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ESTATUTO DA

CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em
Confito com a Lei

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei

Sumário
Fabiana Borges

Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei.. ................................................. 3


1. Do Ato Infracional.. ....................................................................................................................... 3
1.1. Dos Direitos Individuais.. .......................................................................................................... 6
1.2. Da Lei n. 12.594/2012 – SINASE.. ............................................................................................ 9
1.3. Dos Programas de Atendimento...........................................................................................12
1.4. Das Medidas Socioeducativas.. .............................................................................................15
1.5. Da Responsabilização dos Gestores, Operadores e Entidades de Atendimento...... 34
2. Da Apuração do Ato Infracional.. ............................................................................................ 35
2.1. Fase Policial. . ............................................................................................................................ 35
2.2. Fase de Atuação do Ministério Público. . ............................................................................ 36
2.3. Fase Judicial. . ........................................................................................................................... 38
2.4. Do Plano Individual de Atendimento (PIA)........................................................................40
2.5. Da Atenção Integral à Saúde de Adolescente em Cumprimento de Medida
Socioeducativa............................................................................................................................... 41
2.6. Da Remissão............................................................................................................................42
3. Das Medidas Pertinentes a Pais ou Responsáveis. . ........................................................... 43
4. Dos Crimes Praticados CONTRA Crianças e Adolescentes............................................... 45
Resumo............................................................................................................................................. 50
Questões de Concurso.................................................................................................................. 58
Gabarito........................................................................................................................................... 101

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

DIREITOS E GARANTIAS DO ADOLESCENTE EM


CONFLITO COM A LEI
Prezado(a) aluno(a),
Chegamos à última apostila do Material referente ao Estatuto da Criança e do Adolescen-
te, sinceramente espero que seja um forte apoio em seus estudos. Nesta apostila, na parte
de resolução de exercícios, inseri exclusivamente questões da banca do CESPE, em seus três
modelos de questões:
• certo ou errado;
• 5 (cinco) alternativas com 1 (uma) correta; e
• 4 (quatro) alternativas com 1 (uma) correta.

As questões estão devidamente comentadas a teor do Estatuto da Criança e do Adoles-


cente e ainda das Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Por fim, vale lembrar que os temas inseridos neste material (ato infracional, medidas so-
cioeducativas, crimes praticados contra criança e o adolescente, dentre outros) são os mais
cobrados pela banca do CESPE quando o assunto é Estatuto da Criança e do Adolescente.
Continuo à disposição caso tenha alguma dúvida sobre esta disciplina.
E, no mais, estou na torcida por você e quero ver seu nome na lista dos aprovados na Se-
cretaria de Educação de Alagoas. Tenha fé e perseverança.
Fabi.

1. Do Ato Infracional
Ato infracional está conceituado no artigo 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

O artigo 104 do mesmo diploma legal estabelece que os menores de 18 anos SÃO PENAL-
MENTE INIMPUTÁVEIS e se sujeitam às medidas do Estatuto. Deve-se frisar que se considera
a IDADE DO ADOLESCENTE À DATA DO FATO. Portanto, o adolescente que estiver em conflito
com a Lei, no cometimento de ato infracional, que é definido analogamente como crime ou
contravenção penal – previstos no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais ­– estará
sujeito ao Estatuto, e não ao Código Penal, de modo que a esses adolescentes a norma garante
alguns direitos individuais, como, por exemplo, serem submetidos a medidas socioeducativas,
e não a pena que é estudada em direito penal.
Todavia, quando o ato infracional for praticado por criança, a estas serão aplicadas as
medidas do artigo 101, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

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Criança que cometer ato infracional


se submete a medidas protetivas.

Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;


Orientação, apoio e acompanhamento temporários;
Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento


a alcoólatras e toxicômanos;
Acolhimento institucional;

Inclusão em programa de acolhimento familiar;


Colocação em família substituta.

Como anunciado acima, há diferença de tratamento quando o ato infracional é praticado


por adolescente e quando é praticado por criança.
Em que pese já tenha definido conceito de criança e de adolescentes nas apostilas ante-
riores, importante retomar tais conceitos. O artigo 2º do Estatuto difere reconhecimento da
criança e do adolescente, pessoas penalmente inimputáveis:

Considera-se CRIANÇA, para os efeitos desta Lei, A PESSOA ATÉ DOZE ANOS DE IDADE INCOM-
PLETOS, e ADOLESCENTES aquela ENTRE DOZE E DEZOITO ANOS DE IDADE.

Essa breve diferenciação é crucial para compreensão deste tema.


Tal distinção é imprescindível para a temática que será abordada neste capítulo. Quando
a pessoa comete algum ilícito de cunho penal, que tenha até 18 anos incompletos, a lei apli-
cável será o Estatuto da Criança e do Adolescente, e não o Código Penal Brasileiro. Agora, se
uma criança (até 12 anos incompletos) cometer ato infracional, a ele não poderá ser aplicada
medida socioeducativa, somente medidas protetivas, previstas no artigo 101, do Estatuto, que
foram transcritas acima.
Importante ressaltar que, se o ato infracional foi cometido por pessoa antes de completar
18 anos de idade, e no que tange à manutenção da aplicação da medida, em caráter EXCEP-
CIONALÍSSIMO, aplicar-se-á o Estatuto da Criança e do Adolescente a quem tenha até 21
anos, conforme estabelecido no artigo 2º, parágrafo único do Estatuto:

Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.

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Vale ficar de olho no esquema:

Pessoa em conflito com a Lei


Idade Conduta Qual Lei aplicar? Qual medida?
Medida Protetiva.
Até 12 anos Estatuto da Criança
Ato infracional Arts. 101 e 105,
incompletos? e do Adolescente.
Estatuto.

Medida sócio
Até 18 anos Estatuto da Criança
Ato infracional educativa.
incompletos e do Adolescente.
Art. 104, Estatuto

Caráter excepcional será aplicado o Estatuto da Criança e do


Entre 18 e 21 anos
Adolescente

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça1 (STJ) decidiu afetar os Recursos Es-
peciais n. 1.705.149 e 1.717.022, ambos de relatoria do ministro Sebastião Reis Júnior, para
julgamento pelo sistema de recursos repetitivos. Cadastrada como Tema 992 no sistema de
acompanhamento dos repetitivos, a questão submetida a julgamento está assim resumida:

É possível o cumprimento da medida socioeducativa até os 21 anos de idade, aplicada a


adolescente em razão de fato praticado durante a menoridade.

Portanto,

1
Disponível em: <Cumprimento de medida socioeducativa até 21 anos é tema de repetitivo (stj.jus.br)> Acesso em 09 Jul
2021.

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Atenção à Súmula n. 605 : 2

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/03/2018, DJe 19/03/2018

Brevemente, vale saber o processo legislativo histórico no Brasil, da lei que se refere à
proteção e à aplicabilidade das normas aplicadas ao adolescente quando este comete ato
infracional.
Hoje, como dito na apostila inicial, a criança e o adolescente estão sob o princípio da pro-
teção integral, contudo nem sempre foi assim.
O primeiro momento da legislação referente ao direito infracional no Brasil surgiu no início
do século XIX e foi até o início do século XX – neste momento, o tratamento penal voltado
a crianças e adolescentes era igual ao aplicado para os adultos, entretanto menores que ti-
nham entre 7 e 18 anos possuíam direito à diminuição de 1/3 da pena, e o caráter da pena era
retributivo.
Em 1927, com a vigência do Código Mello Matos, surgiu a doutrina da situação irregular,
o que foi mantido pelo Código de Menores (1979) – que durou até 1990 – até a entrada em
vigor do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Código de Mello Matos e o Código de Meno-
res tinham por preocupação o tratamento dado de forma igual para menores e maiores, mas,
todavia, o menor era ainda OBJETO, e não sujeito de direitos.
Somente com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente é que surgiu a DOUTRI-
NA DA PROTEÇÃO INTEGRAL, que tem dois pilares: reconhecimento da criança e do adoles-
cente como pessoa em desenvolvimento e do princípio do melhor interesse. Essencialmente,
através dessa doutrina, houve grande impacto no remodelamento da lei e é justamente a
partir desta mudança que se inicia nosso estudo.

1.1. Dos Direitos Individuais


1.1.1. Liberdade

A liberdade é bem maior, portanto, para que o adolescente seja privado de sua liberdade,
é preciso que se tenha: FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL ou ORDEM ESCRITA E FUNDA-
MENTADA DA AUTORIDADE COMPETENTE, situação em que o adolescente tem de ser in-
formado sobre a identificação dos responsáveis pela sua apreensão e sobre seus direitos.
Ainda a apreensão gera o dever de informar incontinenti à autoridade competente, à família
2
Disponível em: <http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2018/2018-03-19_10-02_
Terceira-Secao-aprova-sumula-sobre-maioridade-penal.aspx>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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do aprendido ou a pessoa por ele indicada – dentro deste contexto deve ser, SOB PENA DE
RESPONSABILIDADE, a possibilidade de liberação imediata.
O Código de Processo Penal estabelece em seu artigo 302 o que é considerado fla-
grante delito:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir
ser ele autor da infração.

E quando a preensão decorrer de ordem judicial, será nas seguintes hipóteses:


• Oferecida à representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação
do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da interna-
ção, observado o disposto no art. 108 e parágrafo do Estatuto. Não sendo localizado o
adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determi-
nando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação (Art. 184, § 3º, Estatuto).
• Para cumprimento de medida socioeducativa de internação, se o adolescente estivesse
em liberdade durante processo;
• Para retorno de cumprimento de medida de internação.

Anote aí: o adolescente é APREENDIDO, e não preso!!

A prisão (apreensão) preventiva é ÚLTIMO RECURSO e deve ser PELO MENOR TEMPO
POSSÍVEL. Ademais, o adolescente será separado de adultos e receberá cuidados, proteção e
toda assistência. No que tange ao prazo, e se for necessária a internação, antes da sentença,
poderá ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias, e neste caso a decisão deverá ser fun-
damentada e basear-se em INDICÍOS suficientes de AUTORIA e MATERIALIDADE, DEMONS-
TRADA a necessidade imperiosa da medida.
E, por fim, o adolescente civilmente identificado não será submetido à identificação com-
pulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação,
havendo dúvida fundada.

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1.1.2. Das garantias processuais

No cometimento de ato infracional, aplicar-se-ão as regras previstas no Estatuto da Criança


e do Adolescente e, de FORMA SUBSIDIÁRIA, o Código de Processo Penal, de modo que TODAS
AS GARANTIAS processuais destinadas ao ADULTO também sejam aplicadas ao adolescente.
A Convenção sobre direitos da Criança na ONU que foi promulgada pelo Decreto n.
99.710/1990 exalta diversas garantias ao adolescente que pratique ato infracional. Algumas
delas são: presunção de inocência, direito à informação, celeridade do processo, assistência
jurídica integral, confrontar-se com vítima e testemunha, duplo grau de jurisdição, respeito à
vida privada, adoção de medidas sem que haja necessidade de processo judicial, sendo esta
última para refutar estigmas.
O devido processo legal é IMPRESCINDÍVEL, a teor do artigo 110 do Estatuto. Importan-
te anotar que o procedimento para apurar ato infracional é PROCEDIMENTO JUDICIAL, DE
NATUREZA CONTENCIOSA, com eventual IMPOSIÇÃO DE MEDIDA de responsabilização do
adolescente.
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça3 (STJ) editou a Súmula n. 342:

“Nos procedimentos para a aplicação de medida socioeducativa, é NULA a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente”.

A tutela jurisdicional, denominada “diferenciada” e “socioeducativa”, têm entre suas ca-


racterísticas duas que merecem destaque: INSTRUMENTALIDADE e PRECARIEDADE.
A INSTRUMENTALIDADE determina que a tutela consista em instrumento de defesa social
e educação do adolescente. E a PRECARIEDADE, por sua vez, estabelece à provisoriedade das
medidas jurídicas adotadas, de modo que, cumprida sua finalidade, esgotada está a finalidade
da tutela.
Por sua vez, o artigo 111 do Estatuto prevê as garantias processuais de forma específica,
ou seja, voltada para o adolescente. Veja:
• Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
• Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
• Defesa técnica por advogado;
• Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
• Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
3
Disponível em: <https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/729533925/sumu-
la-342-do-stj-anotada-medida-socioeducativa#:~:text=S%C3%BAmula%20342%20do%20STJ%20anotada%20
J%C3%A1%20as%20s%C3%BAmulas%2C,constitucional%20de%20unificar%20a%20interpreta%C3%A7%C3%A3º%20
das%20leis%20federais>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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• Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do proce-


dimento.

O adolescente que for submetido ao cumprimento de medida socioeducativa, conforme


artigo 49 do SINASE, deverá ter respeitados os seguintes direitos individuais:
• Ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu defensor, em qualquer fase
do procedimento administrativo ou judicial;
• Ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento
de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato infracional cometido me-
diante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado
em unidade mais próxima de seu local de residência;
• Ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade de pensamento e religião e
em todos os direitos não expressamente limitados na sentença;
• Peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qualquer autoridade ou órgão pú-
blico, devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até 15 (quinze) dias;
• Ser informado, inclusive por escrito, das normas de organização e funcionamento do
programa de atendimento e também das previsões de natureza disciplinar;
• Receber, sempre que solicitar, informações sobre a evolução de seu plano individual,
participando, obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso, reavaliação;
• Receber assistência integral à sua saúde;
• Ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco)
anos.

Ao adolescente que cometer ato infracional, é possível que sejam aplicadas medidas so-
cioeducativas.

1.2. Da Lei n. 12.594/2012 – SINASE


Para se tutelar a coletividade da infância e da juventude, se faz necessário articular polí-
ticas públicas governamentais e não governamentais, o que se denomina Sistema de Garan-
tias dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, previsto no artigo 88 do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
O sistema de garantias dos direitos humanos e adolescentes se funda em três eixos
fundamentais:

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Segundo os doutrinadores Luciano Alves Rossato4, Paulo Eduardo Lépore e Rogério San-
ches Cunha, para que ocorra a promoção dos direitos humanos, focam-se as políticas públi-
cas que devem ser desenvolvidas e orientadas em prol da infância, incluindo:

Essas destinam-se ao adolescente que cometeu ato infracional, portanto têm de ser re-
gidas por um sistema próprio – que é o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE), criado pela Lei n. 12.594/2012.
O artigo 3º da Resolução n. 119/2006, da CONANDA, conceitua SINASE como:
4
ROSSATO. Luciano Alves. LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente:
Comentado artigo por artigo. São Paulo: Ed. Saraiva. 11ª. Ed. 2019.

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O SINASE é um conjunto ordenado de princípios, regras e critérios, de caráter jurídico, político, pe-
dagógico, financeiro e administrativo, que envolve desde o processo de apuração de ato infracional
até a execução de medidas socioeducativas.

E o artigo 1º, § 1º, da Lei n. 12.594/2012, prevê:

Entende-se por SINASE o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a exe-
cução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas ESTADUAIS, DIS-
TRITAL e MUNICIPAIS, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de atendi-
mento a adolescente em conflito com a lei.

No que tange à competência, a Lei n. 12.594/2012 prevê:

União Estados Municípios


Formular, instituir, coordenar e
Formular, instituir, coordenar
Formular e coordenar manter o Sistema Municipal de
e manter Sistema Estadual de
a execução da política Atendimento Socioeducativo,
Atendimento Socioeducativo,
nacional de atendimento respeitadas as diretrizes
respeitadas as diretrizes
socioeducativo; fixadas pela União e pelo
fixadas pela União;
respectivo Estado;
Elaborar o Plano Elaborar o Plano Municipal de
Elaborar o Plano Estadual de
Nacional de Atendimento Atendimento Socioeducativo,
Atendimento Socioeducativo
Socioeducativo, em parceria em conformidade com o Plano
em conformidade com o Plano
com os Estados, o Distrito Nacional e o respectivo Plano
Nacional;
Federal e os Municípios; Estadual;
Prestar assistência técnica
e suplementação financeira Criar, desenvolver e manter Criar e manter programas de
aos Estados, ao Distrito programas para a execução atendimento para a execução
Federal e aos Municípios das medidas socioeducativas das medidas socioeducativas
para o desenvolvimento de de semiliberdade e internação; em meio aberto;
seus sistemas;
Instituir e manter o Sistema
Nacional de Informações Editar normas Editar normas
sobre o Atendimento complementares para a complementares para a
Socioeducativo, seu organização e funcionamento organização e funcionamento
funcionamento, entidades, do seu sistema de dos programas do seu
programas, incluindo dados atendimento e dos sistemas Sistema de Atendimento
relativos a financiamento e municipais; Socioeducativo;
população atendida;
Cadastrar-se no Sistema
Contribuir para a Nacional de Informações sobre
Estabelecer com os Municípios
qualificação e ação o Atendimento Socioeducativo
formas de colaboração para o
em rede dos Sistemas e fornecer regularmente
atendimento socioeducativo
de Atendimento os dados necessários ao
em meio aberto;
Socioeducativo; povoamento e à atualização do
Sistema.

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Cofinanciar, conjuntamente
com os demais entes
Estabelecer diretrizes
federados, a execução de
sobre a organização
programas e ações destinados
e funcionamento das Prestar assessoria técnica
ao atendimento inicial de
unidades e programas de e suplementação financeira
adolescente apreendido
atendimento e as normas aos Municípios para a oferta
para apuração de ato
de referência destinadas regular de programas de meio
infracional, bem como aqueles
ao cumprimento das aberto;
destinados a adolescente a
medidas socioeducativas de
quem foi aplicada medida
internação e semiliberdade;
socioeducativa em meio
aberto.
Instituir e manter
processo de avaliação dos
Garantir o pleno
Sistemas de Atendimento
funcionamento do plantão
Socioeducativo, seus
interinstitucional
planos, entidades e
programas;
Financiar, com os demais
Garantir defesa técnica do
entes federados, a execução
adolescente a quem se atribua
de programas e serviços do
prática de ato infracional;
SINASE
Garantir a publicidade
Cadastrar-se no Sistema
de informações sobre
Nacional de Informações sobre
repasses de recursos
o Atendimento Socioeducativo
aos gestores estaduais,
e fornecer regularmente
distrital e municipais,
os dados necessários ao
para financiamento de
povoamento e à atualização do
programas de atendimento
Sistema
socioeducativo.
Cofinanciar, com os demais
entes federados, a execução
de programas e ações
destinados ao atendimento
inicial de adolescente
apreendido para apuração
de ato infracional, bem
como aqueles destinados
a adolescente a quem
foi aplicada medida
socioeducativa privativa de
liberdade.

1.3. Dos Programas de Atendimento


A composição da equipe técnica do programa de atendimento deverá ser interdisciplinar,
compreendendo, no mínimo, profissionais das áreas de: saúde, educação e assistência social.

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O regimento interno deve discriminar as atribuições de cada profissional, sendo proibida a


sobreposição dessas atribuições na entidade de atendimento.
Os programas de atendimento deverão ser inscritos:

São requisitos obrigatórios para inscrição do programa de atendimento:

Requisitos obrigatórios para inscrição do programa de atendimento


Exposição das linhas gerais dos métodos e técnicas pedagógicas, com a
especificação das atividades de natureza coletiva;
Indicação da estrutura material, dos recursos humanos e das estratégias de
segurança compatíveis com as necessidades da respectiva unidade;
Regimento interno que regule o funcionamento da entidade, no qual deverá
constar, no mínimo:
a) o detalhamento das atribuições e responsabilidades do dirigente, de seus
prepostos, dos membros da equipe técnica e dos demais educadores;
b) a previsão das condições do exercício da disciplina e concessão de benefícios e
o respectivo procedimento de aplicação; e
c) a previsão da concessão de benefícios extraordinários e enaltecimento, tendo
em vista tornar público o reconhecimento ao adolescente pelo esforço realizado
na consecução dos objetivos do plano individual;
A política de formação dos recursos humanos;
A previsão das ações de acompanhamento do adolescente após o cumprimento
de medida socioeducativa;
A indicação da equipe técnica, cuja quantidade e formação devem estar em
conformidade com as normas de referência do sistema e dos conselhos profissionais e
com o atendimento socioeducativo a ser realizado;
Adesão ao Sistema de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, bem
como sua operação efetiva.

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A não observância desses requisitos, além da possibilidade de responsabilidade civil e


criminal, serão aplicadas aos dirigentes:

Entidades governamentais Entidades não governamentais


Advertência; Advertência;
Afastamento provisório de seus Suspensão total ou parcial do repasse de
dirigentes; verbas públicas;
Afastamento definitivo de seus Interdição de unidades ou suspensão de
dirigentes; programa;
Fechamento de unidade ou interdição
Cassação do registro.
de programa.

1.3.1. Regimes disciplinares

Conforme o artigo 71 e seguintes da Lei n. 12.594/2012. Todas as entidades de atendi-


mento socioeducativo deverão, em seus respectivos regimentos, realizar a previsão de regime
disciplinar que obedeça aos seguintes princípios:

Tipificação explícita das infrações como leves, médias e graves e determinação


das correspondentes sanções;
Exigência da instauração formal de processo disciplinar para a aplicação de
qualquer sanção, garantidos a ampla defesa e o contraditório;
Obrigatoriedade de audiência do socioeducando nos casos em que seja
necessária a instauração de processo disciplinar;
Sanção de duração determinada;
Enumeração das causas ou circunstâncias que eximam, atenuem ou agravem a
sanção a ser imposta ao socioeducando, bem como os requisitos para a extinção
dessa;
Enumeração explícita das garantias de defesa;
Garantia de solicitação e rito de apreciação dos recursos cabíveis;
Apuração da falta disciplinar por comissão composta por, no mínimo, 3 (três)
integrantes, sendo 1 (um), obrigatoriamente, oriundo da equipe técnica.

Ainda quanto aos regimes disciplinares, devem ser observadas as seguintes regras:
• Nenhum socioeducando poderá desempenhar função ou tarefa de apuração disciplinar
ou aplicação de sanção nas entidades de atendimento socioeducativo;
• Não será aplicada sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regula-
mentar e o devido processo administrativo;
• Não será aplicada sanção disciplinar ao socioeducando que tenha praticado a falta:

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− por coação irresistível ou por motivo de força maior;


− em legítima defesa, própria ou de outrem.

Como o assunto está atrelado essencialmente à medida educativa, será, portanto, tratado
em tópico pertinente, para que o assunto não perca o sentido.

1.4. Das Medidas Socioeducativas


O SINASE (Lei n. 12.594/2012), em seu artigo 1º, § 2º, afirma que as medidas socioedu-
cativas têm por OBJETIVO:
• Responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional,
sempre que possível incentivando a sua reparação;
• Integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por
meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento;
• Desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como
parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os
limites previstos em lei.

O Estatuto deve aplicar as medidas socioeducativas considerando a condição do ado-


lescente de estar em formação e, ainda, sob a doutrina da proteção integral, que trouxe em
seu bojo rol taxativo de medidas socioeducativas que poderão ser aplicadas ao adolescente
quando do cometimento do ato infracional, pela autoridade competente. Veja o entendimento
do Supremo Tribunal Federal5 sobre o tema:

As medidas previstas no ECA têm caráter educativo, preventivo e protetor, não podendo
o Estado ficar impedido de aplicá-las.
[HC 98.381, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 20-10-2009, 1ª T, DJE de 20-11-2009.]

Entretanto, tais medidas têm aspecto pedagógico.


Conforme o artigo 35 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE), a execução das medidas socioedu-
cativas deve ser regida pelos princípios:
• Legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o
conferido ao adulto;
• Excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se
meios de autocomposição de conflitos;
• Prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, aten-
dam às necessidades das vítimas;

5
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029>. Acesso em 1º de Novembro de 2019.

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• Brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que dis-


põe o art. 122 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-
cente);
• Individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do
adolescente;
• Mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida;
• Não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero, nacionali-
dade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertenci-
mento a qualquer minoria ou status; e
• Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo.

A Lei n. 12.594/2012 (SINASE) prevê em seu artigo 49, além de outros, direitos do adoles-
cente submetido ao cumprimento de medida socioeducativa:

Ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu defensor, em qualquer
fase do procedimento administrativo ou judicial;
Ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o
cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato
infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o
adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu local
de residência;
Ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade de pensamento e
religião e em todos os direitos não expressamente limitados na sentença;
Peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qualquer autoridade
ou órgão público, devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até
15 (quinze) dias;
Ser informado, inclusive por escrito, das normas de organização e funcionamento
do programa de atendimento e também das previsões de natureza disciplinar;
Receber, sempre que solicitar, informações sobre a evolução de seu plano
individual, participando, obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso,
reavaliação;
Receber assistência integral à sua saúde;
Ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos filhos de 0 (zero) a 5
(cinco) anos.
A direção do programa de execução de medida de privação da liberdade
poderá autorizar a saída, monitorada, do adolescente nos casos de tratamento
médico, doença grave ou falecimento, devidamente comprovados, de pai, mãe,
filho, cônjuge, companheiro ou irmão, com imediata comunicação ao juízo
competente.

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001. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2019) De acordo com a Lei n. 12.594/2012, que insti-


tuiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), compete à União:
a) desenvolver e oferecer programas próprios de atendimento a adolescentes infratores.
b) criar, desenvolver e manter programas para a execução de medida socioeducativa de
internação.
c) garantir a defesa técnica do adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional.
d) instituir e manter processo de avaliação dos sistemas de atendimento socioeducativo.

a) Errada. Está contrária ao artigo 3º, § 1º, da Lei n. 12.594/2012, que prevê:

§ 1º SÃO VEDADOS à União o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de atendimento.

b) Errada. Afirma que a competência para criar, desenvolver e manter programas para a execu-
ção das medidas socioeducativas de semiliberdade e internação é da UNIÃO. Todavia, o art. 4º
da Lei n. 12.594/2012 afirma que a competência é dos ESTADOS.
c) Errada. Afirma que é da Competência da União garantir a defesa técnica do adolescente a
quem se atribua a prática de ato infracional, todavia o art. 4º, VIII, da Lei n. 12.594/2012 afirma
que a competência é dos Estados.
d) Certa. Está exatamente como disposto em lei, no artigo 3º, VII, da Lei n. 12.594/2012,
que prevê:

VII – instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus
planos, entidades e programas.
Letra d.

1.4.1. Da atenção integral à saúde de adolescente em cumprimento de me-


dida socioeducativa

A atenção integral à saúde do adolescente deve seguir as seguintes diretrizes:

Previsão, nos planos de atendimento socioeducativo, em todas as esferas, da


implantação de ações de promoção da saúde, com o objetivo de integrar as ações
socioeducativas, estimulando a autonomia, a melhoria das relações interpessoais
e o fortalecimento de redes de apoio aos adolescentes e suas famílias;
Inclusão de ações e serviços para a promoção, proteção, prevenção de agravos e
doenças e recuperação da saúde;

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Cuidados especiais em saúde mental, incluindo os relacionados ao uso de álcool e


outras substâncias psicoativas, e atenção aos adolescentes com deficiências;
Disponibilização de ações de atenção à saúde sexual e reprodutiva e à prevenção
de doenças sexualmente transmissíveis;
Garantia de acesso a todos os níveis de atenção à saúde, por meio de referência e
contrarreferência, de acordo com as normas do Sistema Único de Saúde (SUS);
Capacitação das equipes de saúde e dos profissionais das entidades de
atendimento, bem como daqueles que atuam nas unidades de saúde de
referência voltadas às especificidades de saúde dessa população e de suas
famílias;
Inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde do SUS, bem como no Sistema de
Informações sobre Atendimento Socioeducativo, de dados e indicadores de saúde
da população de adolescentes em atendimento socioeducativo;
Estruturação das unidades de internação conforme as normas de referência do
SUS e do SINASE, visando ao atendimento das necessidades de Atenção Básica.
Obs.: As entidades que ofereçam programas de atendimento socioeducativo em
meio aberto e de semiliberdade deverão prestar orientações aos socioeducandos
sobre o acesso aos serviços e às unidades do SUS.
Obs.: As entidades que ofereçam programas de privação de liberdade deverão
contar com uma equipe mínima de profissionais de saúde cuja composição esteja
em conformidade com as normas de referência do SUS.

1.4.2. Do atendimento a adolescente com transtorno mental e com depen-


dência de álcool e de substância psicoativa

O adolescente em cumprimento de medida socioeducativa que apresente indícios de


transtorno mental, de deficiência mental ou associadas deverá ser avaliado por equipe téc-
nica multidisciplinar e multissetorial, que deverão seguir as normas de referência do SUS e
do SINASE. Tal avaliação subsidiará a elaboração e a execução da terapêutica a ser adotada,
a qual será incluída do PIA do adolescente, prevendo, se necessário, ações voltadas para a
família. Todas as informações são SIGILOSAS.
Em caráter excepcional, o juiz poderá SUSPENDER a execução da medida socioeducativa,
ouvidos o defensor e o Ministério Público, com vistas a incluir o adolescente em programa de
atenção integral à saúde mental que melhor atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos
para o seu caso específico.
No caso de suspensão da execução da medida socioeducativa, o juiz designará o res-
ponsável por acompanhar e informar sobre a evolução do atendimento ao adolescente.
A suspensão da execução da medida socioeducativa será avaliada, no mínimo, a cada
6 (seis) meses.

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Há uma classificação das medidas socioeducativas elaborada por FLÁVIO AMÉRICO


FRASSETO6, que vale reprodução diante da superqualidade da classificação. Veja:

CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS


Quanto à severidade:
• Meio aberto: o adolescente permanece junto à comunidade;
• Meio fechado: o adolescente permanece institucionalizado;
• Meio semiaberto: há um misto, em que por um período o adolescente
permanece institucionalizado, enquanto em outro permanece junto a família.

Normalmente, essa nomenclatura é substituída por outra, segundo a qual as


medidas são restritivas de liberdade ou em meio aberto.
Quanto à forma de cumprimento:
• Por tarefa: a medida estará cumprida se o adolescente desempenhar
determinada tarefa.
Exemplo: prestação de serviço a comunidade.
• Por desempenho: haverá necessidade de suprimento de necessidades
pedagógicas, sendo que o projeto poderá ser redefinido no transcorrer de seu
cumprimento; Ex.: Liberdade assistida.
Quanto à duração:
• De duração instantânea: não se prolonga no tempo.
Exemplo: advertência;
• De duração continuada: prolonga-se no tempo.

Tempo mínimo:
• Determinado: liberdade assistida;
• Indeterminado: Prestação de serviço a comunidade.

Tempo máximo:
• Legal: a lei fixa o tempo máximo – internação;
• Judicial: internação-sanção, em que o juiz fixa seu prazo máximo, muito
embora tenha o limite de três meses.
Quanto ao gerenciamento da medida:
• Gerenciamento judicial: é o próprio poder judiciário quem gerencia: exemplo:
obrigação de reparar o dano;
• Gerenciamento pelo Executivo Municipal: liberdade assistida e prestação de
serviços à comunidade;
• Gerenciamento pelo executivo estadual: internação e semiliberdade.

Antes de adentrar em cada medida, importante registrar que a medida aplicada tem de
levar em conta três elementos: a CAPACIDADE DO ADOLESCENTE DE CUMPRI-LA, AS CIR-
CUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE DA INFRAÇÃO.
6
Disponível em:<http://www.stf.jus.br/arquivo/biblioteca/NovasAquisicoes/2011-07/900821/sumario.pdf>. Acesso em 1º
de Novembro de 2019.

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Além disso, em hipótese alguma e sob pretexto algum será admitida a prestação de traba-
lho forçado. E, por fim, deve ser observado que, quando se tratar de adolescentes com doença
ou deficiência mental, receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às
suas condições.
Feitas essas considerações, vejamos as medidas socioeducativas de forma por-
menorizada:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

DICA:
P - Prestação de serviços
A - Advertência
I – Inserção em regime de semiliberdade
I – Internação
O - Outras
L – Liberdade assistida

A medida socioeducativa é uma medida jurídica a ser aplicada, em procedimento adequa-


do ao adolescente, autor do ato infracional, exclusivamente pelo juiz, conforme o disposto no
artigo 36 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE), e do mesmo modo o disposto na Súmula n. 108 do
Supremo Tribunal de Justiça8.

7
Disponível em: <http://byrata.blogspot.com/2006/03/velho-paiol.html>. Acesso em 30 de Outubro de 2019.
8
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSumula108.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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“A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


É DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUIZ.”

O § 2º, do artigo 1º, da Lei n. 12.594/2012 estabelece os objetivos que devem ser obser-
vados ao aplicar medida socioeducativa ao adolescente. Os objetivos são:
• A responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracio-
nal, sempre que possível incentivando a sua reparação;
• A integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais,
por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento; e
• A desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como
parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os
limites previstos em lei.

O programa de atendimento a organização e funcionamento tem de ter as condições ne-


cessárias para o cumprimento das medidas socioeducativas. Unidade é a base física neces-
sária para a organização e o funcionamento do programa de atendimento.
E, ainda, por entidade de atendimento a pessoa jurídica de direito público ou privado que
instala e mantém a unidade e os recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvi-
mento de programas de atendimento.
A execução das medidas tramita em processos de forma distinta, conforme o quadro abaixo:

Execução nos autos do processo de


Constituição processo de execução para cada
conhecimento, quando aplicadas de forma
adolescente
isolada
Medida socioeducativa de prestação de serviços à
Medida de proteção
comunidade
Medida de advertência Medida socioeducativa de liberdade assistida
Medida socioeducativa de semiliberdade ou de
Medida de reparação do dano
internação.
Nestes casos deverão ser autuadas as seguintes peças:
I – documentos de caráter pessoal do adolescente
existentes no processo de conhecimento, especialmente
os que comprovem sua idade; e
II – as indicadas pela autoridade judiciária, sempre que
houver necessidade e, obrigatoriamente:
a) cópia da representação;
b) cópia da certidão de antecedentes;
c) cópia da sentença ou acórdão; e
d) cópia de estudos técnicos realizados durante a fase
de conhecimento.
Parágrafo único. Procedimento idêntico será observado
na hipótese de medida aplicada em sede de remissão,
como forma de suspensão do processo.

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Considera-se mais grave a internação, em relação a todas as demais medidas, e mais


grave a semiliberdade, em relação às medidas de meio aberto.
Retomando as medidas socioeducativas, vejamos cada uma delas de forma indi-
vidualizada.

1.4.3. Da Advertência

Sobre a medida socioeducativa de advertência o Estatuto apresenta a definição da adver-


tência, em seu artigo 115:

A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.

A advertência (ADV) é simples repreensão verbal, que se esgota em si. Entretanto, devem
ser observados os seguintes requisitos:
• Prova de materialidade da autoria do ato infracional;
• Desnecessidade do acompanhamento posterior do adolescente;
• Admoestação verbal conduzida pelo Juiz da Infância e da Juventude;
• Redução a termo da advertência.

1.4.4. Da obrigação de reparar o dano

Medida que visa compensar a vítima pelo dano sofrido, através de restituição do bem, do
ressarcimento em pecúnia ou outras formas, conforme previsão do artigo 116 do Estatuto:

Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for
o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada.

A obrigação de repara o dano (ORD), tem por características:


• Prova de autoria e materialidade da infração;
• Gerenciamento realizado pelo próprio judiciário;
• Extinção da medida se dá pela reparação efetiva do dano, motivo pelo que se denomina
medida por tarefa, e não pelo desempenho.

1.4.5. Dos programas de meio aberto

Dentre as medidas socioeducativas, duas delas podem ser em programas de meio aberto:
a de prestação de serviços à comunidade e a de liberdade assistida.

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Quando da aplicação dessas medidas, segundo o artigo 13 da Lei n. 12.594/12 – SINASE,


será da COMPETÊNCIA da direção do programa:
• Selecionar e credenciar orientadores, designando-os, caso a caso, para acompanhar e
avaliar o cumprimento da medida;
• Receber o adolescente e seus pais ou responsável e orientá-los sobre a finalidade da
medida e a organização e funcionamento do programa;
• Encaminhar o adolescente para o orientador credenciado;
• Supervisionar o desenvolvimento da medida; e
• Avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento da medida e, se necessário, pro-
por à autoridade judiciária sua substituição, suspensão ou extinção.

E ainda e medida de prestação de serviços à comunidade selecionar e credenciar entida-


des assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congêneres, bem como os
programas comunitários ou governamentais, de acordo com o perfil do socioeducando e o
ambiente no qual a medida será cumprida.
Vejamos, agora, as medidas socioeducativas que se enquadram em programas de
meio aberto.

1.4.5.1. Da prestação de serviços à comunidade (PSC)

Tal medida encontra respaldo no artigo 117 do Estatuto. Veja:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse ge-


ral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e
outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo
ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e fe-
riados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal
de trabalho.

A medida de serviços à comunidade exige a conjunção dos seguintes requisitos:


• Apuração da materialidade e da autoria de ato infracional, mediante sentença, salvo no
caso de remissão;
• Possibilidade física e mental para a realização das tarefas;
• Abertura de processo e execução de medida, com expedição de guia de execução;
• Acompanhamento por entidade de atendimento responsável pela execução do respec-
tivo programa, com remessa de relatório: a entidade de atendimento (governamental
ou não);
• Período inferior a 6 meses, à proporção máxima de oito horas por semanas.

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1.4.5.2. Da liberdade assistida

Tal medida tem seu fundamento e suas regras nos artigos 118 e 119 do Estatuto:

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para
o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º – A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser re-
comendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º – A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realiza-
ção dos seguintes encargos, entre outros:
I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive,
sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
IV – apresentar relatório do caso.

A medida de Liberdade Assistida tem como requisitos:


• Acompanhamento por entidade de atendimento, responsável pela execução da respec-
tiva medida com remessa de relatórios. Dentre essa medida é possível:
− Promover socialmente o adolescente e sua família;
− Supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente;
− Diligencias no sentido da profissionalização do adolescente e sua inserção no mer-
cado de trabalho;
− Apresentar relatórios do caso;
• Prazo mínimo de 6 meses e máximo de 3 anos.

1.4.6. Programas de privação de liberdade

Quando a medida socioeducativa restringir liberdade, os programas de privação de liber-


dade, para que sejam inscritos, terão de cumprir os requisitos específicos abaixo descritos:
• A comprovação da existência de estabelecimento educacional com instalações ade-
quadas e em conformidade com as normas de referência;
• A previsão do processo e dos requisitos para a escolha do dirigente;
• A apresentação das atividades de natureza coletiva;
• A definição das estratégias para a gestão de conflitos, vedada a previsão de isolamento
cautelar, exceto nos casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e
• A previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72 da Lei do SINASE.
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É vedada a edificação de unidades socioeducacionais em espaços contíguos, anexos ou


de qualquer outra forma integrados a estabelecimentos penais.
A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, medidas para proteção do interno
em casos de risco à sua integridade física, à sua vida ou à de outrem, comunicando, de ime-
diato, seu defensor e o Ministério Público.
O dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou internação, além
dos requisitos específicos, deverá ter:
• Formação de nível superior compatível com a natureza da função;
• Comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e
• Reputação ilibada.

Quando houver prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade, deve ser
descontado do prazo de cumprimento da medida socioeducativa.
E, ainda, o artigo 46 da Lei n. 12.594/2012 prevê que o MANDADO DE BUSCA E APREEN-
SÃO DO ADOLESCENTE terá vigência máxima de 6 meses, a contar da data da expedição,
podendo, se necessário, ser renovado, fundamentadamente.
Vejamos as medidas socioeducativas que restringem a liberdade.

1.4.6.1. Medida de semiliberdade

A medida de semiliberdade é mais gravosa, vez que o adolescente será cerceado em sua
liberdade, contudo é privação parcial. Justamente por ser privativa de liberdade, devem ser
observados os princípios: BREVIDADE, EXCEPCIONALIDADE E RESPEITO À CONDIÇÃO DE
PESSOA EM DESENVOLVIMENTO.
Pode ser aplicada por sentença na ação socioeducativa, ou como forma de transição da
internação para o meio aberto. Vale registrar que NÃO PODE SER APLICADA EM CUMULAÇÃO
À REMISSÃO.
Seu respaldo legal está no artigo 120, do Estatuto, no seguinte teor:

O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o
meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização
judicial.
§ 1º – São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º – A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.

A medida de semiliberdade exige os seguintes requisitos:


• Apuração de materialidade e da autoria, mediante sentença, não podendo ser aplicada
em cumulação à remissão;

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

• Sujeição de prazo indeterminado, dentro do limite de 3 anos;


• Aplicação do princípio da incompletude institucional;
• Manutenção de atividades externas, nisto consiste esta medida.

1.4.6.2. Da internação

A internação é medida excepcional, gravosa, vez que restringe o adolescente de liberdade,


portanto sujeita aos princípios de: brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar
de pessoa em desenvolvimento, conforme previsto no artigo 121 do Estatuto. Sobre tal medi-
da, vale observar os apontamentos do Defensor Público Federal Dr. Pedro Coelho9 diante de
decisão do Superior Tribunal de Justiça:

Excepcionalidade da Medida de Segurança da Internação. HC 125016/SP, red. orig. Min.


Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 15.3.2016. (HC-125016).
O ato de internação do menor é medida a ser deliberada em caráter de excepcionali-
dade, especificamente quando atendidos os requisitos do artigo 122 do ECA. Assim,
deveremos estar diante de (i) ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa; (ii) reiteração no cometimento de outras infrações graves e/ou (iii) por
descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Conside-
rando que a internação é medida dotada de caráter de excepcionalidade, o magistrado
deverá fundamentar concretamente, apontando as razões concretas pela a sua adoção
em cada caso.

A internação é considerada a medida mais grave em relação a todas as demais medidas,


conforme previsão do artigo 42, § 3º, da Lei do SINASE.
Seu fundamento legal está previsto dos artigos 121 ao 125 do Estatuto e devem ser ob-
servados os seguintes requisitos:
• Apuração de autoria e materialidade, mediante sentença;
• Não pode ser aplicada em cumulação com remissão;
• É vedada sua aplicação com fundamento exclusivo na confissão do adolescente, a teor
a Súmula n. 342, STJ;
• Possibilidade física e mental do adolescente;
• Somente será aplicada se não existir outra medida adequada à ressocialização;
• Somente ser aplicada nas hipóteses previstas em lei (taxativamente);
• Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da enti-
dade, salvo expressa determinação judicial em contrário;

9
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>. Acesso em 1º de
Novembro de 2019.

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Fabiana Borges

• Medida de internação no máximo 3 anos, atingindo esse limite o adolescente deverá


ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida;
• A liberação será compulsória aos 21 anos de idade;
• Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público;
• Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Sobre o tema vale a leitura da decisão do Supremo Tribunal Federal10:

O ECA e a jurisprudência do STF consideram o ato infracional cometido mediante grave


ameaça e violência a pessoa como sendo passível de aplicação da medida de inter-
nação. Na espécie, a fundamentação da decisão proferida pelo Juízo da Infância e da
Juventude demonstra não ocorrer constrangimento ilegal, única hipótese que autoriza-
ria a concessão da ordem, pois a internação imposta ao paciente, além de atender às
garantias constitucionais da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal
e da excepcionalidade, respeitou a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
ao destacar a gravidade do ato infracional e os elementos de prova que justificaram a
opção do magistrado pela medida extrema.
[HC 97.183, rel. min. Cármen Lúcia, j. 28-4-2009, 1ª T, DJE de 22-5-2009.]
= RHC 104.144, rel. min. Luiz Fux, j. 14-6-2011, 1ª T, DJE de 9-8-2011.

Sobre o tema, importante anotar a Súmula n. 492, do Superior Tribunal de Justiça11:

Súmula n. 492 do STJ – O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não
conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do ado-
lescente. (Súmula n. 492, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012)

Diante das especificidades da medida, é preciso abordar o tema de forma mais por-
menorizada.
Quanto às modalidades de internação, existem três previstas no Estatuto. Vale registrar
o quadro de Luciano Alves Rossato, Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches Cunha12, com
algumas alterações – a saber:

10
Disponível em:<http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
11
Disponível em: <http://www.coad.com.br/busca/detalhe_16/2427/Sumulas_e_enunciados>. Acesso em 30 de Julho de
2020.
12
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo; CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente. 11ª.
Ed. São Paulo: Saraiva jur, 2019, p.401.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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Modalidades de internação
Fundamento
Modalidades de Internação Características
legal
Decretada pelo magistrado,
no processo de conhecimento, Art. 108,
Internação Provisória
antes da sentença. Estatuto.
Prazo limitado a 45 dias.
Decretada pelo magistrado, em
Internação com prazo sentença proferida no processo Art. 122, I, e II,
indeterminado de conhecimento. Estatuto
Prazo máximo de 3 anos.
Decretada pelo magistrado em
Internação com prazo
processo de execução, em razão
determinado, denominada Art. 122, III,
de descumprimento de medida
também Estatuto
anteriormente imposta. Tem
Internação Sanção
prazo máximo de 3 meses

A medida de internação SOMENTE SERÁ APLICÁVEL nas hipóteses do artigo 122


do Estatuto:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Obs.: Neste
caso, ATÉ 3 MESES.

Por fim, ainda sobre a medida de internação, o artigo 124 do Estatuto determina direitos
ao adolescente privado de sua liberdade. Veja:

DIREITOS DO ADOLESCENTE PRIVADO DE LIBERDADE (ART. 124)


Entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público
Peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Avistar-se reservadamente com seu defensor
Ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
Ser tratado com respeito e dignidade;
Permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao
Domicílio de seus pais ou responsável;
Receber visitas, ao menos, semanalmente;
Corresponder-se com seus familiares e amigos;

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Ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;


Habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
Receber escolarização e profissionalização;
Realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Ter acesso aos meios de comunicação social;
Receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje
Manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-
los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da
entidade;
Receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à
vida em sociedade.
Observações:
Nenhum caso haverá incomunicabilidade;
A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive
de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente.
É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-
lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

No caso de medida de internação, esta poderá ser desafiada por habeas corpus.
Ainda sobre internação, e no que toca às visitas aos adolescentes que cumpram essa
medida, importante notar a teor do artigo 67 da Lei n. 12.594/2012:
• A visita do cônjuge, companheiro, pais ou responsáveis, parentes e amigos a adoles-
cente a quem foi aplicada medida socioeducativa de internação observará dias e horá-
rios próprios definidos pela direção do programa de atendimento.
• É assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em união estável
O DIREITO À VISITA ÍNTIMA.
• É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de inter-
nação O DIREITO DE RECEBER VISITA DOS FILHOS, INDEPENDENTEMENTE DA IDADE
DESSES.

002. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO/TJ-AM/2019) Júnia, de quatorze anos de ida-


de, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de natureza sexual consis-
tente em conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo,
alega que o ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos
legais e jurisprudenciais a ela relacionados.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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Se Pierre for condenado por estupro, o regime de cumprimento de pena será integralmente
fechado, por se tratar de crime hediondo.

A assertiva está ERRADA, pois viola a Súmula Vinculante n. 26 do Supremo Tribunal Federal,
que determina:

Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado,
o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de
1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjeti-
vos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame
criminológico.

Ademais, o Código Penal, no que toca à pena, determina em seu artigo 33, § 2º:

A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção em
regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
(...)
§ 2º – As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferên-
cia a regime mais rigoroso.
Errado.

Ainda dentro da temática de restrição de liberdade do adolescente, vale observar o se-


guinte julgado do Supremo Tribunal Federal13:

O art. 120 da Lei n. 8.069/1990 garante a realização de atividades externas indepen-


dentemente de autorização judicial. O Estado tem o dever de assegurar à criança e ao
adolescente o direito à convivência familiar (art. 227, caput, da Constituição do Brasil). O
objetivo maior da Lei n. 8.069/1990 é a proteção integral à criança e ao adolescente, aí
compreendida a participação na vida familiar e comunitária. Restrições a essas garan-
tias somente são possíveis em situações extremas, decretadas com cautela em deci-
sões fundamentadas, o que no caso não se dá. Ordem parcialmente concedida para per-
mitir ao paciente a realização de atividades externas e visitas à família sem a imposição
de qualquer condição pelo juízo da Vara da Infância e Juventude.
[HC 98.518, rel. min. Eros Grau, j. 25-5-2010, 2ª T, DJE de 18-6-2010.]

Para inscrição de programas de regime de semiliberdade ou internação, devem ser observa-


dos requisitos específicos, conforme determinação do artigo 15 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE):

13
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029>. Acesso em 1º de Novembro de 2019.

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• A comprovação da existência de estabelecimento educacional com instalações ade-


quadas e em conformidade com as normas de referência;
• A previsão do processo e dos requisitos para a escolha do dirigente;
• A apresentação das atividades de natureza coletiva;
• A definição das estratégias para a gestão de conflitos, vedada a previsão de isolamento
cautelar, exceto nos casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e
• A previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72 desta Lei.

As normas de referência da estrutura física de onde o adolescente será internado DEVEM


ser COMPATÍVEIS com o SINASE (Art. 16, Lei n. 12.594/2012). E, ainda, é vedada a edificação
de unidades socioeducacionais em espaços contíguos, anexos ou de qualquer outra forma
integrados a estabelecimentos penais.
A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, MEDIDAS PARA PROTEÇÃO DO
INTERNO EM CASOS DE RISCO À SUA INTEGRIDADE FÍSICA, À SUA VIDA OU À DE OUTREM,
comunicando, de imediato, seu defensor e o Ministério Público.
O artigo 17 da Lei n. 12.594/2012 estabelece que para o exercício da função de dirigente
de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou de internação, além dos requisi-
tos específicos previstos no respectivo programa de atendimento, é necessário:
• Formação de nível superior compatível com a natureza da função;
• Comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e
• Reputação ilibada.

Quando o adolescente estiver em medida de internação terá direito a visitas do cônjuge,


companheiro, pais ou responsáveis, parentes, filhos e amigos a adolescente a quem foi apli-
cada medida socioeducativa de internação observará dias e horários próprios definidos pela
direção do programa de atendimento, conforme previsão dos artigos 67 e 69 do SINASE.
Se for casado ou viver em união estável, também terá direito a visita íntima (art. 68 do
SINASE). Neste caso, o visitante será identificado e registrado pela direção do programa de
atendimento, que emitirá documento de identificação, pessoal e intransferível, específico para
a realização da visita íntima.
Sobre a execução de medida socioeducativa, estas deverão ser avaliadas, e a avaliação
tem por objetivo:
• Verificar a situação do adolescente após cumprimento da medida socioeducativa, to-
mando por base suas perspectivas educacionais, sociais, profissionais e familiares; e
• Verificar reincidência de prática de ato infracional.

As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação de-


verão ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo a autoridade judiciária, se
necessário, designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, cientificando o defensor, o

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Ministério Público, a direção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou res-


ponsável, conforme disposto no artigo 42 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE).
A teor do artigo 46 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE), a medida socioeducativa será decla-
rada extinta:
• Pela morte do adolescente;
• Pela realização de sua finalidade;
• Pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou
semiaberto, em execução provisória ou definitiva;
• Pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao
cumprimento da medida;
• Nas demais hipóteses previstas em lei.

003. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PI/2012) Com relação às regras de apuração,


processamento e julgamento de ato infracional atribuído a adolescente previstas no ECA, as-
sinale a opção correta.
a) Em casos excepcionais, em razão de grave abalo da ordem pública ou de reiteração infra-
cional, é permitido ao juiz manter o adolescente internado provisoriamente pelo prazo máxi-
mo de noventa dias.
b) Compete concorrentemente ao juiz e ao promotor de justiça a aplicação de medidas socio-
educativas ao adolescente representado que tenha praticado ato infracional.
c) Ainda que o adolescente representado confesse a autoria da infração, o advogado de defe-
sa não pode desistir da produção de outras provas, sob pena de nulidade desse ato.
d) O juiz pode decretar a regressão da medida socioeducativa sem a oitiva prévia do adoles-
cente e de seu defensor.
e) O prazo prescricional para aplicação de medidas socioeducativas não corre para os que
são absolutamente incapazes, em conformidade com as regras de prescrição previstas no
Código Civil.

a) Errada. Viola o previsto no artigo 183 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente inter-


nado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Neste mesmo sentido caminha o entendimento do Superior Tribunal de Justiça14:

14
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862862064/habeas-corpus-hc-302696-sp-2014-0217799-0?ref=-
serp>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. ESTATUTO


DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO DELITO
DE LESÃO CORPORAL. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO. POSSIBILIDADE. GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA À PESSOA. REITERAÇÃO
DELITIVA. ART. 122, INCISOS I E II, DA LEI N. 8.069/90. RELATÓRIO TÉCNICO DA FUNDA-
ÇÃO CASA. NÃO VINCULAÇÃO DO JUIZ. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. Diante da hipótese de habeas corpus substitutivo
de recurso próprio, a impetração não deve ser conhecida, segundo orientação jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal e do próprio Superior Tribunal de Justiça. Contudo,
considerando as alegações expostas na inicial, razoável a análise do feito para verificar
a existência de eventual constrangimento ilegal. 2. A alegação de falta de prazo razo-
ável entre a citação e a audiência de apresentação deve ser formalizada em momento
oportuno, sendo imprescindível a comprovação de efetivo prejuízo para a ampla defesa,
pois não se invalida ato processual que não tenha influído na qualidade da jurisdição
prestada e é a própria lei especial que impõe a celeridade do procedimento, que deve ser
concluído em 45 dias em caso de internação provisória (art. 183 do ECA) (HC 331.149/
SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 02/05/2016) 3. O art.
122 do Estatuto da Criança e do Adolescente autoriza a imposição da medida socioe-
ducativa de internação somente nas hipóteses de ato infracional praticado com grave
ameaça ou violência contra a pessoa, reiteração no cometimento de outras infrações
graves ou descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta.
Na hipótese dos autos, observa-se que a imposição da internação por prazo indetermi-
nado deveu-se ao fato de ter sido atribuído ao paciente ato infracional praticado com
violência e grave ameaça à pessoa, qual seja lesão corporal, bem como por ter cometido
outros atos infracionais anteriores e, ainda, em razão da gravidade concreta da conduta,
que foi praticada contra menor de 12 anos de idade, aplicando-se ao caso o disposto no
art. 122, incisos I e II, da Lei n. 8.069/90. 4. Conforme a jurisprudência desta Corte Supe-
rior, as conclusões do relatório técnico apresentado pela Fundação CASA, mesmo que
sugira a aplicação de medida socioeducativa mais branda, não vinculam o Juiz, o qual,
com base no princípio do livre convencimento motivado, pode fundamentar a manu-
tenção da medida de internação em outros elementos e provas constantes dos autos.
Habeas corpus não conhecido.
(STJ – HC: 302696 SP 2014/0217799-0, Relator: Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Data de
Julgamento: 04/10/2016, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/10/2016)

b) Errada. Viola a Súmula n. 108 do Superior Tribunal de Justiça15:

15
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSumula108.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


é da competência exclusiva do juiz.

c) Certa. Nos termos da Súmula n. 342 do Superior Tribunal de Justiça16:

No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente.

d) Errada. Contraria o disposto na Súmula n. 265 do Superior Tribunal de Justiça17:

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa.

e) Errada. Viola o disposto na Súmula n. 338 do Superior Tribunal de Justiça18:

A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

Sobre essa assertiva, vale notar que a regência de medida socioeducativa está no Estatuto da
Criança e do Adolescente, e na Lei do SINASE, de modo que não se aplica o Código Civil.
Letra c.

1.5. Da Responsabilização dos Gestores, Operadores e Entidades de


Atendimento
O legislador pretende que as leis aplicadas a crianças e adolescentes sejam, de fato, cum-
pridas, e, em caso de descumprimento, há imposição de sanção.
Quando houver desrespeito ou descumprimento da Lei n. 12.594/2012, por gestores, ope-
radores e prepostos de entidades governamentais, deverá ser o fato comunicado ao Minis-
tério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências
cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade e ainda:
• advertência;
• afastamento provisório de seus dirigentes;
• afastamento definitivo de seus dirigentes;
• fechamento de unidade ou interdição de programa.

16
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSumula342.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
17
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2011_20_capSumula265.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
18
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSumula338.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

E, quando em entidades não governamentais, deverá ser o fato comunicado ao Ministério


Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabí-
veis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade e ainda:
• advertência;
• suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
• interdição de unidades ou suspensão de programa;
• cassação do registro.

2. Da Apuração do Ato Infracional


Como já dito exaustivamente, o Estatuto é norma voltada especificamente para crianças
e adolescentes, considerando a fase de desenvolvimento de tais pessoas, de modo que, no
que tange à apuração do ato infracional tal norma estabeleceu rito processual próprio para
apuração de ato infracional e este rito é composto por três fases distintas:

Vejamos cada fase de forma pormenorizada.

2.1. Fase Policial


A fase policial iniciará com a APREENSÃO em flagrante do autor do ato infracional (Art.
172, Estatuto), que será encaminhado à sede policial, especializada, quando houver, para a
lavratura do auto. Todavia se ele for apreendido por decisão judicial, será, desde logo, enca-
minhado à autoridade judiciária (Art. 171).
O parágrafo único do artigo 172, do Estatuto prevê:

Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de


ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especiali-
zada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição
policial própria.

Prevê o artigo 173 do Estatuto que, se o flagrante de ato infracional for cometido mediante
violência ou grave ameaça à pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arti-
gos 106 e 107, deverá:

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I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.

Todavia, o Estatuto determina, em seu artigo 174, que, se comparecer qualquer dos pais
ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo
de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Pú-
blico, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Na hipótese de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adoles-
cente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia de auto de apreensão ou
boletim de ocorrência, sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial enca-
minhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante
do Ministério Público no prazo de 24 horas.
E ainda, nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-
-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente
aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo,
em qualquer hipótese, exceder o prazo de 24 horas.
Não sendo flagrante, tal fase iniciará após registro de ocorrência que poderá ser feito por
qualquer pessoa, que tenha conhecimento do ilícito.

2.2. Fase de Atuação do Ministério Público


Inicialmente importante ressaltar que a defesa e o Ministério Público INTERVIRÃO, sob
pena de NULIDADE do procedimento judicial de execução de medida socioeducativa, confor-
me determinação do artigo 36 da Lei n. 12.594/2012.
Após as diligências policiais e autuação do boletim de ocorrência, o adolescente será
apresentado ao Ministério Público, que deverá proceder conforme previsão do artigo 179
do Estatuto:

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto


de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judi-
cial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente
à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os
pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias
civil e militar.

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Diante do narrado acima, o representante do Ministério Público PODERÁ:


• Promover o arquivamento dos autos;
• Conceder a remissão;
• Representar à autoridade judiciária para aplicação de medida SOCIOEDUCATIVA.

Vale o visualizar o esquema abaixo:

Na hipótese de arquivamento dos autos ou de concessão de remissão, os autos SERÃO


CONCLUSOS À AUTORIDADE JUDICIAL PARA HOMOLOGAÇÃO. Em seguida, se for o caso, a
autoridade determinará o cumprimento da medida.
Se a autoridade judiciária discordar, remeterá os autos ao PROCURADOR-GERAL DE JUS-
TIÇA, e este OFERECERÁ REPRESENTAÇÃO, e designará outro membro do Ministério Público
para apresentá-la OU ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então a autoridade ju-
diciária estará obrigada a homologar.
Observe o esquema:

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Na hipótese de o Ministério Público oferecer representação para aplicação de medida


socioeducativa, esta será encaminhada, por petição, com classificação do ato infracional à
autoridade judiciária com a proposta de instauração do procedimento para a aplicação da
respectiva medida.
Vale registrar que a representação independe de prova pré-constituída da autoria e ma-
terialidade.
O procedimento tem de ser concluído no prazo máximo e improrrogável de 45 dias.

2.3. Fase Judicial


Após a representação do Ministério Público a autoridade judicial designará audiência de
apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da
internação, que não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
Neste contexto algumas regras previstas no artigo 184 do Estatuto devem ser observadas:
• O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação,
e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado;
• Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador
especial ao adolescente;
• Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de bus-
ca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação;
• Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da
notificação dos pais ou responsável;

Sobre a manutenção ou decretação da medida de internação, é imperioso que as regras do


artigo 185 do Estatuto sejam observadas:
• Não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional;

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• Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adoles-


cente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima;
• Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em
repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apro-
priadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de respon-
sabilidade.

Contudo, sobre a medida de internação, vale leitura dos apontamentos do Defensor Públi-
co Federal Dr. Pedro Coelho19:

Relativização da regra do artigo 49, II do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento


Socioeducativo). HC 338.517–SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015, DJe
5/2/2016.
O simples fato de não haver vaga para o cumprimento de medida de privação da liber-
dade em unidade próxima da residência do adolescente infrator não impõe a sua inclu-
são em programa de meio aberto, devendo-se considerar o que foi verificado durante
o processo de apuração da prática do ato infracional, bem como os relatórios técnicos
profissionais. Assim, de acordo com o STJ, a previsão contida no inciso II do art. 49 não
pode ser aplicada indistintamente ou sem qualquer critério. A regra tanto do artigo 49, II
do SINASE, como também do artigo 124, VI do ECA devem ser aplicadas de acordo com
o caso concreto, observando-se as situações específicas do adolescente, do ato infracio-
nal praticado, bem como do relatório técnico e/ou plano individual de atendimento.

Ainda sobre a medida de internação ou semiliberdade, a INTIMAÇÃO da sentença será feita:


• ao adolescente e ao seu defensor, quando não for encontrado o adolescente, a seus
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Quando a intimação cair na pessoa do
adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

Todavia quando outra medida for aplicada, a intimação será UNICAMENTE na pessoa
do defensor.
Referente à audiência, quando do comparecimento do adolescente com os pais ou res-
ponsáveis, a autoridade judiciária procederá à oitiva do adolescente e PODERÁ solicitar opi-
nião de profissional qualificado.
Como dito alhures, é necessária a presença do advogado (Art. 133, CF/88), e o Estatuto
reforça o preceito constitucional determinando as seguintes condutas:
• Se o adolescente não possuir advogado constituído, nomeará defensor, designando,
desde logo, audiência em continuação;
19
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>. Acesso em 1º de
Novembro de 2019.

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• O advogado constituído ou o defensor nomeado, na audiência da apresentação, NO


PRAZO DE TRÊS DIAS CONTADO DA AUDIÊNCIA DE APRESENTAÇÃO, oferecerá defesa
prévia e rol de testemunhas.

No caso da audiência de continuação, a autoridade ouvirá as testemunhas arroladas na


representação e na defesa prévia, juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a
palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de
vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que
em seguida proferirá decisão (Art. 186, § 4º, Estatuto).
Se o adolescente, quando devidamente notificado, não comparecer INJUSTIFCADAMEN-
TE à audiência de apresentação, a AUTORIDADE JUDICIÁRIA designará nova data, DETERMI-
NANDO SUA CONDUÇÃO COERCITIVA (Art. 187, Estatuto).
Ainda sobre a apuração de ato infracional vale registrar Súmula n. do Superior Tribunal de
Justiça20, que diz sobre a questão prescricional:

Súmula n. 338, STJ:


“A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.”

2.4. Do Plano Individual de Atendimento (PIA)


O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à
comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, DEPENDERÁ DE PLANO IN-
DIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das ativida-
des a serem desenvolvidas com o adolescente, conforme o artigo 52 e seguintes da Lei n.
12.594/2012 (SINASE).
O PIA deverá contemplar a participação dos pais ou responsáveis, os quais têm o dever
de contribuir com o processo ressocializador do adolescente, sendo esses, passíveis de res-
ponsabilização administrativa, nos termos do art. 249 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990,
civil e criminal.
O PIA deve ser elaborado, por equipe técnica do respectivo programa de atendimento, com
participação efetiva do adolescente e de sua família.
O artigo 54 da Lei do SINASE preconiza o que, minimamente, deve constar no PIA:
• Os resultados da avaliação interdisciplinar;
• Os objetivos declarados pelo adolescente;
• A previsão de suas atividades de integração social e/ou capacitação profissional;
• Atividades de integração e apoio à família;
• Formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual; e
20
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSumula338.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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• As medidas específicas de atenção à sua saúde.

E, de forma específica, quanto às medidas socioeducativas de semiliberdade ou interna-


ção, no PIA deverá constar, ainda:
• A designação do programa de atendimento mais adequado para o cumprimento da
medida;
• A definição das atividades internas e externas, individuais ou coletivas, das quais o
adolescente poderá participar; e
• A fixação das metas para o alcance de desenvolvimento de atividades externas.

O PIA será elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias da data do ingresso do
adolescente no programa de atendimento.

2.5. Da Atenção Integral à Saúde de Adolescente em Cumprimento de


Medida Socioeducativa
Quando o adolescente cumprir medida socioeducativa, deverão ser observadas as se-
guintes diretrizes, previstas no artigo 60 da Lei do SINASE:
• Previsão, nos planos de atendimento socioeducativo, em todas as esferas, da implan-
tação de ações de promoção da saúde, com o objetivo de integrar as ações socioedu-
cativas, estimulando a autonomia, a melhoria das relações interpessoais e o fortaleci-
mento de redes de apoio aos adolescentes e suas famílias;
• Inclusão de ações e serviços para a promoção, proteção, prevenção de agravos e doen-
ças e recuperação da saúde;
• Cuidados especiais em saúde mental, incluindo os relacionados ao uso de álcool e ou-
tras substâncias psicoativas, e atenção aos adolescentes com deficiências;
• Disponibilização de ações de atenção à saúde sexual e reprodutiva e à prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis;
• Garantia de acesso a todos os níveis de atenção à saúde, por meio de referência e con-
trarreferência, de acordo com as normas do Sistema Único de Saúde (SUS);
• Capacitação das equipes de saúde e dos profissionais das entidades de atendimento,
bem como daqueles que atuam nas unidades de saúde de referência voltadas às espe-
cificidades de saúde dessa população e de suas famílias;
• Inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde do SUS, bem como no Sistema de
Informações sobre Atendimento Socioeducativo, de dados e indicadores de saúde da
população de adolescentes em atendimento socioeducativo;
• Estruturação das unidades de internação conforme as normas de referência do SUS e do
SINASE, visando ao atendimento das necessidades de Atenção Básica.

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Ainda, sobre este tema, importante frisar:


• O filho de adolescente nascido nos estabelecimentos referidos no caput deste artigo
não terá tal informação lançada em seu registro de nascimento.
• Serão asseguradas as condições necessárias para que a adolescente submetida à exe-
cução de medida socioeducativa de privação de liberdade permaneça com o seu filho
durante o período de amamentação.

2.6. Da Remissão
Os autores Luciano Rossato21, Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches definem a con-
cessão da remissão da seguinte forma:

adoção de procedimento diferenciado daquele ordinariamente previsto para apuração dos atos
infracionais. Por meio da remissão. São mitigados os efeitos negativos da continuidade do proce-
dimento, que importaria no comparecimento do adolescente e de seus pais a todos os seus atos.

O instituto da remissão está albergado, no Estatuto, no artigo 126, que prevê:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do


Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo
às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado-
lescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária im-
portará na suspensão ou extinção do processo.

Relevante salientar que a remissão não implica necessariamente a comprovação de res-


ponsabilidade nem prevalece para efeitos de antecedentes, todavia pode incluir, eventual-
mente, a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime
de semiliberdade e a internação, a teor do artigo 127 do Estatuto. Inclusive, se aplicada me-
dida, esta poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do
adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.
Extraem-se do artigo 126 duas espécies de remissão, conforme o momento em que é
concedida ao adolescente:
• Pré-processual, denominada também como ministerial, ofertada pelo Ministério Pú-
blico e homologada pelo magistrado – neste caso, o adolescente e seu representante
legal deverão previamente consentir.
• Processual ou judicial, que ocorre quando o procedimento já tiver iniciado, e, neste
caso, a remissão implicará a extinção ou suspensão do processo.

21
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n.
8069/1990. 11ª. Ed. Saraiva Jus. São Paulo-SP 2019

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A doutrina de autores como Luciano Rossato , Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches,
22

classifica remissão ainda como própria ou imprópria.


A própria implica em perdão puro e simples, e a imprópria, por sua vez, implicará cumula-
ção com medida socioeducativa.
Sobre a remissão, importante leitura do Informativo n. 587 do Superior Tribunal de Justi-
ça , que afirma:
23

Impossibilidade de modificação por magistrado dos termos de proposta de remissão


pré-processual.

No que toca à extinção da medida socioeducativa o artigo 46 da Lei do SINASE, estabelece:

A medida socioeducativa será declarada extinta:


I – pela morte do adolescente;
II – pela realização de sua finalidade;
III – pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaber-
to, em execução provisória ou definitiva;
IV – pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao cumpri-
mento da medida; e
V – nas demais hipóteses previstas em lei.

3. Das Medidas Pertinentes a Pais ou Responsáveis


Conforme visto na apostila 1, os filhos nascem sob o poder/dever familiar, ou seja, os pais
têm sobre os filhos poderes e deveres, como sustento, educação, saúde etc.
E, em casos, da ausência desse poder, seja por orfandade ou qualquer outra mazela, tais
crianças e ou adolescentes são postos sob cuidados de outro responsável, seja pela guarda
ou tutela.
Portanto, enquanto a pessoa não atingir a capacidade civil (18 anos), alguém estará assu-
mindo responsabilidades sobre ela, sejam os pais ou outro responsável.
Quando ocorre do descumprimento desses deveres o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te apresenta um rol de medidas que podem ser aplicadas aos pais ou ao responsável, em seu
artigo 129 – a saber:
• Encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família;
22
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente Lei n.
8069/90. 11ª. Ed. Saraiva Jus. São Paulo-SP 2019
23
Disponível em: <https://www.dizerodireito.com.br/2016/09/informativo-esquematizado-587-stj_29.html>. Acesso em 2 de
Janeiro de 2020.

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• Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a al-


coólatras e toxicômanos;
• Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
• Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
• Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveita-
mento escolar;
• Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
• Advertência;
• Perda da guarda;
• Destituição da tutela;
• Suspensão ou destituição do poder familiar.

Vejamos no quadro abaixo a competência para aplicar as medidas acima descritas:

Competência exclusiva da autoridade


judiciária
Competência do Conselho tutelar
(Artigos: 35. 164, 24, 155 e 163
(Art. 136, II, do Estatuto)
do Estatuto da Criança e do
Adolescente).
Encaminhamento a serviços e
programas oficiais ou comunitários de Perda da guarda;
proteção, apoio e promoção da família;
Inclusão em programa oficial ou
comunitário de auxílio, orientação
Destituição da tutela;
e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
Encaminhamento a tratamento
Suspensão ou destituição poder família
psicológico ou psiquiátrico;
Encaminhamento a cursos ou
programas de orientação;
Obrigação de matricular o filho ou
pupilo e acompanhar sua frequência e
aproveitamento escolar;
Obrigação de encaminhar a criança
ou adolescente a tratamento
especializado;
Advertência;

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Medidas denominadas preferenciais.

O artigo 130, por fim prevê:

Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou respon-
sável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor
da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

4. Dos Crimes Praticados CONTRA Crianças e Adolescentes


O Estatuto da Criança e do Adolescente destina um capítulo para tratar desta temática,
sejam crimes praticados por AÇÃO ou OMISSÃO, e sem excluir o disposto na lei penal, ou seja,
Código Penal.
De antemão, de suma importância registrar que os crimes tipificados no Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente são de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA, de competência do Ministério
Público conforme previsto na Constituição Federal de 1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Dizer que a ação é incondicionada significa que a iniciativa pública INDEPENDE da expres-
são da vontade da vítima para que o fato delituoso seja processado e julgado.
Como se trata de crimes, é necessária a transcrição de cada tipo de crime, o que se fará
na sequência.
O artigo 228, do Estatuto prevê sobre omissão do registro de atividades ou do fornecimen-
to da declaração de nascimento:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante


de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração
de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

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O artigo 229, por sua vez, estabelece sobre a omissão de identificação do neonato e da
parturiente ou de realização de exames necessários:

Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de


identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de pro-
ceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Como dito alhures, a medida de internação, que restringe o direito de liberdade do ado-
lescente, é reconhecida como medida excepcional, que só pode ocorrer em caso de flagrante
ou por ordem escrita da autoridade judiciária competente. No caso de inobservância a este
comando, o Estatuto tipifica como crime, conforme o artigo 230:

Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.

Ainda sobre a apreensão da criança ou adolescente, a autoridade policial deve comunicar


à autoridade judiciária competente, à família ou à pessoa que o menor indicar, sob pena de
incidir no crime tipificado no artigo 231, do Estatuto:

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Ainda neste sentido, o artigo 234 preconiza:

Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Também o artigo 235 do mesmo diploma legal estabelece sanção à autoridade que deixar
de observar o prazo para colocar o adolescente em liberdade – observe:

Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de


liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

A proteção constitucional voltada à criança e ao adolescente é denominada doutrina da


proteção integral, de modo que o Estatuto cria diversos mecanismos legais para aplicar san-
ção quando tais proteções são desrespeitadas, no que tange a submissão da criança ou do
adolescente a vexame ou constrangimento, o artigo 232, do Estatuto prevê:

Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade guarda ou vigilância a vexame ou a cons-
trangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Para que se exerça efetivamente a proteção integral a criança e ao adolescente, o legisla-


dor criou organismos que atuam a favor de tais pessoas, o ato de embaraçar, a ação de tais
organismos, é considerado crime pelo Estatuto. Veja:

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A criança, ao nascer, está, em regra, debaixo do poder familiar, o que fora narrado na pri-
meira apostila. Em situações justificadas e excepcionais, tais crianças e adolescentes podem
ser colocados debaixo de guarda ou, então, família substituta, tudo no afã de proteção de tais
pessoas. Caso haja violação para o exercício de guarda, o Estatuto tipifica como crime – note:

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Se a intenção do agente for entregar filho ou pupilo mediante paga, a sanção é majo-
rada, veja:

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

E, ainda, se a intenção é o envio da criança ou do adolescente para o exterior, o que carac-


teriza tráfico internacional da criança ou do adolescente a sanção ainda é majorada:

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena – reclusão, de 6 (seis)
a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

No que toca ao direito de imagem, a exposição, pornografia, no ano de 2008 foram inseri-
dos no Estatuto diversos artigos refutando tais comportamentos, a saber:

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º – Incorre nas mesmas penas quem agência, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo in-
termedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena.
§ 2º – Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, te-
nha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro regis-
tro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º – Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou ima-
gens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º – As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o res-
ponsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º – A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que
se refere o caput deste artigo.

O § 2º prevê excludente de ilicitude:

§ 2º – Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autorida-


des competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado
por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º – As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-
gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas
quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire,
possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo.

Sobre fotografar e armazenar fotografia de criança e adolescente, o Superior Tribunal de


Justiça se manifestou no REsp 1.543.267-SC sobre tipificação dos crimes previstos nos arti-
gos 240 e 241-B do Estatuto, narrado por Pedro Coelho, defensor Público Federal24:

Tipificação dos Crimes previstos nos artigos 240 e 241-B do ECA.REsp 1.543.267-SC, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015, DJe 16/2/2016.
Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente
sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas,
e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos tipos do
art. 240 e 241-B do ECA. Segundo a doutrina especializada, os tipos penais plasmados no
ECA devem sofrer interpretação a partir do viés de maior proteção da criança e do ado-
lescente (art. 6º do ECA), razão pela qual o conceito de pornografia infanto-juvenil pode
abarcar hipóteses em que não haja a exibição explícita do órgão sexual da criança e do
adolescente.

24
Disponível em: <https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/>. Acesso em 1º de
Novembro de 2019.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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RESUMO
• Inicialmente é preciso relembrar definição de criança e de adolescente, e quais me-
didas se aplicam no caso de cometimento de ato infracional por tais pessoas. Veja
o quadro:

Pessoa em conflito com a Lei


Idade Conduta Qual Lei aplicar? Qual medida?
Até 12 anos Estatuto da Criança Medida Protetiva.
Ato infracional
incompletos? e do Adolescente Art. 105, Estatuto.
Medida
Até 18 anos Estatuto da Criança
Ato infracional socioeducativa.
incompletos e do Adolescente
Art. 104, Estatuto
Entre 18 e 21 anos Caráter excepcional

• Menores de 18 anos são INIMPUTÁVEIS;


• Evolução da legislação brasileira voltada ao menor de idade:
− 1927: Código de Mello Matos – doutrina da situação irregular
− 1979: Código de Menores – manteve doutrina da situação irregular
− 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente – Doutrina da proteção integral.
• Direitos individuais:
− Liberdade
• Garantia Processual:
− Aplicação inicialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente;
− Aplicação subsidiária: Estatuto da Criança e do Adolescente;
− Presunção de inocência;
− Direito a informação;
− Celeridade do processo;
− Assistência jurídica integral;
− Confronto com vítima e testemunha;
− Duplo grau de jurisdição;
− Respeito a vida privada;
− Adoção de medidas em que haja necessidade de processo judicial;
− Devido processo legal;
− Tutela jurisdicional diferenciada e socioeducativa, que tem por características: ins-
trumentalidade e precariedade.
• Lei n. 12.594/2012 – SINASE:

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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− Conjunto ordenado de princípios, regras e critérios, de caráter jurídico, político, pe-


dagógico, financeiro e administrativo, que envolve desde o processo de apuração de
ato infracional até a execução de medidas socioeducativas.

Dos Programas de Atendimento

Requisitos Obrigatórios para Inscrição do Programa de Atendimento

Requisitos obrigatórios para inscrição do programa de atendimento


Exposição das linhas gerais dos métodos e técnicas pedagógicas, com a
especificação das atividades de natureza coletiva;
Indicação da estrutura material, dos recursos humanos e das estratégias de
segurança compatíveis com as necessidades da respectiva unidade;
Regimento interno que regule o funcionamento da entidade, no qual deverá
constar, no mínimo:
a) o detalhamento das atribuições e responsabilidades do dirigente, de seus
prepostos, dos membros da equipe técnica e dos demais educadores;
b) a previsão das condições do exercício da disciplina e concessão de benefícios e
o respectivo procedimento de aplicação; e
c) a previsão da concessão de benefícios extraordinários e enaltecimento, tendo
em vista tornar público o reconhecimento ao adolescente pelo esforço realizado
na consecução dos objetivos do plano individual;
A política de formação dos recursos humanos;
A previsão das ações de acompanhamento do adolescente após o cumprimento
de medida socioeducativa;

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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A indicação da equipe técnica, cuja quantidade e formação devem estar


em conformidade com as normas de referência do sistema e dos conselhos
profissionais e com o atendimento socioeducativo a ser realizado;
Adesão ao Sistema de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, bem
como sua operação efetiva.

• E à não observância desses requisitos, além da possibilidade de responsabilidade civil


e criminal, serão aplicadas aos dirigentes:

Entidades governamentais Entidades não governamentais


Advertência; Advertência;
Afastamento provisório de seus Suspensão total ou parcial do repasse de
dirigentes; verbas públicas;
Afastamento definitivo de seus Interdição de unidades ou suspensão de
dirigentes; programa;
Fechamento de unidade ou interdição
Cassação do registro.
de programa.

• Todas as entidades de atendimento socioeducativo DEVERÃO, em seus respectivos re-


gimentos, realizar a previsão de regime disciplinar.

Das Medidas Socioeducativas

• Advertência;
• Obrigação de reparar o dano;
• Prestação de serviço à comunidade;
• Liberdade assistida;
• Inserção em regime de semiliberdade
• Internação em estabelecimento educacional.

 Obs.: A medida aplicada tem de levar em conta três elementos: a CAPACIDADE DO ADOLES-
CENTE DE CUMPRI-LA, AS CIRCUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE DA INFRAÇÃO.

Da Remissão

• Possibilidade de procedimento diferenciado daquele ordinariamente previsto para apu-


ração de ato infracional;
• Não implica necessariamente a comprovação de responsabilidade;
• Não prevalece para efeitos de antecedente;

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• Pode incluir a aplicação de medidas socioeducativas previstas em lei, EXCETO: SEMI-


LIBERDADE E INTERNAÇÃO;
• Pode ser revista a qualquer tempo;
• Existem duas espécies de remissão, a pré-processual e a processual;
• Existem ainda a denominada própria e a imprópria.

Da Apuração de Ato Infracional

• São 3 fases: a policial, a da atuação do Ministério Público e a fase judicial:

• Após a fase policial, será a atuação do Ministério Público:

• A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.


• E então, após a participação do Ministério Público, competirá à autoridade Judiciária:

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• O procedimento tem de ser concluído no prazo máximo e improrrogável de 45 dias.

Da Responsabilização dos Gestores, Operadores e Entidades de Atendi-


mento

• Quando do descumprimento dos deveres dos pais em relação aos filhos, poderão ser
aplicadas as seguintes medidas:
− Encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio
e promoção da família;
− Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
− Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
− Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
− Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveita-
mento escolar;
− Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
− Advertência;
− Perda da guarda;
− Destituição da tutela;
− Suspensão ou destituição do poder familiar.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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Entidades governamentais Entidades não governamentais


Advertência; Advertência;
Afastamento provisório de seus Suspensão total ou parcial do repasse de
dirigentes; verbas públicas;
Afastamento definitivo de seus Interdição de unidades ou suspensão de
dirigentes; programa;
Fechamento de unidade ou interdição
Cassação do registro.
de programa.

Dos Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes

• Os crimes tipificados no Estatuto da Criança e do Adolescente são de AÇÃO PÚBLICA


INCONDICIONADA;
• A tipificação de cada crime cometido contra criança está no Estatuto, a seguinte teor:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante


de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração
de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de pro-
ceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em fla-
grante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer ime-
diata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
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Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liber-
dade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade guarda ou vigilância a vexame ou a cons-
trangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou represen-
tante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exte-
rior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena – reclusão, de 6 (seis)
a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito
ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º – Incorre nas mesmas penas quem agência, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo in-
termedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena.
§ 2º – Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, te-
nha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusi-
ve por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que conte-
nha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º – Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou ima-
gens de que trata o caput deste artigo.

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§ 2º – As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o res-
ponsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º – A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que
se refere o caput deste artigo.
§ 2º – Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autorida-
des competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais,
o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste pará-
grafo.
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado
por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º – As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.
Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por
meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas
quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire,
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) Em 15 de abril de 2019, Ricardo, com 17
anos de idade, praticou ato infracional análogo ao crime de roubo. O Ministério Público ofe-
receu representação contra Ricardo quando ele já estava com 18 anos de idade. Ao final do
procedimento judicial, o magistrado aplicou a Ricardo, então com 18 anos de idade, a medida
socioeducativa de internação. Por ocasião de reavaliação da medida, foi concedida a Ricardo a
progressão para o regime de semiliberdade. Durante o cumprimento da medida em regime de
semiliberdade, foi prolatada nova sentença, aplicando a Ricardo, agora com 19 anos de idade,
medida de internação em razão da prática, em 15 de março de 2019, de ato infracional análogo
ao crime de homicídio.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, de acordo com a legislação per-
tinente e com a jurisprudência dos tribunais superiores.
O magistrado não poderia ter aplicado a Ricardo a medida socioeducativa de internação pela
prática do ato infracional análogo ao crime de roubo, porque, de acordo com jurisprudência
do STJ, a superveniência da maioridade penal impede a apuração e a aplicação de medida
socioeducativa.

A assertiva está ERRADA, porque está contrária a Súmula n. 605 do Superior Tribunal de Jus-
tiça, que diz:

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplica-
bilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atin-
gida a idade de 21 anos.
Errada.

002. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) André, com dezessete anos de idade, foi


apreendido pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. Depois de ter
sido conduzido à delegacia de polícia especializada, o adolescente foi apresentado ao Minis-
tério Público. O promotor de justiça que o entrevistou ofereceu-lhe remissão cumulada com
medida socioeducativa de semiliberdade. O magistrado indeferiu a remissão ministerial, sob
o fundamento de que a aplicação de medida socioeducativa ao adolescente por ato infracio-
nal é de competência exclusiva do juiz, e abriu vista ao Ministério Público para que apresen-
tasse representação contra André no prazo de 24 horas. Diante da negativa de homologação
judicial e do retorno dos autos, o promotor ofereceu representação contra André e o magis-
trado manteve a internação provisória, designou audiência de apresentação e determinou a
citação do adolescente. Na sentença, o magistrado determinou a internação, fundamentando
que a conduta do adolescente era grave, embora não houvesse qualquer outra anotação em
sua folha de passagem.
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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

Com relação a essa situação hipotética, julgue o seguinte item, de acordo com a legislação
pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.
O magistrado agiu equivocadamente ao ter indeferido a remissão oferecida pelo Ministério
Público: ele deveria ter remetido os autos ao procurador-geral de justiça, mediante despacho
fundamentado.

A assertiva está CORRETA, vez que é literalidade do Estatuto, que em seu artigo 181, § 2º,
determina:

Promovido o arquivamento dos autos ou concedida à remissão pelo representante do Ministério


Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
à autoridade judiciária para homologação.
(...)
§ 2º – DISCORDANDO, A AUTORIDADE JUDICIÁRIA FARÁ REMESSA DOS AUTOS AO PROCURA-
DOR-GERAL DE JUSTIÇA, MEDIANTE DESPACHO FUNDAMENTADO, e este oferecerá representação,
designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a
remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Certo.

003. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) Maurício, com treze anos de idade, foi aten-
dido em hospital público. Depois de realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com
o adolescente, o médico que o atendeu comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que
Maurício havia sido vítima de castigo físico praticado pelos próprios pais. O conselho tutelar
averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício haviam lesionado os braços do garoto,
mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele ter se recusado a ir à escola. Com
base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma advertência e os encaminhou para trata-
mento psicológico.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, de acordo com o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990).
O médico adotou providência obrigatória quando comunicou ao conselho tutelar a suspeita
de que Maurício havia sofrido castigo físico.

A assertiva está CORRETA, vez que está conforme o estabelecido no Estatuto da Criança e do
Adolescente, que de forma geral diz:

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante
e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

E ainda, de forma específica, quanto a atividade médica, o artigo 245 do Estatuto, do mesmo
diploma legal, prevê:

Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino


fundamental, pré-escola ou creche de comunicar a autoridade competente os casos de que te-
nham conhecimento envolvendo suspeita de ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente.
Certa.

004. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – SERVIÇO SOCIAL/SLU-


-DF/2019) Sandra, de dezesseis anos de idade, foi admitida em um centro socioeducativo de
internação feminino. No acolhimento, o assistente social que a atendeu identificou os princi-
pais elementos da história de vida da adolescente: seus pais morreram quando ela ainda era
bebê, por isso foi criada por sua avó paterna, Janete, atualmente com setenta anos de idade,
com quem ainda reside. A avó é tutora de Sandra e de outros três netos menores de idade,
que são as únicas pessoas que moram com ela. A renda da família é de um salário mínimo,
proveniente de pensão especial indenizatória a que Janete tem direito. Sandra está grávida
de doze semanas e seu namorado, Pedro, de vinte e oito anos de idade, usuário de drogas e
genitor do nascituro, cumpre pena em regime fechado por tráfico de drogas.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O desenvolvimento de campanhas de informação sobre adolescentes em conflito com a lei,
defendendo-se a redução da maioridade penal, está previsto no Programa Nacional de Direi-
tos Humanos (PNDH).

A questão exige conhecimento em duas áreas de conhecimento: Direitos Humanos e Estatuto


da Criança e do Adolescente.
O PNDH25 – Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), no eixo orientador III, Diretriz
8, que trata sobre a Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvi-
mento integral, de forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participa-
ção, em sua alínea J afirma:

Desenvolver campanhas de informação sobre o adolescente em conflito com a lei, DEFENDENDO A


NÃO REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL.
Errado.

25
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2009/Decreto n.-7037-21-dezembro-2009-598951-publi-
cacaooriginal-121386-pe.html>. Acesso em 2 de Janeiro de 2020.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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005. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – SERVIÇO SOCIAL/SLU-


-DF/2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e do
adolescente, julgue o item subsecutivo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a advertência e a obrigação de reparar o
dano como medidas protetivas aplicáveis à criança que tenha cometido atos infracionais.

A assertiva está ERRADA, vez que advertência e obrigação de reparar ao dano SÃO MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS, conforme previsto no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Verificada a prática de ATO INFRACIONAL, a autoridade competente poderá aplicar ao ADOLES-


CENTE as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano.

Ademais, MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS são aplicadas tão somente aos ADOLESCENTES. A


crianças, tão somente MEDIDAS PROTETIVAS.
Errado.

006. (CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2019) No item a seguir é apresentada


uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada considerando-se o Estatuto
do Desarmamento, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas.
João foi flagrado, em operação da PRF, submetendo uma adolescente a exploração sexual
em rodovia federal. Nessa situação, João poderá não responder pelo crime se comprovar o
consentimento da menor.

A assertiva está ERRADA. Todavia, importante observar que a assertiva fala, de forma gené-
rica, de adolescente, ou seja, pessoa que pode ter entre 12 anos e 18 anos de idade, a teor do
artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Portanto, neste caso, podendo a adolescente ter menos de 14 anos, não há de se ponderar
consentimento dela, inclusive conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, atra-
vés da Súmula n. 593, que prevê:

O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato


libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima
para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento
amoroso com o agente.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

E por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente, preconiza, em seu artigo 218-B:

Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.

Assim, o consentimento é irrelevante para a caracterização do crime cometido por João.


Errado.

007. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018) Julgue o item subsequente, relativo à apu-


ração de ato infracional praticado por adolescente e à aplicação de medidas socioeducativas.
Ao ser comunicado da evasão, pela segunda vez, de adolescente que cumpre medida socioe-
ducativa de semiliberdade, o juiz da vara da infância e da juventude competente deverá regre-
dir a medida para a internação, independentemente da prévia oitiva do adolescente.

A assertiva está ERRADA, pois afirma que o juiz da vara da infância e da juventude competen-
te deverá regredir a medida para a internação, independentemente da prévia oitiva do adoles-
cente, todavia o ADOLESCENTE goza da seguinte garantia:

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


(...)
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente.

E por fim, o Superior Tribunal de Justiça, em sua Súmula n. 265, estabelece:

É NECESSÁRIA A OITIVA DO MENOR INFRATOR ANTES DE DECRETAR-SE A REGRESSÃO


DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA.

Errado.

008. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ÁREA PROCESSUAL/MPE-PI/2018) A respeito do


Ministério Público, da proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos e dos
crimes e infrações administrativas previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
julgue o item subsecutivo.
Caso o gerente de um hotel hospede um adolescente desacompanhado dos pais, sem auto-
rização escrita dos responsáveis legais ou autorização judicial, estará ele cometendo crime
punível com pena de detenção.

A assertiva está ERRADA, porque a conduta do gerente do hotel não gera crime punível com
detenção, e sim infração administrativa, conforme previsto no capítulo II do Estatuto.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

O artigo 250 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê:

Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização


escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere.
Errado.

009. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ÁREA PROCESSUAL/MPE-PI/2018) Julgue o item a


seguir, relativo a Conselho Tutelar, medidas de proteção, direito à convivência familiar e con-
sequências da prática de atos infracionais.
Crianças e adolescentes que cometam atos infracionais estão sujeitas a medidas socioedu-
cativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A assertiva está ERRADA, pois aplicou a mesma regra para criança e adolescente se comete-
rem ato infracional, e o Estatuto, neste caso, difere tratamento entre tais pessoas.
Ao adolescente aplicar-se-á MEDIDA SOCIOEDUCATIVA, a teor do artigo 112 do mesmo di-
ploma legal:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar AO ADO-
LESCENTE as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

Agora, se a CRIANÇA cometer ato infracional, a esta deverá ser aplicada medidas protetivas,
conforme previsão do artigo 105, do Estatuto:

Ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Errado.

010. (CESPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) Em cada um dos itens que se seguem, é apresenta-


da uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base em disposições
das Leis n. 8.069/1990, 12.037/2009 e 13.445/2017 e suas alterações.
Godofredo, maior e capaz, recorrentemente fingia ser adolescente, entrava em jogos online e
tentava aliciar menores para a venda de drogas a colegas de suas escolas. Em uma de suas
tentativas, em uma sala de bate-papo, enquanto conversava com um menor de dezesseis
anos, ele foi preso em flagrante delito. Nessa situação, Godofredo responderá por crime

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, independentemente da prova da efetiva cor-


rupção do menor.

A assertiva está CORRETA, a teor do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, através da


Súmula n. 500, que determina:

A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe de prova da efetiva corrupção


do menor, por se tratar de delito formal.

Vale lembrar que o delito formal ou crime formal, é aquele


que não exige a produção do resultado para a
consumação do crime.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, por sua vez, determina em seu artigo 244- B:

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º – Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
Certo.

011. (CESPE/ESCRIVÃO/PF/2018) Julgue o próximo item, a respeito das Leis n. 13.445/2017,


11.343/2006, 8.069/1990 e suas alterações.
Situação hipotética: Francisco, com dezessete anos e dez meses de idade, praticou ato infra-
cional equiparado a furto. O promotor de justiça ofereceu representação ao juiz, propondo a
instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa. Entretanto, com a
demora na tramitação do procedimento, Francisco completou dezenove anos de idade antes
da sentença. Assertiva: Nessa situação, o juiz ainda poderá aplicar medida socioeducativa a
Francisco, mesmo que este já tenha completado a maioridade penal.

A assertiva está CORRETA, vez que Francisco quando da prática do furto tinha 17 anos e dez
meses, portanto, adolescente a teor do artigo 2º, do Estatuto:

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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(...) e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 104, parágrafo único, determina:

Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

E por fim, a Súmula n. 605 do Superior Tribunal de Justiça determina:

A SUPERVENIÊNCIA DA MAIORIDADE PENAL NÃO INTERFERE NA APURAÇÃO DE ATO


INFRACIONAL NEM NA APLICABILIDADE DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM CURSO,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

Certo.

012. (CESPE/DELEGADO/PF/2018) Com referência à interceptação de comunicação telefô-


nica, ao crime de tráfico ilícito de entorpecentes, ao crime de lavagem de capitais e a crimes
cibernéticos, julgue o seguinte item.
Segundo entendimento do STJ, o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional aná-
logo ao tráfico de entorpecentes não ficará necessariamente sujeito à imposição de medida
socioeducativa de internação.

A questão refere-se ao entendimento do STJ, assim, a Súmula n. 492, deste Tribunal, preconiza:

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Certo.

013. (CESPE/MONITOR DE GESTÃO EDUCACIONAL/SEDF/2017) À luz do Estatuto da Criança


e do Adolescente (ECA) — Lei n. 8.069/1990 — e da CF, julgue o item seguinte.
Conforme o ECA, professores que submeterem estudantes sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento serão passíveis de detenção de um a seis meses.

A assertiva está ERRADA pelo tempo inserido de detenção, de um a seis meses. O artigo 232
do Estatuto prevê:

Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a cons-
trangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Errado.
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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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014. (CESPE/ASSISTENTE SOCIAL/DPU/2016) Segundo as normas contidas na legislação


social voltada para os direitos sociais e proteção de crianças e adolescentes, julgue o se-
guinte item.
Para o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, é prioritária a aplicação de medidas
privativas ou restritivas de liberdade em estabelecimento educacional, de modo a garantir a
inclusão social dos egressos do sistema socioeducativo.

A assertiva está ERRADA, pois contraria o artigo 35, III da Lei n. 12.594/2012, que afirma:

III – prioridade a práticas ou medidas QUE SEJAM RESTAURATIVAS e, sempre que possível, aten-
dam às necessidades das vítimas;
Errado.

015. (CESPE/ASSISTENTE SOCIAL/DPU/2016) Segundo as normas contidas na legislação


social voltada para os direitos sociais e proteção de crianças e adolescentes, julgue o se-
guinte item.
A elaboração do plano individual de atendimento (PIA) é de responsabilidade exclusiva da
equipe técnica do programa de atendimento no qual o adolescente tenha ingressado e deve
se dar no prazo máximo de dez dias a contar da data de ingresso no referido programa.

A assertiva está ERRADA pois contraria dispositivo legal.


Preconiza o artigo 101, § 4º e § 5º, do Estatuto:

§ 4º – Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, A ENTIDADE RESPONSÁ-


VEL PELO PROGRAMA DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL OU FAMILIAR ELABORARÁ UM PLANO
INDIVIDUAL de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem es-
crita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também de-
verá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
§ 5º – O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a
oitiva dos pais ou do responsável.
Errada.

016. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-AM/2019) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa


Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de natureza sexual consistente em
conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o
ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos
legais e jurisprudenciais a ela relacionados.

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Se comprovado que Júnia agiu com má-fé ao dar causa à instauração de processo judicial
contra Pierre, ela poderá ser responsabilizada pelo crime de comunicação falsa de crime.

Júnia, a teor do artigo 2º, do Estatuto, é adolescente:

(...) é adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Sendo adolescente, Júnia é inimputável, a teor do artigo 27 do Estatuto, portanto não comete
crime como dito na assertiva, ou seja, não responde perante o Código Penal, e, se for o caso,
comete ato infracional e responde pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a teor do artigo
103, do Estatuto:

Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Ademais o tipo penal está errado também.


O Código Penal em seu artigo 339 tipifica a conduta narrada como DENUNCIAÇÃO CALUNIO-
SA, nos seguintes termos:

Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação


administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-
-lhe crime de que o sabe inocente.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Portanto, não de comunicação falsa de crime.


Errado.

017. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-AM/2019) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa


Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de natureza sexual consistente em
conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o
ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos
legais e jurisprudenciais a ela relacionados.
Caso fique comprovado o consentimento de Júnia para a prática do ato sexual, a conduta de
Pierre será considerada atípica.

A assertiva está CORRETA, como Júnia tem 14 anos de idade, pode consentir com o ato sexual,
de modo que a conduta de Pierre, de fato, será atípica, vez que, de acordo com o Código Penal,
artigo 217-A, Júnia não é mais considerada vulnerável.
Certo.

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018. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-AM/2019) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa


Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime de natureza sexual consistente em
conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o
ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos
legais e jurisprudenciais a ela relacionados.
Se comprovada a prática do crime, Pierre responderá por estupro de vulnerável, haja vista a
idade da vítima.

A assertiva está ERRADA, pois Júnia tem 14 anos de idade e, segundo o Código Penal, em seu
artigo 217-A, é vulnerável pessoa que tenha menos de 14 anos de idade. Veja:

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos.

Desse modo, Pierre responderá por estupro nos termos do artigo 213, § 1º:

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º – Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoi-
to) ou maior de 14 (quatorze) anos.
Haverá aumento da pena, conforme descrito em lei.
Errado.

019. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) Em 15 de abril de 2019, Ricardo, com 17


anos de idade, praticou ato infracional análogo ao crime de roubo. O Ministério Público ofe-
receu representação contra Ricardo quando ele já estava com 18 anos de idade. Ao final do
procedimento judicial, o magistrado aplicou a Ricardo, então com 18 anos de idade, a medida
socioeducativa de internação. Por ocasião de reavaliação da medida, foi concedida a Ricardo
a progressão para o regime de semiliberdade. Durante o cumprimento da medida em regime
de semiliberdade, foi prolatada nova sentença, aplicando a Ricardo, agora com 19 anos de
idade, medida de internação em razão da prática, em 15 de março de 2019, de ato infracional
análogo ao crime de homicídio.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, de acordo com a legislação per-
tinente e com a jurisprudência dos tribunais superiores.
O cumprimento de medida socioeducativa de internação sempre dependerá de plano indivi-
dual de atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem
desenvolvidas com o adolescente; diferentemente, nos casos de cumprimento de medida so-
cioeducativa em regime de prestação de serviços à comunidade, o PIA é dispensável.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

A assertiva está ERRADA, vez que o artigo 52 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE) prevê:

O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à comunidade,


liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de Atendimento
(PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o ado-
lescente.

A Lei acima citada INCLUI o regime de prestação de serviços, como necessidade de elabora-
ção do PIA.
Errado.

020. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) Em 15 de abril de 2019, Ricardo, com 17


anos de idade, praticou ato infracional análogo ao crime de roubo. O Ministério Público ofe-
receu representação contra Ricardo quando ele já estava com 18 anos de idade. Ao final do
procedimento judicial, o magistrado aplicou a Ricardo, então com 18 anos de idade, a medida
socioeducativa de internação. Por ocasião de reavaliação da medida, foi concedida a Ricardo
a progressão para o regime de semiliberdade. Durante o cumprimento da medida em regime
de semiliberdade, foi prolatada nova sentença, aplicando a Ricardo, agora com 19 anos de
idade, medida de internação em razão da prática, em 15 de março de 2019, de ato infracional
análogo ao crime de homicídio.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, de acordo com a legislação per-
tinente e com a jurisprudência dos tribunais superiores.
A nova sentença prolatada, que aplica a Ricardo novamente medida de internação, desta vez
pela prática do ato infracional análogo ao delito de homicídio, contraria a legislação vigente.

A assertiva está CORRETA, por ser literalidade do artigo 45, § 2º, da Lei n. 12.594/2012 (SINASE):

Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de nova medida, a autoridade judi-
ciária procederá à unificação, ouvidos, previamente, o Ministério Público e o defensor, no prazo de
3 (três) dias sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
(...)
§ 2º – É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais
praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioedu-
cativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa,
sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
Certo.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

021. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) André, com dezessete anos de idade, foi


apreendido pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. Depois de ter
sido conduzido à delegacia de polícia especializada, o adolescente foi apresentado ao Minis-
tério Público. O promotor de justiça que o entrevistou ofereceu-lhe remissão cumulada com
medida socioeducativa de semiliberdade. O magistrado indeferiu a remissão ministerial, sob
o fundamento de que a aplicação de medida socioeducativa ao adolescente por ato infracio-
nal é de competência exclusiva do juiz, e abriu vista ao Ministério Público para que apresen-
tasse representação contra André no prazo de 24 horas. Diante da negativa de homologação
judicial e do retorno dos autos, o promotor ofereceu representação contra André e o magis-
trado manteve a internação provisória, designou audiência de apresentação e determinou a
citação do adolescente. Na sentença, o magistrado determinou a internação, fundamentando
que a conduta do adolescente era grave, embora não houvesse qualquer outra anotação em
sua folha de passagem.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o seguinte item, de acordo com a legislação
pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Embora não houvesse qualquer outra anotação na folha de passagem de André, a atitude do
magistrado de determinar a internação do adolescente foi correta, pois a gravidade do fato
praticado por ele basta para justificar a aplicação da medida socioeducativa de internação,
conforme jurisprudência do STJ.

A assertiva está ERRADA.


O Superior Tribunal de Justiça, através da Súmula n. 492, preconiza:

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

O questionamento da banca referiu-se justamente ao entendimento do STJ.


Errado.

022. (CESPE/NÍVEL INTERMEDIÁRIO/FUB/2015)

No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz vinte e cinco anos, a votação da
redução da idade penal põe em discussão o tratamento dado a jovens infratores. O tema divide o
Judiciário. Para uns, a medida não inibirá a violência e pode incentivar o recrutamento de crianças
mais novas. Para outros, o medo das consequências é essencial para coibir crimes.
Cotidiano. In: Folha de S.Paulo, 12/7/2015, p. 6 (com adaptações)

Em relação ao assunto abordado nesse trecho, julgue o item que se segue.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

Está previsto no ECA a internação de menores infratores por um período de, no máximo, três
anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o latrocínio e o estupro.

A assertiva está ERRADA, vez que o artigo 121, § 3º, do Estatuto prevê:

Art. 121:
(...)
§ 3º – Em nenhuma hipótese o período máximo de internação EXCEDERÁ A TRÊS ANOS.
Errado.

023. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA XVI/CÂMARA


DOS DEPUTADOS/2014) Acerca do direito aplicado à saúde, ao idoso e à criança, julgue o
item a seguir.
Ao ser contemplado com o benefício da remissão, o menor infrator adquire liberdade, perma-
necendo-se, contudo, a anotação do antecedente criminal.

A assertiva está ERRADA, pois o artigo 127 do Estatuto preconiza:

A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,


nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer
das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Errado.

024. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO ÁREA XVI/CÂMARA


DOS DEPUTADOS/2014) Acerca do direito aplicado à saúde, ao idoso e à criança, julgue o
item a seguir.
Nos casos de flagrante de ato infracional cometido sem uso de violência ou sem ocasionar
risco à vida, o menor infrator poderá ser liberado da internação, mediante assinatura de termo
por seu responsável legal.

A assertiva está CORRETA, pois encontra amparo no artigo 173 e no artigo 174, ambos do
Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a
pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de-
verá:
(...)
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por
boletim de ocorrência circunstanciada.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente libe-
rado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado-
lescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da
ordem pública.
Certo.

025. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) Com base na Lei n. 12.594/2012, que insti-


tuiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) e regulamentou a execução
das medidas socioeducativas, julgue o item abaixo.
A referida lei trouxe importantes avanços na área da execução de medidas socioeducativas,
que não tinham previsão expressa no ECA, como o direito do adolescente internado a visita ín-
tima, a visita de filhos, independentemente da idade, e a garantia de inserção de adolescentes
em cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, em qualquer fase
do período letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução.

A assertiva está CORRETA, porque de fato, a Lei n. 12.594/2012, trouxe importantes avanços
na área da execução de medidas socioeducativas. Como, por exemplo, os direitos, abaixo
descritos:
O artigo 68 da Lei n. 12.594/2012, prevê:

É assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em união estável o direito à


visita íntima.

O artigo 69 da Lei n. 12.594/2012, prevê:

É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação o direito


de receber visita dos filhos, independentemente da idade desses.

Por sua vez, o artigo 82 da Lei n. 12.594/2012:

Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis federados, com os


órgãos responsáveis pelo sistema de educação pública e as entidades de atendimento, deverão,
no prazo de 1 (um) ano a partir da publicação desta Lei, garantir a inserção de adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, em qualquer fase do período
letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução.
Certo.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

026. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) No item abaixo, é apresentada uma situa-


ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e o en-
tendimento do STJ.
Marcelino, maior imputável, fotografou sua sobrinha, de treze anos de idade, enquanto ela
tomava banho. As fotos mostravam as partes íntimas da adolescente e algumas imagens
mostravam apenas os órgãos genitais da garota. Apurou-se que Marcelino jamais praticou
qualquer ato libidinoso com a sobrinha nem divulgou o material fotográfico obtido e que ele
utilizava as fotos apenas para satisfazer a própria lascívia. Nessa situação, Marcelino res-
ponderá por crime previsto no ECA, uma vez que registrou cena pornográfica envolvendo
adolescente.

Há previsão no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 240:

Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito
ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.

Contudo, a banca condiciona a resposta ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que


em seu Informativo n. 57726, preconiza:

“Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitida-


mente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de
roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos
tipos do art. 240 e 241-B do ECA.
Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica clara a finali-
dade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com enfo-
que nos órgãos genitais de adolescente – ainda que cobertos por peças de roupas -, e de
poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com conotação obscena
e pornográfica”.
STJ. 6a Turma. REsp 1.543.267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
3/12/2015 (Info 577).

Certo.

027. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) No item abaixo, é apresentada uma situa-


ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e o en-
tendimento do STJ.

26
Disponível em: <https://www.dizerodireito.com.br/2016/04/informativo-esquematizado-577-stj_13.html>. Acesso em 5
de Janeiro de 2019.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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O MP requereu ao juiz a homologação de remissão cumulada com medida socioeducativa de


semiliberdade a adolescente supostamente infrator, diante da expressa aceitação do jovem
e de seus pais. Antes de decidir, o juiz, verificando que o adolescente não havia constituído
advogado, abriu vista à DP. Nessa situação, o defensor público deverá requerer ao juiz o in-
deferimento da homologação, já que o MP somente pode cumular medidas não privativas de
liberdade à remissão.

A assertiva está CORRETA, pois está em harmonia com o artigo 127 do Estatuto da Criança e
do Adolescente:

A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,


nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer
das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Certo.

028. (BANCA/CARGO/ÓRGÃO/ANO) No item abaixo, é apresentada uma situação hipotética,


seguida de uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e o entendimento do STJ.
Alberto, adolescente condenado a cumprir medida socioeducativa de internação, diante da
inexistência de estabelecimento apropriado na cidade de residência de seus pais, foi cus-
todiado em unidade distante, em razão da superlotação da unidade mais próxima. Nessa
situação, houve violação ao direito absoluto do adolescente previsto no ECA: Alberto deveria
ter sido enviado para a localidade mais próxima do domicílio dos seus pais, mesmo que a
unidade de custódia estivesse superlotada.

Note que a pergunta da banca se fundamenta segundo entendimento do Superior Tribunal de


Justiça, de modo que o Informativo n. 57627 deste Tribunal relativa a regra prevista no artigo
49, II, do SINASE. Veja:

A Lei n. 12.594/2012 (Lei do SINASE) prevê que é direito do adolescente submetido


ao cumprimento de medida socioeducativa “ser incluído em programa de meio aberto
quando inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto
nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa,
quando o adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu local de
residência”. O simples fato de não haver vaga para o cumprimento de medida de privação
da liberdade em unidade próxima da residência do adolescente infrator não impõe a sua
inclusão em programa de meio aberto, devendo-se considerar o que foi verificado durante
27
Disponível em: <https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/03/info-576-stj-resumido.pdf>. Acesso em 5 de
Janeiro de 2020.

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o processo de apuração da prática do ato infracional, bem como os relatórios técnicos


profissionais. A regra prevista no art. 49, II, do SINASE deve ser aplicada de acordo com
o caso concreto, observando-se as situações específicas do adolescente, do ato infracio-
nal praticado, bem como do relatório técnico e/ou plano individual de atendimento. STJ.
6ª Turma. HC 338.517-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015 (Info 576)

Errado.

029. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) No item abaixo, é apresentada uma situa-


ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e o en-
tendimento do STJ.
Após a regular instrução probatória, ficou devidamente comprovado que Jardel, adolescen-
te de quinze anos de idade, vendeu, na porta de sua escola, maconha e crack para diversos
colegas. Assim, o MP requereu a procedência da representação apresentada e a fixação da
medida socioeducativa de internação. Ficou certificado nos autos que Jardel não possuía
qualquer outro registro judicial ou policial. Nessa situação, agiu corretamente o promotor de
justiça, uma vez que o ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas é gravíssimo e
equiparado a crime hediondo.

A assertiva está ERRADA, e para compreensão é necessário ler as observações abaixo.


Preconiza a Súmula n. 49228, do Superior Tribunal de Justiça:

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
(Súmula n. 492, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012)

Por sua vez, o artigo 122 do Estatuto prevê:

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


(...)
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves.
Errado.

030. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-SC/2019) Considerando o entendimento do STJ, assinale


a opção correta acerca da Lei n. 12.594/2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (SINASE).

28
Disponível em: <http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1287.html>. Acesso em 5 de Janeiro de 2020.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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a) É direito absoluto do adolescente ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir
vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade no domicílio de sua residên-
cia familiar.
b) O juiz deverá ouvir a defesa técnica antes de decidir a respeito do pedido de regressão da
medida socioeducativa, sendo dispensável, no entanto, a oitiva do adolescente.
c) É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação o
direito de receber visita de filhos, desde que maiores de dois anos de idade.
d) Cabe ao diretor da entidade de atendimento socioeducativo designar socioeducando com
bom comportamento para desempenhar função de apuração e aplicação de sanção disciplinar.
e) É vedado ao juiz aplicar nova medida de internação, por ato infracional praticado ante-
riormente, a adolescente que já tenha concluído o cumprimento de medida socioeducativa
dessa natureza.

a) Errada. Contraria artigo 49, II do Estatuto:

São direitos do adolescente submetido ao cumprimento de medida socioeducativa, sem prejuízo


de outros previstos em lei:
(...)
II – ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de medida
de privação da liberdade, exceto nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou
violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu
local de residência.

b) Errada. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, exarado na Súmula n. 265,


que prevê:

“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


SOCIOEDUCATIVA”.

Portanto, não é dispensável a oitiva do adolescente.


c) Errada. Os artigos 60 e 62 da Lei n. 12.594/2012, preveem:

Art. 60. A atenção integral à saúde do adolescente no Sistema de Atendimento Socioeducativo


seguirá as seguintes diretrizes:
(...)
Art. 62. As entidades que ofereçam programas de privação de liberdade deverão contar com uma
equipe mínima de profissionais de saúde cuja composição esteja em conformidade com as normas
de referência do SUS.
(...)

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§ 2º – Serão asseguradas as condições necessárias para que a adolescente submetida à execução
de medida socioeducativa de privação de liberdade permaneça com o seu filho durante o período
de amamentação.

Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelecem em seu artigo 19, § 4º, do:

Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade,
por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento ins-
titucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.

Veja que nesse último artigo, a garantia é da criança, em ter contato com o pai ou mãe privado
de liberdade.
E por fim, o artigo 69 da Lei do SINASE, prevê:

É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação o direito


de receber visita dos filhos, independentemente da idade desses.

d) Errada. Viola o artigo 73 da Lei n. 12.594/2012, que prevê:

NENHUM SOCIOEDUCANDO PODERÁ DESEMPENHAR FUNÇÃO OU TAREFA DE APURAÇÃO DISCI-


PLINAR ou aplicação de sanção nas entidades de atendimento socioeducativo.

e) Certa. Está em perfeita consonância com o artigo 45 da Lei n. 12.594/2012, que prevê:

Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de nova medida, a autoridade judi-
ciária procederá à unificação, ouvidos, previamente, o Ministério Público e o defensor, no prazo de
3 (três) dias sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
(...)
§ 2º – É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais
praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioedu-
cativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa,
sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
Letra e.

031. (CESPE/JUIZ/TJ-PA/2012) Um delegado de polícia enviou ao promotor de justiça bo-


letim circunstanciado de ocorrência, relatando lesão corporal leve supostamente praticada
por uma adolescente de quinze anos de idade contra outra adolescente, também de quinze
anos de idade, em briga ocorrida durante a aula de educação física, nas dependências da es-
cola onde ambas estudavam. Após ouvir, informalmente, as jovens e seus respectivos pais e
analisar os autos, o promotor de justiça constatou que a única lesão resultante da briga era
um hematoma no braço da adolescente, causado por um soco desferido pela agressora, que
confessou ter agredido a colega durante um jogo de vôlei.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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Nessa situação, de acordo com o que dispõe o ECA acerca do MP e do procedimento de apu-
ração de ato infracional, o promotor de justiça
a) pode conceder remissão cumulada com medida socioeducativa de semiliberdade, como
forma de suspensão do processo, independentemente de homologação do juiz.
b) não pode conceder remissão, que é da competência exclusiva do juiz.
c) pode promover o arquivamento dos autos, independentemente de homologação do juiz.
d) deve, como forma de exclusão do processo, conceder remissão cumulada com medida so-
cioeducativa de internação, submetendo sua decisão à homologação do juiz.
e) pode conceder remissão cumulada com medida socioeducativa de advertência, como for-
ma de exclusão do processo, devendo submeter a decisão à homologação do juiz.

a) Errada. A remissão não pode ser cumulada com medida socioeducativa de semiliberdade,
a teor do previsto no artigo 127, do Estatuto:

A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,


nem prevalece para efeito de antecedentes, PODENDO INCLUIR EVENTUALMENTE A APLICAÇÃO
DE QUALQUER DAS MEDIDAS PREVISTAS EM LEI, EXCETO A COLOCAÇÃO EM REGIME DE SEMILI-
BERDADE E A INTERNAÇÃO.

b) Errada. O Ministério Público PODE CONCEDER A REMISSÃO, conforme previsão do artigo


126, do Estatuto:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do


Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo
às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado-
lescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

c) Errada. O Ministério Público pode promover o arquivamento dos autos, TODAVIA, é neces-
sária homologação judicial, conforme disposto no artigo 181:

Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério


Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
à autoridade judiciária para homologação.

d) Errada. Pela mesma razão da alternativa “d”.


e) Certa. Está conforme os termos do artigo 126 do Estatuto, que prevê:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do


Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo
às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado-
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Sobre a homologação do magistrado, o artigo 181 do Estatuto, determina:
Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
à autoridade judiciária para homologação.
Sobre a cumulação da remissão com medida socioeducativa, o artigo 127 do Estatuto apresenta
essa possibilidade:
A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,
nem prevalece para efeito de antecedentes, PODENDO INCLUIR EVENTUALMENTE A APLICAÇÃO
DE QUALQUER DAS MEDIDAS PREVISTAS EM LEI, EXCETO A COLOCAÇÃO EM REGIME DE SEMILI-
BERDADE E A INTERNAÇÃO.
Letra e.

032. (CESPE/ASSISTENTE SOCIAL/SESA-ES/2013) Acerca da prática do ato infracional cujo


autor é adolescente, assinale a opção correta.
a) A medida socioeducativa de caráter mais leve é a liberdade assistida.
b) Na medida de semiliberdade a escolarização do adolescente é facultativa.
c) A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de sessenta dias.
d) A liberação da medida de internação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
e) Menores com mais de dezesseis anos de idade são passíveis de punição.

a) Errada. O artigo 112 do Estatuto preconiza:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

b) Errada. Dispõe de forma contraria ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê em


seu artigo 120, § 1º:

§ 1º – São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser


utilizados os recursos existentes na comunidade.

c) Errada. O artigo 108 do Estatuto prevê:

A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

d) Certa. Está de acordo com o artigo 121, § 5º, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

§ 5º – A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.


e) Errada. O artigo 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Letra d.

033. (CESPE/CONHECIMENTOS BÁSICOS/PC-GO/2016)


• Gabriel, como dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestantes, deixou de
fornecer a uma parturiente, na ocasião da alta médica desta, declaração de nascimento
em que constassem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato.
• Júlia, professora de ensino fundamental, teve conhecimento de caso que envolvia sus-
peita de maus-tratos contra uma aluna de dez anos de idade e deixou de comunicar o
fato à autoridade competente.
• Alexandre hospedou, no hotel do qual é responsável, um adolescente que estava desa-
companhado de seus pais ou de um responsável e sem autorização escrita deles ou de
autoridade judiciária.
Nessas situações hipotéticas, de acordo com o que prevê o ECA,
a) somente Gabriel e Alexandre responderão por crime.
b) somente Júlia e Alexandre responderão por infração administrativa.
c) somente Gabriel e Alexandre responderão por infração administrativa.
d) Gabriel, Júlia e Alexandre responderão por crime.
e) somente Gabriel e Júlia responderão por crime.

Gabriel, como dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestantes, deixou de for-


necer a uma parturiente, na ocasião da alta médica desta, declaração de nascimento em que
constassem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato, segundo o artigo
228, inserido na Seção II, dos crimes em espécie, do Estatuto prevê:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante


de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração
de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato.

Portanto, Gabriel praticou crime.


Júlia, professora de ensino fundamental, teve conhecimento de caso que envolvia suspeita de
maus-tratos contra uma aluna de dez anos de idade e deixou de comunicar o fato à autorida-
de competente.
Preconiza o artigo 245, do capítulo II, das Infrações Administrativas, do Estatuto:

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges
Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente.

Portanto, Júlia, cometeu infração administrativa.


Alexandre hospedou, no hotel do qual é responsável, um adolescente que estava desacompa-
nhado de seus pais ou de um responsável e sem autorização escrita deles ou de autoridade
judiciária. Nessas situações hipotéticas, de acordo com o que prevê o ECA.
Preconiza o artigo 250, capítulo II, das Infrações administrativas, do Estatuto:

Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização


escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere.

Alexandre cometeu infração administrativa.


Portanto, a assertiva “b” está CORRETA, pois somente Júlia e Alexandre responderão por in-
fração administrativa.
Letra b.

034. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2018) Com base no que prevê o ECA a respeito da


atuação do advogado, julgue os itens a seguir.
I – Adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional poderá ser processado, desde
que tenha advogado ou defensor nomeado pelo juiz, salvo nas hipóteses em que esteja au-
sente ou foragido.
II – O promotor de justiça não pode impedir a presença de advogado no momento da oitiva
informal do adolescente a quem seja atribuída a autoria de ato infracional, embora tal ato seja
privativo do Ministério Público e realizado antes do início da relação processual — portanto,
antes de instaurado o contraditório.
III – A criança ou o adolescente, seus pais ou responsáveis, e qualquer pessoa que tenha
legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata o ECA
por intermédio de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por
publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
IV – A outorga de mandato, quando se tratar de advogado constituído ou mesmo defensor
nomeado, é indispensável, uma vez que o advogado não será admitido a postular em juízo sem
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição ou para praticar ato consi-
derado urgente.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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d) I, II e III.
e) I, III e IV.

I – Errada. Contraria o artigo 207 que preconiza:

Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido,
será processado sem defensor.

Nessa situação, a assertiva narra:

Salvo nas hipóteses em que esteja ausente ou foragido.

II – Certa. Está conforme artigo 111, III do Estatuto que diz:

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


(...)
III – defesa técnica por advogado;

III – Certa. Está conforme artigo 206 do Estatuto:

A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo inte-
resse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advo-
gado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado
o segredo de justiça.

IV – Errada. Contraria o artigo 206, § 3º:

Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constituí-
do, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
Letra b.

035. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2018) Ao adolescente que pratica ato infracional,


a autoridade competente poderá aplicar as medidas de:
a) reparação do dano com a prestação de serviços, liberdade condicional e acolhimento ins-
titucional.
b) internação em estabelecimento educacional, obrigação de reparar o dano e advertência.
c) advertência, obrigação de reparação do dano e prestação de serviços à vítima, se houver.
d) liberdade assistida, inserção em regime prisional e internação em estabelecimento médi-
co-psiquiátrico.
e) obrigação de reparação pecuniária do dano, inserção em regime prisional e advertência.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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A alternativa “b” está correta, disposta exatamente conforme artigo 112 do Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

O artigo 101, I a VI, do Estatuto preconiza:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambu-
latorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos.

Desse modo, as demais assertivas se tornam ERRADAS.


Letra b.

036. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/PC-GO/2017) Com base no disposto no


ECA, assinale a opção correta.
a) Cabe à autoridade judiciária ou policial competente a aplicação das medidas específicas de
proteção relacionadas no ECA, mediante prévia notificação do conselho tutelar.
b) É cabível a aplicação de medida socioeducativa de internação ao penalmente imputável com
idade entre dezoito e vinte e um anos e que era menor à época da prática do ato infracional.
c) Não há prazo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA, sendo
o limite fixado de acordo com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias de vida do
adolescente.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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d) O crime de corrupção de menores se consuma quando o infrator pratica infração penal


com o menor ou o induz a praticá-la, sendo imprescindível, para sua configuração, a prova da
efetiva corrupção do menor.
e) O ECA prevê expressamente os prazos de prescrição das medidas socioeducativas.

a) Errada. As medidas específicas de proteção relacionadas no ECA, são de competência ex-


clusiva do juiz, a teor da Súmula n. 108 do Superior Tribunal de Justiça:

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


é da competência exclusiva do juiz.

b) Certa. Tem amparo legal. O parágrafo único do artigo 2º. Do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, prevê:

Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.

E ainda a Súmula n. 605 do Superior Tribunal de Justiça determina:

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.

c) Errada. Afirma que não há prazo mínimo para cumprimento da liberdade assistiva, todavia
o artigo 118, § 2º, do Estatuto, prevê:

A LIBERDADE ASSISTIDA SERÁ FIXADA PELO PRAZO MÍNIMO DE SEIS MESES, podendo a qualquer
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
Público e o defensor.

d) Errada. No caso, trata-se de crime formal, como por exemplo, o descrito no artigo 244-B
do Estatuto.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça, editou a Súmula n. 500:

A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adoles-


cente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

e) Errada. O Estatuto não prevê sobre a prescrição das medidas socioeducativas, todavia em
seu artigo 226 a aplicação subsidiária do Código Penal e Código de processo Penal, veja:

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges
Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

E por fim a Súmula n. 338 do Superior Tribunal de Justiça prevê:

A prescrição penal é aplicável nas medidas SOCIOEDUCATIVAS.

Letra b.

037. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AC/2017)


Texto 1A8AAA
Em determinado dia — dia X —, foi registrado flagrante relativo ao cometimento de condutas
tidas por criminosas por: André, com dez anos de idade, Bruna, com treze anos de idade, Carla,
com dezessete anos de idade, e Diego, com dezoito anos de idade completados no referido dia.
Considerando as informações apresentadas no Texto 1A8AAA, assinale a opção correta.
a) André e Bruna têm direito à proteção especial constitucional, mas Bruna pode trabalhar na
condição de aprendiz.
b) André, Bruna e Carla podem ser submetidos a procedimento de apuração de ato infracional.
c) O princípio da excepcionalidade deverá ser observado caso seja aplicada medida privativa
da liberdade a Bruna e a Carla.
d) No atendimento aos direitos de André, Bruna e Carla, as ações governamentais devem ba-
sear-se na diretriz de participação direta da população no controle das ações.
e) A todos os indivíduos em questão é proibido, por força constitucional, o trabalho noturno,
perigoso ou insalubre.

A questão exigiu conhecimento nas áreas de direito do trabalho previsto na Constituição Fe-
deral e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Inicialmente, importante estabelecer quem, no caso, é criança e quem é adolescente. Para
tanto, é necessário leitura do artigo 2º do Estatuto:

Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Desse modo:
• André, 10 anos  Criança
• Bruna, 13 anos  Adolescente
• Carla, 17 anos  Adolescente
• Diego, 18 anos  Adulto

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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a) Errada. Bruna tem 13 anos de idade, de modo que não pode trabalhar de forma algum, con-
forme previsão constitucional, em seu artigo 7º, XXXIII que determina:

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de QUATORZE ANOS.

b) Errada. André é criança e não pode ser submetido a apuração de ato infracional. Se a crian-
ça comete ato infracional, será submetida à medida protetiva, conforme previsão do artigo
105, do Estatuto.
c) Certa. Está em conformidade com o artigo 121 do Estatuto, que afirma:

A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, EXCEP-
CIONALIDADE e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

d) Errada. Não tem amparo legal.


e) Errada. Contraria a Constituição Federal, que afirma em seu artigo 7º, XXXIII:

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a


menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de QUATORZE ANOS.

Assim, como Diogo tem 18 anos, não está sujeito a esta regra, tendo, portanto, liberda-
de laboral.
Letra c.

038. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-RR/2017) De acordo com as dis-


posições do ECA, cometerá infração administrativa
I – O médico que não comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conheci-
mento, que envolvam suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente.
II – A autoridade competente que, sem justa causa, deixar de ordenar a imediata liberação da
criança ou do adolescente, logo que tenha conhecimento da ilegalidade de sua apreensão.
III – Aquele que, tendo o dever de autoridade, de guarda ou de vigilância sobre criança ou ado-
lescente, o submeta a vexame ou constrangimento.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

A alternativa “b” está correta, porque tão somente o inciso I está enquadrado como infração
administrativa, no capítulo 2 do Estatuto, mais precisamente no artigo 245, que prevê:

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fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente.

Nas assertivas II e III, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, as tipificações


são consideradas crimes em espécie, conforme previsão dos artigos 232 e 234.
Letra b.

039. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-CE/2018) Com relação ao instituto da remissão, assinale


a opção correta, à luz do ECA e da jurisprudência do STJ.
a) Diante da omissão do MP quanto ao oferecimento da remissão pré-processual, deverá o
juiz concedê-la, desde que presentes os requisitos legais.
b) Caso ocorra a concessão da remissão pelo magistrado na fase jurisdicional, após o ofere-
cimento da representação, deve o parquet ser ouvido após esse ato, momento em que será
aberto prazo para que o MP tome as medidas que entender pertinentes.
c) Caso discorde do parquet quanto à remissão pré-processual cumulada com medida socio-
educativa, o magistrado poderá homologar apenas a remissão se entender ser essa a medida
mais benéfica ao menor infrator.
d) Após a realização da audiência de apresentação, o magistrado poderá conceder a remissão
judicial ao menor infrator, caso entenda ser essa a medida mais benéfica para o menor.
e) Diante da discordância do magistrado quanto à concessão da remissão pelo MP ante a
gravidade dos fatos, o juiz deverá remeter os autos à promotoria para que outro promotor
apresente a representação.

a) Errada. Viola o artigo 126, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz:

Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspen-


são ou extinção do processo.

Portanto, não pré-processual, como exclusão do processo.


b) Errada. O parquet deve ser ouvido antes de conceder a remissão, conforme previsto no arti-
go 186, § 1º, do Estatuto.
c) Errada. O magistrado não goza dessa prerrogativa. O Informativo n. 587 do Superior Tribu-
nal de Justiça prevê:

Impossibilidade de modificação por magistrado dos termos de proposta de remissão


pré-processual.

d) Certa. Está conforme o artigo 186, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

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Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procede-
rá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
(...)
§ 1º – Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Minis-
tério Público, proferindo decisão.

e) Errada. Está disposto de forma contrária ao artigo 181, que determina:

Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério


Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
à autoridade judiciária para homologação.
(...)
§ 2º – DISCORDANDO, A AUTORIDADE JUDICIÁRIA FARÁ REMESSA DOS AUTOS AO PROCURA-
DOR-GERAL DE JUSTIÇA, MEDIANTE DESPACHO FUNDAMENTADO, e este oferecerá representação,
designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a
remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Letra d.

040. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2019) De acordo com a Lei n. 12.594/2012, que insti-


tuiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), compete à União:
a) desenvolver e oferecer programas próprios de atendimento a adolescentes infratores.
b) criar, desenvolver e manter programas para a execução de medida socioeducativa de
internação.
c) garantir a defesa técnica do adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional.
d) instituir e manter processo de avaliação dos sistemas de atendimento socioeducativo.

a) Errada. Está disposta de forma contrária ao artigo 3º, § 1º, da Lei n. 12.594/2012, que prevê:

§ 1º – SÃO VEDADOS à União o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de atendimento.

b) Errada. O equívoco consiste em afirmar que a competência para criar, desenvolver e manter
programas para a execução das medidas socioeducativas de semiliberdade e internação é da
UNIÃO, todavia o art. 4º, da Lei n. 12.594/2012 afirma que a competência é dos ESTADOS.
c) Errada. Afirma que é da Competência da União garantir a defesa técnica do adolescente a
quem se atribua a prática de ato infracional, todavia o Art. 4º, VIII, da Lei n. 12.594/2012, afir-
ma que a competência é dos Estados.
d) Certa. Está exatamente como disposto em lei, o artigo 3º, VII, da Lei n. 12.594/2012, que prevê:

VII – instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus
planos, entidades e programas.
Letra d.

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041. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-PI/2019) De acordo com o ECA,


após a verificação da prática de ato infracional por um adolescente, o juiz deverá considerar
para aplicar medida socioeducativa, além das circunstâncias da infração,
a) a personalidade do adolescente e a gravidade da infração.
b) os motivos da conduta praticada pelo adolescente e a gravidade da infração.
c) somente a gravidade da infração.
d) a capacidade do adolescente de cumprir a medida e a gravidade da infração.
e) somente a capacidade de discernimento do adolescente.

A alternativa “d” está correta por estar exatamente como disposto em lei. O artigo 112 do
Estatuto da Criança e do Adolescente descreve medidas socioeducativas que podem ser apli-
cadas ao adolescente, e, no § 1º, prevê:

A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstân-


cias e a gravidade da infração.

As demais assertivas não encontram amparo legal, motivo pelo qual se tornam erradas.
Letra d.

042. (CESPE/CEBRASPE/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO/DPE-RN/2015) Com referência à


execução de medidas socioeducativas impostas a crianças e adolescentes, assinale a op-
ção correta.
a) É vedada a aplicação do sistema recursal previsto no CPC nos procedimentos relativos à
execução de medidas socioeducativas.
b) Na fase de execução é vedada, segundo o entendimento do STJ, a substituição de medida
socioeducativa aplicada ao adolescente.
c) O encaminhamento a tratamento psiquiátrico não figura entre as medidas às quais se su-
jeitam os agentes públicos executores de medidas socioeducativas que utilizarem, como for-
ma de disciplina, tratamento degradante à criança ou ao adolescente.
d) O denominado plano individual de atendimento pode ser objeto de impugnação pelo DP ou
pelo MP, porém sua execução não será suspensa, salvo determinação judicial em contrário.
e) A execução de programas socioeducativos destinados às crianças e adolescentes em re-
gime de orientação e apoio sociofamiliar não se insere entre as responsabilidades das enti-
dades de atendimento.

a) Errada. Viola o disposto no artigo 198 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

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Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil) (...).

b) Errada. Contraria o disposto na Súmula n. 265 do STJ:

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socio-


educativa.

c) Errada. Contraria o artigo 18-B, II, do ECA:

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos exe-
cutores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel
ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de
acordo com a gravidade do caso:
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.

d) Certa. Conforme termos do artigo 41, § 4º:

Art. 41. A autoridade judiciária dará vistas da proposta de plano individual de que trata o art. 53
desta Lei ao defensor e ao Ministério Público pelo prazo sucessivo de 3 (três) dias, contados do
recebimento da proposta encaminhada pela direção do programa de atendimento.
(...)
§ 4º – A impugnação não suspenderá a execução do plano individual, salvo determinação judicial
em contrário.

e) Errada. Fere o disposto no artigo 90, I do Estatuto da Criança e do Adolescente:

As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados a
crianças e adolescentes, em regime de: (Vide)
I – orientação e apoio sociofamiliar.
Letra d.

043. (CESPE/CEBRASPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-PI/2019) De acordo


com a jurisprudência do STJ, a medida de internação do menor depende:
a) da existência de duas sentenças anteriores impositivas de medidas socioeducativas em
desfavor do infrator.
b) da prática de nova conduta após prévia aplicação de medida socioeducativa, ainda que não
exista contemporaneidade entre as práticas infracionais.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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c) da prática de nova conduta após prévia aplicação de medida socioeducativa, desde que
exista vaga para o cumprimento da medida na comarca de domicílio da residência familiar
do infrator.
d) da existência de duas sentenças anteriores impositivas de medidas socioeducativas, ainda
que não exista vaga para o cumprimento da medida na comarca de domicílio de residência
familiar do infrator.
e) da prática de nova conduta após prévia aplicação de medida socioeducativa, salvo se faltar
contemporaneidade entre as práticas infracionais ou se a prática antecedente tiver menor
relevância que a nova.

Observe que o questionamento se refere ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça.


Desse modo, a alternativa “e” está CORRETA em razão da seguinte ementa29:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA. HABEAS CORPUS. ATO INFRACIO-


NAL EQUIPARADO AO CRIME DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES. MEDIDA SOCIOEDUCA-
TIVA DE INTERNAÇÃO. REITERAÇÃO INFRACIONAL CONFIGURADA. CUMPRIMENTO DA
MEDIDA EM COMARCA DIVERSA DA FAMÍLIA DO MENOR. ART. 49, INCISO II, DA LEI N.
12.594/2012. POSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO. PORTARIA NORMATIVA N. 285/2016
DA FUNDAÇÃO CASA. FORNECIMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO PARA AS VISITAS DOS
FAMILIARES DO ADOLESCENTE. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS
CORPUS DENEGADO. 1. Esta Sexta Turma passou a majoritariamente compreender, res-
salvada pessoal compreensão diversa, que para a configuração da reiteração de atos
infracionais graves, prevista no inciso II do art. 122 do ECA, suficiente é a prática de nova
conduta após prévia aplicação de medida socioeducativa, salvo falta de contemporanei-
dade ou menor relevância da prática infracional antecedente. 2. No presente caso, o juízo
de piso apontou que “o adolescente é reincidente, já tendo contra si representação jul-
gada procedente pela prática dos atos infracionais análogos aos crimes dos artigos 288,
caput, e 155, § 4º, incisos III e IV (seis vezes), ambos do Código Penal”, configurando,
pois, a hipótese de reiteração em infrações graves, prevista no art. 122, inc. II, do ECA.
Além disso, a quantidade, natureza e variedade de entorpecentes apreendidos em poder
do paciente, no caso 202,37g de maconha e 0,28g de crack, evidencia a necessidade e
a adequação da medida de internação. 3. Não há ilegalidade a ser reparada pelo fato de
o paciente cumprir a medida socioeducativa em comarca diversa à residência de seus
pais, haja vista que o entendimento desta Turma é que, apesar de a Lei n. 12.594/2012
dispor em seu art. 49, inciso II, que é direito do adolescente submetido ao cumprimento
de medida socioeducativa ser incluído em programa de meio aberto, quando inexistir
29
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/661803283/habeas-corpus-hc-469356-sp-2018-0240451-0/
relatorio-e-voto-661803299>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade no domicílio de sua resi-


dência familiar, referido direito não é absoluto, devendo ser analisado o caso concreto. 4.
Ademais, a Corte Estadual ponderou que “a Portaria Normativa n. 285/2016, da Fundação
CASA, prevê auxílio financeiro, relativo a despesas de transporte, para familiares de ado-
lescentes que cumpram internação.” 5. Habeas corpus denegado.
(STJ – HC: 469356 SP 2018/0240451-0, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julga-
mento: 27/11/2018, T6 – SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/12/2018)

Diante do exposto, se demonstra o motivo pelo qual as demais assertivas estão ERRADAS.
Letra e.

044. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-PA/2019) A medida socioeduca-


tiva de internação será legítima na hipótese de
a) o juiz constatar gravidade em abstrato da prática de ato infracional.
b) o menor ter praticado ato infracional análogo ao tráfico de drogas.
c) o menor ser reincidente na prática de ato infracional.
d) o menor ter cometido reiteradamente infrações graves.
e) o menor já ter sido submetido ao regime de semiliberdade.

Conforme o artigo 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – POR REITERAÇÃO NO COMETIMENTO DE OUTRAS INFRAÇÕES GRAVES;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
Letra e.

045. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-BA/2019) No que tange a atos


infracionais e medidas socioeducativas, assinale a opção correta, com base no ECA e na juris-
prudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido
antes dos dezoito anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medida
socioeducativa prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao
relatório multidisciplinar individual do adolescente.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato


infracional análogo a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, obser-
vando-se a necessidade e a adequação.

a) Errada. Contraria a Súmula n. 605 do Superior Tribunal de Justiça30:

A superveniência da MAIORIDADE PENAL NÃO INTERFERE na apuração de ato infracio-


nal nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade
assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/03/2018, DJe 19/03/2018.

b) Errada. Contraria o entendimento do Superior Tribunal de Justiça31, exarado na ementa


abaixo transcrita:

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLES-


CENTE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA MEDIDA.
POSSIBILIDADE. APELAÇÃO SOMENTE NO EFEITO DEVOLUTIVO. AUSÊNCIA DE CONS-
TRANGIMENTO ILEGAL. AGRAVO DESPROVIDO. I – A parte que se considerar agravada
por decisão de relator, à exceção do indeferimento de liminar em procedimento de habeas
corpus e recurso ordinário em habeas corpus, poderá requerer, dentro de cinco dias, a
apresentação do feito em mesa relativo à matéria penal em geral, para que a Corte Espe-
cial, a Seção ou a Turma sobre ela se pronuncie, confirmando-a ou reformando-a. II –
A Terceira Seção desta Corte assentou o entendimento de que a apelação, interposta
contra sentença que aplica medida socioeducativa, deve ser recebida apenas no efeito
devolutivo. Igualmente, consignou que é possível o cumprimento da medida socioeduca-
tiva antes mesmo do trânsito em julgado, sendo ressalvada a possibilidade da concessão
de duplo efeito, conforme cada caso concreto. III – In casu, o acórdão se encontra em
consonância com esta Corte, uma vez que “Não se cogita de equiparar o adolescente
que pratica ato infracional ao adulto imputável autor de crime, pois, de acordo com o
artigo 228 da Constituição Federal, os menores de dezoito anos são penalmente inim-
putáveis e estão sujeitos às normas da legislação especial. Por esse motivo e conside-
rando que a medida socieducativa não representa punição, mas mecanismo de proteção
ao adolescente e à sociedade, de natureza pedagógica e ressocializadora, não calharia
a alegação de ofensa ao princípio da não culpabilidade, previsto no artigo 5º, LVII, da
30
Disponível em: <https://www.dizerodireito.com.br/2018/04/sumula-605-do-stj-comentada.html>. Acesso em 30 de
Julho de 2020.
31
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/687390855/agravo-interno-no-habeas-corpus-agint-no-hc-
-466992-sc-2018-0223804-2/inteiro-teor-687390863>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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Constituição Federal, sua imediata execução.” (HC n. 346.380/SP, Terceira Seção, Relª
Minª. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. p/ Acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe de
13/5/2016). Agravo regimental desprovido.
(STJ – AgInt no HC: 466992 SC 2018/0223804-2, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data
de Julgamento: 12/03/2019, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/03/2019)

c) Errada. Contraria a Súmula n. 492 do Superior Tribunal de Justiça32:

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

d) Errada. Difere do entendimento do Superior Tribunal de Justiça33:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AOS CRIMES
DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES, ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO E CÁRCERE PRIVADO.
INTERNAÇÃO. PROGRESSÃO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. DESCABIMENTO. FUNDA-
MENTAÇÃO IDÔNEA. PARECER TÉCNICO FAVORÁVEL. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCI-
MENTO MOTIVADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. I – A Terceira Seção desta Corte,
seguindo entendimento firmado pelo col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido
de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao recurso adequado,
situação que implica o não conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcio-
nais em que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja
possível a concessão da ordem de ofício. II – A teor dos arts. 99 e 100 do ECA, as medi-
das socioeducativas podem ser substituídas a qualquer tempo pelo Juízo da Execução,
levando-se em conta as necessidades específicas de proteção integral dos interesses da
criança e do adolescente. Outrossim, a existência de relatório técnico favorável à progres-
são de medida socioeducativa não vincula o magistrado, que pode, em face do princípio
do livre convencimento motivado, justificar a continuidade da internação do menor com
base em outros dados e provas constantes dos autos. III – In casu, não obstante a exis-
tência de parecer técnico favorável à progressão da medida socioeducativa, o Tribunal
de origem manteve o indeferimento do pedido, em razão da gravidade concreta do ato
praticado, uma vez que “foram apreendidos 545 gramas de maconha, acondicionado em
117 sacolés, e 62 gramas de cocaína, distribuída em 60 recipientes. Além disso, o adoles-
cente integrava a facção criminosa Comando Vermelho, portava uma pistola 9 mm muni-
ciada e com carregador reserva, e durante a fuga, juntamente com o correpresentado e o
32
Disponível em: <http://www.coad.com.br/busca/detalhe_16/2427/Sumulas_e_enunciados>. Acesso em 30 de Julho de
2020.
33
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/697778130/habeas-corpus-hc-494566-rj-2019-0050151-4>.
Acesso em 30 de Julho de 2020.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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imputável, cada um também portando uma pistola e carregadores, mantiveram um casal


de idosos em cárcere.” Precedentes. Ordem não conhecida.
(STJ – HC: 494566 RJ 2019/0050151-4, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julga-
mento: 09/04/2019, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/04/2019)

e) Certa. Observe que a questão se refere com fundamento no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente e também no Superior Tribunal de Justiça34:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. ATO INFRACIONAL


EQUIPARADO AO DELITO DE FURTO QUALIFICADO. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBER-
DADE ASSISTIDA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ATUALIDADE, EM RAZÃO DO TRANS-
CURSO DE MAIS DE 2 (DOIS) ANOS DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL. CONSTRANGI-
MENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Em se tratando de ato
infracional análogo a furto qualificado, é possível a aplicação de medida socioeducativa
de liberdade assistida, tendo em vista o expresso permissivo constante do inciso 112,
inciso IV, do Estatuto da Criança e do Adolescente. 2. Não obstante, há que ser reconhe-
cida a ausência de atualidade da medida, pois aplicada sem a baliza da necessidade e
da adequação, em consonância com seus fins pedagógicos, tendo em vista o transcurso
do tempo – mais 2 (dois) anos – desde a data do fato, e mais de 1 ano após a sentença
absolutória, devendo ser revogada a liberdade assistida. 3. Habeas corpus concedido
para revogar a medida de liberdade assistida.
(STJ – HC: 447600 SP 2018/0098683-1, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julga-
mento: 16/10/2018, T6 – SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/11/2018)

Letra e.

046. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-PA/2019) O Ministério Público


terá legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente
a) apenas se não houver exercício do poder familiar dos pais, ainda que exista Defensoria
Pública na comarca.
b) se o menor necessitar dos alimentos, ainda que exista Defensoria Pública na comarca.
c) se a necessidade do menor decorrer de omissão do Estado e não existir Defensoria Pública
na comarca.
d) se o motivo decorrer da conduta do menor e não existir Defensoria Pública na comarca.
e) se não existirem pais ou responsáveis do menor nem Defensoria Pública na comarca.

34
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/860309690/habeas-corpus-hc-447600-sp-2018-0098683-1/
inteiro-teor-860309701?ref=serp>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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A alternativa “b” está correta, conforme a Súmula n. 594 do Superior Tribunal de Justiça35:

O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de
criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do
fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência
ou eficiência da Defensoria Pública na comarca.
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 25/10/2017, DJe 06/11/2017.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 201, III, prevê:

Art. 201. Compete ao Ministério Público:


(...)
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destitui-
ção do pátrio poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como
oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude.
Letra b.

047. (CESPE/CEBRASPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/MPE-CE/2020)


Nos termos da Lei n. 12.594/2012, a função de fiscalização do Sistema Nacional de Atendi-
mento Socioeducativo é exercida
a) pela justiça da infância e da juventude.
b) pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
c) pelo Ministério Público.
d) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
e) pelo conselho tutelar.

A alternativa correta é a “b”, nos termos do artigo 3º, § 2º, da Lei n. 12.594/2012:

Art. 3º Compete à União:


(...)
§ 2º – Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) competem as
funções normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do SINASE, nos termos previstos na
Lei n. 8.242, de 12 de outubro de 1991, que cria o referido Conselho.
Letra b.

35
Disponível em: <https://www.dizerodireito.com.br/2017/11/sumula-594-do-stj-comentada.html>. Acesso em 30 de
Julho de 2020.

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048. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-CE/2012) A respeito do procedimento de


apuração de ato infracional atribuído a adolescente, assinale a opção correta.
a) Concedida a remissão pelo representante do MP, mediante termo fundamentado, os autos
serão conclusos à autoridade judiciária, que, discordando, deve remeter os autos ao procura-
dor-geral de justiça, por meio de despacho fundamentado.
b) Oferecida a representação, cabe à autoridade judiciária designar audiência de apresentação
do adolescente, independentemente da intimação de seus pais para comparecerem à sessão.
c) A internação do menor, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não pode ser cum-
prida em estabelecimento prisional, salvo se não houver, na comarca ou em todo o território
do respectivo estado, entidade que preencha os requisitos previstos no ECA, não podendo
ultrapassar, nesse caso, o prazo máximo de quarenta e cinco dias, sob pena de responsabili-
zação da autoridade.
d) Independentemente da natureza do ato infracional praticado, pelo adolescente, em caso de
flagrante, a autoridade policial deve lavrar boletim de ocorrência circunstanciado.
e) A remissão como forma de extinção ou suspensão do processo pode ser aplicada a qual-
quer momento do processo de conhecimento ou de execução, desde que preenchidos os res-
pectivos requisitos legais.

a) Certa. Nos termos do artigo 181, § 2º, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do
Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
conclusos à autoridade judiciária para homologação.
(...)
§ 2º – Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Jus-
tiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro
do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então
estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

b) Errada. Contraria o disposto no artigo 184 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação


do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observa-
do o disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 1º – O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e
notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.

c) Errada. Contraria o disposto no artigo 185, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida
em estabelecimento prisional.

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Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
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§ 1º – Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º – Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em reparti-
ção policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.

d) Errada. Nos termos do artigo 173 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por
boletim de ocorrência circunstanciada.

e) Errada. Dispõe de forma diferente do artigo 188 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer
fase do procedimento, antes da sentença.
Letra a.

049. (CESPE/CEBRASPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PI/2012) Com relação às regras de


apuração, processamento e julgamento de ato infracional atribuído a adolescente previstas
no ECA, assinale a opção correta.
a) Em casos excepcionais, em razão de grave abalo da ordem pública ou de reiteração infra-
cional, é permitido ao juiz manter o adolescente internado provisoriamente pelo prazo máxi-
mo de noventa dias.
b) Compete concorrentemente ao juiz e ao promotor de justiça a aplicação de medidas socio-
educativas ao adolescente representado que tenha praticado ato infracional.
c) Ainda que o adolescente representado confesse a autoria da infração, o advogado de defe-
sa não pode desistir da produção de outras provas, sob pena de nulidade desse ato.
d) O juiz pode decretar a regressão da medida socioeducativa sem a oitiva prévia do adoles-
cente e de seu defensor.
e) O prazo prescricional para aplicação de medidas socioeducativas não corre para os que
são absolutamente incapazes, em conformidade com as regras de prescrição previstas no
Código Civil.

a) Errada. Viola o previsto no artigo 183 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges
O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente inter-
nado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Neste mesmo sentido caminha o entendimento do Superior Tribunal de Justiça36:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. ESTATUTO


DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO DELITO
DE LESÃO CORPORAL. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO. POSSIBILIDADE. GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA À PESSOA. REITERAÇÃO
DELITIVA. ART. 122, INCISOS I E II, DA LEI N. 8.069/90. RELATÓRIO TÉCNICO DA FUNDA-
ÇÃO CASA. NÃO VINCULAÇÃO DO JUIZ. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. Diante da hipótese de habeas corpus substitutivo
de recurso próprio, a impetração não deve ser conhecida, segundo orientação jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal e do próprio Superior Tribunal de Justiça. Contudo,
considerando as alegações expostas na inicial, razoável a análise do feito para verificar
a existência de eventual constrangimento ilegal. 2. A alegação de falta de prazo razoável
entre a citação e a audiência de apresentação deve ser formalizada em momento opor-
tuno, sendo imprescindível a comprovação de efetivo prejuízo para a ampla defesa, pois
não se invalida ato processual que não tenha influído na qualidade da jurisdição prestada
e é a própria lei especial que impõe a celeridade do procedimento, que deve ser conclu-
ído em 45 dias em caso de internação provisória (art. 183 do ECA) (HC 331.149/SC, Rel.
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe 02/05/2016) 3. O art. 122 do
Estatuto da Criança e do Adolescente autoriza a imposição da medida socioeducativa
de internação somente nas hipóteses de ato infracional praticado com grave ameaça
ou violência contra a pessoa, reiteração no cometimento de outras infrações graves ou
descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta. Na hipótese
dos autos, observa-se que a imposição da internação por prazo indeterminado deveu-se
ao fato de ter sido atribuído ao paciente ato infracional praticado com violência e grave
ameaça à pessoa, qual seja lesão corporal, bem como por ter cometido outros atos infra-
cionais anteriores e, ainda, em razão da gravidade concreta da conduta, que foi praticada
contra menor de 12 anos de idade, aplicando-se ao caso o disposto no art. 122, incisos I
e II, da Lei n. 8.069/90. 4. Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, as conclusões
do relatório técnico apresentado pela Fundação CASA, mesmo que sugira a aplicação de
medida socioeducativa mais branda, não vinculam o Juiz, o qual, com base no princípio
do livre convencimento motivado, pode fundamentar a manutenção da medida de interna-
ção em outros elementos e provas constantes dos autos. Habeas corpus não conhecido.
(STJ – HC: 302696 SP 2014/0217799-0, Relator: Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Data de
Julgamento: 04/10/2016, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/10/2016)
36
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862862064/habeas-corpus-hc-302696-sp-2014-0217799-0?ref=-
serp>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos e Garantias do Adolescente em Conflito com a Lei
Fabiana Borges

b) Errada. Viola a Súmula n. 108 do Superior Tribunal de Justiça : 37

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


é da competência exclusiva do juiz.

c) Certa. Conforme termos da Súmula n. 342 do Superior Tribunal de Justiça38:

No procedimento para aplicação de medida SOCIOEDUCATIVA, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente.

d) Errada. Contraria o disposto na Súmula n. 265 do Superior Tribunal de Justiça39:

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida SOCIO-


EDUCATIVA.

e) Errada. Viola o disposto na Súmula n. 338 do Superior Tribunal de Justiça40:

A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

Sobre a alternativa “e”, vale notar que a regência de medida socioeducativa está no Estatuto
da Criança e do Adolescente, e na Lei do SINASE, de modo que não se aplica o Código Civil.
Letra c.

37
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSumula108.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
38
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSumula342.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
39
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2011_20_capSumula265.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.
40
Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSumula338.
pdf>. Acesso em 30 de Julho de 2020.

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Fabiana Borges

GABARITO
1. E 18. E 35. b
2. C 19. E 36. b
3. C 20. C 37. c
4. E 21. E 38. b
5. E 22. E 39. d
6. E 23. E 40. d
7. E 24. C 41. d
8. E 25. C 42. d
9. E 26. C 43. e
10. C 27. C 44. e
11. C 28. E 45. e
12. C 29. E 46. b
13. E 30. e 47. b
14. E 31. e 48. a
15. E 32. d 49. c
16. E 33. b
17. C 34. b

Fabiana Borges
Graduada e pós-graduada pela Universidade de Franca. Advogada. Professora de cursinhos. Professora
do curso de Direito e supervisora de Atividade Complementar do Centro Universitário do Planalto.
Professora do curso de Direito do UniCEUB.

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