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período helenístico refere-se ao período da história da Grécia e de parte do


Oriente Médio compreendido entre a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e a
anexação da península grega e ilhas por Roma em 146 a.C. Caracterizou-se pela difusão
da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental
à Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de
Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava.
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O período helenístico é um momento de reversão do tema das reflexões filosóficas,
aonde o foco das discussões, antes na vida pública e nas questões coletivas, é substituído pelas
preocupações íntimas, a vida privada, o interior do homem.
O contexto histórico desse período é de grande influência. O domínio macedônico
trouxe o declínio da participação dos cidadãos na política, que era antes a ignição necessária
para diversas questões filosóficas; a justiça, por exemplo, estando nas mãos dos homens que a
exercem, se torna capaz de ser discutida com propriedade. Tirada a liberdade do cidadão grego,
faz sentido as discussões sobre a vida política se enfraquecerem, dando lugar a outras questões
que eram de total autoridade ao indivíduo: ele mesmo.
É da preocupação com o individual que nascem diversos modelos de conduta, “estilos
de vida”, que buscam trazer a paz de espírito, a felicidade plena para o homem. É a partir disso,
que se tornam famosas as escolas helenísticas.

“Na “vibe” socrática de como viver a vida, as escolas do Helenismo cativaram em


suas características uma certa Filosofia da boa vida. Isto é, elas investigam como nós
podemos viver as nossas vidas de maneira que a angústia da existência não seja um
fardo a ser carregado.

As principais escolas do Helenismo, ou ao menos as que ganharam mais notoriedade,


foram: Os Estoicos, os Céticos, os Hedonistas, os Epicuristas, os Peripatéticos, os
Ecléticos e os Cínicos.

Todas elas partilhavam de um amor incondicional pela sabedoria, entendendo que é só


pela sabedoria que encontramos a harmonia com o cosmos.”
“Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou
ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou já passou
a hora de ser feliz.”

Epicuro tem como seu trabalho mais notável a fundação do Epicurismo, além de sua
própria escola filosófica, chamada O Jardim, onde residia com alguns amigos, na cidade de
Atenas. Estudou com o platonista Pânfilo por quatro anos quando criança e era considerado um
dos melhores alunos. Certa vez, ao ouvir a frase de Hesíodo, "todas as coisas vieram do
caos", ele perguntou: "E o caos veio de quê?".

Para Epicuro, procuramos a felicidade no lugar errado: o luxo, a riqueza, o status. A


felicidade, de acordo com ele, vem de um lugar bem mais simples.

Não discuta com losers


TENHA MUITOS
AMIGOS
TENHA BASTANTE
TEMPO PARA
SELF-CARE A NÃO
(MAS
FILOSOFIA
MUITO)
NÃO TEMA OS
DEUSES OU A
MORTE
Epicuro não buscava ensinar pessoas que não queriam aprender, ou dialogar com
pessoas que não estavam dispostas ao diálogo: ele não achava sentido em tentar concertar uma
sociedade hipócrita em troca de sua paz. Ele aplicava sua filosofia à sua própria vida, ensinando
por meio do exemplo. Escreveu cerca de mais de trezentos livros, que não sobreviveram até os
dias de hoje.

O dado biográfico conhecido é que Epicuro passou sua infância na ilha grega de
Samos, acompanhando a mãe benzedeira de casa em casa, em ritos funerais ou de
adivinhações e bons presságios. O menino Epicuro presenciou repetidamente campônios,
artífices, donas de casa e pastores, velhos e moços, mostrando faces amedrontadas e
atônitas em meio a superstições, rituais, unções e benções pagãs. Associo estas primeiras
vivências sociais de Epicuro às inovadoras teses que desenvolveu mais tarde e que o
contrapõem dramaticamente à boa parte da religião e filosofia greco-romana, bem como
aos monoteísmos judaico-cristão e islâmico.

Meio a um agradabilíssimo horto verdejante, belo e bem cuidado, nas


cercanias de Atenas e por quase 400 anos (306 a. C. até o início do séc. 1 d. C.),
vicejou a célebre escola ou comunidade filosófica do Jardim, fundada pelo filósofo
Epicuro.
A comunidade epicurista do Jardim cultivava alimentos, mantinha
instalações e tendas para os hóspedes, pois muitos acampavam; cerzia roupas sem
luxo, mas adequadas às necessidades naturais de cada estação do ano; mantinha-se
longe do ruído e do burburinho dos mercados e estádios, bem como das multidões e
paixões políticas. Liberemos à nós mesmos da prisão de assuntos cotidianos e
públicos, dizia Epicuro, o fundador de um estilo comunitário e inédito de se viver e
filosofar.
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Na escola filosófica de Epicuro residiam seus amigos, aqueles que estavam dispostos a
aprender e ouvir. De forma inédita, eram aceitos não só homens escravos como também
mulheres, casadas ou não, cortesãs, concubinas; para ingressar, bastava saber ler e escrever.
Ninguém trabalhava além do necessário para a manutenção da própria comunidade, cada um
tinha seu espaço particular; todos passavam tempo juntos, filosofando nas áreas de convívio e
Epicuro lecionava no jardim.
O Epicurismo foi uma das filosofias mais distorcidas em seu tempo, sendo sua escola
filosófica extremamente difamada na época. Isso se dá no fato de que o Epicurismo se
fundamentava no prazer: a manutenção de tal garantiria a felicidade. A sociedade da época
entendeu que se tratava do prazer sexual praticado desenfreadamente, de orgia. O fato de que
era uma casa cheia de pessoas sem diferenciação baseada em seu gênero e classe social não
ajudou muito na sua reputação. Até hoje tem gente que acha que era só um casarão de swing.

O prazer Epicurista é, antes de tudo, a ausência de dor. Tendo isso resolvido, o foco da
felicidade são as os prazeres da vida: a filosofia, a amizade, a diversão, os bons momentos.

DEVE SER CESSADO


DE FORMA
É ENCONTRADO
NAS COISAS
DEVE TER O MÍNIMO
SIMPLES DE
POSSÍVEL
CONSEQUÊNCIAS
NEGATIVAS
“Nenhum prazer é, em si mesmo, um mal, mas aquilo que produz
certos prazeres acarreta sofrimentos bem maiores do que esses prazeres.”
Os prazeres constituíam três tipos: os prazeres naturais e necessários, os prazeres
naturais, mas não necessários, e os prazeres não-naturais e não-necessários. Assim, depois que
atingimos o objetivo desejado de satisfazer sempre os primeiros tipos de prazeres, deve-se
limitar o acesso ao segundo tipo e nos afastarmos do terceiro.

Os desejos e prazeres do primeiro grupo são os únicos que são sempre e


habitualmente satisfeitos, porque têm por natureza um preciso “limite”, que consiste na
eliminação da dor.
Os desejos e prazeres do segundo grupo já não subtraem a dor do corpo, mas
variam no grau do prazer e podem gerar grande dano (Ex. Rodízio);
Os desejos e prazeres do terceiro grupo não tiram a dor corpórea e, por
acréscimo, produzem sempre perturbação a alma.
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O objetivo final é alcançar a Ataraxia, a ausência de perturbações, e a Aponia, a
ausência de medos. Por meio disso, constrói-se o Tetrapharmakon, ou “os quatro remédios da
alma”:
1. Não tenha medo de Deus

“É tolice um homem orar aos deuses por aquilo que ele tem o poder de obter por si
mesmo.”
- Surge deste, o Paradoxo de Epicuro, tendo, por muitos séculos, tentado ser refutado, sem
sucesso.
× Deus está disposto a prevenir o mal, mas não é capaz?
Então ele não é onipotente.
× Ele é capaz, mas não está disposto?
Então ele é malévolo.
× Ele é capaz, e está disposto?
Então de onde vem o mal?
× Ele não é capaz e nem está disposto?
Então por que chama-lo de Deus?
2. Não se preocupe com a morte

“A morte não é nada para nós porque quando existimos, não existe a morte; e quando
existe a morte, já não existimos mais.”

3. O que é bom é fácil de ser alcançado


- O prazer não é o excesso de fartura, e sim a ausência da dor.

“A riqueza exigida pela natureza é limitada e fácil de obter, mas a riqueza exigida por
vãos ideais se estende ao infinito.”
4. O que é terrível é fácil de ser suportado

- A dor é suportada por meio da lembrança da ausência de dor .

A filosofia pregada por Epicuro é extremamente improvável de ser colocada em prática


nos tempos atuais; nos dias de hoje, a busca por riqueza não é com o objetivo de engrandecer o
indivíduo e, sim, uma necessidade para a sobrevivência. O Jardim, a comunidade hippie em que
se vivem os dias com plenitude, sem se preocupar com dinheiro ou trabalho, é um privilégio que
só seria alcançável para homens que nascem em berço de ouro: o Epicurismo, quando se é
aplicado a vida contemporânea desse modo, se torna limitado a uma minoria de elite. Assim,
não cabe a todos, de forma igualitária e sem classes hierárquicas, como era em sua essência.
Entretanto, mesmo sem participar de uma escola helenística do Epicurismo de forma
prática, ainda é possível aplicar seus ideais à vida cotidiana. Limitar os prazeres não
necessários, se manter perto dos amigos e longe de discussões desnecessárias são decisões que
se pode fazer a se priorizar sua própria paz de espírito.

“Quando dizemos que o prazer é a essência de uma boa vida, não


queremos dizer que do extravagante ou o que depende da satisfação física,
mas por prazer queremos dizer o estado em que o corpo se libertou da dor e
a mente da ansiedade”
Esses são o Angelo e a Dudinha. A Dudinha cresceu comigo: estudamos juntos desde o
quinto ano, e eu pensei que não conseguiria manter minha amizade com ela por muito tempo
desde que saí do colégio. O Angelo eu conheci pela internet, em 2017. Ele mora no Rio Grande
do Sul e planeja vir para cá no início do ano que vem.
Não tem um dia da minha vida em que eu não fale com eles.
Eu já sofri de várias coisas na minha vida; não sei a quem cabe dizer se elas são
passíveis de se sentir tristeza sobre, ou se não são nada comparadas a “problemas de verdade”.
Só sei que, não importa o quão triste eu esteja, o Angelo sempre vai dizer que vai continuar ali,
mesmo que eu esteja um porre. A Dudinha vai tentar ao máximo me fazer ficar alegre, mesmo
que pra isso ela tenha que sacrificar ficar dengosinha também. Podemos conversar pra sempre,
sobre qualquer coisa. Sabemos nossos maiores segredos, os que nos permitimos compartilhar.
Durante nossas conversas, vivemos tantas aventuras impossíveis que se tonou mais fácil viver a
realidade.
Eles não são os únicos na minha vida, claro. Sem a minha avó, o que seria de mim?
Minha tia sempre demonstra que me ama e tenho certeza de que, se ela pudesse, seria mais
presente na minha vida.
Mas são eles, a família que eu escolhi. São eles que motivam minha felicidade; e isso
me faz gostar muito da filosofia Epicurista: estar com os amigos é um motivo racional para se
sentir plenamente feliz. As memórias desses momentos amenizam a dor, mesmo que ela seja
constante: a situação é terrível, mas se torna mais fácil de suportar.

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