
ver se continha textos que pusessem em perigo a segurança do Estado. Depois
de uma investigação realizada pela polícia de Kiel e pela polícia secreta,
afirmou-se o perigo dos ensinamentos da Watchtower. A partir de maio, a obra
dos Testemunhas de Jeová foi proscrita nos distritos (países do Reich alemão)
Lippe e Thüringen. Outros distritos seguiram logo seu exemplo. Em
conseqüência, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, por intermédio
do cônsul Raymond H. Geist, entrou novamente em controvérsia com o
governo alemão.130
Ao contrário da primeira intervenção, desta vez não se levantou a
proscrição contra a seita. Em meados de junho, a obra dos Testemunhas de
Jeová estava proibida em quase todos os países do Reich. A 24 de junho de
1933, firmou-se entre o ministro de Assuntos Interiores do Reich e o
secretário de Estado, Grauert, um documento que proibiu a obra da seita
oficialmente em toda a Alemanha. Três dias mais tarde comunicou-se a
proscrição mediante a rádio.
A Watchtower alega que seus adeptos e dirigentes nunca estiveram
dispostos a tornar-se cúmplices dos funcionários sob o governo nazista na
Alemanha. Por mais de cinqüenta anos a seita dos Testemunhas de Jeová
atestou a integridade de seus dirigentes e de seus seguidores durante o regime
nazista. Segundo suas publicações, quase em sua totalidade, os Testemunhas de
Jeová negaram toda obediência ao Estado nazista. Os adeptos na Alemanha
foram os únicos que protestaram contra as atrocidades de Hitler, não
transigiram perante ele nem colocaram sua confiança e esperança no nazismo.
A revista Despertai!, de 22 de setembro de 1995, pagina 4, diz: “Os
Testemunhas de Jeová denunciaram com veemência o nazismo como aquilo
que era: um sistema perverso”.
A mesma revista declara que os Testemunha de Jeová além de recusarem
utilizar a fórmula de saudação “Heil Hitler”, negavam-se a adorar Hitler e a
suástica.
Segundo o testemunho de Konrad Franke, um proeminente líder da seita
durante os dias de Hitler, tudo isto é uma mentira. Somente a metade dos
Testemunhas de Jeová continuou fiel aos princípios e ordens da Watchtower, a
outra metade não recusou dizer “Heil Hitler”.131
Conforme o autor Elke Imberger, em seu livro Widerstand von Unten, que
trata da história de Schleswig-Holstein entre 1933-945, alguns Testemunhas
inclusive içaram bandeiras com a suástica. Também é curioso que um
comissário de polícia, que havia sido batizado como Testemunha de Jeová em
março de 1933 em Kiel, não só era membro do Partido Nacional-socialista,
como também mais tarde chegou a ocupar um lugar importante dentro da SS.132
A Watchtower, para apoiar suas afirmações relacionadas com sua
resistência ao regime de Hitler, cita freqüentemente famosos historiadores que
escreveram a respeito do tema. Quando tomamos a sério a busca e consulta
dos escritos desses historiadores citados pela Watchtower, comprovamos que
os dirigentes dos Testemunhas de Jeová não só se tornam culpados por
fornecer informação unilateral, mas citam unicamente aqueles trechos que lhes
convêm. É certo que as investigações desses historiadores confirmam, às
vezes, o que escreve a Sociedade Watchtower, mas pelo que na atualidade se
chegou a saber, alguns desses autores caíram em séria desinformação. Além
do mais não podemos escapar dos fatos de que com freqüência os
historiadores atestam outra coisa completamente diferente do que a
Watchtower pretende.
Por exemplo, A Atalaia (em inglês), de 1o de outubro de 1984, em um artigo
intitulado Impressionada pela integridade dos Testemunhas de Jeová, oferece
as conclusões da historiadora Christine Elizabeth King, reitora da
Universidade de Staffordshire (Inglaterra). Segundo A Atalaia, a historiadora,
em sua obra The Nazi State and the New Religions: Five Case Studies in
Non-Conformity (O Estado nazista e as novas religiões: Um estudo de cinco
casos de dissidência), disse o seguinte:
“Se aderiam a princípios teológicos; os Testemunhas permaneceram
neutras”.
Depois de examinar a obra da Dra. King, é preciso afirmar que o transcrito
está certo, mas a escritora disse muito mais. O que a Watchtower não conta é
que nas páginas 151-152 do livro acusa-se Rutherford e outros dirigentes de
terem violado sua posição de neutralidade. A Dra. King, entre outras coisas,
menciona os esforços de Rutherford por procurar obter a amizade de Adolf
Hitler por meio de uma Declaração.
Poucos dias antes da proscrição da seita em junho de 1933, Rutherford,
acompanhado por Nathan Knorr, havia visitado a Alemanha para ver o que se
podia fazer. Encontrou-se com o cônsul dos Estados Unidos em Berlim,
Raymond Geist, para falar sobre os problemas.133 No dia seguinte preparou a
Declaração que menciona a Dra. King, na qual se esforçou para congraçar-se
com o ditador e com o nazismo. Nela Rutherford fez todo o possível para
desassociar os Testemunhas e a comunidade judaica. Rutherford assegurou que
a Sociedade Watchtower nunca havia recebido apoio financeiro dos judeus.
Surpreendentemente, depois de ter sido amigo dos judeus durante muitos anos,
atacou veementemente o povo judaico. Igualmente agrediu os governos dos
Estados Unidos, da Grã-Bretanha e a Sociedade das Nações. Da mesma
maneira, atacou os esforços nos Estados Unidos para conseguir um boicote
contra a Alemanha.
Quanto à pesada carga de 33 mil milhões de dólares (33 bilhões (nota do
tradutor)) que havia sido imposta à Alemanha depois da Primeira Guerra
Mundial, Rutherford apoiou a posição de Hitler, afirmando que a Sociedade
das Nações era a culpada por se ter imposto ao povo alemão essa injusta e
insuportável carga.
Segundo Rutherford, os alemães tinham suportado grandes injustiças.
Também tentou demonstrar que as publicações não punham em perigo a ordem
pública e que a organização não era de forma nenhuma política. Segundo
Rutherford, os Testemunhas de Jeová apoiaram fortemente os elevados ideais
do governo nacional-socialista.

A DECLARAÇÃO DOS FATOS


“Nossos inimigos nos acusaram falsamente de ter recebido apoio financeiro
dos judeus para nossa obra. Isto não é verdade, até agora não houve nenhum
mínimo de contribuições, nem apoio financeiro dos judeus para nossa obra.
Somos seguidores fiéis de Jesus Cristo; pelo contrário, os judeus recusam-no
por completo. Só este fato deve provar que nós não recebemos seu apoio. O
império mundial Anglo-americano, identificado como o império britânico,
junto com os Estados Unidos, é o maior e mais opressor império existente na
terra. São os judeus comerciantes do império mundial britânicoamericano os
que construíram e estão empregando as grandes empresas como meio para
explorar e oprimir muitos povos. As cidades de Londres e Nova York são as
bases principais dessas grandes empresas. Existe um refrão nos Estados
Unidos da América que se refere à cidade de Nova York, que afirma: ‘Aos
judeus pertence a cidade, os católicos irlandeses a dominam e os americanos
pagam os impostos’. Devido às más práticas dominantes nas grandes
empresas, o povo da Inglaterra e da América está sofrendo muito. Essas más
práticas empregadas pelas grandes empresas e pelos políticos sem escrúpulos
estão apoiadas por representantes políticos e religiosos. O Governo Nacional
Alemão declarou abertamente ser contrário a essa opressão das grandes
empresas e influências religiosas na política. Esta é exatamente nossa posição;
nós esclarecemos por meio de nossos escritos a razão pela qual existem as
grandes empresas opressoras e a existência das influências religiosas na
política. Por conseguinte, é impossível que nossa literatura coloque em perigo
a ordem pública e a segurança do Estado. Nossa organização de nenhuma
forma é política. Uma cuidadosa investigação de nossos livros e revistas
mostrará que os altos ideais que se propôs e está proclamando o Governo
Nacional Alemão, também se manifestam e sobretudo se lhes dá ênfase em
nossas publicações. Nossa literatura e ocupação não coloca em perigo os
princípios do Governo Nacional Alemão, pelo contrário, nós apoiamos
fortemente esses altos ideais do mesmo. Pois bem, como parece que dentro de
pouco tempo a Alemanha libertarse-á da opressão e o povo chegará a uma
situação melhor, Satanás, o inimigo maior, apresenta-se para destruir este
trabalho de interesse geral. Em vez de sermos oponentes aos princípios do
Governo Alemão, defendemos plenamente estes princípios, e queremos
indicar que Jeová Deus, mediante Cristo Jesus, levará a cumprimento estes
princípios, paz e prosperidade para o povo. Permita-nos assinalar que devido
aos princípios declarados pelo Partido Nacional-Socialista, os católicos e os
judeus na América se aliaram denunciando o Governo Nacional da Alemanha,
tentando conseguir um boicote contra ele. Queremos recordar ao Governo e ao
povo alemão que a Sociedade das Nações é a culpada de que ao povo alemão
lhe seja atribuída a injusta e insuportável carga. Essa Liga não se constituiu
para os amigos da Alemanha. O povo alemão sofreu muito desde 1914,
agüentando grandes injustiças. Os nacional-socialistas declararam estar contra
essas injustiças, usando, segundo nosso ponto de vista, o refrão: ‘Nossa
relação com Deus é grande e sagrada’”.
Com esta Declaração, Rutherford abandonava sem dúvida nenhuma sua
posição de neutralidade!
Igualmente é incrível que a assembléia em que foi apresentada esta
Declaração dos Fatos fora decorada com suásticas. Mais incrível ainda é que
a reunião inaugurou-se com a conhecida melodia da canção: “Alemanha,
Alemanha acima de tudo”.134
O seguinte testemunho de Konrad Franke, um proeminente líder da seita na
Alemanha, foi gravado em Bad Hersfeld (Alemanha), em setembro de 1976.

O TESTEMUNHO DE KONRAD FRANKE


“Os adeptos alemães foram convidados para assistir a uma assembléia no
dia 25 de junho de 1933 em Berlim. Estávamos horrorizados quando entramos
na sala, o ambiente era muito diferente em comparação com as outras
assembléias, a sala toda estava decorada com suásticas. Apesar disso, a
reunião inaugurou-se com uma canção, e embora o texto calhasse bem, a
melodia era da canção Deutschland, Deutschland über alles (‘Alemanha,
Alemanha acima de tudo’), uma canção que devido à sua melodia nunca
havíamos cantado. Podeis imaginar como nos sentíamos, muitos não podiam
participar no cântico. Que espécie de dirigentes tínhamos nós!, que ao em vez
de nos mostrarem seu apoio para tomar posição, confrontaram-nos com este
perigo e, quanto perigo para tropeçar sob estas circunstâncias! Apesar de tudo
isso, aprovaram a Declaração que Rutherford havia preparado. Cada um de
nós tinha de levar 250 cópias desta Declaração para mandá-las por correio
registrado a pessoas proeminentes, não só para juízes e prefeitos, mas também
para Hitler. Também enviamos cópias dessa Declaração para os comissários
de polícia, junto com uma cópia de uma carta que o irmão Rutherford havia
enviado a Hitler “.
Quanto a esta carta a Hitler, a revista alemã Stern, de 8 de março de 1984,
página 228, diz:
“Em contraste com as falsas aparências em geral, os Testemunhas de Jeová
não eram absolutamente opositoras ao nacional-socialismo de Hitler. A
Sociedade Watchtower tentou em 1933, por meio de uma carta, relacionar-se
amistosamente com Hitler. Nessa carta falavam da propaganda horrorosa dos
judeus nos Estados Unidos difamando o Governo Alemão, um governo com o
qual, no que se refere ao sentido religioso e objetivo não político, a
organização de Rutherford estava completamente de acordo”.
A CARTA A HITLER
“Mui honorável Senhor Chanceler:
A presidência de Brooklyn da Sociedade Watchtower é e sempre foi muito
amiga da Alemanha. Em 1918, o presidente desta sociedade e sete membros
da Junta de Diretores nos Estados Unidos foram sentenciados a oitenta anos de
prisão devido a que o presidente recusou deixar que duas revistas, que ele
publicava nos Estados Unidos, fossem usadas em propaganda de guerra contra
a Alemanha”.
Em continuação, a carta assegura que as revistas da Sociedade Watchtower
eram as únicas que recusavam imprimir artigos contra a Alemanha, e da
mesma maneira, durante os últimos meses eles haviam recusado participar da
propaganda incômoda, dirigida pelos judeus comerciantes e pelos católicos. A
presidência do Brooklyn, ao contrário, se opôs a essa propaganda. Em
continuação apelam ao ponto 24 do programa do Partido Nacional-socialista,
dizendo que eles, de acordo com este ponto, não colocam em perigo a
segurança do Estado nem se colocam em luta com o sentido de moralidade da
raça germânica. A carta termina afirmando o mais elevado respeito para o
Senhor Chanceler Adolf Hitler.
Como pode Rutherford escrever estas coisas, depois de todos os esforços
por parte da embaixada e do State Department? Sobre o que tinha conversado
na realidade com o cônsul dos Estados Unidos? Em vista da situação na
Alemanha, qual era seu projeto? Tinha Rudolf Höss razão quando declarou,
em sua obra Autobiographische Aufzeichnungen (Stuttgart 1958), página 77,
que os pobres associados da Watchtower não tinham um ideal e que eram
utilizados por seus dirigentes para causas políticas?
Quanto à amizade por parte da presidência da Watchtower para com a
Alemanha, que se mencionava na carta a Hitler, é claro que se referia às
ocupações favoráveis (Warburg & Co.) da seita durante a Primeira Guerra
Mundial nos Estados Unidos.
Atualmente, os Testemunhas de Jeová acreditam que a Declaração dos
Fatos foi um protesto contra Hitler e o nazismo. Isto é o que disse Erich Frost,
um dos dirigentes proeminentes da seita na Alemanha, em A Atalaia, de 15 de
julho de 1961: “Em junho (1933) reuniram-se 7.000 Testemunhas em Berlim e
adotaram uma resolução que protestava veementemente contra a ação
despótica do governo de Hitler. Distribuíram milhões de cópias”.
A Atalaia, de 1o de fevereiro de 1956, página 73, repete o que Frost disse:
“A 25 de junho de 1933, 7.000 Testemunhas assistiram a uma assembléia
especialmente convocada em Berlim, adotando unanimemente uma resolução
intitulada Declaração dos Fatos. Era um protesto vigoroso dirigido a Hitler e
seu governo por sua intervenção despótica na obra de testemunhar da
Sociedade”.
Os Testemunhas de Jeová, proclamadores do Reino de Deus, página 693,
publicado em 1993, diz unicamente:
“Quando o governo da Alemanha nazista iniciou uma campanha para travar
a atividade dos Testemunhas de Jeová nesse país, fizeram-se repetidos
esforços para conseguir uma audiência com as autoridades alemãs. Mas não se
conseguiu remediar a situação. No verão de 1933, a obra estava proscrita na
maior parte dos estados alemães. Portanto, a 25 de junho de 1933, em uma
assembléia em Berlim, os Testemunhas de Jeová adotaram uma resolução
quanto a seu ministério e os objetivos dele”.
Não é de estranhar que Hitler não fizesse caso da carta e da Declaração.
Como vimos, pelas relações da seita com o sionismo, os espartaquistas e a
maçonaria, havia-se criado uma reputação muito ruim durante os anos
anteriores.
Devido à proibição da seita de 24 de junho de 1933, que se firmou entre o
ministro de Assuntos Interiores do Reich e o secretário de Estado, a 28 de
junho a propriedade da Sociedade Watchtower em Magdeburgo foi tomada de
novo e ocupada por trinta homens da SA.
É interessante observar que o Departamento de Estado, depois da ocupação
da sucursal de Magdeburgo, entrou a seguir em ação. O cônsul Geist teve uma
ampla conversa com Grauert, o Secretário de Estado alemão. Grauert
assegurou ao cônsul que eles não tinham nenhum interesse nas propriedades ou
no capital americano investido, só queriam a supressão da seita. Quanto ao
capital investido e às propriedades, disse que seriam devolvidos logo.135
O cônsul geral Messersmith informou, em carta de 12 de julho, sobre todos
os esforços para salvar a Sociedade Watchtower por parte da embaixada
perante o Governo Alemão. Afirmou que apesar da literatura confiscada, as
propriedades seriam logo devolvidas.136 Ao contrário do que Messersmith
escreveu na carta, o Governo Alemão, no fim de julho, comunicou à
embaixada que a propriedade não ia ser entregue para evitar que a Sociedade
Watchtower publicasse propaganda contra a Alemanha.
Então entrou na controvérsia o maçom Cordell Hull, secretário de
Estado.137 Hull acusou o governo alemão de ter violado os direitos
internacionais que regiam as propriedades da Watchtower. Esse convênio,
curiosamente, incluía a Sociedade Watchtower.138 Isto significa que a
Sociedade Watchtower, fazia parte da política de assuntos exteriores dos
Estados Unidos. Inclusive a Gestapo de Hitler no princípio tinha de aceitá-lo.
É preciso acrescentar que a Sociedade Watchtower em uma carta de 19 de
dezembro de 1934 ao Ministério de Assuntos Interiores em Berlim, na cópia
VI, ponto 2, declara que a organização tem um representante permanente em
Washington para negociar entre Brooklyn e o governo de Washington. Outra
carta da embaixada portuguesa de 16 de junho de 1964, enviada aos dirigentes
em Brooklyn, afirma o acima mencionado.
Hull encarregou William E. Dodd, embaixador na Alemanha, de tomar as
providências sem perda de tempo para que se desbloqueassem as
propriedades da seita.139 Devido aos esforços do governo norteamericano, o
líder dos Testemunhas na Suíça, Harbeck, advertiu todos os adeptos da seita
de que respeitassem as ordens de Hitler. Exigiu que não se distribuísse a
literatura e que não se reunissem sem permissão da polícia. Inclusive a
pregação de vital importância foi suspensa! Um grande número de adeptos
abandonou a seita devido a que não estavam de acordo com a política de
Rutherford!
Só três dias mais tarde, Dodd pôde comunicar ao Departamento de Estado
que o governo alemão havia prometido devolver todas as propriedades e
dinheiro (cinco milhões de marcos). Depois de reintegrar as propriedades, a
sucursal da Watchtower em Magdeburgo continuou funcionando até o dia 27 de
maio de 1935, data em que terminou o anteriormente mencionado convênio
entre os Estados Unidos e a Alemanha.
Depois do término do convênio, a seita continuou sua obra de maneira
clandestina. Depois de uma série de prisões em 1937 também essa atividade
acabou. Apesar de alguns grupos pequenos de Testemunhas, a obra organizada,
ao contrário do que afirma a Watchtower, havia se arruinado na maior parte da
Alemanha.140

c) Perseguição
Depois que Rutherford havia visto que Hitler não se deixava enganar,
mudou de tática. Não só começou a atacar Hitler, mas até mesmo os adeptos
alemães foram sacrificados.
Apesar dos problemas com o serviço militar, como escreve César Vidal
Manzanares, os choques com o nazismo foram provocados pelo próprio
Rutherford. Quando os líderes na Alemanha lhe pediram conselho sobre a
possibilidade de emigrar para outros países como a Suíça diante do temor de
uma guerra, a resposta foi uma ordem para continuarem na Alemanha e, ao
mesmo tempo, provocar o regime com a finalidade de criar um clima de
perseguição suficientemente palpável para aproveitá-la de maneira
propagandística.141
A partir desse momento, Rutherford pronunciava regularmente enérgicos
discursos, através do rádio, contra Hitler e contra o nazismo, que eram
retransmitidos por todo o mundo e distribuídos aos milhões na maneira de
impressos.
A 7 de outubro de 1934, a totalidade das congregações dos Testemunhas de
Jeová da Alemanha reuniram-se para escutar a leitura de uma carta aos
funcionários do regime hitlerista. Essa carta, escrita por Rutherford, declarou
que os adeptos alemães eram de antemão mártires. Entre outras coisas dizia:
“A presente carta tem como finalidade dar-lhes conhecimento de que
obedeceremos aos mandamentos de Deus a todo custo, que nos reuniremos
para o estudo de sua Palavra e que o adoraremos e serviremos como ele
manda”.
No mesmo dia remeteram a Hitler um telegrama afirmando:
“Abstenha-se de perseguir mais os Testemunhas de Jeová, caso contrário
Deus destruirá vossa senhoria e seu partido nacional”.
Os nazistas reagiram quase de imediato intensificando a perseguição.
Segundo Manfred Gebhard, só os adeptos comuns sacrificaram a vida.
Muitos membros proeminentes que estavam entre os candidatos sentenciados à
morte, conhecendo a política de Rutherford, pediram clemência.142 Durante
uma campanha da Gestapo em 1936, conseguiram prender Fritz Winkler, que
naquele tempo estava a cargo da obra na Alemanha. Segundo um informe da
polícia secreta do dia 25 de agosto de 1936, Winkler não só descreveu a
função da obra clandestina na Alemanha, mas também a estrutura interna.
Também confessou à Gestapo que Harbeck o havia encarregado de fornecer-
lhe a cada trimestre um relatório sobre os rendimentos da literatura, das
finanças e outras notícias importantes. Segundo esse relatório, todas essas
informações tinham de ser entregues ao senhor Jenkins, do consulado dos
Estados Unidos em Berlim. Winkler também forneceu todos os nomes dos
diretores regionais, a maneira de atuar e a transmissão de informações.
Devido aos dados facultados por Fritz Winkler, a Gestapo tinha podido
aprisionar também Konrad Franke. Em Stern, de 8 de março de 1984, página
228, lê-se: “Konrad Franke revelou o nome do homem que mantinha as
relações entre os grupos que trabalhavam em segredo”.
Segundo o relatório da Gestapo, Franke ajudou a polícia sem que o
tivessem forçado, narrando ainda os mínimos detalhes da organização. O
relatório declara que Fritz Winkler havia dito em uma carta a Konrad Franke
que, se um dia chegassem a prendê-lo, era melhor contar tudo.
Durante um julgamento em novembro de 1936, Franke testemunhou contra
Adam Sand, outro membro proeminente. Devido ao testemunho de Franke, a
Gestapo prendeu também Wilhelm Ruhnau e nunca mais se soube dele.
Parece que delatar uns aos outros entre as mesmas Testemunhas alemãs
durante os dias do nazismo obviamente foi um acontecimento que se repetiu
muitas vezes. Josy Doyon, ex-Testemunha de Jeová, de_clara em sua obra
Pastores sem compaixão (Baarn 1980), página 145, o seguinte:
“As perseguições por parte dos nazistas eram terríveis, mas o pior era o
desacordo entre os mesmos Testemunhas. Muitos Testemunhas substituíram-se
e se atraiçoaram mutuamente. Para aqueles Testemunhas que, apesar das
muitas pancadarias inclusive até fazendo-os perder a consciência, mas que
mantinham silêncio diante da SS, era horrível ver que muitas vezes durante o
interrogatório se levava outro adepto da seita que delatava com um sorriso
tudo o que o outro havia calado e negado. Com freqüência eram membros que
ocupavam postos de responsabilidade dentro da organização”.
Erich Frost, que havia sido designado pelo próprio Rutherford para
organizar a obra clandestina na Alemanha, disse em A Atalaia, de 15 de julho
de 1961, página 439:
“Às duas da madrugada vieram fortes golpes e pontapés contra a porta do
apartamento! Entraram dez membros da polícia secreta: ‘Levante-se e vista-se
Frost. Isto acabou’. Mais de uma vez me bateram até deixar-me inconsciente,
depois jogaram-me água na cabeça para reavivar-me. Depois fiquei incapaz
de deitar ou sentar”.
Em continuação, acrescenta Frost: “Continuei pedindo a Jeová que me
ajudasse a guardar silêncio por causa dos irmãos. Quando me levaram de novo
perante o grupo da Gestapo pensei em Daniel na cova dos leões. Sua colérica
inundação de palavras revelou o que eu tinha ansiedade em ouvir: a rede de
arrastão da polícia não tinha conseguido capturar os irmãos! Foi indescritível
meu prazer”.
A revista alemã Der Spiegel conta outra história. Segundo essa revista, nos
dias 3, 15, 20, 21, 24, 26 e 29 de abril de 1937, Frost informou à Gestapo com
todos os detalhes o funcionamento da organização na Alemanha. Também
informou sobre os lugares secretos de reunião: a rua Lang 5 e a estação da
ferrovia “Alexanderplatz”. Além disso, entregou os seguintes nomes de
pessoas proeminentes entre os Testemunhas de Jeová: Otto Dauth, Fred Meier,
Walter Friese, Heinrich Ditchi, Karl Siebeneichler e Albert Wandres.
As acusações de Der Spiegel, não só foram confirmadas a 5 de julho de
1961 pelo informe no 75 do serviço político da imprensa em Bonn, mas
também pelo livro de prisões sob o número 292 da polícia secreta de
Berlim.143
A 29 de outubro de 1937, Frost foi condenado a três anos e meio de prisão
na área dos pântanos de Emsland. Depois de deflagrada a Segunda Guerra
Mundial, levaram-no de volta para Berlim, onde foi designado sob condições
especiais para a oficina do Reichsführer da SS, Himmler, o homem de
confiança de Hitler. Noventa e nove dias mais tarde foi transferido para o
campo de concentração de Sachsenhausen, onde recebeu um tratamento
diferente dos outros prisioneiros. Ali dava aulas de piano ao filho do
comandante do campo e de noite entretinha os SS com sua música.
Posteriormente fez parte de um grupo de trabalho para construir uma casa
para um oficial encarregado da SS na Áustria. Entre outras coisas, a ele se
permitia ir ao lago Wolfgang de noite, onde tocava canções folclóricas e peças
de conserto das quais não só desfrutavam outros adeptos presentes, mas
também os soldados da SS. Mais tarde foi transferido para a ilha de Aurigny,
entre a França e a Inglaterra, onde permaneceu até a invasão dos aliados.
Os fatos a respeito da traição de Erich Frost foram publicados na Alemanha
ao mesmo tempo em que se publicou seu relato em A Atalaia de julho de 1961.
A cúpula em Brooklyn não tomou nenhuma providência. Frost continuou sendo
membro da organização até que morreu, a 30 de outubro de 1987, aos 86 anos
de idade. A Atalaia, de 15 de março de 1988, mencionou que esse cristão
ungido serviu fielmente a Jeová, e que Deus não esquece a obra dele nem o
amor que mostrou por seu nome.

d) O serviço militar na Suíça


Depois de sua proscrição na Alemanha a sede da seita, que estava situada
na Suíça, transformou-se em um ponto estratégico na Europa. Todos sabemos
que a Suíça desempenhou um papel muito importante durante a Segunda
Guerra Mundial, para os serviços secretos. Segundo Manfred Gebhard, a
oficina central da Watchtower em Berna (Suíça) foi empregada pelo
Departamento de Estado de Washington como agência de informação.144
Como vimos, Fritz Winkler, que naquele tempo era o encarregado da obra
dos Testemunhas de Jeová na Alemanha, depois de sua prisão confessou que
ele tinha de entregar cada semestre (sic) ao senhor Jenkins, do consulado dos
Estados Unidos em Berlim, um relatório completo sobre todas as atividades
da seita, o qual, mediante a embaixada, era enviado para a Suíça.145
No ano 1939, a situação na Europa era tensa. A Suíça estava rodeada de
potências totalitárias. As autoridades suíças queriam evitar a todo o custo que
a Alemanha e a Itália se sentissem provocadas. A situação tornou-se ainda
mais tensa quando as tropas da Alemanha rodearam a Suíça por todos os
lados. A Suíça estava completamente isolada. Quando rebentou a Segunda
Guerra Mundial, o governo suíço mobilizou o exército para proteger suas
fronteiras.
Devido ao fato de a Sociedade Watchtower instigar de maneira direta e
negar-se a prestar o serviço militar, a 5 de julho de 1940, um caminhão
carregado de soldados ocupou a oficina e a fábrica em Berna. A Atalaia foi
posta sob censura prévia.
Normalmente isto significava o fim das atividades da Sociedade na Suíça.
Nathan Knorr, o novo presidente da Sociedade, não podia permitir aquilo.
Mandou Zürcher, o novo responsável pela obra na Suíça, depois que Harbeck
havia regressado para os Estados Unidos, para que fizesse tudo o que
estivesse a seu alcance para manter a obra na Suíça.
A Atalaia, de 15 de março de 1966, página 319, reproduz o seguinte relato
de Franz Zürcher:
“Finalmente, a Segunda Guerra Mundial termina na Europa. Que dilúvio de
cartas chega à nossa oficina procedente de todos os países circunvizinhos
quando se chega a saber que a obra permaneceu intacta na Suíça! Previamente
o novo presidente da Sociedade, o irmão N. H. Knorr, escreveu-me dizendo
que fizesse tudo que estivesse a meu alcance para manter a obra em nosso
país, para que ao terminar a guerra pudesse restaurar-se rapidamente o contato
com nossos irmãos no continente”.
Que significavam essas palavras de Knorr? A resposta nos é dada pela
edição suíça de Consolação, de 1º de outubro de 1943, página 505. Entre
outras coisas, diz que a Watchtower jamais insistiu para que os associados se
neguem ao cumprimento do serviço militar. Na mesma página reconhecem que
centenas de adeptos haviam cumprido e estavam cumprindo o serviço militar.
No número seguinte dessa revista repetem a mesma declaração. A 15 de
janeiro de 1948, a edição alemã de A Atalaia disse:
“As declarações em Consolação, de 15 de setembro de 1943, causaram
muita confusão na Suíça e na França”.
Embora Nathan Knorr tenha visitado Berna, na Suíça, em 1945, não foi
senão em maio de 1947 que chamou a atenção dos adeptos suíços. Durante a
primeira assembléia na Suíça depois da guerra, Knorr disse: “As declarações
em Consolação, de 15 de setembro de 1943, não estão em harmonia com a
postura cristã. Agora é tempo de que os irmãos da Suíça se declarem diante de
Deus”.
A atitude de Knorr é suspeita. Os fatos mostram que ao mesmo tempo em
que muitos dos adeptos na Alemanha foram sentenciados à morte por se negar
a prestar serviço militar, os adeptos na Suíça cumpriram o mesmo serviço.
Tudo parece fazer parte de um projeto bem planejado para colocar a salvo a
oficina e a obra da Watchtower na Suíça.

e) Os planos do Reichsführer Heinrich Himmler


Segundo as estatísticas da Sociedade Watchtower, durante a Segunda Guerra
Mundial os adeptos não só conseguiram introduzir livros e folhetos, mas
também produzir literatura nos campos de concentração. Assim, no campo de
Buchenwald, um campo que principalmente estava composto por mulheres
russas, o testemunho fez que 300 jovens russas se tornassem Testemunhas de
Jeová.146
Os Testemunhas de Jeová, proclamadoras do Reino de Deus (1993),
página 664, diz: “No campo de Neuengamme, situado próximo de Hamburgo,
empreendeuse uma campanha intensiva de testemunho que se levou à
realização no princípio de 1943. Elaboraramse cartões de testemunho nos
diferentes idiomas que se falavam no campo. Fez-se tudo que se pôde para
chegar a todos os reclusos”.
A Atalaia (em holandês), de 1o de novembro de 1945, página 205, informa:
“Um irmão polonês mostrou Atalaias que haviam sido produzidas no campo
de concentração de Buchenwald”.
Como podiam os Testemunhas de Jeová produzir literatura e dar testemunho
de suas crenças religiosas em grau tamanho nos campos de concentração? Em
resposta a esta pergunta devemos ocupar-nos de Heinrich Himmler, o
Reichsführer da SS. Himmler estava procurando já fazia algum tempo como
controlar as zonas imensas da Rússia que os alemães estavam para conquistar
em breve, e outros territórios já ocupados. Era de suma importância
transformar os habitantes desses territórios em pacifistas e antimilitaristas. Se
assim não fosse não se conseguiria introduzir o nacional-socialismo. Para que
o povo não se revoltasse, Himmler pensava que era melhor introduzir uma
religião pacífica. A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa não estavam sendo
consideradas. Para os turcos tinha pensado no budismo, mas para os outros
países não sabia o que fazer.
O temível chefe da SS estava sendo atacado por câimbras estomacais e
somente com os tratamentos do filantropo finlandês, Félix Kersten, um
especialista talentoso na terapêutica manual, conseguia alívio. Os Testemunhas
de Jeová nos campos de concentração haviam despertado a admiração desse
filantropo finlandês, e depois que ele havia chamado a atenção de Himmler
para esse grupo de prisioneiros, esse último notou que os Testemunhas eram
pessoas pacíficas, úteis, corretas e confiáveis. Um grupo de trinta Testemunhas
dos campos Ravensbrück, Sachsenhausen e Buchenwald foi reunido na granja
de Harzwalde para ser observado de perto. Uma carta marcada como
“secreta”, de Himmler aos altos líderes da SS, Oswald Pohl e Müller, incluía
as seguintes passagens a respeito dos Testemunhas de Jeová: “Se pudéssemos
pôr a trabalhar seu fanatismo em favor da Alemanha ou induzir esse fanatismo
em nossa gente, então seríamos mais fortes do que o somos hoje. Por certo,
visto que recusam a guerra, seu ensinamento é tão daninho que não o podemos
permitir para não causar um maior dano à Alemanha”.
O Dr. Bruno Bettelheim escreveu, em sua obra The Informed Heart:
“Os Testemunhas de Jeová, devido a seus conscienciosos hábitos de
trabalho, freqüentemente eram escolhidos para chefes sobre outros. Sendo
chefes e tendo aceito uma ordem dos SS, insistiram para que os outros
prisioneiros fizessem o trabalho bem-feito e no tempo determinado”.
Em uma carta a Kaltenbrunner, chefe do Departamento de Segurança do
Estado, Himmler escreveu que devido a suas observações tinha a solução para
a questão russa e para os demais países. Para Himmler pareceu boa a idéia de
introduzir a religião dos Testemunhas na Rússia. Ele afirmou que os
Testemunhas de Jeová não só estavam em oposição aos judeus, mas também
recusavam pegar em armas e não lhes interessavam as riquezas ou posses.
Himmler havia notado que os Testemunhas somente argumentavam quando
alguém colocava em discussão suas crenças religiosas. Na carta propôs
suprimir, a seguir, todos os maus tratos aos prisioneiros Testemunhas de Jeová
em todos os campos de concentração, e que dessem a eles postos
privilegiados.
Por meio de um exame cuidadoso dos fatos, notamos que Himmler, já antes
de escrever a carta a Kaltenbrunner, havia posto em prática suas idéias. Entre
outras coisas, para alguns Testemunhas de Jeová permitia-se visitas de seus
parentes ou podiam ir eles mesmos visitar suas famílias em casa. Também
colocou em liberdade uma Testemunha do campo Ravensbrück, mãe de um
coronel da forçaaérea. Outros muitos adeptos foram empregados em postos de
confiança trabalhando para homens da SS ou designados para famílias
importantes. Também a ordem para distribuir os Testemunhas entre os outros
prisioneiros tornou possível para que dessem testemunho a mais pessoas.
Em um informe da polícia secreta de Magdeburgo, de 11 de fevereiro de
1944, existe valiosas provas de que uma tal Gertrude, viúva de um Testemunha
chamado Walter Grunewald, foi empregada para organizar a obra prevista por
Himmler para a Rússia. Muita literatura que apareceu nos campos de
concentração provinha da Suécia. Kersten e uma Testemunha, possivelmente
Gertrude Grunewald, foram encarregados por Himmler de estabelecer
contatos na Suécia. Eles voavam com freqüência em ida e volta trazendo
cópias de A Atalaia para os adeptos dos campos de concentração. Aos
Testemunhas de Jeová foi possível colocar-se em comunicação com os que
trabalhavam na granja de Harzwalde, e por intermédio deles podiam converter
muitos em Testemunhas de Jeová, sobretudo os russos.
É interessante ler um artigo de fundo do Post of Washington, de 21 de
março de 1959, sob o significativo título “Nuvem de Testemunhas”:
“Parece que os Testemunhas de Jeová estiveram produzindo conversões por
toda a União Soviética, até em lugares tão distantes como a Sibéria e Kurgan e
que agora constituem um movimento formidável de resistência clandestina ao
regime. Os redatores do Pravda fingem acreditar que todo o movimento é
supervisionado pelos ‘elementos mais reacionários do capitalismo norte-
americano’ e que seu propósito é infectar as massas soviéticas com um
espírito de humildade e de resignação que frustrará ou retardará o triunfo
mundial do proletariado revolucionário. Descrevem-se os organizadores do
movimento como ex-criminosos de guerra, colaboradores fascistas e
informantes da Gestapo que foram instruídos e treinados para seu trabalho nos
campos de concentração alemães. A verificação de que foram instruídos nos
campos de concentração talvez não careça de um elemento de verdade”.
Devido ao artigo do Pravda, o Journal-Every Evening, de Wilmington,
Delaware, Estados Unidos, de 26 de março de 1959, afirmou:
“O Pravda, que vê capitalistas debaixo de cada cama, não podia deixar de
ver o movimento como uma sinistra criação de Wall Street. Mas se o espectro
da Wall Street é insensatez, o Pravda talvez não esteja totalmente errado ao
considerar essa religião particular como um perigo potencial para o
invencível estado soviético”.
Os resultados das idéias de Himmler refletemse até atualmente na Rússia.
Conforme se informou na edição de A Atalaia, de 15 de janeiro de 1966: “O
agrupamento russo dos Testemunhas de Jeová pode ser considerado um dos
mais fortes no mundo”.
Parece que os habitantes de alguns povoados e cidades pequenas na Sibéria
seguem em sua totalidade a Sociedade Watchtower.

f) Respostas à revista Despertai!, de 8 de junho de 1998


Na revista Despertai!, de 8 de junho de 1998, queixam-se os representantes
da Sociedade Watchtower de que alguns críticos, entre os quais figuram
algumas pessoas que durante um tempo foram Testemunhas de Jeová, acusam a
organização de ter tentado no princípio tornar-se agradável ao governo de
Hitler; de ter feito, com a assembléia de 1933 em Berlim e a “Declaração dos
Fatos”, uma tentativa de demonstrar seu apoio ao governo nazista e seu ódio
aos judeus; e que durante a assembléia de Berlim as salas de Wilmersdorf
estavam decoradas com bandeiras que tinham a suástica, e que a assembléia
começou com o hino nacional alemão. Como o leitor pode perceber, tudo isso
são temas deste livro. Não é estranho que a Sociedade Watchtower tenha
reagido contra o livro em sua edição alemã, pois causou muita inquietação
entre os Testemunhas de Jeová nos países de fala alemã e milhares de
membros abandonaram a seita.
É preciso levar em consideração que no mencionado artigo, como sempre,
fala-se muito sem dizer nada em absoluto. As tentativas de mudar o sentido do
texto da “Declaração dos Fatos”, não obstante, são inúteis. O texto da
“Declaração” fala por si mesmo. Não obstante é preciso dizer algumas
palavras sobre certas acusações por parte da classe dominante dos
Testemunhas de Jeová afirma nesse artigo de Despertai!
A classe dominante dos Testemunhas de Jeová no artigo que eles afastaram
a ideologia racista nazista e que a bondade com que eles trataram os judeus
nos campos de concentração refuta de maneira contundente essa calúnia. Essa
declaração é absolutamente falsa. É suficiente recordar o artigo na revista
Consolação, de 15 de julho de 1938, que apresentamos no capítulo “A serviço
do Sionismo”. Além disso, quero recordar as palavras de Rudolf Höss, o
comandante do campo de concentração de Auschwitz: “Eu estava assombrado
pelo ponto de vista dos Testemunhas de Jeová no campo; eles proclamavam
abertamente que os judeus tinham de sofrer e morrer”.
Um ano depois da Segunda Guerra Mundial, ou seja, no ano em que todo o
mundo tomou conhecimento das matanças de judeus pelos nazistas, a
Sociedade Watchtower publicou o livro Sejas Deus verdadeiro. Na página
209 diz: “Muito de seu sofrimento caiu sobre eles (os judeus) devido a seu
procedimento rebelde e comercial”.
Até esta data a classe dominante não mudou seu ponto de vista sobre o povo
judeu. O livro Segurança mundial sob o “Príncipe da Paz”, publicado pela
Sociedade Watchtower em 1986, na página 86, diz que a República de Israel
terá sua existência apagada.
Estas citações demonstram claramente que a declaração na revista
Despertai!, de 8 de junho de 1998, é absolutamente falsa.
A classe dominante reconhece que a melodia da canção com que começou a
assembléia de Berlim era a mesma que a do hino nacional alemão. O fato de
que a melodia era a do hino nacional só se pode interpretar como uma
tentativa de congraçar-se com os nazistas. Os Testemunhas de Jeová recusam,
entre muitas outras coisas, o juramento à bandeira, que para eles é um ato
impuro. Pelo mesmo motivo, nem mesmo podem cantar um hino nacional, isto
é, nem o texto nem a melodia.
Recordemos aqui o testemunho de Konrad Franke, o qual disse que os
Testemunhas de Jeová nunca haviam cantado a canção por sua melodia
(discurso em Bad Hersfeld, Alemanha, em setembro de 1976). É coisa digna
de nota que Konrad Franke não figura entre os críticos que durante algum
tempo foram Testemunhas de Jeová. Franke era um ungido e grande líder da
seita na Alemanha. Depois de sua morte, A Atalaia, de 1o de dezembro de
1983, disse referindo-se a ele: “Um fiel guerreiro do Reino passou para a sua
recompensa celestial”.
Quanto às bandeiras com a suástica, Despertai!, de 8 de junho de 1998,
oferece as fotografias de algumas salas onde se realizava uma reunião dos
Testemunhas de Jeová. Segundo a revista, as fotografias são procedentes da
assembléia de 1933. É digno de nota que nelas não se encontram nenhuma
bandeira com a suástica. Sem dúvida nenhuma as fotografias são falsas!
Depois de cuidadosas investigações, entre outras, uma entrevista com um ex-
membro que esteve presente na assembléia de 1933, não há dúvida de que
verdadeiramente havia bandeiras com a suástica nas salas onde se celebrava a
assembléia de 1933. O ex-membro inclusive me mostrou uma fotografia muito
antiga de uma das salas onde se podem ver claramente as bandeiras com
palavras do proeminente líder Konrad Franke: “Os adeptos alemães foram
convidados para assistir a uma assembléia no dia 25 de junho de 1933 em
Berlim. Estávamos horrorizados. Quando entramos nas salas, o ambiente era
muito diferente em comparação com as outras assembléias, as salas estavam
decoradas com suásticas”.
No fim do artigo em Despertai! reconhece-se que poderia haver bandeiras
com a suástica, mas que não foram os Testemunhas de Jeová quem as
pendurou.
Um dado interessante é que a classe dominante da seita reconhece, pela
primeira vez, que manteve relações com o Departamento de Estado dos
Estados Unidos, que a “Declaração dos Fatos” não era um protesto vigoroso
dirigido a Hitler e seu governo, e que a “Declaração” não foi a causa de que
se promulgasse um decreto que proscrevia os Testemunhas de Jeová na
Alemanha (o decreto foi promulgado no sábado 24 de junho de 1933,
precisamente no dia anterior à assembléia de Berlim). Além disso,
reconhecem que, ao contrário do que disseram no Anuário de 1974, no qual
acusam Paul Balzareit, que servia de superintendente na Alemanha desde
1920, de ter melhorado o texto original da “Declaração”, ele não o havia
mudado. Segundo o artigo, uma comparação dos textos em alemão e em inglês
(Anuário de 1933, em inglês) revela que os textos eram idênticos. A
“Declaração dos Fatos” foi sem dúvida nenhuma escrita por Rutherford.
Sem dúvida, o que até aqui se disse prova que o artigo na revista
Despertai! é uma cortina de fumaça. Durante o regime de Hitler, a classe
dominante da seita dos Testemunhas de Jeová não só tentou congraçar-se com
o governo de Hitler obedecendo aos “superiores invisíveis”, mas inclusive
respaldaram a ideologia racista nazista, bem como muitas outras coisas que na
atualidade negam que tenham acontecido.
Nos últimos anos fabricaram vergonhosamente, mediante suas revistas e
livros, uma história de mártires. Sobretudo ultimamente aparecem com
freqüência artigos que louvam a posição dos Testemunhas de Jeová durante
aquela época. Pelo que atualmente se chegou a saber todos estes esforços têm
a ver com as tentativas da Sociedade Watchtower para ser reconhecida em
todas as partes como uma “corporação pública legítima”.
Embora os Testemunha de Jeová aprendem a obedecer às leis do país em
que vivem, desde muitos anos opuseram-se a todos os “estados mundanos”.
Segundo a Sociedade Watchtower, todos os governos da terra se acham sob o
poder, influencia e controle de Satanás. Somente os Testemunhas de Jeová não
são uma ferramenta do diabo. Para os Testemunhas de Jeová, ter relações
amistosas com qualquer governo ou suas organizações incorporadas é um ato
impuro e fornicação espiritual. Todos os que mantêm tais relações tornam-se
inimigos de Deus e serão destruídos junto com este sistema de coisas na
batalha do Harmagedon. Relações ou conexões com qualquer estado, segundo
os Testemunhas, significa... “guerra com Deus”’.
Ao contrário do que acreditam os seguidores da Sociedade Watchtower, em
muitos países, seus lideres fizeram, durante os últimos anos, todo o possível
para que a seita seja reconhecida legalmente como uma “corporação pública”
para poder gozar das vantagem que recebem tais corporações. A classe
dominante dos Testemunhas de Jeová faz exatamente o que é “pecado mortal”
para seus seguidores. Por exemplo: na Alemanha fizeram, desde 1990, todo o
possível para que o Estado alemão reconheça a Sociedade Watchtower como
“corporação pública legal”. Um reconhecimento do Estado significa vantagens
quanto a receber subvenções, isenção de imposto e muitas outras coisas.
É preciso levar em consideração que uma “corporação pública legal”
depende completamente do Estado no país em que é reconhecida. Por isso
mesmo, o Estado dita as regras e verifica se a organização cumpre as leis,
como, por exemplo, as relativas à educação, à homossexualidade, ao aborto,
etc.
Na Alemanha circula de maneira secreta, entre os líderes, um livro
publicado pela Sociedade Watchtower intitulado: Atas judiciais da
organização cristã dos Testemunhas de Jeová para ser reconhecida como
corporação pública legítima na Alemanha, 1990-1997
(Anerkennungsverfahren der Religionsgemeinschaft der Zeugen Jehovas in
Deutschland 1990-1997). O livro contém todas as atas judiciais que
demonstram os esforços secretos que a Sociedade Watchtower fez para ser
reconhecida como “corporação pública legal”.
Na Noruega já foram reconhecidos desde 1995 e a seita recebeu muitos
milhões de coroas procedentes do governo norueguês. Ou seja, a Sociedade
Watchtower recebeu dinheiro proveniente de um Estado que, segundo seus
ensinamentos, está sob o controle do diabo, um sistema do qual os
Testemunhas de Jeová não podem fazer parte de maneira alguma.
Segundo o Infolink da Alemanha, em 20 de março de 2000 firmou-se uma
concordata entre os representantes da Watchtower e o governo da Itália. Esse
permite aos Testemunhas de Jeová dar “apoio espiritual” em hospitais, prisões
e a pessoas que estão cumprindo o serviço militar. Igualmente permitemlhes
dar aulas de religião nas escolas e efetuar casamentos que serão reconhecidos
oficialmente pelo Estado italiano. Também recebem uma parte dos impostos
eclesiásticos cobrados pelo Estado italiano.
Muitos governos negaram a petição da Watchtower. Parece que isso se deve
principalmente à reputação dos Testemunhas de Jeová causada por recusar
transfusões de sangue e não participar em eleições políticas. Devido a isso
parece que – para um reconhecimento oficial pelos governos – os líderes da
Watchtower estão dispostos a sacrificar qualquer ensinamento. Ultimamente
aparecem com freqüência artigos na mídia e nas publicações da Watchtower
que fazem entender que estão acabando com todos os ensinamentos que
possam causar mal-estar aos governos. Por exemplo, durante uma reunião
secreta no Brooklyn, a 24 de maio de 2000, o corpo governativo declarou que
a partir de então não tomaria nenhuma ação disciplinar contra os Testemunhas
de Jeová que recebam voluntariamente uma transfusão de sangue. Já não se
castiga com a expulsão passar por uma transfusão de sangue. A partir desta
data todo Testemunha de Jeová que toma uma transfusão de sangue tem de
saber que violou a lei de Deus; ele mesmo, por sua própria vontade, tem de se
retirar da Watchtower. O resultado é que ninguém pode acusar a Watchtower
pela questão das transfusões de sangue. Na França e na Alemanha já existem
rumores que fazem entender que dentro de pouco tempo os Testemunhas de
Jeová também vão participar de eleições políticas.
Capítulo 6

A falsa neutralidade da Watctower

a) A campanha psicológica na Alemanha Oriental


Depois da Segunda Guerra Mundial, os Superiores Invisíveis tinham
planejado a guerra fria. A rivalidade entre as duas superpotências só existia
por assim dizer, mas não de fato. A conhecida “guerra fria” foi um recurso
empregado para assustar a população de ambos os lados com a promessa de
terríveis sofrimentos. O controle por meio de uma guerra mundial foi
substituído pelo “medo” a uma guerra mundial! A era de terror e a guerra fria
foram em parte empregadas para convencer os povos da necessidade de uma
Nova Ordem Mundial!
Em conseqüência, surgiu nos Estados Unidos a “Doutrina Truman”, que se
originou de uma idéia dos Warburg. Essa doutrina consistia em empreender
uma guerra psicológica contra a suposta ameaça dos comunistas.147
Evidentemente essa guerra psicológica consistia em causar confusão, fazer
propaganda anticomunista, influir no comportamento da população nos países
socialistas, etc., mediante mensagens subliminares e diretas. A Sociedade
Watchtower teve posição preponderante nessa obra?
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Departamento de Estado dos Estados
Unidos, para que a “Doutrina Truman” tivesse efeito, tomou como exemplo o
projeto secreto de Heinrich Himmler.
Para poder entender por que a Watchtower tomou uma posição
preponderante na “Doutrina Truman”, é preciso insistir que imediatamente
depois da Segunda Guerra Mundial, a seita na Alemanha Ocidental havia se
reorganizado rapidamente com a notável colaboração do Departamento de
Estado dos Estados Unidos. Curiosamente esta instituição, depois da guerra,
novamente apareceu em cena. É inquestionável que o Departamento de Estado,
junto com o governo militar americano na Alemanha, colaborou decididamente
na reorganização da Watchtower.148
É de notar que os oficiais americanos, além de estarem procurando uma
imprensa para a seita e favorecer a Watchtower para que pudesse comprar
bens com prioridade, facilitaram, apesar da reputação da seita, o uso de várias
emissoras de rádio para difundir a mensagem da Watchtower. Durante a visita
de Knorr, o atual presidente da seita, Henschel, e Covington em 1947,
obtiveram permissão para utilizar o cabograma do governo militar para enviar
suas informações diretamente para o Brooklyn. Da mesma maneira, é muito
estranho que esses senhores durante sua permanência, em vez de
permanecerem nas casas dos adeptos alemães, passavam as noites no Zum
Schwarzer Bock, um hotel reservado para militares do alto comando.
De fato, o líder da seita na Alemanha, Erich Frost, para tomar a direção da
organização na Alemanha, tinha de esperar a confirmação de sua nomeação
pelo Departamento de Estado.
A partir de 1947, os Testemunhas de Jeová abandonaram pela enésima vez
sua posição de neutralidade em relação à política. Durante muitos anos
iniciou-se, mediante as publicações da Sociedade Watchtower uma incrível
guerra psicológica contra o sistema comunista.149
É estranho que alguns Testemunhas foram aprisionados e acusados de serem
espiões? Anotamos só o que disse Erich Frost em uma carta, de 24 de
dezembro de 1947, dirigida a Georg Bar, o qual vivia no setor russo. Segundo
Frost, o presidente da organização, Nathan Knorr, havia pedido informações
para a revista Despertai! A respeito do setor russo. Surpreendentemente ele
pediu informações sobre a política, greves, eleições, perseguições, revoluções
e inclusive aviação e aviões.150 Recordemos que esses informes foram
transmitidos por meio do cabograma do governo militar dos Estados Unidos,
controlado pela CIA, para a sede mundial da seita no Brooklyn.
Como resultado de seus ataques contra o governo da Alemanha Oriental
comunista, confiscou-se a oficina de Magdeburgo em 1950 e novamente, a
obra dos Testemunhas de Jeová retirou-se para a clandestinidade.
É interessante saber que a Watchtower na Alemanha Ocidental estabeleceu
o departamento “AC” com a única finalidade de atender aos assuntos nos
países comunistas da Europa. Diferentemente dos habituais falatórios entre os
adeptos que trabalhavam em Betel, evitava-se com receio falar sobre esse
departamento secreto.151 Seu líder era Charles Will Pohl que, junto com o
americano Richard Kelsey, encarregavase do impossível, isto é, da
distribuição de revistas e livros em todos os países comunistas.152 Mediante
microfilmes passavam os escritos proibidos pelas fronteiras da Rússia.
O Daily Star de Toronto, Canadá, em sua edição de 2 de julho de 1960, diz:
“Moscou apresenta a atividade dos Testemunhas de Jeová de fazer
prosélitos como uma mistura das próprias armadilhas do diabo e a subversão
de Allen Dulles. Quem são os Testemunhas de Jeová? Esta é a resposta do
Pravda. Desde o primeiro dia de sua existência, a seita passou para o serviço
dos círculos mais reacionários do capital norte-americano. Os patrões ricos
permitiram a entrada da nova seita nos países coloniais para implantar o
espírito de submissão muda, e para colocar os Testemunhas contra o jovem
movimento socialista na Europa”.
As campanhas contra o comunismo não se limitavam aos países por trás da
Cortina de Ferro, mas a todo o mundo. Entre muitos, mencionemos somente as
campanhas contra os comunistas no Brasil e no Vietnam.153
Da mesma maneira, é notável o que narra o Anuário de 1982 quanto ao
golpe de Estado no Chile. O Anuário dá a sensação de que, graças a Deus,
Pinochet subiu ao poder para evitar a aniquilação da seita pelos socialistas e
comunistas. Em vão se buscaria nesse relatório um assinalamento relacionado
com os milhares de mortos em Mapucho e Concepción, os prisioneiros no
estádio de Santiago ou o assassinato do presidente Allende. Devido à sua
posição contra os comunistas, durante os dias imediatamente subseqüentes à
tomada das rédeas do governo pelos militares (política norteamericana), não
molestou os Testemunhas de Jeová. Inclusive muitos Testemunhas foram postos
em posições importantes quando a prisão de ativistas comunistas nas fábricas
e nas indústrias abriu vagas críticas. O governo de Pinochet tinha plena
confiança nos Testemunhas de Jeová no Chile.154 Acrescento que os refugiados
políticos chilenos na Europa consideram os Testemunhas de Jeová espiões
norte-americanos.
b) Os Testemunhas de Jeová como refugiados políticos
O objetivo religioso-político que havia definido a Watchtower nos países
socialistas, sobretudo na Alemanha Oriental, exigiu que muitos Testemunhas
trabalhassem ilegalmente sob muita tensão. A Watchtower não tinha interesse
algum em socorrer aqueles adeptos que estavam em perigo. Essa preocupação
só não existia para os seguidores comuns. Para os funcionários que ocupavam
postos-chave, no momento em que eram aprisionados, facilitava-se a fuga
deles para a Alemanha Ocidental. Surpreendentemente, a oficina da
Watchtower em Wiesbaden, depois de negociações com a “polícia política” de
Berlim, havia conseguido a permissão de imprimir declarações que deviam
ser preenchidas, que afirmavam que aqueles membros da seita que haviam
fugido da Alemanha Oriental, eram considerados refugiados políticos, e que
portanto se beneficiaram de todos os privilégios que corresponderam ao status
dos mesmos. Conceder esses direitos pelas autoridades alemãs significava que
a Watchtower e seus partidários sem dúvida nenhuma estavam implicados e
ocupados politicamente na Alemanha Oriental. Conceder-lhes o status de
refugiados políticos mostra o que se tornou evidente durante toda a história da
Watchtower: que as declarações quanto à sua neutralidade, além de serem
pouco honradas, eram falsas. É evidente que a ala clandestina da Watchtower
na Alemanha Oriental era admitida e favorecida por círculos militares e
imperialistas para que pudesse ocupar-se do importante papel de realizar uma
guerra psicológica.

c) África
Podemos acrescentar uma longa lista na qual se mostra que a Sociedade
Watchtower abandonou sua posição de neutralidade em muitos países. Por
exemplo: durante os anos vinte e trinta, a Watchtower também abandonou sua
posição de neutralidade em diversos países africanos. Parece que a
organização desempenhou um papel importante nas antigas Rodésias, isto é,
Zimbabwe, Zâmbia e Malawi. A obra História Geral do Socialismo (1918 a
1945), publicada em 1982, diz na página 619 o seguinte:
“As expropriações dos africanos foram menores no Zimbabwe e no
Malawi, e praticamente nulas em outras regiões, com o que pôde formar-se
mais facilmente uma burguesia africana. O protesto, pois, tomou uma feição
antes de tudo nacionalista, ligada freqüentemente a seitas como a
Watchtower”.
Tony Hodges, em seu primeiro relatório Os Testemunhas de Jeová na
África Central, declarou que a Watchtower havia provocado a revolta de Luba
no Congo Belga (Zaire) em 1961.155 O mesmo relatório afirma que os
problemas em Wankie (Rodésia) em 1923 foram obra da Watchtower.
O mesmo movimento estava operando em diferentes países africanos. Certa
ocasião foram acusados por ter iniciado as primeiras greves em Zâmbia. Em
1935, causaram a primeira grande greve no Copper Belt no norte da
Rodésia.156
Outro pesquisador escreveu que os protestos dos pregadores da Watchtower
causaram rapidamente um crack-down (quebra) das autoridades coloniais.157
Um líder da Watchtower, que se havia proclamado “profeta”, e seus
seguidores, assassinaram 174 pessoas na Rodésia e no Zaire.

d) Cartas aos governadores


Por último é interessante saber que os dirigentes da seita com freqüência
abandonam sua posição de neutralidade, animando seus seguidores para que
escrevam cartas a pessoas que ocupam postos importantes em países nos
quais, segundo a Watchtower, a seita é perseguida. Vejamos como continuação,
mediante uma carta da embaixada portuguesa, em que consistem essas
campanhas induzidas pela cúpula no Brooklyn.
A embaixada de Portugal nos Estados Unidos, devido a problemas que o
governo português enfrentava com os Testemunhas de Jeová, enviou a 16 de
junho de 1964 uma carta de queixa ao representante da Watchtower em
Washington, naquele momento, Anton Koerber. Nessa carta delineia-se um
quadro muito claro a respeito das atividades da seita em Portugal. Depois de
ter afirmado que em Portugal verdadeiramente existe liberdade religiosa
garantida pela constituição, e que não se havia exercido represália nenhuma
contra os membros da seita, o Ministro Conselheiro reconheceu que as
mesmas autoridades precisaram adotar certas medidas para limitar as
atividades dos Testemunhas de Jeová, devido a que se achavam em conflito
com as leis do país e com os direitos privados dos cidadãos. A seguir
apresenta uma ampla lista em que se acusa a seita de distribuir material de
propaganda, advogando o desacato à bandeira nacional e incitando o povo
contra o serviço militar em defesa do seu país. A seguir a carta diz que esses
dois aspectos da propaganda não estavam relacionados com a religião nem
com o cristianismo, e que se consideram ações subversivas contra a segurança
e as leis públicas do país. Quanto aos direitos privados dos cidadãos a carta
dizia:
“Os Testemunhas de Jeová violaram o direito à vida privada dos cidadãos,
impondo sua presença nos lares com engano, obrigando-os a aceitar material
de propaganda, freqüentemente com ameaças e insultos. Em vários casos, os
Testemunhas de Jeová literalmente abriram à força as portas quando os
moradores alarmados procuravam fechar sua porta para proteger seu direito à
vida privada. Não entendemos este extraordinário paradoxo no comportamento
dos Testemunhas de Jeová”.
A carta termina afirmando que a campanha de ódio que os Testemunhas de
Jeová estavam realizando contra Portugal mediante cartas, principalmente
insultuosas, vulgares, e que com freqüência raiavam pelo que não se pode
exprimir, era impossível conciliar com os princípios da moralidade e do
cristianismo.
Para terminar é preciso contradizer as citadas palavras do atual presidente
da seita, Milton Henschel. A Watchtower verdadeiramente apresentou muitos
protestos e petições aos governos. Por exemplo: os Testemunhas de Jeová
adotaram, em suas 199 assembléias celebradas ao redor do mundo em 1956-
1957, uma resolução que foi dirigida ao então primeiro ministro russo Nikolai
A. Bulganin, e a 24 de agosto de 1957 dirigiu-se um protesto ao ditador da
República Dominicana, o generalíssimo Rafael L. Trujillo.158
O que expusemos deve ser suficiente para que o leitor possa dar a sentença
a respeito da neutralidade e da política secreta dessa seita.
Capítulo 7

A Sinagoga de Satanás

A armadilha do diabo
Aos Testemunhas de Jeová, por meio de golpes de repetição, fizeram-lhe a
cabeça de que os católicos são servidores de Satanás. Segundo a seita: o deus
dos católicos é Satanás! No já citado livro El Misterio Terminado, atrevem-se
a dizer que a Igreja Católica é uma coisa repugnante, suja e morta que não se
deve tocar. O ódio semeado pela cúpula do Brooklyn não tem limites. Quanto
aos papas escrevem que foram uma influência má.159
No livro O homem em busca de Deus, publicado pela Watchtower em 1990,
página 308, acusa-se os papas de imoralidade e corrupção. Ao clero eles
chamam de “cães”.160
A Watchtower ensina que a Igreja Católica não é só o maior inimigo visível
de Deus e de Jesus Cristo, mas também o principal instrumento visível
utilizado por Satanás. As doutrinas dos católicos são venenosas e
mentirosas.161
É importante firmar-se que as acusações desta seita são muito desonestas e
injustas. A Watchtower, como sempre, tenta confundir aos católicos sinceros.
Muitos não têm consciência de que os ataques desferidos pelos Testemunhas
de Jeová não se referem à Igreja como comunidade, mas sim a alguns maus
católicos, ignorantes e rebeldes. O julgamento dos Testemunhas de Jeová é
parcial, só fazem reluzir os defeitos dos piores elementos da Igreja Católica.
Estes se dizem católicos, mas não vivem sua religião. Não são ovelhas de
Jesus Cristo (Jo 10,26-28). Não podemos tomá-los como representantes dos
católicos. Os Testemunhas de Jeová teimam em ignorar todo o bem que se
encontra na Igreja Católica. Os pecados que certos católicos cometem não
devem constituir obstáculo nenhum para os cristãos sinceros.
Em suas publicações, os Testemunhas de Jeová ensinam que Babilônia a
Grande, também chamada “a grande meretriz”, é a parte religiosa da
organização de Satanás. Sua parte mais importante é a Igreja Católica Romana
que surgiu, segundo eles, como poderosa organização nos tempos do
imperador Constantino, no século IV.
Embora os Testemunhas ensinem que a Igreja foi inventada nos tempos do
imperador Constantino, os $$$$$cristãos autênticos têm de estar conscientes
de que isto é outra mentira. O imperador Constantino só concedeu liberdade
de ação à Igreja Católica e seus seguidores, não a criou. A Igreja Católica tem
(mais de) dois mil anos. Mediante a Bíblia e um exame dos documentos
históricos, pode-se identificar sem dar margem a dúvidas como única Igreja
fundada por Jesus. Qualquer enciclopédia faculta as datas da Igreja Católica,
desde sua fundação até hoje. É um disparate afirmar que a Igreja apareceu
vários séculos depois de Cristo. Jesus fundou uma só Igreja (Mt 16,18) e não
autorizou ninguém mais para que fundasse outra.
Da mesma maneira, prometeu que os poderes do inferno não prevaleceriam
contra sua Igreja, e que ele estaria com ela todos os dias até que se acabe o
mundo (Mt 28,20). Esta promessa é outro sinal pelo qual podemos identificar
a Igreja Católica com a verdadeira Igreja fundada por Cristo. Ninguém pode
destruí-la!
Outra prova de que a Igreja Católica foi fundada por Cristo, e que ele é a
pedra angular sobre a qual repousa, mostra-se na seguinte narração:
Os verdadeiros cristãos sabem que o principal desejo de Satanás é separar
a humanidade de Deus e perdê-la para a vida eterna em seu Reino. É
importante entender que para conseguir o seu desejo emprega várias formas.
Sabe-se que a mais importante é um pacto pelo qual o diabo compra
literalmente a alma ou espírito da vítima. Quando se assina esse pacto, Satanás
promete a seu novo seguidor a fama, a fortuna, o prazer, o poder, a satisfação
plena de todos os seus desejos e a felicidade depois da morte. Depois disto,
as vítimas são incorporadas ao serviço do diabo. A partir desse momento
juram obediência e submissão a Satanás. Entre outras coisas devem fazer
sacrifícios periódicos e levar outras pessoas para o serviço do demônio. Um
dado interessante é que o diabo exige do novo convertido, se for católico, que
renuncie à sua fé católica, assim como a todos os sacramentos da Igreja.
Também é surpreendente ver que o diabo, tal qual os Testemunhas de Jeová,
exige que o novo adepto jogue fora a cruz, o rosário, as estampas de santos e
qualquer outro objeto religioso que tenha.
É também interessante assinalar que a missa negra, dedicada a Satanás, é
uma paródia da missa católica. A celebração dessa missa negra produz os
efeitos contrários aos que produz a missa católica. Durante a missa negra
consagra-se uma hóstia negra e se invertem os símbolos cristãos. Essa missa
poderia ser definida como o modo máximo e patente de mostrar o ódio para
com Jesus Cristo, para com Deus e a devoção a Satanás.162
A mencionada narração apresenta uma pergunta importante para os
seguidores da Watchtower. Suponhamos por um momento que o Deus dos
católicos seja Satanás. Se isto fosse certo, por que se manifesta esse malvado
como o pior opositor da Igreja Católica? Não cabe a menor dúvida de que
Satanás encontra na Igreja Católica seu inimigo número um. É impossível que
os católicos estejam nas fileiras de Satanás.
Como demos a entender, a Watchtower ensina a seus adeptos que sua
organização é a única que não está sob a influência e o poder dos demônios.
Portanto é muito estranho que os mesmos adeptos da seita vivam dentro de um
ambiente delimitado por medo a Satanás, eles têm um pânico terrível do
diabo. Todos os problemas que se manifestam entre eles são devidos ao diabo
e seus demônios. O corpo governativo não só se serve dos terrores
apocalípticos para infundir o medo entre seus seguidores, mas também
apresenta o diabo como um procedimento do qual se servem todas as seitas
destruidoras. É claro que o medo entre os Testemunhas de Jeová faz parte de
um plano psicológico para que os seguidores não abandonem a organização.
Esse medo é a melhor maneira de manter os adeptos cativos e escravizados. A
cúpula em Brooklyn aproveita cada oportunidade para gerar o medo aos
demônios nas mentes de seus seguidores. Os seguidores pensam que correm
continuamente o perigo de cair nas múltiplas armadilhas de Satanás. Eles se
mantêm dia e noite em vigília para não ceder à influência demoníaca.
É interessante ver que os seguidores da Watchtower evitam toda literatura
que inclua qualquer desenho, símbolo ou fotografia diabólica. Infelizmente os
Testemunhas de Jeová são vitimas de um monstruoso engano cometido por
seus dirigentes.
Depois de cuidadosas investigações se descobriu que existem diversas
maneiras de manipular as pessoas. Todos nós sabemos que os anúncios de
venda procuram influenciar-nos atualmente. O que muitas pessoas não sabem é
que a maioria desses processos de influência não são captados pela vista ou
pelo ouvido, mas são perfeitamente percebidos pelo subconsciente, isto é, são
recebidos de forma inconsciente. Essas mensagens subliminares escapam a
todo controle ou exame das faculdades conscientes do, homem, a toda
valorização ético-moral, etc. Hoje através do mundo, a técnica publicitária de
transmitir aos receptores mensagens subliminares é de uso comum. Uma vez
colocadas na mente são ativadas mediantes uma cor, um desenho, um título, um
som ou uma palavra. As mensagens subliminares no mínimo orientam, e com
freqüência determinam a conduta das pessoas. Essas técnicas não só agem no
subconsciente de indivíduos ignorantes e crédulos, mas com freqüência os
melhores recrutas são pessoas inteligentes. Pelo que se chegou a tomar, o uso
desta técnica de transmitir mensagens subliminares no campo da publicidade
não é daninho em todas as suas manifestações. O perigo se manifesta quando
os meios de comunicação estão a serviço de uma ideologia e da propaganda
de um grupo determinado.
Quanto aos Testemunhas de Jeová, as revistas, folhetos e livros de sua
organização à primeira vista dão a impressão de que se dedicam unicamente a
assuntos religiosos. Mas isto não é certo, pois prova que também os dirigentes
dos Testemunhas de Jeová são muito hábeis nas técnicas publicitárias. Eles
empregam constantemente as mensagens subliminares em suas publicações. A
evidência prova que sua literatura é empregada para diferentes propósitos e
projetos.
A revista Testemunhas de Jesus Cristo, que se publicava em Chihuahua,
México, em seu número 5, demonstrou que a Watchtower, entre outras coisas,
introduz em suas publicações mensagens subliminares, especialmente
orientadas para a mulher. As ilustrações, por exemplo, enganam e manipulam a
vítima mostrando, entre outras coisas, que a mulher que aceita as doutrinas dos
Testemunhas de Jeová não só alcançará fortuna, felicidade e um marido
submisso, mas inclusive vai receber a bênção divina. A cúpula do Brooklyn
sabe que uma vez que capturou a mulher, é fácil introduzir-se no resto da
família!
Da mesma maneira, é evidente que os dirigentes dos Testemunhas de Jeová
além de introduzirem uma propaganda subliminar em suas publicações para
transmitir as mensagens dos Superiores Invisíveis, enganar novos convertidos
e manipular seus seguidores, surpreendentemente, também transmitem
mensagens desconcertantes e perturbadoras.
Antes de entrar na matéria é interessante observar que durante os anos
oitenta difundiram-se entre os Testemunhas rumores de que as publicações da
seita introduziam de maneira furtiva desenhos de demônios em suas
ilustrações.
A Atalaia, de 1o de setembro de 1984, afirmou o seguinte:
“As publicações da Sociedade Watchtower foram objeto de rumores... por
exemplo, o de que um dos artistas estava introduzindo de maneira secreta
desenhos de demônios nas ilustrações, e posteriormente havia sido descoberto
e expulso! Participou você da difusão de qualquer destes rumores? Se assim
foi, você foi esparramando, talvez involuntariamente, uma mentira, visto que
todos esses boatos eram falsos. Não há dúvida de que o rumor relacionado às
publicações da Sociedade era prejudicial, assim como uma calúnia contra os
zelosos cristãos que trabalham longas horas para produzir o trabalho artístico
que faz brilhar de maneira tão atrativa as revistas, os folhetos e os livros. Esse
rumor era tão ridículo como seria dizer que Deus, ao criar os corpos celestes,
moldou deliberadamente a aparência do chamado ‘homem da Lua’. Os
rumores desse tipo acabam tendo maus resultados. Transformam em mentirosa
a pessoa que os esparrama. Não é nada amoroso enganar nossos amigos. Isto
está em oposição ao mandamento de Deus (Lv 19,11; Pr 14,25).
Conseqüentemente, se contamos a outros um relato que ouvimos, precisamos
ter cuidado de conhecer bem os fatos”.
Como é de duvidar-se que os Testemunhas de Jeová tenham investigado
esses rumores, especialmente para todos eles, oferecemos a seguir os fatos,
tais quais são. Descobriremos que os rumores não eram rumores, mas sim
realidades. Até esta data, milhares de ilustrações da seita verdadeiramente
contêm símbolos satânicos e carantonhas desagradáveis que revelam o
verdadeiro poder por trás desse culto.
Por limitações técnicas as fotografias expostas não têm o mesmo efeito que
as originais, por exemplo, falta-lhes o colorido. Por isso recomendo que os
leitores examinem, se for possível, também as ilustrações originais nas
publicações citadas.
EXEMPLO 1

Entre os pesquisadores do ocultismo sabe-se que no mundo oculto


empregam-se figuras com traços muito inquietadores (Fig. 1). (Francis Barrett,
The Magus).

Também é bem conhecido que a literatura desse culto introduz


freqüentemente em suas fotografias e desenhos partes do corpo humano como
narizes, olhos, caras horripilantes e cabeças diabólicas.
Para que o leitor possa ter uma idéia mais prática tomamos da revista
Times, de 6 de novembro de 1989, página 88, um exemplo típico do acima
mencionado (Fig. 2).
Em continuação passemos para as publicações da Watchtower. O desenho
(Fig. 3) está irrefutavelmente baseado no costume satânico de inserir caras e
figuras em toda parte.

Na imagem seguinte (Fig. 4) a ilustração mostra Cristo no momento de ser


tentado por Satanás (Mt 4). No cabelo da divina cabeça aparece claramente,
simplesmente virando a fotografia, uma imagem demoníaca.

Mais figuras e caras inquietadoras manifestam-se nas ilustrações 5 a 12.


EXEMPLO 2

O livro Ajuda para entender a Bíblia, publicado pela Sociedade


Watchtower em 1987, declara o seguinte na página 1687: “Zeus é o deus
supremo dos gregos; corresponde a Júpiter dos romanos. Zeus era um deus do
céu e considerava que tinha controle sobre os ventos, as nuvens, a chuva e o
trovão”. Sabemos igualmente que a Bíblia mostra que em várias ocasiões a
adoração pura de Deus chegou a entrar em conflito direto com a adoração a
este falso deus. Daí surge a pergunta: por que a Sociedade Watchtower insere
em A Atalaia, de 15 de junho de 1983, a imagem desse deus falso na roupagem
da mulher da gravura? (Fig. 13).
EXEMPLO 3

Segundo os testemunhos mais dignos de fé, o diabo tem um poder de


adaptação extraordinário. Costuma-se manifestar nas formas mais diversas,
mas ele é melhor reconhecido na figura do bode. Notese no desenho seguinte
(Fig. 14) a cabeça do bode, simulada nas rugosidades do tronco da árvore
junto do qual senta-se o filho pródigo.

Que descobrimos quando observamos – se for necessário use uma lupa –


por trás dos fios de água que caem do balde (Fig. 15)? Não é a cabeça do
bode?
EXEMPLO 4

É interessante notar que os cornos e a cabeça do bode muitas vezes são


representados por uma figura composta de três pontos. Este símbolo é um dos
mais freqüentemente empregados pela bruxaria. Para colocar um pouco de
ordem nessa confusão de símbolos podemos apoiar-nos, por exemplo, no
famoso livro The Book of Spirits (Fig. 16). Aqui se mostra claramente este
símbolo composto de três pontos. Igualmente aparece na lista de símbolos com
influência diabólica, no livro The Magus, de Francis Barrett (Fig. 17).
Voltando às ilustrações da Sociedade Watchtower, este símbolo perigoso de
três pontos aparece várias vezes nelas (Fig. 18/19).
EXEMPLO 5

Na página 139 do livro Pode você viver para sempre no paraíso na terra,
publicado pela Sociedade Watchtower em 1982, aparece uma árvore que,
segundo os escritores do livro, representa “o governo divino”. Na parte
superior, sobre a copa da árvore entre nuvens douradas, colocaram uma coroa
na qual se descobre um rosto que unicamente pode representar o mal (Fig.20).
Preciso salientar que entre todos os símbolos com influências diabólicas
assinalados no exemplo 4 do livro The Magus, de Francis Barrett (Fig.17),
aparece também a coroa.
EXEMPLO 6

A letra A aparece freqüentemente entre os símbolos satânicos. O A


invertido, além de transformar a letra no conhecido pictograma da cabeça
satânica do bode, é aplicada ao diabo ou ao anticristo. Este pictograma não só
é muito utilizado na bruxaria, mas também como os fatos o mostram, pela
Watchtower (fig.21/22).
EXEMPLO 7

No livro Pode você viver para sempre no paraíso na terra, publicado pela
Watchtower, encontramos muitas provas de influências demoníacas. Por
exemplo, na página 21 mostra-se um ladrão que na fuga perde vários amuletos
(fig.23). No triângulo se vê uma meia lua virada para o amuleto composto por
uma letra A retorcida. Para compreender o significado desta posição de
símbolos neste livro, é importante assinalar que o símbolo de uma meia lua
virado para uma estrela tem um significado especial no ocultismo: a lua
representa a deusa Diana e a estrela é representação de Satanás (fig.24).
Surpreende ver a maneira como a Watchtower coloca a posição dos
amuletos se se leva em consideração, como acabamos de ver, que a letra A
inclinada representa o diabo no ocultismo.
EXEMPLO 8

A revista Despertai!, do dia 22 de outubro de 1989, contém um artigo na


página 7 a respeito de um massacre em Matamoros, no México. Segundo a
informação de Despertai!, o mundo comoveu-se perante a descoberta dos
restos de mais de uma dúzia de homens assassinados como parte de um
sacrifício ritual nos arredores da cidade de Matamoros. Citando a revista
Times, o redator do artigo mencionou que os assassinos, a fim de entrar em
boas relações com o diabo, ferveram os cérebros e os corações de suas
vítimas e os misturaram com os ossos das pernas e dos braços, assim como
com uma cabeça de animal. Segundo a Watchtower, os adorados do diabo
acreditavam que receberiam proteção de seu deus (Satanás) se o apaziguassem
com sacrifícios humanos. O que a revista Despertai! não conta é que um
tenente da polícia notou que os assassinos, membros de uma seita satânica,
tinham a marca de um flecha gravada no ombro que, segundo se diz, os
autorizava a matar.163
É preciso insistir que as flechas são utilizadas mundialmente na magia
negra. Sabemos igualmente que esse símbolo se assemelha ao rabo do diabo,
que tradicionalmente é desenhado com a ponta em forma de uma flecha.
O fato de que o símbolo da flecha apareça em muitas ocasiões nas
ilustrações da Watchtower não é muito preocupante. O que verdadeiramente é
alarmante é que os desenhistas da seita desenhem muitas vezes esse símbolo,
idêntico ao dos assassinos de Matamoros, no ombro das figuras bíblicas e dos
associados da seita, que se encontram nas ilustrações das publicações da
Watchtower (fig. 25/26/27).
EXEMPLO 9

Também a letra E ocupa uma posição dominante no ocultismo e na bruxaria.


Como se pode ver, as próprias publicações da Sociedade Watchtower
advertem contra essa letra, informando que faz parte do espiritismo (Fig. 28).
Portanto surpreende ver que essa letra aparece escondida muitas vezes nas
ilustrações da organização dos Testemunhas de Jeová (Fig. 29/30/31).
EXEMPLO 10

Nas figuras 32 a 36 notamos uma letra S. Esta letra é reconhecida


mundialmente como o símbolo de Satanás. Também significa relâmpago.

Observe-se também a posição da mão da anciã (Fig. 35), que segundo a


Watchtower representa Ana, a profetisa mencionada em Lucas 2,16, que
recebeu com prazer o nascimento do Salvador do mundo. A forma na qual se
ilustra a posição de sua mão não indica uma atitude amorosa, mas sim de ódio
ou rejeição.
EXEMPLO 11

Sabe-se que os satanistas se comunicam entre si com sinais de mão.

Aconselho ao leitor que se fixe nos sinais satânicos das mãos que aparecem
com freqüência na literatura da Sociedade Watchtower (Fig. 37 até 40).
EXEMPLO 12

Quanto à estrela de Davi, composta por seis pontas, o Manual Judeu,


publicado em 1982, página 728, diz que é um símbolo de origem mágica e
obscura.
Extremamente perigosa é a estrela encerrada ou com um círculo ao redor.
Costuma-se dizer que esse símbolo, utilizado pelos cultos satânicos durante as
cerimônias e rituais, tem um poder mortal. E, apesar disso, também a
Sociedade Watchtower emprega com freqüência essa estrela encerrada (Fig.
41).
EXEMPLO 13

No livro Apocalipse!, publicado em 1988, pela Watchtower, na página 59,


existe uma chave “romana” com a forma de um “E” e equipada com o número
enfático de “3” pinos, isto é, uma chave supersatânica.

No mesmo livro, na página 288, existe uma ilustração de um anjo que lança
no abismo Satanás (Fig. 42). Em sua mão ele segura uma chave satânica!
Na página 287 de Apocalipse! explica-se que esse anjo é Jesus Cristo. Os
Testemunhas de Jeová precisam interrogar-se: por que a Watchtower coloca na
mão de Jesus Cristo uma chave satânica?
EXEMPLO 14

Este desenho não precisa de explicações. A Watchtower mostra aqui Jesus


Cristo com uma pata com casco de cabra (Satanás).

Para terminar, quero falar sobre uma das obrasmestras de Satanás. Entre a
literatura espírita na biblioteca de Neuköln, em Berlim, encontram-se dois
livros com ilustrações de um globo. Uma delas inclusive o traz impresso na
capa.164
Por que se chama esse globo uma obra-mestra de Satanás? Quando se
observa o globo, aparece uma cabeça de um homem-rã. Depois de virar a
ilustração se vê um homem-besta com cornos que olha para a esquerda.
Virando uma vez mais se pode observar a cabeça do bode. A última virada nos
permite ver a cabeça de um homem-leão. Em vista da evidência que
apresentamos neste capítulo, não nos deve parecer estranho que a Watchtower
também empregue esse tipo de ilustrações. No livro intitulado O homem em
busca de Deus, publicado pela Watchtower em 1990, página 335, existe um
globo satânico idêntico ao dos dois livros mencionados.
Demos apenas uns poucos exemplos dos milhares que se encontram nas
publicações da Sociedade Watchtower. Quem procura, acha!
A Atalaia, de 11 de março de 1987, inclui um artigo intitulado Sobre a
Atalaia estou de pé. Entre outras coisas, alega que membros selecionados do
corpo governativo esquadrinham cada artigo e cada página, inclusive o
trabalho artístico, antes que sejam impressos. Temos de crer que aos membros
do corpo governativo, que afirmam serem escolhidos por Deus, lhes
escaparam os mencionados símbolos e figuras diabólicas nas ilustrações de A
Atalaia e Despertai!?
Um membro dos Testemunhas de Jeová, Darek Barefoot, havia juntado
muitas das ilustrações expostas neste capítulo e quis avisar por carta aos
membros do corpo governativo que alguém estava inserindo símbolos
satânicos nas publicações. O corpo governativo alarmou-se e a seguir tomou
medidas... Darek Barefoot e toda a sua família foram expulsos da seita! Este
incidente, e o fato de que continuem aparecendo símbolos diabólicos nas
publicações dos Testemunhas de Jeová, mostra que o corpo governativo está
implicado no projeto.
Provou-se que as práticas diabólicas vêm se manifestando desde muitos
anos atrás na sede mundial da seita. Por exemplo, Russell empregava
freqüentemente luvas que, segundo ele, eram um remédio para curar toda
espécie de enfermidades.
Como se mencionou antes, Russell era dono de um cemitério em Pittsburgh.
É importante saber que os líderes satanistas procuram ser proprietários de
cemitérios por várias razões: em primeiro lugar, isso lhes facilita sepultar os
restos dos sacrifícios humanos no fundo das covas escavadas para algum
corpo. Uma vez que o ataúde é colocado na fossa é muito difícil que alguém
descubra os restos sepultados mais abaixo. Segundo, o poder mágico está
associado aos cemitérios. O poder espiritual dos mortos é invocado traçando
um círculo de luz sobre eles e deitando um satanista nu dentro do círculo.
Terceiro, isso lhes facilita dispor de certos ossos que necessitam para seus
rituais, como crânios e mãos esquerdas. A mão esquerda é empregada para
sustentar velas em algumas cerimônias.
Igualmente sabe-se que durante muitos anos realizaram-se sessões espíritas
semanais com uma espécie de mesa “ouija” introduzida por Rutherford.
Segundo o livro Reconciliação, publicação da Watchtower, seres angélicos,
guiados por Deus, transmitiam a Rutherford suas mensagens. É provável que
esses anjos fossem essa classe de espíritos que se apresentam durante as
sessões de espiritismo.
Em 1928, o Dr. Rollin Jones, psicólogo pessoal de Rutherford, escreveu um
livro diabólico intitulado The Grape Cure, que foi divulgado na revista A
Idade de Ouro, de 26 de dezembro de 1928. Consideração especial
mereceram os esforços de Frederick Franz para difundir esse livro.
Da mesma maneira, é importante recordar que o mesmo Franz foi o
principal autor da Bíblia dos Testemunhas de Jeová, que chegou a ser
publicada com a ajuda de um médium espírita. Comprovouse muitíssimas
vezes que essa obra está inspirada no espiritismo.
Um satanismo muito secreto e de alto-nível controlou a Sociedade
Watchtower. As áreas que foram identificadas como fortalezas satânicas
dentro do império religioso da Watchtower são o sul da Califórnia, a Flórida,
o Caribe, a Escócia, o quartel-general de Bethel e outros lugares de Nova
York. Também ocorreram muitos problemas dentro das congregações dos
Testemunhas de Jeová devido ao abuso do ritual satânico.
Os satanistas que operam dentro da Sociedade Watchtower empregam a
língua de Henoc, que tem seu próprio alfabeto. Nas cerimônias que os
satanistas de alto-nível realizam no quartel-general da Watchtower utilizam
essa linguagem.
É assombroso que a Watchtower, que acusa todas as outras religiões de
fazer parte da organização de Satanás, esteja implicada totalmente no
ocultismo. Os adeptos da seita estão correndo grande perigo e deveriam
abandonar imediatamente essa organização diabólica dirigida pelo Maligno e
seus demônios.
Os Superiores Invisíveis por trás dos Testemunhas de Jeová não só deram
notáveis somas de dinheiro para o avanço da Sociedade Watchtower, mas
também de muitas outras seitas destruidoras.165 As relações entre os
Superiores Invisíveis e as seitas estão fora de qualquer dúvida.
Em 1970, Rockefeller elaborou um informe no qual insistiu na necessidade
de substituir os católicos na América Latina pelas igrejas como os
“moonis”.166 Em conseqüência, não é estranho que o Chase Manhattan Bank
dos Rockefeller, o banco mais poderoso da terra, concedesse ao coreano de
origem japonesa, Sun Myung Moon, líder da Igreja da Unificação (os moonis),
um crédito importantíssimo.
Da mesma forma que os Rockefeller, Moon é um globalista fanático. Sua
Igreja da Unificação quer fazer com que a cristandade se governe com as
mesmas regras internacionais que os Rockefeller planejaram para reunir todas
as nações do mundo. Para alcançar esta meta, o pessoal do Chase Manhattan
Bank tinha de infiltrar e neutralizar as forças patrióticas da chamada ala
direita republicana, que se opunha ao sonho iluminado de uma Nova Ordem
Mundial. Caso se observe atentamente, isso é precisamente o que Moon
pretende realizar.
Rockefeller, como afirma Pepe Rodríguez, em sua obra El poder de las
Sectas (Barcelona 1990), doou também notáveis quantidades de dinheiro para
apoiar a expansão da seita Hare Krishna.
É interessante saber que entre os mais eminentes maçons do grau 33 não só
se encontram todos os líderes religiosos dos Testemunhas de Jeová, mas
também outros como o falecido Herbert W. Armstrong, fundador da Igreja de
Deus Universal (que publica a revista A Pura Verdade), bem como Billy
Graham, líder dos evangélicos. Quanto a este último, é evidente que se
mantém sempre próximo do poder e dos presidentes dos Estados Unidos. Billy
Graham sem dúvida trabalha diretamente para os Superiores Invisíveis.
Quando realizou sua Cruzada de 1954, gente como os Morgan, os Rockefeller
e o Chase Manhattan Bank lhe forneceram grandes somas de dinheiro.
Os Superiores Invisíveis também têm muitos laços com a Igreja da
cienciologia, a Ciência Cristã, o Exército da Salvação e os Batistas.
Igualmente, dirigem a Igreja mórmon, que tem seu quartel-general em Salt Lake
City, sob o nome de Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Samuel W. Taylor, em seu livro Rocky Mountain Empire. The Later Day
Saints Today, página 66, publicado em 1978, mostra, por exemplo, que o
grupo de Warburg & Rockefeller deu também muito dinheiro para ajudar os
mórmons.
É interessante saber que Joseph Smith Jr., fundador dos mórmons, ingressou
junto com a maioria de seus seguidores, na franco-maçonaria.167 Joseph Smith
foi iniciado formalmente na maçonaria em Sight, a 15 de março de 1842. No
dia seguinte foi elevado ao grau de Mestre Maçom.
A partir desse momento, a igreja mórmon transformou-se em uma sociedade
secreta com as mesmas jóias, sinais, pactos de sangue e os mesmos castigos
horrorosos por revelar os “segredos do templo” como na maçonaria. Da
mesma maneira, podem-se ver dentro dos templos mórmons os típicos
símbolos maçônicos, tais como o esquadro, o compasso e a colméia. Segundo
os autores do livro Os fabricantes de deuses, Joseph Smith restaurou “em
nome do verdadeiro cristianismo” os mistérios pagãos sob a forma maçônica.
Esse livro, além de demonstrar o paralelismo entre o mormonismo e a
maçonaria, demonstra que os rituais do templo, com seus sinais e seus
encantamentos mágicos, pertencem totalmente ao ocultismo. Os mórmons,
pois, não são cristãos, mas sim verdadeiramente pagãos.168
A revista francesa Le Point publicou em 1993 que desde muitos anos atrás
os advogados das diferentes seitas destruidoras trabalham juntos em casos
judiciais nos quais as seitas são objeto de demandas. A mesma revista
informou que durante uma reunião em 1992 de diferentes representantes das
diversas seitas foi fundada na França uma federação chamada Firephim
(Federação das Minorias Religiosas e Filosóficas) uma organização para
defender os direitos das seitas.169
A presidente da Firephim é a senhora Gounord, da Igreja da cienciologia; o
tesoureiro é o líder da seita Moon, Bernard Mitjaville, e o secretário-geral é o
“raeliano”, Jaques Aizac.
O “Infolink” da Alemanha publicou uma lista das seitas destruidoras que
são membros desse “Cartel das seitas”. Entre muitas outras, estão os moonis, a
cienciologia, os satanistas, a Meditação Transcendental, os raelianos (culto
sexual), os druidas, os maçons, a Wicca Ocidental, os Meninos de Deus, os
baha’is, e também os Testemunhas de Jeová.
Minha esperança é que todos os que lerem este livro se mantenham
afastados de seitas como a dos Testemunhas de Jeová.
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Western Pennslyvania Genealogical Society. A list of Immigrants.
Who applied for Naturalization Papers in the District Courts of Allegheny
County, Pa. Pittsburgh, 1978.
WICHTL, Friedrich. Weltfreimaurerei – Weltrevolution – Weltrepublik. Eine
Untersuchung über Ursprung und Endziele des Weltkrieges. München,
1919.
WIECHOCZEK, Reinhard. Astrologie – Das falsche Zeugnis vom Kosmsos.
o.A.
WILLS, A. J. The History of Central Africa. London, 1973.
WOODROW, Alain. Las Nuevas Sectas. México, 1986.
ZIPFEL, Friedrich. Kirchenkampf in Deutschland 1933-1945. Berlim, 1965.
International Publications by Robin de
Ruiter

English
Worldwide Evil and Misery - The Legacy of the 13 Satanic Bloodlines,
(Special DeLuxe hardcover with the original manuscript), Enschede 2008.
Worldwide Evil and Misery - The Legacy of the 13 Satanic Bloodlines,
Michigan 2011.
Unveiled: The Protocols of the Learned Elders of Zion, Michigan 2012.

Brazilian
O Anticristo: Poder oculto por trás da Nova Ordem Mundial, São Paulo
2005.
Poder oculto por trás dos Testemunhas de Jeová, São Paulo 2006.

Serbian
Tribunal za bivšu Jugoslaviju: Slobodan Milošević, Ko je ubio Slobodana
Miloševića i … zašto? Beograd 2012.

Spanish
Preparando el camino para el Anticristo, Chihuahua D.F. 1989.
!Precaución! ... testigos de Jehová, Chihuahua 1991.
El Poder detrás de los testigos de Jehová, Chihuahua 1994.
La Venidera Transición Mundial - Causa de muchas desgracias humanas,
Mexico 1995.
Detrás de la sonrisa de los testigos de Jehová, México D.F. 1999.
El poder oculto de los testigos de Jehová, México D.F. 2000.
El poder oculto detrás de los testigos de Jehová, México D.F. 2002.
El 11 de Septiembre del 2001: Mito y Mentiras: El poder detrás de
Osama bin Laden y George W. Bush, Iberamérica 2004.
El Anticristo 1: Poder oculto detrás del Nuevo Orden Mundial, México
D.F. 2002.
El Anticristo 2: El fin de la libertad de los pueblos se acerca, México D.F.
2005.
El Anticristo 3: Conspiración contra Dios, México D.F. 2011.

Turkish
13 Seytani kan bagi: Illuminati hanedanligi, Istanbul 2005.
13 Seytani kan bagi: Illuminati hanedanligi, Istanbul 2013.

French
Le livre Jaune No. 7: Les 13 lignées sataniques, France 2004.
Les 13 lignées sataniques, Guayaquil 2012.

Polish
Świadkowie Jehowy wobec polityky USA syjonizmu i wolnomu-larstwa,
Kraków 2007.

Italian
11 Settembre 2001, Il Reichstag di Bush, Verona 2003.
Yugoslavia, Prima Vittima del Nuovo Ordine Mondiale, Verona 2003.
Osama bin Laden Eroe o Marionetta della CIA? Milano 2007.

Dutch
De verborgen macht achter de Jehovah’s getuigen, Hoornaar 2001.
George W. Bush en de Mythe van al-Qaeda: De verborgen macht achter
de terroristische aanslagen van 11 september 2001, Enschede 2005.
Het Joegoslavië Tribunaal: De vermoorde onschuld van Slobodan
Milosevic, Wie vermoordde Slobodan Milosevic en… waarom? Enschede
2006.
Wegbereiders van de Antichrist, Enschede 2006.
Ontsluierd: De Protocollen van de Wijzen van Sion, Enschede 2007.
De 13 Satanische Bloedlijnen - De oorzaak van veel ellende en kwaad op
aarde, Enschede 2008.
De komst van de Transition - Het einde van ons individueel
zelfbeschikkingsrecht?, Enschede 2008.
Hitlers vlucht uit Berlijn met ondersteuning van de Britse
inlichtingendienst, Guayaquil 2008.
OMNIBUS: De 13 Satanische Bloedlijnen - 11 september 2001 - De
Protocollen van de Wijzen van Sion, Enschede 2011.

German
Die geheime Macht hinter den Zeugen Jehovas, Durach 1995.
Die 13 Satanischen Blutlinien (Band 1), Die Ursache vielen Elends und
Übels auf Erden, Durach 1999.
BSE, Der Rinderwahnsinn und die Vernichtung der Landwirtschaft:
Schicksal oder hausgemachtes Übel? Durach 2001.
Der 11. September 2001, Osama bin Laden und die okkulten Kräfte hinter
den terroristischen Anschlägen auf die USA, Durach 2002.
NATO Eingreiftruppe des Groβkapitals: Die kolonisierung Jugoslawiens,
Durach 2003.
Die Köder des Satanskultes: Die Musikindustrie, Hollywood und
Illuminati-Gedankenkontrolle, Durach 2004.
Der 11. September 2001: Der Reichstag des George W. Bush, Frankfurt
2004.
The Watchtower Society: Die Zeugen Jehovas zwischen US-Politik,
Zionismus und Freimaurerei, Durach 2006.
Die 13 Satanischen Blutlinien, Band 2, Durach 2008 (Co-Author Fritz
Springmeier).
Die kommende Transition - Der globale Zusammenbruch des
gegenwärtigen Weltsystems steht unmittelbar bevor, Enschede 2011.
Adolf Hitler: Chronik seiner Flucht aus Berlin - Mit Hilfe des Britischen
Geheimdienstes, Guayaquil 2012.

Cesko
11. zárí 2001, Usama bin Ladin, George W. Bush a skrytá moc v pozadi,
Prag 2005.
Satanovi potomci, prúkopníci antikrista, Prag 2005.
BSE: Nemoc šílených krav a likvidace zemědělství: Osud nebo záměrně
vytvořené zlo? Prag 2005.
Haagský tribunál: Zavražděná nevina Slobodana Miloševiče, Prag 2008.
Třináct satanských pokrevních dynastií - Konec svobody národů se blíží
2. díl, Prag 2012.
Ebooks

English
Worldwide Evil and Misery - The Legacy of the 13 Satanic Bloodlines,
Michigan 2011.
Unveiled: The Protocols of the Learned Elders of Zion, Guayaquil 2011.

Spanish
Los 13 Linajes Satánicos - Causa de muchas desgracias humanas,
Guayaquil 2010.
El Anticristo 3, México 2011.

Français
Les 13 lignées sataniques, Guayaquil 2011.

Dutch
De 13 Satanische Bloedlijnen - De oorzaak van veel ellende en kwaad op
aarde, Enschede 2011.
De komst van de transitie - Het einde van ons individueel
zelfbeschikkingsrecht?, Enschede 2011.
Adolf Hitler: Kroniek van Hitlers vlucht uit Berlijn - Met ondersteuning
van de Britse inlichtingendienst, Guayaquil 2011.

German
Die 13 Satanischen Blutlinien (Band 1, 2 und 3), Enschede 2011.
Wer ermordete Slobodan Milosevic . . . und warum?, Guayaquil 2011.
Adolf Hitler: Chronik seiner Flucht aus Berlin - Mit Hilfe des Britischen
Geheimdienstes, Guayaquil 2012.

Brazilian
O Anticristo: Poder oculto por trás da Nova Ordem Mundial, Guayaquil
2013.
Poder oculto por trás dos Testemunhas de Jeová, Guayaquil 2013.
Mayra Publications
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Endnotes

1. Devido às más condições no país, a sexta parte da população total da Alemanha Oriental
tinha abandonado suas propriedades e fugido para Berlim Ocidental e para a Alemanha
Ocidental. Durante o ano de 1961, o êxodo de refugiados havia aumentado para 30.000
pessoas por mês. Para evitar que a população continuasse abandonando o país, as
autoridades comunistas começaram a construir o famoso Muro de Berlim.
2. Citado por Antonio Carrera. 127 Preguntas sobre la secta de Jehová. Chihuahua, 1994,
354.
3. Ruiter, Robin de. Precaución!... Testigos de Jehová. Chihuahua, 1992, 435-440.
4. Lista de emigrantes do Western Pennsylvania Genealogical Society. Pittsburgh, 1978,
93.
5. Dados tomados do testamento de Ann Eliza Birney Russell. A mãe de Russell morreu
quando ele tinha nove anos de idade.
6. Los testigos de Jehová en el Propósito Divino. La Sociedad Watchtower, 1960, 17.
7. A família Russell encerrou seu fracassado negócio de artigos para cavalheiros em 1883.
8. SWEETNAM, George. Where else but Pittsburgh. Pittsburgh, 1958, 112.
9. Russell passou dos 95% das ações da United States Investment Ltd.
10. MAGNANI, Duane. The Money Makers. Clayton, CA, 1986, 34.
11. Evidentemente o provador de alimentos de Russell não tinha ficado muito atento.
Segundo o investigador Fritz Springmeier, também o recém-falecido presidente da
Sociedade Watchtower, Frederick Franz, tinha um provador de alimentos. Ver seu livro
Be Wise as Serpents. Lincoln, 1991, 211.
12. Foi A. H. Macmillan, que representava Russell quando esse estava ausente, quem
colocou Rutherford em contato com o pastor. A. H. Macmillan. Faith on the March.
Englewood Cliffs, 1957, 70.
13. Marley Cole escreveu esse livro com o consentimento da Sociedade Watchtower.
14. Os dados originais desse julgamento encontram-se no antigo Palácio da Justiça de
Brooklyn.
15. Segundo Fritz Springmeier, em sua obra The Watchtower & the Masons. Lincoln, 1990,
97, Russell mantinha escondidos na casa Betel, no Brooklyn, 70.000 dólares em ouro,
30.000 dólares em efetivo e 62.000 dólares em ações do Governo.
16. Conta-se que Rutherford foi ajudado por A. H. Macmillan e W. H. van Amburgh, dois
proeminentes líderes durante os dias de Russell.
17. Rutherford servia-se de muitas mulheres. Nunca passava um tempo com seu filho e
esposa Mary que também viviam na Califórnia. Sua amante permanente foi Bonnie Boyd.
Ela inclusive assinou o certificado de sua morte. Igualmente tinha relações com Vera
Peal que o acompanhava com freqüência durante suas viagens à Europa.
18. A maioria dos Testemunhas de Jeová não sabe que antes de Nathan Knorr tomar o poder,
Hayden C. Covington foi quem dirigiu a organização até que Knorr lhe tirou o poder.
Covington foi um famoso advogado. Inclusive em uma ocasião chegou a defender o
boxeador Muhammed Ali. Em 1970 foi expulso por ser alcoólatra.
19. Nathan Homer Knorr estava aparentado com o grupo “C. H. Knorr” de Heilbronn,
Alemanha. Essa sociedade anônima está relacionada com a “Deutsche Maizena”; e esta,
por sua vez, é uma sucursal do grupo americano “Corn Products”. No interesse do nosso
estudo é preciso acrescentar que todas estas sociedades anônimas estão relacionadas
com o grupo bancário Rockefeller, Warburg, Kuhn, Loeb & Co.
20. A Atalaia, de 15 de fevereiro de 1972.
21. SPRINGMEIER, Fritz. Be Wise as Serpents. Lincoln, 1991, 132.
22. A Watchtower ensina que Jesus Cristo é só um arcanjo (Arcanjo Miguel). Cf. Robin de
Ruiter. Detrás de la sonrisa de los Testigos de Jehová. México, 1999, 353-354.
23. RUITER, Robin de. Precaución!... Testigos de Jehová. Chihuahua, 1992.
24. A palavra milênio não se encontra na Bíblia. A teoria dos seis mil anos provém de fontes
pagãs, provavelmente está baseada em uma antiga especulação extraída da mitologia
persa.
25. Segundo os Testemunhas de Jeová, o Governo Celestial fundou-se em 1918. Atualmente,
somente uns oito mil dos escolhidos vivem ainda na Terra.
26. Sea Dios Veraz. La Sociedad Watchtower, 1955, 161.
27. RUITER, Robin de. Precaución!... Testigos de Jehová. Chihuahua, 1992, 275.
28. O controle mental pressupõe o controle dos indivíduos.
29. WOODROW, Alain. Las Nuevas Sectas. México, 1986, 101.
30. SCHNELL, W. J. Treinta Años Esclavo en la Torre del Vigía. Grand Rapids, 1976, 35.
31. SPRINGMEIER, Fritz. Be Wise as Serpents. Lincoln, 1991, 199.
32. Uma loja é o local onde se celebram assembléias da franco-maçonaria.
33. Andries van den Abeele. De Kinderen van Hiram. Brussel, 1991, páginas 268-269.
Comp. Report from the Church of Scotland’s Panel on Doctrine, Edinburgh, 1989.
34. ALBANCELLI, Copin. Le Pouvoir Occulte. o.A., 52.
35. Cf. José Antonio Vaca de Osma. La Masonería y el Poder. Barcelona, 1990, 65.
36. Cf. Lady Queensborough. Occult Theocracy. Califórnia, Christian Book Club of
America, 1931, 220s.
37. DECKER, ED. & HUNT, Dave. Los Fabricantes de Dioses. Minneapolis, 1987, 112.
38. Mary Baker Eddy era casada com George Washington Glover, um proeminente maçom.
A Ciência Cristã continua até o dia de hoje empregando o emblema maçônico. Segundo
Mary Baker Eddy, a ilustração da Cruz e da Coroa é marca registrada da junta de
diretores da Ciência Cristã.
39. Todas as edições especiais de A Atalaia que apareceram em cores têm a cruz de cor
vermelha.
40. SPRINGMEIER, Fritz. The Watchtower & the Masons. Lincoln, 1990, 31.
41. A organização dos “Odd Fellows” é considerada como um braço poderoso da maçonaria.
42. O Hiram-Abif não é o rei de Tiro mencionado no livro bíblico 1R 5.
43. SPRINGMEIER, Fritz. The Watchtower & the Masons. Lincoln, 1990, 27ss.
44. Segundo Fritz Springmeier, em sua obra Be Wise as Serpents. Lincoln, 1991, página
312, Russell foi também membro dos Rosacruzes do Quakertown.
45. Russell morreu em 1916 e foi enterrado na propriedade da Sociedade Watchtower, o
“Rosemont United Cemeteries”, cinco milhas ao norte de Pittsburgh. Até a atualidade, a
pirâmide maçônica de pedra continua no cemitério no túmulo de Russell. Os seguidores
fizeram ao lado da pirâmide uma lápide com uma foto de Russell para desorientar a
atenção do verdadeiro túmulo de Russell.
46. Esta loja pertence ao “Grand Lodge of Pennsylvania”.
47. QUEENSBOROUGH, Lady. Occult Theocracy. Califórnia, 1931, 737.
48. Quando tinha apenas doze anos de idade, o pai de Russell encontrou-o em sua loja
comercial às duas horas da madrugada esquadrinhando uma concordância bíblica, sem ter
consciência das horas que passavam.
49. ROTHKRANZ, Johannes. Die kommende Diktatur der Humanität oder die
Herrsachaft des Antichristen. Band 1: Die geplante Weltdemokratie in der City of man.
Durach, 1991, 114.
50. Mazzini era o sucessor de Adam Weishaupt e de 1834 até 1872 dirigiu a Ordem dos
Iluminados. Junto com Garibaldi, desempenhou papel preponderante na preparação da
unificação da Itália.
51. SPRINGMEIER, Fritz. The Watchtower & the Masons. Lincoln, 1991, prefácio.
52. RUSSELL, Charles Taze. Estudios en las Escrituras. Vol. I, A Sociedade Watchtower,
1886, 83.
53. SHAW, Jim. The Deadly Deception. Lafayette, 1988, 137. Quanto aos Testemunhas de
Jeová, ver A Atalaia correspondente a 1o de junho de 1961, página 735, e o livro Ayuda
para entender la Biblia, página 1115.
54. A Atalaia correspondente a 15 de abril de 1900 declara sobre a distribuição da literatura
da Sociedade Watchtower, que as pessoas negras têm menor instrução e não estão
suficientemente capacitadas para extrair benefícios dela, pelo menos a metade se
desperdiça.
55. A Atalaia, de 15 de julho de 1902, páginas 215/216.
56. HEINZ, Herman. Die Goldene Woge. München, 1961, 47.
57. Estas greves causaram muitos mortos.
58. O reino das tribos ou casa de Israel não durou de fato mais que os três reinados de Saul,
Davi e Salomão.
59. Segundo o historiador judeu Nathan M. Pollock, em The Jews That Aren’t. San Diego
Union, de 28 de agosto de 1966.
60. BERNSTEIN, Jack. Das Leben eines amerikanischen Juden im rassistischen,
marxistischen Israel. Steinkirchen, 1985, 17.
61. O conde de Balfour, Arthur James Balfour, foi político, encarregado de assuntos
exteriores do governo conservador inglês, sionista convicto e membro importante da
maçonaria.
62. Segundo os dados oficiais da embaixada alemã em Jerusalém.
63. NICOSIA, Francis. Hitler y el Sionismo. Leoni am Starnberger See, 1990, 32.
64. SEGEV, Tom. Die Siebte Million – Der Holocaust und Israels Politik der Erinnerung.
Hamburg, 1995, 53.
65. BURG, J. G. Shuld und Schicksal. Oldendorf, 1972, 5.
66. SEGEV, Tom. Die Siebte Million – Der Holocaust und Israels Politik der Erinnerung.
Hamburg, 1995, 54.
67. PONCINS, Leon de. Hinter den Kulissen der Revolution. Berlim, 1929, 51.
68. VACA DE OSMA, José Antonio. La Masonería y el Poder. Barcelona, 1992, 79.
69. ALBANCELLI, Copin. Le Drame Maçonnique ou le conspiration juive contre le
monde chrétien. o.A., 94.
70. RODRIGUEZ, José María Caro. El Misterio de la Masonería. Santiago, 1988, 82.
71. BARBIER, E. Les Infiltrations Maçconique dans l`Eglise. Paris, 1910, 118.
72. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 76.
73. RUTHERFORD, Joseph Franklin. Vida (edição holandesa). Sociedade Watchtower,
1929, 178.
74. A Atalaia, de 1o de dezembro de 1891, páginas 170/171.
75. La Libre Parole, de 10 de março de 1921.
76. Anuario Judío de Herzl. Vol. V, publicado em Londres, 1963.
77. HOROWITZ, David. Pastor Charles Taze Russell – An early American Christian
Zionist. Nova York, 1990, 43.
78. United Israel Bulletin de novembro de 1971. O United Israel Bulletin foi fundado em
1944 como publicação oficial da “United Israel World Union”, proclamando a “Lei
Mosaica” para um único mundo. Nos últimos quinze anos publicou com regularidade
artigos sobre Russell e seus esforços favoráveis em relação ao sionismo.
79. HOROWITZ, David. Pastor Charles Taze Russell – An early American Christian
Zionist. Nova York, 1990, 69.
80. É notável que Russell incluísse em seu sermão para o Fundo Nacional Judeu (os
Rothschild), criado para adquirir terras na Palestina, e a Federação Judaica de Caridade
(Felix Warburg). Essas instituições pediam, segundo a tradição bíblica, a todos os judeus
do mundo que entregassem a décima parte de seus recebimentos para financiar a causa
sionista.
81. HOROWITZ, David. Pastor Charles Taze Russell – An early American Christian
Zionist. Nova York, 1990, 69.
82. Segundo a publicação da B’naï B’rith: The Challenge of Ethnic Leadership, página 201.
83. Jüdischer Lexikon de 1927.
84. GOLDBERG, Ingo. Der jüdische Messianismus – Hauptquelle für die Zerstörung der
römish-katholischen Kirche. Durach, 1995, 102, 108-109.
85. Cabala ad Pentateucum, Folha 97, coluna 3.
86. PENTON, M. James. The Christian Quest. Vol. 3: A Story of Attempted Compromise.
Jehova´s Witnesses, Anti-Semitism and the Third Reich. Addison, 1990, 35. O autor cita
nestas páginas seu pai que havia estado presente quando Rutherford fez o discurso em
Winnipeg.
87. RUTHERFORD. Consuelo para los judíos. La Sociedad Watchtower, 1925, páginas 70-
71. Entre os primeiros diretores da famosa Universidade Hebraica de Jerusalém estavam
Chaim Weizmann, Felix Warburg e James Rothschild.
88. Só em 1910 se alugou seis vezes o “Prince Albert Hall” na Inglaterra.
89. SCHLEGEL, Fritz. Die Wahrheit über die Ernsten Bibelforscher. Freiburg, 1922, 242.
90. Günter Pape foi Testemunha de Jeová na Alemanha. Entre outras coisas, haviam lhe
concedido o privilégio de estabelecer uma nova biblioteca para a causa “Betel” na
Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial.
91. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 307.
92. A Sociedade Watchtower gastava enormes quantidades de dinheiro na propaganda, na
exportação desde Brooklyn e na distribuição de milhões de livros, revistas, etc., as quais,
além disso, eram distribuídas gratuitamente.
93. Herbert Bomsdorff-Bergen foi “Inspetor Geral” de grau 33 e chefe da correspondência
maçônica para cinco continentes. Tanto o autor da carta como Bomsdorff renunciaram
mais tarde à sua qualidade de membros na maçonaria. Ver o Neue Pfälzische
Landeszeitung, de 1o de abril de 1924; Miesbacher Anzeiger, Número 266, de 13 de
novembro de 1924; Friederich Ritter von Lama. Die Entlavung der Ernsten
Bibelforscher.
94. Cópias destes periódicos estão na posse do autor e da editora original alemã (Nota do
Editor).
95. STOKES, Laurens. Kleinstadt und Nationalsozialismus. Neumünster, 1984, 700.
96. É preciso salientar que os Testemunhas de Jeová comuns seguramente não tinham
conhecimento do apoio financeiro.
97. LIENTHARDT, Hans. Ein Riesenverbrechen am deustschen Volke und Ernsten
Bibelforscher. 2a edição, Weissenburg, 1921, 13.
98. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 169.
99. HÖSS, Rudolf. Kommandant in Auschwitz – Autobiographische Aufzeichnungen.
Stuttgart, 1958, 117.
100. BURG, J. G. Schuld und Schicksal. Oldendorf, 1972, 84.
101. TANCILL, C. C. Amerika geht in dem Krieg. Stuttgart, 1939, 84.
102. TANCILL, C. C. Amerika geht in dem Krieg. Stuttgart, 1939, 365. Também Eustace
Mullins. Die Bankiersverschwörung von Jekill Island. Oberammergau, 1956, 55.
103. O comércio americano tinha se aproveitado das necessidades dos outros países.
Durante a guerra, a reserva dos Estados Unidos quadruplicou-se e ultrapassou em 1921
quase os dois quintos do conjunto das reservas mundiais. Os Estados Unidos tornaram-
se, a partir daquele momento, a primeira potência econômica do mundo.
104. Esta linha foi dirigida a partir da Alemanha por Max Warburg e pelo supermaçom Albert
Ballin.
105. FALKE. Von dem Eintritt Amerikas en den Weltkrieg. Páginas 27/28, 1928.
106. Rutherford e outros líderes tiveram de enfrentar uma segunda acusação, isto é, a de
manter negócios com os inimigos.
107. Este relatório reproduz transcrições judiciais.
108. DULLES, Allan Welsh. The Craft of Intelligence. Nova York, 1963, 42.
109. Los Testigos de Jehová en el Propósito Divino. La Sociedad Watchtower, 1965, 78.
110. A edição alemã de A Atalaia, de 15 de junho de 1955.
111. CETNAR, William. Questions for Jehovah’s Witnesses. Kunkletown, 1983, 31.
112. Despertai!, de 22 de agosto de 1995, página 5.
113. Rm 12,18; 2Cor 13,11.
114. ALGERMISSEN, Konrad. Die Zeugen Jehovas. Celle, 1949, 7.
115. Anuario de los Testigos de Jehová de 1974, páginas 89 e 90. Estes dados são
afirmados por relatórios da polícia e centenas de periódicos.
116. O sistema teocrático também criou problemas! Por exemplo, A Atalaia (edição
holandesa), de 1o de maio de 1941, página 141, queixa-se de que muitos adeptos
demonstram abertamente uma moralidade licenciosa. Entre alguns existia a idéia de que
para um Testemunha de Jeová não era necessário adequar-se ao preceito da obrigação
matrimonial do Estado. Esses viviam como homem e mulher sem cumprir as
obrigações legais.
117. O primeiro número desta revista entrou em circulação na Alemanha em outubro de
1922. Esta revista chegou a ser conhecida em espanhol como Consolação em 1938 e
Despertai!, em 1947.
118. KUPTSCH, Julius. Aufklärung über die Ernsten Bibelforscher. Tilsit, 1927, 45.
119. Reichsgesetzblatt 1931, 1 Abs. 1 Zif. 3 der Verordnung des Reichspräsidenten zur
Bekämpfung politischer Ausschreitungen, 28 de março de 1931, página 79.
120. Cf. Detlef Garbe. Zwischen Widerstand und Martyrium – Die Zeugen Jehovas im
“Dritten Reich”. Dissertation, Hamburg, 1989, 109.
121. Anuário de 1933 dos Testemunhas de Jeová, página 99.
122. Von Papen desempenhou um papel crucial na tomada do poder por Hitler em 1933 e,
como conseqüência, fez parte do governo dele como vicechanceler.
123. É preciso acrescentar que, de acordo com muitos relatórios da Gestapo, os adeptos da
seita inclusive fizeram uma campanha para convencer os soldados a que abandonassem
seus postos. O comando das forças armadas considerava a seita muito perigosa e
alertou contra as suas atividades entre os soldados.
124. GARBE, Detlef. Zwischen Winderstand und Martyrium – Die Zeugen Jehovas im
“Dritten Reich”. Dissertation, Hamburg, 1989, 459.
125. Protocolo da polícia secreta A2 11 B 2 / 326 / 37S.
126. GARBE, Detlef. Zwischen Widerstand und Martyrium – Die Zeugen Jehovas im
“Dritten Reich”. Dissertation, Hamburg, 1989, 533.
127. O Departamento de Estado, mediante sua Central de Informações, acrescenta e analisa
grandes quantidades de informação política e econômica naqueles países em que os
Estados Unidos têm representação reconhecida. Esse Departamento é, e sempre foi,
dirigido por destacados maçons.
128. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 406-417.
Essa obra também contém correspondência entre ambos os governos a respeito da
Sociedade Watchtower.
129. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 406.
130. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 407.
131. Testemunho de Konrad Franke em Bad Hersfeld, setembro de 1975.
132. IMBERGER, Elke. Widerstand von unten – Widerstand und Dissens aus den Reihen
der Arbeiterbewegung und der Zeugen Jehovas in Lübeck und Schleswig-Holstein
1933-1945. Neumünster, 1991, 262s. Arquivo de Schleswig Holstein Abt. 358, Nr.
340.
133. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 407
134. Garbe, Detlef. Zwischen Widerstand und Martyrium – Die Zeugen Jehovas im
“Dritten Reich” (studien zur Zeitgeschichte Band 429). Oldenburg, 1933, 98s.
135. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 409.
136. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 409.
137. Cordell Hull esteve a serviço do Departamento de Estado de 1933 até 1944. Além de
ser maçom muito influente, fazia parte do Council of Foreign Relations (CFR).
138. Uma carta da Sociedade Watchtower, correspondente ao dia 19 de dezembro de 1934,
afirma que o convênio entre ambos os países, depois de uma retificação em 1925
(RGB1 II Nr. 38, 1925, página 795), incluía a organização Rutherford.
139. Foreign Relations of the United States. Diplomatic Papers 1933. Volume 11. The
British Commonwealth, Europe, Near East and Africa. Washington, 1949, 412.
140. RUITER, Robin de. Precaución!... Testigos de Jehová. Chihuahua, 1992. Ver o capítulo
“Em busca de um pacto com Adolf Hitler”.
141. MANZANARES, César Vidal. El Infierno de las Sectas. Bilbao, 1989, 76s.
142. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 198.
143. RUITER, Robin de. Precaución!... Testigos de Jehová. Chihuahua, 1992, 239.
144. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 144.
145. Ver Protocolo da polícia secreta no 1035/36 de 28 de agosto de 1936. Também Elke
Imbergen. Widerstand von unter – Widerstand und Dissens aus den Reihen der
Arbeiterbewegung und der Zeugen Jehovas in Lübeck und Schleswig-Holstein 1933-
1945. Neumünster, 1991, 295.
146. A Atalaia, de 15 de setembro de 1961, página 571, edição holandesa.
147. Cf. Manfred Gebhard. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 256.
148. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, 226.
149. De maneira inacreditável, depois da guerra, até os anos sessenta, é quase impossível
encontrar algum exemplar de A Atalaia ou Despertai! que não ataque o sistema
comunista.
150. GEBHARD, Manfred. Die Zeugen Jehovas – Eine Dokumentation über die
Wachtturmgesellschaft. Leipzig, 1971, reproduz na página 227 a carta dirigida a Georg
Bär.
151. NOBEL, Rolf. Falschspieler Gottes – Die Wahrheit über die Zeugen Jehovas.
Hamburg, 1985, 122.
152. Os dirigentes da Watchtower nos diferentes países sempre são norteamericanos.
153. Ver Despertai!, de 22 de março de 1953 e de 22 de setembro de 1965.
154. A Atalaia, de 15 de março de 1977, página 75.
155. No princípio dos anos sessenta, a obstrução à independência de Katanga tinha entre
outros motivos o objetivo de liquidar Tshombé, e permitir ao “trust” americano do
cobre e do aço, a “United States Steel”, liquidar seu competidor, a “Union Minière du
Haut Katanga”. P. Hoffstetteer. Défense de l’ Occident. Paris, 1963, 45.
156. HODGES, Tony. Jehovah’s Witnesses in Central Africa. s.a., 1-4.
157. Cf. Sholto Cross. The Watchtower Movement in South-Central Africa 1908-1945.
Oxford, 1973.
158. A Atalaia (edição alemã), de 15 de abril de 1957, página 279. Ver também A Atalaia de
1o de junho de 1963.
159. Apocalipsis... Se acerca su magnífica culminación!. La Sociedad Watchtower, 1988,
202/208.
160. The Finished Mistery. La Sociedad Watchtower, 1917, 336.
161. RUTHERFORD, J. F. Enemigos. La Sociedad Watchtower, 1935, 221/281.
162. GÓMEZ, Manuel Guerra. Los nuevos Movimientos Religiosos. Pamplona, 1993, 119.
163. San Diego Union, correspondente ao dia 13 de abril de 1989.
164. BORD, Janet e Colin. Geheimnisse des 20. Jahrhunderts – faszinierende
Phänomene. Erscheinungen und Ereignisse. Hestia Verlag, e Reinhard Wiechoczek.
Astrologie. Das falsche Zeugnis vom Kosmos. Erb Verlag.
165. GÓMEZ, Manuel Guerra. Los nuevos Movimientos Religiosos. Pamplona 1993, 119.
166. Taylor, Samuel. Rocky Mountain Empire – The Later Day Saints Today. Nova York,
1978, 66.
167. SPRINGMEIER, Fritz. The Watchtower & the Masons. Lincoln, 1991, 162.
168. DECKER, Ed. e HUNT, Dave. Los Fabricantes de Dioses. Minneapolis, 1993, 88.
169. Le Point, de 27 de fevereiro de 1993.

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