Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
-1-
Olá!
Você está na unidade Bases da biologia molecular. Nessa unidade, será estudado o que é a genética molecular,
quais os objetos de estudo dessa ciência, ou seja, o DNA e o gene, suas estruturas, funções e mecanismos. Você
verá ainda como historicamente essa ciência foi crescendo até chegar no patamar de desenvolvimento que
observamos hoje. Entenderemos o mecanismo das mutações genéticas, e as principais técnicas usadas para
Bons estudos!
-2-
1. Genética Molecular
A curiosidade humana em saber os mecanismos que levam à variabilidade dentro de uma espécie e como as
informações são passadas entre as gerações não vem de hoje. Os trabalhos de Mendel, a partir da segunda
metade do séc. XIX, desvendaram um pouco desses mecanismos, dando as bases para a ciência que conhecemos
hoje como Genética. Contudo, foi somente a partir da década de 1970 que um conjunto de descobertas e um
rápido avanço nos conhecimentos e técnicas da biologia molecular permitiram o surgimento dessa área
denominada genética molecular ou engenharia genética, focada no estudo de métodos e técnicas que
permitam a manipulação do DNA no nível molecular, ou seja, das moléculas que a formam (GARCIA, 1996).
Em geral, o campo da genética molecular se embasa em um conjunto de técnicas capazes de fragmentar o DNA,
isolar, purificar, manipular e examinar um gene em específico. Segundo Garcia (1996), os principais
os plasmídeos, estruturas capazes de ser usadas como carreadores de fragmentos do DNA dentro de um
organismo.
transgênicos, a tecnologia da clonagem, a criação de anticorpos monoclonais, marcadores genéticos, e uma gama
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/9780b0546d36546475ed1307b5bcf39c
-3-
1.1 Histórico da descoberta do material genético
A genética Mendeliana foi o pontapé inicial para o esclarecimento dos mecanismos que explicam a
realizados em 1868, mas, apenas a partir de 1900, suas leis começaram a ser aplicadas e validades, ganhando
grande notoriedade. Em 1902, o médico inglês Archibald Garrod fez a primeira conexão causal entre os genes e
um efeito fisiológico, observando uma patologia rara conhecida como alcaptonuria, cujo principal sintoma é a
cor da urina. Garrod observou que, embora raro, essa doença era mais comum em filhos de pais consanguíneos,
sendo essa observação compatível com que era explicado pelas leis de Mendel (STRACHAN, 2002). Esse parece
ter sido o primeiro exemplo de herança mendeliana, ao constatar-se que os genes de certa forma controlavam
processos metabólicos, sendo que um erro ou mudança poderia acarretar em uma alteração nesses processos
metabólicos. Desde então, muitas outras condições como essas foram descritas, e hoje são conhecidas mais de
5.000 heranças mendelianas organizadas da base de dados da base Online Mendelian Inheritance in Man
A partir dos estudos da cepa causadora de pneumonia, realizado por Griffith em 1928, descobriu-se que ocorria
a “transformação” de um agente não patogênico em patogênico. Ele evidenciou que essa transformação estava
associada a um componente celular, que foi chamado de “princípio transformador” e ainda observou que essa
unidades hereditárias, o que permitiria que os fenômenos biológicos pudessem ser compreendidos pelas leis
físicas e químicas. Nessa investigação, as proteínas pareciam ser as únicas moléculas capazes de armazenar
informações tão complexas, também devido a sua complexidade, porém não se entendia os mecanismos de
transmissão.
Com o desenvolvimento da tecnologia de métodos e técnicas ao longo dos anos, a composição química do DNA
começou a ser desvendada, sendo então identificados os componentes químicos fundamentais do código
genético, denominadas de ácido nucleicos. Demonstrou-se que cada unidade dessas tinha natureza polimérica,
O grande marco para a genética e para a biologia molecular foi o projeto Genoma Humano, que teve a missão
de fazer o sequenciamento dos genes humanos, ou seja, ler e ordenar os códigos determinados pelas sequências
dessas bases nitrogenadas que formam o genoma da nossa espécie. Os avanços surgidos com esse projeto
permitiram comparar o genoma de pacientes saudáveis com o de pessoas com diferentes patologias para
identificar a causa de doenças monogênicas, por exemplo. Nesse estudo, cerca de 1.900 doenças monogênicas
-4-
foram descritas. Atualmente, são conhecidas 6.499 doenças, associadas a alterações em 4.147 genes, conforme
base OMIM. Os avanços nas técnicas de biologia molecular, genética molecular e bioinformática foram essenciais
para desenvolvimento dos métodos de sequenciamento do DNA, o que trouxe o nascimento de uma nova era na
-5-
1.2 Estrutura e função do DNA
O foco da ciência conhecida como Genética Molecular é o estudo das duas moléculas, DNA e RNA, que são as
estruturas da célula responsáveis pela transmissão de características biológicas entre os indivíduos. De acordo
com Alberts (2011, busca-se, através desses conhecimentos, desvendar em detalhes quais os mecanismos de
funcionamento e transmissão dessas duas moléculas, para que isso possa ser usado em favor da humanidade.
Hoje é bem estabelecido que o DNA guarda toda a informação hereditária da célula e do organismo e que
essas moléculas estão empacotadas nos cromossomos, no interior do núcleo das células. Sabe-se também que o
DNA é formado por nucleotídeos. Ao estudar a composição química desses nucleotídeos, os “tijolos” que
constroem o DNA humano, verificou-se uma composição bem simples, basicamente formada por açúcar, ácido
fosfórico e uma base nitrogenada, o ácido fosfórico confere características ácidas a essa molécula, que por isso
Em relação à estrutura molecular, é formada por duas longas fitas unidas por ligações químicas chamadas de
pontes de hidrogênio, cada fita dessas é construída através dos blocos, compostos por quatro nucleotídeos,
denominados de bases nitrogenadas, podem ser dividias em: purinas – adenina e guanina; e pirimidinas –
citosina e timina (A, T, C e G, respectivamente). Além disso, a uracila (U) que está presente apenas na molécula
de RNA.
-6-
A descoberta da estrutura molecular do DNA permitiu que os cientistas respondessem as questões básicas sobre
esse tipo de estrutura molecular, o que se mostrou fundamental para entender como é caracterizada a
informação genética nos indivíduos. O resultado disso foi a explicação sobre quatro propriedades fundamentais
Estrutura diversificada
Apesar de apenas quatro tipos de nucleotídeos serem existentes em um filamento de DNA, essas unidades
podem estar em qualquer ordem, sendo que o pedaço de DNA, que caracteriza um gene, pode ter qualquer
tamanho. Mesmo que um gene tenha apenas 100 bases de tamanho, sabe-se que pode ter bem mais, seriam mais
10
de 1.000.000 de combinações possíveis, formando tipos diferentes de genes e codificando outro tipo de
informação biológica.
Habilidade de replicação
Como existe a ligação entre os nucleotídeos complementares, sempre A com T e C com G, cada filamento ou
ligação dessas contém as especificações detalhadas de seu ligante complementar, isso torna possível, após a
primeira etapa que é separar os dois filamentos de DNA, que seja produzido uma nova base a partir de cada fita
dessas, ou seja, onde existe um filamento molde de A será feito um novo filamento contendo T.
Mutabilidade
Nesse processo de replicação, pode acontecer de ser produzida uma base incorreta ou haver uma duplicação de
bases, ou ainda uma dessas bases ser perdida. Em um caso como esses, a nova cópia de DNA e todas as outras
vindas dela serão diferentes da molécula original, e essa diferença ou mudança pode ser passada aos
descendentes.
Tradução
De algum jeito, o DNA, ou mais especificamente, uma sequência especifica de nucleotídeos (A, T, C, G), é usada
pela célula para originar moléculas de proteínas com sequências específicas de aminoácidos e
consequentemente estruturas e funções especificas. Além disso, o DNA age enviando um sinal para as células
Para entender o fato de como as informações são passadas ao longo das células que estão constantemente se
dividindo, precisamos pontuar aqui sobre os cromossomos. Por exemplo, para fazer um organismo unicelular,
como uma bactéria, é necessária uma quantidade muito grande de informação, quando pensamos em
organismo humano, uma célula carrega cerca de 2m de fita de DNA em seu núcleo que tem apenas de 5 a 8 µm.
-7-
Dessa forma, a célula teve que encontrar uma forma de acondicionar toda essa informação, criando então, as
estruturas chamadas de cromossomos, que são capazes de compactar toda essa informação contida nas fitas de
DNA.
O DNA é compactado de forma bem complexa, através de proteínas especializadas que dobram o DNA de
maneira altamente organizada, não permitindo que ele se entrelace, mas que fique acessível a todas as enzimas e
proteínas necessárias à sua replicação, expressão e reparo. Nos seres humanos, são encontrados 24
9
cromossomos, carregando um total de 3,2x10 nucleotídeos. Cada cromossomo desses contém uma cópia de si
mesmo, uma herdada pelo pai e outro pela mãe, com exceção das células reprodutoras (espermatozoide, óvulos)
e de células como as sanguíneas que não contem DNA, esses pares de cromossomos são denominados
cromossomos homólogos. Os cromossomos humanos têm tamanhos diferentes e podem ser determinados por
diversas técnicas diferentes, sendo uma das mais bem estabelecidas a técnica de hibridização, onde é permitido
ligar corantes fluorescentes de cores diferentes na molécula de DNA para identificá-los a partir de microscópio
de luz direta.
A função mais marcante dos cromossomos é carregar os genes humanos, a unidade funcional da
hereditariedade. Um gene é caracterizado como uma sequência específica de DNA que contém orientações para
produzir uma determinada proteína, ou um conjunto de proteínas relacionadas, em suma os genes contêm as
informações para a fabricação de proteínas nos organismos. Portanto, podemos dizer que o DNA agrupa
informação de acordo com a ordem especifica dos nucleotídeos ao longo da fita, cada base, composta pelas bases
nitrogenadas, A – T – C – G, podem ser pensadas como letras de um alfabeto que são usadas para escrever
mensagens biológicas. As diferenças nessas sequências de nucleotídeos é que causam a diferença dos
O conjunto completo dessas informações genéticas em um organismo é conhecido como genoma e é organizado
de formas diferenciadas nos diversos organismos e vírus. O genoma está armazenado nos cromossomos; logo,
está localizado no núcleo das células. Ele pode ser observado através de técnicas de coloração, surgindo
geralmente em pares, chamados de cromossomos homólogos. A célula que contém o conjunto completo desses
homólogos, as sequências de DNA (genes) desses pares são geralmente iguais, sendo encontrado pequenas
variações nas sequências dos nucleotídeos, já que essa é a base da variação de um indivíduo para o outro,
essencial para variabilidade dentro da espécie, fortalecendo-a. Esses pares de cromossomos idênticos carregam,
então, os mesmos genes, ou seja, sequências de DNA, nas mesmas posições relativas. Portanto, nos diplóides
-8-
cada gene está presente aos pares e são chamados de genes alelos, sendo que quando o par de genes alelos são
idênticos denominamos homozigotos, no caso de genes alelos diferentes, os mesmos são chamados
Com base em todas essas informações, podemos notar que a quantidade total dessas informações é incrível. Se
usássemos a analogia do genoma sendo pensado como um livro, a sequência nucleotídica de um gene humano
ocuparia apenas um quarto de página, ao passo que a sequência completa do genoma humano ocuparia as
páginas de mais de mil livros. Isso demonstra a complexidade da estrutura e organização desse código genético e
sua importante função na construção de moléculas como as proteínas. Sabendo que a sequência de nucleotídeos
função da mesma, é possível afirmar que o gene é responsável pela hereditariedade e diversidade nas funções
biológicas.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/d44685a38361314ee4c654f71f2fd8cc
-9-
1.3 Transcrição e tradução do DNA
Conhecendo a estrutura do DNA, a forma como ele se compacta em cromossomos para armazenar quantidades
incríveis de informação, e o modo como essas informações são codificadas de acordo com as sequências
específicas dos nucleotídeos, surgem questionamentos relacionados à maneira como a célula é capaz de usar
essas informações codificadas pelos nucleotídeos para determinar as sequências especificas de aminoácidos
em proteína. As duas etapas estão diretamente ligadas ao processo de transformar informação genética em uma
sequência específica de aminoácidos, que posteriormente irão dobra-se em uma molécula de proteína
A transcrição é a primeira etapa para realizar essa transformação. Nela ocorre a transcrição da sequência de
nucleotídeos no DNA para uma molécula similar, denominada RNA mensageiro (mRNA), que também é formado
por uma estrutura de nucleotídeos, diferenciando que no lugar da timina (T) o RNA carrega a uracila (U). O
primeiro passo para isso acontecer é a separação do DNA em dois filamentos únicos, um deles servirá de molde
Esse procedimento, que acontece no núcleo das células, origina um filamento de mRNA, a partir de uma fita
molde de DNA. O mRNA, que é uma cópia da molécula de DNA original, é chamado transcrito, este pode ser
alterado para produzir um mRNA final, sendo essas alterações capazes de remover trechos do transcrito original
que não codificam proteínas. A produção desses transcritos serve como uma “cópia funcional” do DNA, e atende
a três funções:
Aumentar o número de cópias da informação genética, a transcrição é capaz de gerar um grande número de
cópias funcionais de cada gene. Cada uma dessas cópias pode ser usada mais de uma vez pela célula na produção
de proteínas;
Resolver a questão de limitação no tráfego, já que pode deixar a localização onde os genes estão sendo
transcritos e podem acessar o citoplasma das células, onde ficará disponível ao maquinário celular para produzir
proteínas;
Garantir a estabilidade e tempo de vida dessas moléculas mensageiras, o que serve para controlar o quanto de
O segundo momento, a partir da confecção das fitas de mRNA, é o processo denominado de tradução. A
princípio umas das problemáticas seria entender como uma sequência feita de apenas quatro tipos diferentes de
nucleotídeos poderia gerar uma sequência de aminoácidos com 20 diferentes tipos de aminoácidos? A explicação
para isso se encontra na maneira como são lidas as fitas de mRNA. A tradução dessas fitas acontece em grupos
sucessivos de três nucleotídeos, sendo cada grupo de três desses chamados de códon. São, então, 64 trincas de
- 10 -
códons e apenas 20 aminoácidos, tornando possível mais de um códon codificar um aminoácido, por exemplo,
Essas trincas encontrarão as moléculas que contêm, de fato, o equivalente entre os códons e os aminoácidos,
denominadas RNA transportador (tRNA). Todo RNA transportador carrega um anticódon feito de três
nucleotídeos que é o complemento do códon apropriado no mRNA. Na outra ponta do tRNA, está o aminoácido
que está sendo codificado. Torna-se, então, necessário colocar o aminoácido carregado por diferentes tRNA na
ordem especificada pela mensagem. Esta etapa ocorre em uma estrutura celular responsável pela síntese
- 11 -
1.4 Genética molecular e manipulação dos genes
De acordo com Griffiths (2009), o conhecimento mais apurado da genética permitiu o desenvolvimento de
técnicas que possibilitassem obter, ampliar, manipular fragmentos específicos do DNA. O conjunto dessas
técnicas ficou conhecido como Tecnologia do DNA e foi bastante impulsionado a partir dos anos 1970,
revolucionando o mundo da Biologia e a sociedade como um todo. A genética molecular ou engenharia genética
está pautada em toda essa tecnologia do DNA e hoje é tida como uma das principais e mais promissoras áreas no
ramo da tecnologia, abrangendo campos como a medicina, agricultura, biologia, entre outros. A extensão desses
estudos e tecnologias à nível global é conhecido como Genômica e é altamente debatido na comunidade
Essas técnicas se aprimoram em formas e métodos para isolar e identificar os genes, sendo possível manipulá-
los. Em primeiro lugar, é necessário adquirir uma amostra do DNA contendo o gene que se pretende estudar,
sendo esse denominado DNA doador, lembrando sobre a importância da boa conservação das amostras de DNA.
Essas grandes moléculas de DNA, muitas vezes um genoma inteiro, precisam ser fragmentadas em tamanhos
muito menores, tarefa essa, realizada pelas enzimas de restrição. Curiosamente, toda molécula de DNA, não
importa sua origem, tem lugares alvos para essas enzimas, onde o corte será realizado. Assim, o DNA é
fragmentado em todos esses lugares e é obtido vários fragmentos de restrição, sendo cada segmento desses
denominado de palíndromo de DNA, significando que ambos têm a mesma sequência de nucleotídeos apenas
em polaridade inversa.
As enzimas de restrição são essas moléculas que descobriram serem capazes de ligar-se a esses alvos
específicos no DNA, clivando ou cortando o mesmo, e gerando pontas adesivas muito úteis para a produção de
DNA recombinante. Essas enzimas são usadas na geração de DNA recombinante, técnica utilizada, por exemplo,
processo de produção dos organismos geneticamente modificados. Para que haja a ligação desse DNA doador,
devidamente cortado, a um vetor capaz de carrega-lo para outros organismos, é necessário, um DNA plasmidial
bacteriano, que também é clivado por enzimas de restrição especificas. Quando os dois tipos de DNA, doados e
plasmidial, são misturados em condições fisiológicas adequadas eles podem se parear/unir, em um processo
chamado de hibridização.
Após a hibridização dessas moléculas, as ligações que unem as estruturas químicas dos nucleotídeos, como os
açucares e fosfato, ainda não foram estabelecias, sendo necessário para isso a utilização de outra enzima,
denominada DNA ligase, que cria ligações fosfodiéster nessas junções. Vale ressaltar que nessa etapa, para que o
- 12 -
gene possa ser transcrito e traduzido no hospedeiro bacteriano de forma eficaz, ele deve ser inserido perto das
sequencias reguladores da bactéria. Por exemplo, para ser capaz de produzir insulina humana em bactérias, é
necessário inserir o gene humano para produção de insulina em sequencias reguladoras corretas das bactérias.
A partir do gene obtido do DNA doador e sua inserção em DNA plasmidial, ocorre uma amplificação desses
recombinante (vetor), inserido em uma bactéria se multiplicará em bilhões de cópias após o crescimento de uma
colônia. Esse é o princípio fundamental de uma das técnicas mais usadas em genética molecular, através dessa
técnica é possível, quase que indiscriminadamente, clonar genes. O uso de enzimas de restrição sobre um DNA
doador e a inserção de fragmentos únicos em vetores, como bactérias, capazes de ampliar grandemente o
número de copias desse gene ou ainda passá-los a outro organismo, é a técnica mais bem descrita e utilizada
Através dessas técnicas, a genética molecular hoje é capaz analisar um gene em especifico usando clonagem
posicional; identificar um gene de doença humana e de que forma ele interage com outros; diagnosticar doenças
genéticas com muito mais especificidade; etc. Mas temos que sempre ressaltar as questões éticas relacionadas à
- 13 -
2. Histórico das mutações
Fazendo um breve histórico sobre o estudo das mutações genéticas, podemos constatar que esse conceito foi
se aperfeiçoando ao longo do tempo. Com advento de novas tecnologias e novos métodos de biologia molecular
para se investigar o DNA e os cromossomos, se tornou muito mais fácil observar as mudanças ou falhas
O conceito de mudança biológica é bem antigo. De acordo com Campbell (2008), a ideia de transformação dos
organismos pode ser remontada desde a Grécia, mesmo não se detendo os conceitos de evolução. Na Idade
Média, sob o julgo da igreja, se fortaleceu o pensamento que os seres são fixos, criados por Deus, e que não
sofrem mudanças. Somente algum tempo depois, com a advento do Iluminismo, e a proliferação do racionalismo
científico e da intelectualidade, é que surgiram estudos sobre a relação existente entre mudanças nos
organismos e a evolução. Já no século XIX, cientistas como Lamarck, propuseram, a partir de evidências, que as
espécies mudam e que essas mudanças eram guiadas pelo ambiente (MARTINS, 1998).
De acordo com Futuyma (1993), foram os achados de Darwin, como base nos fósseis, distribuição geográfica das
espécies e embriologia ou anatomia comparada, analisadas por ele, que as bases para a afirmação que os seres
vivos eram de fato mutáveis foi concretizada. Apesar de tudo, a teoria de Darwin foi pouco aceita na época, muito
por não terem entendido o mecanismo de seleção natural e pela falta de conhecimento dos fatores que levam a
hereditariedade, ou seja, da genética. O autor aponta que pouco conhecimento havia sobre o material genético
até o início do século XX. Além disso, todas as investigações baseadas na Biologia Molecular eram pouco
compreensíveis na época, sendo elucidadas somente mais tarde com advento das técnicas e tecnologias
necessárias. Apenas com a retomada das Leis de hereditariedade propostas nos trabalhos de Mendel é que a
expressão mutação começou a ser utilizada, proposta pelo botânico Hugo De Vries.
Segundo Moore (1986), os apontamentos expostos por De Vries sobre as frequentes mutações sofridas pelas
espécies de plantas Onagraceae, impulsionaram muitos geneticistas a procurar por mutações em outros
organismos. Um desses casos foi o estudo de Morgan com as culturas de Drosophila melanogaster, a mosca da
fruta, onde ele observou milhares de indivíduos para identificar mutações como olhos e asas, constatando que as
Diante desse fato, duas explicações foram pensadas. A primeira é que a taxa que determinado gene sofre
mutação é muito baixa; a segunda é que a característica recessiva encontrada na maioria desses alelos
recessivos, ou seja, grande parte deles se encontram em heterozigose, “escondidos” pelo alelo dominante.
Durante os anos subsequentes diversas tentativas foram feitas para induzir mutações e tentar aumentar suas
- 14 -
taxas, na esperança de se obter novos mutantes. Injeção com substâncias químicas, radiação, eletrização,
contudo nada pareceu mostrar resultados positivos. A dedicação de pesquisadores como De Vrie e outros que
trabalhavam na “Sala das moscas” foi o impulso inicial para muitos avanços no estudo das mutações genéticas. A
partir disso, as causas e os processos pelo quais ocorriam as mutações despertaram muito interesse, em especial
dos geneticistas e evolucionistas (MORRE, 1986). Hoje se sabe que as diferenças genéticas entre os organismos
são normais e até esperadas, constituindo uma fonte rica de material para o estudo dos fundamentos da
- 15 -
2.1 Mutações genéticas: tipos e consequências
Iremos agora abordar as variações excepcionais, as consideradas variantes anormais em uma característica,
chamadas mutações. Contudo, iremos discutir sobre a importância desse processo, que ocorre de forma natural,
na evolução e variabilidade das espécies. Um dos exemplos mais clássicos dessas variações ou mutações é o
albinismo. Essa mutação é consequência da codificação de duas copias idênticas de um gene mutante que
codificam uma forma inativa da enzima que produz melanina, ocasionando na ausência de produção desse
pigmento no corpo. Grande parte das características biológicas são afetadas por diversas vias fisiológicas que
interagem entre si, em um grande número de etapas. No caso do albinismo, por exemplo, existem enzimas que
operam em moléculas que fazem parte da produção de melanina, mas também existem processos celulares que
Ao pensarmos no ambiente celular, as moléculas de DNA não são totalmente estáveis: os pares de bases na dupla
hélice de DNA têm uma certa probabilidade de mutar. O termo mutação abrange um amplo espectro de
diferentes tipos de mudanças, que variam de uma troca simples de um par de bases por outro, até o
Há alterações que afetam cromossomos inteiros ou grande pedaços de um cromossomo. Mesmo a célula tendo
desenvolvido sofisticados sistemas para reparar o DNA danificado, impedindo a ocorrência de mutações, uma
baixa taxa de mutação é tolerada, para permitir a evolução dentro de uma espécie. Podemos imaginar o DNA
sendo submetido a um infinito cabo de guerra entre os mecanismos que danificam o DNA e originam mutações e
os mecanismos químicos de reparo celular que monitoram constantemente o DNA procurando danos e os
corrigindo. De acordo com Griffiths (2009), observou-se que os mesmos sistemas que reparem e replicam o DNA
podem induzir mutações que podem ter potencial devastador ou afetarem apenas um produto gênico. Como
exemplo, os mesmos mecanismos que causam a classe mais séria de danos ao DNA, conhecido como quebra
bifilamentar, também são os mecanismos de uma etapa intermediária no processo normal de recombinação
genética. Isso quer dizer que as ferramentas de reparo do DNA e de recombinação gênica tem características em
comum.
As mutações mais conhecidas, referem-se as alterações de um par de bases do DNA ou um pequeno número de
As substituições de bases, gerando a substituição de um par de bases por outro igual ou diferente;
Os efeitos desses tipos de mutação estão associados a mudanças nos códons de um aminoácido, seja por um
códon do mesmo aminoácido ou por um códon para outro aminoácido. No primeiro caso, é menos provável que a
- 16 -
alteração afete gravemente a estrutura e função da proteína, já no segundo, muito provavelmente, esse tipo de
Essas mutações nos genes podem surgir espontaneamente ou serem induzidas, sendo necessário fazer uma
distinção entre mutação e o efeito desse evento no organismo. Muitas das mutações nas sequências não
codificantes causam pouca ou nenhuma mudança biológica. As mutações espontâneas ocorrem normalmente
em todas as células e são até esperadas. As induzidas surgem pela ação de alguns agentes, denominados
mutagênicos, sendo capazes de serem induzidas em laboratório ou no ambiente por fatores capazes de induzir
Pode-se dizer, portanto, que o conhecimento sobre os mecanismos que produzem mutações nos organismos é
fundamental para entender tanto sua necessidade e importância na variabilidade e evolução das espécies, como
para entender de que forma essas mudanças causam alterações prejudiciais ao homem, causando doenças como,
por exemplo, o câncer. Ainda no campo da genética molecular, o avanço das técnicas e do conhecimento sobre as
mutações permitiram a criação de linhagens de animais que sofreram mutações para fins específicos. Isso
possibilitou o estudo de distúrbios ou doenças que afetam o ser humano, possibilitando a criação de terapias,
- 17 -
3. Técnica de Eletroforese
A Eletroforose constitui-se em uma técnica para separação de moléculas como proteínas e ácidos nucleicos. A
migração dessas moléculas acontece através da passagem de uma corrente elétrica e as diferenças nas cargas
elétricas e no peso molecular dessas partículas, que fazem com que elas se separem.
De acordo com Oliveira (2015), o histórico dessa técnica está associado aos estudos de Michaelis, que observou,
em 1909, que as proteínas se moviam na presença de um campo elétrico, podendo assim serem separadas em
frações. Mas a base para a técnica utilizada atualmente, foi pautada no método desenvolvido pelo bioquímico
sueco Arne Tiselius, em 1937. Apesar disso, ela se mostrou onerosa e acabou ficando restrita ao campo cientifico
nos institutos de pesquisa. A eletroforese em papel de filtro, estudada por Linus Pauling, em 1949, levava de 12 a
18 horas para fracionar proteínas, contudo, apresentou pouca reprodutibilidade, além da desvantagem de o
Segundo Naoum (2012), em 1953, um método revolucionário foi proposto por dois imunologistas franceses: a
técnica consistia na separação das frações proteicas a partir da precipitação dos anticorpos, denominada de
imunoeletroforese. Ela se diferenciou das outras técnicas por utilizar uma camada bem fina de gel ágar sobre
laminas de vidro, o que permitiu alta reprodutibilidade, curto tempo, em média quatro horas, com excelente
sensibilidade, com a utilização hábil para diversos tipos de proteínas. Os problemas demonstrados por essa
técnica foram relacionados ao grau de impureza do gel de agarose que estavam interferindo os resultados, o que
levou a estudo para a padronização dos métodos industriais para purificação desse gel. A descoberta desse gel
impulsionou os avanços nas técnicas de eletroforese, e de outros tipos de géis como o de amido e o de
A busca por novas técnicas mais praticas para a realização de eletroforese continuou, o que levou, em 1963, ao
desenvolvimento de um método para fracionar enzimas e proteínas por meio de um suporte de acetato de
celulose. Por ser simples, barata e permitir ótimo grau de separação e quantificação das bandas proteicas teve
bastante êxito a aplicabilidade no meio cientifico. Ainda na década de 1960, uma técnica baseada na mistura
entre gel ágar de poliacrilamida e uma substância chamada anfólito foi desenvolvida. Esse produto, ao ser
misturado ao gel, produzia faixas milimétricas que apresentam alto grau de resolução no fracionamento
proteico, tendo sido empregada nas pesquisas e rotinas laboratoriais em larga escala.
De acordo com Spudeit et al. (2012), no final da década de 1980, uma das últimas técnicas a ser desenvolvida, foi
a chamada eletroforese capilar, criada por Lauer e Mc Manigill. Essa técnica consistia na passagem de uma
corrente eletrosmótica dentro de um tubo capilar ligado a dois reservatórios com solução tampão, um
- 18 -
representando o ânodo e outro cátodo. Observou-se que sob ação de corrente elétrica a proteína se movimenta
no interior do tubo, pela interação das cargas elétricas das proteínas com os íons da solução tampão. Esse
processo permite o fracionamento da proteína, formando no tubo pequenas micelas que pode ser identificada
por detectores específicos que traduzem esses dados em forma de gráficos, além de permitir fracionar das
- 19 -
3.1 Funcionamento e função da Eletrofese
A Eletroforese é, portanto, uma definição para uma série de técnicas empregadas para a separação
/fracionamento e identificação de moléculas como proteínas, por exemplo. O deslocamento dessas partículas
depende da carga efetiva da molécula, da molaridade do tampão e da resistência do meio usado, seja ágar, gel,
acetato, capilar, sendo a mobilidade dessas partículas diretamente ligada a carga e inversamente à viscosidade
Para a migração das proteínas, utiliza- se um polo positivo e outro negativo para geração de um potencial
elétrico, este potencial promove a migração das proteínas ou outra molécula, dependendo do peso molecular e
da carga elétrica essa molécula migrará em velocidades diferentes, percorrendo, então, distâncias diferentes.
Esse processo origina diferentes bandas que podem ser observadas através de um corante sensível a proteínas, a
quantificação pode ser feita por densitometria ou eluição e os resultados apresentados na forma de gráficos ou
Segundo Magalhães (2005), entre os fatores associados à resolução, deve-se considerar a concentração e volume
da solução tampão, quanto maior o volume de solução, maior a corrente elétrica gerada, o que causará alteração
na resolução da corrida. Com o aumento da corrente há o aumento de calor e a dificuldade de separação dos
fragmentos maiores da molécula. Em relação à concentração, quanto maior a concentração de agarose, melhor a
resolução na separação dos fragmentos moleculares, porém com maior tempo, já que o aumento da
concentração também interfere no tempo necessário para a separação das proteínas. Se a concentração estiver
muito baixa, pode haver uma separação não muito satisfatória, na rotina é utilizada uma concentração máxima
de 1,2 a 2%.
A temperatura é outro dos fatores que interfere na resolução da corrida. Quanto maior for a temperatura, mais
rápida a migração das moléculas e maior a chance de a resolução não sair adequada. A temperatura esperada
para esses tipos de ensaios está situada entre 8 a 15º C, sendo estas as mais utilizadas nos protocolos de rotina.
Outro fator de destaque é a qualidade da amostra preparada, seja DNA ou qualquer outro tipo de amostra.
Determina-se que moléculas grandes como DNA em solução sofrem danos crescentes, por isso é fundamental
A técnica de eletroforese depende de um conjunto de sistemas e materiais que envolvem, segundo Magalhães
(2005):
capilares;
- 20 -
uma cuba de eletroforese;
Em relação aos métodos de funcionamento, a eletroforese trabalha com a formação de uma corrente elétrica
controlada, a partir de uma solução tampão acondicionada em uma cuba, que tem dois compartimentos, que
formam entre eles eletrodos positivos e negativos. É utilizado uma fonte de voltagem para transformar a
corrente alternada em contínua, mantendo a intensidade controlada e sendo uma fonte responsável por regular
a polaridade nos compartimentos da cuba. A troca de íons ocasionadas pelos grupos eletricamente carregados
movimento elétrico de baixa intensidade e sentido contrário ao da eletroforese. Esse movimento é denominado
As técnicas eletroforéticas são amplamente utilizadas em diversas áreas. Hoje, uma das técnicas mais bem
aceitas e utilizada é a Eletroforese Capilar (EC). Essa técnica, segundo Queiroz (2001), pode ser aplicada a uma
série de amostras, como: proteínas, aminoácidos, ácidos orgânicos, hidrocarbonetos aromáticos, vitaminas,
substâncias quirais, entre outros. Isso a torna uma técnica diferenciada, com alta capacidade de separação. A EC,
por suas características, tem sido muito utilizada em pesquisa cientifica, em biotecnologia e na indústria. No
projeto Genoma Humano, finalizado recentemente, era necessário separar nucleotídeos de alta massa molar, em
torno de 200 a 500 Daltons, processo só possível de ser feito em EC. Além disso, a sua velocidade permitiu o
sequenciamento de milhares de nucleotídeos em um único dia, ajudando na árdua missão de sequenciar os mais
Hoje, pelas técnicas de eletroforese, em especial a EC, são 70 tipos de proteínas, das 289 proteínas plasmáticas
descritas no homem, identificadas, validadas e estudadas. Isso permitiu a descoberta de diversos biomarcadores,
ou seja, proteínas produzidas em situações relacionadas a uma doença especifica e que indicam incidência dessa
doença, tornando possível diagnosticá-la com antecedência (STOCKHAM & SCOTT, 2011).
Fique de olho
As técnicas de eletroforese são utilizadas em uma gama de situações onde se faz necessário um
diagnóstico mais preciso e muito mais especializado. Exemplo disso, é o mieloma múltiplo, o
segundo câncer de sangue mais frequente hoje e que muitas vezes tem seus sintomas
confundidos com dores comuns da idade ou cansaço em decorrência de anemias. O diagnóstico
por eletroforese é uma técnica aconselhada para identificar a doença, visto que o mieloma
múltiplo produz uma proteína única no organismo, denominada proteína monoclonal, que
pode ser identificada através da utilização dessa técnica no sangue. A utilização dessas técnicas
- 21 -
pode ser identificada através da utilização dessa técnica no sangue. A utilização dessas técnicas
de biologia molecular permite um diagnóstico precoce de doenças graves como essa,
permitindo ao paciente uma chance muito maior de cura.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/2ab3f75130bc46ce7ce2aed0689302c2
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender o que genética molecular e quais as principais técnicas que a embasam, todas baseadas na
identificação, separação e manipulação dos genes;
• conhecer um pouco da história de como os conceitos de genética foram estabelecidos e a relação disso
com a genética molecular;
• conhecer a composição e a estrutura das moléculas de DNA e RNA, as duas moléculas objetos de estudo
da biologia molecular;
• refletir sobre a importância da ética na utilização dessas técnicas para o bem-estar da humanidade e não
o contrário;
• conhecer as etapas e moléculas responsáveis pela técnica do DNA recombinante, principal técnica usada
em genética molecular;
• conhecer os processos de mutação, as origens de seus estudos, e sua importância de descoberta de
doenças e nos processos naturais de evolução e variabilidade;
• analisar o que é eletroforese, quais os princípios utilizados no seu funcionamento, para fragmentar
proteínas, e a importância de sua utilização
Referências
ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular, 3º Ed. Porto Alegre. Artmed, 2011.
CAMPBELL, G. “Empedocles”. Internet Encyclopedia of Philosophy, 2008. Disponível em: . Acessado em 06 mar.
2020.
ECKERSALL, P. D. Proteins, proteomics and the dysproteinemias. In: KANEKO J. J. et al. Clinical biochemistry of
- 22 -
FUTUYMA, D. J. Biologia Evolutiva. Tradução por: Mario de Vivo. 2. ed. São Paulo: FUNPEC,, 2002.
GARCIA, S. E. et al. Genética molecular: avanços e problemas. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 12(1): 103-107,
1996
MAGALHÃES, V. D. et ,al. Eletroforese em campo pulsante em bacteriologia – uma revisão técnica. Revista
MARTINS, L. A. P. A história da Ciência e o ensino da Biologia. Ciência & Ensino, Campinas, n. 5, pp. 18-21, 1998.
MCPHERSON, R. A. et al. Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 22. ed. Philadelphia, Pa:
MOORE, J. A. Science as Way of Knowing - Genetics. Amer. Zool., v. 26, p. 583-747, 1986
NAOUM, P. C. Eletroforese: Hemoglobinopatias, Proteínas Séricas, Lipoproteínas e DNA. São Paulo: Editora
Santos, 2012.
OLIVEIRA, E. de. Eletroforese: conceitos e aplicações. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer –
STRACHAN, T.; READ, A. P. Genética molecular humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
STOCKHAM, S.; SCOTT, M. Fundamentos de Análises Clínicas Veterinárias. Rio de Janeiro: Guanabara. p.303-411,
2011.
SPUDEIT D. A. et al. Conceitos básicos em Eletroforese Capilar. Scientia Chromatographica. v.4, n.4, p. 287-329,
2012.
ZORZETTO, R. Legados do Genoma. Revista Pesquisa Fapesp 284. Atualizado em 19 de dezembro de 2019.
- 23 -