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dos que, em conformidade com os preceitos do presente das suas competências profissionais, contribuam para a
Estatuto e as disposições legais aplicáveis, exercem a pro- defesa da saúde pública desses países.
fissão de farmacêutico.
2 — A Ordem representa igualmente os membros ins- 4 — Incumbe à Ordem, no campo científico e cultural:
critos que possuam o grau de bacharel em Farmácia, cujos
a) Manter, organizar e atualizar a biblioteca e um serviço
direitos adquiridos se mantêm salvaguardados.
de bibliografia científica e tecnológica;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú-
b) Editar publicações periódicas ou outras;
blico, que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei
c) Organizar, por si só ou em colaboração com universi-
n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente
dades, ordens, sindicatos, associações e outras instituições,
Estatuto.
estágios, cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento
e reciclagem, bem como promover a realização ou parti-
Artigo 2.º
cipação em congressos, seminários, conferências e outras
Sede e áreas de competência atividades da mesma natureza;
1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa e é constituída d) Intensificar a cooperação a nível nacional e interna-
pelas secções regionais do Norte, Centro, Sul e regiões cional no domínio das ciências farmacêuticas, nomeada-
autónomas, bem como pelas delegações regionais destas mente com os estabelecimentos de ensino e instituições
regiões. científicas dos países de língua oficial portuguesa;
2 — As secções regionais têm as áreas geográficas cor- e) Credenciar farmacêuticos especialmente qualificados
respondentes aos seguintes distritos e regiões autónomas: para intervirem em ações específicas que se situem no
quadro da atividade farmacêutica;
a) Norte — Distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana f) Acreditar e creditar ações de formação contínua.
do Castelo e Vila Real;
b) Centro — Distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coim- 5 — Incumbe à Ordem, no âmbito deontológico:
bra, Guarda, Leiria e Viseu;
c) Sul e regiões autónomas — Distritos de Beja, Évora, a) Defender e incentivar o respeito e a observância dos
Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e regiões au- princípios que informam a dignidade farmacêutica e o
tónomas dos Açores e da Madeira. exercício da profissão, designadamente nos domínios da
ética e da deontologia profissional;
b) Velar pelo cumprimento das leis, do presente Estatuto
3 — As delegações regionais dos Açores e da Madeira
e dos regulamentos aplicáveis, nomeadamente no que se
abrangem as áreas geográficas respeitantes a cada uma
refere ao título e à profissão do farmacêutico, promovendo
das regiões autónomas.
procedimento judicial contra quem o use ou a exerça ile-
galmente;
Artigo 3.º
c) Exercer o poder disciplinar sobre os seus membros,
Atribuições sempre que violem os seus deveres ou normas imperativas
1 — São atribuições da Ordem: que digam respeito à prática de atos farmacêuticos.
Administração Pública, quanto aos técnicos superiores nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade, nos
de saúde do ramo laboratorial e farmacêutico hospitalar; termos do número anterior.
g) Emitir cédulas profissionais e atribuir títulos de espe- 8 — São membros coletivos, as pessoas coletivas que,
cialidade, sem prejuízo da titulação conjunta pela Ordem pela sua atividade, se relacionem com o universo da ativi-
e pelo Estado; dade farmacêutica, em Portugal ou no estrangeiro, desig-
h) Colaborar com o Estado no combate contra a concor- nadamente ao nível científico, académico ou associativo,
rência desleal no domínio das remunerações e preços dos inscritos na Ordem nessa qualidade, por deliberação da di-
serviços prestados no âmbito da saúde, designadamente reção nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade.
quando tal prestação seja regulada por convenções, acordos 9 — Os membros honorários, correspondentes e co-
ou concursos; letivos podem participar nas assembleias regionais, sem
i) Estudar, propor e, se necessário, reclamar da adoção direito a voto.
de medidas que estejam relacionadas com o exercício da 10 — Os membros não efetivos, salvo os membros
atividade farmacêutica ou ofendam os legítimos direitos honorários e os membros coletivos que sejam também
e interesses dos farmacêuticos; efetivos, não gozam dos direitos conferidos pelo presente
j) Colaborar com todas as organizações profissionais, Estatuto aos membros efetivos.
científicas e sindicais que representem os farmacêuticos; 11 — Os membros honorários e correspondentes podem
k) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas participar nas assembleias regionais sem direito a voto.
fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União 12 — Os membros honorários que não sejam também
Europeia ou de convenção internacional; efetivos e os membros correspondentes não gozam dos
l) Elaborar os seus próprios regulamentos internos, direitos conferidos pelo presente Estatuto aos membros
dando cumprimento ao disposto no presente Estatuto. efetivos.
Artigo 5.º
CAPÍTULO II
Exercício da profissão
Membros
1 — O uso do título de farmacêutico e o exercício da
profissão farmacêutica ou a prática de atos próprios desta
SECÇÃO I profissão dependem de inscrição na Ordem como membro
Membros efetivo.
2 — Para efeitos do número anterior, considera-se
Artigo 4.º exercício da profissão, ou a prática de atos próprios desta
profissão, o desempenho profissional, no setor público, no
Categorias de membros setor privado ou no setor social, de atividades que caibam
1 — A Ordem é composta por membros efetivos e não na competência profissional definida no presente Estatuto.
efetivos. 3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, a
2 — São membros efetivos os farmacêuticos ou as so- inscrição é sempre obrigatória, desde que a admissão na
ciedades profissionais de farmacêuticos inscritos na Ordem carreira profissional, pública, privada ou social, pressupo-
e que não tenham a sua inscrição suspensa. nha a formação académica a que alude o n.º 1 do artigo 1.º
3 — São membros não efetivos, os membros honorários, e a prática de atos próprios da profissão farmacêutica.
os membros estudantes, os membros correspondentes e os 4 — Só podem usar o título de farmacêutico especialista
membros coletivos. os membros inscritos no quadro dos especialistas organi-
4 — São membros honorários, as pessoas singulares, zados pela Ordem.
independentemente da profissão de farmacêutico, bem
como as pessoas coletivas que hajam prestado serviços Artigo 6.º
relevantes à Ordem ou à profissão farmacêutica, inscritos Inscrição
na Ordem nessa qualidade, por deliberação da assembleia
geral, mediante proposta da direção nacional. 1 — Podem inscrever-se na Ordem:
5 — São membros estudantes, os estudantes inscritos a) Os titulares do grau de licenciado em Farmácia con-
nos dois últimos anos do mestrado integrado em ciências ferido por uma instituição de ensino superior portuguesa
farmacêuticas, inscritos na Ordem nessa qualidade, por na sequência de um ciclo de estudos realizado no quadro
deliberação da direção regional da área de jurisdição da da organização de estudos anterior ao regime introduzido
instituição de ensino superior em que estejam inscritos, pelo Decreto n.º 111/78, de 19 de outubro;
devendo a respetiva inscrição ser renovada anualmente. b) Os titulares do grau de licenciado em Ciências Farma-
6 — São membros correspondentes todos os titulares cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior
das habilitações a que se referem as alíneas a) a d) do n.º 1 portuguesa no quadro da organização de estudos anterior
do artigo 6.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março,
pratiquem atos próprios desta profissão fora do território alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de ju-
nacional, inscritos na Ordem nessa qualidade, por delibe- nho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de
ração da direção nacional, após requerimento apresentado agosto;
pelo interessado. c) Os titulares do grau de mestre em Ciências Farma-
7 — São igualmente membros correspondentes os que cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior
possuem o bacharelato em Farmácia a que se refere o n.º 2 portuguesa no quadro da organização de estudos decor-
do artigo 1.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou rente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de
pratiquem atos próprios desta profissão fora do território março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de
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prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de 7 — Os membros do órgão executivo das sociedades
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e profissionais de farmacêuticos, independentemente da
25/2014, de 2 de maio. sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os
2 — Os profissionais referidos no número anterior princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
podem fazer uso do título profissional de farmacêutico científica e as garantias conferidas aos farmacêuticos pela
sempre que as suas qualificações sejam consideradas de lei e pelo presente Estatuto.
reconhecimento automático nos termos da Lei n.º 9/2009, 8 — As sociedades de farmacêuticos podem ainda
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 desenvolver quaisquer outras atividades que não sejam
de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, e são, em qualquer incompatíveis com a atividade de farmacêutico, nem em
caso, equiparados a farmacêutico, para todos os efeitos relação às quais se verifique impedimento, nos termos do
legais, exceto quando o contrário resulte das disposições presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao
em causa. controlo da Ordem.
3 — O profissional que preste serviços, de forma 9 — A constituição e funcionamento das sociedades de
subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio profissionais consta de diploma próprio.
ou que atue como gerente ou administrador no Estado
membro de origem, no âmbito de organização associa- Artigo 13.º
tiva de profissionais e pretenda exercer a sua atividade Organizações associativas de profissionais
profissional em território nacional nessa qualidade, de outros Estados membros
em regime de livre prestação de serviços, deve identi-
ficar perante a Ordem a organização associativa, por 1 — As organizações associativas de profissionais equi-
conta da qual presta serviços, na declaração referida parados a farmacêuticos, constituídas noutro Estado mem-
no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada bro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de para o exercício de atividade profissional cujo gerente
2 de maio. ou administrador seja um profissional e cujo capital com
direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais
Artigo 12.º em causa e ou a outras organizações associativas cujo
capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
Sociedades de profissionais profissionais podem inscrever as respetivas representações
1 — Os farmacêuticos estabelecidos em território na- permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
cional podem exercer em grupo a profissão, constituindo comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
ou ingressando como sócios em sociedades profissionais equiparadas a sociedades de farmacêuticos para efeitos
de farmacêuticos. da presente lei.
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades profissionais 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
de farmacêuticos: rior não são aplicáveis caso esta não disponha de capital
social, aplicando-se, em seu lugar, o requisito de atribui-
a) Sociedades profissionais de farmacêuticos previa- ção da maioria de direitos de voto aos profissionais ali
mente constituídas e inscritas como membros da Or- referidos.
dem; 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
b) Organizações associativas de profissionais equipa- regido:
rados a farmacêuticos constituídas noutro Estado membro
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
cujo capital e direitos de voto caibam maioritariamente Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
aos profissionais em causa. do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- maio;
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
capital social. cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) de reciprocidade internacionalmente vigente.
do n.º 2 é regido:
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União associativas de profissionais de outros Estados membros
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 consta do diploma que regula a constituição e funciona-
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada mento das sociedades de profissionais.
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de 5 — Às organizações associativas de profissionais de
maio; outros Estados membros não é reconhecida capacidade
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- eleitoral.
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
de reciprocidade internacionalmente vigente. Artigo 14.º
Outros prestadores
5 — As sociedades de farmacêuticos gozam dos direitos
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais As pessoas coletivas que prestem serviços farmacêu-
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua ticos e não se constituam sob a forma de sociedades de
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto. sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
6 — Às sociedades profissionais de farmacêuticos não dos profissionais que aí exerçam atividade nos termos do
é reconhecida capacidade eleitoral. presente Estatuto.
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mensal, bem como do valor das demais taxas a pagar pelos c) Exercer a competência da direção nacional em casos
membros; de reconhecida urgência ou gravidade, após audição do
i) Cumprir e fazer cumprir o orçamento aprovado pela conselho executivo sempre que possível;
assembleia geral; d) Exercer a competência delegada pela direção nacional;
j) Emitir pareceres e elaborar informações sobre assun- e) Superintender nos serviços e nos recursos humanos
tos relacionados com o exercício da profissão farmacêutica da Ordem e velar pelo cumprimento da lei, do presente
que lhe forem solicitados pelo Governo, por farmacêuticos Estatuto e dos regulamentos internos, sem prejuízo do
inscritos na Ordem ou que, por sua iniciativa, entenda dever disposto no n.º 1 do artigo 30.º, bem como cumprir práticas
prestar às entidades, públicas ou privadas, cuja atividade de boa gestão e contratação;
esteja relacionada com aquele exercício; f) Fazer executar as deliberações da assembleia geral e
k) Mandar passar certidões ou prestar informações, de da direção nacional e assegurar a gestão da Ordem.
harmonia com o Código do Procedimento Administrativo;
l) Elaborar e apresentar à assembleia geral o relatório,
as contas e o orçamento anuais; SECÇÃO V
m) Gerir o património mobiliário e imobiliário da Or- Conselho jurisdicional nacional
dem, mantendo atualizado o respetivo cadastro;
n) Propor à assembleia geral que esta delibere promover Artigo 29.º
a alteração do Estatuto, no sentido de se criarem novos
colégios de especialidade; Composição
o) Criar subespecialidades e competências, aprovar os
O conselho jurisdicional nacional é constituído por um
respetivos regulamentos, sujeitos a homologação do mem-
bro do Governo da tutela, e atribuir os referidos títulos; presidente e dois vogais, eleitos por sufrágio universal,
p) Garantir o cumprimento de práticas de boa gestão, direto, secreto e periódico.
de acordo com as regras estabelecidas;
q) Designar um Revisor Oficial de Contas como ele- Artigo 30.º
mento integrante do conselho fiscal nacional; Competência
r) Exercer as atribuições e praticar os atos necessários
à prossecução dos fins da Ordem, de harmonia com as 1 — Compete ao conselho jurisdicional nacional:
deliberações da assembleia geral; a) Velar pelo cumprimento da lei, do presente Estatuto e
s) Decidir sobre a contração de dívidas por parte da dos regulamentos internos por parte dos órgãos da Ordem
Ordem, nomeadamente resultantes de financiamentos ban- e respetivos titulares;
cários, incluindo sobre a prestação de garantias, que não b) Instruir e julgar os processos disciplinares em que
impliquem oneração de imóveis. sejam arguidos os membros que exercem ou exerceram
cargos nos órgãos nacionais ou regionais previstos nas
Artigo 26.º alíneas a) a e) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 15.º;
Funcionamento c) Instruir e julgar os processos de revisão e de reabi-
litação;
A direção nacional reúne, ordinariamente, uma vez por d) Apreciar e decidir os recursos interpostos das deci-
mês ou quando for convocada pelo seu presidente. sões dos conselhos jurisdicionais regionais, bem como
emitir os pareceres que lhe forem solicitados pelos órgãos
SECÇÃO IV nacionais;
e) Pronunciar-se previamente sobre a conformidade
Bastonário legal ou estatutária dos referendos.
Artigo 27.º 2 — A competência prevista na alínea b) do número
Eleição anterior, relativamente às assembleias gerais e regionais,
apenas abrange os membros das respetivas mesas.
1 — O bastonário é eleito por sufrágio universal, direto, 3 — O conselho jurisdicional nacional deve comuni-
secreto e periódico, de entre os farmacêuticos com um car à direção nacional as deliberações tomadas, para os
tempo mínimo de exercício da profissão de 10 anos, à data devidos efeitos.
da realização das eleições.
2 — É eleito bastonário o candidato que obtiver mais Artigo 31.º
de metade dos votos expressos, não se considerando como Recurso
tal os votos brancos e nulos.
3 — Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de Das deliberações proferidas pelo conselho cabe recurso
votos, procede-se a segundo sufrágio, no prazo de 21 dias, para os tribunais, nos termos gerais.
a que concorrem apenas os dois candidatos mais votados,
que não tenham retirado a candidatura. SECÇÃO VI
Conselho fiscal nacional
Artigo 28.º
Competência Artigo 32.º
Compete ao bastonário: Composição
a) Representar a Ordem em juízo e fora dele; 1 — O conselho fiscal nacional é constituído pelos três
b) Zelar pelos interesses dos farmacêuticos e dos desti- presidentes dos conselhos fiscais regionais, sendo o presi-
natários do exercício profissional farmacêutico; dente escolhido por e de entre eles.
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2 — O conselho fiscal nacional inclui ainda um revisor ladora constituída por um presidente e três vogais, com a
oficial de contas, a designar pela direção nacional. missão de elaborar o anteprojeto de regulamento, de propor
à direção a atribuição dos títulos de especialista, bem como
Artigo 33.º de organizar e proceder às eleições do conselho do colégio
de especialidade no prazo que lhe for fixado.
Competência
5 — Para efeitos de ingresso e acesso na Administração
Compete ao conselho fiscal nacional: Pública, o Estado reconhece, em termos a regulamentar, a
validade dos títulos atribuídos pela Ordem.
a) Emitir parecer sobre as contas anuais a apresentar pela
direção nacional à assembleia geral e apresentar à direção
Artigo 36.º
nacional as sugestões que entenda convenientes;
b) Pronunciar-se sobre os pareceres dos conselhos fis- Composição
cais regionais apresentados à respetiva assembleia regional
1 — Cada colégio é dirigido por um conselho de espe-
e apresentar-lhes as sugestões que entenda convenientes;
cialidade, constituído por um presidente e por dois a seis
c) Consultar quaisquer documentos que titulem receitas
secretários.
e despesas da Ordem, bem como os documentos que as
2 — O conselho de especialidade é eleito por sufrágio
autorizem;
universal, direto, secreto e periódico pelos membros do
d) Aprovar o seu regimento.
colégio de especialidade, sendo o respetivo mandato de
três anos.
SECÇÃO VII 3 — Nas suas ausências, impedimentos e vacatura do
cargo, o presidente é substituído por um secretário, a desig-
Colégios de especialidade
nar pelos restantes membros do conselho de especialidade.
4 — A constituição dos conselhos de especialidade deve
Artigo 34.º ter em conta, na medida do possível, a representatividade
Definição nas respetivas secções regionais.
1 — Os colégios de especialidade congregam os farma-
cêuticos qualificados nas diferentes especialidades. Artigo 37.º
2 — São reconhecidas as especialidades de indústria Inscrição
farmacêutica, de análises clínicas, de farmácia hospitalar,
1 — A inscrição nos colégios de especialidade da Or-
de assuntos regulamentares, de farmácia comunitária,
dem é requerida à direção nacional, que, sob proposta do
de genética humana, de farmacologia clínica, de distri-
respetivo conselho de especialidade, nomeia um júri para
buição farmacêutica, de radiofarmácia e de marketing
apreciar o pedido de inscrição.
farmacêutico.
2 — As regras do estágio a que se refere o n.º 2 do ar-
3 — Há tantos colégios quantas as especialidades ou
tigo 35.º, bem como os critérios e as provas de avaliação
grupos de especialidades afins.
pelo júri são elaboradas pelo conselho de especialidade e
4 — Cada colégio de especialidade é dirigido por um
propostas à direção nacional, que, propõe a sua aprovação
conselho de especialidade.
à assembleia geral, nos termos do disposto na alínea f) do
5 — No âmbito dos colégios de especialidades podem
n.º 1 do artigo 22.º
ser criadas secções de subespecialidades.
Artigo 38.º
Artigo 35.º
Competência
Reconhecimento de especialidades
Compete aos conselhos de especialidade:
1 — Sem prejuízo das especialidades mencionadas
no n.º 2 do artigo 34.º, sempre que a direção nacional a) Promover o estreitamento das relações científicas e
reconheça a existência de um número significativo de profissionais, a nível nacional e internacional;
farmacêuticos que exibam, pela sua diferenciação técnica, b) Zelar pela valorização técnica e promoção dos es-
um conjunto de características comuns, pode a direção pecialistas;
nacional propor ao membro do Governo responsável c) Velar pela qualificação profissional permanente dos
pela área da saúde a criação de uma nova especialidade especialistas;
e o respetivo colégio ou a sua integração em colégio já d) Propor à direção nacional os júris dos candidatos às
existente. especialidades;
2 — A atribuição do título de especialista compete à e) Dar pareceres à direção nacional;
direção nacional e depende da frequência de estágio e de f) Apresentar à direção nacional anteprojetos de regula-
avaliação efetuada no final do estágio, nos termos pre- mentos sobre especialidades e subespecialidades.
vistos no regulamento de especialidades, que é objeto de
homologação pelo membro do Governo que exerça os SECÇÃO VIII
poderes de tutela.
3 — O reconhecimento da experiência profissional pode Assembleia regional
permitir que a direção nacional, após parecer do colégio
de especialidade, dispense os candidatos a especialistas Artigo 39.º
dos requisitos previstos no número anterior, nos termos
Composição
previstos no regulamento de especialidades.
4 — Sempre que seja criado um novo colégio de espe- A assembleia regional é constituída por todos os mem-
cialidade, a direção nacional nomeia uma comissão insta- bros inscritos na respetiva secção regional.
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SECÇÃO XI CAPÍTULO IV
Conselho fiscal regional Eleições e referendo
Artigo 52.º O ato eleitoral dos diversos órgãos rege-se pelo regu-
lamento eleitoral e o dos colégios de especialidade pelos
Delegado regional
respetivos regulamentos.
1 — A delegação regional é dirigida pelo delegado
regional, eleito por sufrágio universal, direto, secreto e SECÇÃO II
periódico dos membros inscritos na respetiva delegação
regional. Referendo
2 — Podem eleger e ser eleitos os farmacêuticos que
residam ou exerçam a sua profissão na região autónoma Artigo 56.º
a que a eleição respeita. Referendo
3 — O delegado regional pode nomear assessores de
entre os farmacêuticos que residam ou exerçam a sua pro- Quando haja questões de relevante interesse para a Or-
dem, esta pode ser chamada a pronunciar-se sobre elas
fissão na respetiva região autónoma.
através de referendo.
4 — O delegado regional é, por inerência, delegado à
assembleia geral. Artigo 57.º
5 — Nos casos de justo impedimento, o delegado re-
gional pode fazer-se substituir por um outro membro da Objeto
delegação regional respetiva. São excluídas do referendo matérias que digam respeito
6 — O delegado regional deve colaborar com os de- a disposições imperativas da lei ou do presente Estatuto.
mais órgãos da Ordem relativamente a questões que se
relacionem com a respetiva região autónoma, bem como Artigo 58.º
prestar apoio e assistência aos membros da Ordem que
Iniciativa
nela exerçam a sua atividade profissional, independente-
mente da secção regional onde os mesmos se encontrem 1 — A iniciativa do referendo cabe ao presidente da
inscritos. mesa da assembleia geral, a pedido da direção nacional
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7021
4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar 2 — Se a infração disciplinar constituir simultanea-
a responsabilidade disciplinar do associado relativamente mente infração criminal para a qual a lei estabeleça pres-
às infrações por ele cometidas antes da decisão definitiva crição sujeita a prazo mais longo, o procedimento disci-
que as tenha aplicado. plinar apenas prescreve após o decurso deste último prazo.
3 — O prazo de prescrição do procedimento discipli-
Artigo 92.º nar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
Independência da responsabilidade disciplinar
4 — O prazo de prescrição só corre:
dos membros da Ordem a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
1 — A responsabilidade disciplinar é independente da sua prática;
responsabilidade civil e criminal decorrente do mesmo b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
facto e coexiste com qualquer outra prevista por lei. do último ato;
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
coexiste com qualquer outra prevista por lei. a consumação.
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, 5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, desde o conhecimento pelo órgão competente para a ins-
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser tauração do processo disciplinar ou a participação efetuada
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode nos termos do n.º 1 do artigo 98.º, não se iniciar o processo
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante disciplinar competente no prazo de um ano.
o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de 6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do suspende-se durante o tempo em que o processo discipli-
correspondente processo não possa começar ou continuar nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou
a ter lugar. de pronúncia em processo penal.
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do 7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade em que cessar a causa da suspensão.
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à 8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver interrompe-se com a notificação ao arguido:
lugar, do despacho de pronúncia. a) Da instauração do mesmo;
5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
b) Da acusação.
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
no processo disciplinar.
SUBSECÇÃO II
6 — Sempre que, em processo penal contra membro da
Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento, Do exercício da ação disciplinar
o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-
cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação, Artigo 95.º
do despacho de pronúncia e da contestação, se tiver sido
Exercício da ação disciplinar
apresentada, bem como quaisquer outros elementos soli-
citados pela direção ou pelo bastonário. 1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe- suscetíveis de constituir infração disciplinar:
rante a Ordem decorrente da prática de infrações é inde-
pendente da responsabilidade disciplinar por violação dos a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada por
deveres emergentes de relações de trabalho. estes;
b) O bastonário;
Artigo 93.º c) A direção nacional;
d) O Ministério Público, nos termos do n.º 3.
Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
e dos profissionais em livre prestação de serviços 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades de-
1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão vem dar conhecimento à Ordem da prática, por associa-
sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos nos termos dos desta, de factos suscetíveis de constituir infração
do presente Estatuto e da lei que regula a constituição e o disciplinar.
funcionamento das sociedades profissionais. 3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi-
2 — Os profissionais que prestem serviços em território nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações
nacional em regime de livre prestação são equiparados aos ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al- infração disciplinar.
terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 9 Artigo 96.º
do artigo 101.º e do regulamento disciplinar. Desistência da participação
Início de produção de efeitos das sanções disciplinares 1 — Sempre que em processo criminal seja imposta
a proibição de exercício da profissão durante período de
1 — A produção de efeitos das sanções disciplinares tempo determinado, este é deduzido à sanção disciplinar
inicia-se no dia seguinte àquele em que a decisão se torne de suspensão que, pela prática dos mesmos factos, vier a
definitiva. ser aplicada ao membro da Ordem.
2 — Se, na data em que a decisão se torna definitiva, 2 — A condenação de um membro da Ordem em pro-
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da cesso criminal é comunicada à Ordem para efeitos de
sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte averbamento ao respetivo cadastro.
ao do levantamento da suspensão.
SUBSECÇÃO IV
Artigo 106.º
Do processo
Prazo para pagamento das sanções de multa
1 — As multas aplicadas nos termos da alínea c) do Artigo 110.º
n.º 1 do artigo 100.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a Obrigatoriedade
contar do início da produção de efeitos da respetiva sanção.
2 — Ao associado que não pague a multa no prazo A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
referido no número anterior é suspensa a sua inscrição, cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
mediante decisão do órgão disciplinarmente competente, disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
a qual lhe é comunicada. presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga-
mento da importância em dívida. Artigo 111.º
Formas do processo
Artigo 107.º
1 — A ação disciplinar comporta as seguintes formas:
Comunicação e publicidade
a) Processo de inquérito;
1 — A aplicação das sanções previstas nas alíneas b) a e) b) Processo disciplinar.
do n.º 1 do artigo 101.º é comunicada pela direção nacional
à sociedade de profissionais ou organização associativa 2 — O processo de inquérito é aplicável quando não
por conta da qual o arguido prestava serviços à data dos seja possível identificar claramente a existência de uma
7028 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015
desde que não seja legalmente obrigada a prestar tais n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio,
serviços. que contemple:
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Artigo 119.º
designação do título profissional de origem e das respetivas
Documentos e balcão único especialidades;
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações ii) A identificação da associação pública profissional
entre a Ordem e profissionais, sociedades de farmacêuticos no Estado membro de origem, na qual o profissional se
ou outras organizações associativas de profissionais para encontre inscrito;
o exercício da atividade farmacêutica, com exceção dos iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
relativos a procedimentos disciplinares, são realizados do exercício da atividade, se for caso disso;
por meios eletrónicos, através do balcão único eletrónico iv) A informação relativa às sociedades de profis-
dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei sionais ou outras formas de organização associativa
n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do sítio na de profissionais para que prestem serviços no Estado
Internet da Ordem. membro de origem, caso aqui prestem serviços nessa
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- qualidade.
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
disposto no número anterior, a transmissão da informação Artigo 121.º
em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or- Cooperação administrativa
dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia
ou por correio eletrónico. A Ordem presta e solicita às autoridades administra-
3 — A apresentação de documentos em forma simples tivas dos outros Estados membros da União Europeia
nos termos dos números anteriores, dispensa a remessa e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Euro-
dos documentos originais, autênticos, autenticados ou cer- peia assistência mútua e toma as medidas necessárias
tificados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 para cooperar eficazmente, nomeadamente através do
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, Sistema de Informação do Mercado Interno, no âmbito
de 26 de julho. dos procedimentos relativos a prestadores de serviços
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos já estabelecidos noutro Estado membro, nos termos
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do ar- do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
tigo 5.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
de 26 de julho. março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º
Artigo 120.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos
Informação na Internet
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
Para além da informação prevista no artigo 23.º da em especial do comércio eletrónico.
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º
do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do ANEXO II
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a (a que se refere o artigo 5.º)
certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado Republicação do Decreto-Lei n.º 288/2001,
interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, de 10 de novembro
através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes
informações: Artigo 1.º
a) Regime de acesso e exercício da profissão; Objeto
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas É aprovado o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos,
aplicáveis aos seus membros; publicado em anexo ao presente diploma e que dele faz
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- parte integrante.
mações pelos destinatários relativamente aos serviços
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade; Artigo 2.º
d) Ofertas de emprego na Ordem;
e) Registo atualizado dos membros com: Disposições transitórias
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car- 1 — A Ordem mantém a designação tradicional de So-
teira ou cédula profissionais; ciedade Farmacêutica Lusitana, de que é legítima conti-
ii) A designação do título e das especialidades profis- nuadora.
sionais; 2 — (Revogado.)
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso; Artigo 3.º
Norma revogatória
f) Registo atualizado dos profissionais em livre
prestação de serviços no território nacional, que se Com o início da vigência do presente diploma são re-
consideram inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º vogados os Decretos-Leis n.os 212/79, de 12 de julho, e
da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis 111/94, de 28 de abril.
7030 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015
ESTATUTO DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS b) Coadjuvar o Estado em todas as ações que visem o
acesso dos cidadãos aos cuidados médicos e farmacêuticos,
medicamentosos, preventivos, curativos e de reabilitação,
CAPÍTULO I bem como nas de disciplina e controlo de produção e uso
Disposições gerais dos produtos químicos, biológicos, alimentares, farmacêu-
ticos e meios de diagnóstico;
c) Colaborar com organizações congéneres, nacionais
SECÇÃO ÚNICA ou estrangeiras, e com o Estado na definição e execução
Natureza, sede e atribuições da política de saúde;
d) Manter e promover relações com organizações es-
Artigo 1.º trangeiras, de âmbito nacional ou internacional, que se
dediquem aos problemas de saúde;
Natureza e) Colaborar com os países de língua oficial portuguesa
1 — A Ordem dos Farmacêuticos, adiante designada por na área farmacêutica e em todas aquelas que, no âmbito
Ordem, é a associação pública profissional representativa das suas competências profissionais, contribuam para a
dos que, em conformidade com os preceitos do presente defesa da saúde pública desses países.
Estatuto e as disposições legais aplicáveis, exercem a pro-
fissão de farmacêutico. 4 — Incumbe à Ordem, no campo científico e cultural:
2 — A Ordem representa igualmente os membros ins- a) Manter, organizar e atualizar a biblioteca e um serviço
critos que possuam o grau de bacharel em Farmácia, cujos de bibliografia científica e tecnológica;
direitos adquiridos se mantêm salvaguardados. b) Editar publicações periódicas ou outras;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito público, c) Organizar, por si só ou em colaboração com universi-
que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013, dades, ordens, sindicatos, associações e outras instituições,
de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto. estágios, cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento
e reciclagem, bem como promover a realização ou parti-
Artigo 2.º cipação em congressos, seminários, conferências e outras
Sede e áreas de competência atividades da mesma natureza;
d) Intensificar a cooperação a nível nacional e interna-
1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa e é constituída cional no domínio das ciências farmacêuticas, nomeada-
pelas secções regionais do Norte, Centro, Sul e regiões mente com os estabelecimentos de ensino e instituições
autónomas, bem como pelas delegações regionais destas científicas dos países de língua oficial portuguesa;
regiões. e) Credenciar farmacêuticos especialmente qualificados
2 — As secções regionais têm as áreas geográficas cor- para intervirem em ações específicas que se situem no
respondentes aos seguintes distritos e regiões autónomas: quadro da atividade farmacêutica;
a) Norte — Distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana f) Acreditar e creditar ações de formação contínua.
do Castelo e Vila Real;
b) Centro — Distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coim- 5 — Incumbe à Ordem, no âmbito deontológico:
bra, Guarda, Leiria e Viseu; a) Defender e incentivar o respeito e a observância dos
c) Sul e regiões autónomas — Distritos de Beja, Évora, princípios que informam a dignidade farmacêutica e o
Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e regiões au- exercício da profissão, designadamente nos domínios da
tónomas dos Açores e da Madeira. ética e da deontologia profissional;
b) Velar pelo cumprimento das leis, do presente Estatuto
3 — As delegações regionais dos Açores e da Madeira e dos regulamentos aplicáveis, nomeadamente no que se
abrangem as áreas geográficas respeitantes a cada uma refere ao título e à profissão do farmacêutico, promovendo
das regiões autónomas. procedimento judicial contra quem o use ou a exerça ile-
galmente;
Artigo 3.º c) Exercer o poder disciplinar sobre os seus membros,
Atribuições sempre que violem os seus deveres ou normas imperativas
que digam respeito à prática de atos farmacêuticos.
1 — São atribuições da Ordem:
a) Colaborar na definição e execução da política de 6 — Incumbe ainda à Ordem, no campo profissional
saúde em cooperação com o Estado; e económico:
b) Defender a dignidade da profissão farmacêutica;
a) Colaborar com o Estado na certificação de serviços
c) Fomentar e defender os interesses da profissão far-
farmacêuticos públicos e privados, incluindo o reconheci-
macêutica.
mento da respetiva idoneidade, e coadjuvá-lo no controlo
de qualidade dos serviços farmacêuticos prestados;
2 — Para prossecução das atribuições referidas no nú-
b) Exercer ações de inspeção que lhe sejam delegadas
mero anterior, a Ordem exerce a sua ação nos domínios
pelo Ministério da Saúde, designadamente nas farmácias
social, científico, cultural, deontológico, profissional e
de oficina, também designadas farmácias comunitárias,
económico da atividade farmacêutica.
e hospitalares, nos laboratórios de análises clínicas e de
3 — Incumbe à Ordem, no campo social:
indústria, bem como nos estabelecimentos de comércio
a) Elaborar estudos, emitir pareceres e propor soluções por grosso de medicamentos de uso humano e veteriná-
em matéria de política de saúde; rio, dispositivos médicos e outros produtos de saúde, e
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7031
ainda em todos os organismos onde sejam praticados atos instituição de ensino superior em que estejam inscritos,
farmacêuticos; devendo a respetiva inscrição ser renovada anualmente.
c) Elaborar relatórios sobre as ações mencionadas na 6 — São membros correspondentes todos os titulares
alínea anterior e propor as soluções que se lhe afigurem das habilitações a que se referem as alíneas a) a d) do n.º 1
adequadas; do artigo 6.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou
d) Propor aos órgãos do poder político as medidas le- pratiquem atos próprios desta profissão fora do território
gislativas adequadas ao eficaz exercício da profissão e nacional, inscritos na Ordem nessa qualidade, por delibe-
colaborar na execução dessas medidas, tendo em vista a ração da direção nacional, após requerimento apresentado
defesa dos superiores interesses da saúde pública; pelo interessado.
e) Promover a criação e a regulamentação de especia- 7 — São igualmente membros correspondentes os que
lidades, de subespecialidades e de competências farma- possuem o bacharelato em Farmácia a que se refere o n.º 2
cêuticas, bem como das condições do respetivo exercício; do artigo 1.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou
f) Cooperar com o Estado na regulamentação do in- pratiquem atos próprios desta profissão fora do território
gresso e do acesso dos farmacêuticos nas carreiras da nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade, nos
Administração Pública, quanto aos técnicos superiores termos do número anterior.
de saúde do ramo laboratorial e farmacêutico hospitalar; 8 — São membros coletivos, as pessoas coletivas que,
g) Emitir cédulas profissionais e atribuir títulos de espe- pela sua atividade, se relacionem com o universo da ativi-
cialidade, sem prejuízo da titulação conjunta pela Ordem dade farmacêutica, em Portugal ou no estrangeiro, desig-
e pelo Estado; nadamente ao nível científico, académico ou associativo,
h) Colaborar com o Estado no combate contra a concor- inscritos na Ordem nessa qualidade, por deliberação da di-
rência desleal no domínio das remunerações e preços dos reção nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade.
serviços prestados no âmbito da saúde, designadamente 9 — Os membros honorários, correspondentes e co-
quando tal prestação seja regulada por convenções, acordos letivos podem participar nas assembleias regionais, sem
ou concursos; direito a voto.
i) Estudar, propor e, se necessário, reclamar da adoção 10 — Os membros não efetivos, salvo os membros
de medidas que estejam relacionadas com o exercício da honorários e os membros coletivos que sejam também
atividade farmacêutica ou ofendam os legítimos direitos efetivos, não gozam dos direitos conferidos pelo presente
e interesses dos farmacêuticos; Estatuto aos membros efetivos.
j) Colaborar com todas as organizações profissionais, 11 — Os membros honorários e correspondentes podem
científicas e sindicais que representem os farmacêuticos; participar nas assembleias regionais sem direito a voto.
k) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas 12 — Os membros honorários que não sejam também
fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União efetivos e os membros correspondentes não gozam dos
Europeia ou de convenção internacional; direitos conferidos pelo presente Estatuto aos membros
l) Elaborar os seus próprios regulamentos internos, efetivos.
dando cumprimento ao disposto no presente Estatuto.
Artigo 5.º
CAPÍTULO II Exercício da profissão
b) Os titulares do grau de licenciado em Ciências Farma- 2 — A inscrição na Ordem, bem como a revalidação
cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior da cédula profissional, só podem ser recusadas com fun-
portuguesa no quadro da organização de estudos anterior damento na falta dos requisitos e condições previstas no
à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, presente Estatuto para acesso ao exercício da profissão
alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, de farmacêutico.
230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de agosto; 3 — Aceite a inscrição, é emitida cédula profissional,
c) Os titulares do grau de mestre em Ciências Farma- também designada por carteira profissional, assinada pelo
cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior bastonário, que é sempre devolvida pelo titular à Ordem,
portuguesa no quadro da organização de estudos decor- nos casos de suspensão ou de cancelamento da inscrição
rente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de previstos, nos artigos 8.º, 9.º e 114.º
março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 4 — A cédula profissional é revalidada periodicamente
25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de cinco em cinco anos, desde que se mantenham os pres-
de 7 de agosto; supostos que justificaram a sua emissão.
d) Os titulares de um grau académico superior estran-
geiro no domínio das Ciências Farmacêuticas a quem te- Artigo 8.º
nha sido conferida equivalência a um dos graus a que se
referem as alíneas a) a c); Suspensão de inscrição
e) Os profissionais nacionais de Estados membros da Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é suspensa a
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas inscrição na Ordem:
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos
termos do artigo 10.º a) Aos que hajam sido punidos com sanção de sus-
pensão;
2 — A inscrição de nacionais de países terceiros cujas b) Aos que a solicitem, por terem deixado de exercer a
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, e aos atividade farmacêutica.
quais se aplique o disposto na alínea d) do número anterior,
depende igualmente da garantia de reciprocidade de trata- Artigo 9.º
mento, nos termos de convenção internacional, incluindo Cancelamento de inscrição
convenção celebrada entre a Ordem e a autoridade con-
génere do país de origem do interessado. Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é cancelada
3 — Para o exercício da atividade de farmacêutico de- a inscrição na Ordem:
vem inscrever-se na Ordem, como membros: a) Aos que hajam sido punidos com sanção de expulsão;
a) As sociedades profissionais de farmacêuticos, in- b) Aos que o solicitem, por terem deixado de exercer a
cluindo as filiais de organizações associativas de farma- atividade farmacêutica.
cêuticos constituídas ao abrigo do Direito de outro Estado,
nos termos do artigo 12.º; SECÇÃO II
b) As representações permanentes em território nacional
de organizações associativas de farmacêuticos constituídas Profissionais da União Europeia e do Espaço
ao abrigo do Direito de outro Estado, caso pretendam ser Económico Europeu
membros da Ordem, nos termos do artigo 13.º
Artigo 10.º
4 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em Direito de estabelecimento
território nacional da atividade de farmacêutico, em regime
de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco- de nacional de Estado membro da União Europeia ou
nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas do Espaço Económico Europeu, obtidas fora de Portugal
fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 11.º para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
5 — A admissão dos candidatos referidos nas alíneas b) pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
e c) do n.º 1 pode ainda ser condicionada à comprova- n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
ção da competência linguística necessária ao exercício prejuízo de condições especiais de reciprocidade caso as
da atividade farmacêutica em Portugal, nos termos da Lei qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio. 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
6 — A instrução do pedido de inscrição é objeto de nos termos do número anterior e que preste serviços, de
regulamento interno da Ordem. forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
7 — Os candidatos referidos nas alíneas d) e e) do n.º 1 ou que atue como gerente ou administrador no Estado
e no n.º 2 devem solicitar a inscrição na Ordem mediante membro de origem, no âmbito de organização associativa
requerimento dirigido ao bastonário. de profissionais, deve identificar a organização em causa
no pedido apresentado nos termos do artigo 47.º da Lei
Artigo 7.º n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Aceitação e recusa de inscrição
3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
1 — Cabe à direção regional, após delegação da di- anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconhe-
reção nacional, aceitar ou recusar a inscrição na Ordem, cimento de qualificações, deve a organização associativa
podendo, neste último caso, o candidato recorrer para a em causa ser identificada perante a Ordem no prazo de
direção nacional. 60 dias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7033
profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem, 3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros,
sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras
dos profissionais que aí exerçam atividade nos termos do das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas
presente Estatuto. e o número de dias de que estes necessitam para o exercício
das respetivas funções.
4 — A comunicação prevista no número anterior é
CAPÍTULO III feita com uma antecedência mínima de cinco dias, ou,
Organização em caso de reuniões ou atividades de natureza extraor-
dinária dos órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam
convocadas.
SECÇÃO I
Disposições gerais Artigo 17.º
Títulos honoríficos
Artigo 15.º
O farmacêutico que tenha exercido cargos nos órgãos
Órgãos da Ordem conserva honorariamente a designação corres-
1 — A Ordem exerce a sua ação a nível nacional e regio- pondente ao cargo mais elevado que haja ocupado.
nal através, respetivamente, de órgãos de âmbito nacional
e regional. Artigo 18.º
2 — São órgãos de âmbito nacional: Acumulação e incompatibilidade de cargos
a) A assembleia geral; 1 — Durante o mesmo mandato nenhum membro eleito
b) A direção nacional; pode acumular o exercício de dois cargos, salvo se um deles
c) O bastonário; for o de membro de um conselho de especialidade.
d) O conselho jurisdicional nacional; 2 — Os cargos de bastonário e de presidente da direção
e) O conselho fiscal nacional; regional podem ser remunerados se e na medida em que a
f) Os conselhos de especialidade. assembleia geral autorize essa remuneração.
3 — No caso de falta de quórum de algum órgão por
3 — São órgãos de âmbito regional: vacatura de lugares, realizam-se eleições intercalares ex-
a) A assembleia regional; clusivamente para os lugares vagos, cessando os novos
b) A direção regional; membros as suas funções no fim do mandato para que
c) O conselho jurisdicional regional; haviam sido eleitos os membros anteriores.
d) O conselho fiscal regional; 4 — As eleições intercalares referidas no número an-
e) O plenário regional; terior não se realizam se a vacatura de lugares ocorrer até
f) O delegado regional. um ano antes da data prevista para as eleições ordinárias,
cabendo ao bastonário a nomeação dos membros que ocu-
Artigo 16.º pam interinamente os lugares vagos.
5 — Excetuam-se do preceituado no número anterior
Mandato os cargos de presidente da mesa da assembleia geral e de
1 — O mandato dos órgãos é de três anos e é renovável bastonário que, independentemente de qualquer prazo, são
apenas por uma vez. ocupados automática e interinamente pelo vice-presidente
2 — As eleições para os órgãos podem ser realizadas da mesa da assembleia geral e pelo vice-presidente da
presencialmente, por correspondência ou via eletrónica, de direção nacional, respetivamente.
acordo com o regulamento eleitoral e referendário.
SECÇÃO II
Artigo 16.º-A
Assembleia geral
Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem
1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que Artigo 19.º
sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para Composição
o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para
que foram eleitos, a: 1 — A assembleia geral é constituída por 30 delegados.
2 — O número de delegados eleitos por cada assembleia
a) Licença sem vencimento, com a duração máxima regional é proporcional ao número de membros inscritos
do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação na respetiva secção regional.
laboral; 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cada
b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de assembleia regional elege um máximo de 50 % dos dele-
trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio- gados, pelo que os lugares de delegados que excedem esse
-dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço limite são distribuídos proporcionalmente pelas demais
efetivo. secções regionais que os elegem.
4 — Tendo em conta o disposto nos números ante-
2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem riores, a distribuição do número de delegados de cada
usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam secção regional é definida, anualmente e para o ano
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo seguinte, na assembleia geral de apreciação e votação
quanto à remuneração ou retribuição. do orçamento.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7035
SECÇÃO XI CAPÍTULO IV
Conselho fiscal regional Eleições e referendo
São excluídas do referendo matérias que digam res- 1 — Após a inscrição, o membro é obrigado a contri-
peito a disposições imperativas da lei ou do presente buir para a Ordem com a quota mensal que for fixada por
Estatuto. deliberação da assembleia geral, sob proposta da direção
nacional.
Artigo 58.º 2 — A direção nacional, mediante proposta fundamen-
tada da direção regional, pode isentar temporariamente do
Iniciativa pagamento de quotas os membros que se encontrem em
1 — A iniciativa do referendo cabe ao presidente da situação que justifique tal isenção.
mesa da assembleia geral, a pedido da direção nacional 3 — A Ordem pode cobrar taxas pela prestação de ser-
ou de, pelo menos, 20 % dos membros efetivos da Or- viços, designadamente pela elaboração de documentos,
dem, dos quais o número de inscritos em qualquer secção relatórios ou pareceres que lhe sejam pedidos, desde que
não pode ser superior a dois terços do número total dos não seja legalmente obrigada a prestar tais serviços sem
signatários. custos para o requerente.
2 — Independentemente do disposto no número ante-
Artigo 64.º
rior, o conselho jurisdicional nacional deve pronunciar-se
sobre a legalidade do referendo. Receitas da Ordem
1 — Constituem receitas da Ordem:
Artigo 59.º
a) Quotas e taxas pagas pelos membros;
Âmbito
b) Quaisquer subsídios ou donativos;
1 — Cada referendo recai sobre uma só matéria, de- c) Doações, heranças ou legados que venham a ser ins-
vendo as questões ser formuladas em termos de sim ou tituídos em seu benefício;
não, com objetividade, clareza e precisão. d) O produto das multas aplicadas a membros, no se-
2 — Nenhuma matéria submetida a referendo pode com- guimento de processo disciplinar;
portar mais de três perguntas que, por sua vez, não podem e) As taxas cobradas pela prestação de serviços e ren-
ser precedidas de quaisquer considerandos, preâmbulos ou dimentos de outras atividades;
notas explicativas. f) Outras receitas de bens próprios, designadamente
rendimentos dos bens móveis e imóveis da Ordem.
Artigo 60.º
2 — O montante das quotas e demais taxas, previsto
Convocação número anterior, bem como o respetivo procedimento
Não podem ser convocados referendos nos três meses de lançamento, liquidação e cobrança, são fixados em
regulamento aprovado pela assembleia geral, por maio-
anteriores às eleições na Ordem e até à tomada de posse dos
ria absoluta, mediante proposta fundamentada da direção
órgãos nacionais ou regionais, com exceção dos colégios nacional, observados os requisitos substantivos previstos
de especialidade. na lei geral sobre as taxas e outras contribuições da Ad-
ministração Pública.
Artigo 61.º 3 — Na fixação do montante da quota mensal, a assem-
Cabimento orçamental bleia geral pode prever critérios objetivos que permitam
diferenciar o montante a pagar tendo em conta, designa-
O referendo não pode envolver aumento de despe- damente, os anos de serviço da profissão ou o facto de se
sas ou diminuição de receitas constantes do orçamento tratar de membro individual ou coletivo.
aprovado.
Artigo 65.º
Receitas dos órgãos da Ordem
CAPÍTULO V
1 — A direção nacional decide a parte da receita pro-
Regime laboral, patrimonial e financeiro veniente das quotas que reverte para a direção regional.
2 — A secção regional atribui às delegações regionais
Artigo 62.º as receitas necessárias ao seu funcionamento.
Regime laboral 3 — Em casos de insuficiência das receitas de uma
delegação regional, pode a assembleia regional do Sul e
1 — Aos trabalhadores da Ordem é aplicável o regime Ilhas, por proposta da delegação regional respetiva, fixar
previsto no Código do Trabalho e o disposto nos números uma quota suplementar, destinada exclusivamente às des-
seguintes. pesas da delegação regional respetiva, aplicando-se, com
2 — A celebração do contrato de trabalho deve ser as necessárias adaptações, o disposto na alínea e) do n.º 1
precedida de um processo de seleção que obedeça aos do artigo 22.º
princípios da igualdade, da transparência, da publici- Artigo 66.º
dade e da fundamentação com base em critérios ob-
Despesas de deslocação
jetivos.
3 — As regras a que deve obedecer o processo de sele- Cada secção regional suporta as despesas de deslocação
ção são objeto de regulamento interno. e de estada dos delegados à assembleia geral.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7041
g) Interpretação e avaliação das prescrições médicas; c) Praticar atos suscetíveis de causar prejuízos a ter-
h) Informação e consulta sobre medicamentos de uso ceiros;
humano e veterinário, dispositivos médicos, sujeitos e d) Colaborar com entidades que não assegurem a neces-
não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais sária independência no exercício da sua atividade enquanto
de saúde e de doentes, de modo a promover a sua correta profissional livre;
utilização; e) Dispensar produtos que não estejam científica e tec-
i) Acompanhamento, vigilância e controlo da distribui- nicamente comprovados ou não registados nos serviços
ção, dispensa e utilização de medicamentos de uso humano oficiais;
e veterinário, de dispositivos médicos; f) Praticar atos contrários à ética profissional que possam
j) Monitorização de fármacos, incluindo a determinação influenciar a livre escolha do utente.
de parâmetros farmacocinéticos e o estabelecimento de
esquemas posológicos individualizados; 5 — Os farmacêuticos devem promover a atualização
k) Colheita de produtos biológicos, execução e interpre- permanente dos seus conhecimentos, designadamente
tação de análises clínicas e determinação de níveis séricos; através da frequência de ações de qualificação profis-
l) Execução, interpretação e validação de análises toxi- sional.
cológicas, hidrológicas, e bromatológicas;
m) Todos os atos ou funções diretamente ligados às Artigo 79.º
atividades descritas nas alíneas anteriores.
Direitos
Artigo 76.º São direitos do farmacêutico, entre outros:
Atos de natureza análoga a) Exercer a profissão farmacêutica no território na-
Podem ainda ser considerados atos farmacêuticos quais- cional;
quer outros que, pela sua natureza, requeiram especializa- b) Eleger e ser eleito ou designado para cargos da Ordem
ção em qualquer das áreas de intervenção farmacêutica, e como delegado à assembleia geral, de harmonia com o
enquanto atividades afins ou complementares. presente Estatuto;
c) Requerer a convocação de assembleias nos termos
do presente Estatuto;
SECÇÃO II d) Apresentar as propostas que julgar de interesse co-
Deontologia profissional letivo;
e) Reclamar dos atos que considere lesivos dos seus
Artigo 77.º direitos e denunciar à mesma direção quaisquer infrações
ao presente Estatuto cometidas pelos titulares dos órgãos
Princípio geral da Ordem no desempenho das suas funções;
O exercício da atividade farmacêutica tem como obje- f) Apreciar nas assembleias os atos das direções regio-
tivo essencial o cidadão em geral e o doente em particular. nais ou da direção nacional e submeter à votação moções
de censura aos mesmos órgãos;
Artigo 78.º g) Ter acesso às atas das assembleias geral e regionais,
bem como dos plenários;
Princípios gerais de conduta profissional h) Solicitar e obter a intervenção da Ordem na defesa
1 — O farmacêutico é um agente de saúde, cumprindo- dos seus direitos e legítimos interesses.
-lhe executar todas as tarefas relativas aos medicamentos,
às análises clínicas ou análises de outra natureza que se- Artigo 80.º
jam suscetíveis de contribuir para a salvaguarda da saúde Dever geral
pública, bem como as ações de educação dirigidas à co-
munidade no âmbito da promoção da saúde e prevenção O farmacêutico deve, em todas as circunstâncias, mesmo
da doença. fora do exercício da sua atividade profissional, proceder de
2 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve modo a prestigiar o bom nome e a dignidade da profissão
ter sempre presente o elevado grau de responsabilidade que farmacêutica.
a mesma encerra, o dever ético de a exercer com a maior
diligência, zelo e competência e deve contribuir para a Artigo 81.º
realização dos objetivos da política de saúde. Deveres especiais para com a Ordem
3 — A primeira e principal responsabilidade do farma-
cêutico é para com a saúde e o bem-estar do doente e do 1 — É dever do farmacêutico o cumprimento escrupu-
cidadão em geral, devendo privilegiar o bem-estar destes loso das regras consagradas no presente Estatuto.
em detrimento dos seus interesses pessoais ou comerciais 2 — São deveres especiais do farmacêutico:
e promover o direito de acesso a um tratamento com qua- a) Cumprir as leis e regulamentos que lhe digam respeito;
lidade, eficácia e segurança. b) Prestar colaboração efetiva a todas as iniciativas que
4 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve prestigiem a Ordem;
pautar-se pelo estrito respeito das normas deontológicas, c) Exercer os cargos para que for eleito, salvo nos casos
sendo-lhe vedado:
de impedimento justificado;
a) Estabelecer conluios com terceiros; d) Cumprir e fazer cumprir as deliberações legítimas
b) Consentir a disponibilização de medicamentos sem dos órgãos da Ordem;
a intervenção direta do farmacêutico ou dos seus colabo- e) Pagar pontualmente as quotas e suportar os encargos
radores; regulamentares;
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7043
f) Manter a Ordem informada sobre todas as alterações 5 — A obrigação do sigilo profissional não impede que
da sua residência e atividade profissional, sem prejuízo o farmacêutico tome as precauções necessárias ou participe
de igual procedimento para com as entidades oficiais, em nas medidas indispensáveis para salvaguarda da vida e
conformidade com a lei; saúde das pessoas que coabitem ou privem com o doente.
g) Frequentar ações de qualificação profissional, a pro- 6 — Quando notificado como testemunha em processo
mover pela Ordem ou por esta reconhecidas, nos termos a que envolva um seu doente ou terceiros, o farmacêutico
fixar no regulamento de qualificação. pode recusar-se a prestar declarações que constituam maté-
ria de sigilo profissional, salvo se devidamente autorizado
Artigo 82.º a fazê-lo pelo bastonário.
Relação com os colegas e outros profissionais da saúde
Artigo 86.º
1 — O farmacêutico deve tratar com urbanidade todos
Informação e publicidade de medicamentos
os que consigo trabalhem a qualquer nível.
2 — O farmacêutico deve colaborar na preparação cien- Toda a informação e publicidade de medicamentos e
tífica e técnica dos seus colegas, facultando-lhes todas as outros produtos de saúde deve ser verdadeira e completa,
informações necessárias à sua atividade e ao seu aperfei- cabendo ao farmacêutico responsável pela preparação,
çoamento. distribuição, dispensa, informação e vigilância de medi-
3 — Os farmacêuticos devem manter entre si um correto camentos zelar para que as informações fornecidas sejam
relacionamento profissional, evitando atitudes contrárias baseadas em dados científicos comprovados, não omitindo
ao espírito de solidariedade, lealdade e auxílio mútuo e os aspetos relevantes de eficácia e segurança para a correta
aos valores éticos da sua profissão. utilização destes produtos.
4 — No exercício da sua atividade, o farmacêutico deve,
sem prejuízo da sua independência, manter as mais corretas Artigo 87.º
relações com os outros profissionais de saúde.
Publicidade da atividade profissional
Artigo 83.º A publicidade é permitida nos termos da lei e das regras
Dever de colaboração no ensino deontológicas aplicáveis aos farmacêuticos, observando o
disposto no artigo 32.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
1 — O farmacêutico deve colaborar, no âmbito das
suas competências e na medida das suas possibilidades, Artigo 88.º
com as instituições de ensino farmacêutico e outras na
Desenvolvimento das regras deontológicas
realização de estágios de pré-graduação, pós-graduação
e especialização, comprometendo-se a ministrar ao es- As regras deontológicas dos farmacêuticos são objeto de
tagiário uma adequada instrução prática e integrada desenvolvimento em código deontológico, a aprovar pela
nas atividades farmacêuticas, consolidando, através do assembleia geral, sob proposta da direção nacional.
exemplo, a ética e a deontologia próprias da profissão
farmacêutica. Artigo 89.º
2 — O farmacêutico deve ainda colaborar com as insti-
tuições de ensino farmacêutico nas ações de formação con- Acumulação e impedimentos
tínua, pós-graduação e valorização socioprofissional. 1 — O farmacêutico só pode exercer outra atividade
em regime de acumulação, nos casos e situações expres-
Artigo 84.º samente previstos na lei.
Objeção de consciência 2 — Ao farmacêutico é vedado colaborar com qual-
quer entidade, singular ou coletiva, públicas ou privadas,
O farmacêutico pode exercer o seu direito à objeção de sempre que dessa colaboração possa resultar violação das
consciência, desde que com isso não ponha em perigo a leis e regulamentos que regem o exercício e os legítimos
saúde ou a vida do doente. interesses da profissão farmacêutica.
Artigo 85.º
CAPÍTULO VIII
Sigilo profissional
Responsabilidade disciplinar
1 — Os farmacêuticos são obrigados ao sigilo profissio-
nal relativo a todos os factos de que tenham conhecimento
no exercício da sua profissão, com exceção das situações SECÇÃO I
previstas na lei. Regime disciplinar
2 — O dever de sigilo profissional subsiste após a ces-
sação da atividade profissional.
SUBSECÇÃO I
3 — Para garantia do sigilo profissional, os farmacêuti-
cos, no exercício da sua atividade, devem comportar-se por Disposições gerais
forma a evitar que terceiros se apercebam das informações
respeitantes à situação clínica do doente. Artigo 90.º
4 — O sigilo profissional obriga os farmacêuticos a
Infração disciplinar
absterem-se de mencionar ou comentar factos que possam
violar a privacidade do doente, designadamente os que se 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
relacionam com o respetivo estado de saúde. omissão que consista em violação, por qualquer membro
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da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente gamento, o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem,
Estatuto ou nos respetivos regulamentos. preferencialmente por via eletrónica, do despacho de
2 — A infração disciplinar é: acusação, do despacho de pronúncia e da contestação,
se tiver sido apresentada, bem como quaisquer outros
a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in-
elementos solicitados pela direção ou pelo bastoná-
tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito
rio.
no exercício da profissão; 7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os de- rante a Ordem decorrente da prática de infrações é inde-
veres profissionais a que se encontra adstrito no exercício pendente da responsabilidade disciplinar por violação dos
da profissão; deveres emergentes de relações de trabalho.
c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro-
fissionais a que está adstrito no exercício da profissão, Artigo 93.º
afetando com a sua conduta, de tal forma, a dignidade e o
prestígio profissional, que fique definitivamente inviabi- Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
lizado o exercício da profissão. e dos profissionais em livre prestação de serviços