Você está na página 1de 258

DIAGNÓSTICO SOBRE TRABALHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE

BETIM/MG
Dimas Antônio de Souza
Hernany Mendes de Faria Pinto
Marco Antônio Couto Marinho

DIAGNÓSTICO SOBRE TRABALHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE


BETIM/MG

Betim/MG
Abril 2018
Equipe Técnica

Prof. Doutor Dimas Antônio de Souza


Doutor em Estudos do Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (2106), Mestre em
Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002) e Bacharel em Ciências
Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997). É Professor da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Coordenador do Diagnóstico da Criança, do
Adolescente e do Jovem em Belo Horizonte no ano de 2012/13; Coordenador do Diagnóstico
do Trabalho Infantil de Belo Horizonte, do Plano Municipal de Combate ao Trabalho Infantil
em Belo Horizonte, do Diagnóstico sobre o Trabalho Infantil em Betim/MG, do Diagnóstico
da Criança e do Adolescente de Mococa/SP e do Diagnóstico sobre Imigração e Refúgio em
Minas Gerais.

Hernany Mendes de Faria Pinto


Possui graduação em Psicologia pela Universidade FUMEC (1995) e especialização em
especialização em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo LACRI -
Laboratório da Criança pela Universidade de São Paulo (1997). Tem experiência na área de
Psicologia, com ênfase em Psicologia Social. Coordenador de equipe de arte-educadores de
unidade de atendimento da Associação Corpo Cidadão.

Prof. Doutor Marco Antônio Couto Marinho


Possui graduação em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica (2007), mestrado em
Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2012) e doutorado
em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica/ Sanduíche/Universidade Nova de
Lisboa (2016). Desde maio de 2017 realiza pós-doutorado na Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Projeto Mulheres na Pesca. Tem experiência no desenvolvimento
de projetos de pesquisas no âmbito da Geografia e das Ciências Sociais, por meio de
abordagens e metodologias variadas, com destaque á etnografia em espaços urbanos. De um
modo geral, tem experiência em trabalhos relacionados aos seguintes temas: infância,
adolescência, juventude, trabalho infantil e escravo, espaço urbano, metrópole, cultura e
modos de vida, geografia social, etnografia urbana.
Estatístico:
Luciano Rios Scherrer - CONRE 9103/ 6a Região

Assistentes de Pesquisa
Felipe Ramos Lobo
Mariana Vieira de Souza
Katiane Martins de Araújo Gobbo

Colaboradores
Amanda Dominato Figueiredo
Barbara Oscar Ribeiro
Debora Martins Silva
Isabela Andrade Horta Dumont
Jessica Maria Ferraz dos Santos
Marcos Rolim de Oliveira Cunha
Mariana Ribeiro da Silva
Milena Louise Dias nunes
Núbia Mendes Almeida
Samuel dos Santos Pereira
Thaís Bremer Gonçalves
Vitória Morais dos Anjos

FICHA CATALOGRÁFICA

Souza, Dimas Antônio de


S729d Diagnóstico sobre trabalho infantil no Município de Betim/MG /
Dimas Antônio de Souza. Belo Horizonte: UNILIVRECOOP, 2018.
284 p.: il. E-book

ISBN: 978-85-66939-37-8

1. Trabalho infantil - Betim (MG). 2. Assistência à menores - Política


governamental. 3. Mercado de trabalho - Betim (MG). 4. Saúde pública.
5. Jovens - Emprego. I. Pinto, Hernany Mendes de Faria. II. Marinho,
Marco Antônio Couto. III. Cooperativa de Trabalho de Professores
Universidade Livre. IV. Título.

CDU: 362.748
Roziane do Amparo Araújo Michielini - CRB-2563
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Atividade: Comércio (reparação de veículos automotores objetos pessoais e


domésticos) ............................................................................................................................... 69

Quadro 2 - Equipamentos ....................................................................................................... 126

Quadro 3 - Principais encaminhamentos, segundo Serviço prestado - CT Região II – Betim,


2016 ........................................................................................................................................ 148

Quadro 4 - Profissões dos respondentes que trabalham - CREAS, Betim , 2017 .................. 208
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Comparativo da taxa de crescimento relativo anual de Betim em relação à de


Belo Horizonte e da RMBH – Anos censitários de 1960 até 2010 .......................................... 59

GRÁFICO 2 - Percentual de população urbana e rural, Betim -2010 ...................................... 60

GRÁFICO 3 - Distribuição relativa dos trabalhadores infantis que apenas trabalhavam, Betim
e RMBH - 2010 ........................................................................................................................ 84

GRÁFICO 4 - Percentual de Trabalho Infantil, RMBH – 2011 a 2015 ................................... 90

GRÁFICO 5 - Percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil, segundo a renda


domiciliar per capita, RMBH - 2011 a 2014 ............................................................................ 90

GRÁFICO 6 - Percentual de Trabalho Infantil Doméstico por Regional Administrativa, 5º ano


- Betim, 2015 ............................................................................................................................ 99

GRÁFICO 7 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Fora de Casa por regional, 5º ano -
Betim, 2015 ............................................................................................................................ 101

GRÁFICO 8 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Doméstico por regional, 9º ano -


Betim, 2015 ............................................................................................................................ 105

GRÁFICO 9 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Fora de Casa por regional, 9º ano -
Betim, 2015 ............................................................................................................................ 107

GRÁFICO 10 - Com relação às principais formas de entrada de um caso de Trabalho Infantil


no CRAS - Betim, 2017.......................................................................................................... 127

GRÁFICO 11 - Com relação às principais formas de entrada de um caso de Trabalho Infantil


no CREAS - Betim, 2017 ....................................................................................................... 136

GRÁFICO 12 - Realização de trabalhos domésticos em dias de semana relacionado à variável


sexo (9º ano) – Betim, 2017 ................................................................................................... 236

GRÁFICO 13 - Realização de trabalhos domésticos aos fins de semana relacionado à variável


gênero. (9º ano) – Betim, 2017 ............................................................................................... 237

GRÁFICO 14 - Desempenho de trabalho de cuidado relacionado à variável gênero (9º ano) –


Betim, 2017 ............................................................................................................................ 238

GRÁFICO 15 - Horas de trabalho fora de casa relacionadas à variável gênero (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 243

GRÁFICO 16 - Percentual de Trabalho Infantil em nível Nacional, Estadual e Municipal -


Betim, MG .............................................................................................................................. 256

GRÁFICO 17 - Trabalho Infantil por tipo, em nível Nacional, Estadual e Municipal - Betim,
MG .......................................................................................................................................... 257
GRÁFICO 18 - Trabalho Infantil por tipo, segundo Regional Administrativa - Betim, MG 258

GRÁFICO 19 - Trabalho Infantil, segundo Regional Administrativa - Betim, MG .............. 259

GRÁFICO 20 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Vianópolis ....................................................................... 260

GRÁFICO 21 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho e..................... 260

Escolar (Matemática e Português), 5ºano - Citrolândia.......................................................... 260

GRÁFICO 22 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Imbiruçu .......................................................................... 261

GRÁFICO 23 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho escolar


(Matemática e Português), 5ºano - PTB ................................................................................. 262

GRÁFICO 24 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Alterosas ......................................................................... 263

GRÁFICO 25 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Teresópolis ...................................................................... 264

GRÁFICO 26 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Norte ............................................................................... 264

GRÁFICO 27 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Centro .............................................................................. 265

GRÁFICO 28 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Icaivera............................................................................ 266

GRÁFICO 29 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Petrovale ......................................................................... 266

GRÁFICO 30 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Vianópolis ....................................................................... 267

GRÁFICO 31 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Citrolândia ...................................................................... 267

GRÁFICO 32 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Imbiruçu .......................................................................... 268

GRÁFICO 33 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - PTB ................................................................................. 268

GRÁFICO 34 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Alterosas ......................................................................... 269

GRÁFICO 35 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Teresópolis ...................................................................... 270
GRÁFICO 36 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar
(Matemática e Português), 9ºano - Norte ............................................................................... 270

GRÁFICO 37 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Centro .............................................................................. 271

GRÁFICO 38 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Icaivera............................................................................ 271

GRÁFICO 39 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Petrovale ......................................................................... 271
LISTA DE MAPAS

MAPA 1 - Localização político-administrativa do município de Betim/MG - 2010 ............... 58

MAPA 2 - Eixos viários/acessos principais, Betim/MG .......................................................... 58


LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Comparativo histórico da evolução demográfica de Betim, Belo Horizonte e da


RMBH – anos censitários de 1960 até 2010 ............................................................................ 59

TABELA 2 - Rendimento Domiciliar Per Capita das pessoas residentes, Betim - 2010 ......... 61

TABELA 3 - População residente de crianças e de adolescentes com idade entre 05 e 17 anos


por faixa etária, Betim – 2010 e 2012 ...................................................................................... 71

TABELA 4 - População residente com idade de 05 e 17 anos por sexo e faixa etária, Betim -
2010 .......................................................................................................................................... 72

TABELA 5 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, segundo cor/raça, Betim - 2010 ... 72

TABELA 6 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de enxergar, por


faixa etária, Betim – 2010......................................................................................................... 73

TABELA 7 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de ouvir, por


faixa etária, Betim – 2010......................................................................................................... 73

TABELA 8 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de caminhar ou


de subir degraus, por faixa etária, Betim – 2010 ...................................................................... 74

TABELA 9 - População residente com idade de 05 a 17 anos, segundo a deficiência mental e


intelectual permanente por faixa etária – Betim – 2010 ........................................................... 74

TABELA 10 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, se sabe ler e escrever, Betim –
2010 .......................................................................................................................................... 75

TABELA 11 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, se frequenta escola, Betim – 2010
.................................................................................................................................................. 76

TABELA 12 - População de 05 a 17 anos, segundo o curso mais elevado que frequentou,


Betim – 2010 ............................................................................................................................ 77

TABELA 13 - Pessoas ocupadas, na semana de referência, segundo área urbana ou rural por
faixa etária, Betim – 2010......................................................................................................... 79

TABELA 14 - Pessoas de ocupadas, na semana de referência, segundo sexo e faixa etária,


Betim – 2010 ............................................................................................................................ 80

TABELA 15 - População de 10 a 17 anos, segundo a posição na ocupação principal, Betim –


2010 .......................................................................................................................................... 80

TABELA 16 - População de 10 a 17 anos que realizava mais de um tipo de Trabalho, Betim –


2010 .......................................................................................................................................... 81

TABELA 17 - População de 10 a 17 anos, se na semana de 25 a 31/07/10, durante pelo menos


1 hora, trabalhou ganhando em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios, Betim – 2010
.................................................................................................................................................. 82
TABELA 18 - População de 10 a 17 anos, se no período de 02 a 31 de julho de 2010, tomou
alguma providência, de fato, para conseguir trabalho, Betim – 2010 .................................... 82

TABELA 19 - População de 10 a 17 anos, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível


para assumi-lo na semana de 25 a 31 de julho de 2010, Betim – 2010 ................................... 82

TABELA 20 - População de 05 a 17 anos responsável pelo domicílio, Betim – 2010............ 83

TABELA 21 - Crianças em situação de Trabalho e situação de Frequência à Escola, Betim e


RMBH - 2010 .......................................................................................................................... 83

TABELA 22 - Jornada de trabalho semanal, das crianças e adolescentes que trabalham por
faixa etária, RMBH – 2010....................................................................................................... 85

TABELA 23 - Jornada de trabalho semanal, das crianças e adolescentes que trabalham, por
faixa etária, Betim - 2010 ......................................................................................................... 85

TABELA 24 - Trabalhadores infantojuvenis que declararam possuir a carteira assinada,


segundo a situação de escolaridade, por faixa etária, Betim e RMBH - 2010 ......................... 86

TABELA 25 - Crianças e adolescentes ocupadas segundo a faixa de rendimento bruto na


ocupação principal, por faixa etária, RMBH – 2010 ................................................................ 87

TABELA 26 - Crianças e adolescentes ocupadas segundo a faixa de rendimento bruto na


ocupação principal, por faixa etária, Betim - 2010................................................................... 88

TABELA 27 - Crianças em situação de Trabalho Infantil, RMBH - 2011 a 2015 .................. 89

TABELA 28 - Trabalho infantil, segundo as categorias definidas pelo CNMP, RMBH - 2011
a 2014 ....................................................................................................................................... 91

TABELA 29 - Estrutura relativa do Trabalho Infantil, segundo as categorias definidas pelo


CNMP, RMBH - 2001 a 2014 .................................................................................................. 91

TABELA 30 - Trabalho infantil, segundo as categorias definidas pelo CNMP, RMBH - 2011
a 2015 ....................................................................................................................................... 92

TABELA 31 - Estrutura relativa do Trabalho Infantil, segundo as categorias definidas pelo


CNMP, RMBH - 2011 a 2015 .................................................................................................. 92

TABELA 32 - Percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil, segundo a renda


domiciliar per capita, RMBH - 2011 a 2014 ............................................................................ 93

TABELA 33 - Crianças e Adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo faixa etária


– semana de referência - PNAD 2015 ...................................................................................... 93

TABELA 34 - Crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo gênero - na


semana de referência - 2015 ..................................................................................................... 94

TABELA 35 - Crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo atividade do


trabalho principal - na semana de referência - 2015 ................................................................. 94
TABELA 36 - Questão 41 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos? – alunos do 5º ano – Betim/MG........................................................................... 97

TABELA 37 - Questão 42 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um


salário)? – alunos do 5º ano - Betim/MG ............................................................................... 100

TABELA 38 - Questão 44 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos? – alunos do 9º ano – Betim/MG......................................................................... 103

TABELA 39 - Questão 45 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um


salário)? – alunos do 9º ano - Betim/MG ............................................................................... 106

TABELA 40 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? (ex.:
lavando louça, limpando o quintal etc.) Brasil, Minas Gerais e Betim - 5º ano - Prova Brasil
2015 ........................................................................................................................................ 108

TABELA 41 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Brasil,
Minas Gerais e Betim - 5º ano - Prova Brasil 2015 ................................................................ 108

TABELA 42 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? (ex.:
lavando louça, limpando o quintal etc.) Brasil, Minas Gerais e Betim - 9º ano - Prova Brasil
2015 ........................................................................................................................................ 109

TABELA 43- Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Brasil,
Minas Gerais e Betim - 9º ano - Prova Brasil 2015 ................................................................ 110

TABELA 44 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? (ex.:
lavando louça, limpando o quintal etc.) Belo Horizonte, Contagem e Betim - 5º ano - Prova
Brasil 2015 .............................................................................................................................. 111

TABELA 45 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Belo
Horizonte, Contagem e Betim - 5º ano - Prova Brasil 2015................................................... 112

TABELA 46 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? (ex.:
lavando louça, limpando o quintal etc.) Belo Horizonte, Contagem e Betim - 9º ano - Prova
Brasil 2015 .............................................................................................................................. 112

TABELA 47 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Belo
Horizonte, Contagem e Betim - 9º ano - Prova Brasil 2015................................................... 113

TABELA 48 - Idade dos participantes - Enem - 2015 - Betim/MG ...................................... 114

TABELA 49 - Sexo dos participantes - Enem - 2015 - Betim/MG ....................................... 114

TABELA 50 - Cor/Raça dos participantes do Enem - 2015 - Betim/MG.............................. 115

TABELA 51 - Q6 - Qual é a renda mensal de sua família? (Some a sua renda com a dos seus
familiares.) .............................................................................................................................. 116

TABELA 52 - Q28 - Quantas horas semanais você trabalha ou trabalhava aproximadamente?


(Considere a atividade remunerada mais recente.) ................................................................. 117
TABELA 53 - Q27 - Com que idade você começou a exercer uma atividade remunerada? . 117

TABELA 54 - Q45 - Durante o Ensino Fundamental, você abandonou os estudos e/ou foi
reprovado? .............................................................................................................................. 118

TABELA 55 - Quanto à importância de cada um dos motivos abaixo na decisão de trabalhar -


Enem - 2015 - Betim/MG ....................................................................................................... 119

TABELA 56 - Notificações de Trabalho Infantil por Ano da ocorrência – Betim/MG - 2017


................................................................................................................................................ 120

TABELA 57 - Notificações de Trabalho Infantil por Ano da ocorrência e Faixa Etária -


Betim/MG - 2016-2017 .......................................................................................................... 120

TABELA 58 - Notificações de Exploração sexual por Ano da ocorrência e Faixa Etária -


Betim/MG - 2016-2017 .......................................................................................................... 120

TABELA 59 - Famílias beneficiárias do PBF com marcação de Trabalho Infantil - CadÚnico


2015 ........................................................................................................................................ 121

TABELA 60 - Pessoas beneficiárias do PBF com marcação de Trabalho Infantil - CadÚnico


2015 ........................................................................................................................................ 122

TABELA 61 - Famílias que receberam a marcação de Trabalho Infantil, segundo gênero -


CadÚnico 2015 ....................................................................................................................... 122

TABELA 62 - Pessoas que receberam a marcação de Trabalho Infantil segundo gênero -


CadÚnico 2015 ....................................................................................................................... 122

TABELA 63 - Famílias que receberam marcação de Trabalho Infantil, segundo estado


cadastral - CadÚnico 2015 ..................................................................................................... 123

TABELA 64 - Pessoas que receberam marcação de Trabalho Infantil, segundo estado


cadastral - CadÚnico 2015 ..................................................................................................... 123

TABELA 65 - Benefício Variável Jovem, segundo efeitos por descumprimento de


condicionalidades (BVJ)......................................................................................................... 123

TABELA 66 - Resultados do Acompanhamento ................................................................... 124

TABELA 67 - Famílias com crianças ou adolescentes em situação de trabalho infantil -


Betim/MG - 2015 ................................................................................................................... 125

TABELA 68 - Quanto ao cargo/função dos respondentes - Betim, 2017 .............................. 126

TABELA 69 - As equipes foram capacitadas para identificar as diferentes formas de Trabalho


Infantil em seus atendimentos? - Betim, 2017 ....................................................................... 128

TABELA 70 - Existem estratégias específicas do CRAS para identificar os Tipos de Trabalho


Infantil?- Betim, 2017 ............................................................................................................ 129
TABELA 71 - Famílias com crianças ou adolescentes no PETI por equipamento CREAS –
Betim/MG - 2016 ................................................................................................................... 133

TABELA 72 - Crianças ou adolescentes vítimas de exploração sexual atendidas no PAEFI


segundo sexo – Betim/MG - 2016 .......................................................................................... 133

TABELA 73 - Crianças ou adolescentes vítimas de exploração sexual atendidas no PAEFI


segundo faixa etária – Betim/MG – 2016............................................................................... 134

TABELA 74 - Crianças ou adolescentes em situação de Trabalho Infantil, durante o mês de


referência, segundo sexo – Betim/MG - 2016 ........................................................................ 134

TABELA 75 - Crianças ou adolescentes em situação de Trabalho Infantil, durante o mês de


referência, segundo faixa etária – Betim/MG - 2016 ............................................................. 134

TABELA 76 - Respontentes por Equipamento de coleta - Betim, 2017................................ 135

TABELA 77 - Quanto ao Cargo/Função dos respondentes - Betim, 2017 ............................ 136

TABELA 78 - As equipes foram capacitadas para identificar as diferentes formas de


Trabalho Infantil em seus atendimentos? - Betim, 2017 ........................................................ 137

TABELA 79 - Com relação ao Socioeducativo, As equipes foram capacitadas para identificar


as diferentes formas de Trabalho Infantil em seus atendimentos? - Betim, 2017 .................. 138

TABELA 80 - Em relação ao CREAS e quanto ao Trabalho Infantil, o número de técnicos é


suficiente para atender a demanda da regional? - Betim, 2017 .............................................. 139

TABELA 81 - Com relação à quantidade quantidade necessária de Técnicos segundo os


respondentes - Betim, 2017 .................................................................................................... 140

TABELA 82 - Existem estratégias específicas do CREAS para identificar os Tipos de


Trabalho Infantil?- Betim, 2017 ............................................................................................. 140

TABELA 83 - Quanto aos disques denúncias relativos ao Trabalho Infantil, quais são os mais
utilizados? – Betim, 2017 ....................................................................................................... 141

TABELA 84 - Quanto às principais fontes das denúncias relativas ao Trabalho Infantil -


Questão aberta - Betim, 2017 ................................................................................................. 142

TABELA 85 - Em relação ao CREAS e quanto ao Trabalho Infantil, como a equipe atua? -


Betim, 2017 ............................................................................................................................ 142

TABELA 86 - Adolescentes em cumprimento de MSE LA-PSC em 2014 (atos infracionais) –


Betim/MG ............................................................................................................................... 144

TABELA 87 - Adolescentes em cumprimento de MSE LA-PSC em 2015 (atos infracionais) –


Betim/MG ............................................................................................................................... 144

TABELA 88 - Casos de Trabalho Infantil atendidos no ano de 2016 – CT Região I – Betim,


2016 ........................................................................................................................................ 147
TABELA 89 - Número de atendimentos por procura direta, segundo Regional – CT Região II
– Betim, 2016 ......................................................................................................................... 149

TABELA 90 - Atendimentos e Encaminhamentos – CT Região II – Betim, 2016 ............... 150

TABELA 91 - Encaminhamentos de Janeiro a Dezembro de 2016 por Conselheiro(a) - CT


Região III - Betim, 2016 ......................................................................................................... 151

TABELA 92 - Tipificação dos atendimentos realizados de Janeiro a Dezembro de 2016 por


Conselheiro(a) - CT Região III - Betim, 2016........................................................................ 152

TABELA 93 - Natureza dos Casos - CT Região I - 1º Semestre de 2017 ............................ 153

TABELA 94 - Usuários segundo gênero - CT Região I - 1º Semestre de 2017.................... 153

TABELA 95 - Faixa etária dos usuários – CT Região I – 1º Semestre de 2017 .................... 154

TABELA 96 - Usuários segundo Cor/Raça – CT Região I – 1º Semestre de 2017 ............... 154

TABELA 97 - Tipo de Violação - CT Região I - 1º Semestre de 2017 ................................. 154

TABELA 98 - Existência de Violação - CT Região I - 1º Semestre de 2017 ........................ 155

TABELA 99 - Tipificação das violações - CT Região I - 1º Semestre de 2017 .................... 155

TABELA 100 - Violador - CT Região I - 1º Semestre de 2017 ............................................. 156

TABELA 101 - Atendimentos de abrangência territorial - Vianópolis - CT Região I - 1º


Semestre de 2017 .................................................................................................................... 156

TABELA 102 - Atendimentos de abrangência territorial - Centro - CT Região I – 1º Semestre


de 2017 ................................................................................................................................... 157

TABELA 103 - Atendimentos de abrangência territorial - Norte - CT Região I ................... 158

TABELA 104 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial – CT II Teresópolis - CT


Região I - 1º Semestre de 2017 .............................................................................................. 159

TABELA 105 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial- CT III Alterosas - CT Região I


- 1º Semestre de 2017 ............................................................................................................. 159

TABELA 106 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial - Citrolândia - CT Região I - 1º


Semestre de 2017 .................................................................................................................... 160

TABELA 107 - Atendimentos de abrangência Extramunicipal - CT Região I - 1º Semestre de


2017 ........................................................................................................................................ 160

TABELA 108 - Escolas/Atendimentos Arquivados- CT Região I - 1º Semestre de 2017 .... 161

TABELA 109 - Nível de Ensino - CT Região I - 1º Semestre de 2017 ................................. 162

TABELA 110 - Encaminhamentos realizados CT - Região I - 1º Semestre de 2017 ............ 163


TABELA 111 - Encaminhamentos recebidos - CT - Região I - 1º Semestre de 2017 ........... 164

TABELA 112 - Natureza dos Casos - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017 .................. 165

TABELA 113 - Usuários por Gênero - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017 ................. 165

TABELA 114 - Usuários segundo Faixa Etária - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017 .. 166

TABELA 115 - Tipificação dos atendimentos de Janeiro a Setembro de 2017 - Conselho


Tutelar Região II..................................................................................................................... 166

TABELA 116 - Atendimentos de abrangência territorial por Regional/Bairros - CT Região II -


1º Semestre de 2017 ............................................................................................................... 167

TABELA 117 - Encaminhamentos realizados CT - Região II - Janeiro a Setembro de 2017168

TABELA 118 - Tipificação dos atendimentos - CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017
................................................................................................................................................ 169

TABELA 119 - Encaminhamentos realizados – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017


................................................................................................................................................ 170

TABELA 120 - Atendimentos presenciais – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017 ... 171

TABELA 121 - Distribuição de casos – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017 .......... 171

TABELA 122 - Atendimentos e encaminhamentos relacionados ao Trabalho Infantil no


período de janeiro a dezembro do ano de 2016 ...................................................................... 171

TABELA 123 - Atendimentos e encaminhamentos relacionados ao Trabalho Infantil no


período de Janeiro a Setembro de 2017 .................................................................................. 172

TABELA 124 - Questionários aplicados por Regional -CRAS- Betim, 2017 ....................... 183

TABELA 125 - Entrevistados segundo gênero - CRAS - Betim, 2017 ................................. 184

TABELA 126 - Entrevistados segundo Cor/Raça CRAS - Betim, 2017 ............................... 184

TABELA 127 - Ano de nascimento dos entrevistados – CRAS - Betim, 2017 ..................... 185

TABELA 128 - Em qual série você está matriculado?(Etapa escolar) – CRAS - Betim, 2017
................................................................................................................................................ 185

TABELA 129 - Você já foi reprovado na escola? – CRAS - Betim, 2017 ............................ 186

TABELA 130 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? - CRAS –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 186

TABELA 131 - Seus pais ou responsáveis incentivam você a estudar? – CRAS - Betim, 2017
................................................................................................................................................ 187

TABELA 132 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? – CRAS - Betim, 2017 ....... 187
TABELA 133 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? – CRAS - Betim, 2017 ................................................................................. 188

TABELA 134 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança ou
comunidade? – CRAS - Betim, 2017 ..................................................................................... 188

TABELA 135 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? – CRAS - Betim,
2017 ........................................................................................................................................ 189

TABELA 136 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou jogando
jogos eletrônicos? – CRAS - Betim, 2017.............................................................................. 189

TABELA 137 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? – CRAS - Betim, 2017 ............................................................................... 190

TABELA 138 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos
na sua própria casa? – CRAS - Betim, 2017 .......................................................................... 190

TABELA 139 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? – CRAS - Betim, 2017 .............................................................................. 191

TABELA 140 - Questão referente ao tempo gasto, em dias de aula, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionada a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017 ........ 192

TABELA 141 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017 ........ 192

TABELA 142 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017 ............................ 193

TABELA 143 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? – CRAS -


Betim, 2017 ............................................................................................................................ 194

TABELA 144 -Faixa de remuneração* – CRAS - Betim, 2017 ............................................ 194

TABELA 145 - Tipos de Trabalho Infantil entre os usuários do CRAS - Betim, 2017......... 195

TABELA 146 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte?* – CRAS -
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 196

TABELA 147 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não), por gênero –
CRAS - Betim, 2017............................................................................................................... 196

TABELA 148 - Se trabalha ou não, em relação à sua Cor/Raça – CRAS - Betim, 2017 ...... 197

TABELA 149 - Quando terminar o ano você – CRAS - Betim, 2017 .................................. 197

TABELA 150 - Estudantes segundo gênero – CREAS, Betim, 2017 .................................... 198

TABELA 151 - Estudantes segundo Cor/Raça – CREAS, Betim, 2017................................ 199


TABELA 152 - Estudantes segndo ano de nascimento – CREAS, Betim, 2017 ................... 199

TABELA 153 - Estudantes segundo etapa de ensino – CREAS, Betim, 2017 ...................... 200

TABELA 154 - Você já foi reprovado na escola? – CREAS, Betim, 2017 ........................... 200

TABELA 155 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? – CREAS,
Betim , 2017 ........................................................................................................................... 200

TABELA 156 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? – CREAS, Betim , 2017 ...... 201

TABELA 157 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? – CREAS, Betim , 2017 ............................................................................... 201

TABELA 158 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança ou
comunidade? – CREAS, Betim , 2017 ................................................................................... 202

TABELA 159 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? – CREAS, Betim
, 2017 ...................................................................................................................................... 202

TABELA 160 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou jogando
jogos eletrônicos? – CREAS, Betim , 2017............................................................................ 203

TABELA 161 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? – CREAS, Betim , 2017 ............................................................................. 203

TABELA 162 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos
na sua própria casa? – CREAS, Betim , 2017 ........................................................................ 204

TABELA 163 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? – CREAS, Betim , 2017 ............................................................................ 204

TABELA 164 – Questão referente ao tempo gasto, em dias de aula, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variável gênero – CREAS, Betim , 2017 ....... 205

TABELA 165 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variávle gênero – CREAS, Betim , 2017 ....... 206

TABELA 166 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada a variável Gênero – CREAS, Betim , 2017 .......................... 207

TABELA 167 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? – CREAS,


Betim , 2017 ........................................................................................................................... 207

TABELA 168 - Remuneração por faixa – CREAS, Betim , 2017 ......................................... 208

TABELA 169 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte? – CREAS,
Betim , 2017 ........................................................................................................................... 209

TABELA 170 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? Relacionada a


variável ano de nascimento – CREAS, Betim , 2017 ............................................................. 209
TABELA 171 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa (recebendo ou não)? Relacionada
à variável gênero – CREAS, Betim, 2017 .............................................................................. 210

TABELA 172 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? Relacionada à


variável cor/raça – CREAS, Betim, 2017 ............................................................................... 210

TABELA 173 - Remuneração em relação a variável Cor/Raça – CREAS, Betim, 2017 ...... 211

TABELA 174 - Relação entre as variáveis “Você já foi reprovado na escola?” e “Você
trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)?” – CREAS, Betim, 2017 ............ 211

TABELA 175 - Quando terminar o ano você pretende – CREAS, Betim, 2017 ................... 212

TABELA 176 - Qual tipo de medida socioeducativa você está cumprindo? – CREAS, Betim,
2017 ........................................................................................................................................ 213

TABELA 177 - Relação do ano de nascimento com o Tipo de medida socioeducativa que está
cumprindo – CREAS, Betim, 2017 ........................................................................................ 214

TABELA 178 - Tempo gasto, em dias de semana, para brincar ou mesmo ficar sem fazer nada
relacionado ao Tipo de medida socioeducativa que está cumprindo – CREAS, Betim, 2017
................................................................................................................................................ 215

TABELA 179 - Em relação à sua Cor/Raça você se considera (5ºano) - Betim, 2017 .......... 216

TABELA 180 - Qual o ano de seu nascimento? (5ºano) - Betim, 2017................................. 216

TABELA 181 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? (5ºano) -
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 217

TABELA 182 - Com qual frequência seus pais, ou responsáveis por você, vão à reunião de
pais na escola? (5ºano) - Betim, 2017 .................................................................................... 217

TABELA 183 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? (5ºano) - Betim, 2017 .......... 218

TABELA 184 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? (5ºano) - Betim, 2017................................................................................... 218

TABELA 185 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança ou
comunidade? (5ºano) - Betim, 2017 ....................................................................................... 219

TABELA 186 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? (5ºano) - Betim,
2017 ........................................................................................................................................ 219

TABELA 187 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou jogando
jogos eletrônicos? (5ºano) - Betim, 2017 ............................................................................... 220

TABELA 188 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? (5ºano) - Betim, 2017 ................................................................................. 220

TABELA 189 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos
na sua própria casa? (5ºano) - Betim, 2017 ............................................................................ 221
TABELA 190 - Tempo de Trabalho doméstico em casa nos fins de semana em relação ao
tempo de trabalho doméstico na própria casa em dias de aula. (5ºano) - Betim - 2017 ......... 221

TABELA 191 - Tempo de Trabalho domésticos na própria casa em dias de aula por gênero.
(5ºano) - Betim, 2017 ............................................................................................................. 222

TABELA 192 - Tempo de Trabalho doméstico nos fins de semana por gênero. (5ºano) -
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 222

TABELA 193 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? (5ºano) - Betim, 2017 ................................................................................ 223

TABELA 194 - Tempo de Trabalho (cuidando de criança, idoso ou deficiente) por gênero.
(5ºano) - Betim, 2017 ............................................................................................................. 224

TABELA 195 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? (5ºano) -


Betim, 2017 ............................................................................................................................ 224

TABELA 196 - Caso você trabalhe fora de casa, quanto em média você recebe por semana
em reais? (5ºano) - Betim, 2017 ............................................................................................. 225

TABELA 197 - Você já foi reprovado na escola? (5ºano) - Betim, 2017 .............................. 225

TABELA 198 - Quando terminar o ano você pretende fazer o que? (5ºano) - Betim, 2017 . 226

TABELA 199 - Questionários aplicados por Regional (9º ano) – Betim, 2017 .................... 227

TABELA 200 - Estudantes segundo gênero (9º ano) – Betim, 2017 ..................................... 228

TABELA 201 - Estudantes segundo Cor/Raça (9º ano) – Betim, 2017 ................................. 228

TABELA 202 - Estudantes segundo ano de nascimento (9º ano) – Betim, 2017 .................. 229

TABELA 203 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 229

TABELA 204 - Com qual frequência seus pais, ou responsáveis por você, vão à reunião de
pais na escola? (9º ano) – Betim, 2017 ................................................................................... 230

TABELA 205 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? (9º ano) – Betim, 2017 ........ 230

TABELA 206 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? (9º ano) – Betim, 2017 ................................................................................. 231

TABELA 207 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança ou
comunidade? (9º ano) – Betim, 2017 ..................................................................................... 231

TABELA 208 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? (9º ano) – Betim,
2017 ........................................................................................................................................ 232

TABELA 209 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou jogando
jogos eletrônicos? (9º ano) – Betim, 2017 .............................................................................. 232
TABELA 210 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? (9º ano) – Betim, 2017 ............................................................................... 233

TABELA 211 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos
na sua própria casa? (9º ano) – Betim, 2017 .......................................................................... 234

TABELA 212 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? (9º ano) – Betim, 2017 .............................................................................. 234

TABELA 213 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? * Seu sexo é Crosstabulation (9º ano) – Betim, 2017 ................................ 235

TABELA 214 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na própria casa relacionada à variável gênero. (9º ano) – Betim, 2017 .............. 236

TABELA 215 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada à variável gênero. (9º ano) – Betim, 2017 ............................ 237

TABELA 216 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 239

TABELA 217 - Caso você trabalhe fora de casa, quanto em média você recebe por semana
em reais? (9º ano) – Betim, 2017 ........................................................................................... 239

TABELA 218 - Caso você trabalhe, quanto você ganha por semana em reais?* (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 240

TABELA 219 - Caso você trabalhe fora de casa, qual tipo de trabalho você realiza? (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 240

TABELA 220 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte?* (9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 241

TABELA 221 - Com relação ao Gênero (9º ano) – Betim, 2017* ......................................... 241

TABELA 222 - Você trabalha ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não?) relacionado


com a variável gênero (9º ano) – Betim, 2017 ....................................................................... 242

TABELA 223 - Horas de trabalho fora de casa relacionadas à variável gênero *(9º ano) –
Betim, 2017 ............................................................................................................................ 242

TABELA 224 - Com relação à Cor/Raça (9º ano) – Betim, 2017 ......................................... 243

TABELA 225 - Você já foi reprovado na escola? (9º ano) – Betim, 2017 ........................... 244

TABELA 226 - Quando terminar o ano você pretende (9º ano) – Betim, 20176 .................. 244

TABELA 227 - Número de empregos formais por setor em 31 de dezembro de 2015 –


Betim/MG ............................................................................................................................... 248

TABELA 228 - Número de empregos formais por sexo e faixa etária – Betim/MG ............. 249
TABELA 229 - Remuneração média de empregos formais em 31 de dezembro de 2015 –
Betim/MG ............................................................................................................................... 249

TABELA 230 - Variação do emprego formal em 31 de dezembro entre 2014 e 2015 .......... 250

TABELA 231 - Flutuação do emprego formal, com ajustes - Jan. a dez. de 2016 ................ 250

TABELA 232 - Flutuação do emprego formal. com ajustes - Jan até jun de 2017 ............... 250

TABELA 233 - Média dos índices de Trabalho Infanitil a nível nacional, estadual e municipal
– 5º e 9º ano - Prova Brasil 2015 ............................................................................................ 256
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEB Avaliação Nacional da Educação Básica

ANRESC Avaliação Nacional do Rendimento Escolar

CADÚnico Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal

CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CECAD Consulta, Seleção e Extração de Informações

CENTRO POP Centro de Referência Especializado de Assistência Social para


População em Situação de Rua

CEREST Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador

CIA/BH Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato


Infracional

CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

CMETI Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil

CN Congresso Nacional

CNMP Conselho Nacional do Ministério Público

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

CREAS Centros de Referência Especializados de Assistência Social

CREST Centro de Referência da Saúde do Trabalhador

CRFB/1988 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

DATA-SUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

ENEM Exame Nacional do Ensino Médio

FIFA Federação Internacional de Futebol

FNPETI Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

IPTU Imposto Predial e Territorial Urbana


ISSQN Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social

MDS Ministério do Desenvolvimento Social

MP Ministério Público

MS Ministério da Saúde

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

OIT Convenções da Organização Internacional do Trabalho

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

PAEFI Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos

PAIF Proteção e Atenção Integral à Família

PAIR Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à


Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro

PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

PIB Produto Interno Bruto

PM Polícia Militar

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

REGAP Refinaria Gabriel Passos

RMA Registro Mensal de Atendimentos

RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte

SCFV Atendimento Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

SEAS Serviço Especializado em Abordagem Social

SEDS MG Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais


SEMAS Secretaria Municipal de Assistência Social

SETER Superintendência de Trabalho, Emprego e Renda


SGD Serviço de Garantia de Direitos

SICON Sistema de Condicionalidades

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SINE Sistema Nacional de Emprego

SUAS Sistema Único da Assistência Social

TCU Tribunal de Contas da União

TJMG Tribunal de Justiça do Estado Minas Gerais

UAITEC Universidade Aberta e Integrada


UFV Universidade Federal de Viçosa
ULTRAMIG Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais

UNILIVRECOOP Cooperativa de Trabalho Universidade Livre Ltda


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 53

2 PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO DA PESQUISA...................................... 55

3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BETIM: LOCALIZAÇÃO, ASPECTOS


HISTÓRICOS, ASPECTOS ECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS GERAIS .............. 57

4 TRABALHO INFANTIL CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E REGIMENTO


JURÍDICO .............................................................................................................................. 63

5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DA FAIXA DE REFERÊNCIA DO


TRABALHO INFANTIL ....................................................................................................... 71
5.1 O trabalho infantil em Betim, segundo o Censo de 2010 ............................................. 79
5.2 O trabalho infantil: RMBH e Betim no Censo de 2010 ............................................... 83
5.3 O trabalho infantil na RMBH, a partir da PNAD ......................................................... 88
5.3.1 Em relação ao período de 2011 a 2014 .......................................................................... 90
5.3.2 Em relação ao período de 2011 a 2015 .......................................................................... 92
5.3.3 O trabalho infantil na RMBH, a partir da PNAD do ano de 2015 ................................. 93
5.4 O trabalho infantil, segundo a Prova Brasil 2015 ......................................................... 94
5.4.1 Trabalho infantil entre os alunos do 5º ano participantes da Prova Brasil 2015 .......... 96
5.4.2 Trabalho infantil entre os alunos do 9º ano participantes da Prova Brasil 2015 ........ 101
5.4.3 Trabalho infantil entre os alunos do 5º e 9º ano de Betim em relação aos índices
nacionais e estaduais .............................................................................................................. 107
5.4.4 Trabalho infantil, entre os alunos do 5º e 9º ano de Betim, em relação aos índices dos
municípios de Contagem e Belo Horizonte ............................................................................ 110
5.5 Trabalho infantil, segundo o Enem 2015 ...................................................................... 113
5.6 O trabalho infantil, segundo o SINAN/DATA-SUS .................................................... 119
5.7 O trabalho infantil, segundo dados do CADÚnico e Programa Bolsa Família ........ 121
5.7.1 BVJ - Benefício Variável Jovem .................................................................................... 123
5.8 O trabalho infantil, segundo os CRAS – Betim/MG ................................................... 124
5.8.1 Entrevistas no âmbito do CRAS..................................................................................... 126
5.9 O trabalho infantil, segundo os CREAS ....................................................................... 132
5.9.1 Entrevistas no âmbito do CREAS .................................................................................. 135
5.10 O trabalho infantil no tráfico de drogas ..................................................................... 143
5.11 O trabalho infantil, segundo os Conselhos Tutelares ................................................ 145
5.11.1 Em relação ao período de janeiro a dezembro do ano de 2016.................................. 146
5.11.1.1 Conselho Tutelar Região I ...................................................................................... 146
5.11.1.2 Conselho Tutelar Região II ..................................................................................... 147
5.11.1.3 Conselho Tutelar Região III ................................................................................... 151
5.11.2 Em relação ao período de janeiro a setembro do ano de 2017 .................................. 152
5.11.2.1 Conselho Tutelar Região I ...................................................................................... 153
5.11.2.2 Conselho Tutelar Região II ..................................................................................... 164
5.11.2.3 Conselho Tutelar Região III ................................................................................... 168
5.11.3 Trabalho infantil – Conselhos Tutelares ..................................................................... 171
5.11.3.1 Relatório Entrevista: Conselhos Tutelares ............................................................. 173
5.12 O Trabalho Infantil, segundo os Órgãos do Judiciário............................................. 175
5.12.1 Comissariado da Infância e Juventude ....................................................................... 175
5.12.2 Defensoria Pública ...................................................................................................... 176
5.12.3 Ministério Público do Estado ...................................................................................... 177
5.12.4 Vara da Infância e Juventude ...................................................................................... 178
5.13 O Trabalho Infantil segundo o PETI e o PAIR ......................................................... 179
5.13.1 Relatório Entrevista: SUAS - PETI ............................................................................. 179
5.13.2 Relatório Entrevista: SUAS – PAIR ............................................................................ 181

6 PESQUISA DE CAMPO: “O COTIDIANO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


EM BETIM: EDUCAÇÃO, LAZER E TRABALHO”..................................................... 183
6.1 Análise dos resultados nos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS .... 183
6.2 Análise dos resultados nos Centros de Referência Especializado em Assistência
Social – CREAS, Medidas Socioeducativas........................................................................ 198
6.3 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 5ºano e do 9ºano das escolas
públicas do município de Betim .......................................................................................... 215
6.3.1 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 5º ano – Zona Rural de Betim .. 216
6.3.2 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 9ºano – Rede Municipal de Ensino . 226

7 O TRABALHO PROTEGIDO ......................................................................................... 247


7.1 O Trabalho Infantil, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e
segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ....................... 247
7.2 Relatório entrevista: Superintendência Municipal de Trabalho Emprego e Renda 251
7.3 Programa Municipal Jovem do Bem ............................................................................ 252

8 CONSIDERAÇÕES E PROPOSIÇÕES FINAIS .......................................................... 255


8.1 O Trabalho Infantil em Betim por tipo e Regional Administrativa, segundo Prova
Brasil ...................................................................................................................................... 255
8.2 Trabalho infantil e desempenho escolar ....................................................................... 259
8.2.1 Prova Brasil 5º Ano ....................................................................................................... 260
8.2.2 Prova Brasil 9º Ano ....................................................................................................... 267
8.3 Demais considerações e proposições finais ................................................................... 272

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 275

APÊNDICE A - Cálculo amostral ....................................................................................... 280


53

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste no Diagnóstico Municipal sobre Trabalho Infantil no


Município de Betim, como prescrito no Contrato de Prestação de Serviços nº ADM
0016/2016 que, entre si, fizeram o Município de Betim, CNPJ Nº 18.715.391/0001-96, a
Secretaria de Municipal de Assistência Social e a Cooperativa de Trabalho Universidade
Livre LTDA (UNILIVRECOOP) CNPJ Nº 07.581.610/0001-75 e tem por objetivo conhecer a
realidade das crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil nas ruas e doméstico
no município de Betim/MG.
Foram levantadas informações tais como, a caracterização do município, sua
localização, os acessos/malha rodoviária, características geográficas e econômicas, entre
outras informações do CENSO 2010 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) 2011 a 2014, e 2015 ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Também contém informações sobre o Trabalho Infantil, segundo participantes da
Prova Brasil 2015 e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM, 2015); as condições de
saúde, segundo o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) / do
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATA-SUS); o Trabalho Infantil,
segundo o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência
Especializados de Assistência Social (CREAS).
Além desses, também contém dados relacionados ao Tráfico de Drogas; o
levantamento de violações junto aos Conselhos Tutelares de Betim, dados relativos à Pesquisa
de Campo: O Cotidiano da Criança e do Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho,
realizada em pesquisa amostral com alunos do 9º ano das escolas públicas de Betim, bem
como dados de pesquisa realizada com a totalidade dos alunos do 5º ano da escola rural do
município e entre os usuários dos equipamentos CRAS e CREAS e dados e entrevistas
referentes à questão do trabalho protegido no município de Betim-MG. O trabalho protegido
de adolescentes é previsto em lei, e se de acordo com certos paramentos não configura
Trabalho Infantil.
55

2 PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO DA PESQUISA

Para efeito de atingirmos os nossos objetivos, partimos do entendimento de que se


trata de uma realidade complexa, implicando um desafio teórico e metodológico a produção
de conhecimentos sobre as práticas cotidianas envolvendo estes sujeitos em seus diferentes
aspectos e na vida da cidade. Exigindo, deste modo, a articulação entre procedimentos
metodológicos e práticas de pesquisa social capazes de nos possibilitar alcançar níveis de
compreensão aprofundada e geral sobre esse universo, que envolve instâncias temáticas
diferenciadas dentro de um eixo geral e organizador das mesmas.
As nossas leituras, reflexões e definições de caminhos teóricos e metodológicos nos
colocaram diante das especificidades e abrangência da proposta deste tipo de Diagnóstico.
Veio à tona, então, a nossa compreensão da necessidade de uma estratégia aberta, que,
segundo Morin (2005, p. 335) estabelece-se numa relação recorrente entre método e teoria.
Nossa proposta técnica, de imediato, englobou a utilização de uma metodologia que envolve a
realização de pesquisas de cunho quantitativo e qualitativo. Tal proposta fundamenta-se
teoricamente no método de leitura científica, segundo Cervo e Bervian (2002, p. 87) que
possui como referência a adoção das seguintes estratégias:

a) visão sincrética - a leitura de reconhecimento, que tem como objetivo localizar as


fontes numa aproximação preliminar sobre o tema, identificando as informações de
acordo com os propósitos do estudo;
b) Visão analítica - compreende a leitura crítico/reflexiva dos dados coletados,
acompanhada de reflexão, na busca dos significados e na escolha das ideias principais;
c) visão sintética - constitui a última etapa do Método de Leitura Científica, que é
concretizada através da leitura interpretativa.

Nesta perspectiva, a teoria da complexidade, a partir do pensamento de Edgar Morin,


se mostrou pertinente para os propósitos deste trabalho, na medida em que se buscava um
conhecimento “capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu
conjunto.” (MORIN, 2005, p. 14), o que implica uma concepção de método que transpõe
procedimentos formais de pesquisa, para uma criação contextualizada nas diferentes áreas
pesquisadas:
56

O método da complexidade pede para pensarmos nos conceitos, sem nunca dá-los
por concluídos, para quebrarmos as esferas fechadas, para restabelecermos as
articulações entre o que foi separado, para tentarmos compreender a
multidimensionalidade, para pensarmos na singularidade com a localidade, com a
temporalidade, para nunca esquecermos as totalidades integradoras. (MORIN, 2005,
p. 192)

Com isso, a abrangência dos temas propostos no Edital nos remeteu ao caráter
interdisciplinar do trabalho, que na perspectiva complexa, segundo Rodrigues (2006, p. 19)
“incorpora também uma perspectiva inter e transdisciplinar, na medida em que propõe não só
a conexão de conhecimentos diferentes e dispersos, como também o trânsito entre, através e
para além das disciplinas.”.
Segundo ainda Severino (2010), a questão da interdisciplinaridade se aguça no campo
das ciências humanas, no qual não adianta fazer a decomposição, análise e recomposição de
aspectos, pois essa soma não nos levará à totalidade humana:

É preciso, pois, no âmbito dos esforços com vistas ao conhecimento da realidade


humana, praticar, intencional e sistematicamente, uma dialética entre as partes e o
todo, o conhecimento das partes fornecendo elementos para a construção de um
sentido total, enquanto o conhecimento da totalidade elucidará o próprio sentido que
as partes, autonomamente, poderiam ter. (SEVERINO, 2010, p. 17).

O levantamento de uma realidade social é um trabalho complexo e que exige a


produção processual de diferentes tipos de pesquisa, de levantamento e de produção de dados
que implicam em abordagens metodológicas variadas. Envolvendo tanto a construção de
instrumentos de pesquisa, a realização de entrevistas, pesquisas em bases de dados nacionais,
tratamento estatístico e qualitativo das informações, sistematização e análise do conjunto de
dados levantados. Enfim, um conjunto de práticas de pesquisa social aplicada que permitam
esclarecer aspectos pertinentes à realidade das crianças, adolescentes e jovens residentes em
Betim e de suas famílias.
57

3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BETIM: LOCALIZAÇÃO, ASPECTOS


HISTÓRICOS, ASPECTOS ECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS GERAIS

Fundado em 1938 1, o Município de Betim teve seu território ocupado principalmente


em função da expansão metropolitana de Belo Horizonte. Esse processo incisou-se já na
década de 1940, quando implantado um Distrito Industrial no município 2, contudo, foi mais
intenso nas décadas seguintes, impulsionada com a construção das rodovias Fernão Dias (BR-
381) e a BR-262. Estes eixos viários conectam Betim a outros espaços, facilitando a vinda de
imigrantes como também de outros investimentos industriais de grande porte como a
instalação da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) na década de 1960 e da FIAT Automóveis
na década de 197º.
A proximidade geográfica à Belo Horizonte, aliado a toda infraestrutura industrial e
urbana fixadas no município, contribuiu para que Betim participasse da primeira formação do
território metropolitano. Betim, em 1973, compôs o conjunto dos 14 municípios - Belo
Horizonte, Betim, Caeté, Contagem, Ibirité, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo,
Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano - da formação
original política-institucional da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) 3.

1
Sendo que, no decorrer dos anos de 1940, outros dois municípios, Contagem e Ribeirão das Neves, foram
emancipados de Betim, e, em 1962, Ibirité também se desmembra do município de Betim, que desde então
mantém-se com a mesma área/superfície de 342 KM² (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA, 2014).
2
Segundo Camargos (2006, p. 47), “a Cidade Industrial foi criada em terras que pertenciam à Betim, passando a
fazer parte de Belo Horizonte e depois passando a integrar o território de Contagem, através do Decreto Lei n.
336, em 1948”.
3
Atualmente, a Região Metropolitana de Belo Horizonte é composta por 34 municípios (Baldim, Belo
Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité,
Igarapé, Itaguara, Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos,
Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Manso, Sabará,
Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo, Taquaraçu de Minas, Vespasiano).
58

Mapa 1 - Localização político-administrativa do município de Betim/MG - 2010

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de IBGE (2010a).

Mapa 2 - Eixos viários/acessos principais, Betim/MG

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de IBGE (2010a).


59

Em função da concentração de atividades industriais e dos demais investimentos


situados em Betim para construção das infraestruturas de integração da cadeia econômica
instalada no município, Betim passou por acelerado processo de ocupação demográfica do seu
território, que ocorreu a partir da expansão das suas periferias principalmente. A Tabela 1 e o
Gráfico 1 seguintes ilustram esse processo acelerado de ocupação humana de Betim a partir
de um comparativo histórico do número de habitantes e da taxa de crescimento anual desse
município em relação aos da RMBH e aos de Belo Horizonte.

Tabela 1 - Comparativo histórico da evolução demográfica de Betim, Belo Horizonte e


da RMBH – anos censitários de 1960 até 2010

Anos Censitários
Município
1960 1970 1980 1991 2000 2010
Betim 26.409 35.174 84.193 170.934 306.675 378.089
Belo Horizonte 683.908 1.235.030 1.780.839 2.020.161 2.238.526 2.375.151
RMBH 1.012.946 1.71.7216 2.681.778 3.522.908 4.357.942 4.883.970
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010b).

Gráfico 1 - Comparativo da taxa de crescimento relativo anual de Betim em relação à de


Belo Horizonte e da RMBH – Anos censitários de 1960 até 2010
16,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2010

Betim Belo Horizonte RMBH

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010b).

Entre as décadas de 1960 e 1970, o crescimento relativo anual da população de Betim


era de 3,32%, na transição das décadas seguintes, alcançou 13,94% entre 1970/1980, 9,37%
entre 1980/1991, e 8,82% de 1991 até 2000. Todavia, esse ritmo diminui de intensidade entre
2000 e 2010, o que, aliás, é uma tendência não só de Betim como da região metropolitana.
Em 2010 o IBGE registrou um total de 378.089 habitantes em Betim, sendo que, 2.758
pessoas (0,7%) residiam em áreas rurais e, 375.331 pessoas (99,3%) em áreas em áreas
60

urbanizadas (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014).

Gráfico 2 - Percentual de população urbana e rural, Betim -2010


0,7

População rural

99,3 População urbana

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Outro aspecto marcante de Betim é o volume de divisas o município produz/arrecada.


Com um Produto Interno Bruto (PIB), em torno de 25 bilhões de reais, no ano de 2010, Betim
foi o 2º município com maior arrecadação em Minas Gerais neste, o que correspondeu à 17ª
colocação em relação ao total de 5.565 municípios brasileiros (INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010a). Em 2014, o município apresentou PIB per
capita de R$ 5.345.601,00. Em comparação com os demais municípios de Minas Gerais,
ocupava a 22ª posição no conjunto das 853 municipalidades mineiras. No ranking nacional,
esse PIB per capta representava a 178ª entre 5.570 municipalidades do país (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017). Por outro lado, destaca-se que
esse indicador mascara/invisibiliza a pobreza, pois, embora posicionado em tal ranking o
município de Betim possuía uma população com baixos níveis de rendimento domiciliar per
capita como expõe a Tabela 2 a seguir:
61

Tabela 2 - Rendimento Domiciliar Per Capita das pessoas residentes, Betim - 2010
Faixas de rendimento em
(N) (%)
salários mínimos
Até ¼ 30.335 8,0
De ½ até 1 195.790 51,8
De 1 até 2 101.344 26,8
De 2 a 3 26.502 7,0
De 3 a 5 15.048 4,0
De 5 a 10 6.233 1,6
Acima de 10 1.739 0,5
Não Informado 1.098 0,3
Total 378.089 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Observamos que, dentre as 378.089 pessoas respondentes, 30.335 (8,0%) possuíam


rendimento domiciliar per capita de até ¼ de salário mínimo; 195.790 (51,8%) de ½ até 1
salário mínimo; 101.344 pessoas (26,8%) de 1 a 2 salários mínimos; 26.502 pessoas (7,0%)
de 2 até 3 salários mínimos; 15.048 pessoas (4,0%) declararam possuir rendimento domiciliar
per capita de 3 até 5 salários mínimos; 6.233 pessoas um rendimento domiciliar per capta de 5
a 10 salários mínimos; e, 739 pessoas (0,5%) superior a 10 salários mínimos 4.
No próximo capítulo, apresentamos o conceito de Trabalho Infantil, suas
classificações e o seu regimento jurídico.

4
Para mais informações gerais sobre o município de Betim, Ver: IBGE (2017)
63

4 TRABALHO INFANTIL CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E REGIMENTO


JURÍDICO

A delimitação do conceito de Trabalho Infantil é complexa e compartilha de elementos


que contêm dimensões jurídicas, históricas, sociológicas, antropológicas, dentre outras. Nele
podemos observar uma constante evolução na direção da garantia de direitos da Criança e do
Adolescente.
Os principais institutos jurídicos internacionais sobre trabalho infantil se originaram
em convenções de organizações internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas
(ONU), são eles: Convenções nº 138 e 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 5,
Convenção dos Direitos da Criança da ONU 6. Sendo o Brasil um país signatário dessas
Convenções, as mesmas, assim que ratificadas pelo Congresso Nacional (CN), possuem o
mesmo status que “norma constitucional”.
No Brasil, o tema é normatizado, pela Constituição da República Federativa do Brasil
8
de 1988 (CRFB/1988) 7, pela Consolidação das Leis do Trabalho e pelo Estatuto da Criança e

5
Convenção nº 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - (resumo).
Art. 2º Para os efeitos do art. 2º, item 1, da Convenção, fica estabelecido que a idade mínima para admissão a
emprego ou trabalho é de dezesseis anos.
Artigo 8º 1. A autoridade competente, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores
concernentes, se as houver, poderá, mediante licenças concedidas em casos individuais, permitir exceções para
a proibição de emprego ou trabalho provida no Artigo 2º desta Convenção, para finalidades como a
participação em representações artísticas. (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1973).
Convenção nº 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT):
Artigo 3º Para efeitos da presente Convenção, a expressão “as piores formas de trabalho infantil” abrangem:
a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, tais como a venda e tráfico de crianças, a
servidão por dívidas e a condição de servo, e o trabalho forçado ou obrigatório, inclusive o recrutamento
forçado ou obrigatório de crianças para serem utilizadas em conflitos armados;
b) a utilização, o recrutamento ou a oferta de crianças para a prostituição, a produção de pornografia ou
atuações pornográficas;
c) a utilização, recrutamento ou a oferta de crianças para a realização para a realização de atividades ilícitas,
em particular a produção e o tráfico de entorpecentes, tais com definidos nos tratados internacionais
pertinentes; e,
d) o trabalho que, por sua natureza ou pelas condições em que é realizado, é suscetível de prejudicar a saúde, a
segurança ou a moral das crianças. (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1999).
6
Convenção dos Direitos da Criança (ONU)
Art.32 1 – Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra a exploração
econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua educação,
ou que seja nocivo para sua saúde o para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social.
2 – Os Estados Partes adotarão medidas legislativas, sociais e educacionais com vistas a assegurar a aplicação
do presente Artigo. Com tal propósito, e levando em consideração as disposições pertinentes de outros
instrumentos internacionais, os Estados Partes deverão, em particular:
a) estabelecer uma idade mínima ou idades mínimas para a admissão em emprego;
b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a horários e condições de emprego;
c) estabelecer penalidades ou outras sanções apropriadas a fim de assegurar o cumprimento efetivo do presente
Artigo. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1989).
7
CRFB/1988 – (resumo).
64

Adolescente (ECA) 9.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I- idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no Art. 7º, XXXIII.
(BRASIL, 1988).
8
Consolidação das Leis do Trabalho - (Resumo)
Art. 403 É proibido qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir
dos 14 anos. Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua
formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a
frequência à escola.” Art. 428 Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito
e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor
de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico profissional metódica,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação.
Art. 626 Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, ou àqueles que exerçam funções
delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho.
Art. 793 A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta
destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador
nomeado em juízo. (BRASIL, 1943).
9
Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) – (resumo).
Art. 54 É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência
à escola.
Art. 67 Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido
em entidade governamental ou não governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso,
insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
Art. 149 Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará: II - a
participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes; f) a natureza do
espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral.
Art. 201 Compete ao Ministério Público: VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e
determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à
infância e à juventude; (BRASIL, 1990).
65

A OIT compreende como trabalho infantil:

Toda atividade econômica realizada por pessoas abaixo da idade mínima requerida
pela legislação nacional para incorporar-se a um emprego ou por menores de 18
anos e que interfira em sua escolarização, se realize em ambiente perigosos ou
ocorra em condições que afetem seu desenvolvimento psicológico, físico e moral,
imediato ou futuro.(DEFINIÇÃO..., 2010.)

O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao


Adolescente Trabalhador define como:

As atividades econômicas e/ou atividades de sobrevivência, com ou sem finalidade


de lucro, remuneradas ou não, realizadas por crianças ou adolescentes em idade
inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição de aprendiz a partir dos 14
(quatorze) anos, independentemente da sua condição ocupacional. Para efeitos de
proteção ao adolescente trabalhador será considerado todo trabalho desempenhado
por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição de aprendiz, de 14 a 18
anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de
1998. (BRASIL, 2011, p. 6).

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), traz o seguinte conceito:

O termo trabalho infantil, em sua acepção atual, compreende a realização, por


crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos, de atividades que visem à
obtenção de ganho para prover o sustento próprio e/ou da família, como também de
quaisquer serviços que não tenham remuneração. (BRASIL, 2013, p. 7).

E que o Trabalho Infantil,

[...] Poderá descortinar uma realidade de exploração, abuso, negligência ou


violência, perante a qual incidirá a responsabilidade da própria família, de terceiros
beneficiários do labor desenvolvido e também do Poder Público, podendo alcançar
as esferas civil, penal, trabalhista e administrativa. (BRASIL, 2013, p. 8).

A obra da OIT (2001) intitulada de Combatendo o trabalho infantil: guia para


educadores, traz o seguinte conceito: “Podemos dizer pois que o trabalho infantil é aquele
realizado por crianças e adolescentes que estão abaixo da idade mínima para a entrada no
mercado de trabalho, segundo a legislação em vigor no país.” (ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2001, p. 13). Em sequência apresenta uma reflexão
importante para o estabelecimento sobre o limite da capacidade de o termo Trabalho
Infantil abrange todas as atividades desenvolvidas por crianças e adolescentes ao citar:

No entanto, é preciso refinar essa definição, contemplando certos aspectos de


tradições culturais em diferentes lugares do mundo. Em algumas sociedades, a
transmissão cultural realiza-se oralmente, não havendo registros escritos de sua
66

história, técnicas ou ritos. Assim, na agricultura tradicional ou na produção


artesanal, crianças e adolescentes realizam trabalhos sob a supervisão dos pais como
parte integrante do processo de socialização... O sentido do aprender a trabalhar
varia de acordo com a cultura, com a sociedade e, dentro destas, varia também
dependendo do momento histórico em que elas se encontram. (ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2001, p. 13).

Na sequência do raciocínio, na mesma obra temos:

Mas a situação de trabalho como parte do processo de socialização não deve ser
confundida com aquelas em que as crianças são obrigadas a trabalhar, regularmente
ou durante jornadas contínuas, para ganhar seu sustento ou o de suas famílias, com
consequentes prejuízos para seu desenvolvimento educacional e social.
(ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2001, p. 13-14).

Dessa forma, junto ao esforço de conceituar o Trabalho Infantil, observa- se a


necessidade de estruturar uma classificação das formas de manifestação e ocorrência,
complementando o conceito base, com sua dimensão histórico-cultural. Isso posto,
apresentamos as principais classificações sobre os tipos de Trabalho Infantil, presentes na
condição brasileira, segundo o Manual de Atuação do Ministério Público na Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil (BRASIL, 2013), que servirá de referência para o nosso
diagnóstico:

a) trabalho infantil no âmbito familiar - abrange situações em que a criança ou o


adolescente, com idade inferior a 16 anos, trabalha diretamente com os pais ou
parentes, e em função ou a favor deles, seja na própria residência, seja em outro local
(p. ex: na agricultura e/ou pecuária; no artesanato; em casa de farinha comunitária; em
oficina; como ambulante). Não há a figura do terceiro que explora ou se beneficia do
trabalho. Os pais ou o responsável legal é que submetem a criança e o adolescente à
execução da atividade laboral, ou permitem tal situação;
b) trabalho infantil doméstico - nesta modalidade, a criança ou o adolescente trabalha
para terceiros, em suas residências, em serviços de natureza tipicamente doméstica (na
limpeza e arrumação da casa; na cozinha; como babá). De difícil observação e
fiscalização, pois oculta-se na privacidade do lar, nos costumes domiciliares,
inviolabilidade da residência pelo Estado. Nem sempre tal trabalho é remunerado, pois
o serviço doméstico é visto como compensação ou retribuição, em troca da acolhida
(teto; comida; entrega de produtos de higiene; permissão para estudar), com a
prestação de serviços em prol da família, no âmbito da própria residência. A
Convenção nº 182 da OIT, qualificou o trabalho doméstico como uma das piores
67

forma de trabalho infantil;


c) trabalho infantil em benefício de terceiro - toda vez que a criança ou o adolescente
realizar atividade laboral em que, direta ou indiretamente, beneficie economicamente
terceiro, configura situação de exploração. São muitas as possibilidades de ocorrência
desses casos: nas cerâmicas; nas pedreiras; na tecelagem; nas salinas; nas carvoarias;
na agropecuária; na mineração; no artesanato; no comércio ambulante (venda de
flores, de artigos de praia, de bebidas, de sorvete, de doces e salgados etc.). Pode
ocorrer, inclusive, que a criança ou o adolescente labore em companhia dos pais,
porém em favor de outrem, que é o beneficiário do trabalho de todos, podendo-se
identificar, também, situação em que haja participação de intermediários na
exploração do trabalho da família;
d) trabalho Infantil “por conta própria” - a criança ou o adolescente exerce atividade
laboral sem vinculação à família ou a terceiros. Presente muita das vezes, o abandono
ou de afastamento do lar, em que o sustento passa a se dar por conta própria. Disso,
são exemplos os denominados “flanelinhas”, “pastoradores de carros”, “limpadores de
vidros” dos carros (nos sinais de trânsito), “catadores de papel, latas e lixo”;
“engraxates”. Condição social extremamente frágil, necessidade de institucionalização
e/ou engajamento em programas sociais;
e) trabalho infantil em atividades ilícitas - nesta área, têm- se as situações de maior dano
e prejudicialidade para a criança e o adolescente. São atividades em que são eles
utilizados para a prática de ilícitos graves, como o tráfico de drogas, a pornografia e a
exploração sexual comercial:
 Tráfico de drogas- utilização, demanda e oferta de criança ou adolescentes para
atividades ilícitas, particularmente produção e tráfico de drogas, na qual o
aliciador se vale da condição da proteção jurídica à infância, como método de se
eximir da responsabilidade penal;
 pornografia– ligado à exploração da criança e adolescente, em especial sua
imagem, através de pagamentos em dinheiro ou bens materiais, feito por terceiros,
para produção de conteúdo pornográfico para consumo de terceiro;
 exploração sexual comercial- utilização, recrutamento ou oferta de crianças para
meios de exploração sexual com fins comerciais. A criança ou adolescente figura
como mercadoria, objeto sexual, para obter dinheiro para si ou terceiro.
f) trabalho infantil artístico - ocorre principalmente em programas de televisão e na
68

publicidade. É regra o incentivo e interesse dos pais ou responsável legal na realização


do trabalho da criança e do adolescente, seja pela projeção social que representa, seja
pelas possibilidades econômicas que propicia. Por isso não tem sido rara a
participação ou omissão dos pais em situações de trabalho artístico que caracterizam
abuso e desrespeito. Contudo, existe previsão legal para realização do mesmo, que se
atendidas afastam a ilicitude da ação;
g) trabalho de Infantil Desportivo: Segundo o Manual de Atuação do Ministério
Público há ainda a possibilidade da existência do Trabalho de Infantil Desportivo uma
vez que há um descompasso entre a legislação brasileira e os regulamentos da
Federação Internacional de Futebol (FIFA). A lei federal 9615/1998 conhecida por
“Lei Pelé”, estabelece que o contrato formal entre o atleta em formação ao desporto de
alto rendimento e à entidade de prática desportiva formadora, somente pode ser
celebrado a partir dos 14 anos, na condição de bolsista aprendiz, conforme preconiza a
constituição Federal. Entretanto, a FIFA aceita em seus regulamentos a
profissionalização de adolescentes a partir dos 12 anos, com contrato de trabalho ou
equivalentes, no qual o atleta cede seus direitos desportivos ao clube ou a empresário
que indiretamente tem ligação com o clube. Nesse caso, os empresários do esporte
estariam optando pelos regulamentos da FIFA, mais próximos aos seus interesses, em
detrimento da legislação brasileira;
h) trabalho de infantil religioso - outra modalidade violativa de Trabalho Infantil é aquele
desenvolvido em face de entidades religiosas. A Justiça do Trabalho de Cuiabá, Mato
Grosso, emitiu sentença condenando uma comunidade religiosa e uma livraria a ela
associada a pagarem multas por utilizarem mão de obra de crianças, adolescentes e
mesmo de adultos (em geral pais das crianças) sob a forma de trabalho voluntário (4º
Vara do Trabalho de Cuiabá – MT/ Processo n.º 0000731- 32.2014.5.23.0004).
i) trabalho de infantil em ambiente virtual - há também o debate sobre o trabalho infantil
no ambiente virtual e rede mundial de computadores (internet), onde é crescente a
mercantilização de certas expressões artísticas online, como os youtubers mirins e
blogueiros/as, onde a relação laboral entrelaça elementos artísticos, o âmbito do lar e
facilidade de acesso à internet. Apesar ser uma nova modalidade, não são poucos os
exemplos de jovens e crianças que são “sucesso na rede” e muitas vezes direta ou
indiretamente recebem algo em troca dessa exposição.
69

a) Lista das piores formas de Trabalho Infantil (Lista TIP)

Outra classificação importante para a atual proposta de estudo é a Lista das Piores
Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP) – que foi elaborada com intuito de regulamentar a
aplicação da Convenção 182 da OIT que trata da proibição das piores formas de trabalho
infantil, desta forma através do decreto presidencial nº 6.481/2008 tratou de descrever 93
atividades laborais que seriam vedadas aos trabalhadores menores de 18 anos.
A lista TIP se organiza em dois capítulos:

I. Trabalhos prejudiciais à saúde e à segurança


II. Trabalhos prejudiciais à moralidade.

Cada tipo reprovável de trabalho infantil é composto por uma tríade de elementos cada
um com breves definições; Descrição dos Trabalhos - Prováveis Riscos Ocupacionais -
Prováveis Repercussões à Saúde. Abaixo pode se observar uma exemplificação da lista.

Quadro 1 - Atividade: Comércio (reparação de veículos automotores objetos pessoais e


domésticos)

Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacionais Prováveis Repercussões à Saúde

Afecções músculo esqueléticas (bursites, tendinites,


Em borracharias ou locais Esforços físicos intensos;
dorsalgias, sinovites, tenossinovites);
onde sejam feitos exposição a produtos químicos,
queimaduras; câncer de bexiga e pulmão; asma
recapeamento ou antioxidantes, plastificantes,
ocupacional; bronquite; enfisema; intoxicação;
recauchutagem de pneus entre outros, e calor
dermatoses ocupacionais; internação e intoxicações

Fonte: Elaborado pelos autores

A Lista TIP é fundamental na compreensão entre os males do trabalho e a prováveis


consequências dessa atividade na saúde da criança ou adolescente. É também através dessa
tipificação legal que atua a fiscalização dos Auditores do Trabalho, do Ministério Público do
Trabalho e autoridades policias. Neste trabalho será feita recorrentes menções e consultas a
este documento, seja para tipificar condutas como trabalho infantil, seja para evidenciar
suas consequências maléficas, para tanto a mesma segue em anexo.
No próximo capítulo, apresentamos uma caracterização da população na faixa de 5 a
17 anos, a partir dos micros dados do Censo de 2010.
71

5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DA FAIXA DE REFERÊNCIA DO


TRABALHO INFANTIL

Apresentaremos aqui, dados específicos das pessoas residentes em Betim, em 2010, na


faixa etária de 5 a 17 anos segundo sexo, cor-raça, presença de deficiências físicas, e, também
aspectos socioeconômicos como alfabetização, situação do domicílio, entre outras
informações disponíveis para investigarmos a questão do trabalho infantil no município.
A Tabela 3, abaixo, mostra que 87.458 pessoas tinham idade entre 5 e 17 anos,
segundo o Censo de 2010 e, segundo as estimativas populacionais de 2012, esse número seria
de 89.339 pessoas nessa faixa de idade 10.

Tabela 3 - População residente de crianças e de adolescentes com idade entre 05 e 17


anos por faixa etária, Betim – 2010 e 2012
Censo 2010 Estimativa 2012
Faixa etária
(N) (%) (N) (%)
05 a 09 anos 29.988 34,3 30.844 34,5

10 a 13 anos 28.430 32,5 29.465 33,0

14 a 15 anos 14.561 16,6 14.745 16,5

16 a 17 anos 14.478 16,6 14.285 16,0

De 05 a 17 anos 87.458 100,0 89.339 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Já na Tabela 4 seguinte, considerando as pessoas na faixa de 5 a 17 anos residentes em


Betim em 2010, vemos que pouco mais da metade, 50,7%, correspondia a pessoas do sexo
masculino e, 49,3%, a pessoas do sexo feminino. Na sequência, a Tabela 5, mostra que neste
conjunto da população 68,6% tinha cor de pele parda/preta, 30,6% branca e 0,8%
amarela/indígena.

10
Estimativas produzidas pelo IBGE para o Tribunal de Contas da União (TCU), estratificadas por idade e sexo
pelo Ministério da Saúde (MS).
72

Tabela 4 - População residente com idade de 05 e 17 anos por sexo e faixa etária, Betim -
2010
Sexo
Faixa etária Total por faixa etária
Masculino Feminino
15.188 14.800 29.988
05 a 09 anos
50,6% 49,4% 100,0%
14.402 14.028 28.430
10 a 13 anos
50,7% 49,3% 100,0%
7.409 7.152 14.561
14 a 15 anos
50,9% 49,1% 100,0%
7.343 7.135 14.478
16 a 17 anos
50,7% 49,3% 100,0%
44.342 43.115 87.457
De 05 a 17 anos
50,7% 49,3% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 5 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, segundo cor/raça, Betim - 2010
Cor/Raça
Faixa etária
Branca Preta/Parda Amarela/Indígena Total
10.186 19.608 194 29.988
05 a 09 anos
34,0% 65,4% 0,6% 100,0%
8.438 19.791 201 28.430
10 a 13 anos
29,7% 69,6% 0,7% 100,0%
4.071 10.311 179 14.561
14 a 15 anos
28,0% 70,8% 1,2% 100,0%
4.110 10.258 110 14.478
16 a 17 anos
28,4% 70,9% 0,8% 100,0%
26.805 59.968 684 87.457
De 05 a 17 anos
30,6% 68,6% 0,8% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

As Tabelas (6, 7, 8 e 9), a seguir, apresentam o dado sobre a presença de deficiências


físicas neste conjunto da população com idade entre 5 e 17 anos, segundo o Censo de 2010.
73

Tabela 6 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de enxergar,


por faixa etária, Betim – 2010
Dificuldade permanente de enxergar:
Faixa etária Sim, não Sim, Não,
Sim, grande
consegue de alguma nenhuma Total
dificuldade
modo algum dificuldade dificuldade
64 87 838 28.999 29.988
05 a 09 anos
0,2% 0,3% 2,8% 96,7% 100,0%
31 275 1.407 26.717 28.430
10 a 13 anos
0,1% 1,0% 4,9% 94,0% 100,0%
41 109 785 13.627 14.562
14 a 15 anos
0,3% 0,7% 5,4% 93,6% 100,0%
0 157 868 13.453 14.478
16 a 17 anos
0% 1,1% 6,0% 92,9% 100,0%
136 628 3.898 82.796 87.458
De 05 a 17
anos 0,2% 0,7% 4,5% 94,7% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 7 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de ouvir, por


faixa etária, Betim – 2010
Dificuldade permanente de ouvir:
Faixa etária Sim, não Sim, Não,
Sim, grande
consegue de alguma nenhuma Total
dificuldade
modo algum dificuldade dificuldade
39 47 321 29.581 29.988
05 a 09 anos
0,1% 0,2% 1,1% 98,6% 100,0%
29 108 357 27.936 28.430
10 a 13 anos
0,1% 0,4% 1,3% 98,3% 100,0%
10 48 119 14.384 14.561
14 a 15 anos
0,1% 0,3% 0,8% 98,8% 100,0%
0 57 122 14.300 14.479
16 a 17 anos
0% 0,4% 0,8% 98,8% 100,0%
78 260 919 86.201 87.458
De 05 a 17
anos 0,1% 0,3% 1,1% 98,6% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
74

Tabela 8 - População de 05 a 17 anos, segundo a dificuldade permanente de caminhar ou


de subir degraus, por faixa etária, Betim – 2010
Dificuldade permanente de caminhar ou de subir degraus:
Faixa etária Sim, não Sim, Não,
Sim, grande
consegue de alguma nenhuma Total
dificuldade
modo algum dificuldade dificuldade
57 66 95 29.770 29.988
05 a 09 anos
0,2% 0,2% 0,3% 99,3% 100,0%
104 24 174 28.128 28.430
10 a 13 anos
0,4% 0,1% 0,6% 98,9% 100,0%
42 22 144 14.352 14.560
14 a 15 anos
0,3% 0,2% 1,0% 98,6% 100,0%
9 17 60 14.392 14.478
16 a 17 anos
0,1% 0,1% 0,4% 99,4% 100,0%
212 129 473 86.642 87.456
De 05 a 17
anos 0,2% 0,1% 0,5% 99,1% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 9 - População residente com idade de 05 a 17 anos, segundo a deficiência mental


e intelectual permanente por faixa etária – Betim – 2010
Betim - População residente com idade de 05 a 17 anos
Deficiência mental/intelectual permanente:
Faixa etária
Sim Não Ignorado
193 29.795 29.988
05 a 09 anos
0,6% 99,4% 100,0%
190 28.241 28.431
10 a 13 anos
0,7% 99,3% 100,0%
141 14.420 14.561
14 a 15 anos
1,0% 99,0% 100,0%
106 14.373 14.479
16 a 17 anos
0,7% 99,3% 100,0%
630 86.829 87.459
De 05 a 17 anos
0,7% 99,3% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
75

Em síntese, nas Tabelas (6,7,8, e 9) observamos que:

a) em relação à dificuldade em enxergar, das pessoas de 5 a 17 anos, 136 (0,2%) não


conseguiam enxergar de modo algum, 628 (0,7%) tinham muita dificuldade e 3.898
declararam ter alguma dificuldade em enxergar;
b) quanto à dificuldade em ouvir/escutar, das pessoas de 5 a 17 anos, 78 (0,1%) não
conseguiam ouvir/escutar de modo algum, 260 (0,3%) tinham muita dificuldade e 919
declararam ter alguma dificuldade em ouvir/escutar;
c) sobre a dificuldade permanente de caminhar ou de subir degraus, das pessoas de 5 a 17
anos,218 (0,2%) não conseguiam caminhar ou de subir degraus de modo algum, 129
(0,1%) tinham muita dificuldade e 473 declararam ter alguma dificuldade de caminhar
ou de subir degraus;
d) já a deficiência do tipo mental/intelectual, atingia 630 (0,7%) crianças/adolescentes de
5 a 17 anos residentes em Betim, em 2010, segundo o IBGE.

Em relação às condições socioeconômicas da população residente na faixa de 05 a 17


anos, apresentamos a seguir informações relativas à escolarização e rendimento domiciliar a
partir dos seguintes temas levantados no Censo 2010: se frequenta escola ou creche; o curso
mais elevado que frequentou; rendimento domiciliar per capita; pessoa responsável pelo
domicílio; a espécie de unidade visitada (domicílio).

Tabela 10 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, se sabe ler e escrever, Betim –
2010
Faixa etária Sabe ler e escrever:
Total
Sim Não
22.579 7.409 29.988
5 a 09 anos
75,3% 24,7% 100,0%
28.043 388 28.431
10 a 13 anos
98,6% 1,4% 100,0%
14.444 117 14.561
14 a 15 anos
99,2% 0,8% 100,0%
14.407 72 14.479
16 a 17 anos
99,5% 0,5% 100,0%
79.473 7.986 87.459
De 05 a 17 anos
90,9% 9,1% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
76

Tabela 11 - População de 05 a 17 anos, por faixa etária, se frequenta escola, Betim –


2010
Se frequenta escola
Sim, Sim, Não, já Não, nunca
Faixa etária Total
pública particular frequentou frequentou
24.890 3.929 329 839 29.987
5 a 09 anos
83,0% 13,1% 1,1% 2,8% 100,0%
26.163 1.721 438 108 28.430
10 a 13 anos
92,0% 6,1% 1,5% 0,4% 100,0%
13.030 831 671 29 14.561
14 a 15 anos
89,5% 5,7% 4,6% 0,2% 100,0%
11.327 737 2.396 19 14.479
16 a 17 anos
78,2% 5,1% 16,5% 0,1% 100,0%
75.410 7.218 3.834 995 87.457
De 05 a 17 anos
86,2% 8,3% 4,4% 1,1% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
77

Tabela 12 - População de 05 a 17 anos, segundo o curso mais elevado que frequentou, Betim – 2010
Creche, pré - Regular ou
escolar supletivo
Ensino Ensino
(maternal e Ensino’ Supletivo do do Ensino
Faixa Alfabetização de Fundamental (da Fundamental (da Superior de
jardim de Fundamental (4ª Ensino Médio ou Total
Etária jovens e adultos 1ª a 3ª série/ do 5ª a 8ª série/ 6º graduação
infância), classe série/ 5º ano) Fundamental Ensino
1º ao 4º ano) ao 9º ano)
de alfabetização Médio
(CA) regular

6.476 5.624 0 16.720 0 0 0 0 28.820


05 a 09
anos
22,5% 19,5% 0% 58,0% 0% 0% 0% 0% 100%

143 1.153 27 25.594 657 310 0 0 27.884


10 a 13
anos
0,5% 4,1% 0,1% 91,8% 2,4% 1,1% 0% 0% 100%

0 0 96 8.319 916 4530 0 0 13.861


14 a 15
anos
0% 0% 0,7% 60% 6,6% 32,7% 0% 0% 100%

0 0 94 1811 608 8582 824 143 12.062


16 a 17
anos
0% 0% 0,8% 15,0% 5,0% 71,1% 6,8% 1,2% 100%

6.619 6.777 217 52.444 2.181 13.422 824 143 82.627


De 05 a
17 anos
8,0% 8,2% 0,3% 63,5% 2,6% 16,2% 1,0% 0,2% 100%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
79

5.1 O trabalho infantil em Betim, segundo o Censo de 2010

Os dados censitários também permitem investigar o Trabalho Infantil por meio da


população de pessoas com idade entre 10 a 17 anos que declararam ao IBGE trabalhar. Essa
situação é definida pelo Censo por meio da situação de trabalho, que as crianças e
adolescentes encontravam-se na semana de referência, de 25 a 31 de julho de 2010. Essa
questão é investigada também a partir da escala metropolitana, a RMBH.
Desse modo, buscamos aqui identificar as condições de trabalho em que estão
inseridas essas crianças e adolescentes trabalhadoras, tais como o sexo, a faixa etária, a
quantidade de horas trabalhadas por semana, se tinham mais de um ou dois trabalhos como
apresentamos neste relatório.

Tabela 13 - Pessoas ocupadas, na semana de referência, segundo área urbana ou rural


por faixa etária, Betim – 2010
Faixa Etária Urbano Rural Total
692 26 718
10 a 13 anos
96,4% 3,6% 100,0%
1.314 18 1.332
14 a 15 anos
98,6% 1,4% 100,0%
4.326 77 4.403
16 a 17 anos
98,3% 1,7% 100,0%
6.332 121 6.453
De 10 a 17 anos
98,1% 1,9% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Das pessoas ocupadas na faixa etária de estudo do TI, entre 10 e 17 anos de idade,
segundo o Censo Demográfico de 2010, identificamos que, embora o número absoluto das
crianças e adolescentes trabalhadoras em áreas urbanas seja superior, o número relativo na
área rural é também importante de ser considerado ao passo que a população rural em geral é
menor no município, o que torna mais significativa essa participação infantojuvenil no
trabalho rural.
80

Tabela 14 - Pessoas de ocupadas, na semana de referência, segundo sexo e faixa etária,


Betim – 2010
Faixa etária Masculino Feminino Total
482 236 718
10 a 13 anos
3,3% 1,7% 2,5%
792 540 1.332
14 a 15 anos
10,7% 7,5% 9,1%
2.579 1.824 4.403
16 a 17 anos
35,1% 25,6% 30,4%
3.853 2.601 6.454
De 10 a 17 anos
13,2% 9,2% 11,2%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Das pessoas entre 10 e 17 anos ocupadas, havia maior participação absoluta e relativa
das crianças e adolescentes do sexo masculino, 3.853 (13,2% das pessoas do sexo masculino
nessa faixa comparado às do sexo feminino, 2.601 (9,2%).

Tabela 15 - População de 10 a 17 anos, segundo a posição na ocupação principal, Betim


– 2010
Empregado com Empregado sem
Faixa Não
carteira de trabalho carteira de Conta própria Empregador Total
Etária remunerado
assinada trabalho assinada
0 214 147 0 247 608
10 a 13
anos
0% 35,2% 24,2% 0% 40,6% 100,0%

117 783 243 0 161 1.304


14 a 15
anos
9,0% 60% 18,6% 0% 12,3% 100,0%

1.645 2.080 468 22 168 4.383


16 a 17
anos
37,5% 47,5% 10,7% 0,5% 3,8% 100,0%

1.762 3.077 858 22 576 6.295


De 10 a 17
anos
28,0% 48,9% 13,6% 0,3% 9,2% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Das pessoas entre 10 e 17 anos ocupadas, nem todas encontram-se legalmente


inseridas no trabalho. Essa inserção legal depende de autorização judicial para os menores de
14 anos, e de existência uma contratação dentro da legalidade trabalhista, quando essas
condições inexistem indicam a presença de Trabalho Infantil. Situação que pode ser
observada nos casos Empregado sem carteira de trabalho assinada, 3.077 crianças e
adolescentes, (48,9% dessa população ocupada), ou nos casos do trabalho por Conta própria,
858 (13,6%), ou, no Não remunerado, 576 (9,2%). Como se trata de informações censitárias,
declaradas, até mesmo os casos declarados como Empregado com carteira de trabalho
81

assinada podem na prática não se configurar como trabalho protegido.


Outro dado preocupante é a quantidade de ocupações/trabalho a criança/ adolescente
declarou exercer. A Tabela 16, seguinte, traz este dado, onde 129 (2,0%) crianças e
adolescentes declararam o exercício de dois ou mais trabalhos.

Tabela 16 - População de 10 a 17 anos que realizava mais de um tipo de Trabalho, Betim


– 2010
Faixa etária Um Dois Total

608 0 608
10 a 13 anos
100,0% 0,0% 100,0%

1.276 28 1.304
14 a 15 anos
97,9% 2,1% 100,0%

4.282 101 4.383


16 a 17 anos
97,7% 2,3% 100,0%

6.166 129 6.295


De 10 a 17 anos
98,0% 2,0% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

O trabalho também é mapeado pelo IBGE de outras formas. As duas Tabelas seguintes
foram elaboradas a partir das questões: “Na semana de 25 a 31/07/10, durante pelo menos 1
hora, você trabalhou ganhando em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios?” (5.416
crianças e adolescentes, 9,4%) e, “Se no período de 02 a 31 de julho de 2010, tomou alguma
providência, de fato, para conseguir trabalho.” (3.727 crianças e adolescentes, 7,3%).
A quantidade de 3.727 crianças e adolescentes que não trabalhavam na semana de
referência, mas que estavam em busca de trabalho, representam um acréscimo a ser
considerado quando formos considerar a população infanto juvenil trabalhadora no município,
os que declararam estarem ocupados
82

Tabela 17 - População de 10 a 17 anos, se na semana de 25 a 31/07/10, durante pelo


menos 1 hora, trabalhou ganhando em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios,
Betim – 2010
Faixa Etária Trabalhou Não Trabalhou Total
291 28.140 28.431
10 a 13 anos
1,0% 99,0% 100,0%
1.081 13.480 14.561
14 a 15 anos
7,4% 92,6% 100,0%
4.044 10.435 14.479
16 a 17 anos
27,9% 72,1% 100,0%
5.416 52.055 57.471
De 10 a 17 anos
9,4% 90,6% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 18 - População de 10 a 17 anos, se no período de 02 a 31 de julho de 2010, tomou


alguma providência, de fato, para conseguir trabalho, Betim – 2010
Faixa Etária Sim Não Total
360 27.352 27.712
10 a 13 anos
1,3% 98,7% 100,0%
906 12.322 13.228
14 a 15 anos
6,8% 93,2% 100,0%
2.461 7.614 10.075
16 a 17 anos
24,4% 75,6% 100,0%
3.727 47.288 51.015
De 10 a 17 anos
7,3% 92,7% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 19 - População de 10 a 17 anos, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível


para assumi-lo na semana de 25 a 31 de julho de 2010, Betim – 2010
Faixa Etária Sim Não Total
287 72 359
10 a 13 anos
79,9% 20,1% 100,0%
793 114 907
14 a 15 anos
87,4% 12,6% 100,0%
2.374 87 2.461
16 a 17 anos
96,5% 3,5% 100,0%
3.454 273 3.727
De 10 a 17 anos
92,7% 7,3% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Os motivos que levam a criança e o adolescente a aderir a algum tipo de trabalho são
muito variados, desde uma necessidade estritamente pessoal até mesmo o sustento da família,
embora nenhuma dessas coisas estejam totalmente desvinculadas. A seguir observamos essa
população, de 10 a 17 anos, residente nas áreas do município em geral, segundo a
83

responsabilidade do domicílio, ao todo, 648 crianças e adolescentes (1,1% do total dessa


população) exerciam esse papel no domicílio onde moram.

Tabela 20 - População de 05 a 17 anos responsável pelo domicílio, Betim – 2010


Não responsável pelo
Faixa etária de referência Responsável pelo domicílio Total
domicílio

05 a 09 anos Dado não levantado no Censo - -


125 28.305 28.430
10 a 13 anos
0,4% 99,6% 100,0%
235 14.326 14.561
14 a 15 anos
1,6% 98,4% 100,0%
288 14.190 14.478
16 a 17 anos
2,0% 98,0% 100,0%
648 56.821 57.469
De 05 a 17 anos
1,1% 98,9% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

5.2 O trabalho infantil: RMBH e Betim no Censo de 2010

Na Tabela 21, abaixo, tem-se, para 2010, o número, por faixa etária, de crianças em
situação de trabalho, segundo a frequência à escola, e o percentual daqueles que não
estudavam. Como se pode notar, dentre as crianças em situação de Trabalho Infantil, na
RMBH, em 2010, 49.449 trabalhavam e estudavam, enquanto 13.701 (21,7%) que
trabalhavam, declararam não estudar. Para Betim, esses valores eram 5.254 e 1.201 (18,6%)
respectivamente.

Tabela 21 - Crianças em situação de Trabalho e situação de Frequência à Escola, Betim


e RMBH - 2010
Betim RMBH
Faixa etária
Estud Não Tota Não estuda Estud Não Não estuda
Total
a estuda l (%) a estuda (%)
10 a 13 anos 648 71 719 9,9% 7.426 1.675 9.101 18,4%
1.33 11.49 13.49
14 a 15 anos 1.162 171 12,8% 2.002 14,8%
3 6 8
4.40 30.53 40.55
16 a 17 anos 3.444 959 21,8% 10.024 24,7%
3 2 6
De 10 a 17 6.45 49.45 63.15
5.254 1.201 18,6% 13.701 21,7%
anos 5 4 5
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
84

Podemos observar que a frequência à escola não impede a imersão no trabalho, por
outro lado, o trabalho pode sim provocar o abandono escolar, obviamente que, não é o único
fator envolvido nessa relação. Na RMBH e em Betim, respectivamente, 18,4% e 9,9% das
crianças de 10 a 13 anos de idade, que já exerciam atividade laboral, não frequentaram a
escola, naquele ano. Esses são percentuais preocupantes ao considerarmos o abandono escolar
nessa faixa de idade. O percentual de evadidos do sistema escolar cresce à medida que a faixa
etária aumenta. Em Betim, na faixa de 14 a 15 anos foi de 12,8%, na faixa de 16 a 17 anos de
21,8%, e quando consideramos o conjunto da população de 10 a 17 asnos, 18,6%.

Gráfico 3 - Distribuição relativa dos trabalhadores infantis que apenas trabalhavam,


Betim e RMBH - 2010

(%) de Crianças e Adolescentes em situação de Trabalho, por faixa etária


e que não frequentavam a Escola, Betim e RMBH - 2010
30,0%

25,0%

20,0%

15,0%

10,0%

5,0%

0,0%
10 a 13 anos 14 a 15 anos 16 a 17 anos De 10 a 17 anos

Betim RMBH

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

As duas Tabelas 22 e 23, seguintes, apresentam a jornada de trabalho semanal, em


horas, das crianças e adolescentes ocupados na semana de referência do Censo de 2010 na
RMBH e em Betim, respectivamente. De um modo geral, o que se pode observar é que para a
maioria das crianças entre 10 e 13 anos a jornada de trabalho tendeu a ser menor que nas
demais faixas etárias, embora seja elevado o percentual de crianças nessa faixa de idade que
possuem jornadas superiores a 21 horas por semana ou mais, somando um total de 38,3%
dessas pessoas. Em Betim, observamos uma tendência semelhante, com 34,2% desse público
com essa mesma jornada de trabalho semanal.
85

Tabela 22 - Jornada de trabalho semanal, das crianças e adolescentes que trabalham por
faixa etária, RMBH – 2010
Faixa Até 10 De 11 até 20 De 21 até 30 De 31 até 40 Mais de 40
Total
Etária horas horas horas horas horas
4.462 1.156 1.002 1.288 1.201 91.09
10 a 13
anos 100,0
49,0% 12,7% 11,0% 14,1% 13,2%
%
13.50
3.662 2.769 2.377 2.536 2.165
14 a 15 8
anos 100,0
27,1% 20,5% 17,6% 18,8% 16,0%
%
40.55
4.722 6.542 6.006 11.897 11.392
16 a 17 9
anos 100,0
11,6% 16,1% 14,8% 29,3% 28,1%
%
63.17
12.845 10.466 9.385 15.721 14.758
De 10 a 6
17 anos 100,0
20,3% 16,6% 14,9% 24,9% 23,4%
%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Tabela 23 - Jornada de trabalho semanal, das crianças e adolescentes que trabalham,


por faixa etária, Betim - 2010
Faixa Ate 10 De 11 até 20 De 21 até 30 De 31 até 40 Mais de 40
Total
Etária horas horas horas horas horas
399 74 66 139 41 719
10 a 13
anos 100,0
55,5% 10,3% 9,2% 19,3% 5,7%
%
394 270 296 139 233 1.332
14 a 15
anos 100,0
29,6% 20,3% 22,2% 10,4% 17,5%
%
292 1.058 642 1.173 1.238 4.403
16 a 17
anos 100,0
6,6% 24,0% 14,6% 26,6% 28,1%
%
1.085 1.402 1.004 1.451 1.512 6.454
De 10 a
17 anos 100,0
16,8% 21,7% 15,6% 22,5% 23,4%
%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

O contexto observado até aqui mostra uma intensa participação das crianças e
adolescentes ocupados nas atividades laborais que estavam envolvidas, fator que pode sim
impactar a trajetória de estudos dessas crianças, como sua saúde física e integridade moral.
Para Costa e Bronzo (2014), a interrupção da escolaridade, que na prática refletirá em baixos
níveis de escolarização, representa um dos fatores principais de reprodução da pobreza em
86

nossa sociedade. Na prática, o Trabalho Infantil não resolve o problema de rendimento das
famílias das crianças, nem do país, pelo contrário, apenas mantém e reproduz as situações de
pobreza crônica, pois, submete as pessoas submetidas ao Trabalho Infantil à permanente
busca por estratégias de sobrevivência individual e familiar, ou seja, torna mais difícil para
essas pessoas a construção de projetos de vida de longo prazo (SOUZA; MARINHO, 2016).
Segundo a legislação brasileira, todo e qualquer trabalho realizado por crianças com
menos de 14 anos de idade é ilegal e, portanto, informal. Crianças, com menos de 14 anos ou
são trabalhadoras remuneradas mas 'sem carteira assinada', ou são trabalhadoras 'sem
remuneração', ou 'conta própria'. Àqueles com 14 anos ou mais é permitido o labor, desde
que na condição de aprendiz, definido pelo art. 428, caput e § 1º, da CLT (BRASIL, 1943).
Por outro lado, o que observamos é que crianças e adolescentes que, em tese, deveriam estar
realizando atividades focadas no desenvolvimento integral como prescreve o ECA (1990),
encontram-se reféns dessa prática social degradante tão presente numa sociedade
extremamente desigual como a brasileira, limitando, com isso, as possibilidades de vida de
muitas das crianças e jovens submetidos a tal situação (MARINHO, 2016).

Tabela 24 - Trabalhadores infantojuvenis que declararam possuir a carteira assinada,


segundo a situação de escolaridade, por faixa etária, Betim e RMBH - 2010
Betim RMBH
Faixa etária Não (%) Não (%)
Estuda Total Estuda Total
estuda Aprendiz estuda Aprendiz
14 a 15 anos 86 32 118 72,9% 1.366 412 1.778 76,8%

16 a 17 anos 1.309 336 1.645 79,6% 13.279 4.299 17.578 75,5%


De 14 a 17 anos 1.395 368 1.763 79,1% 14.645 4.711 19.356 75,7%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Deste modo, como abordado por Kassouf (2007, p. 331), "o Trabalho Infantil é uma
atividade que gera benefícios imediatos na forma de renda" para a maioria dos infantes,
porém gera prejuízos na saúde e desenvolvimento corpóreo, expõe a criança a riscos diversos
e prejudica sua progressão escolar.
Nas duas Tabelas seguintes (25 e 26) que apresentam o rendimento em salários
mínimos da população ocupada, na faixa de 10 a 17 anos, na RMBH e em Betim, observamos
que a maioria das crianças e adolescentes eram remuneradas, contudo, a remuneração é
relativamente baixa se comparada com a população adulta. Em 2010, apenas 1.370 crianças e
adolescentes, (2,5%) desse público ocupado na RMBH, trabalhavam sem receber dinheiro
87

(sem rendimento). Em Betim, 666 (10,3%) não recebiam remuneração pelo seu trabalho, e
que, considerando-se a totalidade de crianças trabalhadoras remuneradas, em 2010, tem-se
que em torno de 72,2% alcançavam um rendimento mensal de até, no máximo, 1 salário
mínimo.

Tabela 25 - Crianças e adolescentes ocupadas segundo a faixa de rendimento bruto na


ocupação principal, por faixa etária, RMBH – 2010
+ de + de + de Total
Faixa + ½ + 1 até + de
Sem rendimento Até ½ 1,5 a 2,0 a 3,0 a
Etária até 1 1,5 5,0
2,0 3,0 5,0
10 a 13 404 2.067 1.561 775 322 127 68 - 5.324
anos 7,6% 38,8% 29,3% 14,6% 6,0% 2,4% 1,3% 0% 100,0%
14 a 15 527 5.042 4.219 704 476 148 138 28 11.282
anos 4,7% 44,7% 37,4% 6,2% 4,2% 1,3% 1,2% 0,2% 100,0%
16 a 17 440 8.842 21.450 4.667 1.653 472 125 106 37.756
anos 1,2% 23,4% 56,8% 12,4% 4,4% 1,3% 0,3% 0,3% 100,0%
De 10 a 1.370 15.950 27.230 6.143 2.452 745 332 136 54.362
17 anos 2,5% 29,3% 50,1% 11,3% 4,5% 1,4% 0,6% 0,3% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).
88

Tabela 26 - Crianças e adolescentes ocupadas segundo a faixa de rendimento bruto na


ocupação principal, por faixa etária, Betim - 2010
+ de + de + de
Faixa + ½ + 1 até + de
Sem rendimento Até ½ 1,5 a 2,0 a 3,0 a
Etária até 1 1,5 5,0 Total
2,0 3,0 5,0
10 a 13 306 203 109 65 29 9 0 0 721
anos 42,4% 28,2% 15,1% 9,0% 4,0% 1,2% 0,0% 0,0% 100,0%
14 a 15 194 572 361 133 25 39 8 0 1.332
anos 14,6% 42,9% 27,1% 10,0% 1,9% 2,9% 0,6% 0,0% 100,0%
16 a 17 166 1132 2158 621 182 137 7 0 4.403
anos 3,8% 25,7% 49,0% 14,1% 4,1% 3,1% 0,2% 0,0% 100,0%
De 10 a 666 1907 2628 819 236 185 15 0 6.456
17 anos 10,3% 29,5% 40,7% 12,7% 3,7% 2,9% 0,2% 0,0% 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2010a).

Observamos que, o contexto de crianças em situação de Trabalho Infantil em Betim e


na RMBH, são relativamente semelhantes, tanto em nível quanto em estrutura, embora
possuam particularidades 11. Segundo o CNMP, "o valor recebido pelas crianças que são
remuneradas, representa, em regra, 10% da renda familiar". (BRASIL, 2013, p. 31). Nesse
sentido, Kassouf (2007) chama a atenção para as armadilhas do Trabalho Infantil, como uma
pseudo alternativa, uma cilada que comprometerá o futuro de oportunidades que estará aberto
para essas crianças e seus familiares.
Considerando que relevância do contexto metropolitano para compreensão das
dinâmicas sociais em Betim (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2015), na próxima subseção
caracterizaremos o Trabalho Infantil na RMBH a partir das PNADs de 2001 a 2014 levantado
em Souza e Marinho (2016).

5.3 O trabalho infantil na RMBH, a partir da PNAD

A PNAD vem sendo anualmente 12 realizada pelo IBGE e, muito embora o seu
instrumento de coleta tenha sofrido algumas alterações, ela permanece com sua maioria de
questões inalteradas, garantindo a comparabilidade de seus resultados, através da construção

11
Por pressuposto, para ambos os casos, consideramos que a distribuição de rendimento na ocupação principal
das crianças para as quais não se dispõe desta informação segue a distribuição relativa revelada por aqueles
que responderam a este quesito.
12
Segundo o IBGE, a PNAD tem sido realizada anualmente desde 1971, com exceção do ano de 1994 e dos anos
censitários.
89

de séries históricas sobre o Trabalho Infantil na RMBH 13. Dentre as alterações destaca-se o
Suplemento na PNAD com perguntas que abordam de forma detalhada o Trabalho Infantil no
país, nos estados e nas regiões metropolitanas, comparadamente ao Censo Demográfico, que
desde 2001 foram definitivamente incorporados no questionário adotado pela PNAD.
Permitindo, deste modo, uma caracterização demográfica e socioeconômica da população de
crianças e adolescentes, tais como: sexo, idade, escolaridade, rendimento, cor, dentre outras,
as quais permitem uma boa caracterização, tanto do trabalhador, quanto do Trabalho Infantil.
É importante destacar também que o Censo Demográfico não coleta informações
sobre 'trabalho e emprego' realizado pelas crianças entre 05 e 09 anos, e, sua periodicidade
decenal, impede um estudo mais aprofundado das tendências do Trabalho Infantil. Os dados
apresentados dizem respeito à semana de referência da realização da pesquisa.
Como se pode observar, na Tabela 27, seguinte, na RMBH o número absoluto de
crianças em situação de Trabalho Infantil não variou significativamente entre 2011 e 2014. Já
no ano de 2015, houve uma queda de maior relevância.

Tabela 27 - Crianças em situação de Trabalho Infantil, RMBH - 2011 a 2015


Crianças de 5 a 17 anos em situação de População da RMBH
Ano (%)
Trabalho Infantil RMBH entre 05 e 17 anos
2011 71.050 1.014.631 7,0
2012 73.894 998.347 7,4
2013 65.746 988.930 6,6
2014 69.161 970.527 7,1
2015 51.584 940.895 5,5
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2014).

13
Como se sabe, a PNAD é uma pesquisa amostral e, segundo o IBGE (2014, p.7), “o desenho amostral da
pesquisa visou possibilitar a expansão dos seus resultados para o Brasil, Grandes Regiões, Unidades da
Federação e nove Regiões Metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Betim, Rio de Janeiro, São
Paulo, Curitiba e Porto Alegre)”. Em outras palavras, seus dados não seriam desagregáveis13 para níveis
geográficos menores, nem mesmo para municípios pertencentes às regiões metropolitanas abrangidas pela
pesquisa, e nem para as regiões metropolitanas que não foram contempladas pela amostra.
90

O gráfico abaixo denota esta situação:

Gráfico 4 - Percentual de Trabalho Infantil, RMBH – 2011 a 2015


8

7,5
7,4
7
7 7,1
6,5
6,6
6

5,5
5,5
5

4,5
2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2014).

Na RMBH, assim como em todo o país, o Trabalho Infantil apresenta-se


extremamente concentrado entre crianças de famílias de baixa renda e que, à medida que a
renda domiciliar per capita vai aumentando, verifica-se queda significativa em sua ocorrência.
Para 2014, o percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil pertencentes à famílias
com renda per capita de até 1 salário mínimo foi da ordem de 47,4%.

5.3.1 Em relação ao período de 2011 a 2014

Gráfico 5 - Percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil, segundo a renda


domiciliar per capita, RMBH - 2011 a 2014

Faixa de rendimento domiciliar per capita (em salários mínimos) Total


Ano
(absoluto)
0 a 0,5 0,51 a 1,0 1,01 a 1,5 1,51 a 2,0 2,01 a 3,0 3,01 a 5,0 5,01 ou +

2011 13,8 38,4 22,8 7,8 4,2 2,4 10,8 71.050


2012 14,8 40,9 18,6 13,2 8,7 0,5 3,3 73.894

2013 13,8 42,1 17,6 9,4 10,1 1,9 5,0 65.746

2014 8,7 38,7 34,0 10,6 6,2 1,2 0,6 69.161


Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).
91

Nas Tabelas abaixo (28 e 29), indicamos os números absolutos e relativos referentes
ao Trabalho Infantil na RMBH, segundo as categorias utilizadas nas PNADs:

Tabela 28 - Trabalho infantil, segundo as categorias definidas pelo CNMP, RMBH -


2011 a 2014
Tipologia de Trabalho Infantil
Ano No âmbito Em benefício de Por conta Total
Doméstico Outro
familiar terceiro própria

2011 5.497 4.227 57.519 3.807 0 71.050


2012 7.546 3.179 58.005 5.164 0 73.894
2013 7.218 3.206 51.715 3.607 0 65.746
2014 6.102 3.660 53.296 6.103 0 69.161
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).

Em 2011, 80,96% das crianças eram trabalhadoras em benefícios de terceiros; em


2013, esse percentual era de 78,66% e em 2014 de 77,06%.

Tabela 29 - Estrutura relativa do Trabalho Infantil, segundo as categorias definidas pelo


CNMP, RMBH - 2001 a 2014
Tipologia de Trabalho Infantil
Ano No âmbito Em benefício de Por conta Total
Doméstico Outro
familiar terceiro própria

2011 7,74 5,95 80,96 5,36 0,00 71.050


2012 10,21 4,30 78,50 6,99 0,00 73.894
2013 10,98 4,88 78,66 5,49 0,00 65.746
2014 8,82 5,29 77,06 8,82 0,00 69.161
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).

Nas Tabelas a seguir, indicamos os números absolutos e relativos referentes ao


Trabalho Infantil na RMBH, segundo as categorias utilizadas nas PNADs:
92

5.3.2 Em relação ao período de 2011 a 2015

Tabela 30 - Trabalho infantil, segundo as categorias definidas pelo CNMP, RMBH -


2011 a 2015
Tipologia de Trabalho Infantil
Ano No âmbito Em benefício Por conta Total
Doméstico Outro
familiar de terceiro própria

2011 5.497 4.227 57.519 3.807 0 71.050


2012 7.546 3.179 58.005 5.164 0 73.894
2013 7.218 3.206 51.715 3.607 0 65.746
2014 6.102 3.660 53.296 6.103 0 69.161
2015 1.652 4.950 37.964 6.605 0 51.171
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).

Em 2011, 80,96% das crianças eram trabalhadoras em benefícios de terceiros; em


2013, esse percentual era de 78,66% e em 2014 de 77,06%.
Cumpre esclarecer que o valor total exposto, referente ao ano de 2015, não inclui os
dados das crianças de 05 a 09 anos de idade, que correspondem a 0,8% do total, ou seja, 413
casos de crianças de 05 a 09 anos em situação de Trabalho Infantil.

Tabela 31 - Estrutura relativa do Trabalho Infantil, segundo as categorias definidas pelo


CNMP, RMBH - 2011 a 2015
Tipologia de Trabalho Infantil
Ano No âmbito Em benefício Por conta Total
Doméstico Outro
familiar de terceiro própria
2011 7,7 5,9 81,0 5,4 0,0 71.050

2012 10,2 4,3 78,5 7,0 0,0 73.894

2013 11,0 4,9 78,7 5,5 0,0 65.746

2014 8,8 5,3 77,1 8,8 0,0 69.161

2015 3,2 9,7 74,2 12,9 0,0 51.171


Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).

Na RMBH, assim como em todo o país, o Trabalho Infantil apresenta-se


extremamente concentrado entre crianças de famílias de baixa renda e que, à medida que a
93

renda domiciliar per capita vai aumentando, verifica-se queda significativa em sua ocorrência.
Para 2014, o percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil pertencentes à famílias
com renda per capita de até 1 salário mínimo foi da ordem de 47,4%. Os dados da tabela
abaixo não contemplam as informações do ano de 2015.

Tabela 32 - Percentual de crianças em situação de Trabalho Infantil, segundo a renda


domiciliar per capita, RMBH - 2011 a 2014
Faixa de rendimento domiciliar per capita (em salários mínimos) Total
Ano
(absoluto)
0 a 0,5 0,51 a 1,0 1,01 a 1,5 1,51 a 2,0 2,01 a 3,0 3,01 a 5,0 5,01 ou +

2011 13,8 38,4 22,8 7,8 4,2 2,4 10,8 71.050

2012 14,8 40,9 18,6 13,2 8,7 0,5 3,3 73.894

2013 13,8 42,1 17,6 9,4 10,1 1,9 5,0 65.746

2014 8,7 38,7 34,0 10,6 6,2 1,2 0,6 69.161


Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) e elaborado por Souza e Marinho (2016) com dados
extraídos de IBGE (2014).

5.3.3 O trabalho infantil na RMBH, a partir da PNAD do ano de 2015

A seguir são apresentadas informações referentes à PNAD do ano de 2015, tais como
o número de crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil, bem considerando sua
faixa etária, gênero e a atividade do trabalho principal (se é agrícola ou não-agrícola).

Tabela 33 - Crianças e Adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo faixa


etária – semana de referência - PNAD 2015
Faixa Etária (N) (%)
05 a 09 anos 413 0,8
10 a 14 anos 7.426 14,4
15 a 17 anos 43.745 84,8
Total 51.584 100,0
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2014).

Nota-se que as crianças em tal situação de possível violação possuem


predominantemente entre 15 e 17 anos de idade, correspondendo a 84,8% do total. Contudo,
sem deixar de ser relevante, e talvez ainda mais preocupante, temos em seguida as crianças de
10 a 14 anos, com 14,4% , e por fim as crianças de 05 a 09 anos, com 0,8%, correspondendo a
413 casos.
94

Tabela 34 - Crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo gênero -


na semana de referência - 2015
Gênero
Faixa Etária Total
Masculino Feminino
413 0 413
05 a 09 anos
100,00% 0,00% 100,00%
3.301 4.125 7.426
10 a 14 anos
44,5% 55,5% 100,0%
28.475 15.270 43.745
15 a 17 anos
65,1% 34,9% 100,0%
32.189 19.395 51.584
Total
62,4% 37,6% 100,0%
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2014).

Quanto ao gênero das crianças em situação de Trabalho Infantil, nota-se que 62,4%
são do gênero masculino, enquanto 37,6% são do gênero feminino.

Tabela 35 - Crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil, segundo atividade


do trabalho principal - na semana de referência - 2015
Atividade
Faixa Etária Total
Agrícola Não-Agrícola
0 413 413
05 a 09 anos
0,0% 100,0% 100,0%
825 6.601 7.426
10 a 14 anos
11,1% 88,9% 100,0%
2.890 40.855 43.745
15 a 17 anos
6,6% 93,4% 100,0%
3.715 47.869 51.584
Total
7,2% 92,8% 100,0%
Fonte: Adaptado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de IBGE (2014).

Em relação à atividade do trabalho principal, observa-se que 7,2% (3.715 casos) são
atividades agrícolas, enquanto 92,8% não são atividades agrícolas.

5.4 O trabalho infantil, segundo a Prova Brasil 2015

A partir de sua reestruturação através da Portaria Ministerial nº 931, de 21 de março de


2005 (BRASIL, 2005), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) passou a ser
composto a ser composto por uma avaliação amostral e duas avaliações em larga escala. Seu
objetivo é o de realizar um diagnóstico do sistema educacional brasileiro, identificando
fatores que possam vir a interferir no desempenho do estudante, fornecendo um indicativo
95

sobre a qualidade do ensino que é ofertado. As informações produzidas visam subsidiar a


formulação, reformulação e o monitoramento das políticas na área educacional nas esferas
municipal, estadual e federal, contribuindo para a melhoria da qualidade, equidade e
eficiência do ensino.

Fonte: (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA2015d).

a) Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB): abrange por meio de pesquisa


amostral os alunos das redes públicas e privadas do país, em áreas urbanas e rurais,
matriculados na 4ª série/5ºano e 8ªsérie/9ºano do Ensino Fundamental e no 3º ano do
Ensino Médio, tendo como principal objetivo avaliar a qualidade, a equidade e a
eficiência da educação brasileira. Apresenta os resultados do país como um todo, das
regiões geográficas e das unidades da federação;
b) Prova Brasil/ANRESC - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar: Trata-se de uma
avaliação censitária envolvendo os alunos da 4ª série/5ºano e 8ªsérie/9ºano do Ensino
Fundamental das escolas públicas das redes municipais, estaduais e federal, com o
objetivo de avaliar a qualidade do ensino ministrado nas escolas públicas. Participam
desta avaliação as escolas que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas
séries/anos avaliados, sendo os resultados disponibilizados por escola e por ente
federativo. Ocorre de 2 em 2 anos;
c) Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) – avaliação censitária envolvendo os
alunos do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas com o objetivo principal
de avaliar os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa, alfabetização
Matemática e condições de oferta do Ciclo de Alfabetização das redes públicas.

A Prova Brasil procura avaliar o aprendizado realizado ao longo da trajetória escolar


do aluno. Assim, são avaliadas habilidades relativas aos anos anteriores ao que ele está
matriculado e também aos anos posteriores. Os Questionários da Avaliação Nacional da
96

Educação Básica (ANEB) e ANRESC (Prova Brasil) servem como instrumentos de coleta de
informações sobre aspectos da vida escolar, do nível socioeconômico, capital social e cultural
dos alunos. Os Professores e os diretores das escolas também são convidados a responder
questionários que possibilitam conhecer a sua formação profissional, suas práticas
pedagógicas, seu nível socioeconômico e cultural, seus estilos de liderança e suas formas de
gestão. Seus resultados são utilizados, dentre outros, para o cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), índice que avalia as escolas, cidades, estados e
o Brasil em notas de 0 até 10.
No que tange a temática do Trabalho Infantil, os questionários da Prova Brasil
respondidos pelos estudantes do 5º ano e do 9º trazem informações importantes sobre a
realidade do Trabalho Infantil doméstico e outras sobre outras formas de trabalho
desenvolvidas fora do lar.

5.4.1 Trabalho infantil entre os alunos do 5º ano participantes da Prova Brasil 2015

A distribuição das horas de trabalho em dias de aula permite-nos observar a


intensidade da violação Trabalho Infantil no cotidiano da criança e adolescente. Atenção
especial para as atividades domésticas desenvolvidas acima de 3 horas diárias, nelas se torna
mais factível a violação.
Na Tabela 36, seguinte, observamos os dados sobre o trabalho doméstico realizado
durante os dias de aula, esses dados foram fornecidos pelos próprios estudantes, que
declararam a sua condição de engajamento ou não no trabalho.
97

Tabela 36 - Questão 41 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? – alunos do 5º ano – Betim/MG
Não faz trabalhos
Regional Quest. respondidos Menos que 1 hora Entre 1 e 2 horas De 2 até 3 horas Mais de 3 horas
domésticos
Vianópolis 138 67 34 16 5 16
(208 questionários aplicados) 100,0% 48,6% 24,6% 11,6% 3,6% 11,6%
Citrolândia 284 142 61 19 17 45
(369 questionários aplicados) 100,0% 50,0% 21,5% 6,7% 6,0% 15,8%
Imbiruçu 655 297 159 49 42 108
(894 questionários aplicados) 100,0% 45,3% 24,3% 7,5% 6,4% 16,5%
PTB 278 122 61 17 37 41
(402 questionários aplicados) 100,0% 43,9% 21,9% 6,1% 13,3% 14,7%
Alterosas 827 382 207 66 39 133
(1.062 questionários aplicados) 100,0% 46,2% 25,0% 8,0% 4,7% 16,1%
Teresópolis 281 127 68 27 18 41
(389 questionários aplicados) 100,0% 45,2% 24,2% 9,6% 6,4% 14,6%
Norte 363 170 81 24 17 71
(482 questionários aplicados) 100,0% 46,8% 22,3% 6,6% 4,7% 19,6%
Centro 522 232 125 29 36 100
(636 questionários aplicados) 100,0% 44,4% 23,9% 5,6% 6,9% 19,2%
Icaivera 58 20 18 7 5 8
(87 questionários aplicados) 100,0% 34,5% 31,0% 12,1% 8,6% 13,8%
Petrovale 43 22 10 3 4 4
(74 questionários aplicados) 100,0% 51,2% 23,3% 7,0% 9,3% 9,3%
Total geral 3.449 1.581 824 257 220 567
(4.603 questionários aplicados) 100,0% 45,8% 23,9% 7,5% 6,4% 16,4%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).
99

Observa-se, na Tabela 36, anterior, que, de acordo com a resposta dos estudantes
do 5º ano, as regionais que apresentam o maior índice de Trabalho Infantil doméstico
são respectivamente as regionais Icaivera, com 20,7%, e PTB com 19,4%, o que pode
ser observado de maneira sintética no Gráfico 6 a seguir.

Gráfico 6 - Percentual de Trabalho Infantil Doméstico por Regional


Administrativa, 5º ano - Betim, 2015

Icaivera 20,7%

PTB 19,4%

Petrovale 16,3%

Teresópolis 16,0%

Vianópolis 15,2%

Imbiruçu 13,9%

Alterosas 12,7%

Citrolândia 12,7%

Centro 12,5%

Norte 11,3%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

A seguir a resposta dos estudantes do 5º Ano sobre o fato de trabalhar “fora de


casa”. Neste caso esta questão abrange todas as atividades feitas fora do lar, sejam
diretamente renumeradas ou não, licitas ou ilícitas. Segundo a OIT, o trabalho “fora de
casa” pode representar uma das piores formas de exploração das crianças e
adolescentes. Chamamos novamente a atenção para a idade do depoente.
100

Tabela 37 - Questão 42 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não


um salário)? – alunos do 5º ano - Betim/MG
Regional Respondidos SIM NÃO
Vianópolis 144 23 121
(208 questionários aplicados) 100,0% 16,0% 84,0%

Citrolândia 270 44 226


(369 questionários aplicados) 100,0% 16,3% 83,7%

Imbiruçu 667 62 605


(894 questionários aplicados) 100,0% 9,3% 90,7%

PTB 258 33 225


(402 questionários aplicados) 100,0% 12,8% 87,2%

Alterosas 835 94 740


(1.062 questionários aplicados) 100,0% 11,3% 88,6%

Teresópolis 283 34 249


(389 questionários aplicados) 100,0% 12,0% 88,0%

Norte 375 32 343


(482 questionários aplicados) 100,0% 8,5% 91,5%

Centro 523 50 473


(636 questionários aplicados) 100,0% 9,6% 90,4%

Icaivera 57 11 46
(87 questionários aplicados) 100,0% 19,3% 80,7%

Petrovale 42 08 34
(74 questionários aplicados) 100,0% 19,0% 81,0%

Total Geral 3.454 391 3.062


(4.603 questionários aplicados) 100,0% 11,3% 88,7%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

Quanto ao trabalho fora de casa, as regionais que apresentaram maior índice


foram, respectivamente, Icaivera, com 19,3%, e Petrovale com 19,0%, o que pode ser
observado no Gráfico 7 a seguir.
101

Gráfico 7 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Fora de Casa por regional, 5º


ano - Betim, 2015

Icaivera 19,3%
Petrovale 19,0%
Citrolândia 16,3%
Vianópolis 16,0%
PTB 12,8%
Teresópolis 12,0%
Alterosas 11,3%
Centro 9,6%
Imbiruçu 9,3%
Norte 8,5%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

5.4.2 Trabalho infantil entre os alunos do 9º ano participantes da Prova Brasil 2015

A partir da Tabela 38, seguinte, podemos observar os dados sobre o trabalho


doméstico realizado durante os dias de aula, por meio da qual o próprio estudante
declarou sua condição de engajamento ou não no respectivo trabalho. Os dados estão
dispostos por Rede Municipal de ensino 14. A distribuição das horas de trabalho em dias
de aula permite-nos observar a intensidade da violação Trabalho Infantil no cotidiano da
criança e adolescente alunos do 9º ano. Atenção especial para as atividades domésticas
desenvolvidas acima de 3 horas diárias, situação na qual se torna mais objetiva a
violação.

14
Optamos em privilegiar tal rede, pois, a quantidade de alunos abrangidos pela rede federal ser pouco
expressiva e também abranger um perfil distinto de alunos no qual a presença de trabalho é também
muito pouco presente.
103

Tabela 38 - Questão 44 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos? – alunos do 9º ano – Betim/MG
Não faz trabalhos
Regional Quest. respondidos Menos que 1 hora Entre 1 e 2 horas De 2 até 3 horas Mais de 3 horas
domésticos
Vianópolis 114 45 39 15 09 06
(139 questionários aplicados) 100,0% 39,5% 34,2% 13,2% 7,9% 5,3%
Citrolândia 192 60 60 24 18 30
(243 questionários aplicados) 100,0% 31,3% 31,3% 12,5% 9,4% 15,6%
Imbiruçu 640 223 224 74 45 74
(833 questionários aplicados) 100,0% 34,8% 35,0% 11,6% 7,0% 11,6%
PTB 314 101 102 38 38 35
(428 questionários aplicados) 100,0% 32,2% 32,5% 12,1% 12,1% 11,1%
Alterosas 783 242 297 98 58 88
(1.027 questionários aplicados) 100,0% 30,9% 37,9% 12,5% 7,4% 11,2%
Teresópolis 297 100 91 36 28 42
(446 questionários aplicados) 100,0% 33,7% 30,6% 12,1% 9,4% 14,1%
Norte 472 164 163 52 42 51
(594 questionários aplicados) 100,0% 34,7% 34,5% 11,0% 8,9% 10,8%
Centro 606 215 221 57 36 77
(746 questionários aplicados) 100,0% 35,5% 36,5% 9,4% 5,9% 12,7%

Icaivera 69 26 21 04 11 07
(92 questionários aplicados) 100,0% 37,7% 30,4% 5,8% 15,9% 10,1%

Petrovale 55 16 28 05 0 06
(84 questionários aplicados) 100,0% 29,1% 50,9% 9,1% 0,0% 10,9%

Total geral 3.542 1.192 1.246 403 285 416


(4.632 questionários aplicados) 100,0% 33,7% 35,2% 11,4% 8,0% 11,7%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).
105

Observa-se que os maiores índices de Trabalho Infantil Doméstico, segundo resposta


dos alunos do 9º ano, encontram-se nas regionais Vianópolis (24,2%), Petrovale (21,9%) e
Imbiruçu (21,7%), como ilustra o Gráfico 8 a seguir.

Gráfico 8 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Doméstico por regional, 9º ano -


Betim, 2015

PTB 24,2%

Citrolândia 21,9%

Icaivera 21,7%

Teresópolis 21,5%

Vianópolis 21,1%

Norte 19,9%

Alterosas 19,9%

Imbiruçu 18,6%

Centro 15,3%

Petrovale 9,1%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).

Na Tabela 39 seguinte, está representada a resposta dos estudantes do 9º ano, sobre o


fato de trabalhar “fora de casa”. Neste caso esta questão abrange todas as atividades feitas
fora do lar, sejam diretamente renumeradas ou não.
Conhecer a realidade das violações laborais é fundamental para adoção de medidas
pedagógicas de aprimoramento do Ensino Público, como iniciativas de escola integral e
ensino profissionalizante como Pronatec. Daí o interesse do Ministério da Educação em obter
estes dados na Prova Brasil.
106

Tabela 39 - Questão 45 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um


salário)? – alunos do 9º ano - Betim/MG
Regional Respondidos SIM NÃO
Vianópolis 111 21 90
(139 questionários aplicados) 100,0% 18,9% 81,1%
Citrolândia 185 27 158
(243 questionários aplicados) 100,0% 14,6% 85,4%
Imbiruçu 626 66 560
(833 questionários aplicados) 100,0% 10,5% 89,5%
PTB 313 29 284
(428 questionários aplicados) 100,0% 9,3% 90,7%
Alterosas 776 90 686
(1.027 questionários aplicados) 100,0% 11,6% 88,4%
Teresópolis 303 35 268
(446 questionários aplicados) 100,0% 11,6% 88,4%
Norte 475 42 433
(594 questionários aplicados) 100,0% 8,8% 91,2%
Centro 602 67 535
(746 questionários aplicados) 100,0% 11,1% 88,9%
Icaivera 67 12 55
(92 questionários aplicados) 100,0% 17,9% 82,1%
Petrovale 54 07 47
(84 questionários aplicados) 100,0% 13,0% 87,0%
Total Geral 3.512 396 3.116
(4.632 questionários aplicados) 100,0% 11,3% 88,7%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).

Na Tabela 39 acima, observamos que a regional a Vianopólis (18,9%) e Icaveira


(17,9%) têm os priores números de Trabalho Infantil de alunos no 9º Ano que trabalham fora
de casa. Já a regional de menor índice é a PTB (9,3%).
107

Gráfico 9 - Percentual do índice de Trabalho Infantil Fora de Casa por regional, 9º ano -
Betim, 2015

Vianópolis 18,90%

Icaivera 17,90%

Citrolândia 14,60%

Petrovale 13,00%

Teresópolis 11,60%

Alterosas 11,60%

Centro 11,10%

Imbiruçu 10,50%

PTB 9,30%

Norte 8,80%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).

5.4.3 Trabalho infantil entre os alunos do 5º e 9º ano de Betim em relação aos índices
nacionais e estaduais

Nas Tabelas, a seguir, trazemos os dados sobre o trabalho doméstico realizado durante
os dias de aulas, declarado pelos próprios estudantes sobre sua condição de engajamento ou
não no trabalho e o trabalho fora de casa. Os dados estão dispostos entre as três esferas de
governo que organizam a Federação Brasileira. A distribuição das horas de trabalho em dias
de aula nos permite observar a intensidade da violação Trabalho Infantil no cotidiano da
criança e do adolescente de Betim. Atenção especial para as atividades domésticas
desenvolvidas acima de 03 horas diárias onde torna-se mais objetiva a violação. Quanto às
informações sobre o fato de trabalhar “fora de casa”, a questão abrange todas as atividades
feitas fora do lar, sejam diretamente remuneradas ou não, lícitas ou ilícitas.
108

Tabela 40 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos?
(ex.: lavando louça, limpando o quintal etc.) Brasil, Minas Gerais e Betim - 5º ano -
Prova Brasil 2015
Brasil Minas Gerais Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)

Menos de uma hora 831.142 43,0 75.062 43,0 1.881 45,0

Entre 01 e 02 horas 437.914 23,0 40.922 23,0 998 24,0

Mais de 2 horas até 3 horas 142.409 7,0 11.861 7,0 312 8,0

Mais de 3 horas 132.192 7,0 11.441 7,0 289 7,0

Não faço trabalhos domésticos 380.649 20,0 35.389 20,0 669 16,0

1.924.306 100,0 174.675 100,0 4.149 100,0


Total
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).
Notas: Questionário estudante 5º ano Prova Brasil 2015. Brasil: Questionários aplicados: 2.414.559 |
Questionários respondidos: 2.019.634 | Respostas válidas para esta questão: 1.924.306. Minas Gerais:
Questionários aplicados: 227.438 | Questionários respondidos: 193.905 | Respostas válidas para esta questão:
174.675. Betim: Questionários aplicados: 5.476 | Questionários respondidos: 4.587 | Respostas válidas para esta
questão: 4.149.

Entre os alunos do 5º ano, observa-se a presença do trabalho doméstico em todas as


esferas de governo, no entanto, os números que chamam à atenção para a violação do
Trabalho Infantil, ou seja, aqueles que ultrapassam 02 horas diárias, estão representados da
seguinte maneira: no município de Betim, temos que 8,0% do total informou que trabalham
mais de 02 horas até 03 horas e 7,0% trabalham mais de 03 horas, o que torna a possível
violação ainda mais objetiva. No âmbito estadual e nacional temos que 7,0% trabalham mais
de 02 horas até 03 horas e 7,0% trabalham mais de 03 horas.

Tabela 41 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)?


Brasil, Minas Gerais e Betim - 5º ano - Prova Brasil 2015
Brasil Minas Gerais Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)
Sim 251.139 13,0 20.307 11,0 482 12,0
Não 1.678.927 87,0 157.956 89,0 3.647 88,0
Total 1.930.066 100,0 178.263 100,0 4.129 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).
Notas: Questionário estudante 5º ano Prova Brasil 2015. Brasil: Questionários aplicados: 2.414.559 |
Questionários respondidos: 2.019.634 | Respostas válidas para esta questão: 1.930.066. Minas Gerais:
Questionários aplicados: 227.438 | Questionários respondidos: 193.905 | Respostas válidas para esta questão:
178.263. Betim: Questionários aplicados: 5.476 | Questionários respondidos: 4.587 | Respostas válidas para esta
questão: 4.129.
109

Quanto ao trabalho “fora de casa”, nota-se que, no âmbito nacional 13,0% do total
declarou trabalhar fora de casa. Já no âmbito estadual temos 11,0% do total e, por fim, em
Betim, tal resposta representa 12,0% do total segundo o banco de dados.
Neste cenário Betim está ligeiramente acima da média de Minas Gerais e abaixo da
média nacional.

Tabela 42 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos?
(ex.: lavando louça, limpando o quintal etc.) Brasil, Minas Gerais e Betim - 9º ano -
Prova Brasil 2015
Brasil Minas Gerais Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)

Menos de uma hora 611.863 35,0 68.757 33,0 1.481 33,0

Entre 01 e 02 horas 564.870 32,0 70.066 33,0 1.612 36,0

Mais de 2 horas até 3 horas 167.961 10,0 21.298 10,0 502 11,0

Mais de 3 horas 126.163 7,0 15.624 8,0 371 8,0

Não faço trabalhos domésticos 275.162 16,0 34.189 16,0 518 12,0

Total 1.746.019 100,0 209.934 100,0 4.484 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).
Notas: Questionário estudante 9º ano Prova Brasil 2015. Brasil: Questionários aplicados: 2.313.629 |
Questionários respondidos: 1.790.825 | Respostas válidas para esta questão: 1.746.019. Minas Gerais:
Questionários aplicados: 282.085 | Questionários respondidos: 220.379 | Respostas válidas para esta questão:
209.934. Betim: Questionários aplicados: 6.017 | Questionários respondidos: 4.708 | Respostas válidas para esta
questão: 4.484.

Com relação aos alunos do 9º ano, também é observável a presença do trabalho


doméstico em todas as esferas de governo, no entanto, os números que chamam à atenção
para a violação do Trabalho Infantil, ou seja, aqueles que ultrapassam 02 horas diárias, estão
representados da seguinte maneira: no âmbito municipal temos que 11,0% do total informou
que trabalham mais de 02 horas até 03 horas e 8,0% trabalham mais de 03 horas, o que torna a
possível violação ainda mais objetiva. No âmbito estadual, temos que 10,0% trabalham mais
de 02 horas até 03 horas e 8,0% trabalham mais de 03 horas. Já no âmbito nacional temos que
10,0% trabalham mais de 02 horas até 03 horas e 7,0% trabalham mais de 03 horas.
Nesse cenário Betim está ligeiramente acima da média de Minas Gerais e da média
nacional.
110

Tabela 43- Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)?
Brasil, Minas Gerais e Betim - 9º ano - Prova Brasil 2015
Brasil Minas Gerais Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)

Sim 249.224 15,0 35.981 17,0 527 12,0

Não 1.466.005 85,0 172.757 83,0 3.912 88,0

Total 1.715.229 100,0 208.738 100,0 4.439 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).
Notas: Questionário estudante 9º ano Prova Brasil 2015. Brasil: Questionários aplicados: 2.313.629 |
Questionários respondidos: 1.790.825 | Respostas válidas para esta questão: 1.715.825. Minas Gerais:
Questionários aplicados: 282.085 | Questionários respondidos: 220.379 | Respostas válidas para esta questão:
208.738. Betim: Questionários aplicados: 5.476 | Questionários respondidos: 4.587 | Respostas válidas para esta
questão: 4.439.

Quanto ao trabalho “fora de casa”, nota-se que, no âmbito nacional, 15,0% do total
declarou trabalhar fora de casa. Já no âmbito estadual, temos 17,0% do total e, por fim, em
Betim, tal resposta representa 12,0% do total segundo o banco de dados.
Neste cenário Betim está significamente abaixo da média de Minas Gerais e da média
nacional.
A seguir são apresentadas as mesmas informações anteriores, referentes aos alunos do
5º e 9º ano, contudo, os seguintes dados estão dispostos entre os principais municípios da
RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

5.4.4 Trabalho infantil, entre os alunos do 5º e 9º ano de Betim, em relação aos índices dos
municípios de Contagem e Belo Horizonte

A seguir trazemos as mesmas informações anteriores, contudo, neste caso, os dados


estão dispostos entre os três principais municípios da RMBH.
111

Tabela 44 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos?
(ex.: lavando louça, limpando o quintal etc.) Belo Horizonte, Contagem e Betim - 5º ano
- Prova Brasil 2015
Belo Horizonte Contagem Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)

Menos de uma hora 6.840 44,0 1.687 45,0 1.881 45,0


Entre 01 e 02 horas 3.561 23,0 960 26,0 998 24,0
Mais de 2 horas até 3 horas 954 6,0 266 7,0 312 8,0
Mais de 3 horas 876 5,0 240 6,0 289 7,0
Não faço trabalhos domésticos 3.445 22,0 614 16,0 669 16,0

Total 15.676 100,0 3.767 100,0 4.149 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).
Notas: Questionário estudante 5º ano Prova Brasil 2015. Belo Horizonte: Questionários aplicados: 20.889 |
Questionários respondidos: 17.506 | Respostas válidas para esta questão: 15.676. Contagem: Questionários
aplicados: 5.228 | Questionários respondidos: 4.388 | Respostas válidas para esta questão: 3.767. Betim:
Questionários aplicados: 5.476 | Questionários respondidos: 4.587 | Respostas válidas para esta questão: 4.149.

Quanto ao tempo gasto fazendo trabalhos domésticos, com relação aos principais
municípios da RMBH, considerando os números que chamam nossa atenção para a violação
do Trabalho Infantil, ou seja, aqueles que ultrapassam 02 horas diárias, a respeito dos alunos
do 5º ano, temos que em Belo Horizonte 6,0% informaram trabalhar mais de 02 horas até 03
horas e 5,0% mais de 03 horas. No âmbito do município de Contagem, temos que 7,0%
informaram trabalhar mais de 02 horas até 03 horas e 6,0% mais de 03 horas. Já com relação
ao município de Betim, temos que 8,0% informaram trabalhar mais de 02 horas até 03 horas e
7,0% mais de 03 horas.
Neste cenário, Betim está significantemente acima dos números de Belo Horizonte e
ligeiramente acima dos números de Contagem.
112

Tabela 45 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Belo
Horizonte, Contagem e Betim - 5º ano - Prova Brasil 2015
Belo Horizonte Contagem Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)
Sim 1.461 9,0 408 10,0 482 12,0
Não 14.583 91,0 3.494 90,0 3.647 88,0
Total 16.044 100,0 3.902 100,0 4.129 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).
Notas: Questionário estudante 5º ano Prova Brasil 2015. Belo Horizonte: Questionários aplicados: 20.889 |
Questionários respondidos: 17.506 | Respostas válidas para esta questão: 16.044. Contagem: Questionários
aplicados: 5.228 | Questionários respondidos: 4.388 | Respostas válidas para esta questão: 3.902. Betim:
Questionários aplicados: 5.476 | Questionários respondidos: 4.587 | Respostas válidas para esta questão: 4.129.

Quanto ao trabalho “fora de casa”, nota-se que, no município de Belo Horizonte 9,0%
do total declarou trabalhar fora de casa, enquanto no município de Contagem temos 10,0% do
total e, por fim, em Betim, tal resposta representa 12,0% do total segundo o banco de dados.
Neste cenário, Betim está significantemente acima dos números de Belo Horizonte e
ligeiramente acima dos números de Contagem.

Tabela 46 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos?
(ex.: lavando louça, limpando o quintal etc.) Belo Horizonte, Contagem e Betim - 9º ano
- Prova Brasil 2015
Belo Horizonte Contagem Betim
Opções
(N) (%) (N) (%) (N) (%)
Menos de uma hora 6.576 35,0 1.874 34,0 1.481 33,0
Entre 01 e 02 horas 6.563 35,0 1.989 36,0 1.612 36,0
Mais de 2 horas até 3 horas 1.701 9,0 561 10,0 502 11,0
Mais de 3 horas 1.195 6,0 370 7,0 371 8,0
Não faço trabalhos domésticos 2.716 15,0 738 13,0 518 12,0
Total 18.751 100,0 5.532 100,0 4.484 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).
Notas: Questionário estudante 9º ano Prova Brasil 2015. Belo Horizonte: Questionários aplicados: 26.658 |
Questionários respondidos: 20.371 | Respostas válidas para esta questão: 18.751. Contagem: Questionários
aplicados: 7.774 | Questionários respondidos: 5.773 | Respostas válidas para esta questão: 5.532. Betim:
Questionários aplicados: 6.017 | Questionários respondidos: 4.708 | Respostas válidas para esta questão: 4.484.

Em relação ao tempo gasto fazendo trabalhos domésticos, considerando os principais


municípios da RMBH, buscando observar os números que chamam nossa atenção para a
violação do Trabalho Infantil, ou seja, aqueles que ultrapassam 02 horas diárias, a respeito dos
alunos do 9º ano, temos que, em Belo Horizonte, 9,0% informaram trabalhar mais de 02 horas
113

até 03 horas e 6,0% mais de 03 horas. No município de Contagem, temos que 10,0%
informaram trabalhar mais de 02 horas até 03 horas e 7,0% mais de 03 horas. Já com relação
ao município de Betim, temos que 11,0% informaram trabalhar mais de 02 horas até 03 horas
e 8,0% mais de 03 horas.
Neste cenário, Betim está significantemente acima dos números de Belo Horizonte e
ligeiramente acima dos números de Contagem.

Tabela 47 - Atualmente você trabalha fora de casa (recebendo ou não um salário)? Belo
Horizonte, Contagem e Betim - 9º ano - Prova Brasil 2015
Atualmente você trabalha fora de
Belo Horizonte Contagem Betim
casa (recebendo ou não um salário)?
Opções (N) (%) (N) (%) (N) (%)
Sim 2.026 11,0 777 14,0 527 12,0
Não 16.629 89,0 4.725 86,0 3.912 88,0
Total 18.655 100,0 5.502 100,0 4.439 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015b).
Notas: Questionário estudante 9º ano Prova Brasil 2015. Belo Horizonte: Questionários aplicados: 26.658 |
Questionários respondidos: 20.371 | Respostas válidas para esta questão: 18.655. Contagem: Questionários
aplicados: 7.774 | Questionários respondidos: 5.773 | Respostas válidas para esta questão: 5.502. Betim:
Questionários aplicados: 6.017 | Questionários respondidos: 4.708 | Respostas válidas para esta questão: 4.439.

Em relação ao 9º ano, no que diz respeito ao trabalho “fora de casa” nota-se que, no
município de Belo Horizonte, 11,0% do total declarou trabalhar fora de casa, enquanto, no
município de Contagem, temos 14,0% do total e, por fim, em Betim, tal resposta representa
12,0% do total segundo o banco de dados.
Neste cenário, Betim está ligeiramente acima dos números de Belo Horizonte e
ligeiramente abaixo dos números de Contagem.
A seguir são apresentados dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano
de 2015 realizado no município de Betim.

5.5 Trabalho infantil, segundo o Enem 2015

O ENEM é uma prova elaborada pelo Ministério da Educação para verificar o domínio
de competências e habilidades dos estudantes que concluíram o ensino médio. Ele é composto
por quatro provas de múltipla escolha, com 45 questões cada, e uma redação.
Os dados apresentados a seguir foram obtidos através do banco de dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e Documentos
114

(INEP).
Para o presente Diagnóstico a utilização dos microdados do Enem 2015 tem como
objetivo tangenciar o fenômeno do Trabalho Infantil entre todos os participantes do respectivo
exame como levantado no Questionário Socioeconômico a partir de perguntas como: “Você
exerce ou já exerceu atividade remunerada?” e “Com que idade você começou a exercer uma
atividade remunerada?”. Ao levantar tal informação os microdados do Enem 2015 contribuem
para a identificação da presença de trabalho anterior aos 18 anos de idade entre os
participantes do exame.
Abaixo serão apresentados dados relativos ao perfil dos participantes, tais como a
idade dos participantes, o sexo e a cor/raça. E em seguida serão apresentados dados voltados
para a esfera do trabalho.

Tabela 48 - Idade dos participantes - Enem - 2015 - Betim/MG


Faixa etária (N) (%)

14 a 15 anos 17 0,7

16 a 17 anos 420 17,3

18 a 20 anos 796 32,9

21 ou mais 1190 49,1

Total 2.423 100,0%


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

Tabela 49 - Sexo dos participantes - Enem - 2015 - Betim/MG


Sexo (N) (%)

Feminino 1.503 62,0

Masculino 920 38,0

Total 2.423 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

Nota-se que, no ano de 2015, o público feminino teve maior participação no Enem. Do
total de 2.423 participantes, 1.503 eram do sexo feminino, correspondendo 62% do total,
enquanto 920 (38%) eram do sexo masculino.
115

A seguir são apresentados dados relativos à cor/raça dos participantes.

Tabela 50 - Cor/Raça dos participantes do Enem - 2015 - Betim/MG


Cor/Raça (N) (%)

Não declarado 44 1,8

Branca 592 24,4

Preta 411 17,0

Parda 1.290 53,2

Amarela 71 2,9

Indígena 09 0,4

Não dispõe da informação 06 0,2

Total 2.423 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

Os dados a seguir dizem respeito à relação dos participantes do ENEM com atividades
de trabalho, bem considerando, a renda mensal familiar (incluindo a renda do respondente), a
idade com a qual o participante começou a exercer alguma atividade remunerada e as horas
semanais de trabalho. Também são apresentados dados sobre o abandono ou reprovação
escolar dos participantes.
116

Tabela 51 - Q6 - Qual é a renda mensal de sua família? (Some a sua renda com a dos
seus familiares.)
Renda mensal (N) (%)

Nenhuma renda. 38 1,6

Até R$ 788,00. 226 9,3

De R$ 788,01 até R$ 1.182,00. 659 27,2

De R$ 1.182,01 até R$ 1.572,00. 410 16,9

De R$ 1.572,01 até R$ 1.970,00. 321 13,3

De R$ 1.970,01 até R$ 2.364,00. 267 11,0

De R$ 2.364,01 até R$ 3.152,00. 181 7,5

De R$ 3.152,01 até R$ 3.940,00. 100 4,1

De R$ 3.940,01 até R$ 4.728,00. 69 2,9

De R$ 4.728,01 até R$ 5.516,00. 57 2,4

De R$ 5.516,01 até R$ 6.304,00. 25 1,0

De R$ 6.304,01 até R$ 7.092,00. 14 0,6

De R$ 7.092,01 até R$ 7.880,00. 06 0,2

De R$ 7.880,01 até R$ 9.456,00. 17 0,7

De R$ 9.456,01 até R$ 11.820,00. 10 0,4

De R$ 11.820,01 até R$ 15.760,00. 13 0,5

Mais de 15.760,00. 08 0,3

Total 2.421 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).
117

Tabela 52 - Q28 - Quantas horas semanais você trabalha ou trabalhava


aproximadamente? (Considere a atividade remunerada mais recente.)
Horas semanais (N) (%)

Até 10 horas semanais. 177 9,9

De 11 a 20 horas semanais. 252 14,1

De 21 a 30 horas semanais. 169 9,4

De 31 a 40 horas semanais. 406 22,7

Mais de 40 horas semanais. 785 43,9

Total 1.789 100,0


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

A Tabela 52, anterior, refere-se às horas semanais dedicadas às atividades de trabalho,


considerando a atividade de trabalho mais recente. Nota-se que grande parte dos participantes,
785 (43,9%) informaram trabalhar mais de 40 horas semanais.

Tabela 53 - Q27 - Com que idade você começou a exercer uma atividade remunerada?
Idade (N) (%)
Menos de 14 anos. 179 10,0
15 anos. 296 16,5
16 anos. 464 25,9
17 anos. 261 14,6
18 anos. 363 20,3
19 anos. 106 5,9
20 anos. 41 2,3
21 anos. 20 1,1
22 anos. 19 1,1
23 anos. 10 0,6
24 anos. 07 0,4
25 anos ou mais. 23 1,3
Total 1.789 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).
118

Nota-se que 179 (10%) dos participantes informaram que começaram a exercer
atividade remunerada aos 14 anos de idade. 296 (16,5%) responderam que começaram a
exercer atividade remunerada com 15 anos; 464 (25,9%) aos 16 anos e 261 (14,6) aos 17
anos. Os demais dados estão expostos na Tabela 53 acima.

Tabela 54 - Q45 - Durante o Ensino Fundamental, você abandonou os estudos e/ou foi
reprovado?
Situação (N) (%)
Não abandonei, nem fui reprovado. 1.982 81,9
Não abandonei, mas fui reprovado. 259 10,7
Abandonei, mas não fui reprovado. 87 3,6
Abandonei e fui reprovado. 93 3,8
Total 2.421 100,0%
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

Quanto à reprovação ou abandono dos estudos, nota-se que 81,9% dos respondentes
informaram nunca terem abandonado os estudos, tampouco reprovados. 10,7% responderam
que nunca abandonaram, porém já foram reprovados; 3,6% responderam que já abandonaram,
porém nunca reprovaram e 3,8% informaram que já abandonaram e foram reprovados nos
estudos.
A Tabela 55, seguinte, apresenta os motivos relativos à decisão de trabalhar
apresentados no Questionário Socioeconômico para os participantes do concurso:

a) ajudar meus pais nas despesas com a casa;


b) sustentar minha família (esposo/a, filhos/as etc.);
c) ser independente/ganhar meu próprio dinheiro;
d) adquirir experiência;
e) custear/pagar meus estudos.

Cada um destes motivos supracitados foi avaliado pelo participante do Enem de


acordo uma escala de 0 a 5, elaborada pelo INEP (2015), sendo 0 “nenhuma importância” e 5
“máxima importância” para mensurar os níveis de importância atribuído pelos participantes a
cada um motivos elencados no Questionário Socioeconômico do ENEM 2015. A intenção
dessa questão é de mensurar o impacto de cada dos motivos mencionados sobre a decisão em
iniciar o exercício de atividades remuneradas, somente para àqueles participantes que
119

declararam “Sim, estou trabalhando” e “Sim, já trabalhei, mas não estou trabalhando”.

Tabela 55 - Quanto à importância de cada um dos motivos abaixo na decisão de


trabalhar - Enem - 2015 - Betim/MG
Motivos 0 1 2 3 4 5 Total
Ajudar meus pais nas despesas
143 67 135 205 234 1.005 1.789
com a casa.
Sustentar minha família (esposo/a,
610 87 109 156 119 708 1.789
filhos/as etc.).
Ser independente/ganhar meu
41 36 67 158 194 1.293 1.789
próprio dinheiro.
Adquirir experiência. 21 23 30 116 162 1.437 1.789

Custear/pagar meus estudos. 112 61 80 142 176 1.218 1.789


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de INEP (2015c).

Os dados expostos demonstram que os jovens respondentes dão maior importância


aos motivos relacionadas a sua própria escolha, vida ou gastos. Fatores que motivaram a
tomada de decisão em trabalhar relacionados a sustentar a família e ou ajudar os pais nas
despesas, tem menor majoração.

5.6 O trabalho infantil, segundo o SINAN/DATA-SUS

Com o intuito de investigar as informações públicas já produzidas e disponíveis sobre


o Trabalho Infantil em Betim, acessamos o Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN).
O SINAN consiste em uma base de dados implantada gradualmente no país, desde
1993, e atualmente possui uma cobertura nacional alimentada através da notificação de casos
de doenças e agravos à saúde presentes na lista nacional de doenças de notificação
compulsória – Portaria GM/MS Nº 104, de 25 de Janeiro de 2011 – sendo facultativo aos
Estados e aos Municípios a inclusão ou não de outros agravos relevantes frequentes em sua
região.
A notificação de casos envolvendo violência ocorre a partir da suspeita de que o
agravo à saúde seja decorrente de violência doméstica, sexual e/ou outras violências e, além
disso, dados de identificação do provável autor da agressão.
120

A seguir, dados relativos às notificações de Trabalho Infantil e Exploração Sexual por


ano de ocorrência e por faixa etária.

Tabela 56 - Notificações de Trabalho Infantil por Ano da ocorrência – Betim/MG - 2017


Notificações
Ano da ocorrência
(N) (%)
2016 01 16,7
2017 05 83,3
Total 06 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2017).

Tabela 57 - Notificações de Trabalho Infantil por Ano da ocorrência e Faixa Etária -


Betim/MG - 2016-2017
Ano da ocorrência Menor 1 ano 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 40 a 49 anos Total

2016 1 3 9 13 1 27

2017 - 2 3 - - 5

Total 1 5 12 13 1 32
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2017).

Tabela 58 - Notificações de Exploração sexual por Ano da ocorrência e Faixa Etária -


Betim/MG - 2016-2017
Ano da ocorrência 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos Total
2016 1 3 1 1 2 8
2017 - - - - 1 1
Total 1 3 1 1 3 9
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2017).

A baixa notificação de Trabalho Infantil pode estar relacionada à omissão feita pelas
próprias vítimas e responsáveis ao darem entrada ao Sistema de Informação de Saúde em
função da dependência estrutural das famílias em relação aos rendimentos oriundos do
Trabalho Infantil. Como a literatura sobre o tema apresenta este fenômeno não pode ser
dissociado das condições de vida das crianças e adolescentes submetidos a ele, nem dos
constrangimentos culturais para inibição dessa prática ilícita.
O Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST), vinculado à
Secretaria Municipal de Saúde, é fundamental nas ações de combate ao Trabalho Infantil, já
que a exploração laboral precoce pode acarretar sérios problemas para a vida de crianças e
121

adolescentes, dentre eles: deformações ósseas, problemas respiratórios e cardíacos, depressão


e traumas psicológicos, mutilações e até morte.
Os dados do SINAN, também podem ser fornecidos por este importante órgão. Sugere
a Assistência Social estabelecer canais de interação com CEREST para a implementação do
Decreto nº 40.534, de 02 de dezembro de 2016. “Dispõe sobre a implantação do protocolo da
saúde do trabalhador na atenção primária no Município de Betim.” (BETIM, 2016).
O referido protocolo trata de como será atenção dada às crianças e adolescentes
vítimas de trabalho infantil acometido de doenças laborais.

5.7 O trabalho infantil, segundo dados do CADÚnico e Programa Bolsa Família

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CADÚnico) é um


instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda. Permite conhecer a
realidade socioeconômica dessas famílias, trazendo informações de todo o núcleo familiar,
das características do domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais e
também, dados de cada um dos componentes da família.
Através do portal Consulta, Seleção e Extração de Informações (CECAD) do
CadÚnico – Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), consultado no dia 07/03/2018, o
Banco de dados registra quais pessoas receberam a marcação no sistema como vítimas de
Trabalho Infantil.
Extraímos dados referentes às pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família, bem como
dados das pessoas/famílias segundo gênero, cor/raça e estado cadastral.

Tabela 59 - Famílias beneficiárias do PBF com marcação de Trabalho Infantil -


CadÚnico 2015
Pessoa com marcação de trabalho infantil
Recebe PBF família Total
Sim Não
Não 03 22.448 22.451
Sim 06 23.040 23.046
Sem Resposta 0 0 0
Total 09 45.488 45.497
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).
122

Tabela 60 - Pessoas beneficiárias do PBF com marcação de Trabalho Infantil -


CadÚnico 2015
Pessoa com marcação de trabalho infantil
Recebe PBF família Total
Sim Não
Não 03 58.345 58.348
Sim 08 70.180 70.188
Sem Resposta 0 0 0
Total 11 128.525 128.536
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).

Observa-se que, dentre as 09 famílias que receberam marcação de Trabalho Infantil,


06 recebem o benefício Bolsa Família, enquanto 03 não recebem.
De forma semelhante acontece entre as pessoas que receberam a marcação da violação
de referência, sendo que, do total de 11 pessoas que receberam a marcação, 08 recebem tal
benefício, enquanto 03 não o recebem.
A seguir, apresentamos dados relacionados especificamente ao Trabalho Infantil,
extraídos da base de dados de referência, bem considerando o gênero e o estado cadastral das
famílias e das pessoas.

Tabela 61 - Famílias que receberam a marcação de Trabalho Infantil, segundo gênero -


CadÚnico 2015
Marcação de Trabalho Infantil
Gênero Total
Sim Não
Masculino 07 33.597 33.604
Feminino 02 42.577 42.579
Sem Resposta 0 0 0
Total 09 76.174 76.183
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).

Tabela 62 - Pessoas que receberam a marcação de Trabalho Infantil segundo gênero -


CadÚnico 2015
Marcação de Trabalho Infantil
Gênero Total
Sim Não

Masculino 09 52.760 52.769


Feminino 02 75.765 75.767
Sem Resposta 0 0 0
Total 11 128.525 128.536
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).
123

Tabela 63 - Famílias que receberam marcação de Trabalho Infantil, segundo estado


cadastral - CadÚnico 2015
Marcação de trabalho infantil
Estado cadastral da família Total
Sim Não

Sem Registro Civil 0 03 03


Cadastrado 09 45.485 45.494
Sem Resposta 0 0 0
Total 09 45.488 45.497
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).

Tabela 64 - Pessoas que receberam marcação de Trabalho Infantil, segundo estado


cadastral - CadÚnico 2015
Marcação de trabalho infantil
Estado cadastral da família Total
Sim Não

Sem Registro Civil 0 03 03


Cadastrado 11 128.522 128.533
Sem Resposta 0 0 0
Total 11 128.525 128.536
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2015c).

5.7.1 BVJ - Benefício Variável Jovem

Tabela 65 - Benefício Variável Jovem, segundo efeitos por descumprimento de


condicionalidades (BVJ)
Benefício Variável Jovem - BVJ 3.369 fev/18

Total de beneficiários acompanhados pela educação (16 a 17 anos) 3.171 nov/17

Advertências 172 nov/17

Bloqueios 35 nov/17

Suspensões 14 nov/17

Total de Efeitos por descumprimento de condicionalidades (BVJ)(16 e 17 anos) 221 nov/17


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).
124

Tabela 66 - Resultados do Acompanhamento

Total de beneficiários acompanhados pela educação (16 a 17 anos) 3.171 nov/17

Total de beneficiários com frequência acima da exigida (16 a 17 anos - 75%) 2.731 nov/17

Total de Beneficiários com frequência abaixo da exigida (16 a 17 anos - 75%) 440 nov/17

Total de beneficiários sem informação de frequência escolar (16 a 17 anos) 563 nov/17
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

5.8 O trabalho infantil, segundo os CRAS – Betim/MG

Pertencente à Proteção Social Básica, o CRAS é destinado a atender a população em


áreas de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação por ausência de renda,
dificuldade de acesso aos serviços públicos e/ou vínculos familiares e comunitários
fragilizados. Sua atuação se dá no contexto comunitário de famílias e indivíduos, com o
intuito de fortalecer os vínculos familiares e comunitários. Sua função é a de mapear e
organizar os demais serviços desse nível de complexidade no território de sua abrangência.
Portanto, se qualquer outra unidade pública ou entidade de assistência social privada sem fins
lucrativos for desenvolver algum serviço de Proteção Social Básica, em área que possui um
CRAS, estas devem ser obrigatoriamente a ele referenciadas (BRASIL, 2016).
Em Betim, existem 17 (dezessete) equipamentos CRAS distribuídos nas 10 regionais
municipais. Em nossa pesquisa diagnóstica sobre a atuação dos mesmos em referência ao
enfrentamento ao Trabalho Infantil, fizemos uma pesquisa no banco de dados Censo Sistema
Único da Assistência Social (SUAS), através do Registro Mensal de Atendimentos (RMA).
A seguir são dispostos dados referentes às famílias com crianças e/ou adolescentes em
situação de Trabalho Infantil em acompanhamento no Proteção e Atenção Integral à Família
(PAIF) no decorrer do ano de 2015.
125

Tabela 67 - Famílias com crianças ou adolescentes em situação de trabalho infantil -


Betim/MG - 2015
CRAS (N) (%)
CRAS Icaivera 0 0,0
CRAS Alterosas I 0 0,0
CRAS Alterosas II 0 0,0
CRAS Alto Boa Vista 0 0,0
CRAS Bandeirinhas 0 0,0
CRAS Campos Elíseos 0 0,0
CRAS Citrolândia 0 0,0
CRAS Cruzeiro do PTB 0 0,0
CRAS Guanabara 0 0,0
CRAS Imbiruçu 0 0,0
CRAS Jardim Perla 0 0,0
CRAS Norte 0 0,0
CRAS Petrovale 01 33,3
CRAS São João 0 0,0
CRAS Teresópolis 0 0,0
CRAS Vianópolis 02 66,7
CRAS Vila Recreio 0 0,0
Total 03 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

Podemos dizer que existe uma subnotificação do Trabalho Infantil no âmbito dos
CRAS em face ao banco de dados do RMA. Apesar de os relatos dos técnicos e
coordenadores dos equipamentos serem no sentido da realização de várias ações de
atendimento e prevenção ao Trabalho Infantil. No RMA Betim, registrou apenas 03
atendimentos em todo ano de 2015.
O RMA deve ser municiado com máximo de informação, pois as mesmas são a base
para o planejamento e monitoramento do governo federal sobre o desenvolvimento das
políticas sociais. O RMA também é costumeiramente utilizado para se estabelecer critérios de
transferência de recursos do âmbito Federal para o Estadual e Municipal. Neste sentido, é
fundamental registrar todos os atendimentos referente ao Trabalho Infantil devidamente no
banco de dados do RMA.
126

5.8.1 Entrevistas no âmbito do CRAS

A seguir são apresentadas informações obtidas através dos 16 questionários que foram
aplicados junto aos coordenadores e técnicos dos equipamentos CRAS do município de
Betim. Informações relacionadas ao número de equipamentos CRAS existentes no município,
o Cargo e/ou Função desempenhado pelos respondentes e as principais formas de entrada de
um caso de Trabalho Infantil nos equipamentos. Também são apresentadas informações
relacionadas às equipes de trabalho, bem como, se as mesmas foram capacitadas para
identificar as diferentes formas de Trabalho Infantil em seus atendimentos e se existem ou não
estratégias específicas dos CRAS na identificação dos tipos de Trabalho Infantil.
O Quadro 2, a seguir, diz respeito aos equipamentos nos quais foram aplicados os
questionários.

Quadro 2 - Equipamentos
a. CRAS Alterosas I g. CRAS Guanabara m. CRAS São João
b. CRAS Alterosas II h. CRAS Icaivera n. CRAS Teresópolis
c. CRAS Alto Boa Vista i. CRAS Imbiruçu o. CRAS Vianópolis
d. CRAS Bandeirinhas j. CRAS Jd. Perla p. CRAS Vila Recreio
e. CRAS Citrolândia k. CRAS Norte
f. CRAS Cruzeiro PTB l. CRAS Petrovale
Fonte: Elaborado pelos autores

Foram aplicados um total de 16 questionários, um em cada equipamento. A Tabela


abaixo contém informações referentes ao Cargo/Função desempenhado pelos respondentes.

Tabela 68 - Quanto ao cargo/função dos respondentes - Betim, 2017


Cargo/Função (N) (%)
Coordenador(a) 10 62,5
Psicólogo(a) 04 25,0
Assistente Social 02 12,5
Total 16 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CRAS do município de Betim, 2017.
127

Nota-se que, do total de respondentes, 10 (62,5%) são Coordenadores (as), 04 (25,0%)


são Psicólogos (as) e 02 (12,5%) são Assistentes Sociais.
A partir da análise das entrevistas realizadas, foi possível observar que os
respondentes ocupam seus cargos a tempos que variam entre sete meses e oito anos, sendo
que a metade deles ocupam seus cargos a dois anos ou menos.
O Gráfico 10, abaixo, ilustra, de maneira geral, as principais formas de entrada de um
caso de Trabalho Infantil nos equipamentos segundo os respondentes.

Gráfico 10 - Com relação às principais formas de entrada de um caso de Trabalho


Infantil no CRAS - Betim, 2017

Encaminhamento da rede 13

Visita Domiciliar 13

Denúncia 12

11,4 11,6 11,8 12 12,2 12,4 12,6 12,8 13 13,2


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CRAS do município de Betim, 2017.

Nota-se que, dentre as formas de entrada de um caso de Trabalho Infantil nos


equipamentos CRAS, os encaminhamentos feitos pela rede, juntamente com a visita
domiciliar e em seguida a denúncia, são as principais maneiras de entrada.
Quanto à existência de busca ativa pelo equipamento no que se refere ao Trabalho
Infantil, do total de 16 questionários aplicados, 13 (81,3%) informaram existir sim busca ativa
no que se refere ao Trabalho Infantil, enquanto 03 (18,8%) informaram não existir tal serviço.
As informações a seguir dizem respeito às equipes de trabalho dos equipamentos
CRAS do município de Betim.
Quanto à capacitação das equipes na identificação das diferentes formas de Trabalho
Infantil, a Tabela 69, a seguir, expressa as informações obtidas, no âmbito do CRAS.
128

Tabela 69 - As equipes foram capacitadas para identificar as diferentes formas de


Trabalho Infantil em seus atendimentos? - Betim, 2017
Parte da Não
Tipos de Trabalho Infantil Sim Não Total
Equipe Informado

06 06 04 0 16
Doméstico
37,5% 37,5% 25,0% 0,0% 100,00%

07 06 02 01 16
Benefício de Terceiros
43,8% 37,5% 12,5% 6,3% 100,00%

07 05 03 01 16
Conta Própria
43,8% 31,3% 18,8% 6,3% 100,00%

05 05 05 01 16
Tráfico de Drogas
31,3% 31,3% 31,3% 6,3% 100,00%

06 05 04 01 16
Exploração Sexual
37,5% 31,3% 25,0% 6,3% 100,00%

05 06 04 01 16
Pornografia
31,3% 37,5% 25,0% 6,3% 100,00%

05 08 02 01 16
Artístico
31,3% 50,0% 12,5% 6,3% 100,00%

04 09 02 01 16
Desportivo
25,0% 56,3% 12,5% 6,3% 100,00%

04 09 02 01 16
Religioso
25,0% 56,3% 12,5% 6,3% 100,00%

04 09 02 01 16
Ambiente Virtual
25,0% 56,3% 12,5% 6,3% 100,00%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CRAS do município de Betim, 2017.

Quanto à existência de estratégias específicas para identificar os Tipos de Trabalho


Infantil, foram obtidas as seguintes informações.
129

Tabela 70 - Existem estratégias específicas do CRAS para identificar os Tipos de


Trabalho Infantil?- Betim, 2017
Não
Tipos de Trabalho Infantil Sim Não Total
Informado
11 04 01 16
Doméstico
68,8% 25,0% 6,3% 100,00%
10 03 03 16
Benefício de Terceiros
62,5% 18,8% 18,8% 100,00%
09 04 03 16
Conta Própria
56,3% 25,0% 18,8% 100,00%
11 03 02 16
Tráfico de Drogas
68,8% 18,8% 12,5% 100,00%
10 03 03 16
Exploração Sexual
62,5% 18,8% 18,8% 100,00%
07 05 04 16
Pornografia
43,8% 31,3% 25,0% 100,00%
06 06 04 16
Artístico
37,5% 37,5% 25,0% 100,00%
06 06 04 16
Desportivo
37,5% 37,5% 25,0% 100,00%
06 06 04 16
Religioso
37,5% 37,5% 25,0% 100,00%
07 05 04 16
Ambiente Virtual
43,8% 31,3% 25,0% 100,00%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CRAS do município de Betim, 2017.

Dentre as respostas obtidas na questão aberta com relação à existência de estratégias


específicas para identificar os Tipos de Trabalho Infantil as principais estratégias foram:

a) Atendimento Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV);


b) Visita Domiciliar;
c) Acompanhamento PAIF.

Quanto à questão relacionada aos principais motivos da reincidência do Trabalho


Infantil nos equipamento CRAS, os dados obtidos mostram que, dentre os motivos citados, os
principais são:

a) A vulnerabilidade socioeconômica familiar;


b) A cultura familiar;
c) A falta de oportunidades (Programas sociais, Menor Aprendiz, etc.)
130

No caso de quebra de condicionalidade do Programa Bolsa Família, quando


questionados sobre a existência ou não de um instrumento que possibilite o técnico identificar
se o motivo foi o Trabalho Infantil, de acordo com os respondentes, 12 (75,0%) informaram
que existe sim, enquanto 04 (25,0%) informaram não existir.
Dentre os que informaram a existência de um instrumento específico, quando
questionados sobre quais seriam estes instrumentos, o principal citado foi o Sistema de
Condicionalidades (SICON).
Ao identificar um caso de Trabalho Infantil, o fluxo relatado na maioria das Unidades,
foi o encaminhamento ao CREAS, Centro de Referência Especializado de Assistência Social
para População em Situação de Rua (Centro POP), Conselho Tutelar e acompanhamento pelo
CRAS através do PAIF e SCFV. Alguns técnicos citaram apenas o Conselho Tutelar e o
Programa Bolsa Família.
Os pontos citados como concentrações de ocorrência de Trabalho Infantil nos
territórios, na sua maioria foram os domicílios e microterritórios dominados pelo tráfico de
drogas. Ainda foram citados vários pontos em cada território, como supermercados,
condomínios populares, transporte coletivo, entre outros, merecendo destaque, a portaria da
REGAP, as imediações do Shopping Partage e o Espaço Esportivo Municipal do Horto.
Quanto aos pontos positivos que os técnicos percebem nas ações do Município para o
enfrentamento ao Trabalho Infantil, os mais citados foram a atuação do Centro POP e as
campanhas de conscientização sobre o tema. Foram citados ainda, equipes capacitadas,
Programas Bolsa Família, Cartão Cesta Básica e Aluguel Social. Já as principais
dificuldades e desafios apontados, foram a falta de oportunidades de qualificação, cultura e
lazer atrativos, a baixa escolaridade de crianças e jovens nos territórios, a vulnerabilidade das
famílias, a falta de empregos, cultura de naturalização do Trabalho Infantil, falta de
campanhas que efetivamente sensibilizem a população sobre o tema, entre outros.
As ações do equipamento citadas como focadas no enfrentamento ao Trabalho Infantil,
foram palestras nos grupos, SCFV e PAIF. Também foram apontadas, visitas domiciliares,
campanhas educativas e busca de parcerias.
As principais sugestões dos coordenadores entrevistados para aprimorar as ações para
o enfrentamento ao Trabalho Infantil se referiram à capacitação dos profissionais da rede de
proteção sobre essa temática especificamente, uma vez que as capacitações, geralmente,
segundo eles, abordam o social como um todo, não detalhando e aprofundando nas questões
pertinentes. Outras sugestões que foram também apontadas, são programas de repasse de
renda, realização de audiência pública sobre o Trabalho Infantil, investimento em campanhas
131

educativas, abordagem social noturna para abranger os ambulantes em bares e restaurantes,


equipe de educadores sociais do Centro POP, específica para abordar o Trabalho Infantil,
equipes de abordagem em cada território, ampliação de vagas na Escola Integral, programas
sociais que ofereçam oportunidades de acesso à cultura, esporte, lazer e qualificação,
investimento na ampliação do quadro de pessoal da rede de proteção.
Na ocasião da pesquisa na Superintendência Municipal de Trabalho Emprego e Renda,
foi apontado que esse órgão, que investe na preparação e encaminhamento da população ao
trabalho e desenvolve também o programa Jovem do Bem, para capacitação profissional de
jovens, não recebe encaminhamentos dos CRAS de casos de jovens ou famílias em que ocorre
o Trabalho Infantil. Ao comentar esse apontamento com alguns Coordenadores dos CRAS,
esses revelaram que o perfil de escolarização dos casos de Trabalho Infantil que atendem, que
se localizam em territórios de extrema vulnerabilidade, estão muito distantes dos critérios
exigidos pelo Programa Jovem do Bem. A partir dessas observações, pudemos detectar um
hiato entre o perfil dos casos atendidos pelos CRAS nos territórios e o perfil do investimento
na qualificação de jovens existente.
No CRAS Vianópolis, a Coordenadora Evani relatou que ao perceber dificuldade
semelhante, buscou uma forma de contemplar esse hiato. No território encontra-se a ONG
Ramacrisma que entre várias outras ações, oferece cursos de qualificação profissional para
jovens. A Coordenadora, por anos inscreveu os jovens participantes dos grupos desenvolvidos
pela Unidade no processo de seleção desses cursos. Porém, devido à baixa escolaridade desses
jovens, nenhum deles foi selecionado durante esses anos. A Coordenadora então, investiu em
um processo de sensibilização da equipe da Organização Não Governamental (ONG),
conseguindo depois de muitos diálogos esclarecedores, que a mesma criasse um módulo
intermediário e mais flexível para acesso a esses cursos. A iniciativa teve excelentes
resultados, uma vez que muitos jovens conseguiram ingressar nesse módulo intermediário e,
posteriormente, conseguiram acessar o módulo seguinte que era oferecido, alguns se
destacando pelo grande interesse e desenvolvimento. Um exemplo de parceria, sensibilização
e foco, merecedor de destaque.
Outro ponto que chamou nossa atenção ao analisar o conjunto de entrevistas realizadas
com os CRAS, foi uma grande variação no conhecimento e informação dos técnicos no que se
refere às ações de enfrentamento ao Trabalho Infantil no Munícipio desenvolvidas em Betim,
como campanhas, fluxo da abordagem, capacitações e programas. Essa observação nos aponta
para a importância do investimento na comunicação mais assertiva e na capacitação da rede
132

de proteção.

5.9 O trabalho infantil, segundo os CREAS

Situado no campo da Proteção Social Especial de média complexidade, o CREAS tem


por objetivo oferecer serviços especializados e continuados para famílias e indivíduos com os
direitos violados e/ou em situação de risco, mas que preservaram vínculos familiares e
comunitários.
As principais ações e atividades do CREAS, segundo seu Livro de Orientações
Técnicas, são:

a) acolhida;
b) escuta;
c) estudo social;
d) orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais;
e) orientação sociofamiliar;
f) apoio à família na sua função protetiva;
g) articulação da rede de serviços socioassistenciais;
h) articulação com serviços de outras políticas públicas;
i) articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos.

Segundo o RMA 2016, os equipamentos CREAS do município de Betim possuem


ações de articulação com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) -, tais como:

a) possui dados da localização (endereço, telefone, etc.);


b) recebe usuários encaminhados pelos equipamentos;
c) encaminha usuários para os equipamentos;
d) acompanha os encaminhamentos;
e) realiza reuniões periódicas;
f) troca Informações;
g) realiza estudos de caso em conjunto;
h) desenvolve atividades em parceria.
133

Ainda segundo o RMA –, ambos equipamentos CREAS ofertam atendimento, pelo


Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI ) - para as situações
que envolvem Exploração Sexual e Trabalho Infantil. Nos equipamentos existem profissionais
que já participaram de capacitação sobre o tema do Trabalho Infantil.
A seguir são apresentados dados relacionados à quantidade de famílias com crianças
ou adolescentes no PETI. Em seguida, o número de crianças e adolescentes vítimas de
exploração sexual atendidas no PAEFI, bem como, o número de crianças e adolescentes em
situação de Trabalho Infantil.

Tabela 71 - Famílias com crianças ou adolescentes no PETI por equipamento CREAS –


Betim/MG - 2016
CREAS (N) (%)

Creas Santa Cruz 12 57,1

Creas Quintino Bocaiuva 09 42,9

Total 21 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

Tabela 72 - Crianças ou adolescentes vítimas de exploração sexual atendidas no PAEFI


segundo sexo – Betim/MG - 2016
Gênero (N) (%)
Masculino 03 15,0
Feminino 17 85,0
Total 20 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

Nota-se que a maioria das crianças ou adolescentes vítimas de exploração sexual são
do sexo feminino, correspondendo a 85% do total de vítimas atendidas no PAEFI.
134

Tabela 73 - Crianças ou adolescentes vítimas de exploração sexual atendidas no PAEFI


segundo faixa etária – Betim/MG – 2016
Faixa etária (N) (%)

0 a 12 anos 13 65,0

13 a 17 anos 07 35,0

Total 20 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

Observa-se que, do total de 20 casos atendidos envolvendo crianças ou adolescentes


vítimas de exploração sexual, 13 (65%) tinham entre 0 e 12 anos de idade, enquanto 07 (35%)
tinha entre 13 e 17 anos.

Tabela 74 - Crianças ou adolescentes em situação de Trabalho Infantil, durante o mês de


referência, segundo sexo – Betim/MG - 2016
Gênero (N) (%)
Masculino 21 60,0
Feminino 14 40,0
Total 35 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).

Nota-se que, no mês de referência, do total de 35 casos de Trabalho Infantil


registrados, 21 (60%) eram do sexo masculino, enquanto 14 (40%) eram do sexo feminino.
Quanto à faixa etária dos envolvidos, observa-se que 19 (54,3%) tinham entre 0 e 12 anos,
enquanto 16 (45,7%) tinham entre 13 e 17 anos de idade, também no mês de referência.

Tabela 75 - Crianças ou adolescentes em situação de Trabalho Infantil, durante o mês de


referência, segundo faixa etária – Betim/MG - 2016
Faixa etária (N) (%)

0 a 12 anos 19 54,3

13 a 17 anos 16 45,7

Total 35 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2016).
135

5.9.1 Entrevistas no âmbito do CREAS

A seguir são apresentadas informações obtidas através dos 25 questionários que foram
aplicados junto aos equipamentos CREAS do município de Betim. Informações relacionadas
ao tipo do equipamento, o Cargo e/ou Função desempenhado pelos respondentes e as
principais formas de entrada de um caso de Trabalho Infantil nos equipamentos. Também são
apresentadas informações relacionadas às equipes de trabalho, bem como se as mesmas foram
capacitadas para identificar as diferentes formas de Trabalho Infantil em seus atendimentos
gerais e nos atendimentos específicos do Socioeducativo, o número de técnicos que compõem
as equipes e a opinião dos respondentes quanto à quantidade de técnicos necessária para
atender às demandas regionais.
Além destas, apresentamos informações referentes à existência ou não de estratégias
específicas dos CREAS na identificação dos tipos de Trabalho Infantil, as fontes das
denúncias relativas ao Trabalho Infantil e a forma de atuação das equipes.
A Tabela a seguir expressa o número de questionários aplicados por equipamento do
município.

Tabela 76 - Respontentes por Equipamento de coleta - Betim, 2017


Equipamento (N) (%)

CREAS I 07 28,0

CREAS II 10 40,0

SEAS - Centro Pop 08 32,0

Total 25 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Dentre os 25 questionários aplicados, 07 (28%) foram aplicados no CREAS I, 10


(40%) no CREAS II e 08 (32%) no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) –
Centro Pop.
A Tabela a seguir contém informações referentes ao Cargo/Função desempenhado
pelos respondentes segundo Equipamento.
136

Tabela 77 - Quanto ao Cargo/Função dos respondentes - Betim, 2017


Equipamento
Cargo/Função segundo
Equipamento Total
CREAS I CREAS II SEAS - Centro Pop

Assistente Social 06 03 01 10
(40,0%) 60,0% 30,0% 10,0% 100,0%

Coordenação - 01 01 02
(8,0%) - 50,0% 50,0% 100,0%

Educador(a) Social - - 06 06
(24,0%) - - 100,0% 100,0%

Psicólogo(a) 01 06 - 07
(28,0%) 14,3% 85,7% - 100,0%
07 10 08 25
Total
28% 40% 32% 100%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Nota-se que, do total de respondentes, 10 (40,0%) são Assistentes Sociais, 02 (8,0%)


são da Coordenação, 06 (24,0%) são Educadores(as) Sociais e 07 (28,0%) são Psicólogos(as).
O Gráfico, 11, abaixo, ilustra, de maneira geral, as principais formas de entrada de um
caso de Trabalho Infantil nos equipamentos segundo os respondentes.

Gráfico 11 - Com relação às principais formas de entrada de um caso de Trabalho


Infantil no CREAS - Betim, 2017

Denúncia 21

Enc. pela Vara da Infância e Juventude 17

Enc. pelo Conselho Tutelar 17

Busca ativa do serviço 14

0 10 20 30
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.
137

Nota-se que, dentre as principais formas de entrada de um caso de Trabalho Infantil


nos equipamentos, 84% dos respondentes marcou Denúncia; 56% marcou Busca Ativa do
serviço; 68% marcou Encaminhamento pela Vara da Infância e Juventude e Encaminhamento
pelo Conselho Tutelar. Cumpre ressaltar que tal questão abria espaço para o respondente
marcar mais de uma opção dentre as disponíveis.
As informações a seguir dizem respeito às equipes de trabalho dos equipamentos
CREAS do município de Betim.
Quanto à capacitação das equipes na identificação das diferentes formas de Trabalho
Infantil, as Tabelas a seguir expressam as informações obtidas, no âmbito do CREAS em
geral e especificamente nas ações do Socioeducativo.

Tabela 78 - As equipes foram capacitadas para identificar as diferentes formas de


Trabalho Infantil em seus atendimentos? - Betim, 2017
Tipos de Trabalho
Sim Não Parte da Equipe Não Informado Total
Infantil
14 02 06 03 25
Doméstico
56,0% 8,0% 24,0% 12,0% 100,0%
15 01 06 03 25
Benefício de Terceiros
60,0% 4,0% 24,0% 12,0% 100,0%
15 01 06 03 25
Conta Própria
60,0% 4,0% 24,0% 12,0% 100,0%
12 04 06 03 25
Tráfico de Drogas
48,0% 16,0% 24,0% 12,0% 100,0%
13 01 06 05 25
Exploração Sexual
52,0% 4,0% 24,0% 20,0% 100,0%
08 06 06 05 25
Pornografia
32,0% 24,0% 24,0% 20,0% 100,0%
0 13 06 06 25
Artístico
0,0% 52,0% 24,0% 24,0% 100,0%
0 13 06 06 25
Desportivo
0,0% 52,0% 24,0% 24,0% 100,0%
01 12 06 06 25
Religioso
4,0% 48,0% 24,0% 24,0% 100,0%
01 12 06 06 25
Ambiente Virtual
4,0% 48,0% 24,0% 24,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.
138

Na Tabela 78, acima, podemos notar que as equipes receberam capacitação para lidar
com as formas mais convencionais de Trabalho Infantil, o que é muito significativo. Porém
assistimos o surgimento de novas formas de exploração do labor infantil, como atividades
desenvolvidas no ambiente virtual, desportivo ou até mesmo de cunho religioso. Essas novas
formas de Trabalho Infantil ainda não é de pleno conhecimento para todos e todas nas
equipes. Sugerimos aqui capacitações que visem dialogar com enfretamento a essas novas
formas de exploração.

Tabela 79 - Com relação ao Socioeducativo, As equipes foram capacitadas para


identificar as diferentes formas de Trabalho Infantil em seus atendimentos? - Betim,
2017
Categorias Sim Não Parte da Equipe Não Informado Total
03 02 02 18 25
Doméstico
12,0% 8,0% 8,0% 72,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Benefício de Terceiros
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Conta Própria
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Tráfico de Drogas
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Exploração Sexual
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Pornografia
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Artístico
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Desportivo
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Religioso
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
02 02 02 19 25
Ambiente Virtual
8,0% 8,0% 8,0% 76,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Quando questionados sobre o número de técnicos que compõem as equipes de trabalho


dos equipamentos, não houve um consenso entre os respondentes, de modo que, em um
mesmo equipamento houve respostas diferentes, o que mostra um desconhecimento por parte
dos próprios respondentes com relação à composição das equipes de trabalho.
139

Entretanto, em relação ao CREAS e ao Trabalho Infantil, quanto à quantidade de


técnicos ser suficiente ou não para atender à demanda da regional, foram obtidas as seguintes
informações.

Tabela 80 - Em relação ao CREAS e quanto ao Trabalho Infantil, o número de técnicos


é suficiente para atender a demanda da regional? - Betim, 2017
Equipamento
Opções Total
CREAS I CREAS II SEAS - Centro Pop

Não 05 02 04 11
(44,0%) 45,5% 18,2% 36,4% 100,0%

Sim 01 07 03 11
(44,0%) 9,1% 63,6% 27,3% 100,0%

Não Informado 01 01 01 03
(12,0%) 33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

07 10 08 25
Total
28,0% 40,0% 32,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Nota-se que, de um modo geral, aproximadamente 50% dentre os respondentes


informaram que o número de técnicos não é suficiente para atender a demanda da regional.
Dentre estes, as informações abaixo dizem respeito ao número que segundo os mesmos seria o
necessário para atender tal demanda.
Vale ressaltar que aqueles que responderam “Sim” na Tabela 80 anterior, juntamente
com “Não Informado” estão contemplados na categoria “Não se aplica” na Tabela seguinte.
140

Tabela 81 - Com relação à quantidade quantidade necessária de Técnicos segundo os


respondentes - Betim, 2017
Número de Técnicos necessários (N)

02 Técnicos p/ Medida Socioeducativa 04


02 Técnicos de Nível Superior 02
20 Técnicos 02
04 Técnicos por Regional 01
05 Técnicos 01
45 Técnicos 01
Não se aplica 14
Total 25
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Quanto à existência de estratégias específicas para identificar os Tipos de Trabalho


Infantil, foram obtidas as seguintes informações.

Tabela 82 - Existem estratégias específicas do CREAS para identificar os Tipos de


Trabalho Infantil?- Betim, 2017
Tipos de Trabalho Infantil Sim Não Não Informado Total
03 19 03 25
Doméstico
12,0% 76,0% 12,0% 100,0%
08 16 01 25
Benefício de Terceiros
32,0% 64,0% 4,0% 100,0%
07 17 01 25
Conta Própria
28,0% 68,0% 4,0% 100,0%
07 17 01 25
Tráfico de Drogas
28,0% 68,0% 4,0% 100,0%
06 07 02 25
Exploração Sexual
24,0% 28,0% 8,0% 100,0%
03 19 03 25
Pornografia
12,0% 76,0% 12,0% 100,0%
0 22 03 25
Artístico
0,0% 88,0% 12,0% 100,0%
0 22 03 25
Desportivo
0,0% 88,0% 12,0% 100,0%
01 21 03 25
Religioso
4,0% 84,0% 12,0% 100,0%
0 22 03 25
Ambiente Virtual
0,0% 88,0% 12,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.
141

Novamente podemos observar os desafios das novas formas de Trabalho Infantil em


especial no estabelecimento de estratégias de identificação. É necessário aprofundar o
entendimento conceitual sobre tais novas formas para o estabelecimento de planos de
identificação das mesmas no território.
Dentre as respostas obtidas na questão aberta com relação à existência de estratégias
específicas para identificar os Tipos de Trabalho Infantil as principais estratégias foram:

a) observação;
b) articulação de rede;
c) escuta qualificada.

Quanto às fontes das denúncias relativas ao Trabalho Infantil, as informações a seguir


expressam dados relativos aos disques denúncias e às principais fontes citadas pelos
respondentes.

Tabela 83 - Quanto aos disques denúncias relativos ao Trabalho Infantil, quais são os
mais utilizados? – Betim, 2017
Fonte Sim Não Total
10 15 25
Disque 100
40,0% 60,0% 100,0%
04 21 25
Disque 180
16,0% 84,0% 100,0%
04 21 25
Disque 181
16,0% 84,0% 100,0%
0 25 25
Disque 08000311119
0,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Nota-se que o disque mais utilizado é o Disque 100, e o menos utilizado (inutilizado
segundo os respondentes) é o Disque 0800031119.
A Tabela 84, abaixo, contempla as respostas obtidas na questão aberta referente à
principal fonte das denúncias relativas ao Trabalho Infantil, ilustrando o número de vezes que
cada palavra apareceu nas respostas. Foi realizada a quantificação das palavras que
apareceram, vale ressaltar que, por se tratar de uma questão aberta, o mesmo respondente
poderia citar mais de uma palavra, desse modo, o total de respostas poderá ser superior ao
número total de questionários aplicados.
142

Tabela 84 - Quanto às principais fontes das denúncias relativas ao Trabalho Infantil -


Questão aberta - Betim, 2017
Qual a principal fonte das denúncias relativas ao Trabalho Total de vezes que
Infantil? citado
Conselho Tutelar 10
Rede Socioassistencial 08
Sistema de Garantia de Direitos 05
Escolas 02
CRAS 02
Demanda da comunidade 02
Telefone Centro Pop / SEAS 02
Judiciário 01
Ministério Público 01
Saúde 01
Promotoria 01
ONGs 01
Não informado 03
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.

Nota-se que, de um modo geral, o Conselho Tutelar, a Rede Socioassistencial e o


Sistema de Garantia de Direitos são as principais fontes das denúncias relativas ao Trabalho
Infantil segundo os respondentes, sendo, por eles, os mais citados na questão aberta referente
ao assunto.
A Tabela 85, a seguir, expressa o modo de atuação das equipes de trabalho quanto ao
Trabalho Infantil.

Tabela 85 - Em relação ao CREAS e quanto ao Trabalho Infantil, como a equipe atua? -


Betim, 2017
Opções Sim Não Total
24 01 25
Mediante Denúncia
96,0% 4,0% 100,0%
23 02 25
Busca Ativa
92,0% 8,0% 100,0%
21 04 25
Demanda Espontânea
84,0% 16,0% 100,0%
24 01 25
Encaminhamentos da rede
96,0% 4,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados extraídos dos questionários aplicados nos
equipamentos CREAS do município de Betim, 2017.
143

5.10 O trabalho infantil no tráfico de drogas

A temática do Trabalho Infantil no tráfico de drogas é uma realidade presente em


muitas cidades na atualidade. Para o andamento a processo ato infracional ligado à atividade
de tráfico de substâncias ilícitas e ilegais, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais instituiu o
Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH), através
de uma convergência de esforços dos operadores do Sistema de Garantia de Direitos,
compreendendo a Polícia Civil e Militar, o Ministério Público, a Subsecretaria de Estado de
Atendimento as Medidas Socioeducativas, a Defensoria Pública, do serviço de apoio técnico
do Poder Judiciário e a magistratura afeta à criança e ao adolescente.
De condição inicial o CIA/BH atende adolescentes cujos atos infracionais são
decorridos no território da comarca de Belo Horizonte. No entanto, em alguns casos, mesmo
que o locus infracional não seja a cidade capital, ocorre de as forças policiais conduzirem o
adolescente ao CIA/BH 15 - tal situação contribui dificultar a análise e exposição de dados
sobre o tema.
Neste sentido, os dados que serão apresentados nesta oportunidade são referentes
a informações correlacionadas às medidas sociais educativas, e não necessariamente às
informações sobre judicialização de atos infracionais ocorridos em Betim cujo a autoria foi
atribuída a adolescentes.
Tal enfoque de dados judiciais será devidamente exposto conjuntamente com as
entrevistas realizadas na Vara da Infância e Juventude, na Promotoria responsável pela
temática e entrevista com o comissariado da Infância e Juventude. Somente neste contexto é
possível a exposição correta e amparada das devidas ressalvas, dos processos judiciais
referentes a atos infracionais sobre a realização de atividade de tráfico de drogas.
No que tange a tal atividade ilícita, os dados relativos aos atos infracionais que deram
origem à aplicação das medidas socioeducativos cujo fato causador tenha sido o tráfico de
drogas são disponibilizados pela Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais

15
Um adolescente de 16 anos foi detido suspeito de tráfico de drogas durante patrulhamento no fim da noite
deste sábado (27) no bairro Bom Repouso, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia
Militar (PM) informou que com ele foram apreendidos 388 pinos de cocaína, 543 pedras de crack e três pedras
brutas de crack.
De acordo com a PM, outros suspeitos conseguiram fugir ao perceber a aproximação dos policiais.
Ainda segundo a polícia, o local onde ele foi abordado é conhecido como ponto de venda de drogas. Toda a
droga estava em uma sacola.
Ele teria confessado que havia ido ao local para assumir o turno na venda de drogas. Cada pedra seria vendida
por R$ 10 e cada pino, por R$ 20.
O adolescente foi encaminhado para o CIA-BH.
144

(SEDS MG), e sua origem é a própria Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS).
Vejamos as seguintes Tabelas:

Tabela 86 - Adolescentes em cumprimento de MSE LA-PSC em 2014 (atos infracionais)


– Betim/MG
Ato infracional (N) (%)
Roubo à mão armada 131 49,8
Roubo 56 21,3
Tráfico de Drogas 50 19,0
Sem informação 07 2,7
Posse ou porte ilegal de armas 04 1,5
Ameaça 04 1,5
Outro 03 1,1
Tentativa de homicídio 02 0,8
Dirigir sem habilitação 02 0,8
Tentativa de roubo 01 0,4
Furto qualificado 01 0,4
Receptação 01 0,4
Pichação 01 0,4
Total 263 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de MINAS GERAIS (2015).

Tabela 87 - Adolescentes em cumprimento de MSE LA-PSC em 2015 (atos infracionais)


– Betim/MG
Atos infracionais (N) (%)
Roubo à mão armada 71 47,3
Roubo à mão armada 46 30,7
Tráfico de Drogas 14 9,3
Outro 07 4,7
Receptação 04 2,7
Ameaça 01 0,7
Tentativa de homicídio 02 1,3
Tentativa de roubo 02 1,3
Sequestro 02 1,3
Sem informação 01 0,7
Total 150 100,0
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de MINAS GERAIS (2015).
145

Como podemos observar a presença do Trabalho Infantil no tráfico de drogas


através destes dados, vale sempre ressaltar que, segundo a OIT, esta é uma das piores formas
de Trabalho Infantil. É importante dizer que há uma dúplice condição do adolescente autor
desse ato infracional. Se por previsão de certa parte da legislação o adolescente é autor de
ato/fato reprovável, por outra parte da legislação este mesmo adolescente é vítima da
exploração do Trabalho Infantil. Assim há uma Antinomia Jurídica entre punição e proteção.

5.11 O trabalho infantil, segundo os Conselhos Tutelares

O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, encarregado pela sociedade


de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, conforme Lei Federal
8.069/1990. (BRASIL, 1990). O processo eleitoral é organizado pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente de Betim, sob a responsabilidade de comissão instituída
especificamente para esse fim, e fiscalizado pelo Ministério Público do Estado de Minas
Gerais.
Betim atualmente possui 4 Conselhos Tutelares, sendo Região I (Centro),
Região II (Teresópolis), Região III (Alterosas) e Região IV (Citrolândia),
são compostos por cinco conselheiros tutelares eleitos pelo voto da
população do Município. Os conselheiros durante o exercício do mandato são funcionários
públicos gozando benefícios e deveres dessa condição.

a) Nota prévia sobre os dados entregue pelos conselhos tutelares

Os dados a seguir foram fornecidos pelos próprios conselhos tutelares, a


UNILIVRECOOP se dedicou ao máximo para compilar os dados enviados pelos conselheiros
em uma estrutura metodológica de maior clareza e organização da informação, visando acima
de tudo o leitor final do presente documento.
Por algumas vezes durante a elaboração do presente relatório, aconteceu ponderações
acerca da utilização ou não do presentes dados para elucidação do Trabalho Infantil no
município. Os dados fornecidos não apresentam nenhuma padronização quanto à classificação
de atendimento, conceitos teóricos, fluxos de encaminhamento ou rotina de arquivamento da
informação. Em um certo conselho tutelar não há relatório de todos os conselheiros, apenas de
alguns, já em outro conselho, os dados são compilados por conselheiro, ainda houve um
146

conselho que não mantém se quer relatório totalizado de suas atividades.


A posição final solidificou pela utilização dos dados com latentes ressalvas
metodológicas e limitação da análise a tão somente os dados isolados de cada conselho sem
que seja possível comparação entre os mesmos ou entre outros dados do presente trabalho. O
principal argumento que justifica a utilização dos presentes dados é seu caráter pioneiro de
retratar o Trabalho Infantil pela a ótica dos conselhos tutelares.
Em sede de considerações finais neste relatório será exposto sugestões de
aprimoramento da gestão da informação dos conselhos tutelares e outras rotinas que possam
potencializar suas atividades em enfretamento ao Trabalho Infantil.

5.11.1 Em relação ao período de janeiro a dezembro do ano de 2016

A seguir são apresentadas informações referentes às atividades dos Conselhos


Tutelares do município de Betim no ano de 2016. As informações foram obtidas através dos
relatórios emitidos pelos Conselhos.
Conforme nota metodológica serão apresentados os dados de todas atividades
referentes ao Conselhos Tutelares, as que guardam relação direta com Trabalho Infantil e
aquelas que somente relações indiretas.

5.11.1.1 Conselho Tutelar Região I

Nesta seção são apresentados dados do Conselho Tutelar Região I. Os dados obtidos
do ano de 2016 retratam apenas os casos relacionados ao Trabalho Infantil atendidos por este
equipamento.
A Tabela 88, a seguir, ilustra os casos de Trabalho Infantil atendidos pelo Conselho
Tutelar Região I.
147

Tabela 88 - Casos de Trabalho Infantil atendidos no ano de 2016 – CT Região I – Betim,


2016
Identificação Gênero Idade Tipificação Encaminhamentos Bairro

01 Masc. 10 anos Trabalho Infantil Ministério Público Alterosas

02 Fem. 12 anos Trabalho Infantil CREAS Bandeirinhas

03 Fem. 16 anos Trabalho Infantil Ministério Público Cachoeira

04 Fem. 17 anos Trabalho Infantil Ministério Público Bom Retiro


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

5.11.1.2 Conselho Tutelar Região II

O Conselho Tutelar Região II funciona de segunda à quinta-feira de 08h às 12h – 13h


às 17h. Sextas feiras: de 08 às 12h – 13h às 17h (trabalho interno com manutenção dos
atendimentos emergenciais).
É composto por 05 conselheiros(as), a saber: Maria Aparecida da Rocha, Dircelene
Maria Rosa, Kênia Augusta Correia Sartori, Luciana Dias Amâncio e Bruno Francisco
Pinheiro. E 02 administrativos: Karen Cristina Silva Vassalo e Claudia Júnia de Aguiar
Cavalcante.
As principais formas de denúncia recebidas por este Conselho são através de
Notificação, Pessoal, Disque Denúncia (Disque 100 e 153), Ministério Público e demais
Instituições. Os principais tipos de violação atendidos por este Conselho estão listados abaixo:

a) evasão escolar;
b) negligência/abandono;
c) vaga em creche;
d) comportamento;
e) conflito familiar;
f) violência psicológica;
g) dependência química;
h) vaga escolar;
i) violência física;
j) violência sexual;
k) transporte escolar;
148

l) ato infracional;
m) trabalho infantil;
n) gravidez na adolescência.

 Com relação aos encaminhamentos

Quanto aos serviços requisitados ou encaminhamentos realizados, o Quadro 3, abaixo,


ilustra os principais encaminhamentos segundo serviço prestado.

Quadro 3 - Principais encaminhamentos, segundo Serviço prestado - CT Região II –


Betim, 2016
Serviços Encaminhamentos
CRAS
CREAS
Abrigos
Assistência Social
Secretaria de Habitação
Centro Pop
Secretaria de Transporte
Semed/Creche
Educação Semed/Ensino Fundamental
Superintendência Estadual de Ensino/Ensino Médio
SMS/Psicologia
SMS/Médico Especialista
Saúde SMS/Caps-AD
SMS/Sepadi
DNV
Defensoria Pública
Ministério Público
VIJEP (Vara da Infância e Juventude e Execuções Penais)
Segurança e Justiça
Delegacias de Políticas
PM MG
Cartórios
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
149

 Com relação aos atendimentos

A seguir são apresentadas informações a respeito do número de atendimentos por


regional através de procura direta e o número de atendimentos e encaminhamentos realizados.

Tabela 89 - Número de atendimentos por procura direta, segundo Regional – CT Região


II – Betim, 2016
Regional (N) (%)

PTB 897 25,4


Petrovale 147 4,2
Teresópolis 1148 32,5
Imbiruçu 1335 37,0

Total 3527 100,0


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
150

Tabela 90 - Atendimentos e Encaminhamentos – CT Região II – Betim, 2016


Atendimentos e Encaminhamentos (N) (%)
Ministério Público 260 5,5
Judiciário 60 1,3
Defensoria Pública 115 2,4
Delegacia 90 1,9
Saúde 145 3,1
CRAS 130 2,8
CREAS 160 3,4
Semed 230 4,9
Advertência 555 11,7
Acolhimento 25 0,5
Termo de Responsabilidade 140 3,0
Requisição Certidão 65 1,4
Requisição Identidade 100 2,1
Abandono 42 0,9
Ameaça 64 1,4
Abuso Sexual 45 1,0
Negligência 64 1,4
Solicitação Vaga em Creche 155 3,3
Solicitação Vaga Escolar 165 3,5
Trabalho Infantil 25 0,5
Violência Física 45 1,0
Violência Psicológica 87 1,8
Passe Escolar 19 0,4
Evasão Escolar 105 2,2
Ato Infracional 65 1,4
Orientação/Aconselhamentos 329 7,0
Infrequência Escolar 335 7,1
Parto Adolescente 48 1,0
Envolvimento com Entorpecentes 85 1,8
Rebeldia 105 2,2
Encaminhamento a outras Entidades de Atendimento. Outros municípios 96 2,0
Atuação Plantão Noturno/Feriados e Finais de Semana 180 3,8
Reuniões e Intervenções Escolares 50 1,1
Visitas Domiciliares 452 9,6
Encaminhamentos para Empregos 60 1,3
Recambiamento para outras cidades 30 0,6
Total geral 4726 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
151

5.11.1.3 Conselho Tutelar Região III

Nesta seção, são apresentadas informações a respeito do Conselho Tutelar Região III,
bem como a relação de atendimentos realizados, considerando os encaminhamentos
realizados durante o período de referência e a tipificação dos atendimentos realizados segundo
conselheiro.

a) Com relação aos encaminhamentos

Tabela 91 - Encaminhamentos de Janeiro a Dezembro de 2016 por Conselheiro(a) - CT


Região III - Betim, 2016
Fátim Jaqueline Josynei Marin Regian Jaqueline Tota
Encaminhamento a Cardoso a a e Guimarães l
Advertência 80 16 166 59 136 01 458
Semed 86 26 47 60 59 03 281
Ministério Público 62 11 42 55 36 - 206
CRAS 12 19 41 49 23 02 146
CREAS 20 09 32 32 47 - 140
Saúde 36 03 30 40 30 - 139
Outros - 02 47 01 26 - 76
Termo de
20 08 15 16 10 - 69
Responsabilidade
Delegacia 15 03 16 12 18 - 64
Cersami 20 - 16 07 14 - 57
Judiciário 12 06 06 16 13 - 53
Requisição de Certidão 14 - 10 11 11 - 46
Polícia Militar 31 01 01 - 12 - 45
Defensoria Pública 06 02 14 04 01 - 27
Acolhimento 08 02 02 10 - - 22
Requisição de identidade 02 - 02 06 06 - 16
Total de 1.84
424 108 487 378 442 06
encaminhamentos 5
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região III.
152

b) Com relação aos atendimentos

Tabela 92 - Tipificação dos atendimentos realizados de Janeiro a Dezembro de 2016 por


Conselheiro(a) - CT Região III - Betim, 2016
Fátim Jaqueline Josynei Marin Regian Jaqueline Tota
Tipificação a Cardoso a a e Guimarães l
Orientação 180 35 57 146 62 08 488
Infrequência Escolar 30 24 146 39 132 - 371
Vaga em Escola 26 17 23 33 41 02 142
Vaga em Creche 27 11 31 35 22 - 126
Evasão Escolar 10 01 88 06 10 - 115
Negligência 35 01 36 25 16 - 113
Conflito Familiar 55 01 32 01 13 - 102
Outros 19 03 52 03 06 - 83
Violência Física 04 05 15 12 14 - 50
Abuso 03 01 17 13 15 - 49
Violência Psicológica 16 03 09 03 11 - 42
Ato Infracional 05 02 15 05 03 - 30
Abandono 02 - 10 06 08 - 26
Ameaça 11 - 06 - - - 17
Passe Escolar - - 10 04 03 - 17
Trabalho Infantil 02 - 06 02 - - 10
Total de casos 1.39
304 154 329 307 286 12
atendidos 2
1.65
Total de atendimentos 441 175 316 380 328 13
3
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região III.

5.11.2 Em relação ao período de janeiro a setembro do ano de 2017

A seguir são apresentadas informações referentes às atividades dos Conselhos


Tutelares do município de Betim no período de janeiro a setembro do ano de 2017 (1º
semestre 2017). As informações foram obtidas através dos relatórios emitidos pelos
Conselhos.
153

5.11.2.1 Conselho Tutelar Região I

Nesta seção são apresentados dados do Conselho Tutelar Região I. Informações a


respeito das características dos usuários, bem como o gênero, a faixa etária e a cor/raça,
informações a respeito dos atendimentos do Conselho, bem como a natureza dos casos, a
existência ou não violação, as tipificações, os violadores, os atendimentos de abrangência
territorial extraterritorial e extramunicipal, dados dos atendimentos arquivados por escola, a
identificação e qualificação do número de alunos matriculados em instituições de ensino e do
número de alunos sem referência de matricula escolar, divididos nos níveis de ensino infantil,
fundamental e médio.
Por fim são apresentadas informações sobre os encaminhamentos realizados e
recebidos e dados sobre os atendimentos no Plantão.

Tabela 93 - Natureza dos Casos - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Tipo de demanda (N) (%)
Espontânea 824 55,5
Via Ofício 660 44,5
Total 1484 100,0
Arquivados 555 37,4
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

As informações a seguir são pautadas exclusivamente pelo número de casos já


arquivados, que condizem com 555 casos.

a) com relação às características dos usuários

Tabela 94 - Usuários segundo gênero - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Gênero (N) (%)
Feminino 254 45,8
Masculino 300 54,1
Não identificado 01 0,2
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
154

Nota-se que, dentre os 555 casos arquivados, 254 (45,8%) são casos arquivados de
usuários do gênero feminino, enquanto 300 (54,1%) são do gênero masculino. 01 (0,2%)
enquadrou-se na categoria “Não identificado”, situação a qual não foi mensurada na ficha ou
discriminado durante o atendimento, ou sem maiores informações.

Tabela 95 - Faixa etária dos usuários – CT Região I – 1º Semestre de 2017


Usuários Idades Nº de atendimentos (%)
Recém-Nascidos 0 a 11 meses 03 0,5
Crianças 01 a 11 anos 252 45,4
Adolescentes 12 a 17 anos 244 44,0
Não identificados Idade não informada 30 5,4
Maiores de 18 Acima de 18 anos 26 4,7
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

Tabela 96 - Usuários segundo Cor/Raça – CT Região I – 1º Semestre de 2017


Cor/Raça (N) (%)
Branca 46 8,3
Parda 185 33,3
Negra 28 5,0
Não identificado 296 53,3
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

b) com relação às violações

A Tabela 97, a seguir, traz dados relacionados à identificação das incidências de


violações intrafamiliar ou extrafamiliar, nos casos atendidos. Vale ressaltar que tais dados,
presentes na Tabela 98, seguinte, e na próxima 99, passaram a ser coletados neste conselho a
partir do mês de março de 2017, o que não abrange a totalidade de casos já arquivados.

Tabela 97 - Tipo de Violação - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Tipo de Violação (N) (%)
Intrafamiliar 94 16,9
Extrafamiliar 37 6,7
Não identificado 424 76,4
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
155

Tabela 98 - Existência de Violação - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Opções (N) (%)
Identificado Violação 123 22,2%
Não identificado Violação 187 33,7%
Não informado 245 44,1%
Total 555 100,0%
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

A seguir é apresentada a caracterização e a qualificação das violações identificadas


nos casos atendidos e arquivados por meio da tipificação dos mesmos.

Tabela 99 - Tipificação das violações - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Tipificações (N) (%)
Abandono 14 1,8
Abuso Sexual 31 4,0
Ameaça de morte 09 1,2
Ato infracional 13 1,7
Auto Agressão 01 0,1
Bullying 04 0,5
Conflito Escolar 03 0,4
Conflito Familiar 16 2,1
Denúncias 80 10,3
Evasão escolar 16 2,1
Exposição digital 01 0,1
FICAIs 129 16,6
Gravidez na adolescência 07 0,9
Infrequência escolar 39 5,0
Mendicância 01 0,1
Negligências graves 70 9,0
Orientação 117 15,1
Outros 14 1,8
Situação de rua 08 1,0
Situação vexatória 01 0,1
Solicitação de Passe Escolar 20 2,6
Solicitação de vaga em creche 30 3,9
Solicitação de vaga escolar (fundamental e médio) 71 9,1
Trabalho Infantil 09 1,2
Uso abusivo de Álcool e outras Drogas 08 1,0
Violência Física 29 3,7
Violência Psicológica 20 2,6
Vulnerabilidade Social 16 2,1
Total 777 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
156

A Tabela 100, abaixo, expressa a identificação dos indivíduos que praticaram as


violações, conforme o vínculo ou a relação estabelecida com a vítima.

Tabela 100 - Violador - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Violador (N) (%)
Mãe 40 7,2
Irmãos 04 0,7
Próprio adolescente 25 4,5
Amigos/Colegas 09 1,6
Desconhecidos/Terceiros 10 1,8
Padrinho 01 0,2
Namorado/Companheiro 03 0,5
Pai/Pais 23 4,1
Padrasto 06 1,1
Município/Estado 05 0,9
Não informado 429 77,3
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

c) com relação aos atendimentos

Neste bloco são apresentados dados relacionados aos atendimentos realizados pelo
durante o referido período, bem considerando os atendimentos de abrangência territorial e
extraterritoriais por Regional/Bairros e os atendimentos de abrangência extramunicipal.

 atendimentos de abrangência territorial por Regional/Bairros

A seguir, os atendimentos por bairros conforme a composição regional municipal,


referente aos territórios de competência deste serviço.

Tabela 101 - Atendimentos de abrangência territorial - Vianópolis - CT Região I - 1º


Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Açude 02 3,4
Marimbá 28 47,5
Pimentas 06 10,2
Quintas do Godoy 01 1,7
Santo Afonso 11 18,6
Vianópolis 11 18,6
Total 59 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
157

Tabela 102 - Atendimentos de abrangência territorial - Centro - CT Região I – 1º


Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Angola 11 4,5
Arquipélago Verde 01 0,4
Bandeirinhas 36 14,7
Brasiléia 18 7,3
Cachoeira 17 6,9
Centro 13 5,3
Chácara 07 2,9
Cidade Verde 18 7,3
Estância do Sereno 01 0,4
Estrada das Gorduras 01 0,4
Fernão Dias 01 0,4
Filadélfia 16 6,5
Guarujá 02 0,8
Ingá 08 3,3
Jardim Casa Branca 06 2,4
Jardim da Cidade 01 0,4
Jardim Petrópolis 25 10,2
Marajoara 01 0,4
Morada do Trevo 11 4,5
Morais 01 0,4
Novo Guarujá 01 0,4
Pingo D'água 09 3,7
Riviera 02 0,8
Salomé 06 2,4
Santa Inês 04 1,6
São João 28 11,4
Total 245 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I..
158

Tabela 103 - Atendimentos de abrangência territorial - Norte - CT Região I


Bairro (N) (%)
Alto das Flores 04 3,3
Arquipélago do Lago 01 0,8
Baviera 03 2,5
Bela Vista 03 2,5
Bom Repouso 05 4,2
Homero Gil 18 15,0
Liberatos 02 1,7
Nossa Senhora das Graças 21 17,5
Novo Horizonte 10 8,3
Palmeiras II 02 1,7
Ponte Alta 03 2,5
Ponte Nova 01 0,8
Residencial Lagoas 11 9,2
Santa Fé 01 0,8
Santa Lúcia 03 2,5
Serra Negra 01 0,8
Taquaril 04 3,3
Vila das Flores 27 22,5
Total 120 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

 atendimentos de abrangência extraterritorial por Regional/Bairros

Identificação e quantificação dos atendimentos por bairros conforme a composição


regional municipal, referente aos atendimentos extraterritoriais de competência dos demais
Conselhos Tutelares do município.
159

Tabela 104 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial – CT II Teresópolis - CT


Região I - 1º Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Conjunto Habitacional Jalila Pedrosa 02 13,3
Guanabara 01 6,7
Industrial São Pedro 01 6,7
Laranjeiras 02 13,3
Novo Amazonas 01 6,7
Vila Cristina 01 6,7
Vila Recreio 01 6,7
Vila Verde 01 6,7
Petrovale 02 13,3
São Luiz 02 13,3
Teresópolis 01 6,7
Total 15 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

Tabela 105 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial- CT III Alterosas - CT


Região I - 1º Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Alterosas 03 11,5
Bueno Franco 01 3,8
Cruzeiro do Sul 03 11,5
Duque de Caxias 01 3,8
Espírito Santo 02 7,7
Icaivera 01 3,8
Itacolomi 03 11,5
Jardim Brasília 02 7,7
Niterói 05 19,2
Nossa Senhora de Fátima 03 11,5
Várzea das Flores 01 3,8
Parque das Indústrias 01 3,8
Total 26 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
160

Tabela 106 - Atendimentos de abrangência Extraterritorial - Citrolândia - CT Região I -


1º Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Citrolândia 06 50,0
Conjunto Habitacional Dicalino Cabral 03 25,0
Parque Ipiranga 01 8,3
São Jorge 01 8,3
São Marcos 01 8,3
Total 12 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

 atendimentos de abrangência extramunicipal

Identificação e quantificação dos atendimentos realizados a população de outros


Municípios/Estados, conforme demandas apresentadas neste conselho.

Tabela 107 - Atendimentos de abrangência Extramunicipal - CT Região I - 1º Semestre


de 2017
Município (N) (%)
Belo Horizonte 05 35,7
Braúnas 01 7,1
Caratinga 01 7,1
Jatuibá 01 7,1
Igarapé 01 7,1
São Joaquim de Bicas 01 7,1
Três Marias 01 7,1
Outros 03 21,4
Total 14 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

 com relação às escolas/atendimentos arquivados

A seguir, os dados expressa a identificação e qualificação das escolas pertencentes às


áreas de atendimento territorial deste conselho, nas quais foram declaradas a existência de
matriculas escolares, o que não compreende as demandas oriundas destas instituições de
ensino.
161

Tabela 108 - Escolas/Atendimentos Arquivados- CT Região I - 1º Semestre de 2017


Escolas (N) (%)
CETAP 16 2,9
Colégio Batista 02 0,4
Colégio Dias 01 0,2
Colégio Santa Maria 01 0,2
Colégio Santo Agostinho 01 0,2
Colégio Tiradentes 04 0,7
Colégio Pitágoras 01 0,2
E.M. Josefina Macedo Gontijo 03 0,5
E.M. Deputado Simão da Cunha 07 1,3
E.M. Alair Ferreira de Souza 0 0,0
E.M. Barão do Rio Branco 14 2,5
E.M. Desembargados Souza Lima 01 0,2
E.M. Prefeito Alcides Brás 02 0,4
E.M. Lucia Farage 13 2,3
E.M. Antônio Tereza 09 1,6
E.M. Mário Marcos Tumbinapá 15 2,7
E.M. Gino José de Souza 11 2,0
E.M. Antônio Honório Silva 0 0,0
E.M. José Salustiano Lara 19 3,4
E.M. Jorge Afonso Defensor 07 1,3
E.M. Raul Saraiva 14 2,5
E.M. Clóvis Salgado 06 1,1
E.M. Margarida Guimarães 04 0,7
E.M. Geraldo Magela 11 2,0
E.E. Newton Amaral 09 1,6
E.E. Professor Carlos Lucio 13 2,3
E.E. Tito Lívio de Souza 06 1,1
E.E. Amélia Santana Barbosa 13 2,3
E.E. João Paulo I 0 0,0
E.E. Silvio Lobo 14 2,5
E.E. Maria José Campos 07 1,3
E.E. Conselheiro Afonso Pena 07 1,3
Não identificado e outras 204 36,8
Educação Infantil 30 5,4
Total 555 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
162

 nível de ensino

A identificação e qualificação do número de alunos matriculados em instituições de


ensino e do número de alunos sem referência de matricula escolar, divididos nos níveis de
ensino infantil, fundamental e médio.

Tabela 109 - Nível de Ensino - CT Região I - 1º Semestre de 2017


Faixa Etária por Nível de Nº de Nº de Sem Nº Não
Total
Ensino Matriculados Matricula Informado
Nível de Ensino / Educação Infantil
05 71 20 96
01 a 05 anos
5,2% 74,0% 20,8% 100,0%
Nível de Ensino / Fundamental
271 56 91 418
06 a 14 anos
64,8% 13,4% 21,8% 100,0%
Nível de Ensino / Médio
154 40 64 258
15 a 18 anos
59,7% 15,5% 24,8% 100,0%
430 167 175 775
Total
55% 22% 23% 100%
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
163

 com relação aos encaminhamentos realizados e recebidos

Tabela 110 - Encaminhamentos realizados CT - Região I - 1º Semestre de 2017


Órgão (N) (%)
Acolhimento Institucional 09 1,2
Advertência 40 5,4
Bolsa Família 01 0,1
CERSAMI 11 1,5
Contra Referência (CTs) 20 2,7
CRAS 48 6,5
CREAS 64 8,7
Defensoria Pública 01 0,1
Delegacia Militar 01 0,1
Desligamento Institucional 03 0,4
Direitos Humanos 01 0,1
Declarações Diversas 03 0,4
Inspetoria de Ensino Estadual 01 0,1
Judiciário 21 2,8
Ministério Público 67 9,1
Orientação 140 19,0
Polícia Civil 03 0,4
Recambiamento 03 0,4
Requisição de Certidão 30 4,1
Requisição de Identidade 55 7,5
Requisição de Histórico Escolar 07 0,9
SEMED 118 16,0
Saúde 21 2,8
Termo de Responsabilidade 08 1,1
Não informado 61 8,3
Total 737 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.
164

Tabela 111 - Encaminhamentos recebidos - CT - Região I - 1º Semestre de 2017


Órgão (N) (%)
Ministério Público 41 5,2%
Educação Infantil 115 14,7%
Abrigos 09 1,1%
CMDCA 06 0,8%
CERSAMI 160 20,4%
Escolas/FICAIs 01 0,1%
Conselho de Educação 36 4,6%
Denúncia Disque 100 49 6,3%
Denúncia/Outros 16 2,0%
Judiciário 16 2,0%
COMAD 01 0,1%
Contra Referência de CTs Betim 14 1,8%
Contra Referência de CTs de outros Municípios 13 1,7%
SEMAS 185 23,6%
Saúde/Secretaria 03 0,4%
Hospital Regional/Maternidade 12 1,5%
Hospitais Grande BH 03 0,4%
Polícia Civil 04 0,5%
Secretarias Municipais/Diversas 02 0,3%
SEMED 74 9,5%
SEPADI 02 0,3%
Superintendência de Políticas sobre Drogas 01 0,1%
UAPs/UBSs/UAIs 19 2,4%
UNIMED 01 0,1%
Total 783 100,0%
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região I.

5.11.2.2 Conselho Tutelar Região II

Nesta seção apresentamos dados do Conselho Tutelar Região II. Informações a


respeito das características dos usuários, bem como o gênero e a faixa etária, informações a
respeito dos atendimentos do Conselho, bem como a natureza dos casos, as tipificações, os
atendimentos de abrangência territorial e, por fim, são apresentadas informações sobre os
encaminhamentos realizados.
165

Os dados compreendem o período de janeiro a setembro de 2017.

Tabela 112 - Natureza dos Casos - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017


Tipo de Demanda Nº de casos (%)

Espontânea 1.226 67,7

Via Ofício 586 32,3

Total 1.812 100,0


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.

a) com relação às características dos usuários

Tabela 113 - Usuários por Gênero - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017


Gênero (N) (%)

Feminino 912 56,2%

Masculino 711 43,8%

Total 1.545
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
Nota: Faltam valores reais dos atendimentos da conselheira Kênia e do conselheiro Bruno.

Nota-se que, do total de 1.545 usuários, 912 são casos arquivados de usuários do
gênero feminino, enquanto 711 são do gênero masculino 16.

16
Observação: Os dados descritos na tabela correspondem às informações presentes nos relatórios dos
Conselhos, enviados em resposta a ofício. Nota-se que há uma discrepância na soma dos dados, uma vez que
912 + 711 = 1.623, o que não condiz com o dado no relatório.
166

Tabela 114 - Usuários segundo Faixa Etária - CT Região II - Janeiro a Setembro 2017
Usuários Idades (N) (%)

Recém-Nascidos 0 a 11 meses 40 2,6

Crianças 01 a 11 anos 832 53,9

Adolescentes 17 a 17 anos 650 42,1

Não Identificados Idade não informada 23 1,5

Total 1.545 100,0


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.

b) com relação às violações

Tabela 115 - Tipificação dos atendimentos de Janeiro a Setembro de 2017 - Conselho


Tutelar Região II
Tipificação (N) (%)
Abandono 28 1,8
Abuso Sexual 34 2,2
Ameaça de Morte 29 1,9
Ato Infracional 22 1,5
Bullying 14 0,9
Conflito Familiar 225 14,9
Denúncias 69 4,6
FICAIs 118 7,8
Negligências Graves 97 6,4
Orientação 513 33,9
Outros 68 4,5
Situação de Rua 10 0,7
Solicitação de Passe Escolar 15 1,0
Solicitação de Vaga em Creche 90 5,9
Solicitação de Vaga Escolar (Fundamental) 93 6,1
Trabalho Infantil 03 0,2
Violência Física 59 3,9
Violência Psicológica 58 3,8
Total 1.514 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
167

c) com relação aos atendimentos

Tabela 116 - Atendimentos de abrangência territorial por Regional/Bairros - CT Região


II - 1º Semestre de 2017
Bairro (N) (%)
Laranjeiras 24 6,7
Petrovale 20 5,6
Ind. São Luiz 19 5,3
Capelinha 09 2,5
Parque das Acácias 14 3,9
N. Amazonas 13 3,6
Teresópolis 69 19,3
Guanabara 27 7,6
Cruzeiro 07 2,0
Vila Boa Esperança 05 1,4
Amarantes 08 2,2
Vila Universal 03 0,8
Santa Cruz (PTB) 16 4,5
Granja Verde 06 1,7
Renascer 03 0,8
Vila Santa Cruz 01 0,3
Conjunto C. Pedrosa 08 2,2
Imbiruçu 13 3,6
Alvorada 05 1,4
São Cristóvão 04 1,1
Vila Verde 04 1,1
Santo Antônio 08 2,2
Jardim Nazareno 05 1,4
Paulo Camilo 09 2,5
V. Pres. Kennedy 04 1,1
São Caetano 11 3,1
Vila Cristina 22 6,2
Nova Baden 05 1,4
Campos Elíseos 10 2,8
Vista Alegre 05 1,4
Total 357 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar
Região II.
Obs.: Faltam valores dos atendimentos realizados pelos conselheiros Kênia, Bruno, Dircelene e Luciana.
168

d) com relação aos encaminhamentos

Tabela 117 - Encaminhamentos realizados CT - Região II - Janeiro a Setembro de 2017


Órgão (N) (%)
Ministério Público 176 12,7
Judiciário 54 3,9
Defensoria Pública 51 3,7
CREAS 122 8,8
CRAS 110 7,9
SEMED 131 9,4
Requisição de Certidão 79 5,7
Requisição de Identidade 64 4,6
Polícia Militar 22 1,6
Delegacia 65 4,7
CERSAMI 15 1,1
Saúde 106 7,6
Acolhimento 22 1,6
Advertência 163 11,7
Outros 135 9,7
Termo de Responsabilidade 76 5,5
Total 1.391 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar Região
II.
Obs.: A categoria “Outros” inclui notificações, visitas domiciliares e intervenções diversas resultando em
encaminhamentos a outros equipamentos da rede de proteção à Criança e ao Adolescente.

5.11.2.3 Conselho Tutelar Região III

Nesta seção, apresentamos dados do Conselho Tutelar Região III. Informações a


respeito das tipificações dos atendimentos por conselheiro(a), os encaminhamentos realizados,
os atendimentos presenciais e, por fim, a distribuição de casos por conselheiro.
Os dados compreendem o período de janeiro a setembro de 2017.
169

a) com relação aos atendimentos

Tabela 118 - Tipificação dos atendimentos - CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017
Maria
Jaquelin Jaqueline
de Josynéi Marin Regian Tota
Tipificação e Guimarãe
Fátim a a e l
Cardoso s
a
Abandono 02 06 07 6 01 22
Ameaça 02 0 0 03 01 06
Ato infracional 03 11 08 0 01 23
Conflito Familiar 13 12 10 06 08 49
Dependência Química 0 01 04 1 02 08
Evasão Escolar 01 07 12 02 01 23
Gestação/Parto de
0 02 02 02 0 06
Adolescente
Infrequência Escolar 10 30 30 18 06 94
Negligência 12 20 41 15 05 93
Outros 98 49 73 41 50 311
Passe Escolar 14 01 05 0 18 38
Saúde 02 03 0 02 0 07
Saúde Mental 08 05 19 05 0 37
Trabalho Infantil 0 02 02 02 0 06
Vaga em Creche 10 09 26 14 08 67
Vaga em Escola 39 13 23 19 08 102
Violência Física 03 05 16 10 05 39
Violência Psicológica 03 05 13 17 02 40
Violência Sexual 06 08 05 11 04 34
Vulnerabilidade Social 01 06 03 0 01 11
Total 227 195 299 174 121 1016
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar Região
III.
170

b) com relação aos encaminhamentos

Tabela 119 - Encaminhamentos realizados – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017


Maria
Jaqueline Jaqueline
Encaminhamentos de Josynéia Marina Regiane Total
Cardoso Guimarães
Fátima
Acolhimento 05 01 04 01 02 13

CERSAMI 04 04 09 0 0 17

Contra Referência 04 06 08 01 02 21

CRAS 08 42 57 18 12 137

CREAS 15 22 34 26 04 101

Defensoria Pública 01 03 09 02 0 15

Delegacia Civil 08 03 09 01 0 21

Inspetoria 03 02 02 0 0 07

Judiciário 05 03 22 05 01 36

Ministério Público 23 22 44 02 09 100

Orientação 128 47 82 37 46 340

Outros 33 19 33 32 23 140

Polícia Militar 0 0 0 0 0 0

Recambiamento 02 0 0 0 0 02

Requisição de Certidão 0 02 04 0 0 06

Requisição de Identidade 0 0 04 0 01 05

Saúde 12 18 46 20 01 97

SEMED 45 19 46 25 18 153

Termo de Advertência 22 28 33 17 07 107

Termo de Ciência 01 00 02 04 05 12

Termo de Responsabilidade 07 06 08 02 03 26

Total de Encaminhamentos 326 247 456 193 134 1356


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar Região
III.
171

Tabela 120 - Atendimentos presenciais – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017


Nome (N) (%)
Maria de Fátima 223 24,2
Josynéia 175 19,0
Marina 201 21,8
Regiane 130 14,1
Jaqueline Cardoso 46 5,0
Jaqueline Guimarães 90 9,8
José Carlos 58 6,3
Total 923 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar Região
III.

Tabela 121 - Distribuição de casos – CT Região III - Janeiro a Setembro de 2017


Nome (N) (%)
Maria de Fátima 158 16,1
Josynéia 257 26,3
Marina 258 26,4
Regiane 188 19,2
Jaqueline Cardoso 65 6,6
Jaqueline Guimarães 53 5,4
Total de casos distribuídos 979 100,0
Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) do Conselho Tutelar Região
III.

5.11.3 Trabalho infantil – Conselhos Tutelares

Tabela 122 - Atendimentos e encaminhamentos relacionados ao Trabalho Infantil no


período de janeiro a dezembro do ano de 2016
Conselho Tutelar Trabalho Infantil Total

Conselho Tutelar Região II 25 4.726

Conselho Tutelar Região III 10 1.653


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) dos Conselhos
Tutelares.
172

Tabela 123 - Atendimentos e encaminhamentos relacionados ao Trabalho Infantil no


período de Janeiro a Setembro de 2017

Conselho Tutelar Trabalho Infantil Total

Conselho Tutelar Região I 09 777

Conselho Tutelar Região II 03 1.514

Conselho Tutelar Região III 06 1.016


Fonte: Adaptado por UNILIVRECOOP com dados (enviados em resposta a ofício) dos Conselhos
Tutelares.

Os Conselhos Tutelares podem exercer um papel fundamental no enfrentamento ao


Trabalho Infantil, a proteção à infância é dever de todos, e o conselho é um “equipamento de
ponta”, que lida cotidianamente com os desafios e violações que envolve crianças e
adolescentes.
É inegável a dedicação daqueles que se disponibilizam a ser conselheiros tutelares, são
sabidamente pessoas que se colocam a serviço da agenda de proteção aos direitos da infância.
É inegável também as históricas reivindicações dos conselheiros por melhores condições para
desenvolverem seus trabalhos.
Porém é preocupante a atual gestão de informações produzidas no âmbitos dos
Conselhos Tutelares, essa fragilidade em organizar e estruturar os padrões de atendimento
indiretamente favorecer as violações de direito, já que não se há informações críveis sobre o
desempenhar das funções.
A que ressaltar o fato do Conselho Tutelar IV, que atende a região de extrema
relevância social de Citrolândia, que simplesmente não entregou qualquer informação
referente a suas atividades e atendimentos referente ao Trabalho Infantil. Situação que
também dificultou metodologicamente a exposição dos dados.
Maiores sugestões e considerações sobre o tema serão apresentadas no âmbito das
considerações finais deste relatório.
173

5.11.3.1 Relatório Entrevista: Conselhos Tutelares

a) entrevista realizada nos dias: 20/12/2018, 15/01/2018, 18/01/2018,


b) Nome dos entrevistados(as):
 CT I Centro:
 Letícia Daniele A.
 Renivaldo Souza
 CT II Teresópolis:
 Maria Aparecida da Rocha
 Luciana Dias Amâncio
 CT III Alterosas:
 Marina Patrício Nunes Coelho
 Josynéia Leonardo Ventura
 Jacqueline de Paula Guimarães
 Regiane Aparecida de Souza
 Maria de Fátima Martins Fernandes
 CT IVCitrolândia:
 Valéria R. Coimbra Canhestro
 cargo/ função: Conselheiros(as) Tutelares

O Conselho Tutelar é um órgão autônomo da administração pública municipal


brasileira, destituído de função jurisdicional, que possui a atribuição de zelar pelo
cumprimento dos direitos das crianças de adolescentes.
Foi criado conjuntamente ao ECA, instituído pela Lei 8.069 no dia 13 de julho de
1990. É um órgão permanente, ou seja, uma vez criado não pode ser extinto, e possui
autonomia funcional, não sendo subordinado a qualquer outro órgão estatal.
O Conselho Tutelar é formado por membros eleitos pela comunidade para mandato de
três anos. Nesse período, os conselheiros atendem crianças e adolescentes e aconselham seus
pais e responsáveis. Seu trabalho é basicamente norteado sob denúncias, por isso, sempre que
se perceba abuso ou situações de risco contra menores, como por exemplo, em casos de
violência física ou emocional, o Conselho Tutelar deve ser acionado.
Cabe ao Conselho Tutelar aplicar medidas que zelem pela proteção dos direitos da
criança e do adolescente. No entanto, o Conselho Tutelar não tem competência para aplicar
174

medidas judiciais e não pode julgar nenhum caso e não age como órgão correcional. Também
não é função do conselho tutelar fazer busca e apreensão de crianças e/ou adolescentes,
expedir autorização para viagens ou desfiles, determinar a guarda legal da criança. O
Conselho Tutelar é apenas um órgão zelador.
Através das entrevistas semiestruturadas realizadas com os Conselheiros, foi
observado que cada Conselho conta com cinco Conselheiros, os quais ocupam seus cargos a
entre dois e onze anos. Têm jornada de trabalho de 40 horas, sendo que atendem ao público de
segunda a quinta feira de oito às dezessete horas. Nas sextas feiras atendem ao público de oito
às doze horas e no período da tarde se dedicam a discussões de casos e planejamento das
ações. Em casos de urgência, é realizado também nesse horário o atendimento à população.
Nos finais de semana atendem no regime de plantão de sobreaviso por telefone
Os principais pontos de incidência do Trabalho Infantil citados pelos Conselheiros,
foram o centro comercial da cidade, micro territórios controlados pelo tráfico de drogas, as
residências, os semáforos e as imediações do Centro de Especialidades Médicas Divino
Pereira Braga.
Com relação às ações de enfrentamento ao Trabalho Infantil desenvolvidas no
município que os conselheiros consideram positivas, foram citados o tempo destinado ao
estudo por parte dos Conselheiros, que é de doze às dezessete horas às sextas feiras, o Sistema
de Garantia de Direitos, composto por órgãos da Rede de Proteção, a Escola integral, os
atendimentos nos CRAS e a divulgação de canais de denúncias. Já as principais dificuldades
citadas no tocante a mesma questão, foram a ausência de políticas públicas com esse foco, a
cultura de naturalização do Trabalho Infantil por parte da população, ausência de Programas
Sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer nas comunidades, a ausência de um
Programa do Primeiro Emprego, a desarticulação da Rede e o desafio que representa o tráfico
de drogas.
Nas entrevistas os Conselheiros tiveram a oportunidade de sugerir ações para o
aprimoramento das ações de enfrentamento ao Trabalho Infantil em Betim e as sugestões
foram a capacitação continuada da Rede de Atendimento, a realização de campanhas
educativas, a implantação de Programas Sociais nas comunidades, maior articulação dos
Conselhos Tutelares com as equipes de Abordagem, implantação de um Programa do
Primeiro Emprego, elaboração do Plano Municipal de Enfrentamento ao Trabalho Infantil e a
criação de um protocolo de atendimento comum a toda a Rede.
175

5.12 O Trabalho Infantil, segundo os Órgãos do Judiciário

5.12.1 Comissariado da Infância e Juventude

a) entrevista realizada no dia: 15 e 18/12/2017


b) nome dos entrevistados(as):
 Gisele Costa Lopes De Magalhães.
 Mônica Nogueira Antunes.
 Edward Diniz Ladeira Senna.
 Vicente De Paula Garcia Azevedo.
 Luciana Silva Alkmim.
 cargo/ função: Comissários da Infância e Juventude

O Comissariado da Infância, da Juventude e do Idoso é um serviço essencial de


assessoramento à Justiça da Infância e da Juventude, cabendo-lhe a fiscalização das normas
de prevenção e proteção às crianças, adolescentes e idosos, sendo necessário que seus
integrantes possuam formação em Direito, Pedagogia, Serviço Social, Psicologia, Sociologia
ou Administração. (RIO DE JANEIRO, 2011).
"O Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso é hierarquicamente
subordinado ao Juiz de Direito e tecnicamente vinculado ao Serviço de Apoio aos
Comissários de Justiça e exerce funções de fiscalização, de garantia e proteção dos direitos da
criança e do adolescente [...]."(RIO DE JANEIRO, 2011).
Prosseguindo com a execução do Plano de Trabalho do Diagnóstico do Trabalho
Infantil em Betim, foram entrevistados cinco Comissários da Infância e da Juventude, os quais
desempenham essa função a vários anos, sendo que a maioria a mais de doze anos.
A partir da análise do conteúdo dessas entrevistas, pudemos observar que o órgão
possui estratégias de enfrentamento ao Trabalho Infantil, as quais se desenvolvem através de
diligências, sindicâncias e fiscalizações que verificam a existência de qualquer violação de
direitos e as encaminham ao MP. Participam também da Comissão Municipal de Erradicação
do Trabalho Infantil (CMETI).
Os comissários entrevistados apontaram como ações e políticas públicas que
produziriam resultados no enfrentamento ao Trabalho infantil, a implantação de um Disque
Denúncia local do município, a Realização de sindicâncias e fiscalizações específicas para
176

identificar o Trabalho Infantil a realização de campanhas para divulgar a legislação e


promover a conscientização da população e a denúncia dos casos de Trabalho Infantil
identificados aos Órgãos competentes.
Os principais parceiros na atuação em rede do Comissariado, são o CREAS, o
Ministério Público, o Ministério do Trabalho, os Conselhos Tutelares e a SEMAS.
As formas de Trabalho Infantil apontadas nas entrevistas como predominantes no
município, foram no âmbito familiar, no âmbito das ruas, em benefício de terceiro (na
construção civil) e doméstico.
Já os principais pontos de ocorrência do Trabalho Infantil nas entrevistas foram os
domicílios, semáforos, centro comercial, eventos realizados nas ruas, lava jatos nas periferias
e construção civil nas periferias, sendo que os domicílios e semáforos foram os mais citados e
enfatizados.

5.12.2 Defensoria Pública

a) entrevista realizada no dia: 18/11/2017


b) nome do entrevistado(a):
 José Victor Brandão de Faria
 cargo/função: Defensor Público

A Defensoria é uma instituição pública responsável por prestar assistência jurídica


gratuita àquelas pessoas que não possam pagar por esse serviço ou que momentaneamente não
possa constituir um advogado em sua defesa.
Podem recorrer à Defensoria qualquer pessoa em situação de violação de direitos
humanos e fundamentais, grupos minoritários, hipossuficientes, assim como crianças e
adolescentes. A Defensoria também atua na realização de acordos extrajudiciais, evitando a
que as demandas se tornem processos judiciais, favorecendo a autocomposição das partes.
Defensores atendem qualquer tipo de ação judicial. Na área de família, por exemplo,
podem atuar em casos de pensão alimentícia, separação, divórcio, investigação de paternidade
(DNA), guarda de menores, adoção. Na criminal, atuam na defesa de acusados em processo
criminal e acompanhamento do cumprimento da pena de quem foi condenado. Na área da
Fazenda Pública, conflitos que envolvam fornecimento de medicamentos, indenizações contra
o estado ou município, problemas com concursos públicos do estado e do município,
Previdência Social do estado ou do município, multas, Detran, problemas com cobrança de
177

impostos e taxas etc.) (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2015).


Através de entrevista semiestruturada com dois defensores públicos foi verificado que
na comarca de Betim, não há estratégia para o enfrentamento do Trabalho Infantil. Embora
seja previsto, não há um setor ou mesmo um defensor designado para tratar de questões
relacionadas à infância e juventude.
Os defensores afirmaram entender que juntamente com os principais parceiros, o
Judiciário, a Prefeitura, os Conselhos Tutelares, Assistência Social e iniciativa privada, a
Defensoria, poderia realizar ações para o enfrentamento ao Trabalho Infantil, como o
acompanhar as famílias onde o mesmo fosse identificado e investir na conscientização da
população acerca do ECA.
A forma de Trabalho Infantil predominante no município na percepção dos
entrevistados é a mendicância.

5.12.3 Ministério Público do Estado

a) entrevista realizada no dia: 18/12/2017


b) nome do entrevistado(a):
 Raul Marcel
 cargo/função: Promotor de Justiça

O Ministério Público é uma instituição responsável pela defesa de direitos dos


cidadãos e dos interesses da sociedade. A sua finalidade institucional se concentra em quatro
pilares: a plena autonomia de suas ações frente aos demais poderes, a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Na defensa da ordem jurídica, o Ministério Público atua como fiscal da lei,
trabalhando para que ela seja fielmente cumprida. Para tanto, possui autonomia funcional,
administrativa e financeira, não fazendo parte nem estando subordinado aos Poderes
Executivo, Legislativo ou Judiciário. Essa emancipação lhe proporciona um trabalho mais
independente.
Também o Ministério Público é promotor de direitos coletivos, transindividuais, dos
direitos de quem a lei destina atenção especial como crianças e adolescentes, direitos
individuais indisponíveis, como o direito à vida, ao trabalho, à liberdade, à saúde; os direitos
nas áreas do Consumidor, do Meio Ambiente e do Patrimônio Público e outros.
178

Através de entrevista com o Exmo. Promotor Raul Marcel, foi verificado que o
Ministério Público na Comarca de Betim, não possui nenhuma estratégia exclusiva voltada
para o enfrentamento ao Trabalho Infantil. A entrevista apontou como sugestão a realização
de ações e políticas públicas que produziriam resultados importantes no enfrentamento ao
Trabalho Infantil, priorizando uma consonância entre os órgãos municipais, estaduais e
federais, na direção da efetivação do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Plano
Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil.
Os principais parceiros apontados no trabalho em rede desenvolvido pelo Ministério
Público no que se refere ao enfrentamento ao Trabalho Infantil, foram a CMETI, o CREAS,
Os Conselhos Tutelares e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA).
As formas de Trabalho Infantil que ocorrem com maior frequência apontadas, foram
ambulante em âmbito das ruas e tráfico de drogas.

5.12.4 Vara da Infância e Juventude

a) entrevista realizada no dia: 18/12/2017


b) nome do entrevistado(a):
 Simone Torres Pedrosa
 cargo/função: Juíza Da Infância E Juventude

A Vara da Infância e Juventude é vinculada ao do Tribunal de Justiça do Estado


Minas Gerais (TJMG), atuando nas as questões de justiça envolvendo crianças e
adolescentes.
Segundo as regras do ECA, tem a Justiça da Infância e Juventude competência para:

a) impor medida socioeducativa a adolescente diante da prática de ato infracional, com


exceção daqueles afetos a julgamento pelo Tribunal do Júri;
b) conhecer, com exclusividade, de pedidos de adoção, desde que o adotando tenha
menos de dezoito anos;
c) conhecer de ação que vise compelir a União, Estado ou Município a oferecer
atendimento médico a criança ou adolescente;
d) conhecer de ação de atendimentos em favor de crianças e adolescente que estejam
com direito violado por omissão dos pais ou responsável;
179

e) conhecer, com exclusividade, dos pedidos de destituição do poder familiar.

Através de entrevista com a Juíza da Vara da Infância e Juventude, Exma. Dra.


Simone Torres Pedrosa, que está no cargo há um ano, foi constatado que a atuação desse
órgão no que se refere ao enfrentamento ao Trabalho infantil, se dá através da participação
em ações junto à CMETI.
A juíza entrevistada apontou como os principais parceiros nas ações desse órgão, o
CMDCA, a METI, os Conselhos Tutelares e a ONG Ramacrisma. A forma de Trabalho
Infantil que chega com maior frequência nesse órgão, ainda segundo a entrevistada, é o
tráfico de drogas.

5.13 O Trabalho Infantil segundo o PETI e o PAIR

5.13.1 Relatório Entrevista: SUAS - PETI

a) entrevista realizada no dia: 04/01/2018


b) nome do entrevistado:
 Cleone Miranda De Matos
 cargo/função: Referência Técnica do PETI

O PETI teve início, em 1996, como ação do Governo Federal, com o apoio da OIT,
para combater o trabalho de crianças em carvoarias da região de Três Lagoas (MS). Sua
cobertura foi, em seguida, ampliada para alcançar progressivamente todo o país num esforço
do Estado Brasileiro para implantação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do
Trabalho Infantil, atendendo as demandas da sociedade, articuladas pelo FNPETI.
Em 2005, ocorreu a integração do PETI com o Programa Bolsa Família, o que trouxe
mudanças significativas para o aprimoramento da gestão da transferência de renda.
Em 2011, o PETI foi instituído pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) como
um programa de caráter intersetorial, integrante da Política Nacional de Assistência Social,
que compreende: transferências de renda; trabalho social com famílias e oferta de serviços
socioeducativos para crianças e adolescentes que se encontram em situação de trabalho.
A partir de 2013, foi iniciada a discussão sobre o Redesenho do PETI, considerando os
avanços da estruturação do SUAS e da política de prevenção e erradicação do trabalho
180

infantil, além da nova configuração do trabalho infantil no Brasil (INSTITUTO


BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010a).
O novo desenho do programa tem como objetivo acelerar as ações de prevenção e
erradicação do trabalho infantil de acordo com o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação
do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (Reedição 2ª edição, 2011-2015)
e com a Carta de Constituição de Estratégias em Defesa da Proteção Integral dos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Através de entrevista semi estruturada com a Referência Técnica do PETI de Betim,
pudemos observar que o programa desenvolve diversas ações no âmbito do SUAS no
município, como capacitação de profissionais da rede, discussões de casos, acompanhamento
e monitoramento de casos de Trabalho Infantil, articulação com a rede de proteção e defesa de
crianças e adolescentes, elaboração de instrumentais para acompanhamento, organização e
participação da Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil, elaboração do fluxo
de atendimento aos casos de Trabalho Infantil, participação de Fóruns de discussão sobre a
temática, monitoramento da execução do Diagnóstico Municipal sobre Trabalho Infantil.
Dessas ações, aquelas que foram apontadas como de prevenção, foram a articulação da
rede, a participação na Comissão Municipal, o monitoramento dos casos, a capacitação dos
profissionais e o Diagnóstico Municipal sobre o Trabalho Infantil.
O acionamento do Ministério Público e do Ministério do Trabalho em casos de maior
gravidade e o encaminhamento ao Serviço de Garantia de Direitos (SGD), foram apontados
como ações de responsabilização realizada pelo Programa.
Com relação a ações desenvolvidas para superação da situação de Trabalho Infantil,
foram citados pela entrevistada, as discussões de caso, as articulações com a rede e o
acionamento do SGD.
No que se refere à rede de enfrentamento do fenômeno no município, os principais
parceiros citados, foram o Centro de Referência da Saúde do Trabalhador (CREST), o
Ministério do Trabalho, ONGs locais, a CMETI e o SGD.
Em se tratando das formas de Trabalho Infantil que ocorrem com maior frequência no
município, foram apontados o Trabalho Infantil doméstico e o Trabalho Infantil como
ambulante nas vias urbanas e sinais de trânsito.
181

5.13.2 Relatório Entrevista: SUAS – PAIR

a) entrevista realizada no dia: 04/01/2018


b) nome do entrevistado:
 Cleone Miranda De Matos
 cargo/função: Referência Técnica do PETI

O Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual


Infanto-Juvenil no Território Brasileiro (PAIR), hoje presente em mais de 500 municípios, é
uma metodologia de fortalecimento de redes municipais de enfrentamento da violência
sexual, através do fomento ao planejamento de ações integradas, elaboração de diagnósticos
locais; monitoramento das ações e capacitação de profissionais do sistema de garantia de
direitos para a atuação qualificada dentro dos eixos de prevenção, atendimento, defesa e
responsabilização, análise de situação e protagonismo juvenil.
O programa propõe uma série de etapas para a formulação de políticas públicas de
enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes de forma articulada e
intersetorial, a partir do fortalecimento das redes locais que atuam no enfrentamento à
violência sexual contra crianças e adolescentes. Usa metodologias que vão desde a articulação
política de cada município e a capacitação da rede de proteção até o monitoramento das ações
previstas nos planos estaduais e municipais de enfrentamento da violência sexual contra
crianças e adolescentes.
Segundo a Referência Técnica do PETI Betim, Cleone Miranda, o PAIR foi
interrompido no município em 2017 e encontra-se em processo de reestruturação.
Conforme relatório de transição do final de 2016, cuja cópia nos foi entregue nessa
ocasião, o PAIR em sua implantação em Betim, formou 30 agentes multiplicadores, no
entanto, o mesmo relatório aponta para uma desarticulação dessa equipe e uma sobre carga de
atribuições para a coordenação no período de 2012 a 2016.
Entre as ações desenvolvidas, destacam-se:
A contribuição para institucionalização do Protocolo de Assistência à Criança e ao
Adolescente em Situação de Violência Sexual, através da resolução de nº 40 de 11 de
novembro de 2010, posteriormente revisto e renomeado como Protocolo de Assistência às
Pessoas em situação de Violência Sexual. A implantação de capacitações com educadores da
SEMED, educadores sociais da SEMAS e técnicos de nível superior. A organização de
182

campanhas de sensibilização, palestras e seminários sobre a temática. Articulação dos atores


da rede para construção do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra
Crianças e Adolescentes do Município de Betim.
São apontados como desafio, no mesmo relatório, a revisão do Plano Municipal acima
citado e a efetivação do seu monitoramento e avaliação, além da designação de uma equipe
específica para o PAIR, bem como fomentar um diálogo com referências técnicas nos níveis
estadual e federal.
183

6 PESQUISA DE CAMPO: “O COTIDIANO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


EM BETIM: EDUCAÇÃO, LAZER E TRABALHO”

A seguir são apresentados os dados obtidos por meio da pesquisa de campo : “O


Cotidiano da Criança e do Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho”, realizada junto
aos usuários dos equipamentos CRAS e CREAS e junto aos alunos do 5º e 9º ano das escolas
públicas do município. Sendo que, com relação aos alunos do 9ºano, as informações se
baseiam em dados amostrais.

6.1 Análise dos resultados nos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS

Apresentamos a seguir as análises realizadas encima dos dados obtidos na pesquisa


realizada junto aos CRAS. O universo consistiu na aplicação de 196 questionários com
usuários dos equipamentos CRAS das seguintes regionais:

Tabela 124 - Questionários aplicados por Regional -CRAS- Betim, 2017


Regional (N) (%)
Alterosas I 19 9,7
Alterosas II 16 8,2
Alto Boa Vista 14 7,1
Bandeirinhas 20 10,2
Citrolândia 07 3,6
Cruzeiro Do PTB 32 16,3
Guanabara 15 7,7
Icaivera 08 4,1
Imbiruçu 03 1,5
Jardim Perla 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
184

a) características dos entrevistados

A Tabela 125, seguinte, mostra a distribuição do gênero dos entrevistados no universo:

Tabela 125 - Entrevistados segundo gênero - CRAS - Betim, 2017


Gênero (N) (%)

Feminino 70 35,7

Masculino 126 64,3

Total 196 100,0


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

O universo contou com mais meninos do que meninas respondendo, conforme mostra
a Tabela 125, sendo que o primeiro grupo constitui 64,3% dela e o outro 35,7%. A Tabela 126
a seguir mostra como se autodeclararam os entrevistados em relação à raça/cor:

Tabela 126 - Entrevistados segundo Cor/Raça CRAS - Betim, 2017


Cor/Raça (N) (%)
Branca 28 14,3
Preta 44 22,4
Parda 117 59,7
Indígena 02 1,0
Outra 05 2,6
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Como se pode ver, a maioria dos entrevistados se declarou pardos (59,7%), a segunda
maior parcela se declarou preta (22,4/%) e apenas 14,3% se declarou branca e 1% indígena. O
fato de que dentre os entrevistados nas escolas o número de autodeclarados brancos foi bem
superior ao de autodeclarados pretos e de que na amostra dos que utilizam o CRAS essa
estatística se inverte já é um dado chamativo.
185

A Tabela 127, a seguir, diz respeito ao ano de nascimento dos entrevistados.

Tabela 127 - Ano de nascimento dos entrevistados – CRAS - Betim, 2017


Ano (N) (%)
2.000 04 2,0
2.001 05 2,6
2.002 16 8,2
2.003 46 23,5
2.004 26 13,3
2.005 40 20,4
2.006 34 17,3
2.007 16 8,2
2.008 03 1,5
Não respondeu 06 3,1
Total 196 100
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

A Tabela 127, acima, demonstra que o universo é bem diversificado e varia entre os
entrevistos de 9 a 17 anos, com maior presença nos que têm idades intermediárias a essas
duas. Aqueles que nasceram entre 2003 e 2006 e têm de 10 a 14 anos somam ao todo 80,5%
dos entrevistados.
A Tabela 128, abaixo, demonstra a etapa escolar na qual os entrevistados se
encontram:

Tabela 128 - Em qual série você está matriculado?(Etapa escolar) – CRAS - Betim, 2017
Etapa escolar (N) (%)
Fundamental 159 81,1
Médio 14 7,1
Não estou matriculado 03 1,5
Não respondeu 20 10,2
Total 196 100
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

A grande maioria dos entrevistados, como exibe a Tabela 128, encontra-se no ensino
fundamental, 8% dos que responderam no ensino médio e 1,7% não estão matriculados.
186

A Tabela 129, abaixo, mostra a distribuição de frequências relativas à reprovação


escolar dos usuários respondentes:

Tabela 129 - Você já foi reprovado na escola? – CRAS - Betim, 2017


Opções (N) (%)
Não 136 69,4
Sim, uma vez 46 23,5
Sim, duas ou mais vezes 11 5,6
Não Respondeu 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Nota-se que 69,4% dos entrevistados nunca foram reprovados, e cerca de 30% já
foram, um número um tanto quanto significativo, se comparado aos percentuais do universo
pesquisado junto aos alunos do 5ºano.

b) dados relativos à família dos entrevistados

A Tabela 130, abaixo, demonstra com quantas pessoas vivem os entrevistados.

Tabela 130 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? - CRAS –
Betim, 2017
Número de pessoas (N) (%)
Uma 02 1,0
Duas 08 4,1
Três 33 16,8
Quatro 55 28,1
Cinco ou Mais 98 50,0
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Como se pode perceber, metade dos entrevistados vivem com mais de 5 pessoas em
casa e 28,1% vivem com quatro pessoa em casa, os demais valores podem ser observados na
Tabela 130 acima. A Tabela 131, abaixo, mostra a resposta dos usuários à pergunta “Seus pais
ou responsáveis incentivam você a estudar?”:
187

Tabela 131 - Seus pais ou responsáveis incentivam você a estudar? – CRAS - Betim,
2017
Opções (N) (%)

Sim 190 96,9

Não 06 3,1

Total 196 100


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

É visível na Tabela 131, acima, que 96,9% dos entrevistados são incentivados pelos
seus pais estudar.

c) dados relativos ao tempo livre dos entrevistados

A Tabela 132, abaixo, buscou medir quanto tempo os usuários se dedicam ao estudo
em casa a partir das respostas dos entrevistados.

Tabela 132 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não estudo em casa 79 40,5
Até 1 hora 82 42,1
Até 2 horas 23 11,8
Até 3 horas 06 3,1
Mais que 3 horas 05 2,6
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

A grande maioria dos entrevistados estuda menos de uma hora ou não estudam em
casa, totalizando 82,67% a soma das duas categorias.
Este dado que 40,5 % dos entrevistados não estudam em casa, é importante para que
seja formulado estratégias sociopedagógicas em parceria entre a Assistência Social e a
Educação para ofertarem métodos no chamado “contraturno” que permitam suprir essa
ausência de estudo no âmbito da residência do aluno.
188

Tabela 133 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não tenho tempo pra brincar 15 7,7
Até 1 hora 20 10,2
Até 2 horas 19 9,7
Até 3 horas 17 8,7
Mais que 3 horas 125 63,8
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Observa-se que 63,8% dos respondentes dispõem de mais que 3 horas pra brincar ou
ficar sem fazer nada por dia em dias de semana, e o restante se distribui de forma mais
equilibrada dentre as demais opções oferecidas na pergunta. A Tabela 134, abaixo, se refere à
frequência que os usuários declararam participar de eventos culturais em sua vizinhança ou
comunidade:

Tabela 134 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança
ou comunidade? – CRAS - Betim, 2017
Frequência (N) (%)

Sempre ou quase sempre 37 18,9

De vez em quando 108 55,1

Nunca ou quase nunca 51 26,0

Total 196 100,0


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Fica demonstrado na Tabela 134, acima, que a maior parte dos entrevistados
participam de vez em quando de atividades culturais na própria vizinhança ou comunidade,
enquanto 18,9% declararam frequentar tais atividades sempre ou quase sempre e 26% nunca
ou quase nunca. Já 55,1 % relatam participar esporadicamente das atividades culturais no seu
arredor.
A Tabela 135, a seguir, se trata do tempo gasto pelos entrevistados vendo TV em dias
de aula:
189

Tabela 135 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? – CRAS -
Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não vejo TV. 21 10,7
Até 1 hora 59 30,1
Até 2 horas 31 15,8
Até 3 horas 23 11,7
Mais que 3 horas 61 31,1
Não Respondeu 01 0,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
.
A maior parcela é observada dentre os que assistem mais de 3 horas de TV em dias de
aula (31,1%), e a segunda maior parcela é constituída pelos que vêm até uma hora de TV em
dias de aula. Em relação ao uso de internet e jogos eletrônicos, a Tabela 136, abaixo expõe a
distribuição das frequências:

Tabela 136 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou
jogando jogos eletrônicos? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não navego na internet e não jogo jogos eletrônicos 42 21,4
Até 1 hora 34 17,3
Até 2 horas 27 13,8
Até 3 horas 17 8,7
Mais que 3 horas 72 36,7
Não Respondeu 04 2,0
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Não é possível identificar com precisão se há uma predominância do uso da TV ou da


Internet. Conforme consta na Tabela 136, acima, o percentual dos que não utilizam internet é
de 21,4%, maior do que o dos que não veem televisão, entretanto, o número dos que usam a
internet por mais de três horas é também maior do que os que veem televisão por esse tempo,
e somam 36,7%.
É importante lembrar do crescente uso da internet para exploração de Trabalho
Infantil, o mero uso em si da rede de informação não configura qualquer trabalho ou violação.
Mas é crescente o uso da internet como meio de viabilizar a Exploração Sexual, a Pornografia
190

e formas laborais como “Youtubers Mirins”.

d) Dados relativos ao Trabalho Infantil Doméstico

A Tabela 137 abaixo aborda o quanto do tempo pessoal dos usuários é dedicado a
trabalhos domésticos na própria casa.

Tabela 137 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos 48 24,5
Até 1 hora 80 40,8
Até 2 horas 34 17,3
Até 3 horas 12 6,1
Mais que 3 horas 19 9,7
Não Respondeu 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

A Tabela 137 demonstra que 75,5% dos respondentes desempenham algum trabalho
doméstico em sua própria casa, e 24,5% declararam não fazer. 15,8% declararam
desempenhar mais de duas de trabalho doméstico ao dia, o que possivelmente configura
trabalho infantil. A Tabela 138, abaixo, demonstra o quanto os usuários desempenham
funções domésticas aos fins de semana:

Tabela 138 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos aos fins de semana 76 38,8
Até 1 hora 45 23,0
Até 2 horas 45 23,0
Até 3 horas 10 5,1
Mais que 3 horas 17 8,7
Não informado 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
191

Conforme a Tabela 138, a maior parte dos usuários não faz trabalhos domésticos aos
fins de semana, com 38,8% e as outras duas maiores categorias são “Até 1 hora” e “Até 2
horas”, com 23% cada.
É importante lembrar que o trabalho doméstico pode ser lesivo à criança e ao
adolescente mesmo ocorrendo em finais de semana e férias escolares. A Tabela 139
demonstra que 13,8% gastam mais de até 3 horas ou mais em afazeres laborais domésticos em
finais de semana que a priori deveriam ser destinado a interação/convívio familiar e ao
descanso da jornada escolar desses jovens.

Tabela 139 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? – CRAS - Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não realizo essa atividade 106 54,1
Até 1 hora 42 21,4
Até 2 horas 10 5,1
Até 3 horas 05 2,6
Mais que 3 horas 29 14,8
Não Respondeu 04 2,0
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

A grande maioria dos usuários não se dedica a atividades de cuidado, conforme mostra
a Tabela 139, mas um número significativo de respondentes, 14,8%, se dedicam a ela por
mais de 3 horas ao dia.
Apesar da condição de “cuidar de uma pessoa em sua casa” poder não configurar
Trabalho Infantil, é necessário estar sensível que tal ato em favor de outra pessoa pode
significar uma carga de responsabilidade incompatível com a condição da criança e do
adolescente. Situação então que poderia configurar a exploração do labor infantil.
Para investigar se há alguma desigualdade no tocante à incidência de trabalho
doméstico infantil e nas tarefas de cuidado, vale relacionar as variáveis dessa seção à variável
sexo. A Tabela 140, a seguir, propõe essa relação, exibindo os percentuais de entrevistados
por sexo.
192

Tabela 140 - Questão referente ao tempo gasto, em dias de aula, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionada a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017
Gênero
Total
Tempo/Gênero Feminino Masculino
09 39 48
Não faço trabalhos domésticos
13,0% 31,4% 24,8%
32 48 80
Em dias de aula, quanto Até 1 hora
46,3% 38,7% 41,4%
tempo você gasta
fazendo trabalhos 12 22 34
Até 2 horas
17,3% 17,7% 17,6%
domésticos na sua
própria casa? 05 07 12
Até 3 horas
7,2% 5,6% 6,2%
11 08 19
Mais que 3 horas
15,9% 6,4% 9,8%
69 124 193
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

É preciso frisar que, devido à desigualdade de homens e mulheres do próprio universo,


as comparações entre os dois sexos fica limitada. Entretanto, é possível perceber através dos
percentuais exibidos que 31,45% dos homens não desempenham trabalhos domésticos,
enquanto apenas 13,04% das mulheres se encontram na mesma situação. Quando se observa o
percentual das mulheres que desempenham trabalhos domésticos por mais que três horas
diárias (15,94%), e o percentual dos homens (6,45%), é possível apontar novamente a
tendência de que o trabalho doméstico infantil recai mais sobre as mulheres do que sobre os
homens.

Tabela 141 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017
Gênero
Tempo gasto por gênero Total
Feminino Masculino
Não faço trabalhos domésticos 20 56 76
aos fins de semana 28,57% 45,53% 39,38%
Nos finais de 15 30 45
Até 1 hora
semana, quanto 21,43% 24,39% 23,32%
tempo você gasta 22 23 45
Até 2 horas
fazendo trabalhos 31,43% 18,70% 23,32%
domésticos na sua 3 7 10
Até 3 horas
própria casa? 4,29% 5,69% 5,18%
10 7 17
Mais que 3 horas
14,29% 5,69% 8,81%
70 123 380
Total
100,00% 100,00% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
193

Observa-se, na Tabela 141, acima, que o mesmo padrão se repete no que se refere ao
desempenho de trabalhos domésticos aos fins de semana: 45,53% dos homens não fazem,
contra 28,57% das mulheres, e 14,29% das mulheres fazem por mais de 3 horas, contra 5,69%
dos homens. A Tabela 142 diz respeito ao desempenho das tarefas de cuidado dividida entre
os gêneros:

Tabela 142 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada a variável Gênero – CRAS - Betim, 2017
Gênero
Total
Tempo/Gênero Feminino Masculino
39 67 106
Não realizo essa atividade
55,71% 54,92% 55,21%
Você ajuda a 14 28 42
Até 1 hora
cuidar de alguma 20,00% 22,95% 21,88%
pessoa em sua casa 04 06 10
Até 2 horas
(criança, idoso, 5,71% 4,92% 5,21%
pessoa com 0 05 05
deficiência)? Até 3 horas
0,00% 4,10% 2,60%
13 16 29
Mais que 3 horas
18,57% 13,11% 15,10%
70 122 192
Total
100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

O padrão observado quanto aos trabalhos domésticos aparentemente não se replica de


maneira tão evidente no que diz respeito aos trabalhos de cuidado neste universo pesquisado.
Cerca de 45% de cada gênero declarou desempenhar tarefas de cuidado, e um percentual
ligeiramente maior de mulheres declarou se dedicar a tais trabalhos por mais de três horas ao
dia do que de homens.

e) trabalho fora de casa

A Tabela 143, abaixo, mostra a distribuição dos usuários respondentes que trabalham
ou não fora de casa e a quantidade de horas dos trabalhos de cada um que respondeu
afirmativamente.
194

Tabela 143 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? – CRAS -


Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não trabalho 171 87,2
Até 1 hora 08 4,1
Até 2 horas 04 2,0
Até 3 horas 03 1,5
Mais que 3 horas 07 3,6
Não Respondeu 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
.
Observa-se que 87,2% dos respondentes não trabalham, e 12,8% trabalham, sendo que
3,6% trabalham ou já trabalharam mais que 3 horas ao dia. A Tabela 144, seguinte, é relativa
à remuneração pelo trabalho dividida por faixas de renda.

Tabela 144 -Faixa de remuneração* – CRAS - Betim, 2017


Opções (N) (%)
Não trabalha/ Não é remunerado 162 82,7
Até 50 reais 22 11,2
de 50 a 100 reais 02 1,0
de 100 a 150 reais 01 0,5
Não respondeu 09 4,6
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Como se nota, a grande maioria dos que trabalham recebe até 50 reais por semana
apenas. A pergunta relativa à atividade laboral dos que trabalham recebeu como resposta as
seguintes atividades:
195

Tabela 145 - Tipos de Trabalho Infantil entre os usuários do CRAS - Betim, 2017
Ajudo meu pai na loja; 01
Ajudo meu pai; 01
Âmbito familiar Eu ajudo minha mãe; 01
Faço bolo; 01
Total 04
Vendendo reciclagem no ferro velho; 01
Coleta de recicláveis
Total 01
Vendo caldo de cana; 01
Comércio
Total 01
Futebol; 01
Desportivo
Total 01
Pedreiro; 01
Indústria/Serviços Trabalho na FIAT; 01
Total 02
Trabalho doméstico em minha casa; 01
Não se aplica
Total 01
Estuda em casa; 01
Professor particular Professora particular; 01
Total 02
Ajudando pessoas e levando lixo; 01
Ajudo a arrumar a casa; 01
Ajudo a varrer a rua; 01
Carregar entulho, folhas; 01
Consertos na casa dos outros e poda de arvores; 01
Eu levo menino pra creche; 01
Doméstico p/ Terceiros
Lavando terreiro; 01
Levo e busco meu sobrinho na escola; 01
Limpando quintal; 01
Olho criança; 01
Vigio minha prima; 01
Total 11
TOTAL 23
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.

Nenhuma profissão foi repetida neste universo. É perceptível, entretanto, que boa parte
se dedica a tarefas domésticas, a ajudar seus pais e a cuidar de familiares mais novos. É
importante lembrar que o trabalho desenvolvido no sentido de auxiliar os pais ou responsáveis
legais não deixa de se configurar como Trabalho Infantil.
196

Na Tabela 146, abaixo, expõe-se as respostas dos usuários no tocante à segurança no


trabalho que desempenham:

Tabela 146 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte?* – CRAS -
Betim, 2017
Opções (N) (%)
Sim 03 14,3
Não 18 85,7
Total 21 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
*Foram selecionados para esse dado apenas os que responderam que trabalham nas questões anteriores e
exibidos apenas os que responderam à essa questão relacionada à segurança no trabalho.

Pode-se perceber que um total de 14,3% dos respondentes que trabalham de maneira
remunerada ou não já passaram por riscos de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo
risco de morte.
A partir do intercruzamento da autodeclaração dos entrevistados no que se relaciona à
raça/cor e a sexo com o que foi levantado a respeito do trabalho para terceiros, é possível
observar se esses fatores influenciam na incidência do Trabalho Infantil fora de casa ou não.
A Tabela 147 propõe a relação das horas de trabalho com o sexo dos entrevistados:

Tabela 147 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não), por gênero
– CRAS - Betim, 2017
Gênero
Tempo em horas por gênero Total
Feminino Masculino
64 107 171
Não trabalho
91,4% 87,0% 88,6%
01 07 08
Até 1 hora
1,4% 5,7% 4,1%
Você trabalha, ou já
03 01 04
trabalhou fora de casa Até 2 horas
4,3% 0,8% 2,1%
(recebendo ou não)?
01 02 03
Até 3 horas
1,4% 1,6% 1,6%
01 06 07
Mais que 3 horas
1,4% 4,9% 3,6%
70 123 193
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
197

Há uma maior presença masculina dentre os que declararam trabalhar e dentre os que
declararam trabalhar mais horas, entretanto não significativa o suficiente para afirmar que não
decorre das desigualdades entre os gêneros.
A Tabela 148, a seguir, relaciona as variáveis a respeito do trabalho a terceiros e a
Raça/Cor dos entrevistados:

Tabela 148 - Se trabalha ou não, em relação à sua Cor/Raça – CRAS - Betim, 2017
Em relação à sua Cor/Raça você se considera
Opções Total
Branca Preta Parda Indígena Outra
25 37 103 02 04 171
Não trabalha
Se 89,3% 86,0% 89,6% 100,0% 80,0% 88,6%
trabalha Trabalha(Remunerado 03 06 12 0 01 22
ou não) 10,7% 14,0% 10,4% 0,0% 20,0% 11,4%
28 43 115 02 05 193
Total
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
.
É possível observar uma sutil desigualdade entre os que se declararam pretos e os
demais, na medida em que, dentre os primeiros, 14% trabalha, e, dentre os brancos e pardos,
respectivamente, 10,7 e 10,4% trabalham. Não houveram autodeclarados indígenas ou
“outros”, no universo pesquisado, para possibilitar qualquer comparação.

f) perspectivas dos entrevistados

A Tabela 149, a seguir, é relativa às pretensões dos entrevistados para o final do ano
escolar. A pergunta oferecia as opções “Somente continuar estudando”, “somente trabalhar”,
“continuar estudando e trabalhar” e “ainda não sei”.

Tabela 149 - Quando terminar o ano você – CRAS - Betim, 2017


Opões (N) (%)
Somente continuar estudando 87 44,4
Somente trabalhar 01 0,5
Continuar estudando e trabalhar 67 34,2
Ainda não sei 38 19,4
Total 193 98,5
Não Respondeu 03 1,5
Total 196 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CRAS, 2017.
198

É perceptível que a maior parcela dos usuários pretendem continuar estudando ao


término desse ano, sendo que apenas um respondeu que pretende apenas trabalhar e 19,4%
que não sabem por enquanto.
A presente pesquisa é de grande valia para a temática do Trabalho Infantil, mas
também para a formulação de estratégias na Proteção Básica da Assistência Social. Através
do perfil e os interesses os entrevistados outras políticas sociais podem ser direcionadas a
estes jovens.
No que tange o Trabalho Infantil é preocupante que mesmo adolescentes e crianças
que já acessa serviços assistenciais do CRAS ainda estejam sendo exploradas nas piores
formas de Trabalho Infantil. Ao relatar em quais atividades estavam sendo exploradas, os
respondentes apontaram várias formas de Trabalho Doméstico e locais insalubres como ferro
velho e venda de calda de cana na rua.
São realidades duras que precisam ser objeto de preocupação da equipe do CRAS e a
depender da situação do CREAS também.

6.2 Análise dos resultados nos Centros de Referência Especializado em Assistência


Social – CREAS, Medidas Socioeducativas

A seguir são apresentadas as análises realizadas encima dos dados obtidos na pesquisa
realizada junto aos CREAS. O universo consistiu na aplicação de 30 questionários nos
CREAS I e II da cidade de Betim.

a) características dos entrevistados

A Tabela 150, seguinte, mostra a distribuição do gênero dos entrevistados no universo

Tabela 150 - Estudantes segundo gênero – CREAS, Betim, 2017


Gênero (N) (%)
Feminino 05 16,7
Masculino 25 83,3
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
199

O presente universo contou com um número bem superior de meninos do que de


meninas respondendo, como se pode ver na Tabela 150, de modo que 83,3% se declararam do
sexo masculino. A Tabela 151, a seguir, mostra como se autodeclararam os estudantes
entrevistados em relação à raça/cor:

Tabela 151 - Estudantes segundo Cor/Raça – CREAS, Betim, 2017


Cor/Raça (N) (%)
Branca 03 10,0
Preta 06 20,0
Parda 19 63,3
Indígena 02 6,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Como se pode ver, a maioria dos usuários do CREAS se declarou pardos (63,3%), a
segunda maior parcela se declarou preta (20/%) e apenas 10% se declarou branca e 6,7%
indígena.
A Tabela 152, a seguir, diz respeito ao ano de nascimento dos entrevistados

Tabela 152 - Estudantes segndo ano de nascimento – CREAS, Betim, 2017


Ano (N) (%)
1998 02 6,7
1999 09 30
2000 10 33,3
2001 02 6,7
2002 04 13,3
2004 01 3,3
Não respondeu 02 6,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

A Tabela 152 demonstra que o universo é bem diversificado e varia entre usuários de
12 a 19 anos, com maior presença nos que têm idades entre 16 e 18 anos, nascidos em 1999 e
2000, constituem a maioria do universo, somando juntos 63,3% do total.
A Tabela 153, abaixo, demonstra a etapa escolar na qual os entrevistados se
encontram:
200

Tabela 153 - Estudantes segundo etapa de ensino – CREAS, Betim, 2017


Etapa de ensino (N) (%)
Fundamental 15 50
Médio 10 33,3
Não estou matriculado 04 13,3
Não respondeu 01 3,3
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

A maior parte dos entrevistados, como exibe a Tabela 153, encontra-se no ensino
fundamental, 33,3% dos que responderam no ensino médio e 13,3% não estão matriculados.
A Tabela 154, abaixo, mostra a distribuição de frequências relativas à reprovação
escolar dos respondentes:

Tabela 154 - Você já foi reprovado na escola? – CREAS, Betim, 2017


Opções (N) (%)
Não 04 13,3
Sim, uma vez 07 23,3
Sim, duas ou mais vezes 19 63,3
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É notável que 63,3% dos entrevistados do presente universo já foram reprovados duas
ou mais vezes, e apenas 13,3% nunca foram, números inteiramente diferentes das demais
amostras, que apontam para uma intensa desigualdade educacional entre os diferentes grupos
analisados.

b) dados relativos à família dos entrevistados

A Tabela 155, abaixo, demonstra com quantas pessoas vivem os usuários do CREAS.

Tabela 155 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? – CREAS,
Betim , 2017
Número de pessoas (N) (%)
Uma 0 0
Duas 04 13,3
Três 04 13,3
Quatro 08 26,7
Cinco ou Mais 14 46,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
201

Como se pode perceber, quase a metade dos usuários vive com mais de 5 pessoas em
casa , e 26,7% vivem com quatro pessoas em casa, os demais valores podem ser observados
na Tabela 155 acima. A resposta à pergunta “Seus pais ou responsáveis incentivam você a
estudar?” foi respondida positivamente por todos os 30 entrevistados.

c) dados relativos ao tempo livre dos entrevistados

A Tabela 156, abaixo, buscou medir quanto tempo os entrevistados se dedicam ao


estudo em casa a partir das respostas dos entrevistados.

Tabela 156 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não estudo em casa 25 83,3
Até 1 hora 02 6,7
Até 2 horas 02 6,7
Até 3 horas 01 3,3
Mais que 3 horas 30 100,0
Total 25 83,3
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

A grande maioria dos entrevistados não estudam em casa, totalizando 83,3% do total.
O contraste do índice desse universo com os dados levantados nas demais amostras e
universos aponta novamente para uma desigualdade em relação à educação. A Tabela 157,
abaixo, aborda o tempo que os entrevistados dispõem para brincar ou ficar sem fazer nada:

Tabela 157 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não tenho tempo pra brincar 06 20,0
Até 1 hora 02 6,7
Até 2 horas 04 13,3
Até 3 horas 02 6,7
Mais que 3 horas 16 53,3
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
202

Observa-se que 53,3% dos respondentes dispõem de mais que 3 horas pra brincar ou
ficar sem fazer nada por dia em dias de semana, e um número significativo de 20% do
universo não tem tempo algum para isso. A Tabela 158, abaixo, se refere à frequência que os
usuários declararam participar de eventos culturais em sua vizinhança ou comunidade:

Tabela 158 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança
ou comunidade? – CREAS, Betim , 2017
Frequência (N) (%)

Sempre ou quase sempre 06 20,0

De vez em quando 13 43,3

Nunca ou quase nunca 11 36,7

Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Fica demonstrado na Tabela 158 que a maior parte dos entrevistados participa de vez
em quando de atividades culturais na própria vizinhança ou comunidade, enquanto 36,6%
declararam nunca ou quase nunca participar de atividades dessa natureza.
A Tabela 159, a seguir, se trata do tempo gasto pelos entrevistados vendo TV em dias
de aula:

Tabela 159 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? – CREAS,
Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não vejo TV. 06 20,0
Até 1 hora 08 26,7

Até 2 horas 07 23,3

Até 3 horas 04 13,3

Mais que 3 horas 05 16,7


Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É observável que o universo é bem distribuído em relação à questão, mas é notável


que os maiores índices se concentrem dentre os que não veem ou veem menos de duas horas
203

de TV em dias de aula. Em relação ao uso de internet e jogos eletrônicos, a Tabela 160,


abaixo, expõe a distribuição das frequências:

Tabela 160 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou
jogando jogos eletrônicos? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)

Não navego na internet e não jogo jogos eletrônicos 07 23,3

Até 1 hora 02 6,7

Até 2 horas 04 13,3

Até 3 horas 02 6,7

Mais que 3 horas 15 50,0

Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Conforme consta na Tabela 160, acima, o percentual dos que utilizam a internet por
mais de 3 horas é de 50%, e o dos não utilizam internet, apesar de menor, é também
significativo, totalizando 23,43%. Pode-se afirmar que há uma preponderância no uso da
internet do que na televisão no presente universo.

d) dados relativos ao trabalho infantil doméstico

A Tabela 161, abaixo, aborda o quanto do tempo pessoal dos usuários é dedicado a
trabalhos domésticos na própria casa.

Tabela 161 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos 12 40,0
Até 1 hora 12 40,0
Até 2 horas 02 6,7
Até 3 horas 02 6,7
Mais que 3 horas 02 6,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
204

A Tabela 161 demonstra que 60% dos entrevistados desempenham algum trabalho
doméstico em sua própria casa, e 40% declararam não fazer. Apenas 4 entrevistados
afirmaram desempenhar trabalhos domésticos acima de 3 horas, o que possivelmente indicaria
trabalho doméstico infantil. A Tabela 162, abaixo, demonstra o quanto os estudantes
desempenham funções domésticas aos fins de semana:

Tabela 162 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)

Não faço trabalhos domésticos aos fins de semana 17 56,7

Até 1 hora 05 16,7


Até 2 horas 04 13,3
Até 3 horas 01 3,3
Mais que 3 horas 03 10,0
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Conforme a Tabela 162 acima, a maior parte dos entrevistados não faz trabalhos
domésticos aos fins de semana, com56,7% e as outras duas maiores categorias são “Até 1
hora” e “Até 2 horas”, com 23% cada. A Tabela 163, abaixo, diz respeito ao desempenho de
tarefas de cuidado dentre os usuários do CREAS:

Tabela 163 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? – CREAS, Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não realizo essa atividade 18 60,0
Até 1 hora 4 13,3
Até 2 horas 1 3,3
Até 3 horas 1 3,3
Mais que 3 horas 6 20,0
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
205

A maioria dos entrevistados não se dedicam a atividades de cuidado, conforme mostra


a Tabela 163, mas um número significativo de usuários, 20%, se dedicam a ela por mais de 3
horas ao dia.
Relacionando as variáveis dessa seção à variável sexo, é possível investigar se há
alguma possível desigualdade de gênero no universo em relação à carga de trabalhos
domésticos e de cuidados. A Tabela 164, abaixo, propõe essa relação, exibindo os percentuais
de entrevistados por sexo:

Tabela 164 – Questão referente ao tempo gasto, em dias de aula, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variável gênero – CREAS, Betim , 2017
Gênero
Tempo gasto por gênero Total
Feminino Masculino

Não faço trabalhos 02 10 12


domésticos
40,0% 40,0% 40,0%

02 10 12
Até 1 hora
Em dias de aula, 40,0% 40,0% 40,0%
quanto tempo você 0 02 02
gasta fazendo Até 2 horas
trabalhos domésticos 0,0% 8,0% 6,7%
na sua própria casa?
01 01 02
Até 3 horas
20,0% 4,0% 6,7%

0 02 02
Mais que 3 horas
0,0% 8,0% 6,7%

05 25 30
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É possível perceber através dos números exibidos que a distribuição entre os gêneros
está relativamente equilibrada, ressalvando a diferença da quantidade de homens e de
mulheres. O mesmo percentual de homens e de mulheres não desempenham trabalhos
domésticos (40%), o mesmo percentual desempenham até uma hora (40%) e os restantes 20%
são distribuídos de maneira ligeiramente diferente, como se pode ver na Tabela 164 acima. A
Tabela 165, abaixo, diz respeito ao mesmo intercruzamento, porém com relação aos finais de
semana:
206

Tabela 165 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa relacionado a variávle gênero – CREAS, Betim , 2017
Seu sexo é
Tempo gasto por gênero Total
Feminino Masculino

Não faço trabalhos domésticos 03 14 17


aos fins de semana 60,0% 56,0% 56,7%
01 04 05
Até 1 hora
Nos finais de 20,0% 16,0% 16,7%
semana, quanto
tempo você gasta 0 04 04
Até 2 horas
fazendo trabalhos 0,0% 16,0% 13,3%
domésticos na sua
própria casa? 0 01 01
Até 3 horas
0,0% 4,0% 3,3%
01 02 03
Mais que 3 horas
20,0% 8,0% 10,0%
5 25 30
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

A semelhança na distribuição dos gêneros permanece aos finais de semana, com um


ligeiro aumento do desempenho de trabalho doméstico dentre os homens aos finais de
semana. Vejamos na Tabela 166, abaixo, com relação ao desempenho de tarefas de cuidado:
207

Tabela 166 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada a variável Gênero – CREAS, Betim , 2017
Seu sexo é
Tempo por gênero Total
Feminino Masculino
05 13 18
Não realizo essa atividade
100,0% 52,0% 60,0%
0 04 04
Até 1 hora
Você ajuda a 0,0% 16,0% 13,3%
cuidar de alguma
pessoa em sua 0 01 01
Até 2 horas
casa(criança, idoso, 0,0% 4,0% 3,3%
pessoa com
deficiência)? 0 01 01
Até 3 horas
0,0% 4,0% 3,3%
0 06 06
Mais que 3 horas
0,0% 24,0% 20,0%
05 25 30
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É notável que nenhuma das mulheres entrevistadas desempenha trabalhos de cuidado,


e 48% não desempenhou. Sendo assim, não é possível identificar uma desigualdade de gênero
no tocante ao trabalho doméstico e às tarefas de cuidado no presente universo.

e) trabalho fora de casa

A Tabela 167, abaixo, mostra a distribuição dos usuários dentre os que trabalham ou
não fora de casa e a quantidade de horas dos trabalhos de cada estudante que respondeu
afirmativamente.

Tabela 167 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? – CREAS,


Betim , 2017
Tempo (N) (%)
Não trabalho 16 53,3
Mais que 3 horas 14 46,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
208

O universo se divide nitidamente em dois grupos, conforme mostra a Tabela 167: os


que não trabalham (53,3%) e os que trabalham por mais de 3 horas ao dia (46,7%),
possivelmente configurando Trabalho Infantil. É perceptível que, nesse universo, a quantidade
de indivíduos que trabalham mais de três horas é bem superior às demais amostras e
universos. O que revela que a necessidade de se considerar o elemento “trabalho” e suas
nuances na atenção desse grupo familiar onde está inserido esse adolescente.
A Tabela 168, seguinte, é relativa à remuneração pelo trabalho dividida por faixas de
renda.

Tabela 168 - Remuneração por faixa – CREAS, Betim , 2017


Renda (N) (%)
de 1 a 100 reais 01 3,3
de 100 a 250 reais 08 26,7
de 250 a 500 reais 03 10
de 750 a 1000 reais 01 3,3
Não respondeu/Não é remunerado 17 56,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Dentre os que declararam trabalhar de maneira remunerada, as maiores parcelas estão


entre os que recebem de 100 a 250 reais por semana (26,7% do total) e os que recebem de 250
a 500 reais por semana (10% do total). A pergunta relativa à profissão dos que trabalham
recebeu como resposta as seguintes atividades:

Quadro 4 - Profissões dos respondentes que trabalham - CREAS, Betim , 2017


Ajudante de eletricista 01
Balconista 01
Chopista 01
Estágio 01
Informal cabeleireiro 01
Jardineiro servente 01
Pintor, ajudante 01
Restaurante churrasqueiro 01
Servente de gesseiro 01
Servente de pedreiro 02
Servente de pedreiro, gesseiro, pintor, eletricista 01
Vendedor ambulante 01
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
209

Pode se observar que as profissões apontadas pelos respondentes são comumente


contratadas com menores remunerações na sociedade, muitas vezes inclusive sem o devido
registro em carteira de trabalho.
Na Tabela 169, abaixo, expõe-se as respostas dos estudantes no tocante à segurança no
trabalho que desempenham:

Tabela 169 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte? – CREAS,
Betim , 2017
Opções (N) (%)
Sim 01 3,3
Não 27 90
Não Respondeu 02 6,7
Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É perceptível que apenas um estudante já passou por situações de risco ou violência no


trabalho, apesar da grande quantidade dos que trabalham.
A Tabela 170, a seguir, exibe a faixa etária dos que trabalham e dos que não
trabalham:

Tabela 170 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)?


Relacionada a variável ano de nascimento – CREAS, Betim , 2017
Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa
(recebendo ou não)?
Ano/Tempo de trabalho Total
Não trabalho Mais que 3 horas
01 01 02
1998
6,7% 7,7% 7,1%
04 05 09
1999
26,7% 38,5% 32,1%
04 06 10
2000
26,7% 46,2% 35,7%
Ano de nascimento
02 0 02
2001
13,3% 0,0% 7,1%
03 01 04
2002
20,0% 7,7% 14,3%
01 0 01
2004
6,7% 0,0% 3,6%
15 13 28
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
210

É visível que 92,3% dos que trabalham, nasceram antes de 2001, sendo 46,2%
nascidos em 2000; 38,5% nascidos em 1999 e 7,7% nascidos em 1998.
A partir do intercruzamento da autodeclaração dos entrevistados no que se relaciona à
raça/cor e ao gênero com o que foi levantado a respeito do trabalho para terceiros, é possível
observar se esses fatores influenciam na incidência do trabalho infantil fora de casa ou não. A
Tabela 171, abaixo, propõe a relação das horas de trabalho com o sexo dos entrevistados:

Tabela 171 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa (recebendo ou não)?


Relacionada à variável gênero – CREAS, Betim, 2017
Gênero
Trabalho fora/Gênero Total
Feminino Masculino
04 12 16
Não trabalho
Você trabalha, ou já trabalhou 80,0% 48,0% 53,3%
fora de casa(recebendo ou não)? 01 13 14
Mais que 3 horas
20,0% 52,0% 46,7%
05 25 30
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É possível perceber que um maior percentual dos homens já se dedicaram ou se


dedicam a trabalhos fora de casa, sendo que apenas uma das 5 mulheres do universo já
trabalhou ou trabalha, enquanto pouco mais da metade dos homens se encontram nesse grupo.
A Tabela 172, a seguir, relaciona as variáveis a respeito do trabalho a terceiros e a
Raça/Cor dos entrevistados:

Tabela 172 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)?


Relacionada à variável cor/raça – CREAS, Betim, 2017
Em relação à sua Cor/Raça você se
Trabalho fora/ Cor-Raça considera Total
Branca Preta Parda Indígena
02 04 08 02 16
Você trabalha, ou Não trabalho
já trabalhou fora de 66,7% 66,7% 42,1% 100,0% 53,3%
casa(recebendo ou 01 02 11 0 14
Mais que 3
não)?
horas 33,3% 33,3% 57,9% 0,0% 46,7%
03 06 19 02 30
Total
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
211

Não é possível identificar um forte peso da raça na incidência de trabalho infantil


nesse universo, conforme mostra a Tabela 172, acima. Quanto à remuneração, vejamos a
Tabela 173, a seguir:

Tabela 173 - Remuneração em relação a variável Cor/Raça – CREAS, Betim, 2017


Em relação à sua Cor/Raça você se
Remuneração/cor-raça considera Total
Branca Preta Parda
0 0 01 01
de 1 a 100 reais
0,0% 0,0% 10,0% 7,7%
0 01 07 08
de 100 a 250 reais
Remuneração 0,0% 50,0% 70,0% 61,5%
por faixa 0 01 02 03
de 250 a 500 reais
0,0% 50,0% 20,0% 23,1%
01 0 0 01
de 750 a 1000 reais
100,0% 0,0% 0,0% 7,7%
01 02 10 13
Total
100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Com relação à renda, é notável que a única remuneração de 750 a 1000 reais foi
declarada por um autodeclarado branco, ao passo que, dentre os pretos e pardos que
trabalham, há uma maior incidência dentre os que recebem de 100 a 250 reais.
Outro intercruzamento de variáveis que se faz pertinente nesse universo é entre o
desempenho de trabalhos fora de casa e a reprovação escolar:

Tabela 174 - Relação entre as variáveis “Você já foi reprovado na escola?” e “Você
trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)?” – CREAS, Betim, 2017
Você trabalha, ou já trabalhou fora
Reprovação na escola/Trabalho fora de casa(recebendo ou não)? Total
Não trabalho Mais que 3 horas
03 01 04
Não
75,0% 25,0% 100,0%
Você já foi
04 03 07
reprovado Sim
57,1% 42,9% 100,0%
na escola?
09 10 19
Sim, duas ou mais vezes
47,4% 52,6% 100,0%
16 14 30
Total
53,3% 46,7% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.
212

Como se pode ver na Tabela 174 os números são bem equilibrados dentre os grupos
que trabalham ou não, no tocante à reprovação escolar, impossibilitando qualquer
apontamento que relacione as duas variáveis. Porém é notável que o grupo com maior
reprovação escolar detém um alto índice de trabalho realizado fora de casa.

f) perspectivas dos entrevistados

A Tabela 175, a seguir, é relativa às pretensões dos estudantes para o final do ano
escolar. A pergunta oferecia as opções: “somente continuar estudando”, “somente trabalhar”,
“continuar estudando e trabalhar” e “ainda não sei”.

Tabela 175 - Quando terminar o ano você pretende – CREAS, Betim, 2017
Opões (N) (%)

Somente continuar estudando 03 10,0

Somente trabalhar 01 3,3

Continuar estudando e trabalhar 21 70,0

Ainda não sei 05 16,7

Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É perceptível que a maior parcela dos estudantes pretendem continuar estudando ao


término desse ano, sendo que apenas um respondeu que pretende apenas trabalhar e 16,7%
que não sabem por enquanto.

g) medidas socioeducativas

A Tabela 176, a seguir, diz respeito às medidas socioeducativas que os usuários do


CREAS cumprem:
213

Tabela 176 - Qual tipo de medida socioeducativa você está cumprindo? – CREAS,
Betim, 2017
Tipo (N) (%)
Liberdade assistida 14 46,7

Prestação de serviços à comunidade 13 43,3

Não respondeu 03 10,0


Total 30 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Como se pode ver, o universo é dividido de forma quase equitativa entre dois grupos:
“Liberdade assistida”(46,7%) e “Prestação de serviços à comunidade”(43,3%). Com relação
aos serviços que são prestados, 16 não responderam ou não prestam serviços, 4 declararam
que os serviços ainda não começaram, 4 declararam não prestar serviço algum e, dentre os 8
demais, foram respondidas as seguintes atividades:

 “Ajudante de cozinha”
 “Apoia a recepção e apoio aos grupos”
 “Apoio na portaria, xerox e manutenção da quadra”
 “Arquivamento”
 “Circo de todo mundo e serviços gerais”
 “Eu ajudo olhar os alunos para a segurança deles e Faço outros serviços”
 “Fazendo um projeto em uma escola”
 “Oriento crianças ajudo com Idosos”

É vital salientar que certas prestações de serviços precisam observar parâmetros


laborais e legais. Atividades relatadas como “Ajudante de Cozinha” e “Serviços Gerais” são
inapropriada para realização por adolescentes. A priori tais situações estão em conflito com
proteção do adolescente, já que há presença de risco laboral, já que tais atividades demandam
obrigatoriamente uso de Equipamentos de Proteção Individuais EPIs e no caso de serviços
gerais, até mesmo a classificação como atividade insalubre.
Vale lembrar que o caráter da medida é socioeducativo e de prestação à comunidade,
não se pode aproveitar tal situação para usufruir do labor adolescente para substituir um posto
de trabalho que deveria ser ocupado por um “trabalhador adulto”.
214

A Tabela 177, a seguir, propõe a identificação da faixa etária dos usuários de


diferentes medidas socioeducativas:

Tabela 177 - Relação do ano de nascimento com o Tipo de medida socioeducativa que
está cumprindo – CREAS, Betim, 2017

Qual tipo de medida socioeducativa você está cumprindo


Tipo de medida /
Total
Ano de nascimento Prestação de serviços à
Liberdade assistida
comunidade
0 01 01
1.998
0,0% 100,0% 100,0%
04 05 09
1.999
44,4% 55,6% 100,0%
03 06 09
2.000
Ano de 33,3% 66,7% 100,0%
nascimento 02 0 02
2.001
100,0% 0,0% 100,0%
02 01 03
2.002
66,7% 33,3% 100,0%
01 0 01
2.004
100,0% 0,0% 100,0%
12 13 25
Total
48,0% 52,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

Percebe-se, na Tabela 177, acima, que a liberdade assistida é distribuída entre todas as
idades, enquanto a prestação de serviços a comunidades prepondera dentre os mais velhos,
nascidos antes de 2001. É pertinente relacionar o tipo de medida socioeducativa cumprida e o
tempo livre dos estudantes, para ver a interferência das políticas em seu tempo de lazer. A
Tabela 178, a seguir, propõe esse cruzamento:
215

Tabela 178 - Tempo gasto, em dias de semana, para brincar ou mesmo ficar sem fazer
nada relacionado ao Tipo de medida socioeducativa que está cumprindo – CREAS,
Betim, 2017
Qual tipo de medida socioeducativa você
Tipo de medida/Tempo para está cumprindo
Total
brincar Prestação de serviços à
Liberdade assistida
comunidade
Não tenho 02 04 06
tempo pra
brincar 33,3% 66,7% 100,0%
01 01 02
Em dias de Até 1 hora
50,0% 50,0% 100,0%
semana, quanto
tempo você dispõe 01 02 03
para brincar ou Até 2 horas
33,3% 66,7% 100,0%
mesmo ficar sem
fazer nada? 01 01 02
Até 3 horas
50,0% 50,0% 100,0%

Mais que 3 09 05 14
horas 64,3% 35,7% 100,0%
14 13 27
Total
51,9% 48,1% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre usuários do CREAS, 2017.

É visível que, dentre os que não têm tempo pra brincar ou ficar sem fazer nada,
predominam os que prestam serviços à comunidade, e dentre os que dispõem mais de três
horas livres ao dia, predominam os que estão sob o regime de liberdade assistida. Sendo
assim, os dados apontam para uma possível influência da prestação de serviços à comunidade
no tempo que os usuários dispõem para brincar ou não fazer nada.

6.3 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 5ºano e do 9ºano das escolas
públicas do município de Betim

Apresentamos a seguir as análises realizadas encima dos dados obtidos na pesquisa


realizada junto aos alunos do 5º e 9º anos das escolas públicas do município.
216

6.3.1 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 5º ano - Zona Rural de Betim

Foram aplicados ao todo 31 questionários no 5º ano, sendo 13 na escola Antônio


Honório da Silva da regional Norte-Liberatos e 18 na escola Manuel Saturnino – Charneca-
Citrolândia, da Zona Rural. Responderam ao questionário 24 meninos e 07 meninas.

a) características dos estudantes entrevistados

A Tabela 179, abaixo, mostra como se autodeclararam os entrevistados em relação à


raça/cor:

Tabela 179 - Em relação à sua Cor/Raça você se considera (5ºano) - Betim, 2017
Cor/Raça (N) (%)
Branca 11 35,5
Preta 02 6,5
Parda 15 48,4
Indígena 02 6,5
Outra 01 3,2
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Como se pode ver, a maior parte dos estudantes se declararam pardos (48,4%), a
segunda maior parcela se declarou branca (35,5/%) e apenas 6,5% se declararam pretos e
6,5% indígena. A Tabela 180 diz respeito ao ano de nascimento dos estudantes.

Tabela 180 - Qual o ano de seu nascimento? (5ºano) - Betim, 2017


Ano (N) (%)
2004 03 9,7
2005 02 6,5
2006 21 67,7
2007 04 12,9
Não respondeu 01 3,2
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
217

A Tabela 180 demonstra que a grande maioria dos entrevistados encontram-se na


idade regular do 5º ano no sistema brasileiro, ou seja, 10 ou 11 anos, nascidos em 2006 e
2007. Apenas 9,7% dos entrevistados nasceram em 2004 e 6,5% em 2005.

b) dados relativos à família dos estudantes

A Tabela 181, abaixo, demonstra com quantas pessoas vivem os estudantes.

Tabela 181 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? (5ºano) -
Betim, 2017
Número de pessoas (N) (%)
Uma 01 3,2
Três 05 16,1
Quatro 13 41,9
Cinco ou Mais 12 38,7
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Como se pode perceber, a grande maioria dos estudantes vivme com mais de 4 pessoas
em casa, somando 79,6% do total. Do restante, apenas uma criança vive com uma pessoa em
casa e 5 vivem com três. A Tabela 182 diz respeito à presença dos responsáveis nas reuniões
de pais.

Tabela 182 - Com qual frequência seus pais, ou responsáveis por você, vão à reunião de
pais na escola? (5ºano) - Betim, 2017
Frequência (N) (%)

Sempre ou quase sempre 27 87,1

De vez em quando 03 9,7

Nunca ou quase nunca 01 3,2

Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
218

É notável, na Tabela 182, que a grande maioria dos responsáveis pelos estudantes vão
sempre ou quase sempre à reunião de pais na escola. Com relação à pergunta se os
responsáveis lhe incentivavam a estudar, todos os 31 respondentes marcaram que “sim”. A
Tabela 183 a seguir diz respeito ao tempo de estudo em casa dos estudantes.

c) dados relativos ao tempo do estudante fora da escola

Tabela 183 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? (5ºano) - Betim, 2017
Tempo (N) (%)

Não estudo em casa 06 19,4


Até 1 hora 13 41,9
Até 2 horas 05 16,1
Até 3 horas 03 9,7
Mais que 3 horas 04 12,9
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

É perceptível que quase a metade (41,9%) dos estudantes estudam até uma hora em
casa; 19,4% não estudam em casa, 16,1% estudam até 2 horas em casa e 9,7% estudam até 3
horas. 12,9% dos estudantes declararam estudar mais que três horas em casa. A Tabela 184
demonstra quanto tempo os estudantes dispõem em casa para brincar ou ficar sem fazer nada.

Tabela 184 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? (5ºano) - Betim, 2017
Tempo (N) (%)

Não tenho tempo pra brincar 05 16,1

Até 1 hora 06 19,4


Até 2 horas 04 12,9
Até 3 horas 04 12,9
Mais que 3 horas 12 38,7
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
219

A Tabela 184 demonstra que 38,7% dos estudantes dispõem de mais que 3 horas pra
brincar por dia e o restante se distribui de forma equilibrada dentre as demais categorias. É
notável que 16,1% dos estudantes não dispõem de tempo algum para brincar ou não fazer
nada e 19,4% dispõem de até uma hora apenas por dia para isso. Posteriormente esta variável
será relacionadas a outras no intuito de compreender melhor essa indisponibilidade. A Tabela
185 se relaciona à participação das crianças em atividades culturais.

Tabela 185 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança
ou comunidade? (5ºano) - Betim, 2017
Frequência (N) (%)

Não Respondeu 01 3,2

Sempre ou quase sempre 08 25,8

De vez em quando 12 38,7

Nunca ou quase nunca 10 32,3

Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

A distribuição dos estudantes nas opções oferecidas foi de certa forma equilibrada:
32,3% nunca ou quase nunca participam de eventos culturais, 38,7% de vez em quando
participam e 25,8% sempre participam. Apesar do equilíbrio, percebe-se que a maior parte
não participa ou participa pouco de atividades culturais. A Tabela 186 diz respeito ao tempo
que o estudante gasta vendo TV

Tabela 186 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? (5ºano) - Betim,
2017
Tempo (N) (%)

Não vejo TV. 01 3,2


Até 1 hora 08 25,8
Até 2 horas 08 25,8
Mais que 3 horas 14 45,2
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
220

Observa-se que 45,2% dos estudantes gastam mais que 3 horas diárias assistindo TV;
25,8% até 2 horas; 25,8% até 1 hora e apenas um estudante não vê TV. Em relação ao uso de
internet e jogos eletrônicos, a Tabela 187 expõe a distribuição das frequências.

Tabela 187 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou
jogando jogos eletrônicos? (5ºano) - Betim, 2017
Tempo (N) (%)

Não navego na internet e não jogo jogos eletrônicos 05 16,1


Até 1 hora 11 35,5
Até 2 horas 04 12,9
Até 3 horas 02 6,5
Mais que 3 horas 09 29
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Pode-se notar que o uso da internet e de jogos eletrônicos é menos frequente dentre os
respondentes do que a televisão. 30% realizam atividades dessa natureza por mais que 3
horas, enquanto 35,5% as realizam até uma hora por dia e 16,1% não praticam atividades
dessa natureza.

d) dados relativos ao trabalho infantil doméstico

A Tabela 188 demonstra o quanto do tempo pessoal os estudantes dedicam a trabalhos


domésticos na própria casa.

Tabela 188 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? (5ºano) - Betim, 2017
Tempo de trabalho (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos 06 19,4
Até 1 hora 14 45,2
Até 2 horas 04 12,9
Até 3 horas 03 9,7
Mais que 3 horas 04 12,9
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
221

A Tabela 188 demonstra que 80,6% dos estudantes desempenham algum trabalho
doméstico, enquanto apenas 19,4% que declararam não fazer. Dentre esses 80,6%, temos
20,6% que declaram desempenhar acima de duas horas diárias. A Tabela 189 demonstra o
quanto os estudantes desempenham funções domésticas aos fins de semana:

Tabela 189 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa? (5ºano) - Betim, 2017
Tempo de trabalho (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos aos fins de semana 11 35,5
Até 1 hora 12 38,7
Até 2 horas 03 9,7
Até 3 horas 02 6,5
Mais que 3 horas 03 9,7
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

A Tabela 189 demonstra uma distribuição semelhante à anterior. É perceptível que


mais respondentes não desempenhem funções domésticas nos fins de semana do que nos dias
de semana em todas as categorias apresentadas. Quando se relacionam as duas variáveis
(Tabela 190 abaixo), é possível perceber até que ponto os que declararam cumprir funções
domésticas nos dias de aula também cumprem nos fins de semana:

Tabela 190 - Tempo de Trabalho doméstico em casa nos fins de semana em relação ao
tempo de trabalho doméstico na própria casa em dias de aula. (5ºano) - Betim - 2017
Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo
trabalhos domésticos na sua própria casa?
Tempo de Trabalho Não faço trabalhos Mais Total
Até 1 Até 2 Até 3
domésticos aos fins de que 3
hora horas horas
semana horas
Não faço
Em dias de 04 02 0 0 0 06
trabalhos
aula, quanto
domésticos 12,90% 6,50% 0,00% 0,00% 0,00% 19,40%
tempo você
gasta 04 08 01 01 0 14
Até 1 hora
fazendo 12,90% 25,80% 3,20% 3,20% 0,00% 45,20%
trabalhos 01 01 01 0 01 04
Até 2 horas
domésticos 3,20% 3,20% 3,20% 0,00% 3,20% 12,90%
na sua 01 01 0 0 01 03
Até 3 horas
própria 3,20% 3,20% 0,00% 0,00% 3,20% 9,70%
casa? Mais que 3 01 0 01 01 01 04
horas 3,20% 0,00% 3,20% 3,20% 3,20% 12,90%
11 12 03 02 03 31
Total
35,50% 38,70% 9,70% 6,50% 9,70% 100,00%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
222

Verifica-se que 3 estudantes, 10% dos 31 desse universo, desempenham mais de duas
horas de trabalho doméstico tanto nos dias de semana, quanto nos fins de semana,
possivelmente configurando casos de Trabalho Infantil Doméstico. Quando observamos a
relação dessas últimas duas variáveis apresentadas com gênero, é possível investigar se as
horas dedicadas ao trabalho doméstico têm relação com esta. As Tabelas 191 e 192 fazem
essa relação.

Tabela 191 - Tempo de Trabalho domésticos na própria casa em dias de aula por
gênero. (5ºano) - Betim, 2017
Seu sexo é
Tempo de trabalho por gênero Total
Feminino Masculino
Não faço trabalhos 01 05 06
domésticos 14,3% 20,8% 19,4%
02 12 14
Em dias de aula, quanto Até 1 hora
28,6% 50,0% 45,2%
tempo você gasta
fazendo trabalhos 01 03 4
Até 2 horas
domésticos na sua 14,3% 12,5% 12,9%
própria casa? 01 02 03
Até 3 horas
14,3% 8,3% 9,7%
02 02 04
Mais que 3 horas
28,6% 8,3% 12,9%
07 24 31
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Tabela 192 - Tempo de Trabalho doméstico nos fins de semana por gênero. (5ºano) -
Betim, 2017
Seu sexo é
Tempo de trabalho por gênero Total
Feminino Masculino
Não faço trabalhos domésticos 03 08 11
aos fins de semana 42,9% 33,3% 35,5%
Nos finais de 01 11 12
semana, quanto Até 1 hora
14,3% 45,8% 38,7%
tempo você gasta 01 02 03
fazendo trabalhos Até 2 horas 14,3% 8,3% 9,7%
domésticos na sua 02 0 02
própria casa? Até 3 horas
28,6% 0,0% 6,5%
0 03 03
Mais que 3 horas
0,0% 12,5% 9,7%
07 24 31
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
223

É preciso frisar que essa amostra especificamente contou com um número muito
superior de meninos do que de meninas, o que torna essa análise mais difícil. Entretanto,
observando a distribuição dos percentuais de cada gênero, é visível que 28,6% das meninas da
amostra trabalham mais de duas horas nos fins de semana, ao passo que apenas12, 5% dos
meninos superam esse tempo; e, em relação aos trabalhos em dias de semana, 42,9% das
meninas trabalham mais de duas horas nos dias de semana, ao passo que 16,6% dos meninos
superam as duas horas.
A Tabela 193, abaixo, demonstra a distribuição dos entrevistados no que tange às
tarefas de cuidado que possivelmente desempenham alguns entrevistados.

Tabela 193 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? (5ºano) - Betim, 2017
Opções (N) (%)

Não realizo essa atividade 17 54,8

Até 1 hora 05 16,1

Até 2 horas 02 6,5

Até 3 horas 02 6,5

Mais que 3 horas 05 16,1

Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

A maioria dos estudantes não desempenham funções dessa natureza, e dentre os que
desempenham, 7 se dedicam a esse trabalho mais de duas horas diárias e 7 menos de duas
horas diárias. Quando se intercruza essa variável com gênero, é possível novamente investigar
se há relação, conforme faz a Tabela 194:
224

Tabela 194 - Tempo de Trabalho (cuidando de criança, idoso ou deficiente) por gênero.
(5ºano) - Betim, 2017
Seu sexo é
Tempo de trabalho por gênero Total
Feminino Masculino

Não realizo essa 02 15 17


atividade 28,6% 62,5% 54,8%
01 04 05
Até 1 hora
Você ajuda a cuidar de 14,3% 16,7% 16,1%
alguma pessoa em sua 0 02 02
casa (criança, idoso, Até 2 horas
0,0% 8,3% 6,5%
pessoa com deficiência)?
01 01 02
Até 3 horas
14,3% 4,2% 6,5%
03 02 05
Mais que 3 horas
42,9% 8,3% 16,1%
07 24 31
Total
100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Mais da metade das 7 meninas que foram entrevistadas dedicam-se a trabalho de


cuidado por mais de 2 horas ao dia, enquanto apenas 12% dos meninos dedicam o mesmo
tempo à atividade. Portanto, apesar da pequena quantidade de mulheres na amostra, é visível
que o gênero pode sim configurar um fator influenciador no desempenho dessa modalidade de
trabalho infantil.

e) trabalho fora de casa

A Tabela 195 mostra a distribuição dos estudantes que trabalham ou não fora de casa e
a quantidade de horas dos trabalhos de cada estudante

Tabela 195 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? (5ºano) -


Betim, 2017
Opções (N) (%)
Não trabalho 23 74,2
Até 1 hora 02 6,5
Até 2 horas 01 3,2
Até 3 horas 01 3,2
Mais que 3 horas 04 12,9
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
225

Observa-se que 74,2% dos que responderam não trabalham, e 12,9% trabalham mais
que 3 horas. A Tabela 196 é relativa à remuneração pelo trabalho, exibindo os que não
trabalham, os que trabalham, mas não são remunerados, e os que são remunerados.

Tabela 196 - Caso você trabalhe fora de casa, quanto em média você recebe por semana
em reais? (5ºano) - Betim, 2017
Opções (N) (%)
Não Trabalho 24 77,4

Trabalho, mas não recebo pagamento. 01 3,2

Trabalha remunerado 06 19,4

Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.

Dentre os 6 que trabalham de maneira remunerada, os valores respondidos variam


entre 10 e 100 reais por semana. A pergunta relativa à profissão dos que trabalham recebeu
como resposta dos 6 estudantes as seguintes atividades: Trabalho em casa, carregamento de
telhas, ajudando ao pai genericamente, olhando crianças, “tocando vaca”, e “vendendo
geladinho”. No que se relaciona a acidentes de trabalho, 2 estudantes responderam que já
passaram por “risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte”,
conforme descrevia a própria pergunta, e 29 declararam que nunca passaram por essas
situações.

f) desempenho escolar

A Tabela 197 mostra a distribuição de frequências relativas à reprovação escolar dos


estudantes respondentes:

Tabela 197 - Você já foi reprovado na escola? (5ºano) - Betim, 2017


Opções (N) (%)
Não 27 87,1
Sim, uma vez. 01 3,2
Sim, duas ou mais vezes 03 9,7
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
226

Como se pode observar, 87,1% dos estudantes nunca foram reprovados, e apenas
12,9% já foram. A Tabela 198 é relativa às pretensões dos estudantes para o final do ano
escolar. A pergunta oferecia as opções “Somente continuar estudando”, “somente trabalhar”,
“continuar estudando e trabalhar” e “ainda não sei”.

Tabela 198 - Quando terminar o ano você pretende fazer o que? (5ºano) - Betim, 2017
Opções (N) (%)
Somente continuar estudando 20 64,5

Continuar estudando e trabalhar 05 16,1

Ainda não sei 06 19,4

Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 5º ano, 2017.
.
Como se pode observar, 64,5% dos estudantes pretendem “somente continuar
estudando”, e o restante se divide de forma equilibrada entre “os que ainda não sabem” e os
que “pretendem continuar estudando e trabalhar”.
Diante desses dados, é possível perceber certas características do estudante das escolas
municipais rurais de Betim. Há que se considerar que os entrevistados estão no 5º ano do
ensino fundamental, mas já tiveram em certo percentual o contato com Trabalho Infantil. É
muito significativa a participação dos pais em reuniões pedagógicas e no dia escolar, é o que
demostra os dados.
Neste sentido torna conveniente a realização de sensibilização dos pais e responsáveis
legais nestas atividades realizadas pelas unidades escolares, com intuito de expor os riscos e
danos que são causados pelo Trabalho Infantil. Vale lembrar que muitas vezes o Trabalho
Infantil realizado em zonas e atividades rurais levam exposição a agentes químicos como
agrotóxicos, pesticidas e adubos químicos, sabidamente prejudiciais à saúde.

6.3.2 Análise dos resultados obtidos com os alunos do 9ºano – Rede Municipal de Ensino

Apresentamos a seguir as análises realizadas encima dos dados obtidos na pesquisa


realizada junto aos alunos do 9º ano das escolas públicas do município.
A amostra consistiu na aplicação de 381 questionários com estudantes do 9º ano,
divididos entre Regionais do município, como mostra a Tabela 199 a seguir:
227

Tabela 199 - Questionários aplicados por Regional (9º ano) – Betim, 2017
Regional (N) (%)
Alterosa 82 21,5
Icaivera 08 2,1
Centro 63 16,5
Citrolândia 20 5,2
Imbiruçu 66 17,3
Norte 50 13,1
Petrovale 07 1,8
PTB 36 9,4
Teresópolis 37 9,7
Vianópolis 12 3,1
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Ao todo 17 escolas municipais sediaram a pesquisa. São elas:

1. Adelina Gonçalves Campos;


2. Arthur Trindade;
3. Belizário Ferreira;
4. CETAP;
5. Clóvis Salgado;
6. Edir Terezinha de Almeida Fagundes;
7. Isaura Coelho;
8. Jorge Afonso Defensor;
9. Jose Miranda Sobrinho;
10. Josefina Macedo Gontijo;
11. Lúcia Farage;
12. Lúcia Farage Freitas Gumiero;
13. Maria da Penha;
14. Maria Elena da Cunha Braz;
15. Rita Maria da Silva;
16. Valério Ferreira Palhares;
17. Vereador Rafael Barbizan.
228

a) características da amostra dos estudantes entrevistados

A Tabela 200 seguinte expressa o número de estudantes respondentes, segundo


gênero:

Tabela 200 - Estudantes segundo gênero (9º ano) – Betim, 2017


Gênero (N) (%)

Feminino 198 52

Masculino 182 47,8

Não Respondeu 01 0,3

Total 381 100,0


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Como se pode ver, a distribuição foi bem equilibrada e próxima à realidade de Betim 17
- Ao todo foram 198 mulheres e 182 homens respondentes. A Tabela 201, a seguir, mostra
como se autodeclararam os estudantes entrevistados em relação à raça/cor:

Tabela 201 - Estudantes segundo Cor/Raça (9º ano) – Betim, 2017


Cor/Raça (N) (%)
Branca 102 26,8
Preta 53 13,9
Parda 204 53,5
Indígena 15 3,9
Outra 06 1,6
Não Respondeu 01 0,3
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Como se pode ver, a maior parte dos estudantes se declararam pardos (53,5%), a
segunda maior parcela se declarou branca (26,8/%) e apenas 13,5% se declararam pretos e
3,9% indígenas. A Tabela 202, a seguir, diz respeito ao ano de nascimento dos estudantes

17
Betim possui, na faixa etária de 10 a 14 anos a distribuição de 50,8% de homens e 49,2% de mulheres, e na
faixa etária de 14 a 19 50,3% de homens e49,7% de mulheres. (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010a).
229

Tabela 202 - Estudantes segundo ano de nascimento (9º ano) – Betim, 2017
Ano de nascimento (N) (%)
2000 05 1,3
2001 26 6,8
2002 146 38,3
2003 196 51,4
Não respondeu 08 2,1
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

A Tabela 202 demonstra que a grande maioria dos entrevistados encontram-se na


idade regular do 9º ano no sistema brasileiro, ou seja, 14 ou 15 anos, nascidos em 2002 e
2003. Apenas 8,1% dos entrevistados nasceram em 2001 ou 2000 e, portanto, estão fora da
idade escolar.

b) dados relativos à família dos estudantes

A Tabela 203, abaixo, demonstra com quantas pessoas vivem os estudantes.

Tabela 203 - Incluindo você, quantas pessoas vivem atualmente em sua casa? (9º ano) –
Betim, 2017
Número de pessoas (N) (%)
Uma 02 0,5
Duas 23 6,0
Três 73 19,2
Quatro 157 41,2
Cinco ou Mais 126 33,1
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Como se pode perceber, a grande maioria dos estudantes vivem com mais de 4 pessoas
em casa, chegando ao total de 74,3% do total, quando se somam as categorias “quatro” e
“cinco ou mais”. Do restante, apenas um estudante vive com apenas uma pessoa em casa e 5
vivem com três. A Tabela 204 diz respeito à presença dos responsáveis nas reuniões de pais.
230

Tabela 204 - Com qual frequência seus pais, ou responsáveis por você, vão à reunião de
pais na escola? (9º ano) – Betim, 2017
Frequência (N) (%)
Sempre ou quase sempre 263 69
De vez em quando 98 25,7
Nunca ou quase nunca 20 5,2
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

É visível, na Tabela 204, acima, que 69% dos responsáveis pelos estudantes vão
sempre ou quase sempre à reunião de pais na escola, mas um número significativo de
responsáveis vão apenas “de vez em quando”, totalizando 25,7% No que diz respeito à
pergunta se os responsáveis lhe incentivavam a estudar, apenas 5 dos 381 entrevistados, ou
seja, 1,3%, marcaram que “não são incentivados a estudar pelos pais ou responsáveis”.

c) dados relativos ao tempo do estudante fora da escola

A Tabela 205, abaixo, buscou medir quanto tempo os estudantes se dedicam ao estudo
em casa a partir das respostas dos entrevistados.

Tabela 205 - Quanto tempo, por dia, você estuda em casa? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não estudo em casa 94 24,7
Até 1 hora 161 42,3
Até 2 horas 91 23,9
Até 3 horas 17 4,5
Mais que 3 horas 18 4,7
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Quase a metade dos estudantes (42,3%) estudam até uma hora em casa; 24,7% não
estudam em casa, 23,9% estudam até 2 horas em casa, as demais categorias podem ser
observadas na Tabela 206 acima. A Tabela 206, a seguir, demonstra quanto tempo os
estudantes dispõem em casa para brincar ou ficar sem fazer nada.
231

Tabela 206 - Em dias de semana, quanto tempo você dispõe para brincar ou mesmo ficar
sem fazer nada? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não tenho tempo pra brincar 44 11,5
Até 1 hora 34 8,9
Até 2 horas 55 14,4
Até 3 horas 46 12,1
Mais que 3 horas 201 52,8
Não Respondeu 01 0,3
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Observa-se que 52,8% dos estudantes dispõem de mais que 3 horas pra brincar por dia
em dias de semana, e o restante se distribui de forma mais equilibrada dentre as demais
opções oferecidas na pergunta. A Tabela 207, abaixo, se refere à frequência que os estudantes
declararam participar de eventos culturais em sua vizinhança ou comunidade:

Tabela 207 - Com qual frequência você participa de eventos culturais na sua vizinhança
ou comunidade? (9º ano) – Betim, 2017
Frequência (N) (%)
Sempre ou quase sempre 49 12,9

De vez em quando 179 47

Nunca ou quase nunca 153 40,2

Total 381 100


Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Fica demonstrado na Tabela 207 que 47% dos estudantes participam de atividades
culturais em suas comunidades de vez em quando, 40,2% nunca ou quase nunca e apenas
12,9% sempre ou quase sempre. Os dados, portanto, apontam para uma baixa participação em
eventos culturais dessa natureza.
Aqui está um apontamento sobre a necessidade de pensar meios e estratégias de incluir
tais jovens em atividades culturais. A tríade Cultura, Educação e Lazer é fundamental para
formação da personalidade, dos valores de cidadania e da profissionalização.
232

A Tabela 208, seguinte, diz respeito ao tempo que o estudante gasta vendo TV.

Tabela 208 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta assistindo à TV? (9º ano) –
Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não vejo TV. 77 20,2
Até 1 hora 85 22,3
Até 2 horas 84 22
Até 3 horas 42 11
Mais que 3 horas 92 24,1
Não Respondeu 01 0,3
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Apesar de que a maior parcela é observada dentre os que assistem mais de 3 horas de
TV em dias de aula (24,1%), é visível, na Tabela 208, que há uma distribuição um tanto
quanto equitativa dentre os estudantes no que se relaciona a essa atividade, de modo que o
número dos que não veem TV, dos que veem até uma hora por dia e dos que veem até duas
horas são todos superiores a 20% do total. Em relação ao uso de internet e jogos eletrônicos, a
Tabela 209, abaixo, expõe a distribuição das frequências:

Tabela 209 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta navegando na internet ou
jogando jogos eletrônicos? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não navego na internet e não jogo jogos eletrônicos 21 5,5
Até 1 hora 43 11,3
Até 2 horas 56 14,7
Até 3 horas 41 10,8
Mais que 3 horas 218 57,2
Não Respondeu 02 0,5
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Pode-se notar que o uso da internet e de jogos eletrônicos é mais frequente dentre os
estudantes do 9º ano do que a televisão. 57,2% realizam atividades dessa natureza por mais
que 3 horas ao dia em dias de aula e apenas 5,5% não navegam na internet e não jogam jogos
eletrônicos. É intenso a interação dos respondentes com a internet e jogos eletrônicos.
233

Este dado revela a oportunidade de usar o ambiente virtual para ações de


sensibilização e conscientização desses jovens sobre os riscos do Trabalho Infantil. Neste
sentido o Ministério Público do Trabalho lançou um Game On Line, destinado a jovens e
crianças, abordando a temática da exploração do Trabalho Infantil e como a vítima pode
proceder para denunciar a exploração.

d) dados relativos ao trabalho infantil doméstico

A Tabela 210, abaixo, aborda o quanto do tempo pessoal dos estudantes é dedicado a
trabalhos domésticos na própria casa.

Tabela 210 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não faço trabalhos domésticos 57 15

Até 1 hora 149 39,1

Até 2 horas 107 28,1

Até 3 horas 30 7,9

Mais que 3 horas 37 9,7

Não Respondeu 01 0,3


Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

A Tabela 210 demonstra que 85% dos estudantes desempenham algum trabalho
doméstico em sua própria casa, enquanto apenas 15% declararam não fazer. 17,6%
declararam desempenhar mais de duas horas de trabalho doméstico ao dia, o que,
possivelmente, configura Trabalho Infantil. A Tabela 211, abaixo, demonstra o quanto os
estudantes desempenham funções domésticas nos fins de semana:
234

Tabela 211 - Nos finais de semana, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos
domésticos na sua própria casa? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)

Não faço trabalhos domésticos aos fins de semana 96 25,2

Até 1 hora 112 29,4


Até 2 horas 98 25,7
Até 3 horas 35 9,2
Mais que 3 horas 40 10,5
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Conforme a Tabela 211, a maior parte dos estudantes desempenham até uma ou até
duas horas no trabalho doméstico em casa durante os fins de semana, somando 55,1% do total
as duas categorias juntas. Já outros 19,7% realizam mais de 2 horas de trabalhos domésticos.
Novamente é preciso reforçar que o trabalho doméstico realizado por crianças e
adolescentes mesmo que em finais de semana e no contraturno escolar configura Trabalho
Infantil.
A Tabela 212, a seguir, diz respeito ao tempo dos estudantes dispostos a tarefas de
cuidado em suas próprias residências.

Tabela 212 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? (9º ano) – Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não realizo essa atividade 269 70,6
Até 1 hora 30 7,9
Até 2 horas 20 5,2
Até 3 horas 11 2,9
Mais que 3 horas 50 13,1
Não Respondeu 01 0,3
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

A grande maioria dos estudantes não se dedicam a atividades de cuidado, conforme


mostra a Tabela 212, mas um número significativo de estudantes, 13,1%, se dedicam a tarefas
doméstcas por mais de 3 horas ao dia. Embora as maiores parcelas dos estudantes não
235

desempenhem longas jornadas de trabalhos domésticos ou de cuidado, seja nos dias de aula,
nos fins de semana, a quantidade de estudantes que desempenham tais funções por mais de
duas ou mais de três horas não é irrisório.
É imprescindível relacionar as variáveis Tabelas dessa seção com a variável sexo, a
fim de investigar se há alguma desigualdade no tocante à incidência de Trabalho Doméstico
Infantil e nas tarefas de cuidado, uma vez que trabalhos dessa natureza culturalmente recaem
mais sobre as mulheres do que aos homens.

Tabela 213 - Em dias de aula, quanto tempo você gasta fazendo trabalhos domésticos na
sua própria casa? * Seu sexo é Crosstabulation (9º ano) – Betim, 2017
Gênero
Tempo gasto por gênero Total
Feminino Masculino
Não faço trabalhos 19 38 57
domésticos 33,3% 66,7% 100,0%
69 80 149
Em dias de aula, Até 1 hora
46,3% 53,7% 100,0%
quanto tempo você
gasta fazendo 63 43 106
Até 2 horas
trabalhos domésticos 59,4% 40,6% 100,0%
na sua própria casa? Até 3 horas 22 08 30
73,3% 26,7% 100,0%
24 13 37
Mais que 3 horas
64,9% 35,1% 100,0%
197 182 379
Total
52,0% 48,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Como se pode observar, dentre os que não fazem e os que fazem até uma hora de
trabalhos domésticos em dias de aula, o número de meninos é superior ao das meninas, ao
passo que, dentre os que desempenham trabalhos domésticos por mais de uma, de duas ou de
três horas, o número de meninas é superior ao dos meninos. O Gráfico 12, abaixo, deixa isso
mais evidente exibindo o número absoluto de respostas a cada uma das categorias por gênero.
236

Gráfico 12 - Realização de trabalhos domésticos em dias de semana relacionado à


variável sexo (9º ano) – Betim, 2017
90
80
70
60
50
(N)

40
30
20
10
0
Não faço Até 1 hora Até 2 horas Até 3 horas Mais que 3
trabalhos horas
domésticos Feminino Masculino
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Tabela 214 - Questão referente ao tempo gasto, nos finais de semana, fazendo trabalhos
domésticos na própria casa relacionada à variável gênero. (9º ano) – Betim, 2017
Gênero
Tempo gasto por gênero Total
Feminino Masculino
Não faço trabalhos domésticos 37 59 96
aos fins de semana 38,5% 61,5% 100,0%
Nos finais de 50 62 112
Até 1 hora
semana, quanto 44,6% 55,4% 100,0%
tempo você gasta 60 37 97
Até 2 horas
fazendo trabalhos 61,9% 38,1% 100,0%
domésticos na sua 22 13 35
própria casa? Até 3 horas
62,9% 37,1% 100,0%
29 11 40
Mais que 3 horas
72,5% 27,5% 100,0%
198 182 380
Total
52,1% 47,9% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
237

Gráfico 13 - Realização de trabalhos domésticos aos fins de semana relacionado à


variável gênero. (9º ano) – Betim, 2017
70
60 62 60
59
50 50
40
37 37
(N)

30 29
20 22
13 11
10
0
Não faço Até 1 hora Até 2 horas Até 3 horas Mais que 3 horas
trabalhos
domésticos aos
fins de semana

Feminino Masculino
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Observa-se, na Tabela 214 e no Gráfico 13, anterior, que o mesmo padrão se repete no
tocante ao desempenho de trabalhos domésticos aos fins de semana. A Tabela 215 e o Gráfico
14, a seguir, dizem respeito ao desempenho das tarefas de cuidado dividida entre os gêneros:

Tabela 215 - Você ajuda a cuidar de alguma pessoa em sua casa(criança, idoso, pessoa
com deficiência)? Relacionada à variável gênero. (9º ano) – Betim, 2017
Gênero
Total
Tempo / Gênero Feminino Masculino
128 140 268
Não realizo essa atividade
47,8% 52,2% 100,0%
Você ajuda a 20 10 30
Até 1 hora
cuidar de alguma 66,7% 33,3% 100,0%
pessoa em sua 08 12 20
Até 2 horas
casa(criança, idoso, 40,0% 60,0% 100,0%
pessoa com 07 04 11
deficiência)? Até 3 horas
63,6% 36,4% 100,0%
34 16 50
Mais que 3 horas
68,0% 32,0% 100,0%
197 182 379
Total
52,0% 48,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
238

Gráfico 14 - Desempenho de trabalho de cuidado relacionado à variável gênero (9º ano)


– Betim, 2017
160
140 128
120
100
(N)

80
60
34
40 20
20 8 7
0
Não realizo Até 1 hora Até 2 horas Até 3 horas Mais que 3
essa horas
atividade
Feminino Masculino
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Devido ao grande número dos que não realizam trabalhos de cuidado em casa, o peso
do gênero se torna menos evidente, entretanto continua visível, com mais pessoas do sexo
masculino não se dedicando a essa atividade e mais pessoas do sexo feminino se dedicando
mais de três horas a ela.
Tendo em vista essas comparações, e ressaltando que a amostra está distribuída de
forma extremamente equilibrada entre homens e mulheres, é possível afirmar que há uma
forte tendência de o Trabalho Infantil Doméstico atingir mais às mulheres do que aos homens.
Tal tendência revela valores culturais que atribui às mulheres o “papel de cuidar do lar/casa”,
no entanto, essa abordagem revela uma injusta sobrecarga da exploração do trabalho de
meninas e adolescentes.
Há a necessidade de se pensar estratégias que tenha como prioridade refletir sobre o
paradigma das desigualdades entre homens e mulheres na sociedade, em especial, no que
tange a distribuição dos afazeres domésticos.

e) trabalho fora de casa

A Tabela 216, abaixo, mostra a distribuição dos estudantes que trabalham ou não fora
de casa e a quantidade de horas dos trabalhos de cada estudante que respondeu
afirmativamente.
239

Tabela 216 - Você trabalha, ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não)? (9º ano) –
Betim, 2017
Tempo (N) (%)
Não trabalho 347 91,1
Até 1 hora 06 1,6
Até 2 horas 06 1,6
Até 3 horas 01 0,3
Mais que 3 horas 20 5,2
Não Respondeu 01 0,3
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Observa-se que 91,1% dos respondentes não trabalham, e 8,9% trabalham, sendo que
5,2% trabalham ou já trabalharam mais que 3 horas ao dia. A Tabela 217, seguinte, é relativa
à remuneração pelo trabalho, exibindo os que não trabalham, os que trabalham, mas não são
remunerados e os que são remunerados.

Tabela 217 - Caso você trabalhe fora de casa, quanto em média você recebe por semana
em reais? (9º ano) – Betim, 2017
Opções (N) (%)
Não Trabalho 335 87,9

Trabalho, mas não recebo pagamento. 06 1,6

Trabalho de maneira remunerada. 32 8,4


Não respondeu 08 2,1
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Observa-se que a maioria dos que trabalham trabalha de maneira remunerada. Em


relação aos valores dos que são remunerados, variam de 10 a 969 reais. A média dos valores
dentre os que são remunerados é de R$ 182,03, com um desvio padrão de R$ 198,14. A
Tabela 218, abaixo, mostra a distribuição de renda dentre dos que trabalham dividida em 05
faixas de renda:
240

Tabela 218 - Caso você trabalhe, quanto você ganha por semana em reais?* (9º ano) –
Betim, 2017
Faixa de Renda (N) (%)
de 1 a 100 reais 17 53,1
de 100 a 250 reais 09 28,1
de 250 a 500 reais 04 12,5
de 500 a 750 reais 01 3,1
de 750 a 1000 reais 01 3,1
Total 32 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
*A pergunta foi aberta e os valores respondidos foram distribuídos nas faixas acima

Como se nota, 53,1% dos estudantes recebem menos de 100 reais por semana, a
segunda maior parcela é a dos que recebem de 100 a 250 por semana, totalizando 28,1%. A
pergunta relativa à profissão dos que trabalham recebeu como resposta as seguintes
atividades:

Tabela 219 - Caso você trabalhe fora de casa, qual tipo de trabalho você realiza? (9º
ano) – Betim, 2017
Categoria Atividade (N) (%)
Ajudo meu pai a lixar madeira 01 3,2
Âmbito Familiar
Ajudo minha mãe fazendo festas 01 3,2
Abc de minas 01 3,2
Adesivos artesanais 01 3,2
Atendente de caixa 01 3,2
Comércio Comércio (loja de roupa) 01 3,2
Embalador 03 9,7
Frentista 01 3,2
Garçonete 01 3,2
Arrumando casa 02 6,5
Babá 02 6,5
Doméstico p/ terceiros
Capinando lotes 01 3,2
Doméstico 02 6,5
Estagiário Estagiário no Tribunal de Justiça 01 3,2
Ajudante em eventos 01 3,2
Chaveiro 01 3,2
Cobrador 01 3,2
Firma sobre alimentos 01 3,2
Indústria/Serviços Freelancer 01 3,2
Monitora em van escolar 01 3,2
Oficina 01 3,2
Panfletagem 02 6,5
Servente de pedreiro 03 9,7
Total 31 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
241

Nas referidas atividades desenvolvidas pelos respondentes podemos notar que um


amplo leque de ocupações. É necessário ressaltar que algumas pode se tratar de situações
passiveis legalidade – trabalho protegido, ainda que os demais indícios da pesquisa não
aponte neste sentido. Outros porém são nítidos como violação de direitos.
Atividades como servente de pedreiro, panfletagem, frentista, cobrador, atendente de
caixa e outras citadas são exemplos de profissões que expõe crianças e adolescentes a riscos
ergonômicos, psicológicos, e colocam sua integridade física em risco.
Na Tabela 220, abaixo, expõem-se as respostas dos estudantes no tocante à segurança
no trabalho que desempenham:

Tabela 220 - Entre atividades de trabalho que você realiza, em alguma delas você passou
por risco de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo risco de morte?* (9º ano) –
Betim, 2017
Opções (N) (%)
Sim 04 10,5
Não 34 89,5
Total 38 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
*Foram selecionados para esse dado apenas os que responderam que trabalham de maneira remunerada ou não
nas questões anteriores, considerando também os que responderam apenas uma questão a esse respeito.

Pode-se perceber que um total de 10,5% dos estudantes que trabalham de maneira
remunerada ou não já passaram por riscos de acidentes, prejuízo à saúde, violência ou mesmo
risco de morte.
Observando de que forma se autodeclararam no que se relaciona à raça/cor e gênero
dentre os 38 que declararam trabalhar, é possível observar se esses fatores influenciam na
incidência do Trabalho Infantil ou não. Primeiramente, a Tabela 221, a seguir, mostra de que
forma esses estudantes declararam seu sexo:

Tabela 221 - Com relação ao Gênero (9º ano) – Betim, 2017*


Gênero (N) (%)
Feminino 13 34,2
Masculino 25 65,8
Total 38 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
242

Pode-se observar, na Tabela 222 que, dentre os que trabalham fora de casa, há uma
maior presença masculina. Quando se cruza a informação do sexo com a das horas
trabalhadas, é possível perceber que a mesma tendência é expressa nas horas de trabalho para
terceiros:

Tabela 222 - Você trabalha ou já trabalhou fora de casa(recebendo ou não?) relacionado


com a variável gênero (9º ano) – Betim, 2017
Horas diárias de trabalho para Gênero
Total
terceiro Feminino Masculino
184 162 346
Não trabalho
53,2% 46,8% 100,0%
05 01 06
Até 1 hora
83,3% 16,7% 100,0%
01 05 06
Até 2 horas
16,7% 83,3% 100,0%
01 0 01
Até 3 horas
100,00% 0% 100,00%
06 14 20
Mais que 3 horas
30,0% 70,0% 100,0%
197 182 379
Total geral
52,0% 48,0% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Como se pode observar, dentre os que trabalham menos horas fora de casa, as
mulheres tendem a ser maioria e dentre os que trabalham mais horas fora de casa, os homens
são maioria. A Tabela 223, abaixo, e o seu respectivo Gráfico 15 ilustram isso de maneira
mais evidente, excluindo de seu conteúdo aqueles que declararam não trabalhar e exibindo os
valores percentuais do total de estudantes que declararam trabalhar nessa primeira questão.

Tabela 223 - Horas de trabalho fora de casa relacionadas à variável gênero *(9º ano) –
Betim, 2017
Gênero
Horas de trabalho fora de casa
Feminino Masculino Total
Até 1 hora 15% 3% 100,0%
Até 2 horas 3% 15% 100,0%
Até 3 horas 3% 0% 100,0%
Mais que 3 horas 18% 42% 100,0%
Total geral 39% 61% 100,0%
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
*É preciso frisar que as porcentagens totais de cada sexo acima se diferem da primeira tabela que propôs essa relação de
variáveis, pois foram excluídos dessa questão todos os que não responderam as horas de trabalho fora de casa.
243

Gráfico 15 - Horas de trabalho fora de casa relacionadas à variável gênero (9º ano) –
Betim, 2017
42%

18%
15% 15%

3% 3% 3%
0%
Até 1 hora Até 2 horas Até 3 horas Mais que 3 horas

Sexo Feminino Sexo Masculino

Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

A Tabela 224, seguinte, demonstra como esses 38 estudantes de declararam em


relação a sua raça/cor:

Tabela 224 - Com relação à Cor/Raça (9º ano) – Betim, 2017


Cor/Raça (N) (%)
Branca 09 23,7
Preta 02 5,3
Parda 25 65,8
Indígena 01 2,6
Outra 01 2,6
Total 38 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

É possível observar uma presença de pardos dentre os que trabalham fora de casa,
entretanto, é preciso lembrar que a amostra continha percentuais desiguais de cada cor, e que
a cor parda foi a mais predominante dentre os estudantes, tendo sido a declaração de mais de
50% da amostra. Desse modo, apesar de que se observam desigualdades na tabela acima, não
se pode inferir que essa desigualdade não decorre da diferença amostral, uma vez que as
diferenças da Tabela 224, acima, se assemelham às da Tabela relacionada à autodeclaração
244

dos estudantes, exposta no início da análise dessa amostra.


No que tange a maior presença do sexo masculino nas atividades desenvolvidas fora
de casa, novamente precisamos considerar certos valores culturais que colocam sobre o jovem
e o menino, a “obrigação de trabalhar pra ser homem”, tal expressão traduz certas cobranças
sociais para o ingresso precoce no mundo do trabalho. O resultado é a exploração do trabalho
Infantil.

f) desempenho escolar

A Tabela 225, abaixo, mostra a distribuição de frequências relativas à reprovação


escolar dos estudantes respondentes:

Tabela 225 - Você já foi reprovado na escola? (9º ano) – Betim, 2017
Opções (N) (%)
Não 327 85,8
Sim, uma vez 43 11,3
Sim, duas ou mais vezes 09 2,4
Não Respondeu 02 0,5
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.

Nota-se que 85,8% dos estudantes nunca foram reprovados, e apenas 13,7% já foram.
A Tabela 226, a seguir, é relativa às pretensões dos estudantes para o final do ano escolar. A
pergunta oferecia as opções “Somente continuar estudando”, “somente trabalhar”, “continuar
estudando e trabalhar” e “ainda não sei”.

Tabela 226 - Quando terminar o ano você pretende (9º ano) – Betim, 20176
Opões (N) (%)
Somente continuar estudando 76 19,9
Somente trabalhar 04 1,0
Continuar estudando e trabalhar 278 73
Ainda não sei 19 5,0
Não Respondeu 04 1,0
Total 381 100,0
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP com dados da pesquisa de campo: O Cotidiano da Criança e do
Adolescente em Betim: educação, lazer e trabalho entre alunos do 9º ano, 2017.
.
245

É notável que 73% dos estudantes pretendem continuar estudando e trabalhar no


término do ano e somente 19,9% pretendem somente continuar estudando. O número de
estudantes que pretendem somente continuar estudando representou apenas 1% da amostra.
A maioria dos jovens pretendem em seus futuros, continuar a estudar e trabalhar, tal
pretensão é legítima e deve na medida dos marcos legais receber a devida atenção do poder
público. No entanto, essa pretensão é um profundo desafios para políticas públicas sociais em
se articularem para evitar que tal vontade juvenil se materialize em exploração do Trabalho
Infantil.
É nítida a variação do local de exploração do Trabalho Infantil em relação ao gênero
da vítima, meninas tendem sua mão de obra exploradas em atividades ligada ao espaço
doméstico e os meninos são explorados de maneira mais intensa nas atividades fora de casa.
247

7 O TRABALHO PROTEGIDO

Neste capítulo apresentamos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)


e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ambos compõem a primeira
parte do capítulo.

7.1 O Trabalho Infantil, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e


segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

Ambos são bancos de dados gerenciados pelo Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE), cujo uso é amplo na elaboração e acampamento de políticas públicas sendo que:
CAGED: Este Cadastro Geral serve como base para a elaboração de estudos,
pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que
subsidia a tomada de decisões para ações governamentais. É utilizado, ainda, pelo Programa
de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de
outros programas sociais.
RAIS: tem por objetivo o suprimento às necessidades de controle da atividade
trabalhista no País, e ainda, o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do
trabalho e a disponibilização de informações do mercado de trabalho às entidades
governamentais.
Ambos os Bancos revelam dados importantes tanto para compreensão, do fenômeno
do Trabalho Infantil e do adolescente trabalhador, já que os dados apresentam estratificação
por faixa etária. Cabe ressaltar que os dados aqui relatados se referem ao mercado de trabalho
formal, aquele cujos laborantes possuem carteira assinada. A faixa de 10 a 14, aqui relatada
também detém carteira assinada/formalidade, sejam advinda de decisões judiciais de
autorização para trabalho, sejam de fiscalizações que para efeitos previdenciários e
rescisórios, efetuam anotação em carteira, ou outro tipo análogo como, por exemplo, um
contrato artístico, publicitário ou desportivo.
248

Tabela 227 - Número de empregos formais por setor em 31 de dezembro de 2015 –


Betim/MG
IBGE Setor Masculino Feminino Total

Extração Mineral 133 19 152

Indústria de Transformação 39.031 7.392 46.423

Serviços Industriais de
468 212 680
Utilidade Pública

Construção Civil 4.083 401 4.484

Comércio 9.498 8.377 17.875

Serviços 15.530 11.022 26.552

Administração Pública 3.857 10.536 14.393

Agropecuária 315 219 534

Total 72.915 38.178 111.093


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de DEPARTAMENTO INTERSINDICAL
DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (2015).

Nota-se que o setor que mais empregou formalmente até o dia 31 de dezembro de
2015 foi o setor de Indústria de Transformação.
A seguir a Tabela 228 expressa o número de empregos formais segundo sexo e faixa
etária.
249

Tabela 228 - Número de empregos formais por sexo e faixa etária – Betim/MG
Faixas Etárias
Faixa Etária Masculino Feminino Total
10 a 14 anos 12 07 19
15 a 17 anos 622 377 999
18 a 24 anos 9.638 5.936 15.574
25 a 29 anos 11.003 5.864 16.867
30 a 39 anos 23.685 12.259 35.944
40 a 49 anos 16.827 8.465 25.292
50 a 64 anos 10.543 5.055 15.598
Acima de 65 anos 585 215 800
Total 72.915 38.178 111.093
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de DEPARTAMENTO INTERSINDICAL
DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (2015).

Observa-se que, do total de 111.093 empregos formais registrados no banco de dados


de referência, 1.018 foram para crianças e adolescentes de 10 a 17 anos.
A seguir a Tabela 229 expressa a remuneração média dos empregos formais em 31 de
dezembro de 2015.

Tabela 229 - Remuneração média de empregos formais em 31 de dezembro de 2015 –


Betim/MG
Sexo
Faixa Etária Total
Masculino Feminino
10 a 14 anos 373,31 387,83 378,15

15 a 17 anos 528,88 506,83 520,55

18 a 24 anos 1.582,04 1.212,91 1.440,25

25 a 29 anos 2.570,43 1.907,77 2.338,85

30 a 39 anos 3.273,69 2.162,72 2.892,55

40 a 49 anos 3.957,61 2.568,38 3.487,34

50 a 64 anos 4.538,81 2.920,54 4.002,97

Acima de 65 anos 3.223,12 2.737,64 3.090,85


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de DEPARTAMENTO INTERSINDICAL
DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (2015).
250

Tabela 230 - Variação do emprego formal em 31 de dezembro entre 2014 e 2015


Sexo
Faixa Etária Total
Masculino Feminino
10 a 14 anos -4 -5 -9
15 a 17 anos -162 -166 -328
18 a 24 anos -2.652 -880 -3.532
25 a 29 anos -1.853 -481 -2.334

30 a 39 anos -2.199 -516 -2.715


40 a 49 anos -865 -349 -1.214
50 a 64 anos -181 131 -50

Acima de 65 anos -17 23 06

Total -7.933 -2.243 -10.176


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP com dados extraídos de DEPARTAMENTO INTERSINDICAL
DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (2015).

Nas Tabelas 231 e 232, seguintes, será demostrada a flutuação de emprego conforme o
setor econômico produtivo, Betim apresenta forte atividade na Indústria de Transformação e
no Setor de Serviços, o que favorece para formalização dos empregos.

Tabela 231 - Flutuação do emprego formal, com ajustes - Jan. a dez. de 2016
Total das Atividades

IBGE Setor Admitidos Desligados Saldo

Extração Mineral 71 83 -12

Indústria de Transformação 7.763 13.980 -6.217

Serviços Industriais de
108 209 -101
Utilidade Pública

Construção Civil 3.217 3.947 -730

Comércio 7.050 7.216 -166

Serviços 10.431 11.938 -1.507

Administração Pública 161 149 12

Agropecuária 400 270 130

Total 29.201 37.792 -8.591


Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2018).
Tabela 232 - Flutuação do emprego formal. com ajustes - Jan até jun de 2017
251

Total das Atividades


IBGE Setor Admitidos Desligados Saldo
Extração Mineral 31 21 10
Indústria de Transformação 4.681 5.901 -1.220
3 - SERV IND UP 94 80 14
Construção Civil 1.486 1.520 -34
Comércio 3.346 3.562 -216
Serviços 6.378 6.355 23
Administração Pública 83 38 45
Agropecuária 165 98 67
Total 16.264 17.575 -1.311
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2018).

Tais dados sobre admissão e demissão de empregados formalizados na cidade de


Betim são importantes para compreender as recentes dinâmicas do trabalho protegido na
cidade. A diminuição de postos formalizados tende a direcionar os trabalhadores para
ocupações laborais não formalizadas, sem carteira assinada, relação que afeta os jovens que
também passam a estar à mercê de relações informais de trabalho.
Vale lembrar que o trabalho protegido somente ocorre com vinculo de emprego
formalizado – carteira assinada ou em contrato de Estágio nos termos da lei. Logo a
exploração de jovens sem a devida formalização é Trabalho Infantil.

7.2 Relatório entrevista: Superintendência Municipal de Trabalho Emprego e Renda

a) Relatório Entrevista semi estruturada sobre o Trabalho Protegido realizada no dia:


04/01/2018
b) nome do entrevistado:
 Antônio Carlos Matos Rocha
 cargo/função: Superintendente Municipal de Trabalho Emprego e Renda

Esta superintendência é responsável por orientar, qualificar e encaminhar as pessoas


que buscam o primeiro ou um novo emprego para as empresas de diversos ramos de negócio.
A repartição ainda é responsável em ofertar variados cursos gratuitos de capacitação para
jovens que ingressam no mercado de trabalho, como aprendizes. Os cursos também são
252

ofertados para as pessoas que buscam se aperfeiçoar para o mercado, cada vez mais
competitivo, por meio do Sistema Nacional de Emprego (SINE).
Através de entrevista semi estruturada com o Superintendente, que ocupa o cargo há
um ano, foi observado que o órgão desenvolve ações como:
O Programa Jovem do Bem encaminha adolescentes com idade condizente para o
primeiro emprego, oferecendo desconto nos impostos municipais como incentivo às empresas
contratantes.
O Polo Tecnológico de formação e iniciação no trabalho oferece cursos de
T.I./designer, metalurgia, segurança do trabalho e eletroeletrônica, através de parcerias com
organizações como a Universidade Aberta e Integrada (UAITEC), Universidade Federal de
Viçosa (UFV) e Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (ULTRAMIG). O
público atingido por essas ações é diverso, sendo composto por jovens universitários, pessoas
em situação de risco encaminhadas pelo CRAS e pelo CREAS. O setor que oferta maior
número de vagas para esse público é a indústria.
Segundo o entrevistado, o órgão não recebeu até o momento, nenhum
encaminhamento caracterizado como um caso de Trabalho Infantil e em sua percepção um
ponto positivo das práticas de enfrentamento ao Trabalho Infantil no município de Betim, são
as companhas publicitárias de sensibilização acerca do tema. Aponta como a principal
dificuldade a falta de vagas na Escola Integral e sugere o investimento nesse setor como
aprimoramento das estratégias para enfrentamento a esse fenômeno.

7.3 Programa Municipal Jovem do Bem

Programa é uma iniciativa municipal que visa à criação e à manutenção da


aprendizagem, estágio, emprego e escolarização, de jovens estudantes do ensino público. No
âmbito do presente documento a ação será abordada como um programa que visa a inserção
laboral de adolescentes na condição de trabalho protegido.
O programa oferece descontos de 1 a 50% no Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana (IPTU) e de até 20% no Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN), imposto próprio gerado, para as empresas que aderirem à proposta e criar novas
oportunidades para quem tem de 14 a 24 anos.

São bem grandes os grupos que figuram como público alvo:


253

Primeiro emprego: jovens com idade a partir de 18 anos e idade de até 24 anos, que
estejam em busca da primeira oportunidade. A proposta quer sanar a dificuldade do candidato
sem experiência ser absorvido pelo mercado local de trabalho.
Jovem aprendiz: focado no jovem a partir dos 14 anos que vai dividir o período do dia
entre estudar e trabalhar como aprendiz em alguma empresa parceira do Jovem do Bem.
Estágio: a ideia é incentivar a contratação de estagiários com idades a partir de 16 anos
por parte das empresas da iniciativa privada instaladas na cidade.
A Superintendência de Trabalho, Emprego e Renda (SETER), ligada à SEMAS, está
responsável pela gestão do programa.
O presente programa é de grande valia para a agenda de promoção do trabalho
protegido. Os critérios adotados favorecem os estudantes de escola pública e estabelecem
incentivos fiscais importantes para empresas o que possibilita a abertura de novas vagas e
oportunidades aos jovens.
255

8 CONSIDERAÇÕES E PROPOSIÇÕES FINAIS

A realidade vivida pelas crianças, pelos adolescentes, pelos jovens e suas famílias
residentes em Betim é resultado das relações sociais presentes no município. O trabalho,
culturalmente valorizado como uma prática social educadora, por outro lado, é percebido
enquanto possível gerador de consequências nefastas para o desenvolvimento integral das
crianças, adolescentes e jovens submetidos ao Trabalho Infantil.

8.1 O Trabalho Infantil em Betim por tipo e Regional Administrativa, segundo Prova
Brasil

Com a finalidade de identificar as regionais administrativas de Betim com a maior


presença de Trabalho Infantil, entendemos como mais apropriados os dados referentes à Prova
Brasil, dado a extensão quase que censitária dos mesmos. A Tabela 233 e o Gráfico 16 a
seguir expressam dados relacionados aos índices de Trabalho Infantil em nível nacional,
estadual especificamente do município de Betim segundo a Prova Brasil 2015. Os dados
foram agregados de modo a permitir uma comparação entre tais níveis, as categorias
agregadas dizem respeito ao Trabalho Infantil Doméstico e Fora de Casa, como são dispostos
no questionário do referido exame.
Para tanto, os dados foram agregados em dois momentos: no primeiro momento, foi
realizada a soma do total de respostas válidas para cada uma das questões relativas ao
Trabalho Infantil, entre 5º e o 9º ano, de modo a nos permitir tirar uma média geral do
Trabalho Infantil Doméstico e do Trabalho Infantil Fora de Casa no município de Betim,
segundo a Prova Brasil 2015, entendendo que o aluno que respondeu o questionário do 5º ano
não é o mesmo que respondeu o do 9ºano.
Em um segundo momento, foi feita a média do Trabalho Infantil Geral, desta vez
agregando os dados das duas questões referentes à violação, sendo assim, os dados obtidos
foram os seguintes:
256

Tabela 233 - Média dos índices de Trabalho Infanitil a nível nacional, estadual e
municipal – 5º e 9º ano - Prova Brasil 2015
Brasil Minas Gerais Betim
Prova Brasil 2015
(N) (%) (N) (%) (N) (%)

Trabalho Infantil 534.040,3 14,6 58.256,6 15,1 1.238,5 14,4

Total 3.657.810,0 100,0 385.805,0 100,0 8.600,5 100,0

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2018) com dados extraídos de (QEDU, 2015).

Gráfico 16 - Percentual de Trabalho Infantil em nível Nacional, Estadual e Municipal -


Betim, MG

16 14,6 15,1 14,4

1
Brasil Minas Gerais Betim
Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

Nota-se que a média do índice de Trabalho Infantil no município de Betim, 14,4%, é


bem próxima da média nacional, 14,6%, enquanto a média estadual corresponde a 15,1%.
Buscando compreender ainda mais as diversas facetas da violação em questão, o
Gráfico 17, a seguir, expressa as médias nacional, estadual e do município de Betim, desta vez
com os dados desagregados.
257

Gráfico 17 - Trabalho Infantil por tipo, em nível Nacional, Estadual e Municipal -


Betim, MG

18,0% 17,1%

15,5% 15,7%
16,0%
14,5%
13,7%
14,0%
11,8%
12,0%

10,0%

8,0%

6,0%

4,0%

2,0%

0,0%
Brasil Minas Gerais Betim

Trabalho Infantil Doméstico Trabalho Infantil Fora de casa

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

Com base nos dados percebe-se que, de um modo geral, a presença do Trabalho
Infantil Doméstico é mais evidente em todos níveis pesquisados. Os índices de Trabalho
Infantil Doméstico no município de Betim são mais elevados quando comparados às médias
nacional e estadual, enquanto os índices de Trabalho Infantil Fora de casa encontram-se mais
baixos.
Os Gráficos, a seguir, dizem respeito ao município de Betim especificamente. Para
analisar os índices de Trabalho Infantil do município buscamos compreender como se dá sua
distribuição segundo as regionais administrativas.
258

Gráfico 18 - Trabalho Infantil por tipo, segundo Regional Administrativa - Betim,


MG

25,0%
22,0%
21,3%

20,0% 18,9% 18,5%


17,9%
17,3%
16,4% 16,2% 16,2% 16,2%
15,6%
15,6%
15,0% 14,0%

11,8% 12,2%
11,4%
10,9% 10,4%
9,9%
10,0% 8,7%

5,0%

0,0%

Trabalho Infantil Doméstico Trabalho Infantil Fora de casa

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL,


2015a).

Com a finalidade de sintetizar ainda mais a informação, de modo a permitir uma


identificação das regionais administrativas de maior incidência da violação em questão, no
gráfico abaixo agregamos os dados relativos ao Trabalho Infantil Doméstico e Fora de Casa.
259

Gráfico 19 - Trabalho Infantil, segundo Regional Administrativa - Betim, MG


25,0%

19,9%
20,0%
17,6%
16,0% 16,5%
15,3%
15,0% 13,8% 13,9%
12,4% 13,1%
12,2%

10,0%

5,0%

0,0%

Trabalho Infantil

Fonte: Elaborado pela UNILIVRECOOP (2017) com dados extraídos de (BRASIL, 2015a).

Temos que as Regionais Administrativa de maior incidência de Trabalho Infantil em


Betim, considerando conjuntamente o trabalho Fora de Casa e o Doméstico, são as Regionais
Icaivera, Vianópolis, PTB, Citrolândia e Teresópolis, todas elas apresentam índices superiores
às medias municipal, estadual e nacional, sendo portanto essas Regionais as que se deve
promover ações de imediato.

8.2 Trabalho infantil e desempenho escolar

A seguir são apresentadas algumas análises realizadas a partir dos dados coletados da
Prova Brasil 2015. As análises buscaram relacionar o desempenho escolar dos alunos do 5º e
9º ano em Matemática e Português com os índices de tal violação nos âmbitos doméstico e
fora de casa, segundo a base de dados.
As informações estão dispostas segundo as regionais administrativas do município, de
modo que seja possível visualizar a possível influência negativa do Trabalho Infantil no
desempenho dos alunos em Matemática e Português.
260

8.2.1 Prova Brasil 5º Ano

Gráfico 20 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Vianópolis
52
Prefeito Alcides Braz (EM) 76
16
17
45
Jorge Afonso Defensor (EM) 54
21
20
65
Desembargador Souza Lima (EM) 72
19
12
45
Barao do Rio Branco (EM) 65
9
12
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Na regional de Vianópolis, nota-se que as escolas nas quais os índices de Trabalho


Infantil são baixos, o desempenho dos alunos é melhor.
O mesmo se observa na regional de Citrolândia, Gráfico 21 a seguir, enfatizando a
escola Geraldo Jorge Meira na qual os índices de Trabalho Infantil são os menores e o
desempenho dos alunos em Português e Matemática é o mais elevado da regional.

Gráfico 21 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho e


Escolar (Matemática e Português), 5ºano - Citrolândia
39
Jose Vilaca Guimaraes (EM) 22 47
6 46
Geraldo Jorge Meira (EM) 65
45
54
Frei Rogato (EM) 1315 50
36 51
Frei Edgard Groot (EM)
1818
52
Em Manoel Saturnino de Carvalho 65
13 13 57
Carmelita Catarina da Mata (EM) 58
9 17
0 20 40 60 80
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)
261

O mesmo se observa nos gráficos seguintes, na regional de Imbiruçu destacamos as


escolas Waldemar da Luz Gonçalves; Rita Maria da Silva Tia Ritinha e a escola Geferson
Ventura de Souza, que apresentam os menores índices de Trabalho Infantil e os melhores
desempenhos em Matemática e Português.

Gráfico 22 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Imbiruçu
62 72
Waldemar da Luz Goncalves (EM) 2 13 54
Sebastiana Diniz Mattos Cardoso (EM) 19 54
4
66 75
Rita Maria da Silva Tia Ritinha (EM) 79
53 65
Osorio Aleixo da Silva (EM) 7 20
38 64
Maria da Conceição Brito (EM) 6 14
58 71
Maria Cristina (EM) 1013
75 81
Geferson Ventura de Souza (EM) 6 14
49
Em Professor Kassio Vinicius Castro Gomes 10 49
10 29 36
Em Israel Jose Carlos 18
18
40 68
Do Bairro Sao Cristovao (EM) 10 17
34 50
Arthur Trindade (EM) 17
18
52
Abilio Gomes da Costa (EM) 8 51
22
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)
262

Gráfico 23 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho escolar


(Matemática e Português), 5ºano - PTB

50
Presidente Raul Soares (EM) 61
6
11
26
Maria Mourici Granieri (EM) 38
14
15
33
Edir Terezinha A Fagundes (EM) 59
9
11
35
Angela Ribeiro Batista Maia (EM) 55
8
16
42
Adelina Mesquita Januzzi (EM) 61
37
47
0 20 40 60 80

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Conforme ilustrado no Gráfico 23, acima, na regional PTB também podemos observar
a mesma tendência. Destacamos as escolas Presidente Raul Soares e Edir Terezinha A
Fagundes como exemplos, nas quais os índices de Trabalho Infantil são relativamente os
menores da regional, concomitantemente, o desempenho escolar dos alunos em Matemática e
Português estão entre os melhores.
263

Gráfico 24 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Alterosas
56
Tito Flavius Lima Andrade (EM) 68
15
9
44
Sebastiao Ferreira de Oliveira (EM) 64
23
9
41
Olimpia Maria da Gloria (EM) 47
16
9
41
Maria da Penha Santos Almeida (EM) 52
15
10
51
Maria Aracelia Alves (EM) 50
13
9
52
Marcilio Melo Rezende (EM) 65
4
12
69
Jose Miranda Sobrinho (EM) 75
8
11
53
Joao Batista Machado de Brito (EM) 72
12
9
80
Isaura Coelho (EM) 75
7
17
44
Florestan Fernandes (EM) 59
7
12
45
Em Gilberto Alves da Silva 73
2
24
41
Em Fausto Figueiredo de Oliveira 51
18
11
38
Em Ana Candida de Jesus 56
9
16
38
Edmeia Duarte de Oliveira Braga (EM) 58
11
19
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Com relação à regional Alterosas, destacamos as escolas José Miranda Sobrinho e


Isaura Coelho.
264

Gráfico 25 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Teresópolis
34
Maria de Lourdes Oliveira (EM) 67
19
13
40
Francisco de Sales Barbosa (EM) 52
11
13
44
Bento Machado Ribeiro (EM) 51
4
30
41
Belizario Ferreira Caminhas (EM) 57
16
16
37
Aristides Jose da Silva (EM) 48
15
14
27
Adelina Goncalves Campos (EM) 35
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Gráfico 26 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Norte
68
Téc de Artes Profissionais (CE) 71
9
4
60
Mario Marcos C Tupynamba (EM) 70
7
9
50
Lucia Farage Freitas Gumiero (EM) 60
11
14
76
Josefina Macedo Gontijo (EM) 82
11
16
42
Em Maria Jose Campos 54
13
8
72
Antonio Tereza dos Santos (EM) 73
3
16
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)
265

A regional Norte também apresenta uma certa tendência com relação à hipótese
elaborada, destacamos as escolas Téc. de Artes Profissionais e Antônio Tereza dos Santos.
O mesmo ocorre na regional Centro, na qual destacamos as escolas Raul Saraiva
Ribeiro e Antônio D’ Assis Martins.

Gráfico 27 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Centro

40
Gino José de Souza 61
17
14
74
Raul Saraiva Ribeiro (EM) 80
6
10
77
Margarida Soares Guimaraes (EM) 81
13
5
41
Jose Salustiano Lara (EM) 63
8
25
34
Geraldo Magela Diniz (EM) 44
16
8
63
Clovis Salgado (EM) 79
7
18
78
Antonio D Assis Martins (EM) 81
5
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

A seguir são apresentadas as informações com relação às regionais Icaivera e


Petrovale.
266

Gráfico 28 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Icaivera

30
39
Maria Elena da Cunha Braz (EM)
19
21

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Gráfico 29 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 5ºano - Petrovale

44
48
Valerio Ferreira Palhares (EM)
19
16

0 10 20 30 40 50 60

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015a)

Como foi possível observar nos gráficos acima, de um modo geral, onde os índices de
Trabalho Infantil são pequenos, há uma melhora notável no desempenho dos alunos do 5º ano
em Matemática e Português. O que também se verifica no inverso, contudo em menor grau,
de modo que, onde os índices de Trabalho Infantil são elevados, o desempenho dos alunos em
Português e, principalmente, em Matemática é menor.
267

8.2.2 Prova Brasil 9º Ano

Gráfico 30 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Vianópolis

13
37
Jorge Afonso Defensor (EM)
17
24

17
37
Barao Do Rio Branco (EM)
22
17

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Gráfico 31 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Citrolândia
20
Vereador Rafael Barbizan (EM) 46
11
18
8
Jose Vilaca Guimarães (EM) 34
9
17
16
Geraldo Jorge Meira (EM) 26
20
27
15
Frei Rogato (EM) 29
21
30
0 10 20 30 40 50
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Como pode ser observado, na regional Citrolândia, dentre as escolas com os menores
índices de Trabalho Infantil, nota-se uma melhora significativa no desempenho dos alunos em
Matemática e Português. Destacamos as escolas José Vilaça Guimarães e Vereador Rafael
Barbizan como exemplos.
268

Gráfico 32 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Imbiruçu
25
Waldemar da Luz Goncalves (EM) 38
12
13
18
Rita Maria da Silva Tia Ritinha (EM) 30
5
20
21
Osorio Aleixo da Silva (EM) 35
22
20
12
Maria da Conceicão Brito (EM) 43
15
24
38
Maria Cristina (EM) 65
14
17
7
Em Professor Kassio Vinicius Castro Gomes 41
7
16
14
Em Israel Jose Carlos 19
14
25
24
Arthur Trindade (EM) 48
6
14
12
Abilio Gomes da Costa (EM) 29
9
20
0 10 20 30 40 50 60 70
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico

Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Gráfico 33 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - PTB

14
Adelina Mesquita Januzzi (EM) 30
5
40
5
Edir Terezinha A Fagundes (EM) 19
15
22
8
Presidente Raul Soares (EM) 34
8
21
17
Angela Ribeiro Batista Maia (EM) 39
10
14
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)
269

Gráfico 34 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Alterosas
30
Tito Flavius Lima Andrade (EM) 48
19
25
14
Sebastiao Ferreira de Oliveira (EM) 31
11
17
11
Olimpia Maria da Gloria (EM) 31
12
19
8
Maria da Penha Santos Almeida (EM) 36
13
22
14
Maria Aracelia Alves (EM) 32
10
21
25
Jose Miranda Sobrinho (EM) 56
7
17
14
Joao Batista Machado de Brito (EM) 50
7
25
13
Isaura Coelho (EM) 39
8
20
11
Florestan Fernandes (EM) 39
22
22
19
Em Gilberto Alves da Silva 34
4
20
14
Em Fausto Figueiredo de Oliveira 27
17
17
17
Em Ana Candida de Jesus 52
15
5
9
Edmeia Duarte de Oliveira Braga (EM) 57
12
22
0 10 20 30 40 50 60

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)
270

Gráfico 35 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Teresópolis
4
Maria de Lourdes Oliveira (EM) 12
9
22
19
Francisco de Sales Barbosa (EM) 40
15
30
10
Bento Machado Ribeiro (EM) 19
13
33
9
Belizario Ferreira Caminhas (EM) 33
9
15
17
Aristides Jose da Silva (EM) 26
10
17
18
Adelina Goncalves Campos (EM) 47
12
16
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Gráfico 36 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Norte
35
Téc de Artes Profissionais (CE) 56
11
21
13
Mario Marcos C Tupynamba 48
(EM) 15
15
9
Lucia Farage Freitas Gumiero 27
(EM) 8
20
35
Josefina Macedo Gontijo (EM) 53
6
25
19
Em Maria Jose Campos 31
6
35
27
Antonio Tereza Dos Santos 63
(EM) 6
13
0 10 20 30 40 50 60 70
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)
271

Gráfico 37 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Centro
13
Gino José de Souza 42
11
21
26
Raul Saraiva Ribeiro (EM) 49
8
20
23
Margarida Soares Guimaraes (EM) 64
13
13
21
Jose Salustiano Lara (EM) 39
14
12
45
Clovis Salgado (EM) 65
8
14
47
Antonio D Assis Martins (EM) 67
14
12
0 20 40 60 80
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Gráfico 38 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Icaivera
12
Maria Elena da Cunha Braz (EM) 41
18
22
0 10 20 30 40 50

Desempenho em Matemática Desempenho em Português


TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)

Gráfico 39 - Percentual de Trabalho Infantil em relação ao Desempenho Escolar


(Matemática e Português), 9ºano - Petrovale
17
Valerio Ferreira Palhares (EM) 31
13
9
0 10 20 30 40
Desempenho em Matemática Desempenho em Português
TI Fora de casa TI Doméstico
Fonte: Elaborado por UNILIVRECOOP, com dados extraídos de (BRASIL, 2015b)
272

Como foi possível observar nos gráficos acima, de um modo geral, onde os índices de
Trabalho Infantil são pequenos, há uma melhora notável no desempenho dos alunos do 9º ano
em Matemática e Português. O que também se verifica no inverso, contudo em menor grau,
de modo que, onde os índices de Trabalho Infantil são elevados, o desempenho dos alunos em
Português e, principalmente, em Matemática é menor.
O presente estudo mostra que o Trabalho Infantil está presente na realidade escolar.
Nesse sentido é importante que as escolas integrem o enfretamento a esta mazela, as pesquisas
de campo demostraram uma participação expressiva dos pais e responsáveis de alunos, desse
modo, sugerimos que a rede municipal de ensino de Betim, inclua nos Projetos Políticos
Pedagógicos das escolas o tema, de modo a trabalha-lo continuamente. Sugerimos ainda a
capacitação de professores e gestores escolares sobre a temática.

8.3 Demais considerações e proposições finais

a) aplicativo celular para prevenção do Trabalho Infantil

Conforme observamos nas pesquisas de campos, a grande maioria das crianças e


adolescentes dedicam parte considerável de seus dias ao navegar ou jogar no ambiente virtual,
sendo uma tendência dessa geração. Neste sentido sugere que seja elaborado um aplicativo de
celular que possa ter a interface lúdica visando a dialogar com crianças e adolescentes sobre
os malefícios do Trabalho Infantil e onde se pode buscar proteção contra essa violação. Tal
método virtual já é utilizado pelo Ministério Público do Trabalho.
Além do desenvolvimento desse aplicativo, sugerimos que os Jogos Pedagógicos, bem
como os Jingles, Spots para rádio e vídeos desenvolvidos pela Unilivrecoop em Parceria com
a SEDESE sobre o Trabalho Infantil sejam reproduzidos e veiculados no município.

b) Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde, equipes Saúde da Família

Os profissionais da saúde podem ser importantes aliados na prevenção e enfretamento


ao Trabalho Infantil. Os Agentes Comunitários de Saúde efetuam o acompanhamento de um
considerável número de famílias de Betim. Sugere que seja feita capacitação a esses agentes
como forma de aumentar a rede de identificação do Trabalho Infantil. Sugere também a
inclusão dos profissionais da estratégia de Saúde da Família nesta capacitação.
273

c) Capacitação dos coordenadores e técnicos de equipamentos CRAS, CREAS e Centro


POP, sobre as novas formas de Trabalho Infantil.

As entrevistas nos equipamentos do SUAS em Betim apontaram que de modo geral os


técnicos tem domínio sobre os conceitos e estratégias de enfretamento das “formas clássicas
de Trabalho Infantil”. Porém, atualmente se observa o surgimento de novas formas de
exploração, com Youtubers, venda de “Nudes por celular” – pedofilia e outros. Para tanto
sugere capacitar para enfrentar essas novas formas.

d) Treinamento sobre Sistemas do SUAS e rotinas da Informação

No presente trabalho pode se observar que de maneira geral os equipamentos do


CRAS, CREAS e outros serviços do SUAS, atuam na temática do Trabalho Infantil. Porém
esta atuação nitidamente está sub-representação em bancos de dados oficiais da Assistência
social como o RMA e o CadÚnico. O não correto registro da informação das ações e da
condição da pessoa nesses bancos de dados, além de reduzir certas parcelas de recursos
públicos a serem transferidos ao município, reduzem as possibilidades de monitoramento da
violação. Sugere atenção especial na marcação do chamado “campo 10 do CadÚnico” que
identifica a família com presença de Trabalho Infantil. Justifica assim o treinamento da
equipe.

e) Rever a ausência de cadastro de entidades do Trabalho Protegido – Aprendizagem no


CMDCA

A resolução 164 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente


(CONANDA) estabelece no seu art. 1º que os CMDCAs devem registrar as entidades sem
fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e a educação profissional,
nos termos do caput do art. 91, do Estatuto da Criança e do Adolescente. No entanto,
conforme informado pelo próprio CMDCA por e-mail, o conselho em Betim não mantém este
cadastro. O que além de contrariar a resolução do CONANDA, tende a fragilizar as propostas
de Trabalho Protegido. Sugere a observação técnica do CMDCA de Belo Horizonte que
mantém regularmente o cadastro.
274

f) Estabelecimento de agenda de trabalho entre o PETI e os Conselhos Tutelares

O presente estudo observou que não há uma agenda comum de ações e estudo do caso
entre o PETI e os conselheiros tutelares. Esse distanciamento das ações geram efeitos
indesejáveis que não favorecem o enfretamento ao Trabalho Infantil. Os conselhos estão
inseridos nos mesmos territórios que a Assistência Social, dessa forma ambos devem
harmonizar as atuações. É fundamental o compartilhamento de informações entre os atores.

g) Capacitação para Conselhos Tutelares sobre o Trabalho Infantil e Vigilância


Socioassistencial

Os relatórios apresentados pelos Conselhos Tutelares demostram equívocos na


classificação do Trabalho Infantil e uma profunda desorganização metodológica das
informações de seus atendimentos, o que impossibilitam sua utilização para Vigilância
Socioassistencial. Sugere urgentemente a capacitação dos conselheiros e seus colaboradores
para estabelecer padrões míninos de organização de relatórios e tratamento da informação
sobre o Trabalho Infantil e outros temas sociais.

h) Plano Municipal de Enfretamento ao Trabalho Infantil

Uma vez que concluímos um extenso e profundo diagnóstico sobre o Trabalho Infantil
em Betim, compreendemos que o passo seguinte deve ser o de elaborar o Plano Municipal de
Enfrentamento ao mesmo.

i) Atualização do Diagnóstico da Criança e do Adolescente de Betim

Dadas as fragilidades da rede de proteção apontadas neste relatório, podemos inferir


que os problemas da rede afetam de modo geral outros aspectos relativos a esse público, desse
modo, com a finalidade de conhecer tais problemas, sugerimos a atualização do Diagnóstico
da Criança e do Adolescente do município.
275

REFERÊNCIAS

BELO HORIZONTE (MG). Prefeitura. Diagnóstico da situação da criança, do adolescente


e do jovem em Belo Horizonte: Livro 3. : caracterização sociodemográfica da população
infantojuvenil nas regionais administrativas do município. Belo Horizonte:
UNILIVRECOOP, 2013. [Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre,
planejamento e execução da pesquisa; Amadeu Roselli-Cruz / Dener Antônio Chaves / Dilma
Fróes Vieira / Dimas Antônio Souza / Marco Antônio Couto Marinho, coordenação].

BETIM. Prefeitura Municipal. Decreto nº 40.534, de 02 de dezembro de 2016. dispõe sobre a


implantação do protocolo da saúde do trabalhador na atenção primária no Município de
Betim. Órgão Oficial, Betim, Ano 9, n. 1346, 2016. Disponível em: <
http://www.betim.mg.gov.br/arquivosorgao/orgaooficial_9_1346_1_06122016.pdf>. Acesso
em: 15 set. 2016.

BRASIL. Conselho Nacional do Ministério Público. Manual de atuação do Ministério


Público na Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Brasília - DF: CNMP, 2013.
[Elaborado por MEDEIROS NETO, Xisto Tiago; MARQUES, Rafael Dias].

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado, 1988.


Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para
instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
(...).Diário Oficial da União, Brasília, 5 out. 1988. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 15 set.
2016.

BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do


Trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 1943. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm> Acesso em: 02 jun. 2018.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,16 jul. 1990.

BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452 de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do


trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, Seção 1, 9 ago. 1943, p. 11937. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del0406.htm.> Acesso em:
5 jun. 2018.

BRASIL. Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do


Adolescente Trabalhador. 2. ed. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Ministerial nº 931, de 21 de março de 2005.


Diário Oficial da União, Brasília, 22 mar. 2005. Disponível em: <
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/legislacao/Portaria931_Novo
Saeb.pdf> Acesso em: 02 jun. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. SAEB 2015: Sistema de Avaliação da Educação Básica:


questionário do aluno 5º ano (4ª série) do ensino fundamental. Brasília: Amazonanaws,
2015a. Disponível em: < https://s3.amazonaws.com/qedu-blog/questionarios-
pb2015/Questionario+ALUNO+-+5+Ano+Ensino+Fundamental.pdf> Acesso em: 19.out.
276

2017.

BRASIL. Ministério da Educação. SAEB 2015: Sistema de Avaliação da Educação Básica:


questionário do aluno 9º ano (8ª série) do ensino fundamental. Brasília: Amazonanaws,
2015b. Disponível em: < https://s3.amazonaws.com/qedu-blog/questionarios-
pb2015/Questionario+ALUNO+-+9+Ano+Ensino+Fundamental.pdf> Acesso em: 02 jun.
2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan


Net. Trabinfantil: casos confirmados notificados no sistema de informação de agravos de
notificação - Minas Gerais. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/trabinfantilMG.def> Acesso em:
19.dez. 2017.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. CadÚnico. Brasília: MDS, 2015c.


Disponível em: < http://mds.gov.br//assuntos/cadastro-unico/dados > Acesso em: 03 jun.
2018.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Sistema Único de Assistência Social. Censo


SUAS 2016: Questionário CRAS Centro de Referência de Assistência Social. Brasília: MDS,
2016. Disponível em: <
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/dicivip_datain/ckfinder/userfiles/files/Censo_SUAS_2016/C
enso%20SUAS%202016%20-%20Questionario%20CRAS.pdf> Acesso em: 19 out. 2017.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Resumo


dos Resultados. Brasília: Ministério da Fazenda, jan. 2018. Disponível em: <
http://www.fazenda.gov.br/centrais-de-conteudos/publicacoes/conjuntura-
economica/emprego-e-renda/2018/informativo-economico-caged-de-janeiro-18> Acesso em:
04 jun. 2018.

CAMARANO, Ana Amélia, et al. Famílias: espaço de compartilhamento de recursos e


vulnerabilidades. In: CAMARANO, Ana Amélia. Os novos idosos brasileiros muito além
dos 60? Rio de Janeiro: IPEA,2004.

CAMARGOS, Elisangela de Oliveira. Movimentos migratórios e pendulares na RMBH: o


caso de Betim no final do Século XX. 2006. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal
de Minas Gerais, Centro de Desenvolvimeto e Planejamento Regional, Belo Horizonte, 2006.

CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de. O trabalho infantil no Brasil contemporâneo.


Caderno CRH, Salvador, v.21, n.54, p.551-569, set./dez. 2008.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Defensoria pública e Ministério Público – o que


faz cada um? Brasília: CNJ, 2015. Disponível em: < http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/77307-
defensoria-publica-e-ministerio-publico-o-que-faz-cada-um> Acesso em: 03 jun. 2018.

COSTA, Bruno Lazarotti Diniz; BRONZO, Carla. Intersetorialidade no enfrentamento da


pobreza: o papel da implementação e da gestão. In: FARIA, Carlos Aurélio Pimenta de.
(Org.). Implementação de políticas públicas: teoria e prática. Belo Horizonte: PUC Minas,
2012. p. 50-81.
277

DEFINIÇÃO de trabalho infantil. Como a OIT (Organização Internacional do Trabalho)


define "trabalho infantil"? Folha de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1611201011.htm>. Acesso em: 30 maio 2015.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS


SOCIOECONÔMICOS. Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda
2015: mercado de trabalho: livro 1. São Paulo: DIEESE, 2015. Disponível em: <
https://www.dieese.org.br/anuario/2015/sistPubLivreto1MercadoDeTrabalho.pdf>. Acesso
em: 03 jun 2018.

FREITAS, Dirce. A avaliação da educação básica no Brasil. Campinas, SP: Autores


Associados, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Betim: informações


estatísticas: Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010a. Disponível em: <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/betim/panorama>. Acesso em: 01 jun. 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico: 2000


e 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 e 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Betim. Rio de Janeiro:


IBGE, 2017. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/betim/panorama>.
Acesso em: 01 jun. 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censos Demográficos:


1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010b. Disponível em: <
www.ibge.gov.br >. Acesso em: 19 jun. 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por


Amostragem Domicílios. 2001 a 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Microdados do Enem 2013. Brasília: INEP, 2015a. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/basicalevantamentos-acessar>. Acesso em: 30 maio 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Prova Brasil: resultados. Brasília: INEP, 2015b. Disponível em: <
http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb/resultados>. Acesso em: 30 maio
2015.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA.


Microdados: Exame Nacional do Ensino Médio. Brasília: INPE, 2015c. Disponível em: <
http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/microdados-do-
enem-2015-ja-podem-ser-consultados/21206>. Acesso em: 19 jun. 2017.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA.


Microdados: Exame Nacional do Ensino Médio. Brasília: INPE, 2015d. Disponível em: <
http://portal.inep.gov.br/web/guest/inicio >. Acesso em: 19 jun. 2017.
278

KASSOUF, Ana Lúcia. Aspectos socioeconômicos do trabalho infantil no Brasil. São


Paulo: CEPEA, 2007. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/> Acesso em: 07 jun.
2015.

KASSOUF, Ana Lúcia. O que conhecemos sobre o trabalho infantil? Nova Economia, Belo
Horizonte, v. 17, n. 2, p.323-350, maio/ago. 2007.

MARINHO, Marco Antônio Couto. Vida Social na Marginal: Trajetórias juvenis na


periferia metropolitana de Belo Horizonte. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Tese (Doutorado)- Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais, Belo Horizonte, 2016.

MARQUES, Walter Ernesto Ude. Infâncias ( Pré-) ocupadas: trabalho infantil, família e
identidade. Editora Plano, Brasília, 2001.

MARQUES, Walter Ernesto Ude. Redes sociais: possibilidade metodológica para uma
prática inclusiva. In: CARVALHO, A. et all. (Org.) Políticas Públicas . Editora UFMG, 2002

MARKS, RG. Designing a research project. New York: Van Nostrand Reinhold Company,
1982.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Defesa Social. Belo Horizonte: SEDS, 2014.
Disponível em: < https://www.educacao.mg.gov.br/leis/story/8567-atendimento-ao-
adolescente-autor-de-ato-infracional-e-humanizado-em-minas-gerais > Acesso em: 07 jun.
2015.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2005

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES. As metrópoles no Censo: quem somos?. [S. l.]:


Observatório, 2015. Disponível em: <www.observatoriodasmetropoles.net >. Acesso em: 2
set. 2015.

OLIVEIRA, Ana Paula de Matos. A Prova Brasil como política de regulação da rede
pública do Distrito Federal. 277f. 2011. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Educação,
Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Combatendo o trabalho infantil:


guia para educadores / IPEC. Brasília: OIT, 2001.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Notas OIT. O trabalho doméstico


remunerado na América Latina e Caribe. [S. l.]: OIT, 2011.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Convenção 138: idade mínima


para admissão. Brasília: OIT, 1973. Disponível em: <
http://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_235872/lang--pt/index.htm>. Acesso em: 02
jun. 2018.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Convenção 182: convenção sobre


proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação. Brasília:
OIT, 1999. Disponível em: < http://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_236696/lang--
pt/index.htm>. Acesso em: 02 jun. 2018.
279

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos da Criança. [S.


l.]: UNICEF, 1989. [Adotada em Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989. Disponível em:
< https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm>. Acesso em: 02 jun. 2018.

QEDU. Use dados. Transforme a educação. [S. l.]: QEDU, 2017. Disponível em:
<www.us.br/revistausp/40/13-edithpiza.pdf > Acesso em: 12 dez. 2017.

RIO DE JANEIRO. Corregedoria Geral da Justiça. Comissários de Justiça da Infância, da


Juventude e do Idoso. Rio de Janeiro: CGE, 2011. Disponível em: < http://cgj.tjrj.jus.br/ass-
sociais-psicologos-e-comissarios/comissarios-justica-infancia-juventude-idoso>. Acesso em:
02 jun. 2018.

RODRIGUES, Maria Lucia. Metodologia Multidimensional em Ciências Humanas: um


ensaio a partir do pensamento de Edgar Morin. In: RODRIGUES, Maria Lucia; LIMENA,
Maria Margarida Cavalcanti. (Org.) Metodologias multidimensionais em ciências
humanas. Brasília: Liber Livro Editora, 2006.

SCHWARTZMAN, S. Pobreza, exclusão social e modernidade: uma introdução ao mundo


contemporâneo. São Paulo: Augurium, 2004.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Subsídios para uma reflexão sobre novos caminhos da
interdisciplinaridade. In: SÁ, Jeanete L. Martins de (Org.). Serviço social e
interdisciplinaridade: dos fundamentos filosóficos à prática interdisciplinar no Ensino,
Pesquisa e Extensão. São Paulo: Cortez, 2010. p. 11-21.

SILVA, N. Amostragem probabilística. São Paulo: Editora da USP, 1998.

SOUZA, Dimas Antônio de; MARINHO, Marco Antônio Couto. Diagnóstico sobre o
trabalho infantil em Belo Horizonte: a incidência de exploração da mão de obra
infantojuvenil no trabalho doméstico e nas ruas. Belo Horizonte: UNILIVRECOOP, 2016.

TRYOLA, M. F. Introdução à Estatística. Rio de Janeiro: editora LTC, 2008.


281

APÊNDICE A - Cálculo amostral

Elaborado por: Luciano Rios Scherrer – Estatístico - CONRE 9103 (Conselho de Estatística
Nacional)

Cálculo Amostral

No questionário estudante de 9º ano Prova Brasil 2015, obtido no Censo Escolar/Inep


2015, as questões (variáveis) elaboradas apresentam respostas em categorias. Variáveis desse
tipo são denominadas qualitativas, e descritas por meio de frequências ou porcentagens de
indivíduos em cada categoria de resposta.
Dessa forma, pode-se dizer que o objetivo principal do estudo, do ponto de vista
estatístico, é estimar o percentual de respostas referente à pergunta “Atualmente você trabalha
fora de casa (recebendo ou não salário)?” do questionário respondido pelos discentes do 9º
ano amostrados que estão cursando o Ensino Fundamental em Betim, Minas Gerais,
considerando áreas urbanas e rurais.
O cálculo do tamanho da amostra necessária para estimar uma proporção depende dos
seguintes parâmetros:

a) Nível de confiança: Significa que há uma probabilidade do resultado obtido no


levantamento estar correto. Optamos por 95% conforme utilizado em artigos
científicos. A partir do nível de confiança definido, é necessário encontrar na
distribuição de Gauss o ponto na curva que representa 95% de confiança. De forma
matemática, temos que o ponto é: 𝑧𝑧𝛼𝛼/2 = 1,96.;
b) Margem de erro, representada por E: Uma amostra não representa perfeitamente uma
população. Ou seja, a utilização de uma amostra implica numa aceitação de uma
margem de erro – que é denominada pela diferença entre um resultado amostral e o
verdadeiro resultado populacional-. Consideramos na presente pesquisa uma margem
de erro de 3% ;
c) Tamanho da população, representado simbolicamente por N: Neste cálculo
consideramos a população total de estudantes em Betim, MG, cursando o Ensino
Fundamental no ano de 2015. A estimativa deste total de alunos encontrada foi de
4.268 alunos matriculados em áreas urbanas, segundo o CENSO Escolar 2015.
282

d) Os valores das proporções (p e q) serão considerados p = 11% e q = 89%


respectivamente. Neste parâmetro p consideramos 11%, pois representa o percentual
de discentes que trabalha fora de casa registrada na base de dados no ano de 2015.
A fórmula utilizada para determinação do tamanho da amostra (n) com base na estimativa da
proporção populacional é:

N. p.
� q� . �Zα/2 �²
n=
p� . q� . (Zα/2 )2 + (N − 1). E 2

Em que:
n – tamanho da amostra;
N – tamanho da população;
E – margem de erro;
p� – proporção de indivíduos que pertencem à categoria de interesse de estudo;
q� –proporção de indivíduos que não pertencem à categoria de interesse de estudo;
𝑧𝑧𝛼𝛼/2 – nível de confiança.

Resultados

Assim, utilizando uma população total de N = 4.268 matriculas em áreas urbanas,


com um nível de confiança de 95%, uma proporção amostral de 11% de discentes que
trabalha fora de casa e uma margem de erro de 3%, o tamanho da amostra, corrigido pelo
tamanho da população, necessária para se obter representatividade na estimação de uma
proporção é de 381 discentes, conforme mostra a Tabela 235 abaixo:
283

Tabela 1 - Plano Amostral de 381 discentes em áreas urbanas cursando o Ensino Fundamental em
Betim, MG
Margem de Erro Amostra
(pontos percentuais) Total
3% 381

Essa amostra de 381 discentes em áreas urbanas cursando o Ensino Fundamental em


Betim, MG, deve ser selecionada aleatoriamente do total de alunos matriculados em áreas
urbanas. No entanto, proporcional a cada Regional de Betim. A Tabela 236, abaixo, mostra
as amostras para os estratos definidos na pesquisa.

Tabela 2 - Plano Amostral de 381 discentes em áreas urbanas, estratificada por Regional, cursando o
Ensino Fundamental em Betim, MG

Regional Número de matriculas % Amostra

Vianópolis 129
3,0% 12

Citrolândia 225
5,3% 20

Imbiruçu 744
17,4% 66

PTB 400
9,4% 36

Alterosas 926
21,7% 82

Norte 558
13,1% 50

Centro 708
16,6% 63

Icaivera 86
2,0% 8

Petrovale 78
1,8% 7
4.268
TOTAL GERAL 100% 381

Para as escolas rurais, tendo em vista o número reduzido de matriculas de discentes do


9º ano no Ensino Fundamental de Betim, MG, recomenda-se a totalidade de matriculas
encontrada no CENSO Escolar de 2015 que foi de 51 estudantes.
284

Tabela 3 - Plano Amostral de 51 discentes em áreas rurais cursando o Ensino Fundamental em Betim,
MG
Margem de Erro
População em áreas rurais
(pontos percentuais)

0% 51

Você também pode gostar