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Referência: 

BERNARD Charlot: Existe o fracasso escolar?. S.i: Univesp, 2011. (13 min.), color.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1HUJQlduYzk>. Acesso em: 18 set. 2018.

Transformando o fracasso em uma Educação Libertadora

Uma das maiores preocupações dos educadores e da sociedade em geral se refere ao


“fracasso” da educação. Baseando-se em dados estatísticos que manifestam índices insatisfatórios da
educação brasileira, várias medidas são traçadas, pelas ações governamentais (na atualidade, a BNCC)
ou pela equipe pedagógica da escola (com os PPPs) visando superar o “fracasso” do rendimento
escolar. O educador e pesquisador Bernard Charlot nos apresenta importantes reflexões a cerca das
causas e consequências desse fracasso bem como soluções que contribuem para sua superação.
Inicialmente Charlot nos leva a refletir sobre a definição que o senso-comum (e por vezes
reproduzidas por educadores) atribuiu ao fracasso escolar associando-o sempre a incapacidade do
aluno diante do aprendizado. Tal concepção é generalista e reforça a exclusão. O autor defende que a
idéia de “fracasso escolar” (em sua perspectiva generalizante) não existe, o que existe são situações
onde os alunos apresentam dificuldades.
Nesta perspectiva, vários fatores influenciam neste obstáculo, alguns deles se manifestam nas
desigualdades sociais; na motivação errônea dos alunos quanto ao conceito de aprendizagem visto que
muitos vão para a escola simplesmente para obterem a aprovação e não se preocupam com a aquisição
de conhecimentos significativos; outro agravante está contido na ideia de que o professor é o “único
canal” do processo de ensino-aprendizagem, que contribui para uma postura passiva dos alunos diante
do conhecimento visto que a responsabilidade deste recai sobre o professor, e também para a
culpabilização do mesmo diante dos resultados insatisfatórios. Tais atitudes influenciam não somente
o comportamento do aluno diante do processo educativo, mas também a do professor que se sente por
vezes frustrado e incapacitado diante dos resultados não satisfatórios.
Diante das situações expostas, podemos reverter este quadro através do comprometimento
genuíno do professor com o processo de ensino-aprendizagem. Temos que entender a lógica individual
de nossos alunos para que possamos conduzi-los ao processo de conhecimento significativo. Isto exige
de nós uma postura ativa, crítica e reflexiva da nossa prática de ensino. Refletir sobre a importância do
nosso papel nos ajuda a mantermos a motivação para continuarmos comprometidos com a
comunidade, com nossos alunos e com a transformação social. Se nossas ações estão desmotivadas,
isso refletirá na nossa prática docente. A escola (e isso inclui o professor) não pode reafirmar os
preconceitos sociais como inferiorizar os próprios alunos limitando-os em sua capacidade criativa,
mas deve se comprometer em ser agente de transformação social, não pode ser lugar de sofrimento,
mas de prazer, segurança, de mudanças e transformações, lugar onde as diferenças são tratadas com
respeito e igualdade.

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