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7010 Diário da República, 1.ª série — N.

º 173 — 4 de setembro de 2015

CAPÍTULO V -se os atuais mandatos em curso com a duração inicial-


mente definida.
Disposições finais 2 — Até à aprovação dos regulamentos referidos no
número seguinte mantêm-se em vigor os regulamentos
Artigo 28.º emitidos pela Ordem dos Farmacêuticos que não con-
Formação dos profissionais trariem o disposto no Estatuto em anexo à presente lei.
3 — A Ordem dos Farmacêuticos aprova no prazo de
1 — As autoridades policiais e os funcionários judiciários 180 dias, a contar da data da entrada em vigor da presente
suscetíveis de entrar em contacto com vítimas recebem lei, os regulamentos previstos no seu Estatuto.
formação geral e especializada de nível adequado a esse 4 — A Ordem mantém a designação tradicional de So-
contacto, a fim de aumentar a sua sensibilização em relação ciedade Farmacêutica Lusitana, de que é legítima conti-
às necessidades das vítimas e de lhes permitir tratá-las de nuadora.
forma não discriminatória e com respeito e profissionalismo.
2 — As atividades do Centro de Estudos Judiciários Artigo 4.º
contemplam conteúdos sobre vitimação, a fim de aumentar
a sensibilização dos magistrados judiciais e do Ministério Norma revogatória
Público em relação às necessidades das vítimas. É revogado o n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei
n.º 288/2001, de 10 de novembro, alterado pelos Decretos-
Artigo 29.º -Leis n.os 134/2005, de 16 de agosto, 34/2008, de 26 de
Financiamento fevereiro, e pela Lei n.º 22/2009, de 20 de maio.
1 — Em matéria de investimento para a disponibiliza- Artigo 5.º
ção de respostas no domínio do apoio à vítima, o apoio
público da administração central rege-se pelo regime de Republicação
cooperação, nos termos da lei em vigor. É republicado no anexo II à presente lei e da qual faz
2 — O apoio financeiro referido no número anterior parte integrante, o Decreto-Lei n.º 288/2001, de 10 de
pode ser assegurado por verbas oriundas dos fundos co- novembro, com a redação atual.
munitários, nos termos dos regulamentos aplicáveis.
Artigo 6.º
Lei n.º 131/2015
Entrada em vigor
de 4 de setembro
A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua pu-
Quarta alteração ao Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, blicação.
conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que Aprovada em 22 de julho de 2015.
estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio-
namento das associações públicas profissionais. A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Assunção A. Esteves.
A Assembleia da República decreta, nos termos da
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Promulgada em 15 de agosto de 2015.
Artigo 1.º Publique-se.
Objeto O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
A presente lei procede à quarta alteração ao Estatuto Referendada em 18 de agosto de 2015.
da Ordem dos Farmacêuticos, aprovado pelo Decreto-Lei Pelo Primeiro-Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas,
n.º 288/2001, de 10 de novembro, alterado pelos Decretos- Vice-Primeiro-Ministro.
-Leis n.os 134/2005, de 16 de agosto, 34/2008, de 26 de fe-
vereiro, e pela Lei n.º 22/2009, de 20 de maio, no sentido de ANEXO I
o adequar à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece
o regime jurídico de criação, organização e funcionamento
(a que se refere o artigo 2.º)
das associações públicas profissionais.
ESTATUTO DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS
Artigo 2.º
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos
CAPÍTULO I
O Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, aprovado em
anexo ao Decreto-Lei n.º 288/2001, de 10 de novembro, Disposições gerais
alterado pelos Decretos-Leis n.os 134/2005, de 16 de agosto,
34/2008, de 26 de fevereiro, e pela Lei n.º 22/2009, de SECÇÃO ÚNICA
20 de maio, passa a ter a redação constante do anexo I à
presente lei e da qual faz parte integrante. Natureza, sede e atribuições

Artigo 3.º Artigo 1.º


Disposição transitória Natureza
1 — O disposto na presente lei não afeta a atual compo- 1 — A Ordem dos Farmacêuticos, adiante designada por
sição dos órgãos da Ordem dos Farmacêuticos, mantendo- Ordem, é a associação pública profissional representativa
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dos que, em conformidade com os preceitos do presente das suas competências profissionais, contribuam para a
Estatuto e as disposições legais aplicáveis, exercem a pro- defesa da saúde pública desses países.
fissão de farmacêutico.
2 — A Ordem representa igualmente os membros ins- 4 — Incumbe à Ordem, no campo científico e cultural:
critos que possuam o grau de bacharel em Farmácia, cujos
a) Manter, organizar e atualizar a biblioteca e um serviço
direitos adquiridos se mantêm salvaguardados.
de bibliografia científica e tecnológica;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú-
b) Editar publicações periódicas ou outras;
blico, que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei
c) Organizar, por si só ou em colaboração com universi-
n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente
dades, ordens, sindicatos, associações e outras instituições,
Estatuto.
estágios, cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento
e reciclagem, bem como promover a realização ou parti-
Artigo 2.º
cipação em congressos, seminários, conferências e outras
Sede e áreas de competência atividades da mesma natureza;
1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa e é constituída d) Intensificar a cooperação a nível nacional e interna-
pelas secções regionais do Norte, Centro, Sul e regiões cional no domínio das ciências farmacêuticas, nomeada-
autónomas, bem como pelas delegações regionais destas mente com os estabelecimentos de ensino e instituições
regiões. científicas dos países de língua oficial portuguesa;
2 — As secções regionais têm as áreas geográficas cor- e) Credenciar farmacêuticos especialmente qualificados
respondentes aos seguintes distritos e regiões autónomas: para intervirem em ações específicas que se situem no
quadro da atividade farmacêutica;
a) Norte — Distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana f) Acreditar e creditar ações de formação contínua.
do Castelo e Vila Real;
b) Centro — Distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coim- 5 — Incumbe à Ordem, no âmbito deontológico:
bra, Guarda, Leiria e Viseu;
c) Sul e regiões autónomas — Distritos de Beja, Évora, a) Defender e incentivar o respeito e a observância dos
Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e regiões au- princípios que informam a dignidade farmacêutica e o
tónomas dos Açores e da Madeira. exercício da profissão, designadamente nos domínios da
ética e da deontologia profissional;
b) Velar pelo cumprimento das leis, do presente Estatuto
3 — As delegações regionais dos Açores e da Madeira
e dos regulamentos aplicáveis, nomeadamente no que se
abrangem as áreas geográficas respeitantes a cada uma
refere ao título e à profissão do farmacêutico, promovendo
das regiões autónomas.
procedimento judicial contra quem o use ou a exerça ile-
galmente;
Artigo 3.º
c) Exercer o poder disciplinar sobre os seus membros,
Atribuições sempre que violem os seus deveres ou normas imperativas
1 — São atribuições da Ordem: que digam respeito à prática de atos farmacêuticos.

a) Colaborar na definição e execução da política de 6 — Incumbe ainda à Ordem, no campo profissional


saúde em cooperação com o Estado; e económico:
b) Defender a dignidade da profissão farmacêutica;
c) Fomentar e defender os interesses da profissão far- a) Colaborar com o Estado na certificação de serviços
macêutica. farmacêuticos públicos e privados, incluindo o reconheci-
mento da respetiva idoneidade, e coadjuvá-lo no controlo
2 — Para prossecução das atribuições referidas no nú- de qualidade dos serviços farmacêuticos prestados;
mero anterior, a Ordem exerce a sua ação nos domínios b) Exercer ações de inspeção que lhe sejam delegadas
social, científico, cultural, deontológico, profissional e pelo Ministério da Saúde, designadamente nas farmácias
de oficina, também designadas farmácias comunitárias,
económico da atividade farmacêutica.
e hospitalares, nos laboratórios de análises clínicas e de
3 — Incumbe à Ordem, no campo social:
indústria, bem como nos estabelecimentos de comércio
a) Elaborar estudos, emitir pareceres e propor soluções por grosso de medicamentos de uso humano e veteriná-
em matéria de política de saúde; rio, dispositivos médicos e outros produtos de saúde, e
b) Coadjuvar o Estado em todas as ações que visem o ainda em todos os organismos onde sejam praticados atos
acesso dos cidadãos aos cuidados médicos e farmacêuticos, farmacêuticos;
medicamentosos, preventivos, curativos e de reabilitação, c) Elaborar relatórios sobre as ações mencionadas na
bem como nas de disciplina e controlo de produção e uso alínea anterior e propor as soluções que se lhe afigurem
dos produtos químicos, biológicos, alimentares, farmacêu- adequadas;
ticos e meios de diagnóstico; d) Propor aos órgãos do poder político as medidas le-
c) Colaborar com organizações congéneres, nacionais gislativas adequadas ao eficaz exercício da profissão e
ou estrangeiras, e com o Estado na definição e execução colaborar na execução dessas medidas, tendo em vista a
da política de saúde; defesa dos superiores interesses da saúde pública;
d) Manter e promover relações com organizações es- e) Promover a criação e a regulamentação de especia-
trangeiras, de âmbito nacional ou internacional, que se lidades, de subespecialidades e de competências farma-
dediquem aos problemas de saúde; cêuticas, bem como das condições do respetivo exercício;
e) Colaborar com os países de língua oficial portuguesa f) Cooperar com o Estado na regulamentação do in-
na área farmacêutica e em todas aquelas que, no âmbito gresso e do acesso dos farmacêuticos nas carreiras da
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Administração Pública, quanto aos técnicos superiores nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade, nos
de saúde do ramo laboratorial e farmacêutico hospitalar; termos do número anterior.
g) Emitir cédulas profissionais e atribuir títulos de espe- 8 — São membros coletivos, as pessoas coletivas que,
cialidade, sem prejuízo da titulação conjunta pela Ordem pela sua atividade, se relacionem com o universo da ativi-
e pelo Estado; dade farmacêutica, em Portugal ou no estrangeiro, desig-
h) Colaborar com o Estado no combate contra a concor- nadamente ao nível científico, académico ou associativo,
rência desleal no domínio das remunerações e preços dos inscritos na Ordem nessa qualidade, por deliberação da di-
serviços prestados no âmbito da saúde, designadamente reção nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade.
quando tal prestação seja regulada por convenções, acordos 9 — Os membros honorários, correspondentes e co-
ou concursos; letivos podem participar nas assembleias regionais, sem
i) Estudar, propor e, se necessário, reclamar da adoção direito a voto.
de medidas que estejam relacionadas com o exercício da 10 — Os membros não efetivos, salvo os membros
atividade farmacêutica ou ofendam os legítimos direitos honorários e os membros coletivos que sejam também
e interesses dos farmacêuticos; efetivos, não gozam dos direitos conferidos pelo presente
j) Colaborar com todas as organizações profissionais, Estatuto aos membros efetivos.
científicas e sindicais que representem os farmacêuticos; 11 — Os membros honorários e correspondentes podem
k) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas participar nas assembleias regionais sem direito a voto.
fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União 12 — Os membros honorários que não sejam também
Europeia ou de convenção internacional; efetivos e os membros correspondentes não gozam dos
l) Elaborar os seus próprios regulamentos internos, direitos conferidos pelo presente Estatuto aos membros
dando cumprimento ao disposto no presente Estatuto. efetivos.

Artigo 5.º
CAPÍTULO II
Exercício da profissão
Membros
1 — O uso do título de farmacêutico e o exercício da
profissão farmacêutica ou a prática de atos próprios desta
SECÇÃO I profissão dependem de inscrição na Ordem como membro
Membros efetivo.
2 — Para efeitos do número anterior, considera-se
Artigo 4.º exercício da profissão, ou a prática de atos próprios desta
profissão, o desempenho profissional, no setor público, no
Categorias de membros setor privado ou no setor social, de atividades que caibam
1 — A Ordem é composta por membros efetivos e não na competência profissional definida no presente Estatuto.
efetivos. 3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, a
2 — São membros efetivos os farmacêuticos ou as so- inscrição é sempre obrigatória, desde que a admissão na
ciedades profissionais de farmacêuticos inscritos na Ordem carreira profissional, pública, privada ou social, pressupo-
e que não tenham a sua inscrição suspensa. nha a formação académica a que alude o n.º 1 do artigo 1.º
3 — São membros não efetivos, os membros honorários, e a prática de atos próprios da profissão farmacêutica.
os membros estudantes, os membros correspondentes e os 4 — Só podem usar o título de farmacêutico especialista
membros coletivos. os membros inscritos no quadro dos especialistas organi-
4 — São membros honorários, as pessoas singulares, zados pela Ordem.
independentemente da profissão de farmacêutico, bem
como as pessoas coletivas que hajam prestado serviços Artigo 6.º
relevantes à Ordem ou à profissão farmacêutica, inscritos Inscrição
na Ordem nessa qualidade, por deliberação da assembleia
geral, mediante proposta da direção nacional. 1 — Podem inscrever-se na Ordem:
5 — São membros estudantes, os estudantes inscritos a) Os titulares do grau de licenciado em Farmácia con-
nos dois últimos anos do mestrado integrado em ciências ferido por uma instituição de ensino superior portuguesa
farmacêuticas, inscritos na Ordem nessa qualidade, por na sequência de um ciclo de estudos realizado no quadro
deliberação da direção regional da área de jurisdição da da organização de estudos anterior ao regime introduzido
instituição de ensino superior em que estejam inscritos, pelo Decreto n.º 111/78, de 19 de outubro;
devendo a respetiva inscrição ser renovada anualmente. b) Os titulares do grau de licenciado em Ciências Farma-
6 — São membros correspondentes todos os titulares cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior
das habilitações a que se referem as alíneas a) a d) do n.º 1 portuguesa no quadro da organização de estudos anterior
do artigo 6.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março,
pratiquem atos próprios desta profissão fora do território alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de ju-
nacional, inscritos na Ordem nessa qualidade, por delibe- nho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de
ração da direção nacional, após requerimento apresentado agosto;
pelo interessado. c) Os titulares do grau de mestre em Ciências Farma-
7 — São igualmente membros correspondentes os que cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior
possuem o bacharelato em Farmácia a que se refere o n.º 2 portuguesa no quadro da organização de estudos decor-
do artigo 1.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou rente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de
pratiquem atos próprios desta profissão fora do território março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de
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junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de 4 — A cédula profissional é revalidada periodicamente


agosto; de cinco em cinco anos, desde que se mantenham os pres-
d) Os titulares de um grau académico superior estran- supostos que justificaram a sua emissão.
geiro no domínio das Ciências Farmacêuticas a quem te-
nha sido conferida equivalência a um dos graus a que se Artigo 8.º
referem as alíneas a) a c); Suspensão de inscrição
e) Os profissionais nacionais de Estados membros da
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é suspensa a
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos inscrição na Ordem:
termos do artigo 10.º a) Aos que hajam sido punidos com sanção de suspensão;
b) Aos que a solicitem, por terem deixado de exercer a
2 — A inscrição de nacionais de países terceiros cujas atividade farmacêutica.
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, e aos
quais se aplique o disposto na alínea d) do número anterior, Artigo 9.º
depende igualmente da garantia de reciprocidade de trata-
mento, nos termos de convenção internacional, incluindo Cancelamento de inscrição
convenção celebrada entre a Ordem e a autoridade con- Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é cancelada
génere do país de origem do interessado. a inscrição na Ordem:
3 — Para o exercício da atividade de farmacêutico de-
vem inscrever-se na Ordem, como membros: a) Aos que hajam sido punidos com sanção de expulsão;
b) Aos que o solicitem, por terem deixado de exercer a
a) As sociedades profissionais de farmacêuticos, in- atividade farmacêutica.
cluindo as filiais de organizações associativas de farma-
cêuticos constituídas ao abrigo do Direito de outro Estado,
nos termos do artigo 12.º; SECÇÃO II
b) As representações permanentes em território nacional Profissionais da União Europeia e do Espaço
de organizações associativas de farmacêuticos constituídas Económico Europeu
ao abrigo do Direito de outro Estado, caso pretendam ser
membros da Ordem, nos termos do artigo 13.º Artigo 10.º
4 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em Direito de estabelecimento
território nacional da atividade de farmacêutico, em regime 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais de nacional de Estado membro da União Europeia ou
de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco- do Espaço Económico Europeu, obtidas fora de Portugal
nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 11.º pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
5 — A admissão dos candidatos referidos nas alíneas b) n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
e c) do n.º 1 pode ainda ser condicionada à comprova- prejuízo de condições especiais de reciprocidade caso as
ção da competência linguística necessária ao exercício qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
da atividade farmacêutica em Portugal, nos termos da Lei Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Or-
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio. dem nos termos do número anterior e que preste servi-
6 — A instrução do pedido de inscrição é objeto de ços, de forma subordinada ou autónoma ou na qualidade
regulamento interno da Ordem. de sócio ou que atue como gerente ou administrador no
7 — Os candidatos referidos nas alíneas d) e e) do n.º 1 Estado membro de origem, no âmbito de organização
e no n.º 2 devem solicitar a inscrição na Ordem mediante associativa de profissionais, deve identificar a organi-
requerimento dirigido ao bastonário. zação em causa no pedido apresentado nos termos do
artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
Artigo 7.º pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de
Aceitação e recusa de inscrição
2 de maio.
3 — Caso o facto a comunicar nos termos do nú-
1 — Cabe à direção regional, após delegação da di- mero anterior ocorra após a apresentação do pedido de
reção nacional, aceitar ou recusar a inscrição na Ordem, reconhecimento de qualificações, deve a organização
podendo, neste último caso, o candidato recorrer para a associativa em causa ser identificada perante a Ordem
direção nacional. no prazo de 60 dias.
2 — A inscrição na Ordem, bem como a revalidação
da cédula profissional, só podem ser recusadas com fun- Artigo 11.º
damento na falta dos requisitos e condições previstas no
Livre prestação de serviços
presente Estatuto para acesso ao exercício da profissão
de farmacêutico. 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
3 — Aceite a inscrição, é emitida cédula profissional, Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-
também designada por carteira profissional, assinada pelo mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-
bastonário, que é sempre devolvida pelo titular à Ordem, veis à atividade profissional de farmacêutico regulado pelo
nos casos de suspensão ou de cancelamento da inscrição presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional
previstos, nos artigos 8.º, 9.º e 114.º e esporádica, em território nacional, em regime de livre
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prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de 7 — Os membros do órgão executivo das sociedades
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e profissionais de farmacêuticos, independentemente da
25/2014, de 2 de maio. sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os
2 — Os profissionais referidos no número anterior princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
podem fazer uso do título profissional de farmacêutico científica e as garantias conferidas aos farmacêuticos pela
sempre que as suas qualificações sejam consideradas de lei e pelo presente Estatuto.
reconhecimento automático nos termos da Lei n.º 9/2009, 8 — As sociedades de farmacêuticos podem ainda
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 desenvolver quaisquer outras atividades que não sejam
de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, e são, em qualquer incompatíveis com a atividade de farmacêutico, nem em
caso, equiparados a farmacêutico, para todos os efeitos relação às quais se verifique impedimento, nos termos do
legais, exceto quando o contrário resulte das disposições presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao
em causa. controlo da Ordem.
3 — O profissional que preste serviços, de forma 9 — A constituição e funcionamento das sociedades de
subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio profissionais consta de diploma próprio.
ou que atue como gerente ou administrador no Estado
membro de origem, no âmbito de organização associa- Artigo 13.º
tiva de profissionais e pretenda exercer a sua atividade Organizações associativas de profissionais
profissional em território nacional nessa qualidade, de outros Estados membros
em regime de livre prestação de serviços, deve identi-
ficar perante a Ordem a organização associativa, por 1 — As organizações associativas de profissionais equi-
conta da qual presta serviços, na declaração referida parados a farmacêuticos, constituídas noutro Estado mem-
no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada bro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de para o exercício de atividade profissional cujo gerente
2 de maio. ou administrador seja um profissional e cujo capital com
direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais
Artigo 12.º em causa e ou a outras organizações associativas cujo
capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
Sociedades de profissionais profissionais podem inscrever as respetivas representações
1 — Os farmacêuticos estabelecidos em território na- permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
cional podem exercer em grupo a profissão, constituindo comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
ou ingressando como sócios em sociedades profissionais equiparadas a sociedades de farmacêuticos para efeitos
de farmacêuticos. da presente lei.
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades profissionais 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
de farmacêuticos: rior não são aplicáveis caso esta não disponha de capital
social, aplicando-se, em seu lugar, o requisito de atribui-
a) Sociedades profissionais de farmacêuticos previa- ção da maioria de direitos de voto aos profissionais ali
mente constituídas e inscritas como membros da Or- referidos.
dem; 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
b) Organizações associativas de profissionais equipa- regido:
rados a farmacêuticos constituídas noutro Estado membro
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
cujo capital e direitos de voto caibam maioritariamente Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
aos profissionais em causa. do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- maio;
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
capital social. cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) de reciprocidade internacionalmente vigente.
do n.º 2 é regido:
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União associativas de profissionais de outros Estados membros
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 consta do diploma que regula a constituição e funciona-
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada mento das sociedades de profissionais.
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de 5 — Às organizações associativas de profissionais de
maio; outros Estados membros não é reconhecida capacidade
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- eleitoral.
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
de reciprocidade internacionalmente vigente. Artigo 14.º
Outros prestadores
5 — As sociedades de farmacêuticos gozam dos direitos
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais As pessoas coletivas que prestem serviços farmacêu-
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua ticos e não se constituam sob a forma de sociedades de
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto. sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
6 — Às sociedades profissionais de farmacêuticos não dos profissionais que aí exerçam atividade nos termos do
é reconhecida capacidade eleitoral. presente Estatuto.
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CAPÍTULO III 4 — A comunicação prevista no número anterior é


feita com uma antecedência mínima de cinco dias, ou,
Organização em caso de reuniões ou atividades de natureza extraor-
dinária dos órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam
SECÇÃO I convocadas.
Disposições gerais Artigo 17.º
Artigo 15.º Títulos honoríficos

Órgãos O farmacêutico que tenha exercido cargos nos órgãos


da Ordem conserva honorariamente a designação corres-
1 — A Ordem exerce a sua ação a nível nacional e regio- pondente ao cargo mais elevado que haja ocupado.
nal através, respetivamente, de órgãos de âmbito nacional
e regional. Artigo 18.º
2 — São órgãos de âmbito nacional:
Acumulação e incompatibilidade de cargos
a) A assembleia geral;
b) A direção nacional; 1 — Durante o mesmo mandato nenhum membro
c) O bastonário; eleito pode acumular o exercício de dois cargos, salvo
d) O conselho jurisdicional nacional; se um deles for o de membro de um conselho de espe-
e) O conselho fiscal nacional; cialidade.
f) Os conselhos de especialidade. 2 — Os cargos de bastonário e de presidente da direção
regional podem ser remunerados se e na medida em que a
3 — São órgãos de âmbito regional: assembleia geral autorize essa remuneração.
3 — No caso de falta de quórum de algum órgão por
a) A assembleia regional; vacatura de lugares, realizam-se eleições intercalares ex-
b) A direção regional; clusivamente para os lugares vagos, cessando os novos
c) O conselho jurisdicional regional; membros as suas funções no fim do mandato para que
d) O conselho fiscal regional; haviam sido eleitos os membros anteriores.
e) O plenário regional; 4 — As eleições intercalares referidas no número an-
f) O delegado regional. terior não se realizam se a vacatura de lugares ocorrer até
um ano antes da data prevista para as eleições ordinárias,
Artigo 16.º cabendo ao bastonário a nomeação dos membros que ocu-
pam interinamente os lugares vagos.
Mandato
5 — Excetuam-se do preceituado no número anterior
1 — O mandato dos órgãos é de três anos e é renovável os cargos de presidente da mesa da assembleia geral e de
apenas por uma vez. bastonário que, independentemente de qualquer prazo, são
2 — As eleições para os órgãos podem ser realizadas ocupados automática e interinamente pelo vice-presidente
presencialmente, por correspondência ou via eletrónica, de da mesa da assembleia geral e pelo vice-presidente da
acordo com o regulamento eleitoral e referendário. direção nacional, respetivamente.

Artigo 16.º-A SECÇÃO II


Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem Assembleia geral
1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para Artigo 19.º
o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para Composição
que foram eleitos, a:
1 — A assembleia geral é constituída por 30 delegados.
a) Licença sem vencimento, com a duração máxima 2 — O número de delegados eleitos por cada assembleia
do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação regional é proporcional ao número de membros inscritos
laboral; na respetiva secção regional.
b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cada
trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio- assembleia regional elege um máximo de 50 % dos dele-
-dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço gados, pelo que os lugares de delegados que excedem esse
efetivo. limite são distribuídos proporcionalmente pelas demais
secções regionais que os elegem.
2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem 4 — Tendo em conta o disposto nos números ante-
usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam riores, a distribuição do número de delegados de cada
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo secção regional é definida, anualmente e para o ano
quanto à remuneração ou retribuição. seguinte, na assembleia geral de apreciação e votação
3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros, do orçamento.
incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras 5 — Cada uma das delegações regionais dos Açores e
das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas da Madeira tem um delegado, a integrar na delegação da
e o número de dias de que estes necessitam para o exercício secção regional do sul e regiões autónomas.
das respetivas funções. 6 — O mandato dos delegados não é imperativo.
7016 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

Artigo 20.º nea a) do n.º 1 do artigo anterior, bem como de quaisquer


Mesa
outros assuntos de relevante interesse para a profissão.
2 — Sempre que a urgência das questões a apreciar
1 — A mesa da assembleia geral é constituída por um e a decidir o justifique, podem ser convocadas reuniões
presidente e por dois membros, eleitos por sufrágio uni- extraordinárias da assembleia geral.
versal, direto, secreto e periódico. 3 — As reuniões são convocadas pelo presidente da
2 — O vice-presidente da mesa é designado pelo pre- mesa, com a antecedência mínima de 15 dias, quer por
sidente, de entre os seus membros. iniciativa própria quer a pedido da direção nacional.
4 — Podem ainda ser convocadas reuniões a pedido de
Artigo 21.º uma ou mais direções regionais, ou por requerimento diri-
gido ao presidente e subscrito por um mínimo de 5 % dos
Plenários
membros efetivos da Ordem, dos quais o número de inscri-
1 — O presidente da mesa da assembleia geral pode, por tos em qualquer secção não pode ser superior a dois terços
sua iniciativa, ou a pedido do bastonário ou da direção na- do número total de signatários do pedido da convocatória.
cional, convocar plenários nacionais para discutir assuntos 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
de relevante interesse para a classe farmacêutica. a forma de convocação obedece ao disposto no n.º 3 do
2 — Têm direito a participar nesses plenários, cujas artigo 21.º
propostas ou sugestões têm natureza meramente consultiva,
todos os farmacêuticos inscritos na Ordem. SECÇÃO III
3 — A convocação para os plenários é feita por meio de Direção nacional
anúncios, dos quais consta a ordem de trabalhos, publicados
em dois jornais diários de grande circulação, com, pelo Artigo 24.º
menos, 15 dias de antecedência em relação à data designada
para a reunião. Composição
1 — A direção nacional é constituída pelo presidente,
Artigo 22.º que é o bastonário, e por seis vogais, sendo três deles os
Competência presidentes das secções regionais e os outros três eleitos
por sufrágio universal e direto, secreto e periódico.
1 — Compete à assembleia geral: 2 — Os membros da direção nacional escolhem, de
a) Apreciar e votar o relatório e contas da Ordem, até entre si, um vice-presidente, um secretário e um tesoureiro.
31 de março de cada ano, bem como o orçamento, até ao 3 — A direção nacional designa, por proposta do basto-
fim do ano anterior àquele a que disser respeito; nário, um conselho executivo composto por três dos seus
b) Deliberar sobre todos os assuntos respeitantes à ati- membros, que assiste o presidente em casos de reconhecida
vidade da Ordem, que caibam nas suas competências; urgência e gravidade.
c) Deliberar sobre a alienação ou oneração de bens 4 — As decisões tomadas pelo bastonário, após audição
imóveis que integrem o património da Ordem; do conselho executivo, devem ser objeto de ratificação
d) Aprovar regulamentos internos respeitantes ao pro- pela direção nacional na primeira reunião que vier a ser
cedimento disciplinar e aos atos eleitoral e referendário, convocada após as mesmas.
nos termos do presente Estatuto; 5 — A direção nacional pode delegar no presidente as
e) Aprovar, por maioria absoluta dos membros presen- suas competências.
tes, sob proposta da direção nacional, o regulamento que Artigo 25.º
fixa a quota mensal, bem como as demais taxas a cobrar
pela prestação de serviços, podendo estabelecer diferen- Competência
ciações no que respeita ao valor da quota mensal, tendo em Compete à direção nacional:
conta critérios objetivos, designadamente no que respeita
aos anos de exercício da profissão ou se estiver em causa a) Dirigir a atividade da Ordem a nível nacional;
membro individual ou coletivo; b) Coordenar e orientar as atividades das direções re-
f) Aprovar propostas de alteração do presente Estatuto; gionais;
g) Decidir quaisquer questões que não caibam nas com- c) Dar cumprimento às deliberações da assembleia geral;
petências de outros órgãos; d) Criar conselhos consultivos ou grupos de trabalho,
h) Aprovar o seu regimento. com missões específicas, destinados a assessorarem a di-
reção relativamente a temas relevantes da profissão, desig-
2 — A elaboração dos regulamentos segue o regime nadamente no que respeita a matérias deontológicas;
previsto no Código do Procedimento Administrativo. e) Decidir os recursos interpostos das decisões que re-
3 — Os regulamentos com eficácia externa são sujeitos cusem a admissão na Ordem;
a homologação pelo membro do Governo que exerce po- f) Decidir os pedidos de inscrição na Ordem dos can-
deres de tutela sobre a Ordem e são publicados na 2.ª série didatos a que se referem as alíneas d) e e) do n.º 1 e do
do Diário da República, sem prejuízo da sua divulgação n.º 2 do artigo 6.º, podendo delegar nas direções regionais
interna na revista da Ordem ou no seu sítio eletrónico. a decisão sobre os pedidos de inscrição dos demais can-
didatos;
Artigo 23.º g) Elaborar e manter atualizado o quadro geral dos
Funcionamento
farmacêuticos inscritos e dos especialistas titulados pela
Ordem;
1 — As reuniões ordinárias da assembleia geral destinam- h) Propor à assembleia geral a aprovação do regula-
-se à apreciação e votação das matérias constantes da alí- mento relativo à fixação dos critérios e do valor da quota
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7017

mensal, bem como do valor das demais taxas a pagar pelos c) Exercer a competência da direção nacional em casos
membros; de reconhecida urgência ou gravidade, após audição do
i) Cumprir e fazer cumprir o orçamento aprovado pela conselho executivo sempre que possível;
assembleia geral; d) Exercer a competência delegada pela direção nacional;
j) Emitir pareceres e elaborar informações sobre assun- e) Superintender nos serviços e nos recursos humanos
tos relacionados com o exercício da profissão farmacêutica da Ordem e velar pelo cumprimento da lei, do presente
que lhe forem solicitados pelo Governo, por farmacêuticos Estatuto e dos regulamentos internos, sem prejuízo do
inscritos na Ordem ou que, por sua iniciativa, entenda dever disposto no n.º 1 do artigo 30.º, bem como cumprir práticas
prestar às entidades, públicas ou privadas, cuja atividade de boa gestão e contratação;
esteja relacionada com aquele exercício; f) Fazer executar as deliberações da assembleia geral e
k) Mandar passar certidões ou prestar informações, de da direção nacional e assegurar a gestão da Ordem.
harmonia com o Código do Procedimento Administrativo;
l) Elaborar e apresentar à assembleia geral o relatório,
as contas e o orçamento anuais; SECÇÃO V
m) Gerir o património mobiliário e imobiliário da Or- Conselho jurisdicional nacional
dem, mantendo atualizado o respetivo cadastro;
n) Propor à assembleia geral que esta delibere promover Artigo 29.º
a alteração do Estatuto, no sentido de se criarem novos
colégios de especialidade; Composição
o) Criar subespecialidades e competências, aprovar os
O conselho jurisdicional nacional é constituído por um
respetivos regulamentos, sujeitos a homologação do mem-
bro do Governo da tutela, e atribuir os referidos títulos; presidente e dois vogais, eleitos por sufrágio universal,
p) Garantir o cumprimento de práticas de boa gestão, direto, secreto e periódico.
de acordo com as regras estabelecidas;
q) Designar um Revisor Oficial de Contas como ele- Artigo 30.º
mento integrante do conselho fiscal nacional; Competência
r) Exercer as atribuições e praticar os atos necessários
à prossecução dos fins da Ordem, de harmonia com as 1 — Compete ao conselho jurisdicional nacional:
deliberações da assembleia geral; a) Velar pelo cumprimento da lei, do presente Estatuto e
s) Decidir sobre a contração de dívidas por parte da dos regulamentos internos por parte dos órgãos da Ordem
Ordem, nomeadamente resultantes de financiamentos ban- e respetivos titulares;
cários, incluindo sobre a prestação de garantias, que não b) Instruir e julgar os processos disciplinares em que
impliquem oneração de imóveis. sejam arguidos os membros que exercem ou exerceram
cargos nos órgãos nacionais ou regionais previstos nas
Artigo 26.º alíneas a) a e) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 15.º;
Funcionamento c) Instruir e julgar os processos de revisão e de reabi-
litação;
A direção nacional reúne, ordinariamente, uma vez por d) Apreciar e decidir os recursos interpostos das deci-
mês ou quando for convocada pelo seu presidente. sões dos conselhos jurisdicionais regionais, bem como
emitir os pareceres que lhe forem solicitados pelos órgãos
SECÇÃO IV nacionais;
e) Pronunciar-se previamente sobre a conformidade
Bastonário legal ou estatutária dos referendos.
Artigo 27.º 2 — A competência prevista na alínea b) do número
Eleição anterior, relativamente às assembleias gerais e regionais,
apenas abrange os membros das respetivas mesas.
1 — O bastonário é eleito por sufrágio universal, direto, 3 — O conselho jurisdicional nacional deve comuni-
secreto e periódico, de entre os farmacêuticos com um car à direção nacional as deliberações tomadas, para os
tempo mínimo de exercício da profissão de 10 anos, à data devidos efeitos.
da realização das eleições.
2 — É eleito bastonário o candidato que obtiver mais Artigo 31.º
de metade dos votos expressos, não se considerando como Recurso
tal os votos brancos e nulos.
3 — Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de Das deliberações proferidas pelo conselho cabe recurso
votos, procede-se a segundo sufrágio, no prazo de 21 dias, para os tribunais, nos termos gerais.
a que concorrem apenas os dois candidatos mais votados,
que não tenham retirado a candidatura. SECÇÃO VI
Conselho fiscal nacional
Artigo 28.º
Competência Artigo 32.º
Compete ao bastonário: Composição
a) Representar a Ordem em juízo e fora dele; 1 — O conselho fiscal nacional é constituído pelos três
b) Zelar pelos interesses dos farmacêuticos e dos desti- presidentes dos conselhos fiscais regionais, sendo o presi-
natários do exercício profissional farmacêutico; dente escolhido por e de entre eles.
7018 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

2 — O conselho fiscal nacional inclui ainda um revisor ladora constituída por um presidente e três vogais, com a
oficial de contas, a designar pela direção nacional. missão de elaborar o anteprojeto de regulamento, de propor
à direção a atribuição dos títulos de especialista, bem como
Artigo 33.º de organizar e proceder às eleições do conselho do colégio
de especialidade no prazo que lhe for fixado.
Competência
5 — Para efeitos de ingresso e acesso na Administração
Compete ao conselho fiscal nacional: Pública, o Estado reconhece, em termos a regulamentar, a
validade dos títulos atribuídos pela Ordem.
a) Emitir parecer sobre as contas anuais a apresentar pela
direção nacional à assembleia geral e apresentar à direção
Artigo 36.º
nacional as sugestões que entenda convenientes;
b) Pronunciar-se sobre os pareceres dos conselhos fis- Composição
cais regionais apresentados à respetiva assembleia regional
1 — Cada colégio é dirigido por um conselho de espe-
e apresentar-lhes as sugestões que entenda convenientes;
cialidade, constituído por um presidente e por dois a seis
c) Consultar quaisquer documentos que titulem receitas
secretários.
e despesas da Ordem, bem como os documentos que as
2 — O conselho de especialidade é eleito por sufrágio
autorizem;
universal, direto, secreto e periódico pelos membros do
d) Aprovar o seu regimento.
colégio de especialidade, sendo o respetivo mandato de
três anos.
SECÇÃO VII 3 — Nas suas ausências, impedimentos e vacatura do
cargo, o presidente é substituído por um secretário, a desig-
Colégios de especialidade
nar pelos restantes membros do conselho de especialidade.
4 — A constituição dos conselhos de especialidade deve
Artigo 34.º ter em conta, na medida do possível, a representatividade
Definição nas respetivas secções regionais.
1 — Os colégios de especialidade congregam os farma-
cêuticos qualificados nas diferentes especialidades. Artigo 37.º
2 — São reconhecidas as especialidades de indústria Inscrição
farmacêutica, de análises clínicas, de farmácia hospitalar,
1 — A inscrição nos colégios de especialidade da Or-
de assuntos regulamentares, de farmácia comunitária,
dem é requerida à direção nacional, que, sob proposta do
de genética humana, de farmacologia clínica, de distri-
respetivo conselho de especialidade, nomeia um júri para
buição farmacêutica, de radiofarmácia e de marketing
apreciar o pedido de inscrição.
farmacêutico.
2 — As regras do estágio a que se refere o n.º 2 do ar-
3 — Há tantos colégios quantas as especialidades ou
tigo 35.º, bem como os critérios e as provas de avaliação
grupos de especialidades afins.
pelo júri são elaboradas pelo conselho de especialidade e
4 — Cada colégio de especialidade é dirigido por um
propostas à direção nacional, que, propõe a sua aprovação
conselho de especialidade.
à assembleia geral, nos termos do disposto na alínea f) do
5 — No âmbito dos colégios de especialidades podem
n.º 1 do artigo 22.º
ser criadas secções de subespecialidades.
Artigo 38.º
Artigo 35.º
Competência
Reconhecimento de especialidades
Compete aos conselhos de especialidade:
1 — Sem prejuízo das especialidades mencionadas
no n.º 2 do artigo 34.º, sempre que a direção nacional a) Promover o estreitamento das relações científicas e
reconheça a existência de um número significativo de profissionais, a nível nacional e internacional;
farmacêuticos que exibam, pela sua diferenciação técnica, b) Zelar pela valorização técnica e promoção dos es-
um conjunto de características comuns, pode a direção pecialistas;
nacional propor ao membro do Governo responsável c) Velar pela qualificação profissional permanente dos
pela área da saúde a criação de uma nova especialidade especialistas;
e o respetivo colégio ou a sua integração em colégio já d) Propor à direção nacional os júris dos candidatos às
existente. especialidades;
2 — A atribuição do título de especialista compete à e) Dar pareceres à direção nacional;
direção nacional e depende da frequência de estágio e de f) Apresentar à direção nacional anteprojetos de regula-
avaliação efetuada no final do estágio, nos termos pre- mentos sobre especialidades e subespecialidades.
vistos no regulamento de especialidades, que é objeto de
homologação pelo membro do Governo que exerça os SECÇÃO VIII
poderes de tutela.
3 — O reconhecimento da experiência profissional pode Assembleia regional
permitir que a direção nacional, após parecer do colégio
de especialidade, dispense os candidatos a especialistas Artigo 39.º
dos requisitos previstos no número anterior, nos termos
Composição
previstos no regulamento de especialidades.
4 — Sempre que seja criado um novo colégio de espe- A assembleia regional é constituída por todos os mem-
cialidade, a direção nacional nomeia uma comissão insta- bros inscritos na respetiva secção regional.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7019

Artigo 40.º Artigo 44.º


Mesa Funcionamento
A mesa da assembleia regional é constituída por um A direção regional reúne, ordinariamente, uma vez por
presidente e dois secretários, eleitos por sufrágio univer- mês ou quando for convocada pelo seu presidente.
sal, direto, secreto e periódico dos membros inscritos na
respetiva secção. Artigo 45.º
Competência
Artigo 41.º
Competência Compete à direção regional:
Compete à assembleia regional: a) Dirigir a atividade da Ordem a nível regional;
b) Dar cumprimento às decisões das assembleias geral
a) Apreciar e votar o relatório, contas e orçamento da e regional e às instruções e diretivas da direção nacional;
direção regional; c) Decidir, por delegação da direção nacional, sobre a
b) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional; admissão de novos membros;
c) Discutir e votar moções sobre quaisquer assuntos d) Manter atualizado o quadro dos farmacêuticos ins-
respeitantes ao exercício da profissão farmacêutica e à critos na respetiva secção regional;
atuação da Ordem e dos seus órgãos dirigentes; e) Cobrar as quotas e outras receitas a enviar à direção
d) Organizar o procedimento eleitoral e proceder à elei- nacional;
ção da direção regional, bem como dos membros da sua f) Cumprir e fazer cumprir o orçamento aprovado pela
própria mesa; assembleia regional;
e) Proceder à eleição dos delegados à assembleia geral; g) Dar os pareceres e as informações que lhe forem
f) Organizar o procedimento eleitoral para os membros solicitados pelo bastonário, pela direção nacional e
da Ordem, a nível nacional; pelos farmacêuticos inscritos na respetiva secção re-
g) Aprovar o seu regimento. gional;
h) Mandar passar certidões ou prestar informações,
Artigo 42.º de harmonia com o Código do Procedimento Adminis-
Funcionamento trativo;
i) Elaborar e apresentar à assembleia regional, na sua
1 — As reuniões ordinárias da assembleia regional
reunião ordinária, o relatório, contas e orçamento anuais;
destinam-se à apreciação e votação das matérias constantes
j) Dar apoio aos membros dos colégios inscritos na
da alínea a) do artigo anterior, bem como de qualquer outro
respetiva secção regional e a outras estruturas da Ordem;
assunto de relevante interesse regional para os membros
da Ordem. k) Exercer as atividades e praticar os atos necessários
2 — Sempre que a urgência das questões a debater e à prossecução dos fins da Ordem, de harmonia com o
a decidir o justifiquem, podem ser convocadas reuniões disposto no presente Estatuto, com as deliberações das
extraordinárias da assembleia regional. assembleias geral e regional e com as instruções e diretivas
3 — As reuniões da assembleia regional são convocadas, da direção nacional;
com a antecedência mínima de cinco dias, pelo presidente l) Aprovar o seu regimento.
da mesa, por sua iniciativa, a pedido da respetiva direção
regional, por um mínimo de 5 % dos membros inscritos na SECÇÃO X
respetiva secção regional, pelo presidente da assembleia
geral ou a pedido da direção nacional. Conselho jurisdicional regional
4 — As reuniões requeridas pelos membros não se
realizam sem a presença de, pelo menos, dois terços dos Artigo 46.º
requerentes da convocatória. Composição
5 — A convocação é feita por meio de anúncios,
dos quais conste a ordem de trabalhos, publicados num O conselho jurisdicional regional é o órgão disciplinar
jornal diário de grande circulação e um de circulação constituído pelo presidente e por um mínimo de dois e um
regional. máximo de quatro vogais, eleitos por sufrágio universal,
direto, secreto e periódico dos membros inscritos na res-
petiva secção regional.
SECÇÃO IX
Direção regional Artigo 47.º
Competência
Artigo 43.º
1 — Compete ao conselho jurisdicional regional ins-
Composição truir e decidir os processos disciplinares respeitantes a
1 — Há uma direção regional em cada secção regional. farmacêuticos inscritos na respetiva secção regional, com
2 — A direção regional é constituída pelo presidente e exceção dos que são da exclusiva competência do conselho
por um mínimo de dois e um máximo de quatro vogais, jurisdicional nacional.
eleitos pela assembleia regional de cada secção. 2 — As deliberações tomadas pelos conselhos ju-
3 — Nas suas ausências, impedimentos e vacatura do risdicionais regionais devem ser por estes comunica-
cargo, o presidente é substituído por vogal a designar pelos das às respetivas direções regionais, para os devidos
membros da direção regional. efeitos.
7020 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

SECÇÃO XI CAPÍTULO IV
Conselho fiscal regional Eleições e referendo

Artigo 48.º SECÇÃO I


Composição
Eleições
O conselho fiscal regional é constituído por um presi-
dente e dois vogais, eleitos por sufrágio universal e direto. Artigo 53.º
Eleições
Artigo 49.º
1 — A eleição dos órgãos nacionais e regionais é rea-
Competência lizada no mesmo dia e durante o mesmo período em todo
Compete ao conselho fiscal regional examinar e dar o território nacional, havendo obrigatoriamente mesas de
parecer sobre as contas anuais a apresentar pela direção voto nas sedes das secções regionais e delegações regionais
regional à assembleia regional e apresentar à direção re- para todos os órgãos a eleger.
gional as sugestões que entenda convenientes. 2 — No exercício do direito de voto, independentemente
do modo como este é exercido nos termos do n.º 2 do ar-
tigo 16.º, deve ser salvaguardado o sigilo inerente ao ato.
SECÇÃO XII
Delegações regionais Artigo 54.º
Eleição para a assembleia geral
Artigo 50.º
1 — Sempre que seja convocada uma reunião da assem-
Composição bleia geral, os delegados das secções regionais são eleitos,
de entre os seus membros, pelas respetivas assembleias
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira existe regionais, realizadas com a antecedência mínima de cinco
uma delegação regional, composta pelos farmacêuticos dias em relação à data marcada para a reunião daquela
que residem ou exercem a sua profissão em cada região assembleia.
autónoma, independentemente da secção regional onde os 2 — A eleição dos delegados é precedida da apreciação
mesmos se encontram inscritos. e discussão dos assuntos constantes da ordem de trabalhos
da assembleia geral.
Artigo 51.º 3 — A eleição para os delegados da assembleia geral é
Plenário regional efetuada de acordo com o sistema proporcional segundo
o método de Hondt.
O plenário regional é composto por todos os membros 4 — Nenhum candidato pode integrar mais de uma lista.
inscritos na respetiva delegação regional e exerce, relativa-
mente à delegação regional, com as necessárias adaptações, Artigo 55.º
a competência das assembleias regionais.
Do ato eleitoral

Artigo 52.º O ato eleitoral dos diversos órgãos rege-se pelo regu-
lamento eleitoral e o dos colégios de especialidade pelos
Delegado regional
respetivos regulamentos.
1 — A delegação regional é dirigida pelo delegado
regional, eleito por sufrágio universal, direto, secreto e SECÇÃO II
periódico dos membros inscritos na respetiva delegação
regional. Referendo
2 — Podem eleger e ser eleitos os farmacêuticos que
residam ou exerçam a sua profissão na região autónoma Artigo 56.º
a que a eleição respeita. Referendo
3 — O delegado regional pode nomear assessores de
entre os farmacêuticos que residam ou exerçam a sua pro- Quando haja questões de relevante interesse para a Or-
dem, esta pode ser chamada a pronunciar-se sobre elas
fissão na respetiva região autónoma.
através de referendo.
4 — O delegado regional é, por inerência, delegado à
assembleia geral. Artigo 57.º
5 — Nos casos de justo impedimento, o delegado re-
gional pode fazer-se substituir por um outro membro da Objeto
delegação regional respetiva. São excluídas do referendo matérias que digam respeito
6 — O delegado regional deve colaborar com os de- a disposições imperativas da lei ou do presente Estatuto.
mais órgãos da Ordem relativamente a questões que se
relacionem com a respetiva região autónoma, bem como Artigo 58.º
prestar apoio e assistência aos membros da Ordem que
Iniciativa
nela exerçam a sua atividade profissional, independente-
mente da secção regional onde os mesmos se encontrem 1 — A iniciativa do referendo cabe ao presidente da
inscritos. mesa da assembleia geral, a pedido da direção nacional
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7021

ou de, pelo menos, 20 % dos membros efetivos da Or- Artigo 64.º


dem, dos quais o número de inscritos em qualquer secção Receitas da Ordem
não pode ser superior a dois terços do número total dos
signatários. 1 — Constituem receitas da Ordem:
2 — Independentemente do disposto no número ante- a) Quotas e taxas pagas pelos membros;
rior, o conselho jurisdicional nacional deve pronunciar-se b) Quaisquer subsídios ou donativos;
sobre a legalidade do referendo. c) Doações, heranças ou legados que venham a ser ins-
tituídos em seu benefício;
Artigo 59.º d) O produto das multas aplicadas a membros, no se-
Âmbito guimento de processo disciplinar;
e) As taxas cobradas pela prestação de serviços e ren-
1 — Cada referendo recai sobre uma só matéria, de- dimentos de outras atividades;
vendo as questões ser formuladas em termos de sim ou f) Outras receitas de bens próprios, designadamente
não, com objetividade, clareza e precisão. rendimentos dos bens móveis e imóveis da Ordem.
2 — Nenhuma matéria submetida a referendo pode com-
portar mais de três perguntas que, por sua vez, não podem 2 — O montante das quotas e demais taxas, previsto
ser precedidas de quaisquer considerandos, preâmbulos ou número anterior, bem como o respetivo procedimento
notas explicativas. de lançamento, liquidação e cobrança, são fixados em
regulamento aprovado pela assembleia geral, por maio-
Artigo 60.º ria absoluta, mediante proposta fundamentada da direção
nacional, observados os requisitos substantivos previstos
Convocação
na lei geral sobre as taxas e outras contribuições da Ad-
Não podem ser convocados referendos nos três meses ministração Pública.
anteriores às eleições na Ordem e até à tomada de posse dos 3 — Na fixação do montante da quota mensal, a assem-
órgãos nacionais ou regionais, com exceção dos colégios bleia geral pode prever critérios objetivos que permitam
de especialidade. diferenciar o montante a pagar tendo em conta, designa-
damente, os anos de serviço da profissão ou o facto de se
Artigo 61.º tratar de membro individual ou coletivo.
Cabimento orçamental
Artigo 65.º
O referendo não pode envolver aumento de despesas ou
diminuição de receitas constantes do orçamento aprovado. Receitas dos órgãos da Ordem
1 — A direção nacional decide a parte da receita pro-
CAPÍTULO V veniente das quotas que reverte para a direção regional.
2 — A secção regional atribui às delegações regionais
Regime laboral, patrimonial e financeiro as receitas necessárias ao seu funcionamento.
3 — Em casos de insuficiência das receitas de uma
Artigo 62.º delegação regional, pode a assembleia regional do Sul e
Regime laboral Ilhas, por proposta da delegação regional respetiva, fixar
uma quota suplementar, destinada exclusivamente às des-
1 — Aos trabalhadores da Ordem é aplicável o regime pesas da delegação regional respetiva, aplicando-se, com
previsto no Código do Trabalho e o disposto nos números as necessárias adaptações, o disposto na alínea e) do n.º 1
seguintes. do artigo 22.º
2 — A celebração do contrato de trabalho deve ser pre- Artigo 66.º
cedida de um processo de seleção que obedeça aos prin-
cípios da igualdade, da transparência, da publicidade e da Despesas de deslocação
fundamentação com base em critérios objetivos. Cada secção regional suporta as despesas de deslocação
3 — As regras a que deve obedecer o processo de sele- e de estada dos delegados à assembleia geral.
ção são objeto de regulamento interno.

Artigo 63.º CAPÍTULO VI


Quota mensal Tutela, controlo jurisdicional
e responsabilidade penal
1 — Após a inscrição, o membro é obrigado a contri-
buir para a Ordem com a quota mensal que for fixada por SECÇÃO I
deliberação da assembleia geral, sob proposta da direção
nacional. Tutela
2 — A direção nacional, mediante proposta fundamen-
tada da direção regional, pode isentar temporariamente do Artigo 67.º
pagamento de quotas os membros que se encontrem em Tutela
situação que justifique tal isenção.
3 — A Ordem pode cobrar taxas pela prestação de ser- Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem,
viços, designadamente pela elaboração de documentos, em conformidade com o disposto no artigo 45.º da Lei
relatórios ou pareceres que lhe sejam pedidos, desde que n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são
não seja legalmente obrigada a prestar tais serviços sem exercidos pelo membro do Governo responsável pela área
custos para o requerente. da saúde.
7022 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

SECÇÃO II Ordem, qualquer que seja o âmbito ou a modalidade do


exercício profissional em que estejam implicados.
Controlo jurisdicional
Artigo 73.º
Artigo 68.º
Natureza da profissão
Contencioso administrativo
1 — As decisões da Ordem praticadas no exercício de 1 — O farmacêutico, enquanto prestador de serviços de
poderes públicos estão sujeitas ao contencioso adminis- saúde, exerce uma profissão livre.
trativo nos termos das leis do processo administrativo. 2 — Quer como profissional liberal quer como tra-
2 — Têm legitimidade para impugnar a legalidade dos balhador por conta de outrem, o farmacêutico exerce as
atos e regulamentos da Ordem, os interessados, o Ministé- suas funções com inteira autonomia técnica, científica e
rio Público, o membro do Governo da tutela sobre a Ordem deontológica.
e o Provedor de Justiça.
Artigo 74.º
Artigo 69.º Do ato farmacêutico
Tribunal de Contas 1 — O ato farmacêutico é da exclusiva competência e
A Ordem está sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas, responsabilidade dos farmacêuticos.
nos termos estabelecidos na Lei de Organização e Processo 2 — O disposto no número anterior não se aplica ao
e no Regulamento Geral daquele Tribunal. medicamento de uso veterinário.

Artigo 70.º Artigo 75.º


Conteúdo
Relatórios
1 — A Ordem elabora anualmente um relatório sobre a Integram o conteúdo de ato farmacêutico as seguintes
prossecução das suas atribuições, o qual deve ser apresen- atividades:
tado à Assembleia da República e ao Governo, até 31 de a) Desenvolvimento e preparação das formas farma-
março de cada ano. cêuticas dos medicamentos;
2 — A Ordem deve ainda prestar aos órgãos de sobe- b) Registo, fabrico e controlo dos medicamentos de uso
rania referidos no número anterior toda a informação que humano e veterinário e dos dispositivos médicos;
lhe seja solicitada relativamente ao exercício das suas c) Controlo de qualidade dos medicamentos e dos dis-
atribuições. positivos médicos em laboratório de controlo de qualidade
3 — O bastonário deve ainda corresponder ao pedido de medicamentos e dispositivos médicos;
das comissões parlamentares competentes para prestarem d) Armazenamento, conservação e distribuição por
as informações e esclarecimentos de que estas necessitem. grosso dos medicamentos de uso humano e veterinário,
dos dispositivos médicos;
SECÇÃO III e) Preparação, controlo, seleção, aquisição, armaze-
namento e dispensa dos medicamentos de uso humano
Responsabilidade penal e veterinário e de dispositivos médicos em farmácias
abertas ao público, serviços farmacêuticos hospitalares
Artigo 71.º e serviços farmacêuticos privativos de quaisquer outras
Processo penal entidades públicas e privadas, sem prejuízo do regime
de distribuição ao público de medicamentos não sujei-
A Ordem pode constituir-se assistente nos processos tos a receita médica fora das farmácias, nos termos da
penais relacionados com o exercício da profissão farma- legislação respetiva;
cêutica ou com o desempenho de cargos nos seus órgãos, f) Preparação de soluções anti-séticas, de desinfetantes
salvo quando se trate de factos que envolvam responsa- e de misturas intravenosas;
bilidade disciplinar. g) Interpretação e avaliação das prescrições médicas;
h) Informação e consulta sobre medicamentos de uso
CAPÍTULO VII humano e veterinário, dispositivos médicos, sujeitos e
não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais
Exercício da atividade farmacêutica de saúde e de doentes, de modo a promover a sua correta
utilização;
i) Acompanhamento, vigilância e controlo da distribui-
SECÇÃO I
ção, dispensa e utilização de medicamentos de uso humano
Das competências profissionais e veterinário, de dispositivos médicos;
j) Monitorização de fármacos, incluindo a determinação
Artigo 72.º de parâmetros farmacocinéticos e o estabelecimento de
esquemas posológicos individualizados;
Dos farmacêuticos
k) Colheita de produtos biológicos, execução e interpre-
1 — Para efeitos de aplicação do presente Estatuto, tação de análises clínicas e determinação de níveis séricos;
consideram-se farmacêuticos todos os membros inscritos l) Execução, interpretação e validação de análises toxi-
na Ordem. cológicas, hidrológicas, e bromatológicas;
2 — Os farmacêuticos encontram-se vinculados ao m) Todos os atos ou funções diretamente ligados às
cumprimento dos deveres resultantes da sua inscrição na atividades descritas nas alíneas anteriores.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7023

Artigo 76.º b) Eleger e ser eleito ou designado para cargos da Ordem


Atos de natureza análoga
e como delegado à assembleia geral, de harmonia com o
presente Estatuto;
Podem ainda ser considerados atos farmacêuticos quais- c) Requerer a convocação de assembleias nos termos
quer outros que, pela sua natureza, requeiram especializa- do presente Estatuto;
ção em qualquer das áreas de intervenção farmacêutica, d)Apresentar as propostas que julgar de interesse coletivo;
enquanto atividades afins ou complementares. e) Reclamar dos atos que considere lesivos dos seus
direitos e denunciar à mesma direção quaisquer infrações
SECÇÃO II ao presente Estatuto cometidas pelos titulares dos órgãos
da Ordem no desempenho das suas funções;
Deontologia profissional f) Apreciar nas assembleias os atos das direções regio-
nais ou da direção nacional e submeter à votação moções
Artigo 77.º de censura aos mesmos órgãos;
Princípio geral
g) Ter acesso às atas das assembleias geral e regionais,
bem como dos plenários;
O exercício da atividade farmacêutica tem como obje- h) Solicitar e obter a intervenção da Ordem na defesa
tivo essencial o cidadão em geral e o doente em particular. dos seus direitos e legítimos interesses.

Artigo 78.º Artigo 80.º


Princípios gerais de conduta profissional Dever geral
1 — O farmacêutico é um agente de saúde, cumprindo- O farmacêutico deve, em todas as circunstâncias, mesmo
-lhe executar todas as tarefas relativas aos medicamentos, fora do exercício da sua atividade profissional, proceder de
às análises clínicas ou análises de outra natureza que se- modo a prestigiar o bom nome e a dignidade da profissão
jam suscetíveis de contribuir para a salvaguarda da saúde farmacêutica.
pública, bem como as ações de educação dirigidas à co-
munidade no âmbito da promoção da saúde e prevenção Artigo 81.º
da doença.
2 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve Deveres especiais para com a Ordem
ter sempre presente o elevado grau de responsabilidade que 1 — É dever do farmacêutico o cumprimento escrupu-
a mesma encerra, o dever ético de a exercer com a maior loso das regras consagradas no presente Estatuto.
diligência, zelo e competência e deve contribuir para a 2 — São deveres especiais do farmacêutico:
realização dos objetivos da política de saúde.
3 — A primeira e principal responsabilidade do farma- a) Cumprir as leis e regulamentos que lhe digam respeito;
cêutico é para com a saúde e o bem-estar do doente e do b) Prestar colaboração efetiva a todas as iniciativas que
cidadão em geral, devendo privilegiar o bem-estar destes prestigiem a Ordem;
em detrimento dos seus interesses pessoais ou comerciais c) Exercer os cargos para que for eleito, salvo nos casos
e promover o direito de acesso a um tratamento com qua- de impedimento justificado;
lidade, eficácia e segurança. d) Cumprir e fazer cumprir as deliberações legítimas
4 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve dos órgãos da Ordem;
pautar-se pelo estrito respeito das normas deontológicas, e) Pagar pontualmente as quotas e suportar os encargos
sendo-lhe vedado: regulamentares;
a) Estabelecer conluios com terceiros; f) Manter a Ordem informada sobre todas as alterações
b) Consentir a disponibilização de medicamentos sem da sua residência e atividade profissional, sem prejuízo
a intervenção direta do farmacêutico ou dos seus colabo- de igual procedimento para com as entidades oficiais, em
radores; conformidade com a lei;
c) Praticar atos suscetíveis de causar prejuízos a terceiros; g) Frequentar ações de qualificação profissional, a pro-
d) Colaborar com entidades que não assegurem a neces- mover pela Ordem ou por esta reconhecidas, nos termos a
sária independência no exercício da sua atividade enquanto fixar no regulamento de qualificação.
profissional livre;
e) Dispensar produtos que não estejam científica e tec- Artigo 82.º
nicamente comprovados ou não registados nos serviços
Relação com os colegas e outros profissionais da saúde
oficiais;
f) Praticar atos contrários à ética profissional que possam 1 — O farmacêutico deve tratar com urbanidade todos
influenciar a livre escolha do utente. os que consigo trabalhem a qualquer nível.
2 — O farmacêutico deve colaborar na preparação cien-
5 — Os farmacêuticos devem promover a atualização tífica e técnica dos seus colegas, facultando-lhes todas as
permanente dos seus conhecimentos, designadamente atra- informações necessárias à sua atividade e ao seu aperfei-
vés da frequência de ações de qualificação profissional.
çoamento.
3 — Os farmacêuticos devem manter entre si um correto
Artigo 79.º relacionamento profissional, evitando atitudes contrárias
Direitos ao espírito de solidariedade, lealdade e auxílio mútuo e
aos valores éticos da sua profissão.
São direitos do farmacêutico, entre outros:
4 — No exercício da sua atividade, o farmacêutico deve,
a) Exercer a profissão farmacêutica no território na- sem prejuízo da sua independência, manter as mais corretas
cional; relações com os outros profissionais de saúde.
7024 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

Artigo 83.º Artigo 88.º


Dever de colaboração no ensino Desenvolvimento das regras deontológicas
1 — O farmacêutico deve colaborar, no âmbito das suas As regras deontológicas dos farmacêuticos são objeto de
competências e na medida das suas possibilidades, com as desenvolvimento em código deontológico, a aprovar pela
instituições de ensino farmacêutico e outras na realização assembleia geral, sob proposta da direção nacional.
de estágios de pré-graduação, pós-graduação e especiali-
zação, comprometendo-se a ministrar ao estagiário uma Artigo 89.º
adequada instrução prática e integrada nas atividades far-
Acumulação e impedimentos
macêuticas, consolidando, através do exemplo, a ética e a
deontologia próprias da profissão farmacêutica. 1 — O farmacêutico só pode exercer outra atividade
2 — O farmacêutico deve ainda colaborar com as ins- em regime de acumulação, nos casos e situações expres-
tituições de ensino farmacêutico nas ações de formação samente previstos na lei.
contínua, pós-graduação e valorização socioprofissional. 2 — Ao farmacêutico é vedado colaborar com qual-
quer entidade, singular ou coletiva, públicas ou privadas,
Artigo 84.º sempre que dessa colaboração possa resultar violação das
leis e regulamentos que regem o exercício e os legítimos
Objeção de consciência
interesses da profissão farmacêutica.
O farmacêutico pode exercer o seu direito à objeção de
consciência, desde que com isso não ponha em perigo a
saúde ou a vida do doente. CAPÍTULO VIII
Responsabilidade disciplinar
Artigo 85.º
Sigilo profissional SECÇÃO I
1 — Os farmacêuticos são obrigados ao sigilo profissio- Regime disciplinar
nal relativo a todos os factos de que tenham conhecimento
no exercício da sua profissão, com exceção das situações SUBSECÇÃO I
previstas na lei.
2 — O dever de sigilo profissional subsiste após a ces- Disposições gerais
sação da atividade profissional.
3 — Para garantia do sigilo profissional, os farmacêuti- Artigo 90.º
cos, no exercício da sua atividade, devem comportar-se por Infração disciplinar
forma a evitar que terceiros se apercebam das informações
respeitantes à situação clínica do doente. 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
4 — O sigilo profissional obriga os farmacêuticos a omissão que consista em violação, por qualquer membro
absterem-se de mencionar ou comentar factos que possam da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente
violar a privacidade do doente, designadamente os que se Estatuto ou nos respetivos regulamentos.
relacionam com o respetivo estado de saúde. 2 — A infração disciplinar é:
5 — A obrigação do sigilo profissional não impede que a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in-
o farmacêutico tome as precauções necessárias ou participe tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito
nas medidas indispensáveis para salvaguarda da vida e no exercício da profissão;
saúde das pessoas que coabitem ou privem com o doente. b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os de-
6 — Quando notificado como testemunha em processo veres profissionais a que se encontra adstrito no exercício
que envolva um seu doente ou terceiros, o farmacêutico pode da profissão;
recusar-se a prestar declarações que constituam matéria de c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro-
sigilo profissional, salvo se devidamente autorizado a fazê- fissionais a que está adstrito no exercício da profissão,
-lo pelo bastonário. afetando com a sua conduta, de tal forma, a dignidade e o
prestígio profissional, que fique definitivamente inviabi-
Artigo 86.º
lizado o exercício da profissão.
Informação e publicidade de medicamentos
3 — As infrações disciplinares previstas no presente
Toda a informação e publicidade de medicamentos e Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
outros produtos de saúde deve ser verdadeira e completa, aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.
cabendo ao farmacêutico responsável pela preparação, distri-
buição, dispensa, informação e vigilância de medicamentos Artigo 91.º
zelar para que as informações fornecidas sejam baseadas em
dados científicos comprovados, não omitindo os aspetos Jurisdição disciplinar
relevantes de eficácia e segurança para a correta utilização 1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
destes produtos. disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no
Artigo 87.º presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
Publicidade da atividade profissional
2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o mem-
bro continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem.
A publicidade é permitida nos termos da lei e das regras 3 — A suspensão ou o cancelamento da inscrição não
deontológicas aplicáveis aos farmacêuticos, observando o faz cessar a responsabilidade disciplinar por infrações ante-
disposto no artigo 32.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro. riormente praticadas pelo membro da Ordem enquanto tal.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7025

4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar 2 — Se a infração disciplinar constituir simultanea-
a responsabilidade disciplinar do associado relativamente mente infração criminal para a qual a lei estabeleça pres-
às infrações por ele cometidas antes da decisão definitiva crição sujeita a prazo mais longo, o procedimento disci-
que as tenha aplicado. plinar apenas prescreve após o decurso deste último prazo.
3 — O prazo de prescrição do procedimento discipli-
Artigo 92.º nar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
Independência da responsabilidade disciplinar
4 — O prazo de prescrição só corre:
dos membros da Ordem a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
1 — A responsabilidade disciplinar é independente da sua prática;
responsabilidade civil e criminal decorrente do mesmo b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
facto e coexiste com qualquer outra prevista por lei. do último ato;
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
coexiste com qualquer outra prevista por lei. a consumação.
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, 5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, desde o conhecimento pelo órgão competente para a ins-
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser tauração do processo disciplinar ou a participação efetuada
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode nos termos do n.º 1 do artigo 98.º, não se iniciar o processo
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante disciplinar competente no prazo de um ano.
o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de 6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do suspende-se durante o tempo em que o processo discipli-
correspondente processo não possa começar ou continuar nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou
a ter lugar. de pronúncia em processo penal.
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do 7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade em que cessar a causa da suspensão.
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à 8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver interrompe-se com a notificação ao arguido:
lugar, do despacho de pronúncia. a) Da instauração do mesmo;
5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
b) Da acusação.
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
no processo disciplinar.
SUBSECÇÃO II
6 — Sempre que, em processo penal contra membro da
Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento, Do exercício da ação disciplinar
o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-
cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação, Artigo 95.º
do despacho de pronúncia e da contestação, se tiver sido
Exercício da ação disciplinar
apresentada, bem como quaisquer outros elementos soli-
citados pela direção ou pelo bastonário. 1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe- suscetíveis de constituir infração disciplinar:
rante a Ordem decorrente da prática de infrações é inde-
pendente da responsabilidade disciplinar por violação dos a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada por
deveres emergentes de relações de trabalho. estes;
b) O bastonário;
Artigo 93.º c) A direção nacional;
d) O Ministério Público, nos termos do n.º 3.
Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
e dos profissionais em livre prestação de serviços 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades de-
1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão vem dar conhecimento à Ordem da prática, por associa-
sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos nos termos dos desta, de factos suscetíveis de constituir infração
do presente Estatuto e da lei que regula a constituição e o disciplinar.
funcionamento das sociedades profissionais. 3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi-
2 — Os profissionais que prestem serviços em território nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações
nacional em regime de livre prestação são equiparados aos ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al- infração disciplinar.
terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 9 Artigo 96.º
do artigo 101.º e do regulamento disciplinar. Desistência da participação

Artigo 94.º A desistência da participação disciplinar pelo partici-


pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
Prescrição
imputada afetar a dignidade do associado visado e, neste
1 — O direito a instaurar o processo disciplinar pres- caso, este manifestar intenção de que o processo prossiga,
creve no prazo de cinco anos, a contar da prática do ato, ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma
ou do último ato em caso de prática continuada. das suas especialidades.
7026 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

Artigo 97.º 7 — Nos casos previstos no número anterior, o paga-


Instauração do processo disciplinar
mento voluntário das quotas em dívida determina a impos-
sibilidade de aplicação da sanção de suspensão ou, no caso
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo de a mesma já ter sido aplicada, a sua extinção.
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por 8 — A sanção de expulsão é aplicável a faltas muito
pessoa devidamente identificada, contendo factos susce- graves que afetem de tal forma a dignidade e o prestígio
tíveis de integrarem infração disciplinar do associado, profissionais, que inviabilizam definitivamente o exercí-
comunica, de imediato, os factos ao órgão competente cio da atividade profissional em causa, tendo em conta a
para a instauração de processo disciplinar. natureza da profissão, a infração disciplinar seja grave e
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, tenha posto em causa a vida, a integridade física das pes-
dela se dá conhecimento ao associado visado e são emitidas soas ou seja gravemente lesiva da honra ou do património
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela alheios ou de valores equivalentes, sem prejuízo do direito
dos seus direitos e interesses legítimos. à reabilitação.
9 — No caso de profissionais em regime de livre presta-
Artigo 98.º ção de serviços em território nacional, as sanções previstas
Legitimidade processual
nos n.os 5 a 8 assumem a forma de interdição temporária
ou definitiva do exercício da atividade profissional neste
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela- território, consoante os casos.
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem 10 — A aplicação de sanção mais grave do que a de
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o repreensão registada a associado que exerça algum cargo
que tiverem por conveniente. nos órgãos da Ordem determina a imediata destituição
desse cargo, sem dependência de deliberação da assembleia
Artigo 99.º representativa nesse sentido.
Direito subsidiário
11 — Sempre que a infração resulte da violação de um
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro- não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
cesso disciplinar rege-se pelo disposto no regulamento dis- ainda for possível.
ciplinar, sendo subsidiariamente aplicáveis as normas pro-
cedimentais previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Artigo 101.º
Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
Graduação

SUBSECÇÃO III 1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-


cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
Aplicação de sanções disciplinares
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à
situação económica do arguido e a todas as demais cir-
Artigo 100.º
cunstâncias agravantes ou atenuantes.
Aplicação de sanções disciplinares 2 — São circunstâncias atenuantes:
1 — As sanções disciplinares são as seguintes: a) O exercício efetivo da atividade profissional por um
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
a) Advertência;
sem qualquer sanção disciplinar;
b) Repreensão registada;
b) A confissão espontânea da infração ou das infra-
c) Multa variável entre os limites mínimo e máximo
ções;
previstos no regime geral das contraordenações, aprovado
c) A colaboração do arguido para a descoberta da
pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado
verdade;
pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de outubro, 244/95,
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva.
de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro, e pela
Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro;
d) Suspensão até 15 anos; 3 — São circunstâncias agravantes:
e) Expulsão. a) A premeditação na prática da infração e na preparação
da mesma;
2 — A sanção de advertência é aplicada a faltas leves b) O conluio;
no exercício da profissão dos membros da Ordem. c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de
3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia
faltas leves no exercício da profissão dos membros da em que se tornar definitiva a condenação por cometimento
Ordem às quais, em razão da culpa do arguido, não caiba de infração anterior;
mera advertência. d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou
4 — A sanção de multa é aplicável nos casos de negli- mais infrações sejam cometidas no mesmo momento
gência grave que atente contra a dignidade do exercício ou quando outra seja cometida antes de ter sido punida
da profissão de farmacêutico. a anterior;
5 — A sanção de suspensão é aplicável nos casos de e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
negligência muito grave que atente contra a dignidade do durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
exercício da profissão de farmacêutico. do período de suspensão de sanção disciplinar;
6 — A sanção de suspensão pode ainda ser aplicada a f) A produção de prejuízos de valor considerável,
casos de incumprimento culposo do dever de pagamento entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de
das quotas por um período superior a 12 meses. metade da alçada dos tribunais da relação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7027

Artigo 102.º factos e à autoridade competente noutro Estado membro


Unidade e acumulação de infrações
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
para o controlo da atividade do arguido estabelecido nesse
Não pode ser aplicado ao membro da Ordem mais do mesmo Estado membro.
que uma sanção disciplinar por cada facto punível. 2 — A aplicação das sanções de suspensão ou de expul-
são só pode ter lugar precedendo audiência pública, salvo
Artigo 103.º falta do arguido nos termos do regulamento disciplinar.
3 — Às sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1
Suspensão das sanções
do artigo 100.º é dada publicidade através do sítio ofi-
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor- cial da Ordem e em locais considerados idóneos para
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática o cumprimento das finalidades de prevenção geral do
da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão sistema jurídico.
podem ser suspensas por um período compreendido entre 4 — A publicidade das sanções disciplinares e da
um e cinco anos. suspensão preventiva é promovida pelo órgão disci-
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati- plinarmente competente, sendo efetuada a expensas
vamente ao membro punido, seja proferida decisão final do arguido.
de condenação em novo processo disciplinar. 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
Artigo 104.º publicidade à sua suspensão preventiva, sempre que este
não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
Execução das sanções dimento disciplinar.
1 — Compete à direção nacional dar execução às deci-
sões proferidas em sede de processo disciplinar, designa- Artigo 108.º
damente praticando os atos necessários à efetiva suspensão Prescrição das sanções disciplinares
ou ao cancelamento da inscrição dos membros a quem
sejam aplicadas as sanções de suspensão e de expulsão, As sanções disciplinares prescrevem nos prazos seguin-
respetivamente. tes, contados da data em que a decisão se tornou inim-
2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão pugnável:
implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva- a) Dois anos, as de advertência e repreensão registada;
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega b) Quatro anos, a de multa;
da cédula profissional na sede da Ordem ou na delegação c) Cinco anos, as de suspensão e de expulsão.
regional em que o arguido tenha o seu domicílio profis-
sional, nos casos aplicáveis. Artigo 109.º
Artigo 105.º Condenação em processo criminal

Início de produção de efeitos das sanções disciplinares 1 — Sempre que em processo criminal seja imposta
a proibição de exercício da profissão durante período de
1 — A produção de efeitos das sanções disciplinares tempo determinado, este é deduzido à sanção disciplinar
inicia-se no dia seguinte àquele em que a decisão se torne de suspensão que, pela prática dos mesmos factos, vier a
definitiva. ser aplicada ao membro da Ordem.
2 — Se, na data em que a decisão se torna definitiva, 2 — A condenação de um membro da Ordem em pro-
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da cesso criminal é comunicada à Ordem para efeitos de
sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte averbamento ao respetivo cadastro.
ao do levantamento da suspensão.
SUBSECÇÃO IV
Artigo 106.º
Do processo
Prazo para pagamento das sanções de multa
1 — As multas aplicadas nos termos da alínea c) do Artigo 110.º
n.º 1 do artigo 100.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a Obrigatoriedade
contar do início da produção de efeitos da respetiva sanção.
2 — Ao associado que não pague a multa no prazo A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
referido no número anterior é suspensa a sua inscrição, cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
mediante decisão do órgão disciplinarmente competente, disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
a qual lhe é comunicada. presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga-
mento da importância em dívida. Artigo 111.º
Formas do processo
Artigo 107.º
1 — A ação disciplinar comporta as seguintes formas:
Comunicação e publicidade
a) Processo de inquérito;
1 — A aplicação das sanções previstas nas alíneas b) a e) b) Processo disciplinar.
do n.º 1 do artigo 101.º é comunicada pela direção nacional
à sociedade de profissionais ou organização associativa 2 — O processo de inquérito é aplicável quando não
por conta da qual o arguido prestava serviços à data dos seja possível identificar claramente a existência de uma
7028 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a Artigo 116.º


realização de diligências sumárias para o esclarecimento Revisão
ou a concretização dos factos em causa.
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis- 1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra- rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar,
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de sempre que:
constituir infração disciplinar.
a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar
Artigo 112.º falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
sido determinantes para a decisão revidenda;
Processo disciplinar b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
1 — O processo disciplinar é regulado no presente Es- como provado crime cometido por membro ou membros
tatuto e no regulamento disciplinar. do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes com o exercício das suas funções no processo;
fases: c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
condenatória forem inconciliáveis com os que forem
a) Instrução; dados como provados noutra decisão definitiva e da
b) Defesa do arguido; oposição resultarem graves dúvidas sobre a justiça da
c) Decisão; condenação;
d) Execução. d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou combinados com os que foram apreciados
3 — Independentemente da fase do processo disciplinar, no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa decisão condenatória proferida.
nos termos gerais de direito.
2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
Artigo 113.º tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
Suspensão preventiva fundamento para a revisão.
3 — A revisão é admissível ainda que o processo se
1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or- 4 — O exercício do direito de revisão previsto no pre-
denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação sente artigo é regulado pelas disposições aplicáveis do
tomada por maioria qualificada de dois terços dos membros regulamento disciplinar.
presentes do órgão competente da Ordem.
2 — A suspensão a que se refere o número anterior Artigo 117.º
só pode ser decretada nos casos em que haja indícios
da prática de infração disciplinar à qual corresponda Reabilitação
uma das sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 1 — No caso de aplicação de sanção de expulsão, o
do artigo 101.º membro pode ser reabilitado, mediante requerimento de-
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me- vidamente fundamentado dirigido ao órgão da Ordem com
ses e é sempre descontada na sanção de suspensão. competência disciplinar e desde que se preencha cumula-
tivamente os seguintes requisitos:
Artigo 114.º
a) Tenham decorrido mais de 15 anos sobre o trânsito
Natureza secreta do processo
em julgado da decisão que aplicou a sanção;
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho b) O reabilitando tenha revelado boa conduta, podendo,
de acusação ou ao de arquivamento. para o demonstrar, utilizar quaisquer meios de prova le-
2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do galmente admissíveis.
processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministé-
rio Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos 2 — Deliberada a reabilitação, o membro reabilitado
interessados, quando daí não resulte inconveniente para recupera plenamente os seus direitos e é-lhe dada a pu-
a instrução e sob condição de não ser divulgado o que blicidade devida, nos termos do artigo 108.º, com as ne-
dele conste. cessárias adaptações.
3 — O arguido ou o interessado, quando membro da
Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo,
incorre em responsabilidade disciplinar. CAPÍTULO IX
Balcão único e transparência da informação
SUBSECÇÃO V
Das garantias Artigo 118.º
Isenção de taxas
Artigo 115.º
1 — São isentas da taxa as certidões emitidas pela Or-
Controlo jurisdicional
dem a coberto do disposto no Código do Procedimento
A decisão relativa à aplicação de uma sanção disciplinar Administrativo.
fica sujeita à jurisdição administrativa, de acordo com a 2 — A Ordem pode, todavia, cobrar taxas por docu-
respetiva legislação. mentos, relatórios ou pareceres que lhe sejam pedidos,
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7029

desde que não seja legalmente obrigada a prestar tais n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio,
serviços. que contemple:
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Artigo 119.º
designação do título profissional de origem e das respetivas
Documentos e balcão único especialidades;
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações ii) A identificação da associação pública profissional
entre a Ordem e profissionais, sociedades de farmacêuticos no Estado membro de origem, na qual o profissional se
ou outras organizações associativas de profissionais para encontre inscrito;
o exercício da atividade farmacêutica, com exceção dos iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
relativos a procedimentos disciplinares, são realizados do exercício da atividade, se for caso disso;
por meios eletrónicos, através do balcão único eletrónico iv) A informação relativa às sociedades de profis-
dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei sionais ou outras formas de organização associativa
n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do sítio na de profissionais para que prestem serviços no Estado
Internet da Ordem. membro de origem, caso aqui prestem serviços nessa
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- qualidade.
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
disposto no número anterior, a transmissão da informação Artigo 121.º
em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or- Cooperação administrativa
dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia
ou por correio eletrónico. A Ordem presta e solicita às autoridades administra-
3 — A apresentação de documentos em forma simples tivas dos outros Estados membros da União Europeia
nos termos dos números anteriores, dispensa a remessa e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Euro-
dos documentos originais, autênticos, autenticados ou cer- peia assistência mútua e toma as medidas necessárias
tificados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 para cooperar eficazmente, nomeadamente através do
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, Sistema de Informação do Mercado Interno, no âmbito
de 26 de julho. dos procedimentos relativos a prestadores de serviços
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos já estabelecidos noutro Estado membro, nos termos
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do ar- do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
tigo 5.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
de 26 de julho. março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º
Artigo 120.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos
Informação na Internet
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
Para além da informação prevista no artigo 23.º da em especial do comércio eletrónico.
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º
do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do ANEXO II
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a (a que se refere o artigo 5.º)
certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado Republicação do Decreto-Lei n.º 288/2001,
interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, de 10 de novembro
através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes
informações: Artigo 1.º
a) Regime de acesso e exercício da profissão; Objeto
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas É aprovado o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos,
aplicáveis aos seus membros; publicado em anexo ao presente diploma e que dele faz
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- parte integrante.
mações pelos destinatários relativamente aos serviços
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade; Artigo 2.º
d) Ofertas de emprego na Ordem;
e) Registo atualizado dos membros com: Disposições transitórias

i) O nome, o domicílio profissional e o número de car- 1 — A Ordem mantém a designação tradicional de So-
teira ou cédula profissionais; ciedade Farmacêutica Lusitana, de que é legítima conti-
ii) A designação do título e das especialidades profis- nuadora.
sionais; 2 — (Revogado.)
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso; Artigo 3.º
Norma revogatória
f) Registo atualizado dos profissionais em livre
prestação de serviços no território nacional, que se Com o início da vigência do presente diploma são re-
consideram inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º vogados os Decretos-Leis n.os 212/79, de 12 de julho, e
da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis 111/94, de 28 de abril.
7030 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

ESTATUTO DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS b) Coadjuvar o Estado em todas as ações que visem o
acesso dos cidadãos aos cuidados médicos e farmacêuticos,
medicamentosos, preventivos, curativos e de reabilitação,
CAPÍTULO I bem como nas de disciplina e controlo de produção e uso
Disposições gerais dos produtos químicos, biológicos, alimentares, farmacêu-
ticos e meios de diagnóstico;
c) Colaborar com organizações congéneres, nacionais
SECÇÃO ÚNICA ou estrangeiras, e com o Estado na definição e execução
Natureza, sede e atribuições da política de saúde;
d) Manter e promover relações com organizações es-
Artigo 1.º trangeiras, de âmbito nacional ou internacional, que se
dediquem aos problemas de saúde;
Natureza e) Colaborar com os países de língua oficial portuguesa
1 — A Ordem dos Farmacêuticos, adiante designada por na área farmacêutica e em todas aquelas que, no âmbito
Ordem, é a associação pública profissional representativa das suas competências profissionais, contribuam para a
dos que, em conformidade com os preceitos do presente defesa da saúde pública desses países.
Estatuto e as disposições legais aplicáveis, exercem a pro-
fissão de farmacêutico. 4 — Incumbe à Ordem, no campo científico e cultural:
2 — A Ordem representa igualmente os membros ins- a) Manter, organizar e atualizar a biblioteca e um serviço
critos que possuam o grau de bacharel em Farmácia, cujos de bibliografia científica e tecnológica;
direitos adquiridos se mantêm salvaguardados. b) Editar publicações periódicas ou outras;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito público, c) Organizar, por si só ou em colaboração com universi-
que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013, dades, ordens, sindicatos, associações e outras instituições,
de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto. estágios, cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento
e reciclagem, bem como promover a realização ou parti-
Artigo 2.º cipação em congressos, seminários, conferências e outras
Sede e áreas de competência atividades da mesma natureza;
d) Intensificar a cooperação a nível nacional e interna-
1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa e é constituída cional no domínio das ciências farmacêuticas, nomeada-
pelas secções regionais do Norte, Centro, Sul e regiões mente com os estabelecimentos de ensino e instituições
autónomas, bem como pelas delegações regionais destas científicas dos países de língua oficial portuguesa;
regiões. e) Credenciar farmacêuticos especialmente qualificados
2 — As secções regionais têm as áreas geográficas cor- para intervirem em ações específicas que se situem no
respondentes aos seguintes distritos e regiões autónomas: quadro da atividade farmacêutica;
a) Norte — Distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana f) Acreditar e creditar ações de formação contínua.
do Castelo e Vila Real;
b) Centro — Distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coim- 5 — Incumbe à Ordem, no âmbito deontológico:
bra, Guarda, Leiria e Viseu; a) Defender e incentivar o respeito e a observância dos
c) Sul e regiões autónomas — Distritos de Beja, Évora, princípios que informam a dignidade farmacêutica e o
Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e regiões au- exercício da profissão, designadamente nos domínios da
tónomas dos Açores e da Madeira. ética e da deontologia profissional;
b) Velar pelo cumprimento das leis, do presente Estatuto
3 — As delegações regionais dos Açores e da Madeira e dos regulamentos aplicáveis, nomeadamente no que se
abrangem as áreas geográficas respeitantes a cada uma refere ao título e à profissão do farmacêutico, promovendo
das regiões autónomas. procedimento judicial contra quem o use ou a exerça ile-
galmente;
Artigo 3.º c) Exercer o poder disciplinar sobre os seus membros,
Atribuições sempre que violem os seus deveres ou normas imperativas
que digam respeito à prática de atos farmacêuticos.
1 — São atribuições da Ordem:
a) Colaborar na definição e execução da política de 6 — Incumbe ainda à Ordem, no campo profissional
saúde em cooperação com o Estado; e económico:
b) Defender a dignidade da profissão farmacêutica;
a) Colaborar com o Estado na certificação de serviços
c) Fomentar e defender os interesses da profissão far-
farmacêuticos públicos e privados, incluindo o reconheci-
macêutica.
mento da respetiva idoneidade, e coadjuvá-lo no controlo
de qualidade dos serviços farmacêuticos prestados;
2 — Para prossecução das atribuições referidas no nú-
b) Exercer ações de inspeção que lhe sejam delegadas
mero anterior, a Ordem exerce a sua ação nos domínios
pelo Ministério da Saúde, designadamente nas farmácias
social, científico, cultural, deontológico, profissional e
de oficina, também designadas farmácias comunitárias,
económico da atividade farmacêutica.
e hospitalares, nos laboratórios de análises clínicas e de
3 — Incumbe à Ordem, no campo social:
indústria, bem como nos estabelecimentos de comércio
a) Elaborar estudos, emitir pareceres e propor soluções por grosso de medicamentos de uso humano e veteriná-
em matéria de política de saúde; rio, dispositivos médicos e outros produtos de saúde, e
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7031

ainda em todos os organismos onde sejam praticados atos instituição de ensino superior em que estejam inscritos,
farmacêuticos; devendo a respetiva inscrição ser renovada anualmente.
c) Elaborar relatórios sobre as ações mencionadas na 6 — São membros correspondentes todos os titulares
alínea anterior e propor as soluções que se lhe afigurem das habilitações a que se referem as alíneas a) a d) do n.º 1
adequadas; do artigo 6.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou
d) Propor aos órgãos do poder político as medidas le- pratiquem atos próprios desta profissão fora do território
gislativas adequadas ao eficaz exercício da profissão e nacional, inscritos na Ordem nessa qualidade, por delibe-
colaborar na execução dessas medidas, tendo em vista a ração da direção nacional, após requerimento apresentado
defesa dos superiores interesses da saúde pública; pelo interessado.
e) Promover a criação e a regulamentação de especia- 7 — São igualmente membros correspondentes os que
lidades, de subespecialidades e de competências farma- possuem o bacharelato em Farmácia a que se refere o n.º 2
cêuticas, bem como das condições do respetivo exercício; do artigo 1.º, que exerçam a profissão farmacêutica ou
f) Cooperar com o Estado na regulamentação do in- pratiquem atos próprios desta profissão fora do território
gresso e do acesso dos farmacêuticos nas carreiras da nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade, nos
Administração Pública, quanto aos técnicos superiores termos do número anterior.
de saúde do ramo laboratorial e farmacêutico hospitalar; 8 — São membros coletivos, as pessoas coletivas que,
g) Emitir cédulas profissionais e atribuir títulos de espe- pela sua atividade, se relacionem com o universo da ativi-
cialidade, sem prejuízo da titulação conjunta pela Ordem dade farmacêutica, em Portugal ou no estrangeiro, desig-
e pelo Estado; nadamente ao nível científico, académico ou associativo,
h) Colaborar com o Estado no combate contra a concor- inscritos na Ordem nessa qualidade, por deliberação da di-
rência desleal no domínio das remunerações e preços dos reção nacional e requeiram a sua inscrição nessa qualidade.
serviços prestados no âmbito da saúde, designadamente 9 — Os membros honorários, correspondentes e co-
quando tal prestação seja regulada por convenções, acordos letivos podem participar nas assembleias regionais, sem
ou concursos; direito a voto.
i) Estudar, propor e, se necessário, reclamar da adoção 10 — Os membros não efetivos, salvo os membros
de medidas que estejam relacionadas com o exercício da honorários e os membros coletivos que sejam também
atividade farmacêutica ou ofendam os legítimos direitos efetivos, não gozam dos direitos conferidos pelo presente
e interesses dos farmacêuticos; Estatuto aos membros efetivos.
j) Colaborar com todas as organizações profissionais, 11 — Os membros honorários e correspondentes podem
científicas e sindicais que representem os farmacêuticos; participar nas assembleias regionais sem direito a voto.
k) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas 12 — Os membros honorários que não sejam também
fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União efetivos e os membros correspondentes não gozam dos
Europeia ou de convenção internacional; direitos conferidos pelo presente Estatuto aos membros
l) Elaborar os seus próprios regulamentos internos, efetivos.
dando cumprimento ao disposto no presente Estatuto.
Artigo 5.º
CAPÍTULO II Exercício da profissão

Membros 1 — O uso do título de farmacêutico e o exercício da


profissão farmacêutica ou a prática de atos próprios desta
profissão dependem de inscrição na Ordem como membro
SECÇÃO I efetivo.
Membros 2 — Para efeitos do número anterior, considera-se
exercício da profissão, ou a prática de atos próprios desta
Artigo 4.º profissão, o desempenho profissional, no setor público, no
setor privado ou no setor social, de atividades que caibam
Categorias de membros na competência profissional definida no presente Estatuto.
1 — A Ordem é composta por membros efetivos e não 3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, a
efetivos. inscrição é sempre obrigatória, desde que a admissão na
2 — São membros efetivos os farmacêuticos ou as so- carreira profissional, pública, privada ou social, pressupo-
ciedades profissionais de farmacêuticos inscritos na Ordem nha a formação académica a que alude o n.º 1 do artigo 1.º
e que não tenham a sua inscrição suspensa. e a prática de atos próprios da profissão farmacêutica.
3 — São membros não efetivos, os membros honorários, 4 — Só podem usar o título de farmacêutico especialista
os membros estudantes, os membros correspondentes e os os membros inscritos no quadro dos especialistas organi-
zados pela Ordem.
membros coletivos.
4 — São membros honorários, as pessoas singulares,
independentemente da profissão de farmacêutico, bem Artigo 6.º
como as pessoas coletivas que hajam prestado serviços Inscrição
relevantes à Ordem ou à profissão farmacêutica, inscritos
1 — Podem inscrever-se na Ordem:
na Ordem nessa qualidade, por deliberação da assembleia
geral, mediante proposta da direção nacional. a) Os titulares do grau de licenciado em Farmácia con-
5 — São membros estudantes, os estudantes inscritos ferido por uma instituição de ensino superior portuguesa
nos dois últimos anos do mestrado integrado em ciências na sequência de um ciclo de estudos realizado no quadro
farmacêuticas, inscritos na Ordem nessa qualidade, por da organização de estudos anterior ao regime introduzido
deliberação da direção regional da área de jurisdição da pelo Decreto n.º 111/78, de 19 de outubro;
7032 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

b) Os titulares do grau de licenciado em Ciências Farma- 2 — A inscrição na Ordem, bem como a revalidação
cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior da cédula profissional, só podem ser recusadas com fun-
portuguesa no quadro da organização de estudos anterior damento na falta dos requisitos e condições previstas no
à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, presente Estatuto para acesso ao exercício da profissão
alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, de farmacêutico.
230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de agosto; 3 — Aceite a inscrição, é emitida cédula profissional,
c) Os titulares do grau de mestre em Ciências Farma- também designada por carteira profissional, assinada pelo
cêuticas conferido por uma instituição de ensino superior bastonário, que é sempre devolvida pelo titular à Ordem,
portuguesa no quadro da organização de estudos decor- nos casos de suspensão ou de cancelamento da inscrição
rente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de previstos, nos artigos 8.º, 9.º e 114.º
março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 4 — A cédula profissional é revalidada periodicamente
25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de cinco em cinco anos, desde que se mantenham os pres-
de 7 de agosto; supostos que justificaram a sua emissão.
d) Os titulares de um grau académico superior estran-
geiro no domínio das Ciências Farmacêuticas a quem te- Artigo 8.º
nha sido conferida equivalência a um dos graus a que se
referem as alíneas a) a c); Suspensão de inscrição
e) Os profissionais nacionais de Estados membros da Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é suspensa a
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas inscrição na Ordem:
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos
termos do artigo 10.º a) Aos que hajam sido punidos com sanção de sus-
pensão;
2 — A inscrição de nacionais de países terceiros cujas b) Aos que a solicitem, por terem deixado de exercer a
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, e aos atividade farmacêutica.
quais se aplique o disposto na alínea d) do número anterior,
depende igualmente da garantia de reciprocidade de trata- Artigo 9.º
mento, nos termos de convenção internacional, incluindo Cancelamento de inscrição
convenção celebrada entre a Ordem e a autoridade con-
génere do país de origem do interessado. Sem prejuízo do disposto no artigo 114.º, é cancelada
3 — Para o exercício da atividade de farmacêutico de- a inscrição na Ordem:
vem inscrever-se na Ordem, como membros: a) Aos que hajam sido punidos com sanção de expulsão;
a) As sociedades profissionais de farmacêuticos, in- b) Aos que o solicitem, por terem deixado de exercer a
cluindo as filiais de organizações associativas de farma- atividade farmacêutica.
cêuticos constituídas ao abrigo do Direito de outro Estado,
nos termos do artigo 12.º; SECÇÃO II
b) As representações permanentes em território nacional
de organizações associativas de farmacêuticos constituídas Profissionais da União Europeia e do Espaço
ao abrigo do Direito de outro Estado, caso pretendam ser Económico Europeu
membros da Ordem, nos termos do artigo 13.º
Artigo 10.º
4 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em Direito de estabelecimento
território nacional da atividade de farmacêutico, em regime
de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco- de nacional de Estado membro da União Europeia ou
nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas do Espaço Económico Europeu, obtidas fora de Portugal
fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 11.º para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
5 — A admissão dos candidatos referidos nas alíneas b) pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
e c) do n.º 1 pode ainda ser condicionada à comprova- n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
ção da competência linguística necessária ao exercício prejuízo de condições especiais de reciprocidade caso as
da atividade farmacêutica em Portugal, nos termos da Lei qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio. 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
6 — A instrução do pedido de inscrição é objeto de nos termos do número anterior e que preste serviços, de
regulamento interno da Ordem. forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
7 — Os candidatos referidos nas alíneas d) e e) do n.º 1 ou que atue como gerente ou administrador no Estado
e no n.º 2 devem solicitar a inscrição na Ordem mediante membro de origem, no âmbito de organização associativa
requerimento dirigido ao bastonário. de profissionais, deve identificar a organização em causa
no pedido apresentado nos termos do artigo 47.º da Lei
Artigo 7.º n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Aceitação e recusa de inscrição
3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
1 — Cabe à direção regional, após delegação da di- anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconhe-
reção nacional, aceitar ou recusar a inscrição na Ordem, cimento de qualificações, deve a organização associativa
podendo, neste último caso, o candidato recorrer para a em causa ser identificada perante a Ordem no prazo de
direção nacional. 60 dias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7033

Artigo 11.º membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua


Livre prestação de serviços
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro 6 — Às sociedades profissionais de farmacêuticos não
Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó- é reconhecida capacidade eleitoral.
mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará- 7 — Os membros do órgão executivo das sociedades
veis à atividade profissional de farmacêutico regulado pelo profissionais de farmacêuticos, independentemente da
presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os
e esporádica, em território nacional, em regime de livre princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de científica e as garantias conferidas aos farmacêuticos pela
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e lei e pelo presente Estatuto.
25/2014, de 2 de maio. 8 — As sociedades de farmacêuticos podem ainda
2 — Os profissionais referidos no número anterior desenvolver quaisquer outras atividades que não sejam
podem fazer uso do título profissional de farmacêutico incompatíveis com a atividade de farmacêutico, nem em
sempre que as suas qualificações sejam consideradas de relação às quais se verifique impedimento, nos termos do
reconhecimento automático nos termos da Lei n.º 9/2009, presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de controlo da Ordem.
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, e são, em qualquer caso, 9 — A constituição e funcionamento das sociedades de
equiparados a farmacêutico, para todos os efeitos legais, profissionais consta de diploma próprio.
exceto quando o contrário resulte das disposições em causa.
3 — O profissional que preste serviços, de forma su- Artigo 13.º
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que Organizações associativas de profissionais
atue como gerente ou administrador no Estado membro de outros Estados membros
de origem, no âmbito de organização associativa de pro-
fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional 1 — As organizações associativas de profissionais equi-
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre parados a farmacêuticos, constituídas noutro Estado mem-
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a bro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
organização associativa, por conta da qual presta servi- para o exercício de atividade profissional cujo gerente
ços, na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, ou administrador seja um profissional e cujo capital com
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais
agosto, e 25/2014, de 2 de maio. em causa e ou a outras organizações associativas cujo
capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
Artigo 12.º profissionais podem inscrever as respetivas representações
permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
Sociedades de profissionais comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
1 — Os farmacêuticos estabelecidos em território na- equiparadas a sociedades de farmacêuticos para efeitos
cional podem exercer em grupo a profissão, constituindo da presente lei.
ou ingressando como sócios em sociedades profissionais 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
de farmacêuticos. rior não são aplicáveis caso esta não disponha de capital
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades profissionais social, aplicando-se, em seu lugar, o requisito de atribui-
de farmacêuticos: ção da maioria de direitos de voto aos profissionais ali
referidos.
a) Sociedades profissionais de farmacêuticos previa- 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
mente constituídas e inscritas como membros da Ordem; regido:
b) Organizações associativas de profissionais equipa-
rados a farmacêuticos constituídas noutro Estado membro a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
cujo capital e direitos de voto caibam maioritariamente artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
aos profissionais em causa. Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de de reciprocidade internacionalmente vigente.
capital social.
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) 4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
do n.º 2 é regido: associativas de profissionais de outros Estados membros
consta do diploma que regula a constituição e funciona-
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União mento das sociedades de profissionais.
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do 5 — Às organizações associativas de profissionais de
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas outros Estados membros não é reconhecida capacidade
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; eleitoral.
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime Artigo 14.º
de reciprocidade internacionalmente vigente.
Outros prestadores
5 — As sociedades de farmacêuticos gozam dos direitos As pessoas coletivas que prestem serviços farmacêu-
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais ticos e não se constituam sob a forma de sociedades de
7034 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem, 3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros,
sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras
dos profissionais que aí exerçam atividade nos termos do das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas
presente Estatuto. e o número de dias de que estes necessitam para o exercício
das respetivas funções.
4 — A comunicação prevista no número anterior é
CAPÍTULO III feita com uma antecedência mínima de cinco dias, ou,
Organização em caso de reuniões ou atividades de natureza extraor-
dinária dos órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam
convocadas.
SECÇÃO I
Disposições gerais Artigo 17.º
Títulos honoríficos
Artigo 15.º
O farmacêutico que tenha exercido cargos nos órgãos
Órgãos da Ordem conserva honorariamente a designação corres-
1 — A Ordem exerce a sua ação a nível nacional e regio- pondente ao cargo mais elevado que haja ocupado.
nal através, respetivamente, de órgãos de âmbito nacional
e regional. Artigo 18.º
2 — São órgãos de âmbito nacional: Acumulação e incompatibilidade de cargos
a) A assembleia geral; 1 — Durante o mesmo mandato nenhum membro eleito
b) A direção nacional; pode acumular o exercício de dois cargos, salvo se um deles
c) O bastonário; for o de membro de um conselho de especialidade.
d) O conselho jurisdicional nacional; 2 — Os cargos de bastonário e de presidente da direção
e) O conselho fiscal nacional; regional podem ser remunerados se e na medida em que a
f) Os conselhos de especialidade. assembleia geral autorize essa remuneração.
3 — No caso de falta de quórum de algum órgão por
3 — São órgãos de âmbito regional: vacatura de lugares, realizam-se eleições intercalares ex-
a) A assembleia regional; clusivamente para os lugares vagos, cessando os novos
b) A direção regional; membros as suas funções no fim do mandato para que
c) O conselho jurisdicional regional; haviam sido eleitos os membros anteriores.
d) O conselho fiscal regional; 4 — As eleições intercalares referidas no número an-
e) O plenário regional; terior não se realizam se a vacatura de lugares ocorrer até
f) O delegado regional. um ano antes da data prevista para as eleições ordinárias,
cabendo ao bastonário a nomeação dos membros que ocu-
Artigo 16.º pam interinamente os lugares vagos.
5 — Excetuam-se do preceituado no número anterior
Mandato os cargos de presidente da mesa da assembleia geral e de
1 — O mandato dos órgãos é de três anos e é renovável bastonário que, independentemente de qualquer prazo, são
apenas por uma vez. ocupados automática e interinamente pelo vice-presidente
2 — As eleições para os órgãos podem ser realizadas da mesa da assembleia geral e pelo vice-presidente da
presencialmente, por correspondência ou via eletrónica, de direção nacional, respetivamente.
acordo com o regulamento eleitoral e referendário.
SECÇÃO II
Artigo 16.º-A
Assembleia geral
Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem
1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que Artigo 19.º
sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para Composição
o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para
que foram eleitos, a: 1 — A assembleia geral é constituída por 30 delegados.
2 — O número de delegados eleitos por cada assembleia
a) Licença sem vencimento, com a duração máxima regional é proporcional ao número de membros inscritos
do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação na respetiva secção regional.
laboral; 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cada
b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de assembleia regional elege um máximo de 50 % dos dele-
trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio- gados, pelo que os lugares de delegados que excedem esse
-dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço limite são distribuídos proporcionalmente pelas demais
efetivo. secções regionais que os elegem.
4 — Tendo em conta o disposto nos números ante-
2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem riores, a distribuição do número de delegados de cada
usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam secção regional é definida, anualmente e para o ano
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo seguinte, na assembleia geral de apreciação e votação
quanto à remuneração ou retribuição. do orçamento.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7035

5 — Cada uma das delegações regionais dos Açores e Artigo 23.º


da Madeira tem um delegado, a integrar na delegação da Funcionamento
secção regional do sul e regiões autónomas.
6 — O mandato dos delegados não é imperativo. 1 — As reuniões ordinárias da assembleia geral destinam-
-se à apreciação e votação das matérias constantes da alí-
Artigo 20.º nea a) do n.º 1 do artigo anterior, bem como de quaisquer
outros assuntos de relevante interesse para a profissão.
Mesa
2 — Sempre que a urgência das questões a apreciar
1 — A mesa da assembleia geral é constituída por um e a decidir o justifique, podem ser convocadas reuniões
presidente e por dois membros, eleitos por sufrágio uni- extraordinárias da assembleia geral.
versal, direto, secreto e periódico. 3 — As reuniões são convocadas pelo presidente da
2 — O vice-presidente da mesa é designado pelo pre- mesa, com a antecedência mínima de 15 dias, quer por
sidente, de entre os seus membros. iniciativa própria quer a pedido da direção nacional.
4 — Podem ainda ser convocadas reuniões a pedido
Artigo 21.º de uma ou mais direções regionais, ou por requerimento
dirigido ao presidente e subscrito por um mínimo de 5 %
Plenários
dos membros efetivos da Ordem, dos quais o número de
1 — O presidente da mesa da assembleia geral pode, por inscritos em qualquer secção não pode ser superior a dois
sua iniciativa, ou a pedido do bastonário ou da direção na- terços do número total de signatários do pedido da con-
cional, convocar plenários nacionais para discutir assuntos vocatória.
de relevante interesse para a classe farmacêutica. 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
2 — Têm direito a participar nesses plenários, cujas a forma de convocação obedece ao disposto no n.º 3 do
propostas ou sugestões têm natureza meramente consultiva, artigo 21.º
todos os farmacêuticos inscritos na Ordem.
3 — A convocação para os plenários é feita por meio SECÇÃO III
de anúncios, dos quais consta a ordem de trabalhos, publi-
cados em dois jornais diários de grande circulação, com, Direção nacional
pelo menos, 15 dias de antecedência em relação à data
designada para a reunião. Artigo 24.º
Composição
Artigo 22.º
1 — A direção nacional é constituída pelo presidente,
Competência
que é o bastonário, e por seis vogais, sendo três deles os
1 — Compete à assembleia geral: presidentes das secções regionais e os outros três eleitos
por sufrágio universal e direto, secreto e periódico.
a) Apreciar e votar o relatório e contas da Ordem, até 2 — Os membros da direção nacional escolhem, de
31 de março de cada ano, bem como o orçamento, até ao entre si, um vice-presidente, um secretário e um tesoureiro.
fim do ano anterior àquele a que disser respeito; 3 — A direção nacional designa, por proposta do basto-
b) Deliberar sobre todos os assuntos respeitantes à ati- nário, um conselho executivo composto por três dos seus
vidade da Ordem, que caibam nas suas competências; membros, que assiste o presidente em casos de reconhecida
c) Deliberar sobre a alienação ou oneração de bens urgência e gravidade.
imóveis que integrem o património da Ordem;
4 — As decisões tomadas pelo bastonário, após audição
d) Aprovar regulamentos internos respeitantes ao pro-
do conselho executivo, devem ser objeto de ratificação
cedimento disciplinar e aos atos eleitoral e referendário,
pela direção nacional na primeira reunião que vier a ser
nos termos do presente Estatuto;
convocada após as mesmas.
e) Aprovar, por maioria absoluta dos membros presen-
5 — A direção nacional pode delegar no presidente as
tes, sob proposta da direção nacional, o regulamento que
suas competências.
fixa a quota mensal, bem como as demais taxas a cobrar
pela prestação de serviços, podendo estabelecer diferen-
Artigo 25.º
ciações no que respeita ao valor da quota mensal, tendo em
conta critérios objetivos, designadamente no que respeita Competência
aos anos de exercício da profissão ou se estiver em causa
Compete à direção nacional:
membro individual ou coletivo;
f) Aprovar propostas de alteração do presente Estatuto; a) Dirigir a atividade da Ordem a nível nacional;
g) Decidir quaisquer questões que não caibam nas com- b) Coordenar e orientar as atividades das direções re-
petências de outros órgãos; gionais;
h) Aprovar o seu regimento. c) Dar cumprimento às deliberações da assembleia geral;
d) Criar conselhos consultivos ou grupos de trabalho,
2 — A elaboração dos regulamentos segue o regime com missões específicas, destinados a assessorarem a
previsto no Código do Procedimento Administrativo. direção relativamente a temas relevantes da profissão,
3 — Os regulamentos com eficácia externa são sujeitos designadamente no que respeita a matérias deontológicas;
a homologação pelo membro do Governo que exerce e) Decidir os recursos interpostos das decisões que re-
poderes de tutela sobre a Ordem e são publicados na cusem a admissão na Ordem;
2.ª série do Diário da República, sem prejuízo da sua f) Decidir os pedidos de inscrição na Ordem dos can-
divulgação interna na revista da Ordem ou no seu sítio didatos a que se referem as alíneas d) e e) do n.º 1 e do
eletrónico. n.º 2 do artigo 6.º, podendo delegar nas direções regionais
7036 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

a decisão sobre os pedidos de inscrição dos demais can- Artigo 28.º


didatos; Competência
g) Elaborar e manter atualizado o quadro geral dos
farmacêuticos inscritos e dos especialistas titulados pela Compete ao bastonário:
Ordem;
h) Propor à assembleia geral a aprovação do regula- a) Representar a Ordem em juízo e fora dele;
mento relativo à fixação dos critérios e do valor da quota b) Zelar pelos interesses dos farmacêuticos e dos desti-
mensal, bem como do valor das demais taxas a pagar pelos natários do exercício profissional farmacêutico;
membros; c) Exercer a competência da direção nacional em casos
i) Cumprir e fazer cumprir o orçamento aprovado pela de reconhecida urgência ou gravidade, após audição do
assembleia geral; conselho executivo sempre que possível;
j) Emitir pareceres e elaborar informações sobre assun- d) Exercer a competência delegada pela direção na-
tos relacionados com o exercício da profissão farmacêutica cional;
que lhe forem solicitados pelo Governo, por farmacêuticos e) Superintender nos serviços e nos recursos humanos
inscritos na Ordem ou que, por sua iniciativa, entenda dever da Ordem e velar pelo cumprimento da lei, do presente
prestar às entidades, públicas ou privadas, cuja atividade Estatuto e dos regulamentos internos, sem prejuízo do
esteja relacionada com aquele exercício; disposto no n.º 1 do artigo 30.º, bem como cumprir práticas
k) Mandar passar certidões ou prestar informações, de de boa gestão e contratação;
harmonia com o Código do Procedimento Administrativo; f) Fazer executar as deliberações da assembleia geral e
l) Elaborar e apresentar à assembleia geral o relatório, da direção nacional e assegurar a gestão da Ordem.
as contas e o orçamento anuais;
m) Gerir o património mobiliário e imobiliário da Or- SECÇÃO V
dem, mantendo atualizado o respetivo cadastro;
n) Propor à assembleia geral que esta delibere promover Conselho jurisdicional nacional
a alteração do Estatuto, no sentido de se criarem novos
colégios de especialidade; Artigo 29.º
o) Criar subespecialidades e competências, aprovar os Composição
respetivos regulamentos, sujeitos a homologação do mem-
bro do Governo da tutela, e atribuir os referidos títulos; O conselho jurisdicional nacional é constituído por um
p) Garantir o cumprimento de práticas de boa gestão, presidente e dois vogais, eleitos por sufrágio universal,
de acordo com as regras estabelecidas; direto, secreto e periódico.
q) Designar um Revisor Oficial de Contas como ele-
mento integrante do conselho fiscal nacional; Artigo 30.º
r) Exercer as atribuições e praticar os atos necessários Competência
à prossecução dos fins da Ordem, de harmonia com as
deliberações da assembleia geral; 1 — Compete ao conselho jurisdicional nacional:
s) Decidir sobre a contração de dívidas por parte da a) Velar pelo cumprimento da lei, do presente Estatuto e
Ordem, nomeadamente resultantes de financiamentos ban-
dos regulamentos internos por parte dos órgãos da Ordem
cários, incluindo sobre a prestação de garantias, que não
e respetivos titulares;
impliquem oneração de imóveis.
b) Instruir e julgar os processos disciplinares em que
sejam arguidos os membros que exercem ou exerceram
Artigo 26.º
cargos nos órgãos nacionais ou regionais previstos nas
Funcionamento alíneas a) a e) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 15.º;
A direção nacional reúne, ordinariamente, uma vez por c) Instruir e julgar os processos de revisão e de reabi-
mês ou quando for convocada pelo seu presidente. litação;
d) Apreciar e decidir os recursos interpostos das deci-
sões dos conselhos jurisdicionais regionais, bem como
SECÇÃO IV emitir os pareceres que lhe forem solicitados pelos órgãos
Bastonário nacionais;
e) Pronunciar-se previamente sobre a conformidade
Artigo 27.º legal ou estatutária dos referendos.
Eleição 2 — A competência prevista na alínea b) do número
1 — O bastonário é eleito por sufrágio universal, direto, anterior, relativamente às assembleias gerais e regionais,
secreto e periódico, de entre os farmacêuticos com um apenas abrange os membros das respetivas mesas.
tempo mínimo de exercício da profissão de 10 anos, à data 3 — O conselho jurisdicional nacional deve comuni-
da realização das eleições. car à direção nacional as deliberações tomadas, para os
2 — É eleito bastonário o candidato que obtiver mais devidos efeitos.
de metade dos votos expressos, não se considerando como
tal os votos brancos e nulos. Artigo 31.º
3 — Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de Recurso
votos, procede-se a segundo sufrágio, no prazo de 21 dias,
a que concorrem apenas os dois candidatos mais votados, Das deliberações proferidas pelo conselho cabe recurso
que não tenham retirado a candidatura para os tribunais, nos termos gerais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7037

SECÇÃO VI avaliação efetuada no final do estágio, nos termos pre-


vistos no regulamento de especialidades, que é objeto de
Conselho fiscal nacional
homologação pelo membro do Governo que exerça os
poderes de tutela.
Artigo 32.º 3 — O reconhecimento da experiência profissional pode
Composição permitir que a direção nacional, após parecer do colégio
de especialidade, dispense os candidatos a especialistas
1 — O conselho fiscal nacional é constituído pelos três dos requisitos previstos no número anterior, nos termos
presidentes dos conselhos fiscais regionais, sendo o presi- previstos no regulamento de especialidades.
dente escolhido por e de entre eles. 4 — Sempre que seja criado um novo colégio de
2 — O conselho fiscal nacional inclui ainda um revisor especialidade, a direção nacional nomeia uma comissão
oficial de contas, a designar pela direção nacional. instaladora constituída por um presidente e três vogais,
com a missão de elaborar o anteprojeto de regulamento,
Artigo 33.º de propor à direção a atribuição dos títulos de especia-
Competência lista, bem como de organizar e proceder às eleições do
conselho do colégio de especialidade no prazo que lhe
Compete ao conselho fiscal nacional: for fixado.
a) Emitir parecer sobre as contas anuais a apresentar pela 5 — Para efeitos de ingresso e acesso na Administração
direção nacional à assembleia geral e apresentar à direção Pública, o Estado reconhece, em termos a regulamentar, a
nacional as sugestões que entenda convenientes; validade dos títulos atribuídos pela Ordem.
b) Pronunciar-se sobre os pareceres dos conselhos
fiscais regionais apresentados à respetiva assembleia Artigo 36.º
regional e apresentar-lhes as sugestões que entenda con- Composição
venientes;
c) Consultar quaisquer documentos que titulem receitas 1 — Cada colégio é dirigido por um conselho de espe-
e despesas da Ordem, bem como os documentos que as cialidade, constituído por um presidente e por dois a seis
autorizem; secretários.
d) Aprovar o seu regimento. 2 — O conselho de especialidade é eleito por sufrágio
universal, direto, secreto e periódico pelos membros do
colégio de especialidade, sendo o respetivo mandato de
SECÇÃO VII três anos.
Colégios de especialidade 3 — Nas suas ausências, impedimentos e vacatura
do cargo, o presidente é substituído por um secretário,
Artigo 34.º a designar pelos restantes membros do conselho de es-
pecialidade.
Definição 4 — A constituição dos conselhos de especialidade deve
1 — Os colégios de especialidade congregam os farma- ter em conta, na medida do possível, a representatividade
cêuticos qualificados nas diferentes especialidades. nas respetivas secções regionais.
2 — São reconhecidas as especialidades de indústria
farmacêutica, de análises clínicas, de farmácia hospitalar, Artigo 37.º
de assuntos regulamentares, de farmácia comunitária, Inscrição
de genética humana, de farmacologia clínica, de distri-
buição farmacêutica, de radiofarmácia e de marketing 1 — A inscrição nos colégios de especialidade da Or-
farmacêutico. dem é requerida à direção nacional, que, sob proposta do
3 — Há tantos colégios quantas as especialidades ou respetivo conselho de especialidade, nomeia um júri para
grupos de especialidades afins. apreciar o pedido de inscrição.
4 — Cada colégio de especialidade é dirigido por um 2 — As regras do estágio a que se refere o n.º 2 do ar-
conselho de especialidade. tigo 35.º, bem como os critérios e as provas de avaliação
5 — No âmbito dos colégios de especialidades podem pelo júri são elaboradas pelo conselho de especialidade e
ser criadas secções de subespecialidades. propostas à direção nacional, que, propõe a sua aprovação
à assembleia geral, nos termos do disposto na alínea f) do
Artigo 35.º n.º 1 do artigo 22.º
Reconhecimento de especialidades Artigo 38.º
1 — Sem prejuízo das especialidades mencionadas Competência
no n.º 2 do artigo 34.º, sempre que a direção nacional
reconheça a existência de um número significativo de Compete aos conselhos de especialidade:
farmacêuticos que exibam, pela sua diferenciação téc- a) Promover o estreitamento das relações científicas e
nica, um conjunto de características comuns, pode a profissionais, a nível nacional e internacional;
direção nacional propor ao membro do Governo res- b) Zelar pela valorização técnica e promoção dos es-
ponsável pela área da saúde a criação de uma nova pecialistas;
especialidade e o respetivo colégio ou a sua integração c) Velar pela qualificação profissional permanente dos
em colégio já existente. especialistas;
2 — A atribuição do título de especialista compete à d) Propor à direção nacional os júris dos candidatos às
direção nacional e depende da frequência de estágio e de especialidades;
7038 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

e) Dar pareceres à direção nacional; SECÇÃO IX


f) Apresentar à direção nacional anteprojetos de regula-
Direção regional
mentos sobre especialidades e subespecialidades.
Artigo 43.º
SECÇÃO VIII
Composição
Assembleia regional
1 — Há uma direção regional em cada secção regional.
2 — A direção regional é constituída pelo presidente e
Artigo 39.º por um mínimo de dois e um máximo de quatro vogais,
Composição eleitos pela assembleia regional de cada secção.
3 — Nas suas ausências, impedimentos e vacatura do
A assembleia regional é constituída por todos os mem- cargo, o presidente é substituído por vogal a designar pelos
bros inscritos na respetiva secção regional. membros da direção regional.
Artigo 40.º Artigo 44.º
Mesa
Funcionamento
A mesa da assembleia regional é constituída por um A direção regional reúne, ordinariamente, uma vez por
presidente e dois secretários, eleitos por sufrágio univer- mês ou quando for convocada pelo seu presidente.
sal, direto, secreto e periódico dos membros inscritos na
respetiva secção. Artigo 45.º
Artigo 41.º Competência

Competência Compete à direção regional:


Compete à assembleia regional: a) Dirigir a atividade da Ordem a nível regional;
b) Dar cumprimento às decisões das assembleias geral
a) Apreciar e votar o relatório, contas e orçamento da e regional e às instruções e diretivas da direção nacional;
direção regional; c) Decidir, por delegação da direção nacional, sobre a
b) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional; admissão de novos membros;
c) Discutir e votar moções sobre quaisquer assuntos d) Manter atualizado o quadro dos farmacêuticos ins-
respeitantes ao exercício da profissão farmacêutica e à critos na respetiva secção regional;
atuação da Ordem e dos seus órgãos dirigentes; e) Cobrar as quotas e outras receitas a enviar à direção
d) Organizar o procedimento eleitoral e proceder à elei- nacional;
ção da direção regional, bem como dos membros da sua f) Cumprir e fazer cumprir o orçamento aprovado pela
própria mesa; assembleia regional;
e) Proceder à eleição dos delegados à assembleia geral; g) Dar os pareceres e as informações que lhe forem
f) Organizar o procedimento eleitoral para os membros solicitados pelo bastonário, pela direção nacional e pelos
da Ordem, a nível nacional; farmacêuticos inscritos na respetiva secção regional;
g) Aprovar o seu regimento. h) Mandar passar certidões ou prestar informações,
de harmonia com o Código do Procedimento Adminis-
Artigo 42.º trativo;
Funcionamento i) Elaborar e apresentar à assembleia regional, na sua
reunião ordinária, o relatório, contas e orçamento anuais;
1 — As reuniões ordinárias da assembleia regional j) Dar apoio aos membros dos colégios inscritos na
destinam-se à apreciação e votação das matérias constantes respetiva secção regional e a outras estruturas da Ordem;
da alínea a) do artigo anterior, bem como de qualquer outro k) Exercer as atividades e praticar os atos necessários
assunto de relevante interesse regional para os membros à prossecução dos fins da Ordem, de harmonia com o
da Ordem. disposto no presente Estatuto, com as deliberações das
2 — Sempre que a urgência das questões a debater e assembleias geral e regional e com as instruções e diretivas
a decidir o justifiquem, podem ser convocadas reuniões da direção nacional;
extraordinárias da assembleia regional. l) Aprovar o seu regimento.
3 — As reuniões da assembleia regional são convocadas,
com a antecedência mínima de cinco dias, pelo presidente
SECÇÃO X
da mesa, por sua iniciativa, a pedido da respetiva direção
regional, por um mínimo de 5 % dos membros inscritos na Conselho jurisdicional regional
respetiva secção regional, pelo presidente da assembleia
geral ou a pedido da direção nacional. Artigo 46.º
4 — As reuniões requeridas pelos membros não se
Composição
realizam sem a presença de, pelo menos, dois terços dos
requerentes da convocatória. O conselho jurisdicional regional é o órgão disciplinar
5 — A convocação é feita por meio de anúncios, constituído pelo presidente e por um mínimo de dois e um
dos quais conste a ordem de trabalhos, publicados num máximo de quatro vogais, eleitos por sufrágio universal,
jornal diário de grande circulação e um de circulação direto, secreto e periódico dos membros inscritos na res-
regional. petiva secção regional.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7039

Artigo 47.º 4 — O delegado regional é, por inerência, delegado à


assembleia geral.
Competência
5 — Nos casos de justo impedimento, o delegado re-
1 — Compete ao conselho jurisdicional regional ins- gional pode fazer-se substituir por um outro membro da
truir e decidir os processos disciplinares respeitantes a delegação regional respetiva.
farmacêuticos inscritos na respetiva secção regional, com 6 — O delegado regional deve colaborar com os de-
exceção dos que são da exclusiva competência do conselho mais órgãos da Ordem relativamente a questões que se
jurisdicional nacional. relacionem com a respetiva região autónoma, bem como
2 — As deliberações tomadas pelos conselhos juris- prestar apoio e assistência aos membros da Ordem que nela
dicionais regionais devem ser por estes comunicadas às exerçam a sua atividade profissional, independentemente
respetivas direções regionais, para os devidos efeitos. da secção regional onde os mesmos se encontrem inscritos.

SECÇÃO XI CAPÍTULO IV
Conselho fiscal regional Eleições e referendo

Artigo 48.º SECÇÃO I


Composição
Eleições
O conselho fiscal regional é constituído por um presi-
dente e dois vogais, eleitos por sufrágio universal e direto. Artigo 53.º
Eleições
Artigo 49.º
1 — A eleição dos órgãos nacionais e regionais é rea-
Competência lizada no mesmo dia e durante o mesmo período em todo
Compete ao conselho fiscal regional examinar e dar o território nacional, havendo obrigatoriamente mesas de
parecer sobre as contas anuais a apresentar pela direção voto nas sedes das secções regionais e delegações regionais
regional à assembleia regional e apresentar à direção re- para todos os órgãos a eleger.
gional as sugestões que entenda convenientes. 2 — No exercício do direito de voto, independente-
mente do modo como este é exercido nos termos do n.º 2
do artigo 16.º, deve ser salvaguardado o sigilo inerente
SECÇÃO XII ao ato.
Delegações regionais Artigo 54.º
Eleição para a assembleia geral
Artigo 50.º
1 — Sempre que seja convocada uma reunião da assem-
Composição bleia geral, os delegados das secções regionais são eleitos,
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira existe de entre os seus membros, pelas respetivas assembleias re-
uma delegação regional, composta pelos farmacêuticos gionais, realizadas com a antecedência mínima de cinco dias
que residem ou exercem a sua profissão em cada região em relação à data marcada para a reunião daquela assembleia.
autónoma, independentemente da secção regional onde os 2 — A eleição dos delegados é precedida da apreciação
mesmos se encontram inscritos. e discussão dos assuntos constantes da ordem de trabalhos
da assembleia geral.
Artigo 51.º 3 — A eleição para os delegados da assembleia geral é
efetuada de acordo com o sistema proporcional segundo
Plenário regional o método de Hondt.
4 — Nenhum candidato pode integrar mais de uma lista.
O plenário regional é composto por todos os membros
inscritos na respetiva delegação regional e exerce, relativa-
Artigo 55.º
mente à delegação regional, com as necessárias adaptações,
a competência das assembleias regionais. Do ato eleitoral
O ato eleitoral dos diversos órgãos rege-se pelo regu-
Artigo 52.º lamento eleitoral e o dos colégios de especialidade pelos
Delegado regional respetivos regulamentos.
1 — A delegação regional é dirigida pelo delegado
regional, eleito por sufrágio universal, direto, secreto e SECÇÃO II
periódico dos membros inscritos na respetiva delegação Referendo
regional.
2 — Podem eleger e ser eleitos os farmacêuticos que Artigo 56.º
residam ou exerçam a sua profissão na região autónoma
Referendo
a que a eleição respeita.
3 — O delegado regional pode nomear assessores de Quando haja questões de relevante interesse para a Or-
entre os farmacêuticos que residam ou exerçam a sua pro- dem, esta pode ser chamada a pronunciar-se sobre elas
fissão na respetiva região autónoma. através de referendo.
7040 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

Artigo 57.º Artigo 63.º


Objeto Quota mensal

São excluídas do referendo matérias que digam res- 1 — Após a inscrição, o membro é obrigado a contri-
peito a disposições imperativas da lei ou do presente buir para a Ordem com a quota mensal que for fixada por
Estatuto. deliberação da assembleia geral, sob proposta da direção
nacional.
Artigo 58.º 2 — A direção nacional, mediante proposta fundamen-
tada da direção regional, pode isentar temporariamente do
Iniciativa pagamento de quotas os membros que se encontrem em
1 — A iniciativa do referendo cabe ao presidente da situação que justifique tal isenção.
mesa da assembleia geral, a pedido da direção nacional 3 — A Ordem pode cobrar taxas pela prestação de ser-
ou de, pelo menos, 20 % dos membros efetivos da Or- viços, designadamente pela elaboração de documentos,
dem, dos quais o número de inscritos em qualquer secção relatórios ou pareceres que lhe sejam pedidos, desde que
não pode ser superior a dois terços do número total dos não seja legalmente obrigada a prestar tais serviços sem
signatários. custos para o requerente.
2 — Independentemente do disposto no número ante-
Artigo 64.º
rior, o conselho jurisdicional nacional deve pronunciar-se
sobre a legalidade do referendo. Receitas da Ordem
1 — Constituem receitas da Ordem:
Artigo 59.º
a) Quotas e taxas pagas pelos membros;
Âmbito
b) Quaisquer subsídios ou donativos;
1 — Cada referendo recai sobre uma só matéria, de- c) Doações, heranças ou legados que venham a ser ins-
vendo as questões ser formuladas em termos de sim ou tituídos em seu benefício;
não, com objetividade, clareza e precisão. d) O produto das multas aplicadas a membros, no se-
2 — Nenhuma matéria submetida a referendo pode com- guimento de processo disciplinar;
portar mais de três perguntas que, por sua vez, não podem e) As taxas cobradas pela prestação de serviços e ren-
ser precedidas de quaisquer considerandos, preâmbulos ou dimentos de outras atividades;
notas explicativas. f) Outras receitas de bens próprios, designadamente
rendimentos dos bens móveis e imóveis da Ordem.
Artigo 60.º
2 — O montante das quotas e demais taxas, previsto
Convocação número anterior, bem como o respetivo procedimento
Não podem ser convocados referendos nos três meses de lançamento, liquidação e cobrança, são fixados em
regulamento aprovado pela assembleia geral, por maio-
anteriores às eleições na Ordem e até à tomada de posse dos
ria absoluta, mediante proposta fundamentada da direção
órgãos nacionais ou regionais, com exceção dos colégios nacional, observados os requisitos substantivos previstos
de especialidade. na lei geral sobre as taxas e outras contribuições da Ad-
ministração Pública.
Artigo 61.º 3 — Na fixação do montante da quota mensal, a assem-
Cabimento orçamental bleia geral pode prever critérios objetivos que permitam
diferenciar o montante a pagar tendo em conta, designa-
O referendo não pode envolver aumento de despe- damente, os anos de serviço da profissão ou o facto de se
sas ou diminuição de receitas constantes do orçamento tratar de membro individual ou coletivo.
aprovado.
Artigo 65.º
Receitas dos órgãos da Ordem
CAPÍTULO V
1 — A direção nacional decide a parte da receita pro-
Regime laboral, patrimonial e financeiro veniente das quotas que reverte para a direção regional.
2 — A secção regional atribui às delegações regionais
Artigo 62.º as receitas necessárias ao seu funcionamento.
Regime laboral 3 — Em casos de insuficiência das receitas de uma
delegação regional, pode a assembleia regional do Sul e
1 — Aos trabalhadores da Ordem é aplicável o regime Ilhas, por proposta da delegação regional respetiva, fixar
previsto no Código do Trabalho e o disposto nos números uma quota suplementar, destinada exclusivamente às des-
seguintes. pesas da delegação regional respetiva, aplicando-se, com
2 — A celebração do contrato de trabalho deve ser as necessárias adaptações, o disposto na alínea e) do n.º 1
precedida de um processo de seleção que obedeça aos do artigo 22.º
princípios da igualdade, da transparência, da publici- Artigo 66.º
dade e da fundamentação com base em critérios ob-
Despesas de deslocação
jetivos.
3 — As regras a que deve obedecer o processo de sele- Cada secção regional suporta as despesas de deslocação
ção são objeto de regulamento interno. e de estada dos delegados à assembleia geral.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7041

CAPÍTULO VI salvo quando se trate de factos que envolvam responsa-


bilidade disciplinar.
Tutela, controlo jurisdicional
e responsabilidade penal
CAPÍTULO VII
SECÇÃO I Exercício da atividade farmacêutica
Tutela
SECÇÃO I
Artigo 67.º
Das competências profissionais
Tutela
Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem, Artigo 72.º
em conformidade com o disposto no artigo 45.º da Lei Dos farmacêuticos
n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são
exercidos pelo membro do Governo responsável pela área 1 — Para efeitos de aplicação do presente Estatuto,
da saúde. consideram-se farmacêuticos todos os membros inscritos
na Ordem.
2 — Os farmacêuticos encontram-se vinculados ao
SECÇÃO II cumprimento dos deveres resultantes da sua inscrição na
Controlo jurisdicional Ordem, qualquer que seja o âmbito ou a modalidade do
exercício profissional em que estejam implicados.
Artigo 68.º
Artigo 73.º
Contencioso administrativo
Natureza da profissão
1 — As decisões da Ordem praticadas no exercício de
poderes públicos estão sujeitas ao contencioso administra- 1 — O farmacêutico, enquanto prestador de serviços de
tivo nos termos das leis do processo administrativo. saúde, exerce uma profissão livre.
2 — Têm legitimidade para impugnar a legalidade dos 2 — Quer como profissional liberal quer como tra-
atos e regulamentos da Ordem, os interessados, o Ministé- balhador por conta de outrem, o farmacêutico exerce as
rio Público, o membro do Governo da tutela sobre a Ordem suas funções com inteira autonomia técnica, científica e
e o Provedor de Justiça. deontológica.

Artigo 69.º Artigo 74.º


Do ato farmacêutico
Tribunal de Contas
A Ordem está sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas, 1 — O ato farmacêutico é da exclusiva competência e
nos termos estabelecidos na Lei de Organização e Processo responsabilidade dos farmacêuticos.
e no Regulamento Geral daquele Tribunal. 2 — O disposto no número anterior não se aplica ao
medicamento de uso veterinário.
Artigo 70.º
Artigo 75.º
Relatórios
Conteúdo
1 — A Ordem elabora anualmente um relatório sobre a
prossecução das suas atribuições, o qual deve ser apresen- Integram o conteúdo de ato farmacêutico as seguintes
tado à Assembleia da República e ao Governo, até 31 de atividades:
março de cada ano. a) Desenvolvimento e preparação das formas farma-
2 — A Ordem deve ainda prestar aos órgãos de sobe- cêuticas dos medicamentos;
rania referidos no número anterior toda a informação que b) Registo, fabrico e controlo dos medicamentos de uso
lhe seja solicitada relativamente ao exercício das suas humano e veterinário e dos dispositivos médicos;
atribuições. c) Controlo de qualidade dos medicamentos e dos dis-
3 — O bastonário deve ainda corresponder ao pedido positivos médicos em laboratório de controlo de qualidade
das comissões parlamentares competentes para pres- de medicamentos e dispositivos médicos;
tarem as informações e esclarecimentos de que estas d) Armazenamento, conservação e distribuição por
necessitem. grosso dos medicamentos de uso humano e veterinário,
dos dispositivos médicos;
SECÇÃO III e) Preparação, controlo, seleção, aquisição, armaze-
namento e dispensa dos medicamentos de uso humano e
Responsabilidade penal veterinário e de dispositivos médicos em farmácias abertas
ao público, serviços farmacêuticos hospitalares e serviços
Artigo 71.º farmacêuticos privativos de quaisquer outras entidades
Processo penal
públicas e privadas, sem prejuízo do regime de distribuição
ao público de medicamentos não sujeitos a receita médica
A Ordem pode constituir-se assistente nos processos fora das farmácias, nos termos da legislação respetiva;
penais relacionados com o exercício da profissão farma- f) Preparação de soluções anti-séticas, de desinfetantes
cêutica ou com o desempenho de cargos nos seus órgãos, e de misturas intravenosas;
7042 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

g) Interpretação e avaliação das prescrições médicas; c) Praticar atos suscetíveis de causar prejuízos a ter-
h) Informação e consulta sobre medicamentos de uso ceiros;
humano e veterinário, dispositivos médicos, sujeitos e d) Colaborar com entidades que não assegurem a neces-
não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais sária independência no exercício da sua atividade enquanto
de saúde e de doentes, de modo a promover a sua correta profissional livre;
utilização; e) Dispensar produtos que não estejam científica e tec-
i) Acompanhamento, vigilância e controlo da distribui- nicamente comprovados ou não registados nos serviços
ção, dispensa e utilização de medicamentos de uso humano oficiais;
e veterinário, de dispositivos médicos; f) Praticar atos contrários à ética profissional que possam
j) Monitorização de fármacos, incluindo a determinação influenciar a livre escolha do utente.
de parâmetros farmacocinéticos e o estabelecimento de
esquemas posológicos individualizados; 5 — Os farmacêuticos devem promover a atualização
k) Colheita de produtos biológicos, execução e interpre- permanente dos seus conhecimentos, designadamente
tação de análises clínicas e determinação de níveis séricos; através da frequência de ações de qualificação profis-
l) Execução, interpretação e validação de análises toxi- sional.
cológicas, hidrológicas, e bromatológicas;
m) Todos os atos ou funções diretamente ligados às Artigo 79.º
atividades descritas nas alíneas anteriores.
Direitos
Artigo 76.º São direitos do farmacêutico, entre outros:
Atos de natureza análoga a) Exercer a profissão farmacêutica no território na-
Podem ainda ser considerados atos farmacêuticos quais- cional;
quer outros que, pela sua natureza, requeiram especializa- b) Eleger e ser eleito ou designado para cargos da Ordem
ção em qualquer das áreas de intervenção farmacêutica, e como delegado à assembleia geral, de harmonia com o
enquanto atividades afins ou complementares. presente Estatuto;
c) Requerer a convocação de assembleias nos termos
do presente Estatuto;
SECÇÃO II d) Apresentar as propostas que julgar de interesse co-
Deontologia profissional letivo;
e) Reclamar dos atos que considere lesivos dos seus
Artigo 77.º direitos e denunciar à mesma direção quaisquer infrações
ao presente Estatuto cometidas pelos titulares dos órgãos
Princípio geral da Ordem no desempenho das suas funções;
O exercício da atividade farmacêutica tem como obje- f) Apreciar nas assembleias os atos das direções regio-
tivo essencial o cidadão em geral e o doente em particular. nais ou da direção nacional e submeter à votação moções
de censura aos mesmos órgãos;
Artigo 78.º g) Ter acesso às atas das assembleias geral e regionais,
bem como dos plenários;
Princípios gerais de conduta profissional h) Solicitar e obter a intervenção da Ordem na defesa
1 — O farmacêutico é um agente de saúde, cumprindo- dos seus direitos e legítimos interesses.
-lhe executar todas as tarefas relativas aos medicamentos,
às análises clínicas ou análises de outra natureza que se- Artigo 80.º
jam suscetíveis de contribuir para a salvaguarda da saúde Dever geral
pública, bem como as ações de educação dirigidas à co-
munidade no âmbito da promoção da saúde e prevenção O farmacêutico deve, em todas as circunstâncias, mesmo
da doença. fora do exercício da sua atividade profissional, proceder de
2 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve modo a prestigiar o bom nome e a dignidade da profissão
ter sempre presente o elevado grau de responsabilidade que farmacêutica.
a mesma encerra, o dever ético de a exercer com a maior
diligência, zelo e competência e deve contribuir para a Artigo 81.º
realização dos objetivos da política de saúde. Deveres especiais para com a Ordem
3 — A primeira e principal responsabilidade do farma-
cêutico é para com a saúde e o bem-estar do doente e do 1 — É dever do farmacêutico o cumprimento escrupu-
cidadão em geral, devendo privilegiar o bem-estar destes loso das regras consagradas no presente Estatuto.
em detrimento dos seus interesses pessoais ou comerciais 2 — São deveres especiais do farmacêutico:
e promover o direito de acesso a um tratamento com qua- a) Cumprir as leis e regulamentos que lhe digam respeito;
lidade, eficácia e segurança. b) Prestar colaboração efetiva a todas as iniciativas que
4 — No exercício da sua profissão, o farmacêutico deve prestigiem a Ordem;
pautar-se pelo estrito respeito das normas deontológicas, c) Exercer os cargos para que for eleito, salvo nos casos
sendo-lhe vedado:
de impedimento justificado;
a) Estabelecer conluios com terceiros; d) Cumprir e fazer cumprir as deliberações legítimas
b) Consentir a disponibilização de medicamentos sem dos órgãos da Ordem;
a intervenção direta do farmacêutico ou dos seus colabo- e) Pagar pontualmente as quotas e suportar os encargos
radores; regulamentares;
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7043

f) Manter a Ordem informada sobre todas as alterações 5 — A obrigação do sigilo profissional não impede que
da sua residência e atividade profissional, sem prejuízo o farmacêutico tome as precauções necessárias ou participe
de igual procedimento para com as entidades oficiais, em nas medidas indispensáveis para salvaguarda da vida e
conformidade com a lei; saúde das pessoas que coabitem ou privem com o doente.
g) Frequentar ações de qualificação profissional, a pro- 6 — Quando notificado como testemunha em processo
mover pela Ordem ou por esta reconhecidas, nos termos a que envolva um seu doente ou terceiros, o farmacêutico
fixar no regulamento de qualificação. pode recusar-se a prestar declarações que constituam maté-
ria de sigilo profissional, salvo se devidamente autorizado
Artigo 82.º a fazê-lo pelo bastonário.
Relação com os colegas e outros profissionais da saúde
Artigo 86.º
1 — O farmacêutico deve tratar com urbanidade todos
Informação e publicidade de medicamentos
os que consigo trabalhem a qualquer nível.
2 — O farmacêutico deve colaborar na preparação cien- Toda a informação e publicidade de medicamentos e
tífica e técnica dos seus colegas, facultando-lhes todas as outros produtos de saúde deve ser verdadeira e completa,
informações necessárias à sua atividade e ao seu aperfei- cabendo ao farmacêutico responsável pela preparação,
çoamento. distribuição, dispensa, informação e vigilância de medi-
3 — Os farmacêuticos devem manter entre si um correto camentos zelar para que as informações fornecidas sejam
relacionamento profissional, evitando atitudes contrárias baseadas em dados científicos comprovados, não omitindo
ao espírito de solidariedade, lealdade e auxílio mútuo e os aspetos relevantes de eficácia e segurança para a correta
aos valores éticos da sua profissão. utilização destes produtos.
4 — No exercício da sua atividade, o farmacêutico deve,
sem prejuízo da sua independência, manter as mais corretas Artigo 87.º
relações com os outros profissionais de saúde.
Publicidade da atividade profissional
Artigo 83.º A publicidade é permitida nos termos da lei e das regras
Dever de colaboração no ensino deontológicas aplicáveis aos farmacêuticos, observando o
disposto no artigo 32.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
1 — O farmacêutico deve colaborar, no âmbito das
suas competências e na medida das suas possibilidades, Artigo 88.º
com as instituições de ensino farmacêutico e outras na
Desenvolvimento das regras deontológicas
realização de estágios de pré-graduação, pós-graduação
e especialização, comprometendo-se a ministrar ao es- As regras deontológicas dos farmacêuticos são objeto de
tagiário uma adequada instrução prática e integrada desenvolvimento em código deontológico, a aprovar pela
nas atividades farmacêuticas, consolidando, através do assembleia geral, sob proposta da direção nacional.
exemplo, a ética e a deontologia próprias da profissão
farmacêutica. Artigo 89.º
2 — O farmacêutico deve ainda colaborar com as insti-
tuições de ensino farmacêutico nas ações de formação con- Acumulação e impedimentos
tínua, pós-graduação e valorização socioprofissional. 1 — O farmacêutico só pode exercer outra atividade
em regime de acumulação, nos casos e situações expres-
Artigo 84.º samente previstos na lei.
Objeção de consciência 2 — Ao farmacêutico é vedado colaborar com qual-
quer entidade, singular ou coletiva, públicas ou privadas,
O farmacêutico pode exercer o seu direito à objeção de sempre que dessa colaboração possa resultar violação das
consciência, desde que com isso não ponha em perigo a leis e regulamentos que regem o exercício e os legítimos
saúde ou a vida do doente. interesses da profissão farmacêutica.
Artigo 85.º
CAPÍTULO VIII
Sigilo profissional
Responsabilidade disciplinar
1 — Os farmacêuticos são obrigados ao sigilo profissio-
nal relativo a todos os factos de que tenham conhecimento
no exercício da sua profissão, com exceção das situações SECÇÃO I
previstas na lei. Regime disciplinar
2 — O dever de sigilo profissional subsiste após a ces-
sação da atividade profissional.
SUBSECÇÃO I
3 — Para garantia do sigilo profissional, os farmacêuti-
cos, no exercício da sua atividade, devem comportar-se por Disposições gerais
forma a evitar que terceiros se apercebam das informações
respeitantes à situação clínica do doente. Artigo 90.º
4 — O sigilo profissional obriga os farmacêuticos a
Infração disciplinar
absterem-se de mencionar ou comentar factos que possam
violar a privacidade do doente, designadamente os que se 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
relacionam com o respetivo estado de saúde. omissão que consista em violação, por qualquer membro
7044 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente gamento, o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem,
Estatuto ou nos respetivos regulamentos. preferencialmente por via eletrónica, do despacho de
2 — A infração disciplinar é: acusação, do despacho de pronúncia e da contestação,
se tiver sido apresentada, bem como quaisquer outros
a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in-
elementos solicitados pela direção ou pelo bastoná-
tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito
rio.
no exercício da profissão; 7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os de- rante a Ordem decorrente da prática de infrações é inde-
veres profissionais a que se encontra adstrito no exercício pendente da responsabilidade disciplinar por violação dos
da profissão; deveres emergentes de relações de trabalho.
c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro-
fissionais a que está adstrito no exercício da profissão, Artigo 93.º
afetando com a sua conduta, de tal forma, a dignidade e o
prestígio profissional, que fique definitivamente inviabi- Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
lizado o exercício da profissão. e dos profissionais em livre prestação de serviços

3 — As infrações disciplinares previstas no presente 1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão


Estatuto e demais disposições legais e regulamentares sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos nos termos
aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência. do presente Estatuto e da lei que regula a constituição e o
funcionamento das sociedades profissionais.
Artigo 91.º 2 — Os profissionais que prestem serviços em terri-
tório nacional em regime de livre prestação são equipa-
Jurisdição disciplinar rados aos membros da Ordem para efeitos disciplinares,
1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de
disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. agosto, e 25/2014, de 2 de maio, com as especificidades
2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o mem- constantes do n.º 9 do artigo 101.º e do regulamento
bro continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem. disciplinar.
3 — A suspensão ou o cancelamento da inscrição não
faz cessar a responsabilidade disciplinar por infrações Artigo 94.º
anteriormente praticadas pelo membro da Ordem en- Prescrição
quanto tal.
4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar 1 — O direito a instaurar o processo disciplinar pres-
a responsabilidade disciplinar do associado relativamente creve no prazo de cinco anos, a contar da prática do ato,
às infrações por ele cometidas antes da decisão definitiva ou do último ato em caso de prática continuada.
que as tenha aplicado. 2 — Se a infração disciplinar constituir simultanea-
mente infração criminal para a qual a lei estabeleça
Artigo 92.º prescrição sujeita a prazo mais longo, o procedimento
disciplinar apenas prescreve após o decurso deste último
Independência da responsabilidade disciplinar prazo.
dos membros da Ordem
3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar
1 — A responsabilidade disciplinar é independente da corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
responsabilidade civil e criminal decorrente do mesmo 4 — O prazo de prescrição só corre:
facto e coexiste com qualquer outra prevista por lei. a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem sua prática;
coexiste com qualquer outra prevista por lei. b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver do último ato;
sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, a consumação.
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode 5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante desde o conhecimento pelo órgão competente para a ins-
o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de tauração do processo disciplinar ou a participação efetuada
apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do nos termos do n.º 1 do artigo 98.º, não se iniciar o processo
correspondente processo não possa começar ou continuar
disciplinar competente no prazo de um ano.
a ter lugar.
6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do
suspende-se durante o tempo em que o processo discipli-
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade
nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à
de pronúncia em processo penal.
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver
7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
lugar, do despacho de pronúncia.
em que cessar a causa da suspensão.
5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
interrompe-se com a notificação ao arguido:
no processo disciplinar.
6 — Sempre que, em processo penal contra membro a) Da instauração do mesmo;
da Ordem, for designado dia para a audiência de jul- b) Da acusação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7045

SUBSECÇÃO II Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20


Do exercício da ação disciplinar de junho.

Artigo 95.º SUBSECÇÃO III

Exercício da ação disciplinar Aplicação de sanções disciplinares

1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos Artigo 100.º


suscetíveis de constituir infração disciplinar:
Aplicação de sanções disciplinares
a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada por
estes; 1 — As sanções disciplinares são as seguintes:
b) O bastonário; a) Advertência;
c) A direção nacional; b) Repreensão registada;
d) O Ministério Público, nos termos do n.º 3. c) Multa variável entre os limites mínimo e máximo
previstos no regime geral das contraordenações, aprovado
2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades devem pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado
dar conhecimento à Ordem da prática, por associados pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de outubro, 244/95,
desta, de factos suscetíveis de constituir infração dis- de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro, e pela
ciplinar. Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro;
3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi- d) Suspensão até 15 anos;
nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações e) Expulsão.
ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que
possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir 2 — A sanção de advertência é aplicada a faltas leves
infração disciplinar. no exercício da profissão dos membros da Ordem.
3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a
Artigo 96.º faltas leves no exercício da profissão dos membros da
Desistência da participação Ordem às quais, em razão da culpa do arguido, não caiba
mera advertência.
A desistência da participação disciplinar pelo partici-
4 — A sanção de multa é aplicável nos casos de negli-
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
gência grave que atente contra a dignidade do exercício
imputada afetar a dignidade do associado visado e, neste
caso, este manifestar intenção de que o processo prossiga, da profissão de farmacêutico.
ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma 5 — A sanção de suspensão é aplicável nos casos de
das suas especialidades. negligência muito grave que atente contra a dignidade do
exercício da profissão de farmacêutico.
Artigo 97.º 6 — A sanção de suspensão pode ainda ser aplicada a
casos de incumprimento culposo do dever de pagamento
Instauração do processo disciplinar das quotas por um período superior a 12 meses.
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou 7 — Nos casos previstos no número anterior, o paga-
tendo por base queixa, denúncia ou participação apre- mento voluntário das quotas em dívida determina a impos-
sentada por pessoa devidamente identificada, contendo sibilidade de aplicação da sanção de suspensão ou, no caso
factos suscetíveis de integrarem infração disciplinar do de a mesma já ter sido aplicada, a sua extinção.
associado, comunica, de imediato, os factos ao órgão 8 — A sanção de expulsão é aplicável a faltas muito
competente para a instauração de processo discipli- graves que afetem de tal forma a dignidade e o prestígio
nar. profissionais, que inviabilizam definitivamente o exercí-
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, cio da atividade profissional em causa, tendo em conta a
dela se dá conhecimento ao associado visado e são emitidas natureza da profissão, a infração disciplinar seja grave e
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela tenha posto em causa a vida, a integridade física das pes-
dos seus direitos e interesses legítimos. soas ou seja gravemente lesiva da honra ou do património
alheios ou de valores equivalentes, sem prejuízo do direito
Artigo 98.º à reabilitação.
9 — No caso de profissionais em regime de livre presta-
Legitimidade processual ção de serviços em território nacional, as sanções previstas
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela- nos n.os 5 a 8 assumem a forma de interdição temporária
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem ou definitiva do exercício da atividade profissional neste
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o território, consoante os casos.
que tiverem por conveniente. 10 — A aplicação de sanção mais grave do que a de
repreensão registada a associado que exerça algum cargo
Artigo 99.º nos órgãos da Ordem determina a imediata destituição
desse cargo, sem dependência de deliberação da assembleia
Direito subsidiário
representativa nesse sentido.
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro- 11 — Sempre que a infração resulte da violação de um
cesso disciplinar rege-se pelo disposto no regulamento dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
disciplinar, sendo subsidiariamente aplicáveis as normas não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
procedimentais previstas na Lei Geral do Trabalho em ainda for possível.
7046 Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015

Artigo 101.º da cédula profissional na sede da Ordem ou na delegação


Graduação
regional em que o arguido tenha o seu domicílio profis-
sional, nos casos aplicáveis.
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-
cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau Artigo 105.º
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
situação económica do arguido e a todas as demais cir-
cunstâncias agravantes ou atenuantes. 1 — A produção de efeitos das sanções disciplinares
2 — São circunstâncias atenuantes: inicia-se no dia seguinte àquele em que a decisão se torne
definitiva.
a) O exercício efetivo da atividade profissional por um 2 — Se, na data em que a decisão se torna definitiva,
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados, estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
sem qualquer sanção disciplinar; sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
b) A confissão espontânea da infração ou das infrações; ao do levantamento da suspensão.
c) A colaboração do arguido para a descoberta da verdade;
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva. Artigo 106.º
3 — São circunstâncias agravantes: Prazo para pagamento das sanções de multa

a) A premeditação na prática da infração e na preparação 1 — As multas aplicadas nos termos da alínea c) do


da mesma; n.º 1 do artigo 100.º devem ser pagas no prazo de 30 dias,
b) O conluio; a contar do início da produção de efeitos da respetiva
c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de sanção.
infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia 2 — Ao associado que não pague a multa no prazo
em que se tornar definitiva a condenação por cometimento referido no número anterior é suspensa a sua inscrição,
de infração anterior; mediante decisão do órgão disciplinarmente competente,
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais a qual lhe é comunicada.
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando 3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga-
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; mento da importância em dívida.
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso Artigo 107.º
do período de suspensão de sanção disciplinar; Comunicação e publicidade
f) A produção de prejuízos de valor considerável,
entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de 1 — A aplicação das sanções previstas nas alíneas b) a e)
metade da alçada dos tribunais da relação. do n.º 1 do artigo 101.º é comunicada pela direção nacional
à sociedade de profissionais ou organização associativa
Artigo 102.º por conta da qual o arguido prestava serviços à data dos
factos e à autoridade competente noutro Estado membro
Unidade e acumulação de infrações da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
Não pode ser aplicado ao membro da Ordem mais do para o controlo da atividade do arguido estabelecido nesse
que uma sanção disciplinar por cada facto punível. mesmo Estado membro.
2 — A aplicação das sanções de suspensão ou de expul-
são só pode ter lugar precedendo audiência pública, salvo
Artigo 103.º
falta do arguido nos termos do regulamento disciplinar.
Suspensão das sanções 3 — Às sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1
do artigo 100.º é dada publicidade através do sítio oficial
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
da Ordem e em locais considerados idóneos para o cum-
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática primento das finalidades de prevenção geral do sistema
da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão jurídico.
podem ser suspensas por um período compreendido entre 4 — A publicidade das sanções disciplinares e da sus-
um e cinco anos. pensão preventiva é promovida pelo órgão disciplinar-
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati- mente competente, sendo efetuada a expensas do arguido.
vamente ao membro punido, seja proferida decisão final 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
de condenação em novo processo disciplinar. Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
publicidade à sua suspensão preventiva, sempre que este
Artigo 104.º não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
Execução das sanções dimento disciplinar.
1 — Compete à direção nacional dar execução às deci- Artigo 108.º
sões proferidas em sede de processo disciplinar, designa- Prescrição das sanções disciplinares
damente praticando os atos necessários à efetiva suspensão
ou ao cancelamento da inscrição dos membros a quem As sanções disciplinares prescrevem nos prazos seguin-
sejam aplicadas as sanções de suspensão e de expulsão, tes, contados da data em que a decisão se tornou inim-
respetivamente. pugnável:
2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão a) Dois anos, as de advertência e repreensão registada;
implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva- b) Quatro anos, a de multa;
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega c) Cinco anos, as de suspensão e de expulsão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 4 de setembro de 2015 7047

Artigo 109.º 2 — A suspensão a que se refere o número anterior


Condenação em processo criminal
só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
prática de infração disciplinar à qual corresponda uma
1 — Sempre que em processo criminal seja imposta das sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 do ar-
a proibição de exercício da profissão durante período de tigo 101.º
tempo determinado, este é deduzido à sanção disciplinar 3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
de suspensão que, pela prática dos mesmos factos, vier a ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
ser aplicada ao membro da Ordem.
2 — A condenação de um membro da Ordem em pro- Artigo 114.º
cesso criminal é comunicada à Ordem para efeitos de
Natureza secreta do processo
averbamento ao respetivo cadastro.
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
SUBSECÇÃO IV de acusação ou ao de arquivamento.
Do processo 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministé-
Artigo 110.º rio Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos
interessados, quando daí não resulte inconveniente para
Obrigatoriedade a instrução e sob condição de não ser divulgado o que
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre- dele conste.
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade 3 — O arguido ou o interessado, quando membro da
disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo,
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. incorre em responsabilidade disciplinar.

Artigo 111.º SUBSECÇÃO V

Formas do processo Das garantias

1 — A ação disciplinar comporta as seguintes formas: Artigo 115.º


a) Processo de inquérito; Controlo jurisdicional
b) Processo disciplinar.
A decisão relativa à aplicação de uma sanção disciplinar
2 — O processo de inquérito é aplicável quando não fica sujeita à jurisdição administrativa, de acordo com a
seja possível identificar claramente a existência de uma respetiva legislação.
infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a
realização de diligências sumárias para o esclarecimento Artigo 116.º
ou a concretização dos factos em causa. Revisão
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis-
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra- 1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar,
constituir infração disciplinar. sempre que:
a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar
Artigo 112.º falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
Processo disciplinar sido determinantes para a decisão revidenda;
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
1 — O processo disciplinar é regulado no presente Es- como provado crime cometido por membro ou membros
tatuto e no regulamento disciplinar. do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes com o exercício das suas funções no processo;
fases: c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
a) Instrução; condenatória forem inconciliáveis com os que forem
b) Defesa do arguido; dados como provados noutra decisão definitiva e da
c) Decisão; oposição resultarem graves dúvidas sobre a justiça da
d) Execução. condenação;
d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
3 — Independentemente da fase do processo disciplinar, que, por si ou combinados com os que foram apreciados
são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
nos termos gerais de direito. decisão condenatória proferida.

Artigo 113.º 2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-


tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
Suspensão preventiva
fundamento para a revisão.
1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido 3 — A revisão é admissível ainda que o processo se
notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or- encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação 4 — O exercício do direito de revisão previsto no pre-
tomada por maioria qualificada de dois terços dos membros sente artigo é regulado pelas disposições aplicáveis do
presentes do órgão competente da Ordem. regulamento disciplinar.
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Artigo 117.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do


Reabilitação
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a
1 — No caso de aplicação de sanção de expulsão, o certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
membro pode ser reabilitado, mediante requerimento de- mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado
vidamente fundamentado dirigido ao órgão da Ordem com interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral,
competência disciplinar e desde que se preencha cumula- através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes
tivamente os seguintes requisitos: informações:
a) Tenham decorrido mais de 15 anos sobre o trânsito a) Regime de acesso e exercício da profissão;
em julgado da decisão que aplicou a sanção; b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
b) O reabilitando tenha revelado boa conduta, podendo, aplicáveis aos seus membros;
para o demonstrar, utilizar quaisquer meios de prova le- c) Procedimento de apresentação de queixa ou re-
galmente admissíveis. clamações pelos destinatários relativamente aos ser-
viços prestados pelos profissionais no âmbito da sua
2 — Deliberada a reabilitação, o membro reabilitado
recupera plenamente os seus direitos e é-lhe dada a pu- atividade;
blicidade devida, nos termos do artigo 108.º, com as ne- d) Ofertas de emprego na Ordem;
cessárias adaptações. e) Registo atualizado dos membros com:
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
teira ou cédula profissionais;
CAPÍTULO IX ii) A designação do título e das especialidades profis-
Balcão único e transparência da informação sionais;
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
Artigo 118.º do exercício da atividade, se for caso disso;
Isenção de taxas
f) Registo atualizado dos profissionais em livre
1 — São isentas da taxa as certidões emitidas pela Or- prestação de serviços no território nacional, que se
dem a coberto do disposto no Código do Procedimento consideram inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º
Administrativo. da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
2 — A Ordem pode, todavia, cobrar taxas por documen- n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio,
tos, relatórios ou pareceres que lhe sejam pedidos, desde que contemple:
que não seja legalmente obrigada a prestar tais serviços.
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Artigo 119.º designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades;
Documentos e balcão único ii) A identificação da associação pública profissional
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações no Estado membro de origem, na qual o profissional se
entre a Ordem e profissionais, sociedades de farmacêuticos encontre inscrito;
ou outras organizações associativas de profissionais para iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
o exercício da atividade farmacêutica, com exceção dos do exercício da atividade, se for caso disso;
relativos a procedimentos disciplinares, são realizados iv) A informação relativa às sociedades de profis-
por meios eletrónicos, através do balcão único eletrónico sionais ou outras formas de organização associativa
dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei de profissionais para que prestem serviços no Estado
n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do sítio na membro de origem, caso aqui prestem serviços nessa
Internet da Ordem. qualidade.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do Artigo 121.º
disposto no número anterior, a transmissão da informação Cooperação administrativa
em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or-
dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia A Ordem presta e solicita às autoridades administra-
ou por correio eletrónico. tivas dos outros Estados membros da União Europeia
3 — A apresentação de documentos em forma simples nos e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Euro-
termos dos números anteriores, dispensa a remessa dos do- peia assistência mútua e toma as medidas necessárias
cumentos originais, autênticos, autenticados ou certificados, para cooperar eficazmente, nomeadamente através do
sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 e nos n.os 4 e Sistema de Informação do Mercado Interno, no âmbito
5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho. dos procedimentos relativos a prestadores de serviços
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos já estabelecidos noutro Estado membro, nos termos
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do ar- do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
tigo 5.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
de 26 de julho. março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Artigo 120.º e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º
da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e
Informação na Internet
do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos
Para além da informação prevista no artigo 23.º da aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º em especial do comércio eletrónico.

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