Você está na página 1de 21

1

Judaísmo na Prática Festas Judaicas Chanucá Chanucá


abaixo). Também chamada de Hanukkah (ou variações) a palavra
O que é Chanucá? hebraica é pronunciada com um “Kh” gutural,kha, não tcha-nu-kah.

O que Chanucá comemora

Chanucá é a “festa das luzes”, festa judaica de oito dias, celebrada

com um acendimento noturno da menorá, preces e alimentos fritos. No segundo século Antes da Era Comum, a Terra Santa era

governada pelos selêucidas (sírios-gregos), que tentavam forçar o


A palavra hebraica Chanucá significa “dedicação”, e é assim chamada
povo de Israel a aceitar a cultura e as crenças gregas em vez da
porque celebra a rededicação do Templo Sagrado (como você vai ler
observância das mitsvot e crença em D'us.
2

Contra todas as probabilidades, um pequeno grupo de judeus fiéis,

liderado por Judas o Macabeu, derrotou um dos mais poderosos

exércitos da terra, expulsou os gregos, reassumiu o Templo Sagrado

em Jerusalém e o rededicou ao serviço de D'us.

Quando eles procuraram acender a Menorá do Templo (o candelabro

com sete braços), encontraram apenas uma pequena ânfora de azeite

de oliva que tinha escapado da contaminação pelos gregos.

Milagrosamente, eles acenderam a menorá e o suprimento de um dia

durou oito dias, até que novo azeite pudesse ser preparado sob

condições de pureza ritual.

Para comemorar e publicar esses milagres, os sábios instituíram a No coração da festa está o acendimento da menorá. A menorá tem

festa de Chanucá. nove chamas, uma das quais é o shamash (“atendente”), que é usado

para acender as outras oito luzes.Na primeira noite, acendemos


Como Chanucá é Observado
apenas uma chama. Na segunda, uma chama adicional Na oitava

noite de Chanucá, todas as oito luzes são acesas.

Bênçãos especiais são recitadas, com uma melodia tradicional, antes

do acendimento, e canções tradicionais são cantadas depois.


3

Uma menora é acesa em toda família (ou mesmo por cada indivíduo

dentro da família) e colocada no batente ou janela. A menorá também

é acesa em sinagogas e outros locais públicos. Nos últimos anos,

milhares de menorás enormes têm sido colocadas na frente de prédios

das prefeituras e casas legislativas, e em shopping centers e parques

no mundo inteiro.

Recitamos a prece Hallel especial diariamente, e adicionamos V’Al

HaNissim em nossas preces diárias e nas Graças Após as Refeições,

para oferecer louvor agradecimento a D'us por “entregar os fortes nas

mãos dos fracos, os muitos nas mãos de poucos… os perversos nas

mãos dos justos.”


Como o milagre de Chanucá envolveu azeite, é costume comer

alimentos fritos em óleo. O clássico do leste europeu é o latke


Quando é Chanucá?
(panqueca) com molho de maçã ou creme azedo, e o favorito em
Chanucá começa na véspera de 25 de Kislêv e continua por oito dias. Israel são sufganiot (sonhos) recheados de geléia ou doce de leite.
No calendário civil, geralmente coincide com Dezembro.
Dreidel: o jogo de Chanucá
Alimentos de Chanucá
4

Em Chanucá, é costume jogar com um “dreidel” um dado de quatro Na sociedade de hoje motivada pelo consumo, as pessoas tendem a

lados com as letras hebraicas nun, gimmel, hei e shin, um acrônimo colocar importância em dar presentes de Chanucá. No entanto, a

para “nes gadol hayá sham”, “um grande milagre aconteceu ali”. O tradição na verdade é dar guelt, presentes de dinheiro, para crianças.

jogo geralmente é jogado por um pote de moedas (podem ser de Além de recompensar o comportamento positivo e devoção ao estudo

chocolate...), ou outra coisa, que é ganha ou perdida baseado em qual de Torá, os presentes em dinheiro dão às crianças a chance de darem

letra o dreidel para quando é girado. tsedacá (caridade). Por isso as moedas de chocolate envoltas em

papel prateado ou dourado também fazem parte da festa.


Presente de Chanucá
5

O que significa para você um farol para as ruas que estão escurecendo. Não importa o quanto

esteja escuro lá fora, uma vela de bondade Divina pode transformar a


Notando que a pessoa deveria passar tempo próximo às luzes de
escuridão em luz.
Chanucá, o Rebe Anterior costumava dizer: “Devemos ouvir

cuidadosamente aquilo que as velas estão dizendo.” Então, o que as d – Leve para as ruas. Chanucá é única no sentido de ser uma mitsvá

chamas tremulantes estão nos dizendo? Aqui estão algumas básica observada em público. Não basta ser um judeu no coração, ou

mensagens: mesmo em casa. Chanucá nos ensina a brilhar lá fora em nossa

vizinhança com o brilho Divino das mitsvot.


a – Nunca tenha medo de defender aquilo que é certo. Yehuda, o

Macabeu, e sua família enfrentaram dificuldades assustadoras, mas e – Não se envergonhe de cumprir mitsvot, mesmo se você se sentir

isso não os deteve. Com uma prece nos lábios e fé no coração, eles diferente. Em vez disso, seja uma menorá, proclamando

encararam a batalha de suas vidas – e venceram. Podemos fazer o orgulhosamente sua unicidade radiante para todos verem.

mesmo.

b – Sempre aumente em questões de bondade e observância de Torá.

Sim, uma única chama foi suficientemente boa para ontem, mas hoje

precisa ser ainda melhor.

c – Uma pequena luz vai longe. As velas de Chanucá são acesas

quando a noite está caindo. Colocadas no batente, elas servem como


6

No 10º dia do mês judaico de Tevet, no ano 3336 da Criação (425

AEC), os exércitos do imperador da Babilônia Nevuchadnezzar fizeram

um cerco a Jerusalém. Trinta meses depois - em 9 de Tamuz de 3338


Rabi Shimon Rosenberg de Afula, de Israel, o pai de Rivkah Holtzberg,
acendeu uma menorá com oito metros de altura durante Chanucá de - as muralhas da cidade foram arrasadas e em 9 de Av daquele ano o
2008 na frente do Portal da Índia em Mumbai, apenas semanas após
sua filha e seu genro, Rabi Gavriel Holtzberg, serem mortos num Templo Sagrado foi destruído.
ataque terrorista. Gavriel Holtzberg acendia aquela menorá todo ano.

10 de Tevet O povo judeu foi exilado na Babilônia durante 70 anos. O dia 10 de

Tevet é observado como um dia de jejum, luto e arrependimento.


O Cerco de Jerusalém
18 de dezembro, 2018 Abstemo-nos de comida e bebida, do amanhecer até o anoitecer, e

acrescentamos selichot e outros suplementos especiais às nossas

preces. Mais recentemente, 10 de Tevet foi escolhido para servir


7

também como "dia geral de kadish" para as vítimas do Holocausto, “Teshuvá tem o poder de terminar o exílio e trazer a Redenção.”

muitas das quais se desconhece o dia de martírio. (Lubavitcher Rebe, 10 Tevet, 5752-1991)

Judaísmo na Prática Festas Judaicas


Um antigo costume judaico, que foi revivido pelo Rebe, Rabi

Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, é pronunciar Tu Bishvat (15 de Shevat)


palavras de inspiração e incentivar o arrependimento nos dias de O Ano Novo das Árvores
jejum. Apresentamos aqui nossa modesta contribuição ao nosso dever 21 de janeiro de 2019

como judeus, de refletir sobre o significado dos trágicos eventos da

nossa história, e assim ficarmos motivados, encorajados e sim - até

mesmo inspirados:

Maimonides relata que todos os dias de jejum se transformarão em

festas e dias de celebração, implicando que sua mensagem interior

seja positiva. De fato, assim como o Rabino Shneur Zalman menciona

em seu Igueret HaTeshuvá, um dia de jejum é um ‘dia

propício’. Dentre as dimensões positivas de dias de jejum está que

são dias de teshuvá, arrependimento e retorno.


Tu B'Shevat, 15 de Shevat no Calendário Judaico é o dia que assinala

o início do "Ano Novo das Árvores". Essa é a estação na qual as


8

Colabore
primeiras árvores a brotar na Terra de Israel emergem do seu sono de
Português
inverno e iniciam um novo ciclo de produção de frutas.

Legalmente, o "Ano Novo das Árvores" se relaciona aos vários dízimos O Chabad.org site

que são separados da produção cultivada na Terra Santa. Esses

dízimos diferem de ano para ano no ciclo Shemitá de sete anos; 15 de A Leitura da Torá dessa semana éVayêshev

Shevat é o ponto no qual um fruto em botão é considerado como


O
JUDAÍS VALORE MOVIMEN
VIDA E TORÁ E
pertencendo ao ano seguinte do ciclo. MO NA S TO REVIS
SOCIEDA ESTUD
PRÁTIC JUDAIC CHABAD- TA
DE OS
A OS LUBAVITC
Celebramos o dia de Tu B'Shevat comendo frutas, especialmente as
H
espécies que são destacadas na Torá em seus louvores à fartura da

Terra Santa: uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras. Nesse dia

lembramos que "o homem é uma árvore do campo" (Devarim 20:19) e Purim
refletimos sobre as lições que podemos extrair de nossa analogia
Judaísmo na Prática Festas Judaicas Purim Guia Completo
botânica.

‫ה"ב‬ O que é Purim?


Acessar

Cadastre-se

Pergunte ao Rabino

Centros de Chabad
9

Significado da Festa
tornou-se a nova rainha – embora ela se recusasse a divulgar qual era

sua nacionalidade.

Nesse interim, o antissemita Haman foi nomeado primeiro ministro do

império. Mordechai, o líder dos judeus (e primo de Esther), desafiou as

ordens do rei e se recusou a inclinar-se perante Haman. Haman ficou

ofendido e convenceu o rei a emitir um decreto ordenando o


A Festa de Purim é celebrada todo ano em 14 de Adar. Comemora a
extermínio de todos os judeus em 13 de Adar – data escolhida por um
salvação do povo judeu na antiga Pérsia da trama de Haman “para
sorteio feito por Haman.
destruir, matar e aniquilar todos os judeus, jovens e velhos, crianças e

mulheres, num único dia.” Mordechai reuniu todos os judeus, convencendo-os a se arrepender,

jejuar e rezar a D'us. Enquanto isso, Esther pediu ao rei e a Haman


A história resumida:
que fossem com ela a um banquete. Esther revelou ao rei sua

O império persa do 4º século AEC abrangia mais de 127 países, e identidade judaica. Haman foi enforcado, Mordechai foi nomeado

todos os judeus eram seus súditos. Quando o Rei Achashverosh primeiro ministro no lugar dele, e foi emitido um novo decreto –

mandou executar sua esposa, a Rainha Vashti, por recusar-se a concedendo aos judeus o direito de se defenderem contra seus

cumprir suas ordens, ele organizou um desfile de beleza para inimigos.

encontrar uma nova rainha. Uma moça judia, Esther, foi a escolhida e
10

Em 13 de Adar os judeus se mobilizaram e mataram muitos dos seus Elimina-se todos os alimentos fermentados dos lares e
inimigos. Em 14 de Adar eles descansaram e celebraram. estabelecimentos, e somente ingere-se matsá, pão ázimo.
Nas duas primeiras noites de Pêssach a família é reunida
para a realização do Seder quando a história do Êxodo é
relatada na Hagadá.

Pêssach Sheni
Judaísmo na Prática Festas Judaicas

Pêssach Sheni
19 de maio, 2019

Pêssach (Páscoa Judaica) ocorre de 19 de abril a 27


de abril de 2019
A festa de Pêssach é celebrada durante oito dias no início da
primavera em Israel, do dia 15 ao dia 22 do mês hebraico de
Nissan. A data comemora a libertação dos judeus da
escravidão no Egito.
11

Um ano após o êxodo do Egito, o povo judeu fez a oferenda de Embora o Pêssach Sheni fosse instituído para aqueles que não

Pêssach no décimo quarto dia do mês de Nissan. Mas nem todos podiam ofertar o sacrifício de Pêssach no seu tempo certo, porque

puderam realizá-la. A escritura relata (Bamidbar 9:6): "Havia alguns estavam impuros ou encontravam-se em locais distantes, o seu

homens que estavam ritualmente impuros (pelo contato com mortos) e conceito se aplica a todos em todos os tempos - mesmo agora,

incapazes de preparar a oferenda de Pêssach naquele dia. Aqueles quando o sacrifício de Pêssach não pode ser ofertado.

disseram: 'Por que deveríamos ser privados de fazer a oferenda do

Senhor no seu tempo marcado entre os filhos de Israel?' Moshê Uma lição clara de Pêssach Sheni é que a pessoa nunca deve perder

respondeu: 'Aguardem, e eu ouvirei o que o Senhor ordenará a a esperança. Nas palavras do Rebe anterior: "A idéia de Pêssach

respeito de vós'. D'us falou a Moshê: 'Se qualquer pessoa de vós ou Sheni é de que 'nada é irrecuperável'; sempre podemos retificar nosso

de vossas gerações futuras estiver ritualmente impura ou numa comportamento. Mesmo alguém que estava ritualmente impuro ou

jornada distante, ainda assim fará a oferenda de Pêssach ao Senhor. ausente numa jornada distante - mesmo que voluntariamente - pode

Deverá efetuá-la no décimo quarto dia do segundo mês'..." reabilitar-se."

É dada uma nova oportunidade áquele que não ofereceu o sacrifício Um ser humano é intrinsecamente bom; sua alma é uma parte da

de Pêssach no tempo certo - 14 de Nissan - para fazê-lo no dia 14 de centelha Divina. O pecado é uma antítese completa da sua natureza.

Iyar, data denominada de Pêssach Sheni, o Pêssach do segundo mês, Se ele chega a transgredir, isto é uma anomalia que não pode tocar o

no qual costuma-se, hoje em dia, comer um pedaço de matsá. seu "eu" essencial. A pessoa pode estar temporariamente impuro, mas

sua essência, é dos níveis mais elevados. Assim, nenhum pecado,


12

Significado de Lag Baômer


nenhuma omissão do serviço a D'us, é irreversível. A pessoa pode
Lag Baômer significa “33º do Ômer," pois este é o 33º dia da
sempre voltar à sua identidade real.
"Contagem do Ômer" que tem a duração de 49 dias, conectando

Pêssach a Shavuot, e interligando a jornada dos judeus na saída do


Pêssach é a única festividade que concede uma segunda chance, e
Êgito até a chegda ao Monte Sinai. No calendário judaico, este
isto porque Pêssach marca o nascimento da nação judia. O êxodo do
corresponde ao 18º dia do mês de Iyar.
Egito foi o início de um processo que culminou com a Outorga da Torá

- a transformação dos judeus numa nação da Torá. Já que a oferenda Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais
de Pêssach está ligada com o êxodo, sua omissão significaria que o
notáveis Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar
êxodo não foi completo. D'us por isto quis que cada um, mesmo Yochai.
aquele que deliberadamente não ofertou o sacrifício de Pêssach da
Rabi Akiva
primeira vez, ganhasse a oportunidade de fazê-lo - pois se não há

nascimento, não há existência. A identidade da Torá estaria ausente.


Rabi Akiva viveu na Terra Santa em uma das épocas mais difíceis de

Lag Baômer nossa história: a geração seguinte à da destruição do Templo Sagrado

Judaísmo na Prática Festas Judaicas Lag Baômer A Festa (no ano 69 da Era Comum) e a impiedosa perseguição dos judeus

pelos romanos. Os Romanos proibiram o estudo de Torá e a prática do


Significado Judaísmo sob pena de morte. Rabi Akiva, que estudara com os

maiores Sábios da geração anterior, desafiou os Romanos

transmitindo o que havia recebido a seus discípulos, garantindo assim


13

a sobrevivência da Torá. De fato, todo o corpo da Lei da Torá (mais de seu tempo, com 24.000 alunos. "Tudo aquilo que consegui, e tudo

tarde registrado na Mishná e no Talmud) pode ser seguido até os que vocês conseguiram," disse a eles, "é pelo mérito dela."

ensinamentos de Rabi Akiva e seus discípulos.


Morte entre os Discípulos

Até a idade de quarenta anos, Rabi Akiva foi um pastor analfabeto.


Mas então uma tragédia ocorreu. A discórdia e os conflitos entre os
Mas Rachel, a bela e piedosa filha do abastado cidadão de Jerusalém
discípulos de Rabi Akiva conduziram milhares à morte nas semanas
cujos rebanhos Akiva pastoreava, reconheceu seu potencial, e
entre Pêssach e Shavuot, dizimados por uma peste. É por este motivo
prometeu desposá-lo se ele devotasse a vida ao estudo de Torá. Ao
que neste período não realizamos casamentos, cortes de cabelo, ou
pastorear as ovelhas de seu amo certo dia, Akiva encontrou uma
escutamos música.
pedra na qual havia sido cavado um profundo sulco por um fio de

água. "Se gotas de água podem desgastar a rocha sólida," pensou, Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer tristeza e luto são

"certamente as palavras de Torá terminarão por penetrar na minha suspensos por dois motivos: nesta data cessou a morte dos discípulos

mente." de Rabi Akiva e marca o dia de falecimento de Rabi Shimon bar

Yochai. Seus ensinamentos revelaram a dimensão mística da Torá: a


Akiva e Rachel casaram-se, e ele cumpriu sua promessa, dedicando-
Cabalá, a "alma" do Judaísmo. Rabi Akiva reconstruiu sua grande
se ao estudo da Torá. Deserdados pelo pai de Rachel, os dois
Escola de Estudos de Torá, reiniciando com seus cinco discípulos
suportaram anos de pobreza e labuta; por fim, entretanto, o sacrifício
sobreviventes: Rabi Meir, Rabi Yehudá, Rabi Yossi, Rabi Nechemia e
foi recompensado: Rabi Akiva tornou-se o mais notável mestre de Torá
Rabi Shimon bar Yochai.
14

Rabi Shimon bar Yochai foi uma visão bonita. Para ele parecia uma grande tolice, talvez um

pecado. O tempo do ser humano neste mundo é precioso e breve -


Como Rabi Akiva, seu mestre, Rabi Shimon sofreu perseguição por
como podia desperdiçá-lo trabalhando a terra, quando poderia devotar-
parte dos Romanos, e sua cabeça foi colocada a prêmio. Rabi Shimon
se aos esplendor da sagrada Torá de D'us?
precisou esconder-se com seu filho, Rabi Elazar.

Rabi Shimon havia desenvolvido notáveis poderes durante os doze


Foram até as colinas ao norte de Israel, e ocultaram-se em uma
anos na gruta, e agora, ao observar com ira esta visão indesejada, os
caverna onde estudaram Torá dia e noite. D'us realizou muitos
campos e árvores irromperam em chamas. Ouviu-se uma Voz
milagres para eles: uma alfarrobeira cresceu na entrada da caverna
Celestial, dizendo: "Você saiu para destruir Meu mundo? Volte para
para alimentá-los, e a água foi fornecida por uma fonte de água fresca.
sua caverna!" Portanto, Rabi Shimon e Elazar retornaram à gruta por
Eliyáhu, o profeta, apareceu a eles, ensinando-lhes os mistérios e
mais um ano, mergulhando ainda mais na sabedoria Divina. Foi
segredos da Torá.
durante este décimo terceiro ano na caverna que descobriram o

Após doze anos na gruta, Rabi Shimon soube que o imperador romano segredo mais profundo da Torá: que o propósito da Criação é

que havia decretado sua morte não vivia mais. O perigo havia "Construir uma morada para D'us no mundo físico."

passado; Rabi Shimon e seu filho podiam agora deixar a caverna.


Aprenderam que embora o trabalho mundano do homem pareça

Foi em Lag Baômer que Rabi Shimon e Elazar saíram da escuridão grosseiro e inferior, a maior santidade está oculta dentro deste mundo

para a luz do sol. Era primavera, e os fazendeiros estavam atarefados físico. D'us deseja que transformemos o mundo material em uma

nos campos, arando e semeando. Porém para Rabi Shimon, esta não morada para Ele. Uma vida totalmente devotada à Torá preenche esta
15

finalidade, mas assim também o faz uma vida devotada a desenvolver O Zôhar

o mundo material em conformidade com a vontade Divina. Não são


O Zôhar, que significa "esplendor" ou "brilho", tornou-se a base da
todos que devem passar o tempo inteiro no estudo de Torá, como
espiritualidade ímpar da Chassidut, fundada no século XVIII por Rabi
fizeram Rabi Shimon e seu filho.
Yisrael ben Eliezer, o "Báal Shem Tov", no Leste Europeu.

Quando Rabi Shimon emergiu da caverna no Lag Baômer seguinte,


O Zôhar descreve o dia da morte de Rabi Shimon como repleto de
não estava menos comprometido com o estudo de Torá; de fato, isso
grande luz e júbilo sem fim, e a sabedoria secreta que ele revelou
permaneceria sua "única ocupação" pelo restante de sua vida. Mas ele
naquele dia aos discípulos; tanto para o mestre como para os alunos,
havia também aprendido a apreciar o valor dos caminhos na direção
diz o Zôhar, foi como o dia em que o noivo e a noiva se rejubilam sob a
do cumprimento do propósito Divino, em vez do seu. Agora, seu olhar
canópia nupcial. Diz-se que o dia não chegou ao fim antes de Rabi
sobre o mundo curava, em vez de destruir.
Shimon revelar tudo que lhe fora permitido revelar. Apenas então o sol

Rabi Shimon Bar Yochai não apenas atingiu pessoalmente o mais recebeu permissão de se pôr; e quando isso aconteceu, a alma de

elevado entendimento dos segredos da Torá, expressso em sua obra Rabi Shimon deixou seu corpo, subindo aos céus.

mística, o Zôhar, como tornou-se o mais ilustre mestre de Torá de sua


Rabi Abba, um aluno incumbido do trabalho de transcrever as palavras
geração. No último dia de sua vida, Rabi Shimon reuniu seus alunos e
de Rabi Shimon, conta: "Eu nem ao menos conseguia manter a
disse-lhes: "Até o dia de hoje, tenho mantido os segredos em meu
cabeça levantada, devido à luz intensa que emanava de Rabi Shimon.
coração. Mas agora, antes de morrer, desejo revelar todos eles."
Durante todo o dia a casa esteve repleta de fogo, e ninguém podia
16

chegar perto, por causa da parede de chamas e luz. No fim do dia, o

fogo finalmente arrefeceu, e pude olhar a face de Rabi Shimon. O sol

se punha e com ele a alma do mestre se elevava. Estava morto,

envolto em seu Talit, deitado sobre o lado direito – e sorrindo."

Rabi Shimon fora banhado em luz e fogo, pois a Torá é comparada ao

fogo – "Aish HaTorá". Fogo é o material que converte matéria física em

energia. Assim também, a Torá nos mostra como transformar o mundo

material em energia transcendente.

Shavuot (uma festa de dois dias, ocorrerá de 8 a 9 de junho


Rabi Shimon bar Yochai faleceu em Lag Baômer. Antes de morrer,
de 2019) celebra a data que D'us outorgou a Torá ao povo
instruiu os discípulos para observarem seu yahrzeit, data de seu
judeu no Monte Sinai há mais de 3.300 anos.
falecimento, como um dia de muita alegria e festividades.

Ela ocorre após 49 dias da contagem do Omer, em


preparação a esse evento marcante.

É comemorada com o acendimento das velas, com estudo a


noite toda de Torá, ouvindo a leitura dos Dez Mandamentos
na sinagoga e saboreando alimentos lácteos.
17

Tishá B’av & as Três O período tem início no dia 17 do mês hebraico de Tamuz, data que

Semanas marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69

da EC.
Destruição e Renovação
21 de Julho - 10-11 de agosto, 2019
Chega ao seu clímax e conclui com o jejum de Tishá BeAv, dia 9 do

mês de Av, data em que ambos os Templos Sagrados foram

incendiados. Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também

a data em que muitas outras tragédias aconteceram ao nosso povo.

Tu BeAv (15 de Av)


Amor e Renascimento
16 de agosto, 2019

As Três Semanas marcam um período de luto anual no qual

lamentamos a destruição do Templo Sagrado e o início de nosso

exílio.
18

O Talmud nos aponta que há muitos anos ocorria uma tradição nessa

data quando as "filhas de Jerusalém iam dançar nos vinhedos" e

"quem ainda não tivesse uma esposa iria lá" para encontrar uma noiva.

Muitos casamento são marcados nessa data para celebrar o encontro

de duas almas.

15 de Av está revestido com um véu a ser explorado em seu sentido

mais profundo e revelador

15 de Av é sem dúvida um dos dias mais felizes de nosso calendário.


Rosh Hashaná
O Ano Novo Judaico
Ao mesmo tempo misterioso. ao fazer uma busca no Shulchan Aruch
O Ano Novo judaico é o Dia do Julgamento, quando D'us determina o
(Código da Lei Judaica) a obra não revela observâncias ou costumes destino de cada um para o ano que se inicia. Parte principal do serviço
de Rosh Hashaná é o toque do shofar que desperta as pessoas para o
para esta data, exceto pela instrução de que Tachanun (confissão de arrependimento.

pecados) e porções similares devem ser omitidos nas orações diárias

(como ocorre em todas as datas festivas). E a instrução de que deve-

se aumentar o estudo da Torá, já que as noites tornam-se mais longas

e "a noite foi criada para o estudo".


19

As Grandes Festas

Rosh Hashaná é o aniversário do universo, o dia em que D'us criou

Adam e Eva, e é celebrado como o mais importante do ano judaico.

Começa ao pôr do sol na véspera de 1º de Tishrei (9 de setembro de

2018) e termina após o anoitecer em 2 de Tishrei (11 de setembro de Yom Kipur (o Dia da Expiação): 18-19 de setembro,
2018). 2018
Yom Kipur é o dia mais sagrado do ano – o dia no qual estamos mais
As observâncias de Rosh Hashaná incluem acendimento de velas à
perto de D'us e da quintessência de nossas almas. É o Dia da
noite, refeições festivas com doces durante a noite e o dia, serviços de
Expiação – “Pois neste dia Ele te perdoará, te purificará, para que
prece que incluem o toque do shofar (chifre de carneiro) nas duas
sejas purificado de todos os teus pecados perante D'us” (Levítico
manhãs, e não fazer trabalho criativo.
16:30).
20

Sucot: 23 a 30 de setembro, 2018


Durante quase vinte e seis horas – vários minutos antes do pôr do sol
Os sete dias de Sucot – celebrados com a construção de uma sucá,
em 9 de Tishrei (18 de setembro) até o cair da noite em 10 de Tishrei
adquirindo as Quatro Espécies e alegrando-se com a festa, são
(19 de setembro) – “afligimos nossas almas”; nos abstemos de comida
seguidos por Simchat Torá.
e bebida, não lavamos nem untamos nosso corpo, não usamos

calçados de couro, e nos abstemos de relações conjugais. Em vez As plantas usadas como cobertura para o teto da sucá nos lembra da
disso nosso tempo é passado em preces a D'us. proteção divina quando nossos antepassados viajavam no deserto. As

Sucot e Simchat Torá Quatro Espécies são uma expressão de nossa unidade e nossa fé na

onipresença de D'us. Após os dias solenes das Grandes Festas

vivemos estes dias ampliando em alegria.

Os primeiros dois dias [um, se for em Israel) são de Yom Tov, quando

o trabalho é proibido, velas são acesas ao entardecer e refeições

festivas são precedidas por kidush seguido pela chalá mergulhada no

mel. Os dias remanescentes são semi feriados, conhecidos como Chol

Hamoed. Durante todos os dias de Sucot pronunciamos a bênção

sobre as Quatro Espécies, exceto no Shabat).

Sucot e Simchat Torá


21

Torá. Este marco repleto de júbilo é marcado com dança, dando

tradicionalmente sete voltas conhecidas como hakafot, enquanto os

Rolos de Torá são mantidos no alto.

Ambos os dias são celebrados por acendimento noturno de velas,

refeições festivas à noite e durante o dia, e desistindo do trabalho. Em

Israel, o feriado inteiro é compactado em um período principal de 24

horas.

Simchat Torá: 30 de setembro a 2 de outubro de 2018


Após os sete dias festivos de Sucot, chegamos ao feriado alegre de

Shemini Atseret e Simchat Torá.

Na diáspora, o primeiro dia é conhecido pelo seu nome bíblico,

Shemini Atseret. Ainda habitamos na sucá, porém sem uma bênção.

Yizkor, o memorial para os que partiram, também é recitado nesse dia.

O segundo dia é conhecido como Simchat Torá, durante o qual

completamos e imediatamente começamos o ciclo anual de leitura da

Você também pode gostar