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O filme O contador de histórias nos coloca para pensar sobre o que é importante para a

formação de qualquer ser humano: amor, carinho, educação e cuidado. O jovem no qual a
história se baseia sofreu e muito com a ausência desses aspectos principalmente ao longo da
sua infância. Caçula de família numerosa, tinha uma vida difícil, porém com amor.

Aqui cabe uma crítica as políticas publicitárias, que praticamente incentivavam as famílias
menos abastadas a largarem seus filhos na FEBEM, vendendo falsos futuros. Foi por isso que a
mãe de Roberto e deixa lá, na falsa esperança de que seu filho venha a se tornar “doutor”.
Crítica essa que o filme refaz no momento que o Roberto nos diz que na verdade ele não tinha
motivos para viver fugindo, pois contava com carinho, comida, quarto privativo as vezes , e
acompanhamento pedagógico quando na verdade ao invés de carinho, eram surras, a comida
insossa, era jogado numa cela solitária e instrutores mal preparados pra lidar com a situação.

Tudo muda quando a pedagoga Francesa se apresenta na vida do menino. Com carinho, algo
que ao longo dos anos ele desaprendeu a receber. Como o filme é baseado em uma história
verídica, é mais difícil fazer esta suposição, mas para mim, o fato de ser estrangeira foi fator
preponderante para que Margaretti agir com agiu como Roberto. Pois não o enxergou como
irrecuperável como a própria diretora da FEBEM o fez. E sempre o tratando com carinho,
mesmo quando ele a roubou com o intuito de ser aceito pela gangue do zé foguinho, aqui ao
meu ver, uma forma de relatar qual era seu exemplo de sucesso e aspiração na vida se é que
dar para chamar de aspiração.

Aos poucos as coisas vão evoluindo ao logo do tempo que Roberto pega a afeição e carinho
por Margaretti. O menino começa finalmente aprender: ler, escrever, não roubar como
quando vão ao mercado, dar e receber carinho e cuidado.

Tudo isso se torna em amor que Roberto pensou que seria perdido, quando a pedagoga afirma
que vai retornar a França. No fim ele, descobre que ele vai junto, pois o que “começou com
uma pesquisa” estava explicitado como amor materno.

Embora a diretora da FEBEM afirme no final que Roberto teve sorte e que ela gostaria de
tratar cada criança como única, mas que politicamente não poderia. O próprio Roberto decide
provar ao contrário quando retorna como estagiário na mesma instituição onde amargou o
pior da vida. Pois carinho e cuidado podem e devem ser inseridos em qualquer local.

Como no caso do filme, são crianças, nada impede os funcionários de não desistir de trata-los
como crianças, de se negar a achar que são causas perdidas. E aqui relaciono como a fé
humana, que nada tem a ver como cunho religioso, basta que ofertemos o nosso melhor, que
passemos adiante nossas melhores palavras, ações e pensamentos. Por mais que não seja algo
fácil devido a rotina opressora que todos nós enfrentamos, contudo se agirmos dessa forma é
provável que tudo melhores, aos outro e a nós mesmos.

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