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DISSERTAÇÃO - Comportamento de Cultivares de Couve-Flor Sob Sistema de Plantio Direto e Convencional em Fase de Conversão Ao Sistema Orgânico
DISSERTAÇÃO - Comportamento de Cultivares de Couve-Flor Sob Sistema de Plantio Direto e Convencional em Fase de Conversão Ao Sistema Orgânico
KARINA DE ALMEIDA
2004
KARINA DE ALMEIDA
Orientador
Prof. Dr. Gabriel José de Carvalho
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL
2004
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de
Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Almeida, Karina
Comportamento de cultivares de couve-flor sob sistema de plantio direto e
convencional em fase de conversão ao sistema orgânico/ Karina de Almeida.
Lavras : UFLA, 2004.
58 p. : il.
CDD-635.358
KARINA DE ALMEIDA
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL
2004
Sou livre.
consciência.
(Juan Arias)
DEDICO
Companheirismo e cumplicidade,
Muito obrigada!
SUMÁRIO
Página
RESUMO............................................................................................................ i
ABSTRACT........................................................................................................ ii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 4
2.1 A cultura da couve -flor ............................................................................... 4
2.2 Sistema orgânico de produção ................................................................... 7
2.2.1 Composto orgânico................................................................................... 9
2.2.1.1 Composto bokashi.................................................................................. 11
2.3 Plantio direto ............................................................................................... 12
2.3.1 Plantio direto de hortaliça ....................................................................... 17
2.3.2 Característica do sorgo ............................................................................ 18
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 20
3.1 Localização e caracterização da área ........................................................ 20
3.2 Implantação e condução do experimento .................................................. 20
3.2.1Implantação e condução do sorgo ............................................................ 22
3.2.1.1 Produtividade de matéria fresca .......................................................... 23
3.2.1.2 Teor de matéria seca ............................................................................. 24
3.2.1.3 Produtividade de matéria seca ............................................................. 24
3.2.1.4.Concentração de macro e micronutrientes acumulados na parte
aérea ................................................................................... 24
3.2.2 Implantação e condução do experimento com a couve -flor ................. 25
3.2.2.1 Delineamento experimental .................................................................. 25
3.2.2.2 Características das cultivares de couve -flor........................................ 25
3.2.2.3 Produção de mudas .............................................................................. 27
3.2.2.4 Preparo dos adubos orgânicos............................................................. 28
3.2.2.5 Preparo da área, transplantio e condução .......................................... 29
3.2.2.6 Avaliações da couve -flor ....................................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 32
4.1 Características do sorgo ............................................................................. 32
4.2 Características da couve -flor ..................................................................... 34
4.2.1Número de folhas ...................................................................................... 34
4.2.2 Teor de matéria seca ................................................................................ 36
4.2.3Ciclo ............................................................................................................ 37
4.2.4 Diâmetro ................................................................................................... 39
4.2.5 Matéria fresca ........................................................................................... 41
4.2.6 Matéria seca .............................................................................................. 41
4.2.7 Produtividade ........................................................................................... 41
4.2.8 Antocianina ............................................................................................... 42
4.3Custo de produção da couve -flor............................................................... 44
5 CONCLUSÕES............................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 49
RESUMO
i
ABSTRACT
*
The organic agriculture offers healthy food, worries about the environmental
conservation and contributes to the evolution of sustainability. Yet, it is
extremely important the selection of adapted cultivars to these conditions of
cultivation. The present work had as objective study the conduct of cauliflower
cultivars and hybrids (Brassica oleracea var. batritys), by the system of direct
and conventional planting in a conversion phase to the organic system of
production. The work was conducted in two phases, in an experimental area of
the Agricultural Department of UFLA, Lavras, MG. The first phase constituted
in the installation of sorghum (Sorghum bicolor L. Moench), a plant used as dry
material. It was verified that the sorghum presented good productivity of fresh
material and dry material, and low index of new sprouting. On the second phase,
the transplanting of the cauliflower cultivars was done on a mulch produced on
the treatments of the first phase and on the treatments where the straw was
absent. Lining in random blocks was used, with 4 repetitions in a 10x2 factorial
scheme. The hybrid Silver Streak was the one that presented higher productivity
and obtained better results in all tested characteristics. The hybrids HE1 and
HE2, and the cultivar Snowball, did not have a satisfactory behavior at the
period that the experiment was done.
ii
1 INTRODUÇÃO
1
sistemático de fertilizantes e agroquímicos, contribui para que os recursos
naturais tornem-se cada vez mais escassos.
Atualmente, diversos produtores têm adotado técnicas de preparo do solo
com objetivo de amenizar os impactos da agricultura ao ambiente. A redução
das operações de preparo dos solos, manutenção e adição de matéria orgânica,
adubação verde e cobertura morta sob a superfície do solo, são práticas adotadas
no cultivo mínimo, plantio direto e sistema orgânico de cultivo.
O uso desses sistemas de manejo na produção de hortaliças é crescente,
pois a busca por uma vida mais saudável, contrapondo-se ao estresse provocado
pela modernidade, tem levado a um aumento no nível de exigência do
consumidor por produtos de melhor qualidade e isentos de resíduos, dando
preferência a uma produção adequada, quanto aos aspectos sociais, ambientais e
econômicos, afetando significativamente a forma de produção e comercialização
das hortaliças (Pinto et al., 2001).
O sistema orgânico já é praticado em mais de uma centena de países ao
redor do mundo, com rápida expansão, sobretudo na Europa, Estados Unidos,
Japão e América do Sul, correspondendo a 15,7 milhões de hectares,
administrados organicamente. A América Latina ocupa o terceiro lugar em
termos percentuais, perfazendo cerca de 21% da superfície total manejada no
sistema orgânico de produção. No Brasil, segundos levantamentos da EMATER-
PR, chega a 300 mil hectares plantados, ocupando atualmente a segunda posição
na América Latina (Darolt, 2002).
A agricultura orgânica a cada dia vem ganhando novos adeptos. Segundo
Hoffmann (2001), o número de produtores de grãos, tais como soja, milho e
trigo e a área plantada no planalto do Rio Grande do Sul são a cada ano maiores.
Novos produtores ingressam no sistema orgânico, baseados nos resultados
obtidos por aqueles que já estão produzindo. Certamente, esse sistema de
produção será a base futura de uma produção familiar mais racional de
2
alimentos, pois busca a exploração de sistemas agrícolas diversificados,
economia no consumo de energia e preservação de biodiversidade.
Também já é realidade a adoção do plantio direto na produção de
hortaliças, visto que a utilização de cobertura morta traz inúmeros benefícios às
propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos e ao desenvolvimento da
cultura. O grande desafio, segundo Darolt & Neto (2002), é fazer o plantio direto
no sistema orgânico, sem o uso de herbicida.
A agricultura orgânica encontra–se em processo de construção, existindo
ainda inúmeras dúvidas sobre a viabilidade técnico-agronômica, econômica,
ecológica, política e social quanto à adoção desse sistema. Torna-se necessário
maior apoio à pesquisa no desenvolvimento e geração de tecnologias, para o
aprimoramento desse sistema de produção, pois todo o seu ambiente e as inter-
relações que nele ocorrem diferenciam-se sobremaneira do que ocorre em um
sistema não sustentável.
Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento
de diferentes cultivares de couve-flor no sistema de manejo do solo convencional
e plantio direto, numa área em processo de conversão para o sistema orgânico de
produção.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
4
por um período que pode variar em função da cultivar (Ferreira, 1983). O
número de folhas pode variar com as cultivares, temperatura, estresse causado
por transplante e estado nutricional, entre outros (Kimoto, 1993).
O ciclo da planta de couve-flor é determinado pelo genótipo da cultivar e
pela temperatura do ambiente de cultivo. Cada cultivar necessita de uma
determinada temperatura, podendo ser classificada como, couve-flor de inverno,
aquela mais exigente em baixa temperatura e couve-flor de verão, aquela que se
desenvolve bem em temperaturas mais elevadas, acima de 20ºC (Ferreira, 1983
e Kimoto, 1993). Maluf (1994a) classifica as cultivares de couve-flor, quanto à
exigência em frio, como de inverno tardia, que exigem temperaturas abaixo de
15ºC para formação de cabeça; de inverno com precocidade média, que exige
temperatura de 17ºC; de inverno precoce cuja temperatura ótima deve ser de
20ºC; de inverno muito precoce, que exige temperatura de 23ºC e de verão super
precoce, que forma cabeça com temperatura acima de 23ºC.
Temperatura muito elevada e insolação intensa durante a formação da
cabeça podem acelerar o seu crescimento, sem atingir o tamanho desejado, além
de provocar outros defeitos, como sua rápida divisão e o aparecimento de
pequenos botões, além de manchas de antocianina (Ferreira, 1983).
Em temperaturas muito baixas ocorre o fenômeno “blindness”, em que a
couve-flor sofre uma paralisação do crescimento. Este fenômeno caracteriza-se
pelo desenvolvimento, no ápice da planta, de uma folha muito estreita, espessa e
dura, onde se acumulam os carboidratos que iriam proporcionar crescimento à
cabeça (Nieuwhof citado por Ferreira, 1983).
Atualmente, com a utilização de cultivares híbridas, que apresentam
vantagens sobre as tradicionais, como a adaptação termoclimática, produtividade
mais elevada, produto mais uniforme e plantas mais vigorosas, entre outras,
viabilizou-se o seu cultivo em diferentes regiões e épocas do ano.
5
A produção de cultivares híbridas é crescente em espécies olerícolas. Os
híbridos F1 constituem as sementes comerciais resultantes do cruzamento
controlado entre dois parentais selecionados. Há várias razões para esta
preferência em relação às cultivares comuns de polinização aberta como:
uniformidade, alguns são extremamente uniformes quando comparados com
cultivares de polinização aberta; vigor híbrido, superioridade dos híbridos em
relação aos pais; homeostase genética, por apresentarem menores interações
genótipo x ambiente, suportando melhor as adversidades ambientais, e
precocidade e maior resistência a pragas e doenças (Maluf, 1994a). A união
dessas características reduz os riscos na produção e contribui para uma maior
renda líquida do produtor e menor uso de defensivos agrícolas.
As principais características da couve-flor, consideradas no
melhoramento genético, são: comportamento em face de diferentes temperaturas
(tolerância/adaptação a altas temperaturas), ausência de defeitos na cabeça
(arroz, antocianina, brácteas na cabeça), coloração da cabeça (ideal cor branca),
maior eficiência na absorção de boro e cálcio e resistência a Xanthomonas
campestris causadora da podridão negra, além de Plasmodiophora brassicae
causadora da hérnia das crucíferas (Maluf, 1994b).
A couve-flor é, entre as brássicas, a mais exigente em nutrientes
prontamente assimiláveis, além de requerer tratos culturais intensos e
cuidadosos. A exigência da couve-flor não se prende tão somente à nutrição
mineral, pois, por ser uma planta sensível a pH baixo e pouco tolerante ao
alumínio, também exige condições adequadas para seu desenvolvimento
(Kimoto, 1993). Como outras brássicas, produz melhor em solos mais pesados e
com boa retenção de água. Recomenda-se, para a cultura, solos de textura média
a argilosa, com teor de matéria orgânica compreendido entre 2,5% a 3% e pH
em torno 6,0 a 6,5 (Coelho, 1973, Kimoto, 1993 e Filgueira, 2000).
6
Segundo Rocha et al., citados por Kimoto (1993) e Filgueira (2000), as
brássicas estão entre as culturas que respondem bem à adubação orgânica,
podendo substituir os adubos minerais com resultado satisfatório, em especial o
esterco de aviário por apresentar alta concentração de nitrogênio.
7
necessário o uso racional das diversas fontes de resíduos orgânicos, que podem
ser produzidos na própria propriedade: adubos verdes, restos culturais, plantas
espontâneas, estercos e compostos.
Adubo orgânico é todo material utilizado para fins agrícolas que possua,
em sua composição, teor considerável de matéria orgânica de origem vegetal ou
animal. Segundo Kiehl (1985), pode ser classificado em simples (esterco
animais, restos vegetais, resíduos agroindustriais, turfa, etc.), organo-mineral
(mistura de adubos minerais e orgânicos) e composto orgânico (obtido por
processo bioquímico natural ou controlado). De acordo com o material de
origem e a metodologia de fabricação, os adubos orgânicos podem ser aeróbicos,
anaeróbicos, vermicompostos e biofertilizantes.
A utilização racional destes insumos na adubação pode resultar na
melhoria de diversas propriedades do solo, tornando-o mais produtivo,
proporcionando aumento da produção de diversas culturas, especialmente as
olerícolas (Rodrigues, 1990 e Azevedo, 1991). Quando aplicados em doses
adequadas, aumentam a estabilidade dos agregados do solo, diminuem a
formação de crostas compactadas na superfície, melhoram a estrutura na
subsuperfície e aumentam a porosidade total e a macroporosidade. Tal melhoria
nas propriedades físicas do solo, facilita a penetração e distribuição do sistema
radicular, otimizando a eficiência de absorção dos nutrientes disponíveis (Abu-
Sharah, 1993).
A grande superfície específic a da matéria orgânica faz com que os
adubos orgânicos aumentem a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo.
Sabe-se que é o reservatório onde ficam armazenados os cátions básicos (Ca2+,
Mg2+ e K+) e também os micronutrientes catiônicos (Zn2+, Cu2+, Mn2+ e Fe 2+),
em equilíbrio com a solução do solo. Diminuir a matéria orgânica significa
reduzir a capacidade do solo de armazenar nutriente, comprometendo inclusive o
aproveitamento dos fertilizantes adicionados (Chueiri & Vasconcellos, 2000).
8
2.2.1 Composto orgânico
9
Os estercos animais são utilizados na agricultura, principalmente como
fonte de nitrogênio, porém, os dejetos de suínos, por sua vez, são resíduos
orgânicos que se caracterizam pela baixa relação C/N e pela riqueza em macro e
micronutrientes. Sua utilização na produção de compostos orgânicos é prática
agronômica viável, pois, além das vantagens proporcionadas à exploração
agrícola, ela minimiza os descartes nos cursos de água (Sediyama et al. citado
por Vidigal et al., 1997).
Ribeiro et al. (2000) observaram um acréscimo na produção de matéria
seca da parte aérea das mudas de pimentão à medida em que aumentou-se a dose
de vermicomposto no substrato em experimento em casa de vegetação. Em
experimento de campo, observaram que não houve diferença entre o uso de
esterco de curral e vermicomposto para as características de produção analisada
para a cultura do pimentão, que foi o peso médio, o comprimento de frutos e a
produção. Concluíram que a matéria orgânica foi eficiente na produção de
pimentão, aumentando sua produtividade.
Vidigal et al. (1997) obtiveram melhores respostas na produção de alface
utilizando diferentes compostos orgânicos e dejeto seco de suíno, para o número
médio de folhas e diâmetro de cabeça. Também observaram ganho de 33,25% na
produtividade nos tratamentos que receberam dejetos seco de suínos, em relação
ao tratamento com adubação química
Araújo et al. (2000), estudando o efeito de resíduos de suíno e adubo
mineral na cultura de feijão-vagem, observaram que o aumento das doses de
esterco de suíno, associado à adubação mineral, antecipou o início de formação
de vagem, tornando as plantas mais precoces, indicando que a precocidade pode
estar relacionada, além das características genéticas da cultura, com a nutrição
das plantas.
10
2.2.1.1 Composto bokashi
11
estrutura. Os microorganismos contidos no bokashi decompõem a matéria
orgânica, disponibilizando e transformando os nutrientes em substâncias
solúveis e utilizáveis pelas plantas (Souza, 1999).
Trani et al. (2000), estudando doses de adubos orgânico em cultivares de
alface sob cultivo protegido, observaram que o composto bokashi e o esterco de
frango, na dose 5 t.ha -1 , mostraram resultados superiores às outras fontes
orgânicas utilizadas, para as características número de folhas e matéria fresca.
Segundo Souza (1999), a quantidade do bokashi a ser aplicada ao solo
varia em função das culturas, da fertilidade e porcentagem de matéria orgânica
presente no solo. O autor recomenda utilizar 3 a 5 t.ha -1 .
12
O objetivo inicial do plantio direto era apenas o controle da erosão. Hoje,
busca-se uma agricultura mais rentável, que viabilize os cultivos de verão e
também de inverno. A propriedade é vista como um sistema agrícola. Deixa-se
de lado o cultivo isolado (cultura da soja, do milho, do feijão) e passa-se a olhar
a propriedade como um todo (Pauletti, 1999).
Segundo Saturnino (2001), o plantio direto implica em seqüências e
rotações de culturas, ou culturas intercalares em áreas de cultivo perenes, com
suas complementaridades e sinergismos, para reciclagem de nutrientes e
formação de palha, abandonando-se as práticas de aração, gradagem e capina
mecânica, adubando-se e plantando-se as sementes ou mudas, com o mínimo
possível de interferência nesse solo e na palhada de cobertura.
A adoção desta prática traz inúmeros benefícios ao solo, tais como
redução de temperatura e de evaporação da água do solo, aumento da capacidade
de armazenamento e infiltração, aumento da porosidade e do tamanho de
agregados. Saturnino & Landers (1997) acrescentam que a palhada na superfície
do solo também traz importantes benefícios ao ambiente, como a redução das
perdas de solo por erosão, diminuição dos impactos das gotas de chuva,
protegendo os solos contra a compactação e a degradação, estabilização da
temperatura e da umidade do solo favorecendo sua atividade biológica, aumento
do teor de matéria orgânica melhorando sua CTC e sua estrutura,
conseqüentemente melhorando sua fertilidade, atuando como reciclador de
nutrientes.
A permanência dos resíduos vegetais na superfície do solo favorece a
presença da comunidade de organismos responsáveis pela decomposição da
matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, refletindo na produtividade das
culturas e na sustentabilidade do agroecossistema (Filho et al., 2001). A
decomposição lenta e gradual desses resíduos libera compostos orgânicos que
13
estimulam a formação e a estabilidade de agregados (Six et al., 2002, citados por
Sá, 2003).
Inúmeros trabalhos que comparam o sistema de plantio direto em relação
ao plantio convencional em diferentes regiões mostram que o aumento da
matéria orgânica nos solos ocorre principalmente na camada superficial de 0-10
cm e raramente ultrapassa 15 cm de profundidade. Sá (1993) observou que
houve um aumento de 27% no teor de matéria orgânica em solos com 15 anos
sob plantio direto. Destaca também os diversos trabalhos que associam a rotação
de culturas com a produção de biomassa, devido à decomposição do material
depositado na superfície ser maior em regiões de clima tipicamente tropical,
tornando-se necessários maiores aportes.
Blevins et al., citados por Alvarenga (1996), estudando o efeito do
cultivo dos solos sobre o conteúdo de matéria orgânica, observaram um aumento
no teor de carbono orgânico do solo, no sistema de plantio direto e uma redução
no plantio convencional. A matéria orgânica tem a propriedade de diminuir a
fixação de fósforo e os efeitos nocivos do Al e Mg sobre as plantas, e é
importante fornecedora de nutrientes, como nitrogênio, fósforo e enxofre.
Coelho (1973) conclui que enriquecer o solo com matéria orgânica aumenta sua
capacidade de estimular o crescimento das plantas e elevar sua produtividade.
Segundo Darolt (1998), no sistema de plantio direto é indispensável um
esquema de rotação de cultura bem planejado, de maneira que possa propiciar
uma quantidade mínima de 6 t.ha -1 de matéria seca sobre o solo. Porém, Fiorin
(1999) e Amado (2000) destacam que o aporte de matéria seca adicionada na
superfície do solo deve estar em torno de 10 a 12 t.ha -1 .
Salton (1993) e Oliveira (2001), avaliando a produção de palhada de
diferentes espécies de verão em cultivo isolado e consorciado, observaram
produtividade de 3,5 t.ha -1 e 15,48 t.ha -1 , para o sorgo em regiões distintas,
Dourados, MS e Lavras, MG, respectivamente.
14
Nas condições de cerrado, devem-se utilizar resíduos com maior relação
C/N no sistema de plantio direto, pois quanto maior for esta relação, mais lenta
será a decomposição desse resíduo (Parr & Pedendick, 1987, citados por
Calegari et al., 1993).
De acordo com Monegat (1991), existem diversas plantas de cobertura
que podem ser facilmente manejadas nos sistemas de plantio direto, cultivo
mínimo e adubação verde de olerícolas, sendo necessário uma seleção de
espécies adaptadas às condições locais, combinando-as devidamente com o
sistema de produção. De maneira geral, o uso de espécies que possuem
características de cobrir rapidamente o solo, as de ciclo curto e boa produção de
biomassa, são bastante úteis na olericultura, pois reduzem os efeitos da erosão
hídrica, por meio da proteção proporcionada pela cobertura verde ou morta sobre
a superfície do solo. Tal proteção permite o aumento e retenção da umidade no
solo, disponibilizando quantidades maiores de água no período seco (Oliveira,
2001).
Diversos trabalhos têm demonstrado alto potencial de produção de
matéria fresca de algumas espécies utilizadas como cobertura morta. Alcântara e
Bufarah (1998) destacam o milheto e o sorgo como espécies mais utilizadas,
devido à alta relação C/N e boa produção de matéria seca, podendo produzir de
35 a 55 t.ha -1 e 60 a 70 t.ha -1 de matéria fresca, respectivamente. Segundo
resultados de Stone & Santos (1999) e de Torres (2003), em condições de
cerrado, a cultura do sorgo apresentou a relação C/N de 36,0 para os primeiros
autores e 34,6 para este último, concluindo ser esta espécie recomendada para
planta de cobertura. Também em condições de cerrado, Caixeta (1999) obteve
47,7 t.ha -1 ; Oliveira (2001) 77,2 t.ha -1 e Moraes (2001) 42,33 t.ha -1 , de matéria
fresca para a mesma cultura.
As plantas de cobertura possuem uma notável propriedade de reciclar
nutriente, apor meio dos processos de mobilização das camadas mais inferiores,
15
solubilização e redução nas perdas por lixiviação. Segundo Monegat (1991), as
plantas utilizadas como cobertura podem reduzir, na fase de desenvolvimento
vegetativo, a lixiviação do nitrato, através de sua absorção e pela extração da
água do solo, tornando-o menos disponível à percolação.
A palhada na superfície do solo sofre a influência de diversos fatores do
ambiente, como temperatura, umidade, pH, oxigênio, durante o processo de
decomposição, por decomporem mais lentamente quando comparados àqueles
resíduos que foram incorporados ao solo. Porém, a velocidade de decomposição
depende principalmente da composição química e da relação C/N da espécie
utilizada.
Amado et al. (2002), observaram que os resíduos de gramíneas, quando
adicionados à superfície do solo, apresentam decomposição mais lenta, quando
comparados com leguminosas e crucíferas. Sugeriram que isto se deve à alta
relação C/N das gramíneas e, em muitos casos, à reduzida disponibilidade do N
mineral no solo.
A presença de resíduos de plantas de cobertura na superfície do solo é de
fundamental importância no manejo de plantas invasoras. O processo de
decomposição da cobertura morta na superfície libera gradativamente uma série
de compostos orgânicos denominados aleloquímicos, muitos deles inferindo
diretamente na germinação e emergência de plantas invasoras, devendo ser
analisado sob três aspectos: químico, físico e biológico (Almeida, 1985). A
atividade dos aleloquímicos no solo é normalmente transitória, uma vez que são
sujeitos a adsorção pelos colóides do solo, degradação inativa e transformação
pelos microorganismos (Paes & Resende, 1991). A alelopatia pode ser analisada
sob dois enfoques diferentes, ou seja, preocupação pelas conseqüências
negativas sobre o desenvolvimento da cultura subseqüente ou ser usada como
forma de controle de plantas daninhas (Gassen & Gassen, 1996).
16
O sorgo apresenta característica alelopática, verificada principalmente
pela exsudação de aleloquímicos dos pêlos radiculares. Essas substâncias estão
presentes nas sementes, raízes, colmos e folhas (Peixoto, 1999). Diversos
trabalhos relatam os efeitos alelopáticos dos resíduos de sorgo no
desenvolvimento de culturas em sucessão (Guenzi & Mccalla, 1962; Santos,
1996; Bem-Hammouda et al., 1995; Roth et al., 2000), mostrando a necessidade
de pesquisa para essa modalidade de plantio.
Darolt & Neto (2002), em estudos preliminares para a produção orgânica
de soja sob sistema de plantio direto, nos estados do Paraná e Santa Catarina,
mostram que existe viabilidade técnica e econômica para o estabelecimento da
produção. No entanto, o grande desafio ainda está no manejo das infestantes
sem o uso de herbicida, apesar de terem sido satisfatórios os resultados do uso
de roçadeiras.
17
Segundo Monegat (1991), as olerícolas conduzidas sob espaçamentos
maiores como o pepino, a melancia e as abóboras, podem ser cultivadas
facilmente sob sistema de plantio direto. Produtores de tomate das regiões
Centro Oeste e Sul do país estão adotando o sistema de plantio direto em suas
propriedades. Agricultores familiares de Caçador, SC, estão aderindo à técnica
do plantio direto na produção orgânica de tomate (Revista Plantio Direto, 2003) .
Silva et al. (2002), estudando a cultura de brócolis em sistema de plantio
direto orgânico, utilizando crotalária solteira e consorciada com sorgo como
plantas de cobertura, concluíram que a presença de crotalária favoreceu a maior
produção de matéria seca da inflorescência de brócolis que foi de 71,9g e 64g,
respectivamente.
O sistema de plantio direto conduzido adequadamente, com emprego de
plantas de cobertura adaptadas regionalmente, conduzidas em rotação com
cultivos comerciais, permite maior diversificação, menores riscos de ataques de
pragas e doenças, melhor aproveitamento dos nutrientes do solo, maior
diversidade biológica e maior rentabilidade, conseqüentemente melhoria das
condições sócio-econômicas do produtor rural.
18
30 a 40 t.ha -1 , segundo Alcântara & Bufarah (1988). Sua palhada decompõe-se
lentamente, permanecendo mais tempo sobre o solo, fator que favorece o
sistema de plantio direto. A produção obtida na rebrota atinge valores de 40% a
60% da produção alcançada no primeiro corte e seu aproveitamento pode ser
viável, desde que as condições de temperatura e umidade do solo sejam
favoráveis ao seu desenvolvimento (Casela et al., 1986).
A grande maioria dos materiais genéticos de sorgo requer temperaturas
superiores a 21ºC para um bom crescimento e desenvolvimento. Essa gramínea é
considerada uma planta rústica, pois tem boa tolerância ao déficit hídrico, assim
como resistência a desidratação, desenvolvendo–se bem em regiões de baixa
pluviosidade. Por ser pouco exigente quanto à fertilidade dos solos, pode ser
cultivada numa ampla faixa de condições do solo (Embrapa, 2002).
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
20
450
400
Precipitaçào (mm)
350
300
250
200
150
100
50
0
Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out.
90 10
80 9
Umidade Relativa (%)
Insolação (horas)
70
7
60
6
50
5
40
4
30 3
20 2
10 1
0 0
Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out.
UR. INSOL.
40
Temperatura ºC
30
20
10
0
Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out.
21
TABELA 1 Características químicas do solo da área experimental1 , em três
profundidades.UFLA, Lavras, MG, 2002.
Propriedades Profundidades
Químicas 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm
pH em água 5,2 5,4 5,3
P (mg.dm-3 )2 10,2 8,3 5,0
K+ (mg.dm-3 )2 85,7 49,7 34,0
Ca2+ (cmolc.dm-3 )3 1,4 1,7 1,7
Mg2+ (cmolc.dm-3 )3 0,6 0,9 0,6
Al3+ (cmolc.dm-3 )3 0,3 0,2 0,2
H+Al (cmolc.dm-3 )4 4,5 4,3 4,1
CTC efetiva (cmolc.dm-3 ) 2,5 3,1 2,6
CTC total (cmolc.dm-3 ) 6,7 7,2 6,5
SB (cmolc.dm-3 ) 2,2 2,9 2,4
MO (dag.kg-1 )5 2,6 2,7 2,4
P-resina 30,1 30,2 16,6
Zn (mg.dm-3 )2 7,3 6,8 4,6
Fe (mg.dm-3 )2 38,7 36,1 37,2
Mn (mg.dm-3 )2 27,5 27,1 22,3
Cu (mg.dm-3 )2 5,4 5,4 5,3
B (mg.dm-3 )5 0,4 0,3 0,4
N- Total (dag/m3 ) 0,2 0,2 0,2
N – NH4 (mg/m3 ) 26,5 28,3 23,3
N-NO3 (mg/m3 ) 25,0 25,0 23,3
¹Análises realizadas no Laboratório de Análise de Solos Departamento de Ciência
do Solo da Ufla. ²Extrator Mehlich 1; ³Extrator KCl 1N; 4 Extrator SMP, 5 Extrator
água quente.
22
incorporado por meio de uma aração seguida de gradagem, 30 dias antes do
plantio do sorgo.
O semeio foi feito manualmente em sulcos de espaçados de 0,5m, em
dezembro de 2002. A densidade de semeadura foi de 20 a 25 plantas por metro
linear. Não foi realizada nenhuma adubação de plantio.
Os tratos culturais realizados durante o desenvolvimento da cultura
foram constituídos de controle de formiga saúva (Atta spp), utilizando-se
formicida comercial Mirex, na forma de iscas granuladas, permitido na fase de
conversão ao sistema orgânico, e manejo de plantas invasoras, por meio de uma
capina manual, 45 dias após a semeadura
O sorgo foi cortado aos 115 dias após a semeadura rente ao solo,
utilizando-se roçadora costal, quando as plantas encontravam-se no estádio de
grão viável, fase esta em que a planta reduz seu índice de rebrota. As plantas
cortadas foram depositadas sobre a superfície do solo no mesmo sentido, para
facilitar o plantio posterior.
Foram feitas as seguintes avaliações do sorgo:
Foi feita uma amostragem por parcela de 1m2 , em que a parte aérea das
plantas de sorgo foi cortada rente ao solo e pesada para a determinação da
matéria fresca, cujos valores foram transformados em t.ha -1 . Após a pesagem, as
plantas foram devolvidas ao solo.
23
3.2.1.2 Teor de matéria seca
24
3.2.2 Implantação e condução do experimento com a couve-flor
25
Teresópolis Cultivar de polinização aberta de inverno. Planta vigorosa,
Precoce bem desenvolvida, produz cabeça grande (20 -30cm),
compacta de coloração branca. Boa aceitação comercial,
precoce, resistência ao transporte. Ciclo 90 a 100 dias.
26
HE2 Híbrido experimental oriundo de cruzamento entre
linhagem tardia (de inverno) e semiprecoce, visando à
obtenção de material adaptado às condições de inverno
verão ameno ou meia estação.
27
e 0,1%, respectivamente, efetuadas aos 20 dias após a semeadura. As irrigações
por asperssão foram efetuadas de acordo com a necessidade da cultura.
28
Os componentes utilizados na produção do bokashi foram: farelo de
arroz, farelo de algodão, farelo de soja, farinha de osso, farinha de peixe, casca
de café carbonizada, cama de frango, melaço, EM e água.
29
semeadura. O corte foi feito no colo da planta logo abaixo da cabeça, conforme
recomenda Filgueira (1982).
a) Número de folhas
c) Diâmetro
d) Ciclo
Para determinar o ciclo médio, computou-se o número de dias a partir
da data de semeadura até o período em que se concretizou 100% da colheita.
30
e) Matéria fresca
f) Matéria seca
g) Antocianina
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
32
manejo, o qual foi realizado em estádio mais avançado de desenvolvimento, o
de grão viável. O objetivo destas alterações foi justamente aumentar a produção
de matéria seca, visando maior cobertura do solo e reduzir o índice de rebrota,
por não ser permitido o uso de herbicida em sistema orgânico de produção.
Macronutrientes (dag.kg-1 )
N P K Ca Mg S
1,31 0,26 1,01 0,57 0,28 0,11
Micronutrientes (ppm)
B Cu Mn Zn Fe
7,02 7,41 68,61 26,71 446,61
33
4.2 Características da couve-flor
34
TABELA 4 Resumo das análises de variância dos dados referentes às características das cultivares e híbridos de couve-flor
em sistemas de manejo, plantio direto e convencional. UFLA, Lavras, MG, 2003.
35
TABELA 5. Resultados médios para o número de folhas de cultivares e híbridos
de couve-flor em função do sistema de manejo convencional e
plantio direto. UFLA, Lavras, MG, 2003.
36
TABELA 6 Médias dos sistemas de manejo convencional e plantio
direto,UFLA, MG, 2003.
4.2.3 Ciclo
37
se mostraram mais tardios. As demais cultivares apresentaram ciclo
intermediário.
Cultivares Médias
Híbrido HE1 10,93 a
Híbrido Yuki 10,73 a
Teresópolis Gigante 10,39a
São Joaquim 9,96 a
Bola de Neve 9,46 a
Híbrido Barcelona 9,05 b
White A 8,93b
Híbrido Silver Streak 8,76a
Teresópolis Precoce 8,74 b
Híbrido HE2 7,73 b
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem
entre si
pelo teste de Scott e Knott, a 5% de probabilidade
38
precocidade média, inverno precoce, inverno muito precoce e verão super
precoce. Normalmente, as cultivares de verão superprecoce terminam seu ciclo
comercial em torno de 80 a 90 dias, com as cabeças totalmente formadas,
enquanto as tardias levam até 150 dias ou mais para a formação da cabeça
comercial. Cultivares de verão submetidas a baixas temperaturas tendem a
florescer precocemente, formando cabeças pequenas e defeituosas.
Verifica-se, pelas médias dos números de dias para completar o ciclo,
que as cultivares híbridas experimentais HE1 e HE2 poderiam ser classificadas
como de inverno muito precoce a verão super precoce, não se adaptando bem ao
cultivo orgânico na época de inverno.
Por outro lado, a cultivar Bola de Neve apresentou o maior ciclo, em
média de 133 dias, o que a caracteriza como uma cultivar mais tardia, portanto,
mais exigente em frio para a formação de cabeça.
4.2.4 Diâmetro
39
dos limites de temperatura citados pelo referido autor, continua o crescimento
vegetativo ou forma cabeça semivegetativa, de coloração esverdeada e
intercalada por folíolos, conforme foi observado no experimento.
40
TABELA 8 Ciclo, diâmetro, matéria fresca, matéria seca e produtividade das cultivares e híbridos de couve-flor
cultivados nos sistemas de manejo convencional e plantio direto. UFLA, Lavras, MG, 2003.
41
4.2.5 Matéria fresca
4.2.7 Produtividade
42
demais cultivares e híbridos apresentaram menores produtividades, não
diferindo estatisticamente entre si. Os resultados médios estão apresentados na
Tabela 8.
Verifica-se, pelos dados da Tabela 8, que a cultivar de polinização
aberta White A e os híbridos Barcelona e Yuki apresentaram ciclo produtivos
em torno de 110 dias, sendo mais precoces, e diâmetro de cabeça dentro do
padrão comercial, entre 20 a 30cm. Do ponto de vista da produção, essas
características são desejáveis, permitindo uma comercialização e desocupação
da área de plantio mais cedo, liberando-a para uma próxima safra. Quanto à
produção de matéria fresca, as mesmas, demonstraram-se menos produtivas que
o híbrido Silver Streak, que se destacou com a maior media de produção. No
entanto, estas cultivares não apresentaram diferença significativa quanto ao teor
ou acúmulo de matéria seca, demonstrando serem matérias que acumulam
menores teores de água. Estes resultados possivelmente sejam inerentes às
características intrínsecas de cada material.
4.2.8 Antocianina
43
Os dados evidenciam que a ocorrência de menor quantidade de
antocianina foi no híbrido Yuki, seguido do híbrido Silver Streak e das
cultivares São Joaquim e Teresópolis Gigante.
A maior presença de antocianina ocorreu na cultivar Bola de Neve,
atingindo 22% das cabeças com Mancha Vinho, além de apresentar folíolo na
parte interna da inflorescência, também considerado um defeito grave. As
cultivares Teresópolis Precoce, White A e os híbridos Barcelona, HE1 e HE2
apresentaram valores intermediários.
B. Neve a
22% Yuki c
2%
S.Streak c
White A b 5%
14%
S. Joaquim c
5%
T.Gigante c
6%
Barcelona b
14% HE1 c
9%
HE2 b T.Precoce b
12% 11%
44
4.3 Custo de produção da couve-flor
45
Capina manual (1x) D/H 10 12,00 120,00
Corte do sorgo D/H 20 12,00 240,00
...Cont....
TABELA 9 ...Cont..
Subtotal 2 849,00
3 Produção de Mudas
Sementes kg 0,20 4.785,00 957,00
Bandejas (128 células) und 15 9,25 138,75
Substrato saco 20 13,00 260,00
Mão-de-obra D/H 8 12,00 96,00
Subtotal 3 1.451,00
4 Insumos
Calcário t 2,6 30,00 78,00
Composto orgânico t 20 40,00 800,00
Bokashi t 5 450,00 2250,00
Termofosfato saco 4 647,50 647,50
Molibdato de sódio kg 1 40,00 40,00
Bórax kg 20 3,00 60,00
Boveria brassiana L 2 16,00 32,00
Formicida (Mirex) kg 1 8,00 8,00
Subtotal 4 3.915,00
Serviços
Abertura de covas D/H 20 12,00 240,00
Distribuição/incorporação do
composto e Bokashi D/H 16 12,00 192,00
Transplantio D/H 10 12,00 120,00
Aplicação de B e Mo (2x) D/H 10 12,00 120,00
Capina manual (1x) D/H 20 12,00 240,00
Proteção de cabeça D/H 8 12,00 96,00
Irrigação D/H 10 12,00 120,00
Controle de pragas D/H 16 12,00 192,00
Colheitas, lavagem seleção,
classificação e embalagem. D/H 30 12,00 360,00
5 Subtotal 1.680,00
Outros
Comercialização cabeça 18.518,0 0,05 925,90
Embalagens milh. 0 18,00 342,00
Óleo diesel p/ irrigação (500 L 19 1,40 700,00
mm)
46
mm) 500
Subtotal 5 1.967,90
Total Geral 10.382,90
Produção obtida(nº pés) 15.740,00
Custo por pé 0,66
1
Nota R$.ha-1 R$ 2,83 por U$ 1 em 19/02/2004.
47
4 Serviços
Abertura de covas D/H 20 12,00 240,00
Distribuição/incorporação
do composto e Bokashi D/H 16 12,00 192,00
Transplantio D/H 10 12,00 120,00
Aplicação de B e Mo (2x) D/H 10 12,00 120,00
Capina manual (2x) D/H 20 12,00 240,00
Proteção de cabeça D/H 16 12,00 192,00
Irrigação D/H 10 12,00 120,00
Controle de pragas D/H 16 12,00 192,00
Colheita, lavagem,
seleção, classificação e D/H 30 12,00 360,00
embalagem.
Subtotal 4 1.776,00
5 Outros
Comercialização cabeça 18..518, 0.05 925,90
Embalagens milh. 00 18,00 342,00
Óleo diesel p/ irrigação 19
(500mm) L 700,00
500
....Cont...
TABELA 10 ...Cont....
Subtotal 5 1.967,90
Total Geral 9.630,40
Produção obtida (nº 15.740,00
pés)
Custo por pé 0,61
1
Nota R$.ha-1 R$ 2,83 por U$ 1 em 19/02/2004.
48
4 CONCLUSÕES
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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57