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1. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
• Reflexo das gorjetas sobre as demais parcelas. Esse valor, calculado sobre a média,
reflete-se nas demais verbas trabalhistas, calculadas com base na remuneração, como:
férias + 1/3, décimo terceiro salário e FGTS. Não integra, contudo, as seguintes verbas:
aviso-prévio, adicional noturno, hora extra e descanso semanal remunerado.
Salário mínimo. O salário mínimo deverá ser previsto em lei e será nacionalmente
unificado. Nada impede que seja fixado em valor superior ao mínimo fixado em lei,
como ocorre em alguns estados da Federação onde existe o piso estadual. Ademais, é
vedada a utilização do salário mínimo como indexador, ou seja, é “vedada sua
vinculação para qualquer fim”. Veja resumo a seguir, para memorização:
• Previsto em lei
• Nacionalmente unificado
Salário mínimo • Reajustes periódicos
• Vedada sua vinculação para qualquer fim
• Irredutibilidade nominal
• Moradia
• Alimentação
Necessidades básicas • Educação
• Saúde
• Lazer
• Vestuário
• Higiene
Necessidades básicas
• Transporte
• Previdência Social
Salário mínimo1 é o patamar mais baixo que um empregado pode ganhar. Lembre-
se de que esse patamar mínimo é estendido também ao menor de 18 anos, inclusive
aprendizes. E ainda, de acordo com o art. 39, § 3º, da CF, os servidores públicos terão
direito ao salário mínimo.
Note-se que havia previsão de salário-mínimo regional nos artigos 84 e 86 da CLT.
Referidos artigos não foram recepcionados pela Constituição Federal, que exige o salário
mínimo nacionalmente unificado. Dessa forma, não tem aplicação o previsto no
dispositivo diante de sua incompatibilidade com o texto constitucional. A Lei nº
13.467/2017 – Reforma Trabalhista revoga expressamente os artigos. Ressalta-se que a
alteração não trará efeitos práticos, pois o salário mínimo regional não é aplicado desde
1988.
1“Da mesma forma, o salário mínimo será devido em 13 vezes por ano. Porque não exclui o direito ao décimo terceiro
salário, sofre o acréscimo de um terço do pagamento das férias, produz incidência no fundo de garantia e é acoplado
de todos os adicionais condicionais existentes na legislação, como o adicional de insalubridade, o adicional de
periculosidade, o adicional noturno e o que mais houver, não se podendo dizer que ele já contenha algum adicional
embutido. Somente não terá o pagamento em separado dos descansos semanais remunerados, porque, como estudado
no art. 67 da CLT, a parcela mensal já os quita em seu bojo, na forma do art. 7º, § 2º, da Lei nº 605/1949.” SILVA,
Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho aplicado, vol. 2: Jornadas e Pausas. Rio de Janeiro: Elsevier,
2009. p. 238.
gravosa, cessa o adicional sem que esse fato configure alteração prejudicial.
• Reflexos. Serão pagos sobre o salário do empregado e, quando os serviços nessas
situações são prestados de forma habitual, irão se refletir nas demais verbas
trabalhistas, como férias, décimo terceiro salário, depósitos do FGTS etc.
ATIVIDADES PERIGOSAS
Atividades perigosas previstas na CLT (art. 193 e 200):
> Inflamáveis;
> Explosivos;
> Energia elétrica;
> Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial;
> Atividades de trabalhador em motocicleta;
> Radiações ionizantes ou substâncias radioativas (Art. 200, CLT e OJ nº 345 da SDI-I
do TST).
Adicional de Periculosidade
• Necessidade de prova técnica: perícia (art. 195, CLT).
• Em dois casos a perícia é dispensada:
– Pagamento espontâneo pelo empregador (Súmula nº 453 do TST);
– Local desativado (OJ nº 278 da SDI-I do TST).
a) Atividade nociva deverá ser constatada via perícia por profissional habilitado,
médico ou engenheiro do trabalho;
inconstitucionalidade do art. 192 da CLT, que adota o salário mínimo como base
de cálculo para a incidência de referido adicional3.
• Reflexos do adicional de insalubridade. Esse adicional integra as demais verbas
trabalhistas. Assim sendo, o valor recebido em razão desse adicional irá integrar
as demais parcelas, como férias, décimo terceiro, FGTS, aviso-prévio. Ressalta-se
que o adicional de insalubridade não se reflete no DSR.
• Contato intermitente. Vale ressaltar que o trabalho eventual em condições
insalubres não dá direito ao adicional. Entretanto, se executado em caráter
intermitente (descontínuo, mas diário), terá direito à percepção do adicional de
insalubridade, conforme previsto na Súmula nº 47.
• Fornecimento de EPIs. O mero fornecimento de EPIs – equipamentos de proteção
individual – não exime o empregador de continuar pagando o adicional.
• Jurisprudência recente do TST: Em julgamento de Recurso Repetitivo, o TST
decidiu, no acórdão paradigma nº 356-84.2013.5.04.0007, que aos operadores de
telemarketing que trabalham em atividade com utilização constante de fone de
ouvido, não é devido o adicional de insalubridade.
• Enquadramento do grau de insalubridade: Com a Reforma Trabalhista, o
enquadramento do grau de insalubridade poderá ser fixado via acordo ou
convenção coletiva (art. 611-A, XII da CLT – com redação dada pela Reforma
Trabalhista). Entretanto, constituem objeto ilícito da negociação coletiva a
supressão ou redução do adicional de remuneração para atividades insalubres
(art. 611-B, XVIII da CLT). Há, portanto, contradição entre os dispositivos, devendo
prevalecer o disposto no art. 611-B, XVIII, que restringe a negociação coletiva para
proteção do trabalhador.
Para a semana antes da prova, segue esse importante quadro de resumo com os
adicionais e os respectivos percentuais (importantíssimo memorizar!):
• Conceito. As parcelas a seguir não terão reflexo nas demais verbas trabalhistas,
sendo pagas a título de indenização, ou seja, não integram outras parcelas nem se
refletem nelas, como férias, décimo terceiro etc.
• A Reforma Trabalhista aumenta o rol de parcelas indenizatórias em seu art. 457,
§ 2º da CLT. Nesse sentido, serão inseridas nos tópicos a seguir as parcelas que, a
partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, serão consideradas sem natureza
salarial.
4 Embora a matéria não seja cobrada de forma específica no edital para Técnico Judiciário – Área Administrativa,
recomenda-se sua leitura por estar inserido dentro do tópico: “Do salário e da remuneração: conceitos e distinções”.
2.4. Auxílio-alimentação
2.5. Prêmios
5. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 257.
2.6. Abonos
3. Equiparação salarial
a. Identidade de empregadores
b. Trabalho no mesmo estabelecimento empresarial (Alteração pela Reforma
Trabalhista).
c. Empregados devem possuir a mesma função.
d. Trabalhos de igual valor.
e. Tempo no serviço não poderá ser superior a 4 anos (Alteração pela Reforma
Trabalhista).
f. Tempo na função não poderá ser superior a 2 anos.
g. Inexistência de quadro de carreira ou de plano de cargos e salários (Alteração
pela Reforma Trabalhista).
6. CAIRO JÚNIOR, José. Curso de Direito do Trabalho. Direito Individual e Direito Coletivo de Trabalho. 4. ed.
Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 342.
7 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 420.
como a fiscalização do trabalho, a segurança e saúde do trabalho, a regulação profissional, a política salarial, entre
outras. Para isso, foi criada a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Por sua vez, o Ministério da Justiça e
Segurança Pública assumiu as atribuições de registro sindical e política de imigração laboral. Por fim, o Ministério da
Cidadania assumiu as atribuições a respeito da Economia solidária.
• Ocorre quando o empregador é quem decide colocar fim ao contrato sem motivação.
Salvo nos casos de garantia provisória de emprego (gestante, membro da Cipa etc.), o
empregado não poderá se opor a essa decisão. Nesse caso, receberá a totalidade das
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verbas rescisórias:
– Saldo de salário (dias efetivamente trabalhados).
– Décimo terceiro salário proporcional.
– Férias + 1/3 vencidas, se houver.
– Férias + 1/3 proporcionais.
– Aviso-prévio.
– Saque dos depósitos do FGTS.
– Indenização de 40% sobre os depósitos do FGTS.
– Direito ao benefício do seguro-desemprego, desde que atenda aos requisitos próprios
estabelecidos na legislação previdenciária.
A resilição bilateral compreende o acordo entre as partes contratantes que colocam fim
ao contrato de trabalho e que se denomina distrato9. Antes da Reforma Trabalhista não
se admitia o distrato, cabendo aos empregados apresentar pedido de demissão ou aos
empregadores realizar a dispensa sem justa causa.
A Reforma Trabalhista passa a admitir o distrato como nova hipótese de término do
contrato de trabalho no art. 484-A da CLT. Na hipótese de celebração de distrato, os
trabalhadores terão direito ao recebimento das seguintes verbas rescisórias:
– 50% do aviso prévio, se for indenizado. Na hipótese de aviso prévio trabalhado, terá
direito ao recebimento de seu valor integral.
– 20% de multa sobre os depósitos do FGTS;
– Saldo de salário (dias efetivamente trabalhadores);
– Décimo terceiro salário proporcional;
– Férias + 1/3 vencidas, se houver;
– Férias + 1/3 proporcionais;
Antes da Reforma Trabalhista não se admitia o saque dos depósitos do FGTS baseado
no distrato realizado entre empregado e empregador, pois essa modalidade de extinção
contratual não era prevista no ordenamento jurídico. Com a regulamentação da nova
lei trabalhista. O trabalhador poderá movimentar sua conta vinculada do FGTS até o
limite de 80% do valor dos depósitos (art. 484-A, § 1º, CLT).
Cumpre ressaltar que o art. 20 da Lei nº 8.036/1990, que estabelece as hipóteses de
saque dos depósitos do FGTS, foi alterado para prever o distrato como nova modalidade:
O empregado que celebrar distrato para extinguir seu contrato de trabalho não terá
9 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 1.019.
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4.4. Justa causa: dispensa por justa causa, rescisão indireta e culpa recíproca
Justa causa. O contrato poderá terminar em razão de conduta grave de uma das partes
ou, ainda, de ambas as partes. Ocorrerá, portanto, a dispensa por justa causa (quando
empregado cometer falta grave), a rescisão indireta (quando o empregador praticar
conduta grave) ou, ainda, a culpa recíproca, quando ambos praticarem a conduta grave.
Resumo para a prova:
Dispensa por justa causa (art. 482 da CLT) Rescisão indireta (art. 483 da CLT)
a) extinção normal e
b) extinção antecipada. Há, ainda, a possibilidade de se estabelecer
c) cláusula assecuratória de direito recíproco.
– Saldo de salário;
– 13º salário proporcional ao tempo trabalhado;
– Férias + 1/3 proporcional ao tempo trabalhado;
– Direito de levantar os depósitos do FGTS + multa de 40% sobre os depósitos efetuados;
– Indenização prevista no art. 479 da CLT (metade da remuneração a que teria direito
até o fim do contrato por prazo determinado).
– Saldo de salário;
– 13º salário proporcional ao tempo trabalhado;
– Férias + 1/3 proporcional ao tempo trabalhado.
C) Cláusula assecuratória de direito recíproco (art. 481, CLT): O contrato que possui
essa cláusula obriga a parte (empregado ou empregador) que decidir terminar o
contrato antes do prazo fixado a conceder o aviso-prévio. Lembre-se de que não há, no
contrato por prazo determinado, a necessidade de conceder o aviso-prévio, exceto se
as partes estipularem a cláusula assecuratória de direito recíproco (cláusula de aviso-
prévio).
– Saldo de salário;
– 13º salário proporcional ao tempo trabalhado;
– Férias + 1/3 proporcional ao tempo trabalhado.
Obs.: Nesse caso, não há pagamento da multa prevista no art. 479 da CLT (metade da
remuneração).
5. DIREITO COLETIVO
PROCESSO ELEITORAL
• Assembleia eleitoral
– Eleição dos cargos: diretoria e conselho fiscal do sindicato
– CLT: parâmetro para os dispositivos do estatuto do sindicato
– Voto secreto por 6 horas contínuas – sede ou delegacias sindicais
– Impossibilidade de intervenção do Ministério do Trabalho e MPT no processo
eleitoral (liberdade sindical)
– Presidência da mesa apuradora dos votos: indicação dos integrantes em estatuto
• Quórum de instalação e votação
– 3 convocações:
1ª: Presença de 2/3 dos associados
2ª: Presença de 50% dos associados
3ª: Presença de 40% dos associados
– Não alcançado quórum mínimo: impossibilidade de intervenção do Ministério do
Trabalho
• Quórum de eleição
– Maioria absoluta dos associados
– Se não atingido o quórum, admite-se a eleição pela maioria relativa (maioria entre
os presentes)
• Condições de elegibilidade (art. 529 da CLT)
PROCESSO ELEITORAL
10. Para mais informações, confira a ADI nº 5794, de Relatoria do Ministro Edson Fachin, Data de julgamento: 29/06/2018.
Fonte:
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econômicas.
CENTRAIS SINDICAIS
• Entidades abrangentes, formadas por sindicatos, federações e confederações.
• Representam apenas os trabalhadores.
• Atribuições:
a) coordenar a representação dos trabalhadores;
b) participar de negociação em que haja interesse dos trabalhadores.
• Não têm legitimidade para celebrar acordos e convenções coletivas.
5.4. Greve
GREVE
GREVE
1. Lei de Greve (art. 14): Greve abusiva é aquela que não cumpre os requisitos
previstos em lei.
2. Raimundo Simão de Melo: Conceito apresentado na Lei de Greve é insuficiente.
Greve abusiva é aquela que não atende ao seu fim econômico e social, aos bons
costumes e à boa-fé (art. 187 CC).
3. Principais hipóteses de abusividade da greve:
a) Não atendimento das necessidades básicas da população na greve de serviços
essenciais (OJ 38, SDC);
b) Início da greve sem a tentativa prévia de negociação (OJ 11, SDC);
c) Manutenção da greve após a celebração de acordo, convenção coletiva ou de
sentença normativa (greve dos dissidentes), salvo quando se pretenda exigir o
cumprimento de cláusula ajustada ou em razão de fatos supervenientes (art. 14,
Lei de Greve);
d) Prática de atos violentos pelos grevistas.
Art. 142, § 3º, IV, CF/88: Os membros das Forças Armadas são
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