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LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS –

14.133/21

Ela entrou em vigor na sua data de publicação, de acordo com o artigo 194, revogando,
com isso, os artigos 89 a 108 da lei antiga, que é a parte criminal da lei, passando-os para o direito
penal. A 8666, porém, vai ficar em vigor até 2023, posto que ainda estará em vigor por 2 anos após a
publicação da nova lei, já que há possibilidade de escolha do regime de contratação pela
administração, escolha essa que é discricionária, mas não cabe a combinação entre as duas leis,
porque isso significaria a criação de uma nova lei.

Ponto interessante: após a promulgação da nova lei, a 8666 apenas ficará vigente por 2
anos, ou seja, até abril de 2023. Ao longo desse período o administrador pode escolher qual regime
utilizar na administração, aquele preconizado pela 8666 ou aquele que será regido pela 14133, o
regime por ele escolhido será utilizado em todo o processo de licitação, até que ele seja finalizado.
Dessa forma, uma vez escolhido o rito antigo, ainda que o período de dois anos destinado à
continuidade da vigência da lei antiga se encerre, ela continuará valendo até o fim daquele contrato.
Ou seja: em casos excepcionais, é possível que a lei 8666 continue regendo alguns contratos
mesmo depois de ter sido revogada. Após abril de 2023 não caberá mais a opção, o administrador
deverá necessariamente utilizar a 14.133.

IMPORTANTE: as demais leis especiais que tratam sobre licitações e contratos continuam sendo
aplicadas nos seus termos.

Organização da lei:

Disposições preliminares: artigos 1 a 10

Licitações: artigos 11 a 88 *****

Contratos: 89 a 154 ***

Irregularidades: 155 a 173

Disposições gerais: 173 a 194


O primeiro ponto que deve ficar claro é a diferença entre licitação e contrato.
Licitar é selecionar a proposta que está apta a gerar o resultado de contração mais vantajoso
para a administração pública, conceito este extraído do artigo 11, I. Já o contrato pé o ajuste, o
vínculo firmado entre a administração e o particular, com estipulação de obrigações recíprocas.
É possível licitar sem contratar, assim como é possível contratar sem licitação.

Âmbito de aplicação: administração pública direta de todos os entes federativos,


assim como as autarquias e as fundações (de direito público e privado). Além disso, a lei se
aplica também aos órgãos dos poderes legislativos e judiciários, quando no desempenho de
função administrativa, os fundos especiais e as demais entidades controladas (paraestatais)
direta ou indiretamente pela administração pública. Ela tem âmbito nacional de aplicação.

NÃO SÃO ABRANGIDAS PELA LEI:

 Empresas públicas
 Sociedade de economia mista
 Suas subsidiárias

Isso porque elas são registas pela lei 13.303, que são as leis das estatais.

A competência legislativa para legislar sobre licitação é a União, cuja competência é


privativa. Ela, porém, apenas vai tratar de normas gerais, sendo lícito que cada ente federativo
disponha sobre leis específicas de licitação, de forma a atender suas particularidades, essas leis,
entretanto, não poderão contrariar a norma geral feita pela União.

APLICAÇÃO MITIGADA DA LEI

No artigo primeiro da lei, os parágrafos terceiro, quarto e quinto, há uma aplicação


mitigada da lei de licitações, isso porque, ela será aplicada, porém, terá uma aplicação um
pouco menor, da seguinte forma:

Repartição pública sediada no exterior: irá obedecer às peculiaridades locais e os princípios


básicos estabelecidos na 14.133. Esses casos serão tratados por regulamentação específica a ser
editada por ministro de Estado.

Recurso proveniente de empréstimo ou doação estrangeiros: a compra vem de outro país ou


instituição estrangeira, nesse caso, será utilizado regramento especial, como acordos
internacionais.
Contratações relativas à gestão das reservas internacionais do país: equilíbrio de contas das
reservas cambiais, que serão reguladas por ato normativo editado pelo BACEN.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI 1413

Casos em que ela serve de “tapa buraco” em ocasiões expressamente dispostas em lei.
Art. 186.

Em caso de convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres por órgãos e


entidades da administração pública, na forma estabelecida em regulamento do executivo
federal, essa lei será aplicada quando houver ausência de norma específica, assim, sua
aplicação será secundária.

OBEJTO DA LICITAÇÃO

É o que se pode contratar, o que será licitado para, posteriormente, ser contratado. Está
disposto no artigo segundo da lei:

1) Alienação e concessão de direito real de uso de bens;


2) Compra, inclusive por encomenda;
3) Locação;
4) Concessão e permissão de uso de bens públicos;
5) Prestação de serviços, inclusive técnico-profissionais especializados;
6) Obras e serviços de arquitetura e engenharia;
7) Contratações de tecnologia da informação e de comunicação.

PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS – ARTIGO 5º

De todos os 22 princípios descritos na lei, são considerados como setoriais os


seguintes:

Planejamento, segregação de funções, vinculação ao edital, julgamento objetivo e


desenvolvimento nacional sustentável. São tidos como setoriais porque são aplicados tão
somente à licitação e não a outros ramos do direito administrativo de forma conjunta e
concomitante.

PRINCÍPIOS EXPRESSOS
LEGALIDADE Respeito ao procedimento formal estabelecido
IMPESSOALIDADE Vedação ao interesse pessoal, devendo buscar o interesse
coletivo
MORALIDADE Obediência à ética, boa fé e lealdade
PUBLICIDADE Os atos devem ser públicos e acessíveis ao público,
salvo os casos de sigilo
EFICIENCIA Diligência e racionalidade na atuação administrativa,
está ligada aos meios utilizados
INTERESSE PÚBLICO Atendimento a fins de interesse geral
PROBIDADE ADMINISTRATIVA Honestidade no desempenho das funções
IGUALDADE Tratamento isonômico entre os licitantes
PLANEJAMENTO Organização prévia, estudo técnico preliminar
TRANSPARÊNCIA Disponibilização da informação com qualidade, de forma
acessível. É um ponto específico da publicidade.
EFICÁCIA Atingir os objetivos definidos – busca pelo resultado, um
fim específico.
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES Desconcentração de funções, vedando a concentração de
poderes
MOTIVAÇÃO Indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão. Justificativa.
VINCULAÇÃO AO EDITAL As partes não podem descumprir as normas e condições
do edital
JULGAMENTO OBJETIVO Deve-se levar em conta os critérios objetivos definidos
no edital
SEGURANÇA JURÍDICA Estabilidade e confiança na adm. Pública
RAZOABILIDADE Atuação ponderada, com equilíbrio entre meios e fins
COMPETITIVIDADE Consectários da isonomia, para garantir mais ofertas à
adm
PROPORCIONALIDADE Vedação à imposição de obrigações em medida superior
àquelas estritamente necessárias
CELERIDADE Procedimentos mais ágeis, a partir da inversão da ordem
procedimental em alguns casos
ECONOMICIDADE Ralação de custo-benefício
DESENVOLVIMENTO NACIONAL Busca de uma licitação que garanta um meio ambiente
SUSTENTÁVEL – LICITAÇÃO VERDE ecologicamente equilibrado, bem como o
desenvolvimento econômico

A lei fala sobre agentes públicos nos artigos 7 a 10, conceituando-os como todos
aqueles que estão envolvidos em processo licitatório, que irão desempenhar as funções
essenciais à execução dessa lei. Eles serão designados pela autoridade máxima do órgão.

Deverá ser observado o princípio da segregação de funções, sendo vedada a


designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a
riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na
respectiva contratação.

Esses agentes designados não podem ter parentesco até terceiro grau com licitantes ou
contratados habituais da administração.

Agente público geral: são todos aqueles que vão atuar no processo licitatório, mas sem poder
de decisão. Serão escolhidos preferencialmente entre os servidores efetivos ou os empregados
públicos dos quadros permanentes.

Agentes de contratação: são os que participam do processo licitatórios com poder de decisão,
até a homologação, mas ele não homologa. Nesse caso, eles deverão ser servidores efetivos ou
empregados públicos dos quadros permanentes, podendo ser assessorados por uma empresa ou
profissional especializado, conforme dispõe artigo 8º, parágrafo quarto. Esse agente irá
responder individualmente pelos atos praticados, a não ser que ele tenha sido induzido ao erro
pela atuação da equipe. Ele substitui o papel da comissão de licitação na legislação anterior, ele
é quem conduz e, por isso, tem poder de comando.

Esse agente de contratação poderá ser substituído por uma comissão de contratação,
que vai contar com, no mínimo, três integrantes, que responderão solidariamente pelos atos
praticados, a não ser que registre em ata a sua não concordância com o procedimento adotado.

O artigo 9º traz as condutas que são vedadas aos agentes públicos, impedindo-o de
atuar na área de licitação e contratos quando:

1) Comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do processo licitatório


2) Estabeleçam preferencias ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do
domicílio dos licitantes
3) Sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato.

As fundações públicas são sujeitas ao procedimento licitatório comum, que não será
aplicado apenas às sociedades de economia mista e empresas públicas.

Contratação Direta

Quando for possível a contratação direta, sequer será licitação, indo direito para
formalização do contrato. Essa não é a regra, é a exceção.

A contratação direita pode se dar pela inexigibilidade ou pela dispensa.


Inexigibilidade – rol exemplificativo, artigo 74

Pautada na inviabilidade de competição. São apenas cinco os casos de


inexigibilidade:

1) Fornecedor exclusivo;

“aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviço que só


possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo” Só tem
uma pessoa fornecendo aquele produto/serviço.

Tal exclusividade precisa ser comprovada por atestado de exclusividade, contrato


de exclusividade, declaração do fabricante ou outro documento idôneo, não sendo possível a
preferencia por uma marca específica.

2) Artista consagrado;

“contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário


exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”

Qualquer setor artístico, inclusive os atletas esportivos.

Considera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que possua contrato,


declaração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade permanente e contínua de
representação, no País ou em Estado específico, do profissional do setor artístico, afastada a
possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de empresário com
representação restrita a evento ou local específico.

3) Serviços técnicos especializados de natureza predominantemente


intelectual com profissionais de notória especialização;

Na lei 8666, além do que está descrito neste tópico, havia também a exigência de
singularidade do profissional, algo que apenas ele faça. Na legislação atual não há essa
exigência expressa.

Serviço técnico especializado é aquele que não pode ser realizado por um
profissional qualquer, é necessário que seja feito por um profissional com especialização
específica.
A contratação de um escritório de advocacia para atuar na defesa de um processo
onde o ente federativo atua no polo passivo é possível e encontra respaldo nesse tópico da lei,
mas é óbvio, não pode ser em qualquer caso e qualquer escritório de advocacia.

É vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação, existe


uma lei específica para tratar da publicidade e divulgação por empresa de um ente federativo.
Da mesma forma, é vedada a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais
distintos.

4) Credenciamento;

Novidade na nova lei, embora o credenciamento já vinha sendo admitido pelo TCU
e pela jurisprudência dos tribunais superiores. Aqui não há propriamente uma disputa, a
administração já define o valor que será pago pelo serviço que ela está buscando.

É um tipo de contratação paralela e não excludente, sendo feitas contratações


simultâneas e em condições padronizadas. Quando o objeto não permitir a contratação imediata
e simultânea de todos os credenciados, deverão ser adotados critérios objetivos de distribuição
de demanda.

É possível também que a administração tenha uma lista de credenciados em seu


sistema e o administrado escolha com qual profissional fará a prestação de serviço.

O procedimento do credenciamento é definido em regulamento específico.

5) Aquisição ou locação de imóvel ideal.

Aqui tem que ter muito cuidado porque na lei anterior isso aqui era tratado como
dispensa. Respeitados os seguintes requisitos:

 Avaliação previa do bem, seu estado de conservação, custos de adaptações


 Certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis que atendam ao
objeto
 Justificativa que demonstrem a singularidade do imóvel a ser comprado ou locado pela
administração e que evidenciem vantagem pra ela

Dispensa – rol taxativo


Aqui até existe condição de se competir, mas o legislador optou por não exigir o
procedimento licitatório.

Dispensa facultativa – dispensável: ato discricionário do administrador que poderá dispor a


partir da análise de oportunidade e conveniência. Artigo 75.

Baixos valores: para obras, serviços de engenharia e de manutenção de veículos


automotores o valor máximo admitido para que a licitação seja dispensável é de 100 mil reais,
em se tratando de serviços e compras, esse valor é de 50 mil reais.

Caso se trate de consórcio público, os valores acima listados podem ser duplicados.

Importante: para se chegar no montante limite permitido por lei, é preciso levar em
conta o montante somado do ano e mesmo ramo de atividade, bem como o tipo de objeto. Isso
vale para o mesmo órgão.

Licitação deserta: não apareceram licitantes interessados.

Licitação fracassada: as propostas apresentadas não foram válidas ou elas


consignaram preços manifestamente superiores ou, ainda, os preços apresentados foram
incompatíveis com os fixados.

Produtos adquiridos para pesquisa e desenvolvimento: 300 mil reais.

Hortifrutigranjeiros, pão e bens perecíveis: compra no valor que está sendo


vendido no dia enquanto o processo licitatório está correndo.

Aquisição ou restauração de obra de arte ou objeto histórico;

Emergência ou calamidade pública, o prazo de contratos emergenciais sofreu uma


mudança com a nova legislação, toda compra efetuada em detrimento da calamidade deve ter
nexo causal com o ocorrido, bem como ser concluído no prazo máximo de 01 ano (na 8666 o
prazo era de até 6 meses), contado a partir da data de ocorrência da emergência ou calamidade.
Os contratos não podem ser prorrogados e as empresas contratadas só podem o ser uma única
vez, havendo uma segunda emergência, outra empresa deve ser contratada.

A emergência provocada gera a apuração de responsabilidade pública dos agentes


políticos que deram causa à situação emergencial.
Dispensa obrigatória – dispensada: é ato vinculado, o procedimento de licitação é proibido
por lei.

Via de regra, a alienação de imóveis feita pela administração depende de licitação


na modalidade leilão, entretanto, em alguns casos ela poderá ser dispensada. Artigo 76. São
essas exceções:

Dação em pagamento, doação, venda.

Conceito de contratação direta: a administração pública, de forma excepcional, deixa de


realizar o procedimento licitatório, definindo diretamente quem será convocado para contratar.

Por ser esse caso uma exceção dentro do nosso ordenamento jurídico, é preciso
haver todo um procedimento formal que o possibilite de ocorrer. Assim, são os documentos que
precisam estar inclusos no processo:

 Documento de formalização da demanda;


 Estimativa de despesa;
 Parecer jurídico e técnico, se for o caso;
 Previsão de recurso orçamentário;
 Comprovação de preenchimento dos requisitos de habilitação e qualificação mínima;
 Razão da escolha do contratado;
 Autorização de autoridade competente;

Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo, fraude ou erro


grosseiro, o contratado e o agente público responsável responderão solidariamente pelo dano
causado ao erário, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

O processo licitatório é feito para atingir uma série de objetivos que beneficiarão a
administração, são eles:

1) Assegurar a seleção (adjudicação) da proposta apta a gerar o melhor resultado


de contratação mais vantajoso para a administração pública, inclusive no que se
refere ao ciclo de vida do objeto;
2) Assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa
competição;
3) Evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos;
4) Incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.

Formalismo moderado: os documentos serão produzidos por escrito, embora ainda tenham
lances verbais. A moderação se aplica aos casos em que quando houver o desatendimento a
algumas exigências que não afetem o procedimento, a empresa candidata não será eliminada
por isso. O formalismo ainda é presente, porém mitigado.

Participações proibidas no processo licitatório:

1) Autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo;


2) Quem tenha sofrido sanção que importe na impossibilidade da participação;
3) Quem mantiver vínculo com dirigente ou agente público que atue na licitação ou
contrato;
4) Empresas controladoras, controladas ou coligadas, concorrendo entre si;
5) Quem tenha sido condenado judicialmente, com transito em julgado, por exploração de
trabalho infantil, por submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou
por contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação trabalhista.

Na nova lei de licitação esse item II já é a fase de convocação. A fase V, de


habilitação, poderá ser realizada antes das fases III e IV, ou seja, antes mesmo da fase de
apresentação de proposta. Isso é uma possibilidade, ato discricionário da administração, mas
não é a regra.
A adjudicação não é mais o ato final do processo licitatório, acontecerá na fase de
encerramento e antes da homologação.

Fase preparatória

É a fase inicial da licitação que tem como fundamento principal o planejamento


que, inclusive, é um novo princípio expresso previsto no artigo 5º.

Estudo técnico preliminar: é o documento constitutivo da primeira etapa do


planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua
melhor solução. Ele dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a
serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação. É a análise de
viabilidade, a partir do momento em que, nesse ponto, o problema a ser resolvido será
evidenciado e haverá a tentativa de se resolver o problema a partir da melhor solução,
com a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação. O parágrafo primeiro
do artigo 18 mostra o que essa avaliação precisa conter, sendo que é obrigatório o que
está disposto nos artigos I, IV, VI, VIII e XIII, os demais são de observância facultativa.

A participação da sociedade vai se dar de duas formas, com a audiência


pública, que acontecerá com pelo menos 8 dias úteis de antecedência e por meio da
consulta pública, que terá um prazo fixado, pela administração.
Em relação aos orçamentos, cabe ressaltar que embora eles possam ser
diferidos, ou seja, jogados pro futuro, os quantitativos, o detalhamento deve prevalecer.

Atualmente, o edital é o único meio de convocação, todos os outros foram


descartados. Ele pode prever um número mínimo de mulheres vítimas de violência ou de
egressos do sistema penitenciário que participam de uma empresa, como forma de
trabalhar a inclusão na sociedade.

Parecer jurídico: ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para o órgão
de assessoramento jurídico da administração, que realizará controle prévio (prévio à
contratação) de legalidade mediante análise jurídica da contratação. O órgão de
assessoramento jurídico da administração também realizará controle prévio de legalidade
de contratações diretas, acordos, termos de cooperação, convênio, ajustes, adesões a atas
de registro de preços, outros instrumentos e deus termos aditivos.

É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas em ato


da autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar:

 O baixo valor, a baixa complexidade da contratação, a entrega imediata do bem


 A utilização de minutas previamente padronizadas pelo órgão de assessoramento
jurídico.

Depois de encerrada a instrução no processo sob os aspectos técnico e


jurídico, a autoridade determinará a divulgação do edital de licitação no PNCP – portal
nacional de contratações públicas, artigo 174. Será facultada a divulgação adicional e a
manutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial, antes
essa era a regra, hoje não é mais, porque a divulgação será feita pelo PNCP.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A partir de agora a escolha pela modalidade de licitação em um processo vai ser


feita com base exclusivamente na natureza do objeto, não se utilizando mais o valor. Essa lei
traz 5 modalidades de licitação:

Modalidades: Pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo competitivo.

Critério de julgamento: menor preço e maior desconto;


Melhor técnica ou conteúdo artístico

Técnica e preço

Maior lance, no caso de leilão

Maior retorno econômico

É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação


daquelas referidas acima. Essa vedação é direcionada ao gestor, por isso, o legislador pode criar
modalidades de licitação. Entretanto, além dessas modalidades é lícito que a administração se
sirva dos procedimentos auxiliares, como credenciamento, pré-qualificação, procedimento de
manifestação de interesse, sistema de registro de preço, registro cadastral.

Hoje, nenhuma das modalidades pode ser utilizada para qualquer objeto, a lei
unificou essa questão, não permitindo mais uma modalidade “universal”.

CONCURSO

De acordo com a lei, essa modalidade de licitação é utilizada para a escolha


de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor
técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor.
O poder público aqui procura “cérebros” que possam lhe ajudar futuramente,
cedendo os direitos de imagem ao poder público em relação ao serviço prestado.

LEILÃO

É a modalidade de licitação para alienação de bens móveis ou de bens


imóveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance.

Ele poderá ser realizado pelo leiloeiro oficial ou a servidor designado para o
ato, sendo que o seu procedimento será regido por um regulamento específico. Quando
feito por leiloeiro oficial, a administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento
ou licitação – na modalidade pregão – e adotar o critério de julgamento de maior
desconto para as comissões a serem cobradas, utilizadas como parâmetro máximo os
percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observado os valores dos
bens a serem leiloados.

O procedimento para ocorrência do leilão segue um rito especial, como


consta no quadro acima. Assim, algumas diferenças merecem ser pontuadas.

Não será exigido aqui registro cadastral prévio, não haverá fase de
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase de lances, superada a
fase recursal e efetivando o pagamento pelo licitante vencedor, na forma definida pelo
edital.

O julgamento, então, será o que o leiloeiro recebe de lances, após o lance há a


fase recursal, pagamento e homologação.

DIÁLOGO COPETITIVO

É uma modalidade nova de licitação, trazida por essa lei para contratação de
obras, serviços e compras em que a administração pública realiza diálogos com
licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de
desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo
os licitantes apresentar proposta final após o encerramento do diálogo.

Para que essa modalidade seja utilizada, é preciso que o objetivo da


administração seja envolver as seguintes condições:

 Inovação tecnológica ou técnica;


 Impossibilidade de órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem adaptação
de solução disponível no mercado
 Impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão
suficiente pela administração

O procedimento vai ocorrer da seguinte forma:

Primeiro há uma pré-seleção, com apresentação das necessidades e as


exigências da administração, com prazo mínimo de 25 dias úteis. Após, inicia-se a fase
manifestação de interesse, onde serão admitidos todos os interessados que preencherem
os requisitos objetivos, dando início a fase de diálogo, que poderá manter até que se
identifique as soluções possíveis, sendo que a administração não poderá revelar a outros
licitantes as soluções propostas ou as informações sigilosas. Por fim, há a fase
competitiva, com divulgação do edital contendo a especificação da solução, critérios
objetivos a serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa, cujo prazo mínimo
será de 60 dias úteis para os pré-selecionados apresentarem proposta.

Ou seja, nesse procedimento há a publicação de 2 editais.

CRITÉRIOS DE JULGAMENTO

É o que a administração define, ainda na fase preparatória, vai definir como o


responsável para selecionar a propostas mais vantajosas dentre as apresentadas.
Menor preço e maior desconto: são muito parecidos porque no fim buscam a
mesma coisa, menor preço. Entretanto, quando se fala em menor preço, já de início a
administração apresenta um preço mais baixo e os participantes vão dando lance em cima
desse preço, já no maior desconto, embora também se apresente valores mais baixos, será
apresentado o valor de desconto que será dado em cima daquele preço pré-estabelecido
pela administração. Aqui a administração busca o menor gasto, onde é possível
padronizar os produtos buscados ou os serviços, o foco não é a qualidade do produto.
Inclui os aditivos. São utilizados no pregão ou concorrência.

Melhor técnica ou conteúdo artístico: apenas propostas técnicas/artísticas são


analisadas, não há preocupação com o preço daquilo, oferecendo prêmio ou remuneração
para o vencedor. Ou seja, não se preocupa com o preço porque a administração já
determina quanto ela vai gastar. Vale na concorrência ou concurso.

Melhor técnica e preço: sua utilização é permitida apenas quando o estudo técnico
preliminar justificar. Há uma ponderação entre técnica e preço, dando uma nota para a
técnica e uma nota para o preço, analisadas nessa ordem. Só vale na concorrência.

Maior lance: só vale na alienação, no leilão.

Maior retorno econômico: só se aplica aos contratos de eficiência, que são aqueles
firmados com objetivo de proporcionar maior economia ao contratante, analisando o que
será gasto com a contratação e o retorno que isso trará. Se a economia prometida pelo
licitante não ocorrer, esse valor será descontado do próprio licitante, de forma que a
administração não vai sair no prejuízo.

O diálogo competitivo é uma modalidade que não utiliza nenhum dos critérios
supracitados, pois possui um procedimento especial.

MODO DE DISPUTA – Arts. 56 e 57

É a forma como os licitantes vão competir, o que também será definido pela
administração. Podem ocorrer de duas formas:

I. Modo aberto: as propostas são apresentadas por meio de lances públicos e


sucessivos, crescentes ou decrescentes. Ou seja, o pau quebra e um vai
cobrindo a proposta do outro até ver no que dá. É vedado quando se utiliza a
modalidade de técnica e preço.
II. Modo fechado: as propostas permanecem em sigilo até o momento definido
pela administração no edital, quando deverão ser divulgados.

Esses dois modos podem ser aplicados de forma isolada ou cumulativamente,


quando se utiliza o modo aberto-fechado. Começa-se o processo com lances públicos
abertos, até que a administração estabelece um prazo final para que todos deem seus
lances finais, que permanecerão em sigilo.

Lances intermediários: não é o mais baixo, mas é mais baixo que algum outro lance já
apresentado por aquele mesmo licitante. Ou seja, é como se ele desses dois lances, um
mais alto e um mais baixo, porém, não o mais baixo dentre todos os lances apresentados.
A vantagem disso é a possibilidade de a administração conseguir valores mais baixos,
ainda que não o mais baixo de todos. A administração pode determinar uma porcentagem
mínima para apresentação desse novo lance

APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES – Art. 55

AQUISIÇÃO DE BENS
8 DIAS ÚTEIS: MENOR PREÇO OU MAIOR
DESCONTO
15 DIAS ÚTEIS:

SERVIÇOS E OBRAS
10 DIAS UTEIS: MENOR PREÇO OU MAIOR
DESCONTO, PARA
SERVIÇOS COMUNS E DE
OBRAS E SERVIÇOS DE
ENGENHARIA
25 DIAS UTEIS: MENOR PREÇO OU MAIOR
DESCONTO PARA
SERVIÇOS ESPECIAIS DE
ENGENHARIA
60 DIAS UTEIS: CONTRATAÇÃO
INTEGRADA
35 DIAS UTEIS: CONTRATAÇÃO SEMI
INTEGRADA

MAIOR LANCE 15 DIAS UTEIS

Se a licitação for realizada pelo ministério da saúde, para o SUS, todos esses
prazos podem ser reduzidos à metade.
Garantias de proposta e execução contratual

A administração PODE determinar que os licitantes precisem prestar uma


garantia apenas para que alguém participe da licitação, de forma a garantir o efetivo
cumprimento e evitar prejuízos diretos e indiretos. Isso pode ser, inclusive, entendido
como um exemplo de autoexecutoriedade da multa, que de corre do poder disciplinar.

Essa garantia pode ser exigida desde a fase de licitação, como requisito de
pré-habilitação, ou seja, presta garantia de 1% do valor apenas para participar do
procedimento licitatório, sendo devolvido ao final, com o valor corrigido, para aqueles
que perderam.

Na fase contratual a garantia também pode ser exigida ao contratado,


podendo o valor da garantia ser de 5 (regra) ou 10% (exceção), se obra de grande vulto,
até 30%.

A exigência de garantia é discricionária, caberá ao licitante ou contratado a


escolha da modalidade. Ou seja: a administração escolhe se vai ter ou não que prestar
garantia, mas o licitante escolhe a modalidade, sendo isso, pois, uma prerrogativa
concedida a ele.

Artigos importantes sobre a garantia:


Art.52, parágrafo 3º; art. 59 parágrafo 5º; art. 90, parágrafo 5º
(autoexecutoriedade da garantia); art. 121, parágrafo 3º

JULGAMENTO DA LICITAÇÃO

O julgamento sofreu uma grande alteração em relação a lei 8666 em relação à


sua ordem de realização, já que agora ele ocorre antes da habilitação. Primeiro se julga,
e depois se habilita.

De acordo com o artigo 59, parágrafo 1º, a verificação da conformidade das


propostas poderá ser feita exclusivamente em relação à proposta mais bem classificada,
esse é o ponto central que explica o porquê de se inverter a habilitação e o julgamento.

Uma vez a par do resultado do julgamento, a administração pode negociar as


condições mais vantajosas com o primeiro colocado – art. 61, como as condições de
pagamento, formas de entrega do objeto da licitação etc.

Propostas desclassificadas:

I. Vícios insanáveis (ex.: não apresentação de proposta);


II. Não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;
III. Apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento
estimado para a contratação.
No caso de obras e serviços de engenharia, serão considerados inexequíveis as
propostas cujos valores forem inferiores a 75% do valor orçado pela
administração.
Entenda: se o valor orçado estiver até 85%, está tudo ok; se entre 85 e 75%, há uma
garantia adicional, mas se inferior a 75%, será inexequível.
IV. Não tiver a as exequibilidades demonstrada, quando exigido pela
administração;

Critérios de desempate no julgamento:

Há duas sequencias de critério para desempatar, a primeira etapa compreende:

1) Disputa final com apresentação de nova proposta em ato contínuo à classificação.


2) Avaliação do desempenho contratual prévio, ou seja, há uma análise da vida
pregressa do licitante com a administração
3) Ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho
4) Programa de integridade: políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar
desvios, fraudes, irregularidades.

A segunda etapa de desempate compreende:

1) Empresa estabelecida no território do órgão ou entidade;

HABILITAÇÃO

A partir de agora a fase de habilitação pode ser antecipada, vindo entre o


edital de licitação e a apresentação das propostas e lances.

É a fase da habilitação que se verifica o conjunto de informações e


documentos necessários e suficientes para demonstrar a capacidade do licitante de
realizar o objeto da licitação – art. 62. Já houve o julgamento, agora vai ser analisado se
o licitante pode cumprir com aquilo que ele prometeu.

Ela pode ser realizada por processo eletrônico, afinal, estamos em 2021!!!

Pode ser:

 Jurídica: verifica se aquela PJ existe, pela análise da capacidade do licitante de


exercer seus direitos e assumir obrigações;
 Técnica: análise técnico-profissional e técnico-operacional, verificando se o
licitante possui um corpo de profissionais capazes de dar conta do que está lhe
sendo proposto;
 Fiscal, social e trabalhista: analisa a inscrição do CPF/CNPJ do licitante com
fins de apurar a regularidade dele perante as fazendas da união, estados, distritos e
município, isso abrange a regularidade com a seguridade social, FGTS e justiça
do trabalho, já que algumas dessas responsabilidades, caso descumpridas pelo
licitante, pode recair para a administração;
 Econômico-financeira: aptidão econômica do licitante para cumprir suas
obrigações, sendo vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior
e índices de rentabilidade ou lucratividade. É possível, porém, que haja a
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo de até 10% do
valor estimado.

FASE RECURSAL

FASE DE ENCERRAMENTO

O procedimento licitatório se encerra, após enviado à autoridade superior pelo


agente de contratação ou pela comissão, que poderá agir das seguintes formas:

I. Determinar o retorno dos autos para saneamento das irregularidades;


II. Revogar a licitação por motivos de conveniência e oportunidade,
desde que o motivo seja superveniente devidamente comprovado, ou
seja, é a discricionariedade regrada. Limite: assinatura do contrato;
III. Promover a anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação
de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável, a qualquer
momento, até mesmo depois da assinatura do contrato e durante a
execução (o que foi executado será indenizado ao licitante e depois as
responsabilidades serão apuradas);

IMPORTANTE: nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a previa


manifestação dos interessados.

O último ato do procedimento licitatório é a homologação, que é um ato vinculado. Após


a homologação, a administração não se vincula ao contrato.
INSTRUMENTOS AUXILIARES

São tipos de instrumentos auxiliares (são procedimentos e não modaliddes)


previstos nessa lei: credenciamento, pré-qualificação, manifestação de interesse, sistema
de registro de preço, registro cadastral, muitos deles já existiam em outros regulamentos,
que não na 8666. E acontecem antes do procedimento licitatório, para reduzir a sua
burocracia.

É a concretização do princípio da eficiência, a partir da racionalização das


licitações, devendo obedecer a critérios claros e objetivos, definidos em regulamentos
específicos.

Estão previstos no art. 78 e no 71 está a provisão de ser possível utilizar a fase


de encerramento nesses procedimentos também.

Credenciamento – art. 79

É a não realização de uma licitação, porque vai se configurar uma


inexigibilidade, ainda que se pareça muito com a licitação, mas aqui não há competição.
Ocorre quando a administração tem uma procura muito grande, maior até que o
quantitativo de propostas que ela pode receber. Aqui a administração vai distribuir
credenciais para que particulares atue em seu nome, com o preço já pré-estabelecido pela
administração. É um tipo de contratação direta, quem cumprir os requisitos que são
públicos e objetivos, serão castrados.

Procedimento para credenciamento

 Estudo técnico e preliminar;


 Termo e referência do edital;
 Instituição da comissão de contratação;
 Publicação do edital de chamamento;
 Credenciamento dos interessados por “termo de credenciamento”, que é um termo
de adesão;

Pré-qualificação – art. 80

Parte da ideia de se ter a eficiência em dia, já que existem situações onde


seria mais interessante se ter empresas que já comprovaram anteriormente sua
capacitação técnica para participar da licitação que sequer começou, ou seja, não há que
se falar em inversão da ordem das fases, já que a licitação aqui ainda não começou. Na
pré-qualificação são atribuídas notas aos pré-qualificados que podem ser utilizados no
desempate durante o processo licitatório.

Fica aberto de forma permanente e só se refere a dois casos:

I. Programa de obras ou serviços;


II. Compra de bens pela administração;

A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualificação poderá ser


restrita a licitantes ou bens pré-qualificados, ou seja, só vai poder participar da licitação
quem já fez a pré-qualificação, restringindo a competitividade. (parágrafo décimo)

Procedimentos de manifestação de interesse (PMI) – art. 81

É chamar a iniciativa provada para que ela traga proposta de inovação para a
administração pública. Não é uma licitação, mas a partir dele a administração dá início ao
seu procedimento licitatório.

A administração pega uma proposta apresentada, faz um estudo de


viabilidade e só então coloca em prática.

Do registro cadastral – art. 87

Nada mais é que a apresentação com antecedência da documentação pessoal,


para antecipar eventuais irregularidades e conferir mais celeridade ao processo. Também
é aberto de forma permanente. A licitação pode ser restrita àqueles que já estão
cadastrados.

Sistema de Registro de Preço – art. 82


Não há contratação, mas literalmente o registro de preço em situações
específicas para evitar que se façam várias licitações. Após um procedimento licitatório
de compras corriqueiras a administração pode proceder ao registro de preços encontrado
em seu sistema, para que da próxima vez que precisar fazer compras, n]ao precisar de um
novo procedimento licitatório. Ocorre nas seguintes hipóteses:
I. Viabiliza diversas contratações frequentes, sem a realização de
licitação específica para cada uma delas, nas compras corriqueiras
II. Não for possível definir previamente o quantitativo – evita a formação
de estoque
III. Atendimento a mais de um órgão ou entidade
IV. Compras com entrega parcelada

Critério de julgamento: menor preço ou maior desconto.

Objeto: aquisição e locação de bens; serviços e obras, desde que tenha os seguintes
requisitos, previstos no art. 85:

 Existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e operacional;


 Necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado;

O SRP não obriga à contratação por parte da administração. Esse registro poderá se
manter pelo prazo de 01 ano e poderá ser prorrogado por igual período, desde que
comprovado o preço vantajoso (art. 84). Esse prazo não se estende à duração dos
contratos decorrentes desse registro.

IMPORTANTE: há uma licitação para registrar, todos os registros no sistema acontecem


após uma licitação, mas não há licitação para proceder à contratação.

Procedimento do SRP:

Fase preparatória: deve-se realizar procedimento público de registro de preço. É


possível que mais de um órgão participe desse procedimento, nesse caso, haverá um
órgão registrador, que é o que primeiro manifesta o seu interesse e dará um prazo mínimo
de 8 dias úteis para que os demais órgãos manifestarem o seu interesse em participar, essa
participação será registrada em ata.

Caso um órgão queira participar desse procedimento, mas não está registrado
em ata, ele será chamado de órgão carona, não participante. Para que algum órgão seja
integrado nessa condição, devem:

 apresentar uma justificativa da vantagem da adesão, inclusive em situações de


provável desabastecimento ou descontinuidade do serviço público;
 demonstrar que os valores registrados estão compatíveis com os valores
praticados pelo mercado;
 prévias consultas e aceitação do órgão ou entidade gerenciadora e do fornecedor]

Órgão federal não pode aderir à ata e órgão estadual, distrital ou municipal, mas o
contrário pode acontecer.

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