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Índice

1 Introdução............................................................................................................................1

1.1 Objective geral.............................................................................................................1

1.2 Objectives específicos..................................................................................................1

1.3 Metodologia.................................................................................................................1

2 Johann Gustaf Knut Wicksell..............................................................................................2

2.1 Contribuições de Wicksell para a economia................................................................2

3 John Richard Hicks..............................................................................................................4

3.1 Contribuições de Hicks para a economia.....................................................................4

4 Relação entre Wicksell e Hicks...........................................................................................7

5 Conclusão............................................................................................................................8

6 Anexos.................................................................................................................................9

7 Bibliografia........................................................................................................................10
1 Introdução

Este trabalho tem como tema “A instabilidade do sistema dos preços e o retorno ao ponto de
vista macroeconómico na teoria de Knut Wicksell e John Hicks” e procura compreender a
abordagem monetária de Wicksell com foco no sistema cumulativo e apresentar as principais
contribuições de Hicks para a economia.

Wicksell em suas contribuições para a economia monetária estudou o papel das taxas de juros
na obtenção de um nível de preço de equilíbrio ou na geração de movimentos cumulativos
inflacionários ou deflacionários.

Numa época de estagflação, Hicks propõe retomar Wicksell e Keynes, numa óptica crítica,
adaptando seus conceitos a essa experiência recente.

Hicks realizou uma análise dinâmica, levando em consideração o tempo espelhando-se na


Teoria Geral de Keynes, defendia que as decisões dos agentes são afectadas pelas suas
expectativas e que o futuro não é estacionário, mas sim desconhecido.

1.1 Objectivo geral

Debruçar sobre as contribuições de Wicksell e Hicks na instabilidade do sistema dos preços e


o retorno ao ponto de vista macroeconómico.

1.2 Objectivos específicos

 Apresentar as biografias dos autores;


 Identificar as suas principais ideias e teorias;
 Analisar a contribuição de Wicksell e Hicks para o desenvolvimento da economia
como ciência.

1.3 Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica, onde as
informações foram colhidas a partir de fontes digitais e escritas sobre o tema. Posteriormente
foi feita uma análise destas informações para a estruturação de um texto.

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2 Johann Gustaf Knut Wicksell

Johann Gustaf Knut Wicksell nasceu em Estocolmo do dia 20 de Dezembro de 1851, Suécia,
em uma família de classe média e morreu com 75 anos a 3 de Maio de 1926.

Em 1869, com 18 anos, começou o período de estudos em matemática, idiomas, literatura e


filosofia, na Universidade de Uppsala e nela permaneceu até 1885, onde obteve graus
académicos em matemática e física, e mais tarde direito.

Wicksell começou a sua carreira académica como matemático, mas o seu interesse social e o
seu desejo de trabalhar para uma melhoria da situação da classe operária (com a sua
preocupação com o alcoolismo que teria como causas a pobreza, reforçada pelo aumento
populacional) conduziu-o ao estudo da economia. Estudou economia em universidades
inglesa, francesa, germânica e austríaca até 1890.

Ele era tanto um académico como um reformista social. Foi professor de economia na
Universidade de Lund. Wicksell pode também ser considerado um Malthusiano, pois defendia
o uso do controle da natalidade.

O seu pensamento económico teve uma profunda influência do livro de Von Bohm-Bawerk
sobre a teoria do capital em 1888 e o contacto dom Carl Menger contribuiu para o interesse
em ciências sociais e economia. Wicksell fez várias contribuições importantes para a
economia e tornou-se o pai da chamada Escola de Economia de Estocolmo.

2.1 Contribuições de Wicksell para a economia

Em vida Wicksell escreveu obras como Valor, capital e renda (1893), Juro e preço (1898) e
Curso de economia política na base do princípio marginal (1901).

Mas o principal motivo da fama de Wicksell se encontra em suas contribuições para a


economia monetária, a teoria do capital e as finanças públicas. Ele promoveu o estado do
pensamento económico nessa área.

Knut Wicksell observou que entre 1873 e 1895 os preços baixaram progressivamente
enquanto a taxa de juros também baixou. Ao observar que a teoria clássica (que defende que a
redução da taxa de juro acarreta uma expansão de crédito e do poder aquisitivo dos agentes,
como consequência os preços se elevaria) não se verificava na realidade. [ CITATION
Pau84 \l 2057 ]

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Analisou a instabilidade do sistema dos preços e o retorno ao ponto de vista macroeconómico
através do fenómeno da variação da taxa de juros, dando precisão ao mecanismo de
transmissão indirectos dos factores monetários. O seu objectivo era explicar como moeda e
preços conjuntamente se movem de determinado nível de equilíbrio a outro. Este movimento
inter-equilíbrios tornou-se seu famoso processo cumulativo. [ CITATION Fer93 \l 2057 ]

O processo cumulativo foi proveniente da análise e reformulação da Teoria Quantitativa da


Moeda feita por Wicksell. Defendeu que a poupança equivale à oferta de crédito e que o
investimento equivale à procura de crédito e existiria um equilíbrio monetário numa taxa de
juros que iguala a poupança ao investimento. À essa taxa de juros, que permite a igualdade
entre a poupança e o investimento, denominou Natural, Normal ou Real.

Wicksell definiu como taxa natural a que corresponde à produtividade física marginal do
processo produtivo e como taxa efectiva a taxa de mercado ou bancária (de empréstimo).

Fez uma análise do papel das taxas de juros na obtenção de um nível de preço de equilíbrio ou
na geração de movimentos cumulativos inflacionários ou deflacionários, na medida em que
um aumento de empréstimos levaria a um aumento da moeda em circulação na economia que
seria reflectido num aumento dos salários e do consumo, causando uma subida generalizada
do nível geral de preços da economia – Inflação.

Ao coincidir a taxa de juros natural com a taxa efectiva a economia alcança o seu equilíbrio
monetário. A flutuação de preços terá lugar devido a diferença entre o nível de taxa de juro
efectiva e o nível da taxa de juro natural, o que implica uma diferença entre a poupança e o
investimento. [ CITATION Hen87 \l 2057 ]

Wicksell promoveu o reconhecimento da contribuição potencial do governo e do banco


central em retardar ou promover a estabilidade de preços, pois segundo ele a política fiscal, o
crescimento populacional e a produtividade são os principais factores do processo cumulativo.

Segundo Wicksell, as flutuações no nível de preços estariam também relacionadas com a


ocorrência de choques reais (mudança nas dotações dos factores, na tecnologia e nas
preferências) que afectariam a taxa natural de juros. Desenvolveu também a teoria da
produtividade marginal, que afirma que o preço de cada factor de produção deve se igualar a
produtividade marginal.

Também afirmou que uma alocação eficiente de recursos não garantiria uma distribuição
justa, pois apenas tomaria a forma de uma injusta e preexistente alocação de renda.

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3 John Richard Hicks

John R. Hicks foi um economista britânico que nasceu em Leamington Spa (Warwick) no dia
8 de Abril de 1904 e morreu em Blockley (Gloucester) aos 85 anos a 20 de Maio de 1989.

Hicks estudou no Balliol College e na Universidade de Oxford. Ele foi professor na Escola de
Economia de Londres (1926-1935) e nas universidades de Cambridge (1935-1938),
Manchester (1938-1946) e Oxford (1946-1965).

Recebeu o Premio Nobel em Ciências Económicas em 1972, juntamente com Joseph Arrow,
por suas contribuições para as teorias de equilíbrio geral e bem-estar.

As contribuições de Hicks para a economia foram muitas e muito estimulantes e eram


ferramentas utilizadas pela maioria dos economistas contemporâneos.

3.1 Contribuições de Hicks para a economia

Hicks é autor de várias obras, dentre as quais se destacam Value and Capital (1938), Capital
and Growth (1965) e A Theory of Economic History (1969).

Explorou a micro e macro, economia monetária, internacional, keynesiana, teoria do


equilíbrio geral e as suas obras tiveram grande influência. Nos seus estudos Hicks abordou os
seguintes elementos:

i. Curva de indiferença

Hicks na obra Value and Capital demonstrou que a maior parte das ideias e convicções dos
economistas sobre a teoria do valor (a teoria sobre o porquê do valor dos bens) pode ser
alcançada sem necessidade de recorrermos ao pressuposto de que a utilidade é mensurável.

As curvas de indiferença originaram-se com Edgeworth e Pareto, que pressupunham que a


utilidade pode ser medida.

A abordagem da curva de indiferença de Hicks evita a suposição de que a utilidade marginal


pode ser medida de maneira cardinal. Tudo o que é necessário é que um consumidor possa
esclarecer as preferências de maneira ordinal. Sendo que essas dependem de sua renda e dos
preços das unidades dos bens preferíveis (Linhas de orçamento).

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Portanto, sem recorrer à um medidor de utilidade, o consumidor, teoricamente, poderia
determinar as várias combinações de bens que resultariam na mesma satisfação total. Todas
essas combinações constituem uma curva de indiferença ou uma curva de utilidade igual. As
curvas de indiferença1 geralmente são convexas a origem porque os produtos são,
normalmente, substitutos parciais uns dos outros e a inclinação da curva indica a taxa
marginal de substituição de um bem pelo outro.

ii. Efeitos de renda e de substituição

Um efeito de renda é definido como a parte da mudança na quantidade procurada de um bem


que resulta unicamente da mudança na renda real (poder aquisitivo) resultante da alteração no
preço do bem.

O efeito de substituição é a parte da mudança total na quantidade demandada que se deve


unicamente à alteração no preço, mantendo a utilidade constante. O efeito-substituição ocorre
à medida que a queda do preço de um produto A, provoca uma diminuição na aquisição de
um produto B, que é substituído por uma quantidade maior de A.

iii. Elasticidade de substituição

É uma medida da proporcionalidade de variação da taxa dos dois recursos (capital e mão-de-
obra) para alterações em suas produtividades marginais relativas.

Hicks utilizou a elasticidade da substituição para demonstrar que, contrariamente à alegação


marxista, o progresso técnico que leva a uma poupança de mão-de-obra não reduz
necessariamente a percentagem de mão-de-obra do rendimento nacional. Ele reavaliou e
esclareceu as leis de Marshall de demanda derivada para recursos, ou seja, especificou os
determinantes da elasticidade da demanda para trabalho e capital.

iv. Modelo SI-LL

Em 1937, Hicks escreveu um artigo intitulado Mr. Keynes and the Classics: a suggested
interpretation, onde o principal objectivo de Hicks era comparar os resultados gerados pela
teoria clássica às conclusões da teoria de Keynes, de modo a isolar as inovações de Keynes e
descobrir quais são as questões verdadeiramente em discussão.

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Vide gráfico em anexo

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Este é uma representação gráfica do argumento apresentado por Keynes na Teoria Geral sobre
o modo como uma economia pode estar em equilíbrio abaixo do nível pleno de emprego.
Hicks publicou o modelo um ano depois da publicação da obra de Keynes.

Hicks estabeleceu que procura por moeda será determinada pela taxa de juros e pelo nível de
renda. A elevação na taxa de juros diminui a demanda de moeda, pois estimula os agentes a
trocá-la por títulos; quando há elevações no nível de renda, a demanda por moeda aumenta,
pois os agentes de renda mais elevada mobilizam uma quantidade maior de moedas nas suas
transacções. Foi essa demonstração que deu origem a um dos componentes do modelo IS-LM,
a curva IS, que mostra como a taxa de juros e o nível de renda se relacionam no mercado de
bens e serviços.

Nesta análise ele descreveu também a relação do investimento e da poupança com a taxa de
juros. Assim, para uma dada renda, o investimento varia na direcção inversa da taxa de juros,
e a poupança varia na mesma direcção. A taxa de juros de equilíbrio iguala o investimento à
poupança.

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4 Relação entre Wicksell e Hicks

Os estudos de Hicks unem-se às teorias de Wicksell a medida que ambos abordam a teoria
monetária.

Tanto para Wicksell como para Hicks a taxa de juros de equilíbrio é a que iguala o
investimento à poupança. E para que exista um equilíbrio geral na economia é necessário que
a taxa natural seja igual à taxa efectiva.

Para estes autores a taxa de juros é o ponto central da explicação de modificações na


economia nas variáveis poupança, investimento, consumo e produção, pois representa a
relação de troca entre os bens em dois momentos diferentes no tempo.

A importância do processo cumulativo na estrutura da análise de Hicks reside em que


Wicksell, segundo ele, teria introduzido nesse processo a hipótese de elasticidade unitária de
expectativas, ou seja, de que as alterações correntes nos preços são consideradas permanentes
(e não transitórias) pelos agentes, impedindo que ocorram substituições através do tempo que
estabilizem a economia.

De modo similar a Wicksell, Hicks distingue a demanda originária da dessincronização entre


recebimentos e despesas e a proveniente dos gastos imprevistos e para o caso de uma
economia não-estacionária e a poupança acumulada como moeda temporariamente para ser
transformada em títulos mais tarde.

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5 Conclusão

Após a realização do presente trabalho podemos concluir que os contributos de Wicksell e de


Hicks sobre os preços e quantidades colaboraram decisivamente para a macroeconomia
desenvolvida.

Wicksell pretendia mostrar os factores que determinavam o nível geral de preços através de
um processo cumulativo. Defendeu que a elevação geral de preços estava relacionada não
com a quantidade de moeda mas com as taxas de juros e que o Estado e os bancos tinham
papel fundamental na determinação do nível geral de preços.

Knut Wicksell usou o conceito "natural" para explicar o equilíbrio de longo prazo da taxa de
juros. Em seu trabalho "Interest and Prices", Wicksell escreveu sua versão da teoria
quantitativa da moeda, com uma visão particular a respeito dos efeitos indirectos da oferta da
moeda nos preços.

Hicks escreveu um artigo que é tido como a “pedra fundamental” da síntese neoclássica, isto
é, de uma interpretação da teoria macroeconómica que considera conjuntamente tanto as
contribuições clássicas quanto as contribuições de Keynes.

Hicks fez também um dos primeiros trabalhos sobre o equilíbrio geral, isto é, a teoria sobre o
modo como os mercados interagem mutuamente e alcançam o equilíbrio.

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6 Anexos
Curva de indiferença:

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7 Bibliografia

Brue, S. L. (2006). História do Pensamento Económico. (L. P. Miquelino, Trad.) São


Paulo: Thomson Learning.

Costa, F. N. (1993). Economia Monetária e Financeira.

Denis, H. (1987). História do Pensamento Económico. Lisboa: Livros Horizonte, Lda.

Ferreira, R. V. (1987). A análise monetária de Wicksell. Coimbra: Faculdade de Direito da


Universidade de Coimbra.

Hugon, P. (1984). História das Doutrinas Económicas. São Paulo: Atlas.

Oliveira, R. d., & Gennari, A. M. (2009). História do Pensamento Económico. São Paulo:
Editora Saraiva.

Rima, I. H. História do Pensamento Económico. Atlas.

Rima, I. H. (1925). História do Pensamento Económico. (A. B. Simões, Trad.)

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