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Contato com os discos voadores

por Dino Kraspedon


1ª edição – 1957
Ed. São Paulo Editora S/A – S. Paulo – SP

2ª edição – 1995
Editora Vitória Ltda. – Uberaba – MG
Av. Cel. Joaquim de Oliveira Prata, 668
TELEFAX: 336-5155
Cep.: 38022-290

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS ao


CENTRO DE PESQUISAS UFOLÓGICAS DINO KRASPEDON (CPUDK)
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Cep.: 38001-970
Uberaba – MG

Impresso no Brasil

Contato com os discos voadores ii


Ao Comandante do disco, quer ele seja terreno,
extra-terreno ou sub-terreno – que importa! - o
agradecimento sincero do Autor pela demonstração
de confiança e a dedicação com que nos tratou tantas
vezes, fazendo caso omisso da nossa desconfiança,
fazendo-se de desentendido quando não lhe
depositávamos inteira boa fé, nunca se furtando a
responder nossas perguntas, quando nenhum
interesse podia ter no menor dos homens a não ser
dar um pouco de si para que nos tornássemos
melhores, embora sabendo de ante-mão a inutilidade
dos seus esforços.

Contato com os discos voadores iii


A TODOS AQUELES QUE LUTARAM E
LUTAM PELO PROGRESSO DAS IDÉIAS,
VENCENDO A AMARGA CRÍTICA DOS SEUS
CONTEMPORÂNEOS E SUPERANDO O AMOR
PRÓPRIO OFENDIDO, NO AFÃ DE FAZER O
MUNDO MELHOR – NÃO TANTO PARA SI
MESMO, MAS PARA TORNAR, AOS HOMENS
FUTUROS, MAIS LEVE A CRUZ QUE A VIDA
NOS LEGOU.

Uma homenagem do

AUTOR

Contato com os discos voadores iv


EU ME ADMIRO QUE OS SÁBIOS DA
TERRA, NÃO OBSTANTE TODOS OS ERROS
QUE AINDA NÃO CONSEGUIRAM SANAR, SE
BASEIEM NESSA CIÊNCIA FALHA E NEGUEM
A CIÊNCIA SUPREMA, QUE É DEUS; SÃO
COMO UM VAGALUME QUE ENVAIDECIDO
DA SUA LUZ, GRITASSE A TODOS OS OUTROS
VAGALUMES: NÃO EXISTE SOL NENHUM,
PORQUE LUZ SÓ PODE HAVER NA MINHA
CAUDA.

(Palavras do comandante do disco voador)

Contato com os discos voadores v


Nota do Compilador

O objetivo do presente trabalho é reunir todas as informações possíveis referentes ao livro


“Contato com os Discos Voadores” do autor brasileiro Dino Kraspedon, por isso, foram reunidas
informações de diversas fontes.
O presente trabalho é a compilação de três fontes de consulta:
1. A segunda edição brasileira do livro “Contato com os discos voadores”;
2. A segunda edição inglesa do livro “My contact with UFOs”;
3. Entrevista da revista brasileira UFO de outubro de 1.996.

A atual compilação é baseada na edição brasileira do livro, porém, como esta carece de
informações contidas na segunda edição inglesa, estas informações faltantes foram traduzidas e
acrescentadas. A entrevista da revista UFO também foi acrescentada por conter informações
posteriores à edição do livro e, por isso, esclarecerem certas dúvidas que podem ajudar no
entendimento do livro.

Julio C. Gobbi

Sábado, 30 de maio de 2.009.

Contato com os discos voadores vi


Sumário
Entrevista da Revista UFO...................................................................................................................1
Prefácio da Segunda Edição Brasileira.................................................................................................7
Prefácio da Segunda Edição Inglesa.....................................................................................................9
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................11
AGRADÁVEL SURPRESA..............................................................................................................14
DEUS, MATÉRIA E ENERGIA.......................................................................................................17
ANULAÇÃO DA GRAVIDADE......................................................................................................30
NOTA DO AUTOR...........................................................................................................................41
ASTRONAVEGAÇÃO......................................................................................................................47
GENERALIDADES...........................................................................................................................56
A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER...........................................................................................63
A ABERRAÇÃO DA LUZ................................................................................................................76
A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM................................................................................88
O PERIGO ATÔMICO......................................................................................................................93
A VIDA NOS OUTROS MUNDOS..................................................................................................98
ADEUS.............................................................................................................................................104
CONCLUSÃO..................................................................................................................................106

Contato com os discos voadores vii


Índice de ilustrações
Ilustração 1: Radiômetro....................................................................................................................21
Ilustração 2: Forças de sustentação da terra no espaço......................................................................24
Ilustração 3: Espessuras do globo terrestre e da camada etérea.........................................................25
Ilustração 4: Sistema de estrelas duplas.............................................................................................28
Ilustração 5: Disco em voo horizontal................................................................................................31
Ilustração 6: Sustentação da Lua no espaço.......................................................................................50
Ilustração 7: Fenômeno das marés......................................................................................................52
Ilustração 8: Posições de Io em relação à Terra.................................................................................63
Ilustração 9: Trigonometria das posições de Io em relação à Terra...................................................64
Ilustração 10: Ângulo entre as posições de Io em relação à Terra.....................................................64
Ilustração 11: Projeção dos pontos de uma órbita sobre um ponto exterior.......................................65
Ilustração 12: Variação do "cone de sombra" com a posição de Io em relação à Terra.....................66
Ilustração 13: Avanço no tempo da eclipse se o Sol girasse em torno de Júpiter..............................67
Ilustração 14: Retardo no tempo da eclipse com Júpiter girando em torno do Sol............................68
Ilustração 15: Ângulo entre oposição e conjunção de Júpiter............................................................69
Ilustração 16: Arco do retardo entre oposição e conjunção de Júpiter...............................................70
Ilustração 17: Movimento do eixo equatorial de Júpiter....................................................................71
Ilustração 18: Oposição e conjunção do satélite de Júpiter................................................................74
Ilustração 19: Movimento da Terra em torno do Sol..........................................................................78
Ilustração 20: Órbita da Terra em torno do Sol..................................................................................80
Ilustração 21: Movimento espiral retrógrado da Terra em torno do Sol............................................83
Ilustração 22: Movimento das Nebulosas...........................................................................................86

Contato com os discos voadores viii


Entrevista da Revista UFO

Entrevista da Revista UFO

Dino Kraspedon, um brasileiro amigo de extraterrestres

Com mais de 90 anos de idade (à época), Dino ainda lembrava com


espantosa lucidez os encontros que teve com seres de planetas mais
avançados que a Terra, numa experiência que ficou conhecida e admirada
mundialmente.

Ele era um dos mais respeitados contatados da Ufologia. Sua primeira experiência com
UFOs aconteceu na década de 50 e resultou no livro Contato com os Discos Voadores. Oswaldo
Pedrosa, mais conhecido pelo pseudônimo de Dino Kraspedon, aos 92 anos (época da entrevista),
esbanjava vitalidade e era presidente do Centro de Pesquisas Ufológicas Dino Kraspedon, em
Uberaba (MG). Seu livro foi publicado em 1957. Por causa das inúmeras informações –
principalmente científicas – contidas na obra, Dino sofreu grande censura na época. A repercussão
foi tanta que o livro foi levado para a Academia de Ciências da Rússia que, ao recebê-lo, mandou
uma carta agradecendo.
Porém, como na época existia um combate integral ao comunismo, as correspondências
provenientes de países comunistas eram apreendidas antes mesmo de chegarem ao correio. A carta,
que estava endereçada à editora do livro, foi motivo suficiente para que o senhor Oswaldo Pedrosa
(ou Dino Kraspedon) fosse detido e revelasse onde os livros estavam sendo vendidos. Todos os
exemplares foram confiscados e o autor foi levado para a Força Aérea, no Rio de Janeiro, sob a
acusação de ser comunista. No fim da entrevista com os militares, o senhor Oswaldo saiu com o
compromisso formal de nada relatar sobre o assunto. Ou seja, deveria ficar calado pelo resto de sua
vida.
SERES DE GANIMEDES – No entanto, o silêncio do autor não impediu a divulgação de
sua obra. Sem que Dino soubesse, o livro foi difundido no exterior: em 1958 foi publicado na
Inglaterra, mas o autor só soube disso em 1993, quando foi procurado pelo lorde inglês Sir Ian
Rankin, que estava interessado em mais informações sobre como voam os discos voadores. Nesta
ocasião, o senhor Oswaldo preferiu ser cuidadoso ao dar informações: “Eu havia sido prevenido
pelos seres de Ganimedes de que a nação que construir um disco congênere vai querer dominar o
mundo. Quando Sir Rankin veio falar comigo, nada mais acrescentei do que o que já havia no
livro. Hoje, todas as nações estão lutando para efetivar a construção de um UFO, inclusive o
Brasil”.
Todas as informações contidas no livro de Dino Kraspedon foram transmitidas durante um
contato que aconteceu na década de 50. Dino chamou o extraterrestre que se comunicou com ele de
“O Comandante da Nave”. Durante este contato, o autor recebeu informações sobre a vida
extraterrestre, Deus, energia e, principalmente, sobre conceitos científicos como anulação da
gravidade e astronavegação. Sem dúvida, são conceitos muito atuais e reveladores. Um exemplo
disso é a noção de anti-matéria, um assunto que hoje é manchete das principais revistas científicas
do mundo como Science Today e Nature.

Contato com os discos voadores 1


Entrevista da Revista UFO

Dino Kraspedon cita a anti-matéria em vários trechos de sua obra, mas sempre adverte o
leitor dos perigos que pode causar. Na página 144, por exemplo, podemos ler: “De que vale
dizermos a utilidade do anti-elétron no campo da técnica e da sua utilização na destruição da
matéria, se isso poderia ser utilizado mais como arma de destruição do que de construção?” Para
entrevistar esse ilustre personagem que merecidamente se destaca na Ufologia Brasileira, a Revista
UFO convocou a redatora freelancer Danielle Naves de Oliveira, formanda de Comunicação Social
na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e veterana na Equipe UFO.
Danny, que foi responsável também por várias das edições de UFO Especial, conversou
longamente com Dino Kraspedon durante o 14° Congresso Brasileiro de Ufologia Científica, em
Curitiba (PR), junto de Graziela Moura e nosso editor, A. J. Gevaerd. Eis sua opinião sobre seu
entrevistado: “Sempre admirei muito o trabalho e a vida de Dino Kraspedon, e alimentava, há
meses, entrevistá-lo. Quando essa oportunidade chegou, foi maravilhoso conhecer pessoalmente
um homem tão humano e com tantas informações a passar – com tamanha seriedade – sobre os
UFOs”.

UFO – O senhor já deve estar acostumado a responder à esta pergunta... Como aconteceu seu
primeiro contato?
DINO – Eu era inspetor da Caixa Econômica e viajava o ano inteiro a trabalho. Acredito que eles,
os “lá de cima”, me observavam. Em novembro de 1952, vinha de viagem e parei numa cidade
chamada Angatuba, no interior de São Paulo. Estava junto com um vendedor em um jipe. Em
Angatuba encontramos um bar aberto, onde havia um menino, de mais ou menos 13 anos de idade,
muito aflito, desconsolado... Ele queria ir para sua casa em Sorocaba, mas não havia condução
naquela hora. Então, oferecemos carona para ele, pois Sorocaba ficava dentro da nossa rota.

UFO – Foi na estrada que o senhor teve o contato?


DINO – Alguns quilômetros à frente, havia um aclive muito grande na estrada e, logo após, uma
baixada de uns 150 m. Duas luzes redondas se mexiam sobre o matagal. Eram luzes opacas.
Paramos na estrada e ficamos horrorizados, pensando que fosse alma do outro mundo! Ficamos
com medo e receio. Estávamos perto de um abismo... E lá de baixo surgiu um disco voador
(naquela época eu nem conhecia a palavra UFO...). O objeto foi subindo vagarosamente, passou por
cima da nossa cabeça e parou lá no alto do morro. Nós ficamos estáticos. Não sei explicar, ficamos
petrificados olhando aquilo. Depois de alguns minutos talvez uns 15, ele sumiu. Ah, senti um
grande alívio, pois o medo era enorme.

UFO – E depois disso, o que aconteceu?


DINO – Bem, entramos no jipe e descemos o aclive. Rodamos um pouco e, ao chegarmos numa
reta, o disco já cobria a estrada de ponta a ponta. Paramos e pudemos ver que ele tinha uns 20 m de
diâmetro e uma altura de aproximadamente 4 m. Paramos a mais ou menos 50 m dele, de forma que
pudemos avaliar suas medidas. Às 22h, aproximadamente, saiu um ser do disco. Era alto, estava
vestido de preto e disse as seguintes palavras, de que me lembro até hoje:
“Irmãos, não tenham receio. Não é preciso ter medo nenhum, porque nós somos amigos de vocês.
Aqui estamos, na Terra, para ajudá-los. Sabemos que vocês vão para São Paulo. Podem ir, graças a
Deus, que nada vai lhes acontecer”. Então, ele simplesmente voltou para a nave e foi embora.
Seguimos viagem normalmente.

UFO – Houve outros contatos? Como aconteceram?


DINO – Em dezembro do mesmo ano, tive que voltar a fazer aquela viagem. Parei no mesmo lugar
em que vi o disco. Cheguei lá, mais ou menos, às 18h, e permaneci no local aquela noite. No dia

Contato com os discos voadores 2


Entrevista da Revista UFO

seguinte, à tarde, o disco veio e desceu um pouco à frente. O comandante da nave veio até mim e
disse: “Irmão, venho aqui para lhe convidar a conhecer minha nave”. Não sei se era o mesmo ser
que havia nos contatado um mês antes. Desta vez eu tive coragem, pois se eles quisessem me fazer
qualquer mal, me machucar ou coisa assim, já o teriam feito antes. Percebi, então, que fizeram em
mim uma preparação para eu não ter medo de entrar no disco.

“DUAS LUZES REDONDAS E OPACAS SE MEXIAM SOBRE O MATAGAL. PARAMOS NA


ESTRADA E FICAMOS HORRORIZADOS, PENSANDO QUE FOSSE ALMA DO OUTRO
MUNDO! FICAMOS COM MEDO E RECEIO. ESTÁVAMOS PERTO DE UM ABISMO... E LÁ
DE BAIXO SURGIU UM DISCO VOADOR. NAQUELA ÉPOCA EU NEM CONHECIA A
PALAVRA UFO. O OBJETO FOI SUBINDO VAGAROSAMENTE, PASSOU POR CIMA DA
NOSSA CABEÇA E PAROU LÁ NO ALTO DO MORRO”

UFO – De que forma aconteceu a visita à nave?


DINO – Acompanhei o Comandante e entrei na nave. Fiquei lá dentro cerca de uma hora. Era um
salão iluminado, mas que não tinha foco de luz. O Comandante começou a conversar sobre a
desorganização social da Terra, a desgraça do homem e todos esses problemas. Depois de muito
falar, ele passou a me ensinar como é que o disco voava sem combustível. Após a explicação, disse
que não me levaria para conhecer o resto da nave porque minha roupa não oferecia proteção.

UFO – Como vocês se despediram?


DINO – Ele me olhou e disse: “Eu vou pagar a visita que você fez à minha nave”. Fiquei intrigado,
perguntei de que forma isso aconteceria. Disse-me que não iria ter problemas para me encontrar,
mesmo se eu estivesse morto. Ele voltou à nave e eu continuei meu caminho.

UFO – Ele voltou a lhe procurar?


DINO – No ano seguinte, em abril de 1953, alguém tocou a campainha de casa. Minha mulher saiu
para ver o que era e voltou me dizendo que um homem queria falar comigo. Pelo que ela supunha,
era um pastor protestante, pois tinha uma bíblia sob o braço... Quando olhei, tomei um grande susto:
era o comandante da nave. Ele entrou na minha casa e começamos a conversar. Falou-me de fatos
que poderiam (e ainda podem) comprometer o futuro da humanidade, como o planeta SS-433 – um
corpo vindo de outro sistema que adentrou o Sistema Solar. Atualmente, os astrônomos já
detectaram este astro. Há uma grande possibilidade de que ele se choque com a Terra.

UFO – E de que outros assuntos ele tratou durante esta visita?


DINO – Bem, ele chegou lá e conversamos bastante. Eu o convidei para almoçar conosco.
Prazerosamente, ofereci um bife, mas ele me respondeu com a seguinte frase: “Eu jamais como
carne. A razão é que enquanto o homem terrícola matar o irmão inferior (o boi e o porco) para se
alimentar, haverá doenças na Terra”. Com isso, entendi que toda doença que existe em nosso
planeta decorre da alimentação originada da carne. Ele continuou me explicando: “Enquanto você é
jovem, nada lhe acontece, pois tem muita defesa orgânica. Porém, quando chegar em idade mais
avançada, perderá esta defesa e a carne animal começará a atuar. A carne encurta a vida em até
2%”. Depois disso, ele marcou um outro encontro comigo.

UFO – Como e onde aconteceu este encontro?


DINO – Foi em São Paulo, na Praça da República. Ele pediu para que eu chegasse ao local às 8h.
Fiquei intrigado, pois a praça é muito grande... Achei que ele não iria conseguir me encontrar. Mas
encontrou. Como tínhamos combinado, levei um caderno para anotações. Fui anotando tudo o que

Contato com os discos voadores 3


Entrevista da Revista UFO

ele falava. Eram conceitos de Física (é bom lembrar que, como inspetor da Caixa Econômica, eu só
tenho o curso de contador. Nunca aprendi Física na vida). Eu e o comandante nos encontramos
durante oito dias seguidos, até que todos os conceitos fossem passados para mim. Isso aconteceu em
1953, mas ainda me lembro como se fosse hoje.

UFO – Foi após esses encontros que o senhor escreveu o livro?


DINO – Sim, mas só fui escrevê-lo em 1955. Nesta época, o comandante veio novamente à minha
casa. Só que a razão da visita era trazer uma profecia que deveria ser incluída no livro. Esta profecia
previa um trágico fim para a humanidade: “De todo será esvaziada a Terra e de todo será saqueada,
porque o Senhor anunciou esta palavra: a maldição consome a Terra e os que habitam nela serão
desolados. Por isso, serão queimados seus moradores e poucos homens restarão. Os fundamentos da
Terra tremem. De todo será quebrantada a Terra, de todo se romperá a Terra e de todo se moverá a
Terra. De todo vacilará a Terra como o ébrio e será movida e removida como uma choça da noite”.

UFO – Para o senhor, o que quer dizer esta profecia?


DINO – Bem, para eu entender a profecia, o comandante precisou fazer um desenho no meu
caderno (que está reproduzido na página 47 do livro) 1. Esse desenho mostra dois sóis... Ele me
explicou que – ao contrário do que explica a nossa física clássica – os corpos se repelem pela luz.
Explica também que todos os corpos têm luz, mas nós não temos capacidade de perceber isso. A luz
é uma força que repele outros corpos. Assim, os astros se movem e não se chocam uns com os
outros. Eles se repelem mutuamente. Esse é um fato que os astrônomos não dão nenhum valor...
Mas voltando à profecia, ela diz respeito a um novo corpo celeste que iria invadir o nosso sistema e
comprometer a vida na Terra.

UFO – De que forma esse astro pode nos prejudicar?


DINO – O nosso sol repele naturalmente a Terra. Segundo as palavras do comandante, virá um
outro sol, que também a repelirá. Essa repelência afastará todos os corpos do Sistema Solar, de
forma que o planeta Plutão será jogado fora do sistema. A Terra também será afastada, indo até a
região espacial dos planetóides, perto de Marte. Ao chegar nesse ponto, começará a fazer o
movimento de translação em torno dos dois sóis existentes. Porém – como disse o comandante –
para chegar até a região dos planetóides, nosso planeta levará aproximadamente seis ou sete dias.
Nesse período ela tremerá, causando um grande cataclismo. Este sol será detectado pelos cientistas
ainda antes do fim do século (lembrar que a entrevista foi feita em 1996). Desta forma, como diz a
profecia, a Terra tremerá como um ébrio... infelizmente, com isso, dois terços da humanidade serão
extintos.

UFO – E foi por isso que o senhor escreveu o livro?


DINO – Sim, por todos os motivos. Foi ele quem me pediu para escrever. Apenas cumpri uma
missão... e foi o único livro que escrevi na minha vida. Várias pessoas leram a obra e gostaram
muito. Em 1957, alguém levou o livro para a Rússia e, em março do mesmo ano, a Academia de
Ciências da União Soviética enviou uma carta para a editora no Brasil. Então, como naquela época
havia muita repressão, o Departamento de Ordem Política e Social do governo controlava tudo,
principalmente o que vinha da Rússia [risadas]. O pessoal tinha horror a comunistas. O
departamento pegou a carta dos russos, abriu-a e foi até a editora tirar satisfações.

“VÁRIAS PESSOAS LERAM MEU LIVRO E GOSTARAM. EM 1957, ALGUÉM O LEVOU À


RÚSSIA E, EM MARÇO DO MESMO ANO, A ACADEMIA DE CIÊNCIAS DE LÁ ENVIOU

1 Na página 47 da segunda edição brasileira do livro e na página 28 do presente trabalho.

Contato com os discos voadores 4


Entrevista da Revista UFO

UMA CARTA PARA A EDITORA NO BRASIL. COMO NAQUELA ÉPOCA HAVIA MUITA
REPRESSÃO, O DEPARTAMENTO DE ORDEM POLÍTICA E SOCIAL DO GOVERNO
CONTROLAVA TUDO, PRINCIPALMENTE O QUE VINHA DA RÚSSIA. O PESSOAL
TINHA HORROR A COMUNISTAS. O DEPARTAMENTO, COMO ERA DE SE ESPERAR,
PEGOU A CARTA DOS RUSSOS, ABRIU-A E FOI ATÉ A EDITORA TIRAR SATISFAÇÕES”

UFO – Esse fato lhe prejudicou de alguma forma?


DINO – Eles conseguiram chegar até minha casa. Fui detido e preso. Confiscaram todos os livros
que puderam encontrar. Fui levado para o Rio de Janeiro. Na Aeronáutica, durante uma hora e meia,
respondi a várias perguntas feitas pelos oficiais... Queriam saber sobre os seres que me contataram,
seus nomes, enfim, detalhes. Lá pelas tantas, um coronel me perguntou se eu seguia a doutrina
espírita. Respondi que não e que era católico. Mais tarde, soube que a conversa estava sendo
gravada sem que eu percebesse.

UFO – Depois disso o senhor foi liberado?


DINO – Sim. Eles terminaram a entrevista e fui levado para outra sala. O brigadeiro perguntou se
havia alguém que respondesse por mim no Rio de Janeiro. Eu disse que tinha um irmão general do
Exército. Ah, quando falei isso, eles mudaram o tratamento comigo... Até se levantaram da cadeira.
Após uns 10 minutos, chegou um general dizendo que havia conversado com meu irmão e atestado
minha idoneidade moral e sanidade mental. Assim, fui liberado.

UFO – Mas, afinal, qual era o conteúdo da carta?


DINO – Não havia nada de comunista nela... Apenas dizia o seguinte: “A Academia de Ciências
Soviética prescreveu o livro Contato com os Discos Voadores, de Dino Kraspedon, e deu um
exemplar para cada membro da Academia para que o estudassem, visto o alto valor científico da
obra”. Era um elogio para mim muito importante. Não era uma carta comunista, de jeito nenhum.

UFO – O senhor nunca mais precisou voltar às Forças Armadas?


DINO – Após uns 15 dias, os militares me chamaram novamente e eu compareci ao quartel. Havia
dezenas de oficiais mas, desta vez, eles queriam saber detalhes científicos sobre a obra. Fui muito
bem tratado. Lá pelas tantas, pedi um cigarro (não fumo, mas quis mostrar uma experiência para
eles). Soltei a fumaça para demonstrar que sua tendência era a expansão, da mesma forma que a
fumaça e a atmosfera também tendem a se expandir. Mas só não o faz por causa da compressão que
a luz do sol exerce sobre ela. Expliquei que a nossa física diz que o Sol atrai a Terra. Um grande
engano. O que acontece é que o Sol repele a Terra e, se assim não fosse, nossa atmosfera se
expandiria infinitamente no espaço.

UFO – Eles pediram alguma explicação sobre como voam os discos voadores?
DINO – Sim, perguntaram muito. Expliquei a eles que o disco voa por uma diferença de potencial.
Aqui na Terra tudo é diferença de potencial, todas as máquinas funcionam assim. Os pássaros voam
por diferença de potencial, a água do rio corre por diferença de potencial…

UFO – O que significa, exatamente, esta diferença de potencial?


DINO – É simplesmente a diferença entre as forças. Nós vivemos sob uma pressão de 1,033
kgf/cm2 e, em todo movimento que você fizer, estará rompendo esta pressão. E todos estamos vivos
porque temos esta diferença de potencial. É muito simples.

UFO – A conversa com os militares se alongou muito?

Contato com os discos voadores 5


Entrevista da Revista UFO

DINO – Expliquei tudo o que sabia a eles. Foi uma longa reunião. Contudo, tive que prometer a
eles que fecharia a boca e que nunca mais tocaria no assunto. E assim, no silêncio, permaneci
durante 37 anos da minha vida. Não comentei com ninguém. Isso durou até o dia em que, em
Uberaba (onde moro), escrevi um artigo sobre discos voadores... Os ufólogos me procuraram, re-
editei o livro, e hoje já falo normalmente do assunto. Quando eles me encontraram, eu estava no
mais completo exílio.

UFO – Por que o senhor usou o pseudônimo de Dino Kraspedon para escrever o livro?
DINO – Não há nada de anormal nisso. Naquela época todo mundo usava pseudônimos para
escrever livros. Coisa normal. O nome Dino, surgiu de um amigo da família. Já Kraspedon, surgiu
da sugestão de amigos que disseram: “Coloque algum nome estrambólico”. Sugeriram Kraspedon, e
deu certo.

UFO – E o que o senhor pensa sobre o conteúdo científico de seu livro?


DINO – Acredito que o livro tenha conceitos de uma ciência muito elevada, que não existe aqui na
Terra. É uma ciência que eu mesmo não entendo. Não sei nada de física. Só sei que esses
ensinamentos podem ser muito valiosos para a nossa ciência.

Autor: Danielle Naves de Oliveira – da Equipe UFO


Fonte: UFO 46 – OUTUBRO 1.996

Contato com os discos voadores 6


Prefácio da Segunda Edição Brasileira

Prefácio da Segunda Edição Brasileira

“CONTATO COM OS DISCOS VOADORES” é um livro maravilhoso, avançado,


fantástico para sua época, é altamente científico, que levou-me às pesquisas ufológicas no início da
década de 60 com dedicação.
Durante muitos anos, fiquei imaginando como seria seu autor, Dino Kraspedon. Seu nome
estranho sugeria uma figura quase que extraterrena.
O que eu jamais poderia adivinhar é que o destino me proporcionaria a felicidade de
conhecer pessoalmente o homem que manteve, por vários dias, contato com o Comandante de uma
nave extraterrestre.
Encontrar Dino Kraspedon foi um momento inesquecível e poder estar entre seus amigos é o
maior dos privilégios.
Outro grande momento em minha vida é o prazer de prefaciar esta edição de “CONTATO
COM OS DISCOS VOADORES”, o livro que me abriu os horizontes da ufologia. Tenho certeza de
que os leitores encontrarão nesta obra séria, atual e objetiva, elementos para satisfazer sua
curiosidade e sede de saber.
Uma das perguntas de grande importância feita por Dino Kraspedon ao Comendante da nave
refere-se a Deus, da qual destaco:
Autor – Bem, eu nunca pude acreditar em Deus, exatamente por não ver qual o papel que
ele teria a desempenhar no universo. Se ele existisse e regesse o infinito, a ele devia estar reservado
o principal papel da peça. Entretanto, sempre me pareceu que não existe um princípio arbitrário a
influir na ordem geral, que se possa dizer superior a tudo o que há, porque a matéria, a energia, o
movimento dos corpos, enfim, tudo se plasma em leis definidas, diríamos de ordem mecânica. Resta
você dizer-me o que é ele, qual a sua natureza, de que se compõe, quais os seus atributos, como age
e atua nas coisas, e demonstre-me não ser a sua pessoa mera figura de proa, decorativa. Não me
mostre um Deus submisso às leis mecânicas, que eu jamais poderei crer. Revele-me um Deus
maiúsculo, superior às leis. Se ele está subordinado, quem o subordina lhe é superior, e se as leis
têm imperativo sobre ele, agora os atributos divinos lhe pertencem, e Deus é um simples vassalo.
Submisso às leis eu também sou, e não sou Deus.
Comandante – No seu ceticismo existe a verdade. Eu também jamais creria em um Deus
submisso às coisas e à ordem natural. Uma lei não passa de uma convenção, e supõe sempre alguém
que a legislou. Ora, o Criador é superior à coisa criada, logo, é o juiz que julga a lei. É um princípio
arbitrário, quando o arbítrio se torna necessário para o bem da própria lei e das coisas criadas. Mas a
própria criação já é superior à lei, uma vez que um estatuto legal tem a finalidade de amparar. Ela é
boa para a proteção da criatura, mas se em vez de proteger tornar-se um opróbio, o legislador tem a
faculdade de modificá-la a seu talante. Deus julga, e não é julgado nem sujeito a coisa alguma.
“Vou dizer-lhe o que penso de Deus, dando-lhe uma definição o mais fácil possível: Deus é
uma reta isotrópica, paralelo a si mesmo e sobre si mesmo vibrando num ângulo de 90 graus. É
como um sistema de eixos, cujo ponto de intersecção das linhas estivesse em toda a parte ao mesmo
tempo. Logo múltiplo em si, porque nele contém dimensões – para servir-se de uma definição
terrestre – que contravariadas, “n” seria igual ao infinito.” Lembre-se que isto é uma tentativa de
explicar o que na linguagem humana é inexplicável. Apreendida essa premissa, podemos agora ir
mais longe e estudar como foram criadas a matéria e a energia.

Faço votos que o leitor assimile esse magnífico livro “CONTATO COM OS DISCOS
VOADORES” – “há de, um dia, nos fazer compreender que neste “ponto vibrante infinito” o
universo em que vivemos, existe um número imenso de criaturas tão ansiosas por um contato

Contato com os discos voadores 7


Prefácio da Segunda Edição Brasileira

quanto nós”.

José Eduardo Coutinho Maia

Contato com os discos voadores 8


Prefácio da Segunda Edição Inglesa

Prefácio da Segunda Edição Inglesa

Quando escrevemos este livro nós não esperávamos uma confirmação tão rápida de muitas
de nossas afirmações. Um mês depois da primeira edição sair da impressão, um alemão anunciou
que ele tinha estado em contato com seres de Vênus, que informaram-no que outro Sol viria a nosso
sistema planetário, que está em acordo com o que escrevemos. Um professor de Lei Romana na
Universidade Católica de Santos disse que esteve em contato com a tripulação de um disco voador e
sua história é similar à nossa, incluindo detalhes do sistema de propulsão pela criação do vácuo, que
ninguém tinha mencionado antes deste livro ser publicado. Países como os EUA e Inglaterra
publicaram os resultados de suas pesquisas e anunciaram que eles esperavam construir veículos
interplanetários usando ionização como um meio de propulsão similar àquele descrito neste livro.
Nós dissemos que a gravidade é uma combinação do fenômeno no qual a atmosfera
representa uma grande parte e além da qual alguém está inteiramente livre da gravidade. Nós
mostramos que todos objetos tem a mesma velocidade de queda no vácuo, o que contesta a lei de
Newton, pois mostra que a massa dos objetos é atraída por uma componente vertical do
magnetismo. Muitos “boffins” estariam rindo muito disto, mas o sucesso dos sputniks mostra que
há alguma verdade no que nós dissemos.
Os Vermelhos anunciaram que eles tinham lançado um satélite artificial pesando 86 kg,
enquanto os Americanos, obstinadamente apegados às leis da gravidade e relatividade, duvidaram
da verdade do anúncio Soviético, tendo calculado que somente um satélite de 5 kg poderia manter-
se em órbita.
Os Soviéticos responderam dizendo que não somente havia um satélite de 86 kg em órbita,
mas que o terceiro estágio do foguete lançador tinha, contrário às expectativas, também entrado em
órbita ao redor da Terra; e o foguete pesava muito mais do que o satélite. A teoria da gravitação é,
portanto, um non sequitur.
Nesta altura, livre da atmosfera e sujeito somente a uma pequena proporção da componente
vertical do magnetismo, o satélite torna-se mais sujeito a sua componente horizontal e move-se a
uma certa velocidade correspondente à relação entre sua massa e o impulso magnético. Como as
linhas de força magnética descrevem um caminho circular em torno do planeta, ambos estes corpos
lançados ao espaço entraram em órbita ao redor de nós.
Nós poderíamos estar felizes de ter recebido mesmo a menor confirmação científica, deixar
só esta riqueza de provas que acumulou em tão pouco tempo. Aparentemente não era a vontade de
Deus que faltasse provas, pois mesmo os Soviéticos declararam que os planetas são repelidos pela
luz do Sol, a não atraídos por ele. Esta afirmação é encontrada em nosso livro, e nós podemos ir tão
longe quanto dizer que ela é a coluna vertebral do sistema que nós descrevemos.
Nós poderíamos fazer uma longa lista de todas as provas como as observações da aurora,
propriedades dos elétrons, etc., mas cansaria a paciência do leitor pois ele teria lido sobre isto por si
mesmo na Imprensa. Nós gostaríamos, entretanto, de publicar uma carta da URSS endereçada a um
de nossos cientistas amigos:

Moscou, 26 de setembro de 1957

Prezado Senhor,

Nós temos sua carta, junto com seu livro Contato com os Discos Voadores que nós
passamos à seção astronômica da Academia de Ciências da URSS, pedindo a eles para responder
diretamente a você. Nós somos da opinião que os astrônomos Soviéticos estarão muito interessados

Contato com os discos voadores 9


Prefácio da Segunda Edição Inglesa

no trabalho de seus colegas Brasileiros.

Sinceramente,

Constantin Chugunov
(Chefe do Departamento Americano da Voks)

Nós gostaríamos de indicar que nosso amigo, que deve permanecer anônimo, enviou uma
cópia deste livro a um amigo seu na Rússia pedindo por qualquer comentário da Academia de
Ciências. Ele somente quis mostrar que o Ocidente tinha algum interesse em discos voadores.
Sendo um cientista e não esperando dar aos Russos a impressão de que ele era um lunático
delirante, ele contou a seu amigo Soviético que nosso livro era da natureza da ficção espacial e era
uma amostra de um novo tipo de literatura Ocidental. Entretanto, o Chefe da Voks, que também é
um cientista, quando ele tomou nota do problema, passou-o para estudo da maior academia de
ciências do mundo. Seguramente os Vermelhos não são idiotas. Porque iriam eles perder tempo
estudando um trabalho de ficção? Poderia ser que eles encontraram algo mais nele do que leitura
divertida?
O livro foi enviado em junho e, tão cedo quanto outubro, a URSS publicou os resultados de
suas pesquisas sobre os efeitos da repulsão da luz solar. Longe de nós dizer que os frutos das
pesquisas dos cientistas Soviéticos foram baseados neste livro, mas estamos, de qualquer modo,
agradecidos pelo suporte moral que derivamos deles. Se eles aceitam nossas teorias científicas pode
ser que eles não esqueçam de tomar nota de nossas conclusões éticas, também. Possam seus
corações ponderar sobre os aspectos humanistas e religiosos tão profundamente quanto suas mentes
trabalharam nos científicos. A deferência que foi mostrada a nosso livro por instituições culturais na
URSS está lisonjeando-nos e ajudará a chamar a atenção de nossas autoridades, não ao livro em si
mesmo, mas a todo o tema dos discos voadores.
Se eles estiverem relutantes em seguir o exemplo Soviético, eles deveriam pelo menos tomar
nota das tentativas desesperadas que os Americanos estão tomando para obter todas as informações
possíveis sobre discos voadores, que margeia, em certos casos, ao inescrupuloso. Isto não se aplica
somente aos Americanos, mas aos Russos também.
Muitas pessoas têm-nos atacado e mesmo aqueles que acreditam na existência de discos
voadores estão sujeitos à injúria pelos incrédulos. Nós temo-los desconsiderado e não nos
ofendemos. Não somos nós que eles estão atacando, mas a Verdade, e esta, o que quer que eles
possam dizer agora, um dia irá triunfar. Eles não podem mais nos deter com insultos tanto quanto
pedras não podem parar uma onda que avança. A onda da Verdade um dia quebrará e submergirá a
todos.

Dino Kraspedon

São Paulo, novembro de 1957.

Contato com os discos voadores 10


INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Desde novembro de 1.952 que conservamos em segredo os acontecimentos que conosco se


desenrolaram. Procuramos ocultá-los a todo custo, temerosos da crítica dos que só acreditam na
vida terrena e que não podem admitir uma outra humanidade vivendo em nosso sistema, que
raciocine em termos científicos superiores ou, ao menos, iguais aos nossos.
Não quer isto dizer que façamos uma profissão de fé na existência de mundos habitados
além da nossa casquinha de noz que vagueia no espaço e da qual tanto nos ufanamos, mas
confessamos francamente admitir que há boas possibilidades de que a vida não seja um banal
acidente característico de um globo sem outros atributos especiais como o nosso. Sendo razoável
pressupor-se essa premissa, não menos possível deve ser a viabilidade de um intercâmbio
interplanetário de natureza científica, turística, comercial, emotiva, imperialística, espiritual, etc. -
enfim em nível mais elevado ou com finalidades inconfessáveis, entre humanidades que se
libertaram das guirlandas que ainda calcetam os pés do orgulhoso “homo sapiens”.
Não obstante o nosso deliberado mutismo, fomos, certa vez, convidados a tomar parte numa
reunião, na residência de um general do nosso exército, onde um moço iria relatar uma estranha
viagem que teria feito a um planeta distante, proporcionada pelos tripulantes de um disco voador.
Querendo ser solidário ao rapaz e querendo deixá-lo mais à vontade, relatamos alguma coisa
do que conosco havia acontecido, e eis que quando demos acordo já todos estavam interessados em
conhecer o resto. Contamos parte dos fatos e guardamos reserva sobre outra, que julgamos não ser
construtivo revelar.
Dificilmente, porém, um homem guarda segredo sobre discos voadores, principalmente se
ele não é o protagonista. Dentro de pouco tempo vimo-nos instados de todos os lados, pedindo-nos
que relatássemos os fatos. Tivemos de repetir a história muitas vezes. Para sermos gentis,
relatávamos trechos, mas quanto mais pedíamos silêncio mais corria a notícia. Um certo cavalheiro,
que enche o seu tempo a bisbilhotar pessoas que já viram discos, e a quem confiamos alguma coisa,
solenemente prometeu-nos reserva. Alguns dias mais tarde convidou-nos a visitar um amigo seu.
Quando lá chegamos, pensando tratar-se de uma rotina social, encontramos umas 40 pessoas,
seguramente, que tinham sido “especialmente” convidadas para ouvir-nos. Achamos graça que esse
assunto, que envolve tantos interesses no mundo, fosse tratado com tamanha leviandade. Não
querendo contrariar a hospitalidade da casa, transformamo-nos no “Anderson” dos discos voadores
e forjamos alguma coisas fofa com que matássemos o tempo e preenchesse o nosso senso de humor.
Enfim foi divertido.
Fizemos este preâmbulo para certificar ao leitor que absolutamente não tínhamos e nem
temos intenções de publicidade, sendo levados a esta publicação por força de muitas circunstâncias.
Muitas vezes ofereceram-nos dinheiro pela história, o que sempre declinamos, não obstante a nossa
pobreza jobina.
Este livro não encerra todas as informações que obtivemos. Trata-se, pois, de um resumo.
Há assuntos que julgamos ser do nosso dever guardar silêncio. Em parte respeitamos o desejo de
quem no-los relatou, outra deliberadamente pusemos de reserva. Há, ainda, outras coisas que
tencionamos publicar em livro separado, visto não se enquadrarem no espírito de uma obra
iminentemente popular como esta.
Suprimimos, também, a parte referente ao nosso primeiro encontro com os discos voadores,
uma vez que o nosso interesse se prende tão somente em tornar conhecidos os pontos de vista dos
homens que tripulam essas naves misteriosas. Quisemos, com isso, evitar repetir minúcias que
outros já fizeram com muito brilho.
Evitamos, tanto quanto nos foi possível, entrar em considerações de ordem religiosa.

Contato com os discos voadores 11


INTRODUÇÃO

Acreditamos na sinceridade e na capacidade profissional dos que se dedicam a esse nobre mister de
esclarecer as almas, e podia parecer impertinência de nossa parte invadir campos de âmbito restrito
aos que para isso foram ordenados regularmente. Se em alguns pontos fazemos alusões religiosas, é
porque a isso somos forçados, para que o assunto tratado não sofra, motivado por exageros de
escrúpulos em ferir melindres alheios. Entretanto, apresentamos nossas desculpas aos que por
qualquer motivo se julgarem ofendidos, e prometemos, na medida das nossas possibilidades, tornar
públicas essas desculpas e nos retratarmos solenemente se um dia ficar patenteado que fomos
induzidos a erro.
Não queremos, também, com as considerações aqui contidas, menosprezar a nossa ciência
na sua parte mais sadia e o esforço inaudito e sincero de milhares de pesquisadores que se debruçam
nos aparelhos diversos e tubos de ensaio, em busca do desconhecido, e a quem, na realidade,
devemos esse pouquinho de bem estar e de luz que ainda nos resta. Respeitamos sinceramente os
seus esforços e os temos na mais alta conta. Estamos certos de que, se algum erro ou omissão
contiver na ciência, por certo não será um produto da má fé dos cientistas, que sempre fizeram do
saber honesto o apanágio das suas vidas, dando de si o mais leal e dedicado esforço.
Apenas – e isto queremos dizer bem alto – horroriza-nos que as longas horas de vigílias, as
vidas sacrificadas e todo o esforço de milhares de ilustres servidores do conhecimento humano, que
sempre tiveram em mira apenas o bem comum, sejam canalizados por pseudo cientistas à destruição
dessa humanidade, que nos deu tantos gênios e que os verdadeiros sábios tanto prezaram.
Com isso não atacamos a ciência, mas sim os que a querem transformar em pegureiro. Quem
se dedica ao nefando mister de destruir vidas humanas não pode nunca se intitular cientista. Seria
ofender a Newton, Galileu, Fleming, Laplace, Kepler, Lagrange, Hertz e todos os demais nomes
venerandos, inscrever no rol de cientistas o indivíduo com vocação para magarefe que fez detonar a
bomba atômica sobre Hiroshima ou Nagazaki. Pascal venceria às peias da sua humildade e os seus
ossos, revoltados, tremeriam do túmulo, se um dia fosse comparado ao indivíduo (?) que produziu o
gás “G”.
Qualquer um pode observar um fato e dele tirar ilações errôneas. Newton atrasou a ótica, por
mais de um século, com um simples ponto de vista errado, mas ninguém, em sã consciência, pode
atacá-lo ou por em dúvida a sua boa fé. Aristóteles, com sua nicomaquéia, foi um entrave para o
conhecimento humano durante muitos séculos, mas foi honesto com sigo mesmo e com os seus
circunstantes. Outro tanto podíamos dizer de um grande número, em todos os ramos do
conhecimento humano, em que o luzir do gênio só fez acobertar tremendos erros. Mas nós
veneramos os grandes monumentos do saber, interessados apenas na honestidade e no amor
científico que os norteavam nas pesquisas e não pelos enganos que de alguma forma incidiram,
cingidos como estavam, aos conhecimentos próprios da época e a uma falsa apreciação dos valores
da natureza.
Tudo é perdoável no homem, dentro da concepção que temos da perfeição. O que não se
pode perdoar nunca é o erro consciente e o abuso do saber para prejudicar a vida e os interesses
mais caros e sublimes dos circunstantes menos esclarecidos e aquinhoados pela inteligência.
Não tem, este livro, também, a finalidade de demolir outras obras que versaram o assunto de
discos voadores e descreveram tipos diferentes e conhecimentos diversos dos que aqui relatamos.
Nós sabemos que num mesmo planeta vivem homens que variam desde o preto ao branco, e do
pigmeu ao gigante. Respeitamos os seus relatos, pois cremos na honestidade dos outros.
Limitamo-nos, pois, a repetir o que ouvimos. É claro que as palavras aqui impressas não
foram exatamente aquelas que o comandante do disco trocou conosco. Ainda que empregássemos
um gravador, a reprodução não podia ser impressa fielmente. Procuramos, porém, evidenciar os
assuntos, usar o mesmo raciocínio, empregar a lógica – ainda que grotescamente – que o nosso
interlocutor usou, fazendo aflorar mais o espírito das respostas que as palavras.

Contato com os discos voadores 12


INTRODUÇÃO

Se um dia as questões aqui tratadas ficarem positivadas, talvez este despretensioso livrinho
seja considerado uma contribuição ao esclarecimento dos corpos até agora chamados não
identificados; se estiverem, porém, erradas, será ele taxado de impostura. Se formos vítimas de uma
triste mistificação, sabemos o risco que incorremos. Mas ainda assim vamos avante.
De nenhuma forma, porém, queremos parecer ao leitor mais do que somos e possuirmos
grande erudição ao ponto de contradizermos tudo o que os cientistas até hoje proclamaram, mesmo
porque não temos a honra de integrar essa plêiade de servidores humanos. E ainda que assim não
fosse, não queríamos ser como aquele vaga-lume, a que se referiu o comandante do disco voador,
que envaidecido da sua luz, que a natureza tão avaramente lhe concedeu, gritou aos outros vaga-
lumes: não existe sol nenhum, porque a luz só pode haver a que eu trago na minha cauda.

São Paulo, 4 de março de 1.957.

O AUTOR

Contato com os discos voadores 13


AGRADÁVEL SURPRESA

AGRADÁVEL SURPRESA

A campainha tilintou três vezes, e em seguida ouvi a voz da minha esposa: aí está um pastor
protestante que deseja falar com você.
– Que é que ele quer? – perguntei aflito.
– Não sei, mas pelos modos quer doutriná-lo – respondeu minha esposa.
Quase todos os domingos apareciam pastores protestantes ou meros pregadores, que iam
doutrinar-nos ou fazer convites para seu culto. Ateu em toda a extensão do termo, àquela época,
aborrecia-me as longas dissertações bíblicas. Na realidade, eu era avesso a tudo que cheirasse à
religião.
– Mas nós não combinamos de passear hoje com as crianças? – lembrei.
– Penso que não vai ser possível – respondeu-me ela. Mas não tem importância. Se não
formos hoje, iremos outro dia.
– Não é justo que as crianças deixem de passear. Almocem e vão sozinhos. Eu fico.
Tive desejos de perder a compostura e dizer ao protestante que não ia ser possível recebê-lo,
mas afinal o homem não era mau, – já que vinha para ver se conseguia levar-me para o céu. Desci a
escada desgostoso, mas conservando o cavalheirismo e procurando sorrir.
Sentado, porém, se achava um indivíduo apuradamente vestido, trajando um lindo costume
de casimira inglesa que lhe caía bem no corpo atlético. Os pastores são modestos, e esse estava
demasiadamente decente. Tinha a camisa alva e o colarinho engomado, com gravata azul de
desenhos brancos geométricos. Apenas o sapato demonstrava ter sido usado uns dois meses.
Chamou minha atenção as luvas que usava, de um tecido muito fino, que me fez lembrar onde eu
havia visto outra igual.
Encarei-o de frente, e tive a voz embargada pelo inesperado: tinha diante de mim o
comandante de um disco voador.
Em novembro de 1.952, viajando com um amigo, ao atingir o alto da serra de Angatuba, no
Estado de São Paulo, quando vínhamos do Paraná, nos defrontamos com cinco discos que pairavam
no ar. Era um dia chuvoso, e nada pudemos ver além disso. Mais tarde retornei ao mesmo ponto,
onde me conservei durante três dias e três noites, à espera que algum disco aparecesse. Na última
noite, depois de uma série de peripécias, que aqui deixamos de narrar para não fugirmos dos
propósitos deste livro, um aparelho aterrizou e tivemos oportunidade de penetrar no seu interior e
conhecer os seus tripulantes.
Depois de uma permanência de uma hora em visita às instalações do aparelho, quando o
comandante gentilmente nos explicou o seu funcionamento, prometeu-nos o fascinante personagem
que nos iria visitar tão logo ele pudesse.
E eis que agora, quatro ou cinco meses mais tarde, ele cumpria a sua palavra.
– Compreendo o seu estado de espírito pelo inesperado – disse-me ele levantando-se da
poltrona e estendendo-me a mão – mas vim retribuir-lhe a visita feita ao meu aparelho. Não só
cumpro a palavra empenhada como gozo um intenso prazer em revê-lo.
– Verdade – redargui – que jamais esperei merecer de você gesto tão agradável,
principalmente porque nada tenho a oferecer-lhe a não ser a mão de amigo.
– Se você me oferecesse a Terra inteira, mas não me desse a mão de amigo, da nada valeria.
Só a amizade realmente tem valor. Aceito-a de boamente, pois vim oferecer-lhe a mesma coisa: a
minha mão de amigo. Quero desculpar-me por me haver apresentado como um religioso
protestante, mas é forçoso que compreenda que sua esposa sentir-se-ia chocada se soubesse a
verdade.
– Foi uma mentira de cavalheiro – desculpei-o – e devo mesmo agradecer-lhe. Ela ficaria

Contato com os discos voadores 14


AGRADÁVEL SURPRESA

bastante infeliz se um dia pensasse ter um marido metido em franca atividade subversiva, de
parceria com um agente estrangeiro que se faz passar por um cavalheiro andante do espaço.

Na realidade eu nunca acreditei na origem extraterrena dos discos voadores. Esse assunto me
parecia mais uma impostura de seres da própria Terra, que aproveitando esse vago desejo que tem a
humanidade de possuir irmãos no nosso sistema solar, se apresentavam como seres de um outro
mundo para melhor exercerem atividades inconfessáveis. Mas o visitante reagiu sorrindo, e
acrescentou:
– Asseguro-lhe que a indireta é inconsistente, mas não resta dúvida ser o seu dever precaver-
se contra possíveis embaraços. Fique certo, porém, que se eu fosse um agente estrangeiro, há muito
que eu teria dominado a Terra e que você já não existia devido à sua curiosidade em penetrar no
disco.
Nessa altura surgiu minha esposa com os filhos. Avisou-me que o almoço estava posto, que
eu convidasse o “pastor”. Ela estava saindo e só voltaria à noite.
Durante o almoço, quis experimentar os conhecimentos linguísticos do meu hóspede e ver se
descobria a sua origem pelo sotaque. Encaminhei o assunto para a religião cristã e pedi-lhe que me
fizesse recordar as primeiras palavras da Bíblia em língua hebraica, ao que ele atendeu prontamente,
sem demonstrar o menor constrangimento ou embaraço: Breshit bara Elohim... - recitando um
longo trecho1.
Continuei a palestra no mesmo assunto, sem deixar que ele notasse que estava sendo
experimentado. Em certo lugar, fiz-me de esquecido. Comecei falando: Hodie si audieritis vocem
meam...2 e perguntei-lhe: como é mesmo o resto? Ele completou: nolite obdurare corda vestra.
Usando o mesmo sistema disse: nolite putare quoniam veni solvere lege aut prophet... - terminando
ele: no veni solvere, sed adimplere3.
Falei-lhe ainda em inglês e grego. A tudo ele respondeu com perfeição. Não só conhecia as
línguas, mas sabia aprofundar-se no assunto a que eu me reportava, indicando a data, o lugar dos
acontecimentos históricos e o nome dos protagonistas. Apenas dava, algumas vezes, interpretação
diferente do nosso ponto de vista ortodoxo. Sua língua pareceu-me arrastar somente quando se
expressou em inglês. Entretanto, a proficiência com que dissertava sobre questões mais diversas,
deixava-me perplexo.
Ao votarmos à sala de estar, desejei verificar até onde chegavam os seus conhecimentos
científicos, porque uma coisa é tratar de assuntos religiosos e históricos e possuir o dom poliglota, e
outra é falar de ciência. É lógico que falando de ciência, devia não só ter os conhecimentos que
temos, mas apresentar algo mais elevado. Caso contrário revelaria ser habitante da própria Terra.
Ora, ninguém formula teorias de improviso, a menos que seja um gênio ou que elas não tenham
lógica.
– Qual é seu nome? – perguntei-lhe.
– Eu não tenho nome no sentido que vocês aplicam. No meu planeta os nomes são um
retrato do caráter do indivíduo. Através dele conhecemos as virtudes e defeitos de uma pessoa,
mesmo muito desconhecida. Trata-se de uma combinação de sons, para vocês ininteligíveis, que um
não tem igual a outro. Hoje eu tenho um nome; se amanhã eu me tornar mais sábio ou melhor,
passarei a ter outro. E assim sucessivamente.
– Pois que seja – concordei. Diga-me, porém, de onde você procede.
– Venho de um satélite de Júpiter.
1 Breshit bara Elohim – No princípio criou Deus.
2 Hodie se audieritis vocem meam... nolite obtdurare corda vestra – Hoje se ouvirdes a minha voz, não endureçais os
vossos corações.
3 Nolite putare quoniam veni solvere lege aut prophet; no veni solvere, sed adimplere. - Não cuideis que vim destruir
a lei ou os profetas; não vim destruir, mas completar.

Contato com os discos voadores 15


AGRADÁVEL SURPRESA

– De que satélite?
– De nenhum especialmente. Tanto vivo em Ganimedes como em Io. Sou como vocês que
tanto podem residir em São Paulo, como em Santos ou Guarujá ao mesmo tempo.
– Mas já ouvi dizer que os homens interplanetários são minúsculos, e você é bastante alto
(quase dois metros). Como se explica? – perguntei-lhe com o propósito de embaraçá-lo.
– Nem todos são minúsculos. Num mesmo satélite temos homens pequenos e grandes,
loiros, pretos ou morenos. Também os homens terrenos são altos, mas há os pigmeus, os tipos
médios, os loiros, vermelhos, morenos, pretos. Na diversidade a natureza apresenta a sua unidade.
– Isso não tem importância – disse eu. Conhece-se o leão pelas garras.
Deve ser do seu conhecimento o esforço prodigioso que fazemos para aprender alguma
coisa. Gastamos somas fabulosas em pesquisas, e nem sempre com resultados animadores. Eu
mesmo – como você pode ver pelos meus livros cheios de anotações – estudo muito, mas até hoje
nada sei. Perco-me no emaranhado das equações, e a simples introdução de um parâmetro no
cálculo me põe tonto. Há um problema, por exemplo, que tem gasto o fosfato dos nossos melhores
físicos e matemáticos, que eu acredito ser fácil para você, cuja ciência permite atravessar os
espaços. Trata-se de saber se o que existe na natureza é a energia ou a matéria. É claro que eu não
me vou satisfazer com uma simples definição acadêmica, sem uma explicação mais profunda,
tratando-se, já se vê, de alguém que deve saber muito sobre o assunto. Podia dizer-me?
O comandante do disco pareceu mergulhar os seus pensamentos num ponto remoto, como se
buscasse um meio de abordar o assunto de maneira simples ou procurasse ouvir alguém que lhe
falava no fundo da alma. Depois respondeu pausadamente, pesando as palavras uma a uma:

Tendo este capítulo a finalidade precípua de explicar ao leitor como foi que conseguimos
iniciar uma palestra em nível mais alto com o comandante de um disco voador, preferimos encerrá-
lo neste ponto, retomando o assunto no capítulo seguinte.
Nesse capítulo novo, procuraremos excluir todas as palavras de menor importância que entre
nós foram trocadas, sintetizando tudo sob a forma de perguntas e respostas. Torna-se mais cômodo
para o leitor.
As páginas seguintes não representam o resultado de uma única palestra, mas sim,
consequência de cinco encontros que tivemos, que se deram nos seguintes locais: uma vez no
próprio disco, uma vez em minha residência, duas vezes na Praça da República e uma última na
Estação Roosevelt.

Importa esclarecer, outrossim, que as duas palestras que tivemos na Praça da República,
foram assistidas por um professor de física e matemática, que aqui conservamos o seu anonimato,
respeitando as suas altas funções atuais.
É possível que muitas respostas não representem o verdadeiro espírito do comandante do
disco. Devido ao tempo transcorrido, é provável que tenhamos deturpado alguma coisa. Entretanto,
conservamos o substrato das respostas baseando-nos em apontamentos feitos na época.
Procuramos, porém, na parte atinente à religião, excluir muita coisa que pudesse ferir os
pontos de vista das seitas ou igrejas existentes. Apenas queremos afirmar, por ser para nós um dever
de consciência, que as dificuldades que lhe apresentamos com relação à Bíblia foram por ele
desfeitas, dando-nos respostas sobre a criação do homem, a ressurreição do corpo, o porque da dor
humana, etc., que confirmaram a veracidade desse livro. Para nós, sua argumentação foi tão
satisfatória que nos fizemos cristãos. É possível, porém, que o que para nós foi compreensível, para
outros não passe de um absurdo. Eximimo-nos, pois, de publicar essas questões, a não ser quando
forçados, para não prejudicar o assunto.
Com essas ressalvas, passemos agora à matéria que nos pareceu mais interessante.

Contato com os discos voadores 16


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

R – Sua pergunta foi mal formulada. Antes devia indagar de que se originam matéria e
energia, uma vez que ambas são expressão de outra coisa que vocês veem e sentem, mas que não
percebem.

P – Você se refere ao éter?


R – Absolutamente, não me refiro ao éter. Este só existe em torno dos planetas até uma
determinada altura, e não passa de uma forma de matéria. São ainda efeito as camadas etéreas, e não
a causa. Todavia, faltando-me os elementos fundamentais, dificilmente eu poderia ser-lhe explícito.
Isto é, faltam-me os elementos porque vocês raciocinam de modo diferente. Não tenho os termos
apropriados em sua língua.

P – A que elementos você se refere? Matemáticos?


R – Eu diria melhor teológicos.

P – Que tem a ver matéria e energia com a teologia?


R – O homem só pode realmente compreender os fenômenos da natureza quando
compreende a natureza de Deus.

P – Bem, eu nunca pude acreditar em Deus, exatamente por não ver qual o papel que
ele teria a desempenhar no universo. Se ele existisse e regesse o infinito, a ele devia estar
reservado o principal papel da peça. Entretanto, sempre me pareceu que não existe um
princípio arbitrário a influir na ordem geral, que se possa dizer superior a tudo o que há,
porque a matéria, a energia, o movimento dos corpos, enfim, tudo se plasma em leis definidas,
diríamos de ordem mecânica. Resta você dizer-me o que é ele, qual a sua natureza, de que se
compõe, quais os seus atributos, como age e atua nas coisas, e demonstre-me não ser a sua
pessoa mera figura de proa, decorativa. Não me mostre um Deus submisso às leis mecânicas,
que eu jamais poderei crer. Revele-me um Deus maiúsculo, superior às leis. Se ele está
subordinado, quem o subordina lhe é superior, e se as leis têm imperativo sobre ele, agora os
atributos divinos lhe pertencem, e Deus é um simples vassalo. Submisso às leis eu também sou,
e não sou Deus.
R – No seu ceticismo existe a verdade. Eu também jamais creria em um Deus submisso às
coisas e à ordem natural. Uma lei não passa de uma convenção, e supõe sempre alguém que a
legislou. Ora, o Criador é superior à coisa criada, logo, é o juiz que julga a lei. É um princípio
arbitrário, quando o arbítrio se torna necessário para o bem da própria lei e das coisas criadas. Mas a
própria criação já é superior à lei, uma vez que um estatuto legal tem a finalidade de amparar. Ela é
boa para a proteção da criatura, mas se em vez de proteger tornar-se um opróbio, o legislador tem a
faculdade de modificá-la a seu talante. Deus julga, e não é julgado nem sujeito a coisa alguma.
“Vou dizer-lhe o que penso de Deus, dando-lhe uma definição o mais fácil possível: Deus é
uma reta isotrópica, paralelo a si mesmo e sobre si mesmo vibrando num ângulo de 90 graus 1. É
como um sistema de eixos, cujo ponto de intersecção das linhas estivesse em toda a parte ao mesmo
tempo. Logo múltiplo em si, porque nele contém dimensões – para servir-se de uma definição
terrestre – que contravariadas, “n” seria igual ao infinito.” Lembre-se que isto é uma tentativa de

1 Isotrópica – É chamada propriedade isotrópica aquela que tem os corpos de vibrarem em todas as direções. A luz
está neste caso.

Contato com os discos voadores 17


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

explicar o que na linguagem humana é inexplicável. Apreendida essa premissa, podemos agora ir
mais longe e estudar como foram criadas a matéria e a energia.

P – Você diz criadas?


R – Digo criadas, porque houve um tempo quando não haviam. Se desde toda a eternidade
houvessem existido, teriam coexistido com Deus, e o Pai não podia ter sido o Criador de uma coisa
tão eterna como Ele. Então diríamos transformador. Deus as fez. O “como” é o que vamos estudar.
Sua atenção já deve se ter voltado para uma particularidade interessante da eletricidade: se,
dentro de um campo magnético formado por um ímã, fizermos girar um rotor, obteremos
imediatamente um fluxo de elétrons, que se propaga pela superfície do condutor. Eu mesmo
pergunto: de onde vieram esses elétrons? Deve ter vindo de alguma parte. De onde?
Eles não vieram de parte alguma. Foram gerados no interior do campo magnético. Como?
Consequência de uma deformação provocada no campo magnético pela rotação do rotor.
Ainda que tomássemos esse gerador e o encerrássemos dentro de uma recipiente, onde não
pudesse entrar ou sair o ar atmosférico, no momento em que fizéssemos girar o rotor
continuaríamos obtendo o fluxo de elétrons. E se tivéssemos medido a pressão interna do recipiente,
veríamos, depois de algum tempo, que não obstante o enorme potencial que fluiu pelos condutores,
a pressão atmosférica continuou inalterada. Se assim é, podemos definir o elétron como um espaço
magnético deformado, que se propaga em forma ondulatória.
Prova eloquente da sua natureza ondulatória e não corpuscular é aquela que se obtém
quando o difratamos no espectro.
Há uma experiência feita pelos homens de ciência da terra que bem demonstra essa verdade:
fazendo-se passar, junto de um núcleo, um raio gama (o raio gama é de natureza eletromagnética)
surge imediatamente um elétron. É bem verdade que o momento de inércia do raio gama sofre
alteração. Como explicação desse fenômeno, formularam a hipótese – aliás muito frágil – de que a
aceleração se transforma em energia, mas é mero absurdo crer-se que o momento de inércia de um
vetor no espaço possa ser transformado em energia. Existe uma correspondência entre a força que
acelera uma massa com a energia, mas somente correspondência. A água aciona uma turbina, mas
nunca a gravidade que a animava pôde transformar-se em energia elétrica. Simplesmente o rotor
entrou em rotação no interior do gerador, deformando o espaço magnético. A deformação, que os
pontos M' da massa M do rotor ocasionaram no campo magnético, corresponde à força de gravidade
da água.
Se é absurdo dizer-se que um momento vetorial cria a energia, pior seria se disséssemos que
esse momento gerou a matéria – se o elétron fosse corpuscular. A única explicação racional é que o
raio gama, sendo de natureza eletromagnética, por um instante se deformou junto do núcleo, e dessa
deformação surgiu o elétron, que é, pois, uma carga ondulatória.

P – Mas se o raio gama, ficando deformado, cria a energia elétrica, deve haver saído
dele alguma coisa, e a sua massa devia ficar diminuída.
R – O raio gama nada perdeu, a não ser a aceleração. Isto é, perdeu a sua frequência e o seu
comprimento de onda, em parte. Diga-se, porém, que se pudermos criar obstáculos à sua passagem,
usando núcleos, faríamos, por correspondência, que fossem criados tantos elétrons quanto fosse a
sua frequência. Por sinal, esse sistema é muito usado por nós, para obtermos a energia, sobre o qual
falaremos mais tarde. Todavia, a alteração foi ocasionada no espaço ocupado por ele no momento.

P – Muito interessante o seu raciocínio. Pode-se mesmo admitir o elétron uma onda.
Mas como conciliar a sua natureza ondulatória com a constituição do átomo? Acaso ondas
podem girar em torno de um núcleo?

Contato com os discos voadores 18


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

R – Se as ondas não podem, muito menos as partículas 2. As leis da física são imutáveis.
Temos em termodinâmica a primeira lei, chamada equivalente mecânico do calor3. Para que um
corpo execute um trabalho é necessário uma quantidade de energia equivalente. Esgotada essa,
cessa o movimento mecânico.
Por muita energia que tivesse um elétron, ela seria limitada. Assim sendo, girando em torno
de um núcleo, essa energia deixaria de existir em pouco tempo. Entretanto, tal não se dá, pois o
movimento ou a permanência do elétron na sua órbita desafia o tempo e a termodinâmica.
Vamos mais além: se o elétron fosse partícula, a sua alta velocidade fá-lo-ia escapar pela
tangente do átomo, devido à força centrífuga.
Devemos considerar, também, que um corpo, por mais energia que contenha
intrinsecamente, não entra em movimento se uma força exterior não o forçar a isto. Carregue uma
esfera com uma grande quantidade de energia, e nem por isso ela se moverá. Entretanto, aplique-se-
lhe uma força de uma grama, e ela terá um impulso correspondente.
De nada valeria toda a energia intrínseca do elétron, se ele fosse partícula, se não houvesse
uma força exterior para emprestar a aceleração à sua massa.
Tendo o caráter de onda4, porém, o elétron perpetua a sua vibração dentro de um campo,
sem perder o seu comprimento de onda característico. Estas têm a propriedade de se transportarem
ou de permanecerem estacionárias no campo. Portanto, o elétron existe no átomo como onda
estacionária5.
Já, Heisemberg sentiu certas dificuldades para compreender o movimento eletrônico do
átomo. Via ele que o minúsculo elétron parecia ter o dom da ubiquidade, estando no mesmo instante
em todos os pontos de uma órbita. Não podendo precisar o ponto do espaço em que se encontrava
esse elemento num determinado tempo, por estar em todos, criou o “princípio da incerteza”6.

2 Diz o sábio Antônio J. B. De Miranda, na sua obra intitulada “Teoria Fotônica”, que se o elétron fosse um
corpúsculo homogêneo, sua velocidade seria, em torno do núcleo, de 268 vezes a velocidade da luz, dado pela
ciência como impossível. E se considerássemos o elétron um corpúsculo cilíndrico, ainda assim teríamos uma
velocidade de 100 vezes a da luz. (“Teoria Fotônica, pág. 208). À pág. 15 diz ainda o sábio: “O problema das
dimensões dos quanta tem afligido os físicos, porque: quanto às transversais, a produção de franjas de interferência
por meio de fendas paralelas leva à conclusão de que a largura de um quantum deverá ser de 6 metros; quanto às
longitudinais, a produção de interferência com diferenças de marcha que vão até dois milhões de comprimento de
onda parece mostrar que o comprimento de um quantum é da ordem de um metro.”
3 O equivalente mecânico do calor é o número de quilogrâmetros necessários para produzir uma coloria. Assim, uma
caloria (C) é a energia obtida da queda de um corpo que pesasse 1 kg e caísse de uma altura de 427 metros.
4 Bombardeando-se chapas fotográficas com elétrons em paralelo, produzem estas configurações difrativas,
constituídas de anéis concêntricos, o que demonstra ter a natureza de onda.
5 Se o elétron é uma onda originada do espaço, ruiria todo o moderno conceito da ciência. Desaparecendo o conteúdo
da teoria de Planck, que afirma ser o elétron um partícula que progride em saltos “quânticos”, ruiria, também, o
nosso conceito sobre a luz e toda a mecânica relativista.
6 O princípio da incerteza, de Heisemberg, derruiu o princípio do determinismo na ciência. Isso demonstrou que a
natureza, quando agia em fatores isolados, atuava de modo completamente arbitrário, parecendo desconhecer ou
fazer caso omisso da precisão matemática. Depois Dirac demonstrou que o universo, como um conjunto de
fenômenos mensuráveis sempre de forma definida e constante, era uma questão de probabilidade. Baseando-se em
fenômenos arbitrários o universo produzia uma constante. Isso foi a morte, também, das leis de “causa e efeito”,
porque não se podia conceber efeitos sempre idênticos em causas diferentes.
Se os fenômenos primários – raciocinaram os físicos – são arbitrários, não menos arbitrária deve ser a força que os
provoca. Quem os provoca deve ter, em toda a extensão propositadamente, a precisão que exige a ciência, não
obstante demonstrar essa precisão exigida quando, usando fenômenos primários, produz aqueles secundários que
compõem o universo visível. Em suma, pareceu aos físicos que por trás da fenomenologia física havia uma
inteligência com propósitos bem definidos, que embora usando caminhos diferentes de cada vez, chegava
infalivelmente aos mesmos resultados. Assim, atingimos um ponto que podemos afirmar que a causa principal dos
fenômenos é uma inteligência, e que aqueles fenômenos que julgávamos ser a causa não passam, ainda, de efeitos,
ou seja, acidentes relativos a uma substância, que no seu conjunto produzem o universo visível.

Contato com os discos voadores 19


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

Assim, as chamadas órbita K-L-M7, não são mais que ondas eletrônicas estacionárias num
campo, com comprimento de onda e frequência diferentes entre si. Sabe-se que ondas de vários
comprimentos não se interferem, como é o caso do rádio, embora ocupando um mesmo espaço.
Nessa particularidade do elétron existe um campo fabuloso, a espera de ser explorado em benefício
do homem em quase todos ramos do saber. Sendo o elétron uma onda de comprimento variável,
podemos dar-lhe características em número quase ilimitado. Por exemplo: ligue sua televisão e
provoque a interferência de ondas curtas do rádio, que verá as imagens se transformando em
negativo. Faça-o em ondas bem curtas, e obterá fenômenos ainda mais interessantes. Ora, se o feixe
de elétrons que dá imagem à televisão é passível de ser deformado e sofrer completa inversão de
características, fazendo o branco ficar preto e o preto ficar branco, é notório que uma partícula
jamais podia sofrer tal efeito 8. Deixe-se de conceber o caráter de onda, e não teremos nem mesmo
explicação para a coesão molecular.

P – Há um precedente, porém, você diz que um corpo ou uma partícula não pode fazer
indefinidamente um movimento no espaço porque perde a energia. Diz, outrossim, que todo
corpo carece de uma força que dê a aceleração. Afirmando a física Newtoniana que todos os
corpos podem ser considerados como um ponto no espaço e considerando, então, que a terra é
uma simples partícula, temos dois movimentos que negam a sua teoria. O primeiro é a rotação
terrestre e o segundo a revolução que o nosso planeta faz no espaço.
R – Absolutamente! O caso da terra é diferente e bem simples. A analogia que os físicos
quiseram ver entre os movimentos dos astros e planetas com o movimento interatômico não existe.
No átomo temos ondas estacionárias em estado vibratório permanente; a terra é um corpo
impulsionado por uma força constante. Ainda que ela não tivesse energia intrínseca, movimentar-
se-ia no espaço. O que se passa com ela é o mesmo que se dá com o radiômetro. Nesse aparelho, as
pás sofrem uma diferença de potencial. Enquanto as faces pretas absorvem a luz solar, entram em
rotação em torno do seu eixo. A intensidade do movimento depende da intensidade da luz solar que
as faces negras conseguem reter. (Vide figura nº 1).
A Terra, também, tendo uma face iluminada e a outra no escuro, é presa de uma diferença de
potencial, diríamos melhor um binário, e roda em torno do seu eixo.
Observe que no radiômetro é mister fazer-se baixa pressão no seu interior, caso contrário
não giram as pás. Também a Terra tem nas altas camadas a baixa pressão necessária, que vai até ao
vácuo.
Foi bom você referir-se à rotação terrestre, porque depois, quando nos reportarmos à
translação, esse conhecimento nos será de extrema valia.
Continuando, porém, a explicação de como se dá a rotação, posso afirmar-lhe que esse
fenômeno será um dos tropeços com que vocês defrontarão quando fizerem viagens
interplanetárias, se, na marcha que vão as coisas no mundo, vocês chegarem até lá. Todavia, será de
bem simples solução. Se qualquer corpo se elevar até uma certa altura da Terra, de maneira que
diminua a pressão atmosférica, entra imediatamente em rotação 9. É o fato de ter um lado recebendo
mais luz e calor. O remédio é equilibrar a diferença, dando luz e calor à parte mais fria. Por aí você

7 Órbitas K-L-M são aquelas onde se acredita girarem os elétrons em torno do núcleo.
8 Realmente, o retorno das ondas curtas de rádio sobre a televisão resulta diversos efeitos. Dentre vários, podemos
destacar: transformação de positivo em negativo; sobreposição de imagens estranhas; efeito multicolorido, em forma
de faixas, que sujeito a um oscilador pode registrar traços e pontos; interferências estranhas e captação de estações
distantes, de linguagem muitas vezes intraduzível. Aparecimento de imagens humanas desconhecidas. Esses
fenômenos, porém, só são conhecidos com o retorno das ondas muito curtas e em aparelhos de televisão cujo
circuito seja de natureza antimagnética.
9 Os aviadores que se atiram de paraquedas das grandes altitudes entram em violenta rotação, e só dominam este
movimento quando atingem as camadas de maior pressão da atmosfera.

Contato com os discos voadores 20


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

pode ver que os fenômenos da natureza são simples, tudo se resumindo em leis muito
compreensíveis, carecendo, apenas, de senso de análise e observação. É o que estamos procurando
demonstrar na questão do elétron.

Ilustração 1: Radiômetro

O pequeno aparelho acima dá uma ideia do movimento da Terra. Tendo um lado das palhetas pintado de
preto, enquanto o outro lado é branco, o radiômetro absorve a energia solar pelo lado preto e resulta uma diferença
de potencial, fazendo que as palhetas entrem em rotação.

Satisfeito esse ponto, deixemos para mais tarde a explicação da revolução terrestre em torno
do sol, para não perturbarmos a sequência do raciocínio, e analisemos como as coisas são criadas no
universo a partir do nada.
Falamos que Deus, sendo uma reta isotrópica, é um sistema de eixos donde partem linhas
em número infinito em todas as direções. Estando o centro desse eixo em toda a parte, podemos
considerar que o universo inteiro seja o centro e que as linhas de força, não se podendo propagar
fora de Deus, ou seja, se deslocar do centro, faz Dele uma figura imanente. Logo, se as linhas não
vão para o exterior, só podem se propagar para o interior. Mas, não existindo interior ou exterior,
sendo o universo inteiro um centro de linhas de força, todas as linhas consequentes do isotropismo
de Deus estariam vibrando sobre um ponto. Chamemos, pois, ao universo um ponto vibrante
infinito10. Ora, a sobreposição de linhas de força sobre um ponto é uma deformação.
Se o universo está assim bem definido, Deus é uma carga vibrante sobre um ponto infinito,
deformando eternamente o espaço, atuando sobre o nada, criando automaticamente a energia e, por
conseguinte, a matéria. Não existindo Deus, e nada existiria.
Eu podia continuar nessa demonstração até um alto grau, mas quem não está habituado pode
sofrer a vertigem das alturas. Fiquemos aqui, por enquanto.
10 A ciência conseguiu um grande avanço quando Newton considerou todas as massas como pontos apenas. Assim,
todos os pontos M' de uma massa foram considerados um único ponto. Se equacionarmos os universos como pontos,
em vez de massas espalhadas, talvez consigamos melhores resultados.

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DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

Dessa criação contínua da energia no universo resultaria uma pressão interna nas nebulosas,
que são observadas no fenômeno chamado “fuga das nebulosas”11. Sofrendo uma pressão interna,
elas se afastam.
Você me poderia objetar que essa pressão também existe na direção de fuga e que, assim,
uma pressão interna e outra externa daria a elas uma estabilidade e não se afastariam, provocando o
esmagamento da massa. Mas a isso eu responderia que a energia criada fora de um sistema galático
tende a se introduzir no sistema, condensando-se em forma material. Assim, temos uma pressão
interna e descompressão externa.
Também há a fuga, que impede o esmagamento por três razões:
1. Com a fuga propriamente dita desaparece a pressão interior;
2. À medida que fogem as nebulosas, o espaço que se havia transformado em matéria procura
retornar à sua antiga posição de espaço primitivo, numa lei de rotação das massas num
campo magnético, restituindo a energia de condensação em matéria agora em forma de luz,
cujo comprimento de onda vai caindo até sofrer o efeito da entropia. É o fenômeno do sol.
As suas descargas no espaço, omitindo-se as reações que provocam em cada planeta, são
uma espécie de retorno da matéria ao estado de espaço primitivo.
3. A luz repele os campos magnéticos. A luz solar, consequente da multidão de sóis das várias
galáxias, provocam uma grande força repulsiva em toda a matéria das nebulosas, e sob essa
força repulsiva elas se afastam umas das outras. Quanto a essa força de repulsão, falaremos
depois.
Havendo Deus fornecido a força de deformação do espaço, o sol lhe faz a restituição em
sentido contrário. Tudo sai de Deus e para Ele tudo retorna.
Eis aí explicado porque não existe matéria ou energia, mas sim, espaço deformado chamado
matéria, sendo o que vocês chamam de energia apenas um fenômeno de transição entre os espaços
primitivo e deformado.

P – Garanto-lhe, amigo, que não tenho elementos para refutar a sua teoria, mas gostei
imensamente da sua explanação. Entretanto, Deus é espírito. Se Ele pode criar a matéria, dar-
lhe-ia que todos os espíritos podem deformar o espaço e criar também?
R – Todos, não. Só o Criador, cuja natureza é diferente. Os espíritos são criados, Deus é o
incriado. Nós somos espíritos, mas não da natureza de Deus. O Pai é o gerador de energia e os
espíritos, uma simples forma de energia, embora diferente daquela que se constitui em matéria. Um
espírito pode criar até certo grau, como nós mesmos podemos deformar espaços, criar e destruir.
Mas nossas criações são limitadas. Por exemplo, nenhum espírito pode criar outro espírito. É-lhe
impossível. Para Deus o impossível não existe. Não só Ele gera a matéria, a energia e o espírito,
como fez, também, outros que tem a mesma natureza que a Dele. São seus filhos, rendem-lhe

11 Fuga das nebulosas é um fenômeno observado em que elas parecem fugir umas das outras, distanciando-se de um
centro hipotético. Várias hipóteses foram formuladas. Uma interessante é aquela que sugere ser essa fuga um
movimento periódico, retornando as nebulosas, depois, ao ponto de partida. Seria um movimento de sístole e
diástole do universo. A mais aceita, porém, foi a do padre Lemaitre, que supos ter sido o universo, há bilhões de
anos, um imenso átomo radiativo, que num momento, sofreu uma completa desintegração, sendo as nebulosas
simples fragmentos desse átomo primitivo. A sua teoria, porém, traz em seu bojo sérias dificuldades, uma vez que,
se fôssemos originários de um só “átomo”, todos os corpos da natureza deviam ter a mesma idade. Entretanto, sabe-
se que as coisas não passam assim. Os corpos celestes revelam idades diferentes.
Outrossim, não pode haver desintegração se agentes exteriores não perturbarem o movimento interno. Neste caso, se
haviam esses agentes, o “átomo radiativo” já não seria o único e o universo não teria começado desse modo.
É estranho que logo um padre seja capaz de imaginar um sistema absolutamente diferente daquele revelado pela
Igreja, originado por um acidente natural e parecendo desconhecer a inteligência atuante de um poder mais alto que
dirige tudo.
Todavia, a fuga das nebulosas parece manter uma aceleração provocada por uma pressão interna do universo.

Contato com os discos voadores 22


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

homenagens; porém, são de natureza idêntica, constituindo-se em fontes de força deformadora e de


vida. Nós não temos a vida em nós mesmos, e se nos desligarmos de Deus, morreremos
espiritualmente. Mas esses outros idênticos ao Pai formam com Ele um elemento uno, eternos em
si.

P – Você me disse que iria falar do movimento de translação da Terra no espaço.


Gostaria de ouvi-lo.
R – A translação é, em parte, consequência da rotação. Observe, porém, que eu digo em
parte porque, para explicá-la, temos que considerar mais alguma coisa sobre o sol.
Para a ciência terrestre, o sol é o centro do sistema planetário – o que não é verdade. A Via
Láctea é um imenso campo magnético. Porém, dentro de um campo, há outros secundários. Por
exemplo, a Terra é um campo magnético, dentro de um campo do nosso sistema, e este, dentro da
Via Láctea. Na Terra, também, há os secundários, com os seus polos, mas que infelizmente ainda
não foram descobertos pelos terrenos12.
O nosso campo magnético, dentro do qual se movem o Sol e os planetas, já foi
matematicamente demonstrado por Herschel e Newton, quando acharam o ponto de equilíbrio do
sistema distando do sol três vezes o seu diâmetro, devido à relação de 1/700 das massas dos
planetas em relação ao Sol. Este faz um movimento de translação em torno desse ponto13.
Convém seja frisado que é falso dizer-se que a matéria atrai a matéria na razão direta das
massas e no inverso do quadrado das distâncias. A matéria, havendo sofrido a interação atômica,
torna-se neutra perante a outra matéria distante. Entretanto, os campos magnéticos se atraem ou se
repelem, e mesmo a matéria pode ser atraída por um campo.
A Terra sofre uma atração para esse ponto magnético do nosso sistema, ao qual posso
denominar ponto zero. Ao mesmo tempo que esse ponto a atrai, ela sofre a repulsão da luz solar,
equilibrando-se na sua órbita entre duas ações (atração e repulsão)14.

P – Repelida pela luz solar?


R – Sim, repelida. A mesma repulsão que sofrem as nebulosas, fazendo-as fugirem, sofre a
Terra e os demais planetas. Já não foi medido o peso da luz?
O que é isso senão uma pressão que ela exerce constantemente sobre a matéria? Se o sol
atraísse, a sua luz não teria peso, mas sim, um efeito contrário15.
Eu lhe disse que a luz é o retorno do espaço deformado em espaço primitivo. O encontro de
duas expressões espaciais causa uma pressão bastante sensível. (Vide figura 2).
Ora, um corpo no espaço só pode ter um estado de equilíbrio se duas forças contrárias
concorrerem para a sua sustentação. Se houvesse apenas a força de atração, sem outra de repulsão, o
planeta viria de encontro ao ponto de atração16.
Já ficou demonstrado, também, que se a repulsão fosse provocada pela força centrífuga, o
12 Muitos cientistas já suspeitam que pode haver outros centros magnéticos na Terra, independentes dos polos
conhecidos. Principalmente os holandeses se dedicam muito à essa pesquisa.
13 Para a ciência, esse ponto é onde se encontra o equilíbrio das massas, devido à translação dos planetas. Parece que o
sol revoluta em torno desse ponto. Dado à forma da órbita terrestre, se o sol fizesse uma revolução em torno desse
ponto, o seu movimento devia ser, também, em 365 dias, igual, pois, à Terra.
14 Newton demonstrou que, se a Terra fosse apenas atraída, o seu movimento de revolução resultaria numa espiral e
acabaria por se chocar com o sol. Todavia, é difícil calcular a ação dessas forças por não haver, até o presente,
solução matemática satisfatória para o problema dos três corpos.
15 O peso da luz corresponde a 0,000.000.000.04 da pressão atmosférica sobre uma milha quadrada. Se a teoria do
comandante do disco é certa, essa pressão da luz nas altas camadas seria maior, devido ao cansaço da luz. Já em
1.873 Maxwell demonstrou que a radiação exerce uma pressão. Lebedew e Nichols acharam a mesma coisa.
16 É ponto pacífico em matemática que só há equilíbrio de um corpo no espaço quando sobre ele atuam duas forças
contrárias, cuja resultante seja igual a zero.

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DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

planeta descreveria um movimento espiralóide até se chocar com a origem da atração. Veja que é a
própria matemática terrestre que afirma isso. Todavia, se não existisse a força repulsiva do Sol, nem
mesmo haveria movimento circular. Não haveria rotação nem translação. Um corpo puxado numa
só direção não descreve movimento em sentido diferente. Como podia a Terra fazer uma revolução
contrariando o sentido da força gravitacional? Acaso um empuxo num sentido pode resultar outro
num ângulo de 90 graus?
Para compreendermos o fenômeno de revolução, temos que considerar como o verdadeiro
diâmetro do planeta, não o que é dado pela sua massa sólida, mas sim, pela soma das partes sólida e
gasosa.

Ilustração 2: Forças de sustentação da terra no espaço

Enquanto a Terra é atraída para o centro magnético do sistema, sofre a repulsão da luz. Esta, segundo o
comandante do disco voador, repele o campo magnético terrestre, da mesma forma que o raio de luz de uma estrela é
repelido e sofre desvio ao aproximar-se do centro magnético do sistema.

A translação terrestre é o resultado da velocidade de rotação e da camada etérea, que lhe dá um plano de
sustentação ou de rolamento sob a ação das duas forças concorrentes.

A razão de sua órbita não ser excêntrica deve-se ao fato de que o sol gira em torno do centro no mesmo tempo
em que a Terra faz a sua revolução no espaço.

Contato com os discos voadores 24


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

Os planetas que, segundo essas afirmações, passarem pela oposição ou conjunção com o sol e o centro,
sofrerão uma perturbação da órbita com os consequentes atraso ou adianto dos movimentos de rotação e revolução.

O maior desvio da luz nas proximidades do polo, produziria a queda de temperatura, enquanto que, no
equador, dando-se uma forte compressão, obter-se-ia mais calor.

A elipse descrita pelos planetas seria ainda consequência da ação entre as duas forças. Se o centro se acha
entre o planeta e o sol, a atração se torna mais poderosa, e o planeta se aproxima; se é o sol, porém, que se encontra
entre o planeta e o centro, a repulsão influi mais e o planeta se afasta, perturbando a sua rota. Variando a posição do
sol com relação ao centro zero, o afélio ou periélio do planeta nunca pode ocorrer na mesma posição anterior.

Exemplifiquemos: o seu planeta desenvolve uma velocidade de rotação de 1.660 km/h e de


106.000 km/h a de revolução (translação). Isto quer dizer que o raio da massa gasosa é de 407.200
quilômetros, ou seja, o éter terrestre se eleva a uma altura de 400.822 quilômetros, segundo se
depreende o seguinte:

Raio terrestre∗Velocidade de translação 6.378∗106.000


R MG= = =407.200 km
Velocidade de rotação do globo 1.660

Descontando-se o raio terrestre, que é igual a 6.378 km, temos 400.822 km, que é onde
atinge a camada etérea.

Ilustração 3: Espessuras do globo terrestre e da camada etérea

A lua se encontra, pois, situada na zona periférica da camada de éter, onde se passam os
vários fenômenos que lhe são pertinentes.

Contato com os discos voadores 25


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

O ponto de apoio que o éter oferece à Terra constitui o plano sobre o vértice de duas forças
concorrentes.
Temos, então, que o diâmetro do planeta, para efeito da revolução, é de 814.400 km. Todo o
conjunto se move com velocidade angular, apoiado pelas forças concorrentes, sobre um plano. É
como uma roda, que girando apoiada sobre o solo, se translada.
Vimos, então, que a mesma força que provoca a rotação opera a translação do corpo no
espaço. No caso da Terra, a força de rotação se dá na superfície sólida, distando do eixo 6.378 km,
mas o efeito de translação se passa a 407.200 km do eixo, onde a superfície do éter desenvolve uma
velocidade de 106.000 km/h.
Isto explicado, podemos saber porque um planeta de grande volume se situa num ponto
distante do Sol. Considerando-se a distância em que se encontra e o seu volume, descobrimos qual a
sua verdadeira densidade, uma vez que esta nos fornece o poder magnético dos polos. Por isso, o
planeta Júpiter é de baixa densidade, pois, tendo grande diâmetro, é repelido mais e atraído menos 17.
Se fosse verdadeira a assertiva de que a matéria atrai matéria na razão direta das massas, Júpiter,
tendo um volume 1.300 vezes maior que a Terra e 331 vezes mais massa, deveria estar bem mais
próximo do Sol do que este planeta.
Uma vez considerada a rotação e a translação do corpo, sabe-se a massa gasosa que circunda
o planeta, que geralmente não pode ser observada pelos telescópios.
Com este sistema vocês passam a ter a razão porque os corpos descrevem elipses no espaço.
É o problema dos três corpos, que a matemática terrestre ainda não encontrou a fórmula para
equacionar, na qual intervêm 18 incógnitas. Se para demonstrar o problema de 3 corpos ainda não
foi encontrada uma solução, imagine uma equação de todo o sistema com 8, 9, 10 corpos, e o
número de incógnitas que disso advêm. Entretanto, há solução, e a demonstração é fácil.
Esse problema se complica quando consideramos a quantidade de luz própria que contém
cada planeta.

P – Luz própria? Então os planetas tem luz?


R – Todo corpo em rotação, cercado por atmosfera, tem uma quantidade de luz própria. A
Terra tem o que os físicos chamam aurora permanente. É luz esverdeada, encontrada nas altas
camadas, invisível a olho nu. É ela o resultado do curto ocasionado pelas descargas dos polos na
alta atmosfera, onde se acham o hidrogênio, o sódio e o oxigênio 18. A intensidade dessa luz depende
da análise atmosférica e da velocidade de rotação de cada planeta. Um corpo em rotação no espaço,
estando mergulhado no campo magnético de sistema, atua como um rotor, gerando um certo grau
de eletricidade. Da rotação da sua massa depende a intensidade dos polos. Nesse caso, tomamos o
diâmetro, a massa, a distância entre os polos e a análise atmosférica do planeta e equacionamos,
colhendo desses elementos equacionados, a intensidade do curto-circuito e, consequentemente, a
quantidade de luz própria gerada que, por sua vez, vai interferir no próprio movimento de rotação e
translação. Logo, a rotação é o resultado da distância do planeta ao Sol, do diâmetro que apresenta,
da massa, dos satélites que iluminam a sua superfície, menos a luz própria gerada.
Ela é, também, a aurora boreal, cuja elucidação tanto trabalho tem dado aos estudiosos. A
sua intensidade é consequência da proximidade do polo magnético e do polo geográfico.

P – Há alguma prova concreta de que a luz repele a matéria?


R – Várias provas existem. Vejamos algumas:

17 Eis a densidade encontrada pela ciência para os vários corpos celestes: Mercúrio: 6,2; Vênus: 5; Terra: 5,5; Marte:
3,8; Júpiter: 1,36; Saturno: 0,07; Urano: 1,3; Netuno: 1,2; Plutão: desconhecido; água: 1.
18 A “aurora permanente” é também conhecida pelos físicos com “air blow”. Pode ser encontrada a uma altura de 150
quilômetros.

Contato com os discos voadores 26


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

1. Um cometa, ao aproximar-se do Sol, sofre o fenômeno do achatamento;


2. A luz sofre desvio ao aproximar-se de um campo magnético (não da massa). Também o
elétron, ao atravessar um campo, sofre desvio;
3. O planeta Júpiter consegue, com a sua aproximação do Sol, exercer uma pressão contra este
e afastá-lo da sua posição;
4. A luz tem peso e atrito;
5. A luminosidade solar provoca pressão barométrica;
6. No afélio os planetas tem menor velocidade;
7. A pressão da luz sobre Mercúrio fá-lo afastar-se 23 milhões de quilômetros.
Podíamos citar outras provas, mas convém que nos abstenhamos por não havermos ainda
falado de outros fenômenos.
Em breve os terrestres terão outros problemas a resolver. Se até agora não tem solução para
o problema dos três corpos, brevemente haverá maior dificuldade com a inclusão de um outro sol
no nosso sistema. Agora são três; depois serão quatro corpos, representados pela Terra, dois sóis e o
centro magnético.

P – Não estou compreendendo bem o que você se está referindo. Que outro sol é esse
que fará parte do nosso sistema?
R – É o que lhe estou afirmando: um outro sol penetrará, dentro em breve, no nosso sistema
planetário, e teremos um invejável sistema de sóis duplos. Aliás, essa é uma das razões porque aqui
nos encontramos, além de vir preveni-los contra os perigos a que estão expostos com o advento da
era atômica e de vir saudá-los.

P – Sim, eu quero saber quais os perigos a que estamos expostos com o advento da
idade atômica, mas primeiro seria interessante ouvir mais a respeito desse novo sol.
R – Esse corpo é um monstro, que em breve poderá ser visto na direção de Câncer, de luz
apagada. A luz de um sol só passa a brilhar quando penetra num campo magnético secundário como
o nosso. Penetrando no sistema, toma um movimento de rotação, deforma o espaço e gera correntes
que lhe darão brilho. Se viesse luminoso, sua luz provocaria forte repulsão e seria desviado de sua
rota. Sem brilho, ele sofre a pressão do nosso sol, mas o seu momento cinético lhe garantirá a
penetração. De início será uma luz avermelhada, depois azul. Após vencer a zona das grandes
massas planetárias, terá a oposição solar pela frente, mas na retaguarda terá o peso das grandes
massas a impulsioná-lo por uma ação repulsiva. A repulsão contra os planetas, pela retaguarda, a
sua luz brilhando e o volume de sua massa descomunal fará o sol atual deslocar-se das
proximidades do centro magnético, situando-se mais longe. Então, dois sóis demarcarão as suas
órbitas, ficando o de maior massa e menos luz mais próximo do centro19. (Vide figura 4).
Dois sóis no sistema criarão problemas difíceis. Todos os planetas terão suas órbitas
modificadas. Mercúrio cairá na zona hoje compreendida entre Vênus e a Terra. Vênus irá para o
lugar que medeia entre a Terra e Marte. A Terra sentirá o efeito, antes que o novo sol se coloque no
seu lugar definitivo. À medida que esse corpo começar a brilhar, a pressão da luz fará com que a lua
se desloque da sua órbita e vá situar-se num ponto que passe à categoria de planeta. Com esse
deslocamento conduzirá uma quantidade da massa etérea da Terra, que lhe garantirá uma
estabilização de movimento. A Terra, por sua vez, sob a pressão combinada de dois sóis, irá se
situar na zona hoje ocupada pelos planetoides. Em suma, haverá um deslocamento geral de todos os
corpos que povoam o nosso sistema. Plutão será lançado fora, e vagará errante pelo espaço, até que
um seio acolhedor o recolha.

19 E sucederá naquele dia, diz o Senhor, que farei que o sol se ponha ao meio dia, e a Terra se entenebreça em dia de
luz. (Amós: 8-9).

Contato com os discos voadores 27


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

Um dos satélites de Marte será arrancado da sua atual posição e projetado ao espaço. De
massa bastante densa, em vez de repelido será atraído para o interior. Sua trajetória será de tal
forma que viria a constituir-se satélite da Terra, o choque provocado pelo encontro da sua massa
com o éter fá-lo-á em pedaços; se for a favor, ficará ligado ao planeta. A Terra não sofrerá com o
choque contra, pois a sua camada etérea oferece proteção. Pelos nossos cálculos, apenas cairá uma
chuva de pedras sobre a superfície deste globo , principalmente na zona compreendida pelo sul
europeu, norte da África, Ásia Menor, o norte da América do Sul e o sul da América do Norte. O
impacto transformará o atual esplêndido satélite marciano em pedacinhos de uns 20 kg cada um,
que devastará as zonas acima descritas. Depois tudo se normalizará. Nós teremos um novo céu onde
viajar e vocês terão uma nova Terra.

Ilustração 4: Sistema de estrelas duplas

A penetração de um novo sol no nosso sistema laçaria a Terra na zona hoje ocupada pelos planetoides, entre
Marte e Júpiter. Todos os planetas teriam suas órbitas modificadas. Haveria um abalo, porém suportável, em vista de
que o novo sol só aos poucos iria influindo com a sua força repulsiva. Ao atingir o máximo de sua luminosidade a
Terra já estaria no lugar devido no sistema solar. Haveria, sem dúvida alguma, uma transformação do tipo biológico
terreno, mas a vida ainda continuaria, talvez em melhores condições.

A penetração desse novo corpo foi predita por Nostradamus nas suas célebres Centúrias, II, quadra 41, onde
se lê:

Contato com os discos voadores 28


DEUS, MATÉRIA E ENERGIA

“La grande estoille par sept jours bruslera.

Nuee fera deux soleils apparoir”.

Traduzindo, significa: Por sete dias a grande estrela brilhará, nuvem fará dois sóis aparecer.

P – Quando será isso? Ainda levará muito tempo?


R – Será muito em breve, no fim deste século. A Terra começará o seu novo milênio com
uma nova fonte de luz a iluminar os seus prados. Muitos desaparecerão para sempre do cenário
terrestre, mas um pequenino rebanho restará, obediente às leis de Deus, e não haverá mais as
lágrimas que aqui existem. Haverá paz e abundância, justiça e misericórdia. As almas injustas terão
o castigo merecido, e só os bons terão guarida. Nesse dia o homem compreenderá o triunfo dos
justos, e verá porque Deus não puniu imediatamente os maus. O Sol, que há de vir, será chamado o
“Sol da Justiça”. O seu aparecimento nos céus será o sinal precursor da vinda d'Aquele que brilha
ainda mais que o próprio Sol.

P – E que tem a ver a vinda dos discos à Terra com o Sol que há de vir?
R – Estudamos todos os efeitos que o seu aparecimento trará. Se nos fosse permitido,
podíamos enviar, por meio de aparelhos apropriados, pulsações eletromagnéticas contra ele, e
evitaríamos a sua entrada, fazendo que a sua luz acendesse fora do sistema. Mas evitar a sua vinda
seria querer opor-nos à vontade de Deus e deixar que a injustiça aqui se perpetuasse. Quem está
com a sua consciência tranquila e em paz com o seu Criador nada precisa temer. Deixemo-lo vir.
Viemos com finalidade de estudo, e também para fazer um supremo apelo ao homem para
que evite a catástrofe e viva em paz. A Terra não é o centro do sistema planetário, como antes
pensavam, mas é o centro do mal. Se os homens se tornassem bons, talvez que o Criador tivesse
compaixão. Evitem a guerra, porque pode dar-se o caso que o homem destrua o seu planeta com as
próprias mãos, evitando, assim, que as forças da natureza o façam. Não é difícil ser bom; é o
bastante não fazer o mal. O restante Deus suprirá.

Cálculos dos elementos do sistema Planetário, segundo os dados teóricos


fornecidos pelo comandante do disco voador
Planetas Diâmetro [km] Período de Velocidade de Velocidade de Altura da cinta
rotação rotação da revolução de éter [km]
massa [km/h] [km/h]
Mercúrio 4.840 23h00min 661 172.340 628.000
Vênus 12.320 16h31min 2.344 126.000 320.950
Terra 12.756 23h59min 1.660 106.000 406.000
Marte 6.660 24h37min 849 86.000 315.595
Júpiter 139.780 90h50min 44.700 47.000 16
Saturno 115.100 10h02min 35.000 35.000Isento de éter ou
atmosfera
Urano 47.400 10h50min 13.700 24.482 18.652
Netuno 43.100 15h10min 8.696 19.558 26.850
Plutão 11.500 19h57min 1.810 17.057 96.800

Contato com os discos voadores 29


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

P – Há algum inconveniente em esclarecer-nos acerca dos problemas referentes à


navegação com os discos voadores?
R – Absolutamente, nenhum. É claro que uma viagem interplanetária ainda demandaria
muito tempo para o povo da Terra, mas vamos dar-lhes uma mãozinha, demonstrando-lhe como as
coisas ocorrem:
O peso atmosférico da Terra é de 1,033 kgf/cm2. Se colocarmos uma folha de papel na boca
de um copo cheio d'água, de boca para baixo, a pressão atmosférica, exercida de baixo para cima,
impedirá que a água sofra a ação da gravidade e caia.
Com o disco voador empregamos essa força natural da atmosfera. É ela quem nos dá a
propulsão carecida.
Se sobre a parte inferior do disco mantivermos essa pressão e provocarmos uma
descompressão na parte superior, o aparelho sofrerá um fabuloso impulso para cima, com um poder
que nenhuma força conhecida pode igualar.

P – Por favor, quer ser mais explícito? Não estou compreendendo bem o sistema como
você descreve.
R – É simples, meu amigo. Fazemos o vácuo na direção que desejamos seguir. Se temos
baixa pressão de um lado, do outro obtemos a pressão atmosférica integralmente. Qualquer
aparelho, seja ele o que for, só se pode mover obtendo uma diferença de potencial.
Por exemplo: num disco com 20 metros de diâmetro, temos:

Área=∗Raio2=3,1416∗10 2=314,16 m2=3.141.600 cm2

Considerando, agora, que a pressão atmosférica é igual a 1,033 kgf/cm 2, chegamos à


conclusão de que a força que atua sobre o disco é de 3.278.272,8 kgf, quando as suas dimensões
correspondem a 20 metros de diâmetro.

Força= pressão∗Área=1,033∗3.141.600=3.278.272,8 kgf =331.150,30 N

Para você ter uma ideia do que isso representa, imagine que, num disco dos menores, temos
um impulso de três milhões de quilogramas, enquanto que os aviões terrenos, os mais possantes,
não vão além de alguns milhares de quilos.
Já, num aparelho de porte regular, essa pressão é muito maior. Tratando-se de um disco de
100 metros de diâmetro teríamos 78.540.000 de quilos; num de 200 metros a pressão seria igual a
314.160.000 quilogramas.
Não existe limite para o tamanho e a capacidade de um desses aparelhos. Os nossos grandes
cargueiros atingem até 600 metros de diâmetro, com capacidade para quase três bilhões de quilos.
Isto é mais ou menos teórico, porque nunca usamos toda a capacidade de carga de um desses
gigantes do espaço. Deixamos sempre uma margem, que usamos para a alta velocidade.
Quando fazemos viagens interplanetárias, usamos aparelhos de pequena capacidade.
Depende do fim que temos em vista. Geralmente convêm-nos discos de 20 metros. Esses aparelhos,
completamente equipados, pesam no máximo 250 mil quilos. Temos ainda uma margem de três
milhões de quilos, que usamos para altas velocidades.
Jamais alguém obteria tamanha energia numa nave. Nem mesmo a energia atômica poderia
se equiparar às forças da natureza. E isso sem envenenar a atmosfera. Compreendeu bem, agora?

Contato com os discos voadores 30


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

Ilustração 5: Disco em voo horizontal

Tendo o vácuo sempre a sua frente, o disco pode se movimentar sem qualquer atrito e em qualquer
velocidade. Fácil é, também, a sua maneabilidade, pois que esse vácuo pode ser transferido em todas as direções. Num
disco de 20 metros de diâmetro a pressão atmosférica exercida é mais de 3.000.000 de kgf, enquanto que, se esse
diâmetro for elevado para 60 metros, o poder atmosférico se eleva a quase 30.000.000 de kgf. É, pois, uma força
descomunal, que não existe exemplo entre os nossos fenômenos mais comuns.

Aos que se interessam pelas questões de comunicação com defuntos, damos uma nota encontrada nos anais
espíritas. “Revista Espírita”, abril de 1859, traduzida e enfeixada em livro em português, pág. 119, sob o título
Poitevin, o Aeronauta. Pretendendo, os antigos pesquisadores, atingir outros planetas com o concurso de balões, Allan
Kardec invocou o espírito de Poitevin, que foi piloto de balões, e perguntou-lhe do futuro do aerostato. Poitevin
predisse que o aerostato não tinha grande futuro, não se prestava para viagens interplanetárias e mostrou como se
podia fazer um aparelho capaz de vencer as grandes distância:

“Não me perguntastes se, por este meio, chegaríeis a visitar outros planetas. Entretanto, tal pensamento
inquietou muitas cabeças e a solução encheria o vosso mundo de espanto. Não, não o conseguireis. Pensai que para
atravessar os espaços inimaginados, de milhões e milhões de léguas, a luz leva anos. Vede, pois, quanto tempo seria
necessário para os atingir, mesmo levados pelo vapor e pelo vento.”

“Para voltar ao tema principal, eu vos dizia, de começo, que se não deveria esperar muito do vosso sistema
atual; mas que obteríeis muito mais agindo sobre o ar por alta e duradoura compressão. O ponto de apoio que buscais
está a vossa frente e vos cerca por todos os lados; com ele vos chocais em cada um dos vossos movimentos;
diariamente ele entrava a vossa rota e influi sobre tudo quanto tocais. Pensai muito nisto e tirai desta revelação tudo
quanto for possível: suas consequências são enormes.”

Otto de Guérick foi um dos primeiros a notar a fabulosa força atmosférica, em 1.654, quando tentou separar
dois hemisférios, onde se havia feito o vácuo. Nem com a tração de 16 cavalos foi isso possível. Antes havia visto uma
caldeira de cobre, em cujo interior havia feito baixa pressão, ser esmagada como uma folha de papel, devido a
tremenda força atmosférica.

Não fossem as correntes de vento da alta atmosfera, que dão um ponto de sustentação para a incrível pressão,
e seríamos esmagados pelo grande volume gasoso que se situa sobre nós.

Há um grande perigo que paira sobre a Terra com as explosões atômicas: a perturbação dassas camadas
pode provocar chuvas diluvianas, ventos de fúria inconcebível, pressão atmosférica nunca calculada e intensidade
solar catastrófica.

O disco não anula a gravidade, como a princípio se supunha, mas tira a sua energia da própria pressão
atmosférica. Daí haverem dito, a muitos, que a fonte de energia que se serviam era a própria natureza. Se anulassem a

Contato com os discos voadores 31


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

gravidade só teriam um sentido de direção e careceriam de combustível para vencer o efeito contrário. Ainda que
vencessem a gravidade, teriam o seu peso específico em relação ao ar e o atrito a limitar-lhes a velocidade na
atmosfera.

É, pois, o disco voador uma máquina perfeitamente à altura de ser construída na Terra. O seu revestimento
pode ser de qualquer material, uma vez que nenhum atrito pode sofrer. Não tem importância o formato; apenas a
forma de disco é a ideal porque uma metade transforma em zona de pressão atmosférica enquanto a outra mergulha no
vácuo. Um corpo em forma de cubo teria sua maneabilidade e velocidade limitadas pela grande pressão atmosférica
lateral. Teria, pois, um atrito nas paredes laterais.

Não pode ter janelas de vidro, pois que a diferença de pressão entre os pontos do mesmo corpo poderia partir
o vidro e criar uma corrente atmosférica de grande velocidade no próprio interior do disco. A visão é dada por
“olhos” de televisão situados em vários pontos externos que transmitem a uma tela de fronte do piloto. Olhando na
tela o piloto pode ver em todos os sentidos ao mesmo tempo, sendo esse sistema superior a própria vista humana, que
só vê num determinado ângulo de cada vez.

Infelizmente, tal aparelho pode ser usado na guerra, mas revolucionaria todo o nosso sistema de transporte se
fosse construído na Terra. Basta dizer que um só desses aparelhos, de modestas dimensões, poderia transportar, em
questão de menos de uma hora, todo o trigo que São Paulo consome durante um ano inteiro, vindo diretamente da
Argentina sem necessidade de navios custosos, caminhões, etc., pois que poderia fazer o carregamento e a descarga
sem necessidade de campos especiais.

P – Compreendi. É espantoso como é fácil o processo!


R – Sim, é fácil mesmo. É o ovo de Colombo. Mas estaria incompleto se eu me recusasse
dizer qual o meio que empregamos para fazer o vácuo externamente. Antes vou explicar-lhe o
sistema de direção:
Podemos transferir esse vácuo para qualquer sentido. Com uma simples alavanca numa
semi-esfera transferimo-lo para onde queremos seguir. Se queremos ir para um lado, provocamos o
vácuo para ele, e imediatamente a atmosfera exerce pressão naquele sentido. Digamos: estamos
voando no plano horizontal. Se queremos fazer um ângulo de 90 graus, basta transferirmos o vácuo
para cima ou para um dos lados, e iremos com a mesma velocidade naquele sentido. Não precisa
uma curva. Compreendeu?

P – Sim, vi todo o alcance. Isto pode revolucionar tudo o que conhecemos em matéria
de navegação. É um aparelho diabólico.
R – Depende do uso que fizerem. Eu ainda acredito na bondade do homem e me
comprometo, se um dia nos prometerem acabar com as guerras, vir pessoalmente e ajudá-los a
alcançarem esse desideratum. Não só isso, mas coisas mais superiores. Ensiná-los-ei como fazer da
vida um paraíso.
Mas como íamos dizendo, obtemos um vácuo e uma pressão, como você diz, diabólica. Não
temos, porém, nenhum atrito, já que para o sentido que vamos só existe o vácuo. Logo, sem atrito, o
aparelho não esquenta. Carecemos, muitas vezes, até de um pouquinho de calor para nos
mantermos, porque a temperatura baixa demais.
Quanto ao processo de fazer-se o vácuo externamente, não existe dificuldade técnica
alguma. Você sabe que os raios catódicos têm a estranha propriedade de decomporem a atmosfera
por onde passam. Os elementos atmosféricos, sob a ação desses raios, retornam ao estado etéreo. A
essa propriedade, juntamos a de fazer que os raios catódicos se cruzem com os anódicos num
ângulo de 45 graus. Isto fazemos empregando elevadas voltagem e amperagem.

P – Onde fica situado o emissor de raios catódicos?


R – Em toda a zona periférica do disco. Quer dizer, toda a parte lateral do aparelho é um

Contato com os discos voadores 32


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

tubo de raios, entre duas paredes. Esses raios são mortais e só podem ser projetados para o exterior.
Um ser humano que recebesse a emissão dos raios catódicos com a intensidade que usamos teria
todos os glóbulos destruídos e sofreria queimaduras mortais. Mas no interior do aparelho há menos
radiatividade que o ar que se respira na Terra.
A coloração que vocês veem é a consequência desses raios, como num tubo de Crooks e
Geissler. Depende da baixa pressão que obtemos, ou seja, o vácuo. Se queremos ir depressa,
fazemos o vácuo absoluto e nos tornamos um raio no espaço; se não, fazemos semi-vácuo, e vamos
devagar. A intensidade do vácuo é conseguida com a amperagem empregada, usando-se um
reostato. Se queremos flutuar, empregamos uma corrente fraca.
Quando estamos com semi-vácuo, vocês veem a luminosidade à noite; mas se estamos
usando vácuo absoluto, ninguém nos vê porque não existe luz no vácuo 1. É por isso que dizem
sempre que ficamos parados, e repentinamente sumimos e aparecemos noutro lugar.
É forçoso confessar que há outros meios que se empregam, como no caso do sistema de
bismuto, ainda usado em muitos aparelhos para conseguir-se uma diferença de potencial. Aliás, foi
esse o nosso primeiro sistema. (O comandante explicou-nos esse outro processo mas, por ser
complexo, preferimos não relatar aqui). Depois de muito viajarmos com a caranguejola a bismuto,
um ser de outro planeta nos explicou como podíamos fazer a coisa mais simples. Temos ainda
aparelhos desse tipo, mas só são usados pelos aficionados de antiguidades, que se aventuram a
viagens interplanetárias. São como vocês que, tendo barcos a motor, empregam esportivamente
barcos a vela.
Eis aí, meu caro, como vocês podem fazer um aparelho tão ou mais rápido que um corisco.

P – Eu aceito totalmente a explicação que você deu, é claro, um aparelho que pudesse
criar um vácuo externo teria grande manejabilidade, força motiva e de tração. Parece-me,
entretanto, que este sistema não seria muito bom para sair da Terra. Ele é fácil de manejar
enquanto houver pressão atmosférica. Mas, a uma certa altura, a não ser que nossos cálculos
estejam basicamente errados, esta pressão reduz-se a nada. Eu gostaria que você falasse
francamente sobre o método que você usa para escapar da Terra, porque o que você falou-me
até agora, é somente parte da resposta.
R – Você está me forçando a elucidar um ponto vital, que eu teria preferido não falar. Uma
vez que você saiba disto, nós não teremos mais qualquer segurança e correríamos sérios riscos,
devido ao desejo nato de conquista dos homens. Mas ninguém pode recusar falar a verdade quando
for perguntado. Eu vou contar-lhe tudo, mas você deve prometer manter em segredo o meio pelo
qual nós produzimos esta força.

P – Eu poderia relatar isso a outros?


R – Eu não impus condições para relatar-lhe nada. Faça como bem aprouver-lhe. Não posso
proibi-lo de dizer aos outros coisas que podem contribuir para o bem-estar coletivo. Peço – isso sim
– que as informações que eu lhe der sobre meios de destruição, guarde para si somente. O que eu
quero dizer-lhe poderia levar destruição mesmo para nós, pois tornaria possível a vocês alcançar
nosso planeta. A ameaça que pesa sobre o mundo como resultado do desenvolvimento tecnológico
humano estaria sobre nós e os homens se transformariam em diabos. Quanto ao resto, se você achar
que é justo dizer aos outros, faça-o. E se um dia houver qualquer dificuldade técnica, estarei pronto
para ajudá-los a solucionarem o problema. Basta que desejem a minha presença, e eu saberei,
mesmo distante, que me chamam pelo pensamento.
A amizade não impõe condições, e a generosidade deve ser o nosso brasão universal. Todos

1 A luz desaparece dos tubos de raios catódicos, se no seu interior diminuirmos a pressão. Logo, a luz é um efeito
atmosférico, e viveríamos no escuro se nos fosse possível habitar o vácuo.

Contato com os discos voadores 33


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

somos passíveis de imperfeições, e quando se estima sinceramente, acredita-se no caráter da pessoa,


ainda mesmo que não se deva. Peço-lhe, também, que se um dia quiser transformar isso em coisa
útil ao mundo, comunique primeiro ao seu povo, porque os brasileiros não são agressivos e
intimamente abominam a guerra. Não procure esclarecer o problema, porém, a quem pode
transformar um aparelho desses em arma de matança coletiva. Mas se o seu povo não der
importância, publique como quiser. Mas faça-o, então, sem restrições, para que todos saibam, e um
não tenha vantagem sobre o outro.
Agora, eu vou satisfazer sua curiosidade, mas primeiro, por favor, preste especial atenção a
certos detalhes que eu lhe falei. Em torno de todo o planeta habitado há um fluido elétrico que
envelopa-o e cria condições adequadas para a vida. É um habitat temporário, não somente para
homens, mas também para espíritos. Ninguém pode escapar dele, a não ser que saiba como produzir
outro para seu uso.

P – Os espíritos também são capturados dentro deste envelope etérico?


R – Sim. Um espírito que habita um planeta tem um corpo fluídico que o contorna. Um
espírito que está ainda ligado pela matéria em qualquer extensão, não pode viver sem ele. Se ele
tentar escapar de seu mundo particular, seu corpo espiritual deixa-o e é reassimilado dentro do
envelope etérico do planeta. Então, mesmo espíritos são prisioneiros enquanto eles forem incapazes
de rejeitar o mal e permanecerem ignorantes.
Muitas pessoas chamam este fluído “éter”, mas o nome é de pouca importância. É uma
questão de palavras que não afetam o problema. O que é importante é saber do que ele é feito. Nós
poderíamos bem chamá-lo “fluido elétrico”, que seria próximo da verdade. Em eletricidade há uma
carga negativa e uma carga positiva. Em física nós temos os prótons e anti-prótons, mésons e anti-
mésons, elétrons e anti-elétrons, matéria e anti-matéria. Na Terra nós somente encontramos matéria,
ainda é possível criar anti-matéria. Um corpo feito de anti-matéria seria expelido da matéria. A
força de repulsão seria inacreditável. Há naves interplanetárias que são compostas inteiramente de
anti-matéria, mas o campo de força criado por este método tem um efeito terrível sobre as
propriedades físicas das pessoas que viajam dentro delas. Por esta razão nossas espaçonaves são
feitas de matéria.
Adicionalmente, nós fazemos nosso próprio fluido elétrico dentro do disco e, alterando sua
polaridade tal que se oponha àquele da Terra, nós somos repelidos do planeta a uma velocidade
correspondente à diferença de polaridade entre o disco e a Terra.
Um conhecimento de campos magnéticos é requerido. Vocês da Terra ainda não os definem
corretamente, mas nós sabemos que o campo magnético é feito de “fluidos elétricos” do planeta. Se
nós “fabricamos” um fluido elétrico que difere do envelope etérico terrestre, o campo magnético da
Terra não mais nos afeta, e nós desfrutamos completa liberdade de movimento. Nós podemos
alterar a direção de um modo que maravilha vocês, nós podemos mover-nos à velocidade da luz e
não sofrer efeito negativo algum. É um rompimento completo das correntes que prendem o homem.
Dentro da atmosfera da Terra nós sempre usamos um sistema de vácuo, mas quando nós
deixamos esta atmosfera nós colocamos em ação o equipamento que produz anti-elétrons, e nossa
velocidade de escape é, então, fenomenal. Sem querer assustar você, eu posso dizer-lhe que,
normalmente, nós podemos alcançar Marte em questão de minutos, a não ser que haja algum mau
funcionamento e, então, a viagem torna-se tediosa.
Quando você entrou em nossa nave eu chamei sua atenção para os diferentes tipos de luz
dentro que não emanam de qualquer parte em particular do equipamento, mas eram causadas pelo ar
mesmo sendo luminoso. Você também notou um agradável, quase sentimento espiritual de leveza,
um estado próximo da levitação, tanto quanto um sentimento de grande bem-estar. Naquela vez,
você estava em uma atmosfera etérica artificial, e não a atmosfera ordinária da Terra. Quando os

Contato com os discos voadores 34


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

olhos de alguém se acostumam a ver o éter terrestre, o éter artificial aparece luminoso.
Sem este éter artificial nenhuma viagem interplanetária é possível. Se vocês tentarem
realizar uma viagem sem esta precaução, vocês certamente encontrarão a morte. O fluido que
prende vocês a seus corpos deixá-los-ia e seus corpos seriam instantaneamente cristalizados. Este é
o mistério dos corpos cristalizados que chegam à Terra na forma de meteoritos; qualquer corpo no
espaço sem éter sofre este processo, seja ele feito de carbono, cálcio, ferro, níquel ou qualquer outro
elemento.
Depois de se afastar do campo magnético da Terra, tudo o que precisamos é criar um éter
similar àquele do planeta para o qual estamos viajando e, então, nós seremos atraídos por ele. Nós
podemos criar este éter de outro planeta mesmo na Terra, tal que nós sejamos repelidos pela Terra e
atraídos para o outro planeta, cujo éter esteja contido dentro do disco. Ao chegar àquele planeta, nós
precisamos somente trocar o éter novamente para impulsionar-nos uma vez mais ao espaço. Por este
meio a vida pode ser mantida dentro da nave qualquer que seja sua construção e, ao mesmo tempo,
prover-nos com um meio de locomoção.

P – Penso que entendo o sistema, é suficientemente racional, mas a dificuldade repousa


em produzir e alterar este “fluido elétrico” como requerido.
R – Você está errado, aqui. Na Natureza nada é difícil. As coisas somente são difíceis para
aqueles que as tornam assim. Vamos retornar para o que eu disse a você sobre um elétron ser uma
onda e não uma partícula. Um de vossos físicos disse, corretamente, que um elétron é uma
integração de ondas eletromagnéticas. Mas uma onda eletromagnética pode ser de polaridade
positiva ou negativa. Se nós fôssemos enviar pulsos eletromagnéticos entre magnetos, as ondas
assim produzidas criariam um éter diferente daquele sobre a Terra. Uma variação na distância entre
as placas levaria a uma modificação no éter produzido. Isso é o que você queria saber em termos
claros e simples. Eu não posso falar-lhe mais claramente do que isso.

P – É preciso muita energia elétrica para conseguir-se esse efeito?


R – Tudo é proporcional. No nosso disco a voltagem e a amperagem são elevadíssimas.
Num aparelho pequeno, para pesquisa, bastaria pouca corrente.

P – De onde vocês obtêm a energia para provocarem tal efeito?


R – Temos diversos métodos de obtenção. Pode ser pela transformação do hidrogênio em
hélio, a baixa temperatura, bombardeando o deutério com mésons mais pesados, produzindo um
potencial energético fabuloso, ou usando-se os ultra-raios numa solução acidulada, saturada com
núcleos de hélio. Essa modalidade é a mais usada.

P – Como se dá esse fenômeno da transformação dos ultra-raios em energia utilizável?


R – Se você fizer a radiatividade passar através de um campo magnético, obterá os raios
alfa, beta e gama. Os primeiros são núcleos de hélio, os segundos são elétrons e os terceiros são
raios gama, que são da mesma natureza dos ultra-raios, ou seja, energia eletromagnética. Esses três
componentes da radiatividade são afins. Os ultra-raios, ou raios gama, ao passarem junto de núcleos
de hélio, deformam o espaço e criam os elétrons até cair o seu comprimento de onda. Assim sendo,
quando os raios gama atravessam uma solução acidulada, saturada de núcleos de hélio, geram os
elétrons junto dos núcleos, mas sendo estes impedidos de se unirem ao núcleo devido à presença
ácida, são condensados nas placas que se encontram na parte inferior do aparelho. Eis aí uma fonte
inesgotável de energia e que nada custa, a não ser um pouco de solução ácida e núcleos de hélio.
Temos, porém, outros recursos. Numa viagem interplanetária, pode dar-se o caso de um
desarranjo qualquer nos sistemas de transformação de hidrogênio em hélio e captação de raios

Contato com os discos voadores 35


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

gama. Se isso acontece, lançamos mão da energia solar. Fazemo-la atravessar um tubo de gás
carbono. Esse gás, na presença de um catalizador, se une à água, transformando-se em aldeído
fórmico. Em seguida, fazemos a oxidação desse produto, obtendo novamente gás carbono e água.
Nesse segundo processo, a energia solar é restituída em forma de corrente utilizável, que dá
perfeitamente para atender as nossas necessidades mais imediatas, já que nas viagens
interplanetárias não carecemos de energia propulsora para o aparelho. As leis da inércia garantes a
aceleração até que atinjamos o planeta que temos por objetivo.

P – Então todo o aparelho se resume nisso?


R – O movimento do aparelho, sim. Temos, entretanto, múltiplos instrumentos de navegação
como você pôde observar. É o mesmo que um dia você explicasse a alguém como se move um
avião a jato. Naturalmente explicaria que ele sofre uma pressão na parte traseira, que o impele para
a frente. É verdade, mas no interior do avião existe muito instrumento auxiliar da navegação.
Se eu fosse explicar-lhe só o nosso maquinismo de detecção das camadas etéreas, ficaríamos
falando umas três horas. O instrumento de comunicações interplanetárias é também complexo,
embora baseado em princípios que vocês estão fartos de saber, mas que não aplicam.
As melhores coisas que se podem fazer, ainda estão nas questões mais fáceis da ciência. O
segredo está em conservar-se a cabeça no lugar, sem a fantasia de tensores. Com um tensor você
pode explicar um fenômeno, mas não o descobre. Na ciência precisamos procurar descobrir, embora
tudo esteja descoberto. Meter tensores no cálculo é complicar o que é fácil. Que vai fazer com
tensores para demonstrar que se pode produzir uma diferença de potencial entre a pressão
atmosférica e o vácuo e obter um impulso? Se descobriu, já não precisa haver demonstração
alguma; o aparelho mesmo demonstra por si. O resto é pedantismo acadêmico.
Entretanto, a ciência terrena, para conservar-se monopólio de alguns, não admite qualquer
coisa que não tenha uma demonstração matemática. Num mundo em que tudo ainda está por ser
feito, é matar a pesquisa.
Muitas ideias geniais eu garanto que foram sepultadas somente porque quem as imaginou
não tinha cultura matemática à altura de uma demonstração.

P – Supúnhamos, até agora, que o disco simplesmente anulasse a gravidade.


R – Supuseram uma coisa que não existe. A gravidade não passa de uma má interpretação de
um conjunto de fenômenos.

P – Como? Não existe gravidade?


R – Não existe. O que a ciência chama de gravidade é questão de diferença de densidade dos
corpos. Sejamos explícitos: a fumaça do seu cigarro é mais pesada que o ar atmosférico.
Entretanto, ela sobe. Isso é consequência do calor. Quer dizer que a diferença de densidade foi
compensada pela temperatura da fumaça. Identificamos, assim, dois fatores que podem influir no
fenômeno: densidade e temperatura.
Podemos observar que um balão cheio de gás de hidrogênio sobe, dependendo do volume do
gás. O mesmo acontece com o hélio. Isso quer dizer que os corpos menos densos tendem sempre a
subir, do mesmo modo como a água e o azeite se sobrepõem devido à densidade. Se o corpo é
menos denso, não existe gravidade que o impeça de subir. Enquanto no ar, por ser de fraca
densidade, os graves caem depressa, na água, mais densa que o ar, caem mais vagarosamente.
O terceiro fator que influi sobre a gravidade é a massa atmosférica e etérea que circunda o
planeta. Mas podemos enquadrá-lo, ainda, no fator densidade. É falso, pois, atribuir-se a um
planeta, maior ou menor gravidade, se desconhecemos qual a espessura da sua massa gasosa e a
densidade de sua atmosfera. Em Saturno, por exemplo, devido à ausência de atmosfera, a gravidade

Contato com os discos voadores 36


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

é considerada zero. Em Júpiter, de atmosfera muito rarefeita, é muito diferente, sendo alta a
aceleração inicial, pois que logo um corpo em queda se choca com a superfície pouco densa. Em
Mercúrio, porém, cuja altura etérea atinge mais de 600.000 quilômetros, a pressão atmosférica é
elevadíssima e a gravidade descomunal.
O quarto fator que influi sobre a gravidade é a componente vertical do magnetismo.
Todavia, a atração que exerce sobre um corpo é, com pequena diferença, igual sobre qualquer outro
corpo. Daí ser observada a mesma velocidade de queda no vácuo. Mas essa atração não se dá
devido à massa, e sim, por causa do magnetismo com que todo o corpo é dotado.
Por último, temos a energia que pressiona o universo, e que penetra nos sistemas galáticos
de que falei antes. Não podendo um corpo ser pressionado em todos os sentidos, porque de um lado
a terra sempre apara a pressão, o corpo sente uma diferença de forças que atua sobre ele e cai à
superfície terrestre.
Essa tremenda pressão universal, que é o resultado da vibração de Deus sobre o ponto
infinito do universo, é o que mantém a atmosfera dos planetas.
Se a pressão atmosférica tem o fabuloso poder que usamos para movimentar os discos, e se a
tendência dos gases é sempre expandir indefinidamente, toda a capa gasosa que circunda o planeta
se expandiria para o vácuo, se não houvesse uma pressão constante que a mantivesse.
Quando Newton viu cair a maçã, não podia suspeitar que, naquele instante, ele assistia o
efeito da presença divina no universo. É por isso que vivemos e nos movemos em Deus.
Gravidade é, então, um conjunto de fenômenos, e nunca uma força individualizada.

P – Por que influi o calor sobre a gravidade?


R – Porque ele diminui a intensidade magnética dos corpos. Verifique que um magneto
(ímã) perde a sua propriedade com o calor. Sendo a matéria constituída de ondas estacionárias, o
calor influi poderosamente sobre elas. Aumentando a frequência dessas ondas (ao absorver calor),
começam a emitir luminosidade. Além disso, é fenômeno notório que o calor torna o corpo menos
denso. Assim, este sempre tende a subir. Na água fervente é onde se vê isso com toda a clareza. A
água mais quente procura sobrepor-se à mais fria, produzindo as correntes (marítimas). Apontamos
o calor como um fator que influi sobre a gravidade, não porque ele mesmo seja um agente que
provoque fenômenos de gravidade, mas porque influi sobre o magnetismo e a densidade.

P – Quer isso dizer que a nossa ciência está errada?


R – Muito errada.

P – Cai por terra, então, toda a nossa física, inclusive a relatividade.


R – Caem as coisas erradas. Muitas outras, certas, permanecerão. Acaso é de estranhar que
isto aconteça? Ptolomeu foi um gênio, mas todo o seu sistema ruiu fragorosamente como um castelo
de cartas. O mesmo aconteceu com Aristóteles. A vez de Isaac Newton chegou com a física
relativista, e esta tem os seus dias contados.

P – Mas pela relatividade foi possível dar explicação à perturbação da órbita de


Mercúrio.
R – Explicação qualquer um pode dar. Resta saber se é racional. Mas inda que seja racional,
precisamos ver se é ela o método que a Natureza usa nos seus fenômenos, porque podemos aventar
mil hipóteses racionais, entretanto, somente uma a natureza fará uso, desprezando a racionalidade
das 999, e talvez não dê a sua preferência até a nenhuma. A relatividade é baseada em certos
elementos errôneos, que nem mesmo podem ser chamados racionais, e que a natureza, segundo
expressão de James Jeans, parece desconhecer. Por exemplo, é da mecânica clássica que se dois

Contato com os discos voadores 37


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

corpos se moverem num mesmo sentido com igual velocidade, entre os dois corpos essa velocidade
será nula; mas se eles se moverem em sentidos contrários, a velocidade de um em relação ao outro
será de 2v. Todavia, para acomodar algumas dificuldades do seu sistema, Einstein afirmou que quer
os corpos se movam num ou noutro sentido, a velocidade entre eles será sempre v. Não é preciso
muita imaginação para ver que esse princípio é falso. Para explicar uma fantasia, o autor da
relatividade criou outra maior: atribuiu um espaço e um tempo próprios para cada corpo que se
mova, segundo a velocidade. Mas como um erro leva o homem a outro maior, teve que arranjar uma
terceira fantasia, agora, para justificar a segunda: pôs fronteiras no universo, delimitando para nós
um espaço particular. Mas a natureza desconhece as cercas imaginárias, faz caso omisso da vontade
que temos de que o universo se amolde aos nossos pontos de vista e desconhece as funções
hamiltonianas e a seriedade que os terrenos emprestaram aos tensores. Em breve vocês verão que as
fronteiras propostas por Einstein foram demais apertadas para conter o que é natureza infinita. O
espaço é uno, e o tempo nada é. Este é mera convenção, baseado no movimento dos astros. É um
efeito apenas.
Se o movimento de um corpo, ou seja, a aceleração da massa, é devido à força, o tempo
então seria um efeito da força, e esta, a causa. Mas se a força varia e é consumida, variável seria o
tempo. Ora, sendo o espaço uma constante, é difícil imaginar como puderam vocês criar um
continuum espaço-tempo, e ainda por cima julgá-lo uma dimensão. É o caso que a natureza
desconhece essas coisas. Se multiplicarmos duas dimensões, teremos o quadrado, se multiplicarmos
a área quadrada pela altura teremos o volume do corpo; agora, se multiplicarmos esse volume por
uma quarta dimensão, só obteremos um absurdo. No espaço, um corpo não se propaga em quatro,
três, duas ou uma dimensão, porque o espaço, sendo infinito, não tem dimensão alguma. Podemos,
quando muito, falar que um corpo obedece a uma direção tensorial, quando se movimenta, seguindo
de um ponto A a outro B.
Até certo ponto Einstein tinha razão para dizer que um corpo em movimento no espaço tem
um tempo próprio, porque saindo da terra modifica o que se convencionou chamar tempo terrestre.
Mas estava errado, porque o tempo é calculado tomando-se por base a duração do seu movimento
até que um ponto da massa retorne ao mesmo lugar. Assim, o tempo é o resultado de um
movimento esférico. Porém, mais errado estava quando julgou haver um espaço próprio e particular
para cada corpo em movimento.
O avanço do periélio de Mercúrio, que o consagrou, é uma questão de aproximação com o
sol. Estando mais próximo, recebe mais luz, e gira mais rapidamente e avança com mais velocidade
no espaço.

P – Pois bem, e a curvatura da luz, observada por Eddington, Crommelin e Davedson


durante o eclipse do sol em 29 de maio de 1.919, que foi postulado por Einstein?
R – A luz que se curvou, não foi devido à massa solar, mas sim, por causa do campo
magnético zero, situado nas proximidades do sol. Até dentro de um solenoide você pode observar
que um feixe de elétrons sofre desvio num campo magnético. Nada isso tem de notável. Se a luz
sofresse desvio junto de uma massa, esse fenômeno seria bem observado junto dos planetas.
Digamos em Marte, que está bem próximo da Terra. A Lua, por exemplo, seria um ótimo local para
observação, durante os eclipses. Todavia, só foi observada essa curvatura exatamente onde se situa
o centro magnético do nosso sistema. Não houvesse uma repulsão entre a energia e o magnetismo e
nem os motores rodariam. Logo, a luz sofreu o desvio do centro magnético, curvando-se sobre o
sol. Se vocês tivessem aparelhagem adequada, veriam que a luz também se curvava no lado oposto
ao centro, como se procurasse distanciar-se do sol.
Querer disso inferir a curvatura do espaço é anti-científico. O espaço, caso não esteja
transformado, não é relativo a nada nem tem forma alguma.

Contato com os discos voadores 38


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

Não é curvo nem reto, não tem nenhuma dimensão; é simplesmente espaço, infinito em
todas as direções. Em qualquer ponto em que se colocar um observador, sempre terá diante de si o
universo infinito.

P – Então não se pode conceber um limite para a matéria?


R – Se no espaço houvesse um ponto que servisse de limite para a criação, ali estaria
encerrado Deus. Mas Deus é infinito, e o universo um ponto para Ele. Só uma ciência materialista
pode limitar a criação. Se supusermos um limite, o que haveria, então, depois dele?

P – Creio que nada.


R – Sim, haveria o nada. Mas o espaço é o nada transformado por Deus. A matéria também
é nada. Se alguma coisa ela contém, é a energia divina que fecundou o espaço. Para você, matéria é
alguma coisa; mas faça passar por ela um feixe de raios catódicos e ela desaparecerá da sua vista.
Você só verá o espaço. Tudo o que aparece é ilusão dos nossos sentidos. Coisa alguma tem
existência real. Apenas o espírito é alguma coisa, e é exatamente este que a ciência terrestre não
admite.

P – É penoso para nós verificarmos que as nossas coisas mais caras estão em completo
desacordo com a realidade.
R – O que de fato é penoso no homem é a perseverança no erro. Se durante toda uma
eternidade eu houvesse errado, sentir-me-ia feliz no dia que alguém me esclarecesse. Creia que eu
lhe digo a verdade. Que dor pode alguém sentir em perder o errado para ganhar o certo?

P – Mas é difícil para nós abstrairmos a relatividade da ciência.


R – Seria difícil para a ciência, também, abstrair as experiências de Hertz e Fresnel, que
concluíram pela teoria ondulatória da luz. Entretanto, quando é conveniente para ela explicar a
teoria eletrônica, vale-se do sistema ondulatório; quando fala em teoria atômica, inverte a coisa e
diz que o elétron é uma partícula, socorrendo-se de Planck.
Antes de deixarem a relatividade, resolvam primeiro se é verdadeira a teoria ondulatória ou
se é a (teoria) emissiva. Verifiquem primeiro a verdadeira velocidade da luz. Determinem as ações e
reações do sistema planetário. Mas não usem dois espíritos numa ciência, para explicarem uma
mesma coisa.

P – Eu anotei os fatores que você disse influir sobre a gravidade. Mas há um caso que
deve ser considerado. Se é certo que a densidade dos corpos influi, no alto de uma montanha o
ar é mais rarefeito. Assim, um ferro, por exemplo, estando num meio mais sutil, devia pesar
mais. Entretanto, se dá o contrário: quanto mais alto, menos o peso.
R – Mas eu disse, também, que a gravidade sofre a influência da massa etérea que circunda
o planeta. Se o peso atmosférico, à superfície do mar, é o equivalente a uma coluna de mercúrio de
76 centímetros, por cada 10 metros de elevação a coluna desce cerca de 1 milímetro. Logo, temos a
considerar a pressão que os corpos sofrem, em função da sua densidade. Com menor pressão
atmosférica, menor será o peso.
Se a gravidade fosse uma força com atributos próprios, e se fosse ela que sustentasse os
corpos no espaço, seria bastante difícil para a ciência terrestre explicar porque os meteoros são
mantidos na sua órbita. Todos os anos a Terra se choca com milhões de meteoritos, sempre no
mesmo mês. Isto quer dizer que estão situados num só ponto. Ora, se houvesse a lei da gravitação,
ou eles viriam todos de encontro à Terra ou já teriam sido atraídos pelo Sol. Entretanto, caem à
Terra os que conseguem penetrar a massa etérea, e os outros continuam sempre no mesmo ponto.

Contato com os discos voadores 39


ANULAÇÃO DA GRAVIDADE

Estão, pois, equilibrados entre a atração magnética do centro do sistema e a repulsão solar.
Para que existisse a gravidade terrestre, seria necessário haver a atração solar. Mas nenhuma
das duas tem existência.
Se não fosse verdadeiro o meu raciocínio, jamais os corpos no vácuo teriam uma mesma
velocidade de queda.
Para efeito de argumentação, suponhamos que a gravidade exista. Mas se no vácuo todos os
corpos caem com uma mesma velocidade, deixa de ser verdadeiro que a matéria atrai a matéria na
razão direta das massas, quando nada se essa matéria está no vácuo. Derrubada essa premissa, fácil
é vermos que, se existe o vácuo entre os corpos celestes, a gravitação solar, se existisse, devia atrair
todos os corpos igualmente, independente da sua massa. Mas toda a astronomia terrestre se baseia
na massa dos corpos e na distância em que estes se encontram... Logo, é falsa a concepção que
vocês têm do cosmo.
Além disso, quando Newton supôs haver uma força gravitacional, teve de imaginar a
existência de um éter. Para ele não seria possível essa força, se não houvesse um veículo. E é muito
singular que mais tarde a relatividade negue o éter e se apegue, ainda, à gravitação. Admitem o que
o próprio criador da gravitação não pôde admitir.
Assim sendo, não anulamos nenhuma gravidade. Aproveitamos, apenas, as forças da
natureza. Se o nosso aparelho voasse baseado na anulação da gravidade, como vocês supunham,
teríamos somente um sentido de direção. Sempre voaríamos contra o movimento terrestre, e seria
impossível seguirmos no mesmo sentido ou em direção aos polos. Além disso, teríamos nossa
velocidade limitada em 1.660 quilômetros horários, o que é uma insignificância.
Ora, seria risível um aparelho que viesse de outro planeta com uma velocidade tão baixa e
tendo um único sentido de direção. Tal disco seria bem inferior aos aviões terrestres, e seria o caso
de virmos aprender com vocês um pouco de dirigibilidade e de como se voar mais rápido.

Contato com os discos voadores 40


NOTA DO AUTOR

NOTA DO AUTOR

Foi em 1.654 que, pela primeira vez, notou-se o fabuloso poder atmosférico, quando Otto de
Guéricke fez a célebre experiência dos hemisférios. Nem com a força de 16 cavalos puderam ser
separados. Certa vez, conseguiu rarefazer o ar no interior de uma caldeira de cobre, mas formidável
pressão exterior esmagou-a como se fosse uma folha de papel.
Faz pouco tempo, uma tromba marinha foi vista em Santos, quando os banhistas que se
encontravam na praia puderam presenciar o belo espetáculo. Toneladas e toneladas d'água foram
vistas subir a grande altura para depois caírem novamente. Se um grande navio houvesse passado
pelo local, naquele instante, teria voado pelos ares até uma centena de metros.
Tratou-se de uma zona de baixa pressão, apenas, e não de vácuo absoluto. Esse fenômeno é
devido a um rodamoinho que, girando as moléculas do ar com alta velocidade, a força centrífuga
atua e faz um semi-vácuo. Atuando a pressão atmosférica sobre a massa líquida, sobe pela zona de
baixa pressão um tremendo volume de água.
Baseado nesse princípio da pressão atmosférica sobre a superfície, Torricelli, notável físico
italiano, pôde constatar que o mercúrio contido num tubo, quando mergulhado numa tina, se
elevava a 76 cm. Daí concluiu que, se um centímetro cúbico de água pesa 1 grama e o mercúrio é
pesado 13,6 mais que a água, a pressão atmosférica sobre uma superfície deve ser 13,6 g vezes 76
centímetros de coluna, que dá 1,033 kgf/cm2.
Entretanto, essa pressão só é notada à superfície do mar. Em cada 10 metros de elevação a
coluna de mercúrio desce 1 milímetro. Teoricamente, a uma altura de 76 quilômetros devia não
existir mais pressão alguma. Entretanto, a física deverá rever os seus cálculos, uma vez que já foram
notadas correntes aéreas a uma altura variável. O movimento horizontal de uma corrente dá às
camadas superiores um grau de sustentação notável, principalmente se levarmos em conta que elas
se movem a uma velocidade de 2.200 km horários, mais, pois, do que a dos nossos melhores aviões
a jato.
Se essas correntes não existissem, seríamos esmagados pela tremenda massa atmosférica.
Assim, em qualquer ponto em que um disco se achasse na atmosfera, teria uma pressão
considerável a impulsioná-lo, dependendo da intensidade do vácuo que conseguisse criar.
Para se notar a pressão atmosférica de 1,033 kgf por cm 2, basta dizer que sobre a folha deste
livro atua uma pressão de quase 500 quilogramas-força.
Um homem pode empurrar uma massa pesando centenas de quilos, dependendo das
condições físicas da superfície. Na água, por exemplo, a pressão correspondente à força de um
homem pode deslocar milhares de quilos. Entretanto, nunca se teve notícia de alguém que
conseguisse elevar do solo um peso de 500 kg. Os nossos grandes navios têm um deslocamento de
milhares de toneladas, mas sobre a água.
Um aparelho, porém, de 20 metros de diâmetro, é capaz de elevar mais de 3 milhões de
quilos, desde que consiga sobre a sua parte superior um vácuo absoluto. Se o seu diâmetro for
elevado para 60 metros, a pressão atmosférica será a soma fabulosa de 29 milhões de quilos.
Não temos, pois, na Terra, qualquer coisa que se lhe compare. Se construído tal aparelho na
Terra, seria a completa revolução dos nossos sistemas de transportes. Um poder tão fabuloso,
suficiente para elevar aos ares um arranha-céu, tornaria sem significado os grandes navios
cargueiros, uma vez que aliaria a sua capacidade de carga à rapidez de um raio no espaço, sem a
necessidade de campos de aterrissagem. Até os nossos guindastes perderiam o valor.
Quanto aos meios de conseguir-se o vácuo exterior não há grande dificuldade. Por motivos
de segurança do nosso país, não completamos a informação que nos foi dada pelo comendante do
disco. Se qualquer pessoa empregasse o sistema descrito, por certo não chegaria a um resultado

Contato com os discos voadores 41


NOTA DO AUTOR

seguro, porque há um fator importante a considerar para se obter o bom êxito, além da voltagem e
da amperagem e das placas anticatódicas que devem ser empregadas.
Os efeitos até agora observados, produzidos pelos raios catódicos, são os seguintes:
1. produzem fluorescência nos corpos sobre os quais incidem;
2. são desviados por um campo magnético;
3. são atraídos pela placa positiva dos condensadores;
4. atravessam os corpos, tornando-os transparentes;
5. decompõem os elementos que constituem a atmosfera;
6. descarregam os corpos eletrizados.
Sabendo o princípio por que se movem os discos, podemos explicar os fenômenos
observados à sua passagem.
A luz com que são vistos à noite depende da pressão do vácuo. Variando a pressão, varia a
cor.
Os flocos que são vistos cair à sua passagem são constituídos pelo nitrogênio precipitado
(salitre do Chile). O nitrogênio, sob ação de correntes, cai da atmosfera e se fixa ao solo.
O rastro luminoso que deixam à sua passagem é consequência da ionização atmosférica
provocada pelos raios catódicos. Após a sua passagem deve haver um intenso movimento vibratório
das moléculas do ar, que se apresentariam ao observador como um rastro vaporoso.
Não há nenhum atrito do disco contra a atmosfera, por mais veloz que seja. No seu caminho
haverá sempre um túnel desimpedido.
Para destruir um aparelho dos nossos, bastaria ir em direção a ele fazendo-o cair numa zona
de baixa pressão. Depois, invertendo a direção do vácuo, a atmosfera produziria um fabuloso
choque contra o aparelho que o destruiria inexoravelmente.
O caso Mantell tem uma explicação satisfatória. Perseguindo ele o disco, caiu na zona de
vácuo de sustentação. Após atravessar essa zona, chocou-se com a parede atmosférica do lado
oposto, espedaçando-se. É possível que houvesse morrido simplesmente ao atravessar o vácuo
criado pelo aparelho e jamais houvesse sentido o seu avião desintegrar-se. Não foi, pois, proposital
pelos seres que estavam no disco. Apenas um acidente.
Cabem aqui, também, algumas considerações suplementares sobre o funcionamento do
disco, baseado no sistema de propulsão por meio de raios catódicos:
Quem, pela primeira vez, experimentou, embora sem resultado, a transmissão da eletricidade
através dos gases rarefeitos foi Gassiot, nos meados do século XIX. Depois dele, Plücker imaginou
o tubo que posteriormente foi empregado por Geissler nas suas experiências, donde veio o nome de
“tubo de Geissler”. Outros cientistas de renome universal, como Crooks, também fizeram
experiências nesse domínio da física, com grande sucesso, do que resultou um elevado
desenvolvimento.
No tubo de Geissler a pressão atmosférica é reduzida entre 1 e 3 milímetros de mercúrio e,
se o gás contido é o próprio ar, ao por-se em contato o anodo e o catodo com os polos positivo e
negativo de uma corrente elétrica de elevada tensão, todo o tubo se ilumina de uma luz violeta, com
exceção de espaço ocupado pelo catodo, cuja luz que ali aparece é azul e separada da violeta por
uma faixa escura.
Modificando-se a pressão interior do gás contido no tubo, diversos fenômenos ocorrem,
dentre os quais espaços escuros que aparecem, conhecidos por “espaços de Faraday”, ionização
completa do gás, fluorescência das paredes do tubo, desintegração das moléculas gasosas com a
liberação do hidrogênio, mudança da cor da luz para verde, amarelo, vermelho, etc. Crooks
conseguiu verificar a ação mecânica dos raios catódicos, submetendo ao bombardeio destes um
molinete que entrou em rotação. Outros usaram uma esfera pintada de preto, obtendo o mesmo
resultado.

Contato com os discos voadores 42


NOTA DO AUTOR

Havia, entretanto, uma grande dificuldade que tolhia os passos da ciência: os raios catódicos
não podiam sair do tubo rarefeito, uma vez que se revelaram incapazes de atravessar qualquer
material. Havia uma pergunta na mente de todos os cientistas: quais os efeitos dos raios catódicos
sobre a atmosfera comum?
Foi, então, que Lenard, prêmio Nobel de física em 1.905, baseando-se em anterior
experiência de Hertz, fez uma “janela” de alumínio no lado oposto ao catodo, e conseguiu que os
raios fugissem do tubo para que fossem estudados convenientemente.
Verificou esse sábio que os “raios Lenard” se propagavam na atmosfera com tanta facilidade
como no ar rarefeito do tubo, provocando fenômenos atmosféricos quase idênticos. Verificou ele
que a passagem dos elétrons no ar denso da atmosfera parecia abrir um túnel, resultava forte
ionização das partículas com grande turbulência do ar e fenômenos luminosos que se modificavam
de acordo com a voltagem empregada. Todavia, não pode ele se inteirar completamente da natureza
do fenômeno, uma vez que não sabia se os fenômenos eram consequência de uma perturbação
atmosférica ou do éter.
Para o nosso caso, o principal é saber se os íons provocam baixa pressão atmosférica. Hoje é
sobejamente conhecido pela meteorologia que os íons pesados provocam essa baixa pressão, sendo
eles os responsáveis, muitas vezes, pelos devastadores ciclones. Sabe-se que a emissão de uma
partícula com média velocidade pode produzir, no primeiro centímetro da sua trajetória na
atmosfera, o aparecimento de 24.400 íons, decrescendo esse número à medida que a partícula se
translada no espaço. Quando chegaram a esse resultado, a voltagem empregada era pequena, e o
elétron se movia no espaço com velocidade de 40.000 a 80.000 quilômetros por segundo. Mais
tarde, observou-se que, empregando voltagem de 250.000 Volts o elétron se movia a 250.000 km/s.
Um experimentador chegou a usar 900.000 Volts, mas não se tem notícia da velocidade adquirida,
então, pelo elétron. É fato notório, porém, que quanto maior a voltagem empregada, maior é o
número de íons produzidos, atingindo a casa dos milhões de íons no primeiro centímetro do
percurso do elétron.
Experiências posteriores mostraram que o elétron consequente do tubo de raios catódicos
tinha o poder de fazer a desintegração atmosférica e liberar o hidrogênio, o qual se tornava
ionizado. É possível que esses raios consigam a desintegração total, liberando os núcleos aos quais
se unem depois, produzindo a quantidade de hidrogênio observada.
Madame Curie pôde determinar a velocidade dos íons, indicando 1,3 centímetros por
elétron-volt empregado na atmosfera densa e 6,7 quando o movimento iônico se dá no hidrogênio
puro, donde se depreende que uma grande voltagem resultaria um movimento com maior
velocidade e que na alta atmosfera o rendimento seria mais acentuado.
O fenômeno que se passa, porém, para a criação do vácuo, não é propriamente devido à
velocidade intrínseca do íon, mas ao poder de absorção que tem a atmosfera sobre as partículas
ionizadas. Enquanto os íons negativos são absorvidos pela atmosfera, os íons positivos se
encaminham para a superfície eletro-negativa do disco, donde resulta na zona de passagem dos
elétrons o vácuo.
Num tubo catódico comum, a corrente elétrica atinge um ponto de saturação, o que
demonstra que todas as partículas atmosféricas contidas no tubo foram ionizadas. Isso é devido à
limitação do eletrólito contido num tubo confinado. No caso do disco voador, o eletrólito é
constituído pela imensa camada atmosférica, nunca chegando a um ponto de saturação. Ora, sendo a
“bolha” ionizada atraída e absorvida pela atmosfera circunstante com tremenda força, no seu lugar
só resta um vácuo, sobre o qual o disco se projeta impulsionado pela pressão de 1,033 kgf/cm2.
Uma pergunta poderia agora fazer o leitor: como o disco pode ser frenado no espaço? A
pergunta é pertinente, porque se o piloto de um disco, menos avisado, interrompesse o circuito da
corrente, a atmosfera, com a força de expansão dos gases, se projetaria sobre o vácuo, gerando calor

Contato com os discos voadores 43


NOTA DO AUTOR

suficiente para vaporizar o disco e provocando uma tremenda explosão. Qualquer curto-circuito,
também, seria o fim.
Há, porém, vários modos que um disco pode ser frenado. Um é por efeito magnético, com a
curvatura dos elétrons, mas que preferimos não tratar aqui. O principal, entretanto, é fazer-se o
vácuo também do lado oposto, impedindo que a atmosfera exerça pressão sobre o aparelho.
Há um sistema que procuraremos dar ao leitor uma ideia, mas que envolve a questão da
criação da energia de propulsão pelo próprio aparelho, automaticamente. Citamos, no capítulo
anterior, vários sistemas de conseguir a energia, mas evitamos tratar do principal. Relutamos inserir
neste livro esse sistema para não parecer a alguém uma obra fantasiosa. Podia alguém supor isso um
moto-perpétuo, o que não seria verdade.
A energia do aparelho pode ser extraída da própria atmosfera, o que lhe daria um contínuo
movimento, sem qualquer interrupção.
Vimos que não é o movimento iônico que produz o vácuo, mas sim, a absorção que a
atmosfera exerce sobre os íons, de acordo com o potencial elétrico atmosférico. Esse potencial é tão
grande que, com cada 1 metro de elevação de um fio encapado e com a ponta aquecida, obtém-se de
60 a 600 Volts. A energia que se emprega para produzir o vácuo é inferior ao efeito obtido pela
pressão atmosférica.
Podemos exemplificar citando o caso de um motor elétrico. Este não gira se não houver um
eletro-ímã fornecendo o campo magnético. Entretanto, o eletro-ímã é de ferro doce, e não tem
magnetismo. Fazendo-se passar sobre ele uma fraca corrente, o motor, sob a ação da corrente
elétrica no enrolamento, se põe a girar. A corrente fornecida ao eletro-ímã não é proporcional ao
efeito obtido pela rotação do motor. Podíamos dizer que o eletro-ímã, no nosso caso, são as
partículas ionizadas, que simplesmente fornecem à atmosfera os meios de fazer a absorção.
Outro exemplo que podíamos dar é a desintegração do urânio. A energia empregada é uma
insignificância suficiente para se fazer a aproximação das massas do urânio desintegrável. Uma vez
em presença da outra, provoca uma “excitação” e, em seguida, vem a reação em cadeia.
Assentadas essas premissas, podemos estudar como o disco obtém automaticamente sua
energia, sem que o confundamos com um moto-perpétuo.
Muitas pessoas que viram discos puderam observar que eles (não todos) têm um furo central
constituído por um tubo. No seu interior existe uma turbina movida a ar.
Se a força suficiente para mover um disco de 20 metros de diâmetro fosse cerca de 300.000
kgf/cm2 de pressão, e se essa pressão ultrapassa 3.000.000 de kgf/cm 2, restaria uma energia
inaproveitada tremenda. Abrindo-se, pois, uma comporta, o ar comprimido de um lado do disco se
lança para a zona do vácuo, criando uma poderosa corrente que vai acionar as pás da turbina. Num
“túnel” de ar de 4 metros de diâmetro, a pressão sobre as pás da turbina seria igual a 130 toneladas,
ou seja, a pressão de um jato de água de 1 metro quadrado por 130 metros de altura. A corrente de
ar produzida seria tão grande que um homem poderia ser sugado a 10 metros de distância. Se um
disco, fazendo funcionar sua turbina, passar sobre uma árvore, o movimento atmosférico
espedaçaria os seus ramos. A energia assim obtida seria bastante para manter em funcionamento
algumas dezenas de grandes indústrias.
Pelo que se tem notícia, esse é o modo como os habitantes de outros planetas captam a
energia elétrica que necessitam, sem fazerem uso das cachoeiras que, para eles, são adornos da
natureza.
O ar que penetra de um lado sai para a zona do vácuo, que é imediatamente ionizado e
absorvido pela atmosfera. Há, pois, sempre uma pequena camada atmosférica junto do disco. No
instante que o aparelho quer frenar, diminui a emissão de raios Lenard e essa camada atmosférica
aos poucos vai aumentando até se unir à atmosfera adjacente. Se houver um choque das partículas
demasiado violento, isso se dará longe do aparelho, com completa proteção da sua estrutura.

Contato com os discos voadores 44


NOTA DO AUTOR

À primeira vista pode parecer absurdo que se faça um túnel para aproveitar-se a pressão
atmosférica. Entretanto, que é uma chaminé senão um túnel em sentido vertical, donde se aproveita
a diferença de pressão?
É possível que, antes de nós, muitos tenham contemplado extasiados a força das cachoeiras e
tenham julgado impossível aproveitá-la racionalmente, uma vez que a pressão exercida só se dava
num único sentido. Um dia, porém, alguém deve se ter lembrado que uma roda com pás podia
aproveitar e transformar essa força.
Quando se falava no aproveitamento da força explosiva dos gases, os sábios mais
renomados riam ridicularizando a ideia como quimera irrealizável, força incontrolável, até que um
mecânico, sem pergaminho de sábio, construiu o primeiro motor, dando a diferença de potencial
com o uso de pistões. O mesmo aconteceu com o vapor, chegando a ciência ortodoxa, depois de
examinar os projetos, a externar o seu veredito: Não se move. Mau grado a autorizada opinião dos
sábios, hoje os grandes transatlânticos singram majestosos os nossos mares.
Em 1.934 escrevia o sábio escritor americano C. C. Furnas sobre a energia atômica,
afirmando que qualquer firma que se aventurasse a explorar a energia contida no núcleo estaria
falida, porque a energia resultante da desintegração era inferior àquela necessária para causar a
desintegração artificial. Onze anos mais tarde o átomo aterrorizou multidões e mantém um pânico o
mundo.
Acontece que o efeito é muitas vezes superior à causa. Juntando-se o cloro à água, basta um
pequeno raio de luz para que a mistura detone e se converta em energia. A simples energia de um
percursor na espoleta envia um projétil balístico a quilômetros de distância.
O mesmo acontece com a energia interminável de um disco. A ionização atmosférica de um
lado resulta uma fabulosa pressão do outro. É o percursor que desencadeia um furacão na
retaguarda do disco.
O que afirmamos não é uma utopia, mas coisa realizável, consequência de uma observação
“in loco”, que criaturas mais avançadas que nós já fizeram com completo êxito.
Não tem o autor desse livro a exclusividade desses conhecimentos, porque temos certeza que
outros homens na Terra os possuem. Simplesmente se negaram sempre a revelar o que sabiam,
temerosos dos interesses que existem por detrás dos bastidores ou então impedidos por juramentos
feitos no interior de certas ordens filosóficas, de cuja existência todos estão fartos de saber.
O mundo, o padrão de vida dos povos, os interesses comerciais, os governos, as fronteiras,
tudo enfim pode ser transformado com o aproveitamento dessa energia atmosférica. Os automóveis
perderão a razão de existir. Não mais estradas de rodagem ou de ferro; não mais as grandes
instalações portuárias e os navios.
A posse da terra deixará de existir. Se esta tiver dono, um chefe de família poderá fazer a sua
casa alada, flutuando no espaço, visitando qualquer parte do mundo com toda a sua casa, à hora que
bem entender, sem dar explicações aos empertigados funcionários alfandegários. A menos que
ponham barreiras aéreas.
Com isso os governos não sugarão as criaturas com impostos escorchantes, e sem impostos
não haverá exércitos que fazem a guerra e nos atormentam.
O disco voador pode ser usado para destruir a humanidade; mas pode, também, ser a
completa libertação do homem, a abertura das cadeias “patrioteiras” que o prendem, o retorno do
seu direito de governar-se a si próprio, que uma ordem social errônea o fez alienar, levando-o
através de místicas a uma criminosa e anti-fraterna disputa de interesses.
O petróleo terá terminado na terra; os matriais desintegráveis um dia hão de ter fim; com a
devastação das matas, os rios e as cachoeiras ficarão extintos; mas a pressão atmosférica jamais há
de acabar. Se um dia deixar de existir, também o homem já terá desaparecido da face do planeta e
nem mesmo o sistema solar existirá.

Contato com os discos voadores 45


NOTA DO AUTOR

Deus deu ao homem recursos inexauríveis, que possam ser explorados à medida que o
desenvolvimento da vida e da inteligência opera. Antes que fôssemos criados preparou Ele a nossa
mesa, com o “pão nosso de cada dia”. Na nossa cegueira intelectual não vislumbramos a mesa posta
e suplicamos, famintos, que Ele mate a nossa fome. E então, a natureza, quase revoltada por tanta
estupidez, empurra pela nossa boca adentro o que bastava esticarmos a mão e pegar.
E é vergonhoso para nós, Caramurus modernos, senhores do fogo e do trovão, que
ostentamos o vaidoso título de “homem inteligente”, carecermos que indivíduos de outros planetas
venham nos ensinar como se pode aproveitar a energia atmosférica para não morrermos de fome ou
não acabarmos comendo a carne uns dos outros. Sim, porque se não comemos a carne propriamente
dita, comemos o suor dos pobres numa sociedade injusta e desgraçada, que o progresso terá de
suplantar um dia, se antes disso não assassinarmos também o progresso numa grande guerra de
hidrogênio fatal.

Contato com os discos voadores 46


ASTRONAVEGAÇÃO

ASTRONAVEGAÇÃO

P – Ser-nos-á possível, algum dia, atravessar o espaço e visitar outros planetas?


R – Sim, será possível, como já o é atualmente. Mas quando se fala em viajar pelo espaço e
atingir outros mundos – como é voz corrente na Terra e que já tem em vista a subjugação de outras
humanidades pela força das armas1 – necessário se faz, antes de assumir um tremendo risco,
conhecer todas as leis que regem o sistema planetário e as particularidades de cada um dos planetas.
Caso contrário, seriam destruídos antes de deixarem a matéria rarefeita que circunda a Terra. E nós,
os futuros conquistados, não nos sentiríamos felizes vendo-os sepultados no elemento gasoso do
planeta.
O espaço não tem porta visível, mas está trancado para os que ignoram as leis fundamentais
que o regem. O conhecimento é a chave que o abre.
No pé, porém, em que se acham os conhecimentos terrestres, isso é uma vã quimera. Não é
possível, de um salto, à uma ciência, ainda desconhecendo o que há além dos quinhentos
quilômetros de altura, se atirar à conquista do espaço.
Como quer você que um homem, desconhecendo as forças que atuam e mantêm os planetas,
possa sair da Terra? Isso seria mais admirável se um indígena construísse uma máquina e voasse
como os civilizados.
Fazer uma viagem baseado em combustível é impraticável sob diversos aspectos, mesmo
porque não é necessário combustível. Ora, se as forças que atuam no sistema planetário fossem
como querem os terrenos, o disco seria atraído pelo Sol ou pelos planetas e, nesse caso, não haveria
a lei da inércia, que garante a aceleração do corpo. Já aí toda a ciência humana teria se esboroado.
Baseado em combustível o voo, isso requereria um reservatório descomunal, visto o tempo
que um aparelho desse tipo levaria para atingir outro planeta. Depois, haveria o retorno. Ora, isso é
impraticável.
Mas a dificuldade dos terrenos é ilusória. Basta que compreendam as leis cósmicas e tudo se
tornará fácil. Se nós conseguimos, vocês também o farão.
Os cientistas terrenos deram aos bois os nomes trocados. Vendo que a Terra carecia de um
ponto de apoio para movimentar-se em sua órbita, fizeram os seus cálculos baseados na atração
solar, quando é exatamente o oposto. Na realidade sua força é repulsiva. Depois, sendo evidente que
um corpo não pode manter-se numa órbita sob a ação de uma única força, emprestaram à força
centrífuga virtudes miraculosas, dando-lhe o caráter de força concorrente no movimento orbital dos
planetas. Nada mais inexato.
Ainda que a força centrífuga equilibrasse um planeta – o que é falso – haveria uma enorme
lacuna a desafiar a argúcia dos sábios: a força que impele o planeta numa direção. Compreende-se,
também, que a força centrífuga provoque o efeito contrário; mas não se compreende a ausência de
uma terceira força que impelisse o planeta. Quando se faz uma pedra girar segura por um cordão,
este representa a atração, a centrífuga faz o papel de repulsão, mas o indivíduo representa a terceira
F
força que dá o sentido de direção do corpo. Se a= já que F =a∗M , faltaria, para que a
M
Terra se movesse, o elemento propulsor F, que dá à massa M a aceleração. É lógico que um corpo
animado de aceleração entre em movimento, mas é absurdo que essa aceleração seja criada sem
uma força e assim mantida, quando há um consumo de energia resultante do movimento do corpo
contra a ação gravitacional.
1 Já houve, mesmo, um certo oficial norte-americano que postulou a necessidade de conquistar outros planetas e
fincar sobre eles a bandeira dos Estados Unidos. É claro que ele disse isso visando a necessidade de defesa
democrática norte-americana, em nome, pois, das mais belas virtudes cristãs. Já se vê que não foi por mal.

Contato com os discos voadores 47


ASTRONAVEGAÇÃO

Vocês dizem força centrífuga, o que quer dizer que todos os pontos de uma massa procuram
fugir do centro. Nós dizemos diferente. Para nós, todos os pontos M' tendem a descrever uma reta
no espaço no sentido de uma tangente ao plano equatorial e no sentido da força que os impulsiona.
Essa interpretação da força centrífuga é o que nos dá a direção do disco quando saímos da
Terra ou de qualquer outro planeta. Sem ela não haveria voo interplanetário.
Analisemos, agora, as consequências do sistema terrestre, baseado na atração solar e na
repulsão resultante da força centrífuga: se todos os pontos de uma massa procuram fugir do centro,
a ação da atração solar contra a força centrífuga provocaria um consumo de energia devido ao atrito
resultante e o planeta pararia no espaço.
Devemos considerar, também, que esse consumo seria duplo, pois a Terra desenvolve duas
espécies de força centrífuga: a primeira devido ao movimento de translação, e a segunda da rotação
em torno do seu eixo. Nenhum corpo pode executar um trabalho sem ter uma fonte de energia. Se
isso houvesse no caso da Terra, então toda a física, inclusive a termodinâmica, estaria errada.
Só isso seria o suficiente para demonstrar a inexatidão da astronomia terrestre, uma vez que
uma teoria só é boa quando resolve a totalidade dos problemas pertinentes que lhe sejam propostos.
Vejamos mais:

Planeta Velocidade de revolução Distância do Sol [km] Massa relativa à Terra


[km/h]
Terra 106.000 149.500.000 1
Júpiter 47.000 780.000.000 317

Júpiter, sendo a sua massa 317 vezes maior que a da Terra, sofreria uma atração
tremendamente maior que esta. Então, para manter-se em sua órbita, careceria de alta velocidade de
translação. Todavia, não obstante a sua grande massa, sua velocidade de revolução é insignificante.
Ou a Terra tem velocidade demasiada para a sua massa e escaparia da órbita ou Júpiter tem-na de
menos e se aproximaria do Sol.
Note que eu digo que a massa de Júpiter é 317 vezes maior que a da Terra para não
contrariar os seus cálculos, que foram baseados na ação atrativa do Sol e da força centrífuga, mas
nem isso é verdade.
Você me podia objetar que Júpiter, com a sua grande massa, está situado longe devido ao
princípio da física que diz que as esferas de maior massa recebem com mais intensidade a ação da
força centrífuga. Mas a isso eu contrariaria apontando-lhe Marte, que é menor que a Terra e está
mais distante; mostrar-lhe-ia os planetas além de Júpiter, que são menores que este e, não obstante,
se encontram a distâncias imensas do Sol. E tem, também, baixo movimento de revolução. É, pois,
um contra-senso.
Os fenômenos da natureza são simples e fáceis e, com simplicidade, podem ser explicados.
As dificuldades estão na capacidade de análise das criaturas que, muitas vezes, arquitetam sistemas
complicados que são verdadeiros monstrengos. Haja vista aquele que, por muito tempo, perdurou,
de que a Terra era sustentada no espaço por elefantes. Se alguém tivesse tido a lembrança de
perguntar onde se apoiavam as patas dos elefantes, esse sistema teria caído mais depressa.
Ninguém pode equacionar um problema sem ponderar todos os fatores que concorrem na
solução de um cálculo. No movimento dos planetas esqueceram-se que havia uma perda de energia
resultante da força atrativa solar contra a dupla força centrífuga. Se não está explicada a origem da
força – que no nosso caso é o ponto de apoio das patas do elefante – então é porque o problema foi
equacionado em falsas bases.
No sistema que eu digo ser verdadeiro, a força é derivada da diferença de potencial que a luz
solar estabelece, iluminando uma face do planeta enquanto a outra permanece no escuro. Estando

Contato com os discos voadores 48


ASTRONAVEGAÇÃO

um corpo equilibrado entre duas forças concorrentes (atração e repulsão), não tem peso algum, e se
movimenta como uma pedra que girasse segura por um raio representado por um cordão. Qualquer
fenômeno mecânico do universo pode ser explicado.

P – Há uma grande dificuldade que você parece se esquecer. Se há alguma lógica que
os planetas possam ser sustentados entre a atração de um ponto zero definido no nosso
sistema e a repulsão provocada pela energia solar, suponho que a sua teoria não resistiria
quando observados os satélites. Por exemplo, como podemos enquadrar esses elementos no
problema da sustentação da Lua no espaço?
R – Com a teoria da força centrífuga é que não há explicação. Antes de apontar-lhe a
solução, vou indicar-lhe as dificuldades do sistema criado pelos terrestres.
A Lua não faz um movimento circular perfeito em torno da Terra. Algumas vezes se
aproxima, outras se afasta. A diferença de distância entre o planeta e o satélite alcança até 42.000
quilômetros. Se a Lua fosse sustentada pela gravitação contra a força centrífuga, devia descrever
uma órbita perfeita, e havendo equilíbrio das forças jamais podia se afastar ou aproximar. A menos
que existisse uma perturbação com data marcada das leis da gravitação, o que não é admissível. Isto
sem considerarmos que num desses movimentos de aproximação, rompido o equilíbrio, o satélite se
chocaria com a Terra.
O primeiro satélite de Marte apresenta um curioso fenômeno, que é a completa negação do
que vocês pensam ser verdade: enquanto Marte faz a sua rotação em 24 horas e 37 minutos, o seu
satélite faz três revoluções em torno do planeta, levando somente 7 horas e 39 minutos em cada vez
que o faz.
Voltaríamos à mesma tecla, então, perguntando de onde vem a força que faz o satélite
desobedecer às leis de gravitação do planeta e fazer três revoluções em vez de uma.
Aponto-lhe, agora, o motivo por que a Lua se mantém no espaço, sem chocar-se com o seu
planeta: esse satélite está na periferia da massa etérea que circunda a Terra. Entre os dois corpos há
uma atração magnética, atuando os polos da Terra sobre os da Lua, e vice-e-versa. No mesmo
instante que os campos magnéticos são atraídos, as massas são repelidas pela luz solar.

P – Como?
R – A luz solar reflete da Lua à Terra, e desta àquela. A ação combinada de reflexão dos
dois corpos dá a repulsão necessária para vencer o efeito magnético. O resultado é o satélite manter-
se na órbita. Quando a reflexão da luz solar se dá entre os dois corpos, a pressão é maior e a Lua se
afasta; quando, porém, a Lua vai diminuindo a reflexão da luz, a pressão diminui
proporcionalmente, aumentando a atração magnética, e o satélite se aproxima. Essa variação faz da
órbita lunar uma elipse perfeita (Vide figura 6).
É um erro supor que a atração lunar provoque o aparecimento das marés. O que se passa é
exatamente o contrário, que pode ser constatado. A luz solar refletida, vinda da Lua, exerce uma
pressão sobre a massa líquida do oceano. Comprimida num ponto, a massa líquida se ergue noutro.
Daí o atraso das marés, provocado pela Lua2. (Vide figura 7).
A mesma dificuldade encontrada para explicar a variação da órbita lunar os astrônomos
tiveram para o caso das órbitas dos planetas, porque realmente não se concebe uma órbita em forma

2 Aristóteles se suicidou, lançando-se de um rochedo por não haver podido encontrar o motivo das marés. Por duas
vezes diariamente as marés são observadas. Só são verificadas no equador. No plenilúnio e no novilúnio elas
alcançam 74 centímetros, enquanto nas outras fases da lua só atingem até 50 centímetros. Observa-se uma depressão
na massa líquida, entre duas elevações. Não são ondas, mas aumento da massa líquida. Se fossem provocadas pela
atração, formariam uma só onda, com a velocidade de 1.660 km/h. Nunca se dão logo abaixo da Lua, mas
representam um atraso diário de 50 minutos. De acordo com a teoria exposta, esse atraso seria devido ao ângulo
formado, tomando-se em consideração a posição do Sol no momento.

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ASTRONAVEGAÇÃO

de elipse se o sol atrai os corpos. Mas, deslocando o sol em torno do centro magnético zero,
algumas vezes a repulsão é mais forte e o planeta se afasta; outras, o centro magnético está mais
próximo do planeta, e este se aproxima. A diferença de excentricidade das órbitas, que se verifica
entre os planetas, deve-se ao volume e a densidade de cada um. De forma que é mais racional
calcular-se a densidade dos corpos celestes, observando-se o diâmetro que apresentam e a distância
que mantêm no afélio e no periélio.

Ilustração 6: Sustentação da Lua no espaço

Enquanto os polos da Lua são atraídos pelos polos da Terra, a luz solar refletida provoca a repulsão dos
corpos, donde resulta um equilíbrio.

Todavia, variando a quantidade de luz refletida, varia a aproximação da Lua com o planeta, chegando essa
perturbação lunar a atingir até 42.000 km de distância.

Durante os eclipses, quando a Lua não reflete nenhuma luz sobre a Terra, é atraída por esta e ainda sofre a

Contato com os discos voadores 50


ASTRONAVEGAÇÃO

pressão da luz solar. Nesse instante, ainda que por pouco tempo, sofre uma queda violenta no espaço, em direção à
Terra, até que, havendo sido restabelecida a reflexão, seja novamente equilibrada.

P – Mas a pressão da luz refletida entre os dois corpos deve ser pequena demais.
R – Não é menor que a atração magnética. Verifique você mesmo que a atração também é
insignificante, visto que a Lua faz o seu movimento em torno da Terra em quase 30 dias. Se fosse
forte, o satélite devia girar em torno da Terra com igual velocidade e não seria notado o seu adianto
diário de mais ou menos 50 minutos.

P – Quer dizer que o satélite não tem um movimento próprio?


R – Isso mesmo. Ele sofre, simplesmente, o efeito à distância, do movimento terrestre. A
velocidade da Terra produz velocidade angular na Lua de quase 1/28. É como se somente o eixo
terrestre exercesse uma atração. Sendo assim, não pode haver atração das massas, mas atração
magnética.

P – Sabendo todas essas coisas, como vocês procedem para a travessia do espaço, ou
melhor, como deveríamos proceder se tentássemos a travessia?
R – Expliquei-lhe como se dá a ionização da atmosfera pelos raios catódicos. A bolha
ionizada é absorvida, provocando no seu rastro um vácuo no qual o disco se lança, subindo também.
Ora, a Terra desenvolve uma velocidade, na superfície sólida, igual a 1.660 km/h, não obstante
ninguém sentir que ela se move. Isto quer dizer que, se formos subindo em relação a um ponto da
superfície terrestre, estaremos aumentando a nossa velocidade sem sentirmos o mais leve indício de
aceleração.
Subindo a 400.000 km de altura teremos, sem nenhum esforço a não ser o de ter subido,
atingido uma velocidade de 106.000 km/h, que é igual à velocidade de revolução do planeta no
espaço. Não veremos nem sentiremos o grau de aceleração atingido, por faltar-nos um ponto de
referência; mas se houvesse um observador parado, fora da cinta de éter onde nos julgávamos em
repouso, ver-nos-ia com uma velocidade angular terrificante.
Desenvolvendo essa velocidade, procuramos escapar da camada etérica, caindo no vácuo.
Devido à tendência que tem os corpos em movimento de descreverem um linha reta, deixamo-nos
escapar da camada etérea num ponto em que o disco, seguindo uma reta, vá atingir o planeta que
temos por objetivo.
Para explicar-lhe um princípio eu tenho de sacrificar outro. Eu disse-lhe linha reta para
facilitar o raciocínio, mas é verdade que temos de considerar a curvatura que sofremos devido às
forças de atração e repulsão. Descrevemos, porém, uma linha reta, porque temos meios de corrigir
as diferenças. Se formarmos um campo magnético com os grandes solenoides que possuímos,
somos atraídos; se desligarmos o campo somos repelidos. Daí a necessidade de conhecer-se bem as
leis da natureza pois, caso contrário, jamais chegaríamos a planeta algum.
Para facilitar-lhe eu afirmei, também, que saímos da Terra com a velocidade de 106.000
km/h, entretanto a realidade é que o mínimo de velocidade de escape que usamos é de 200.000
km/h desenvolvidos pelo aparelho, que somados aos 106.000 km/h provocados pela Terra nos dá
um mínimo de 300.000 km/h. Todavia, empregamos velocidades bem mais elevadas, inacreditáveis
para vocês. A natureza tem recursos que os terrenos ainda não podem sequer suspeitar.
Com os 106.000 km/h que a Terra gratuitamente nos fornece, como a convidar os seres a
tentar a travessia, pode-se atingir outros planetas, mas tem alguns perigos devido ao consumo de
energia provocado pela repulsão solar. É preciso notar que fazemos um movimento em ângulo de
90 graus contra o sentido da repulsão solar. Se fôssemos no mesmo sentido seríamos
impulsionados, mas como o contrariamos, somos repelidos, havendo disso um conjunto de energia

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ASTRONAVEGAÇÃO

cinética. Logo, é preciso maior velocidade, já que as leis da inércia vão até certo ponto.

Ilustração 7: Fenômeno das marés

A massa líquida, comprimida num ponto, se ergue em dois outros, sendo esse o motivo das duas marés. A
maré lunar é consequência da luz refletida na Lua, enquanto que a solar, a luz pressiona diretamente. Essa é a razão
porque na Lua cheia as marés são mais elevadas. Quando essas pressões são conjugadas sobre um ponto, dão-se as
marés mais elevadas.

A pressão da luz não é apenas correspondente ao pequeno peso que ela revela à superfície terrestre.
Pressionando intensamente numa camada, vai diminuindo a intensidade, progressivamente, até que à superfície
terrestre seu peso seja insignificante. Comporta-se como um projétil que, atingindo um obstáculo, tem grande força de
penetração no princípio, mas perde gradativamente essa força até imobilizar-se completamente.

Essa pressão da luz se transmite através das camadas atmosféricas, atingindo a massa líquida.

Essa mesma força compressiva da luz solar provoca os ventos. Pressionando as altas camadas, essa força é

Contato com os discos voadores 52


ASTRONAVEGAÇÃO

transmitida à atmosfera, situada à superfície terrestre. A diferença de pressão encontrada na atmosfera produz as
correntes, cuja intensidade depende da pressão exercida. Daí os ventos, na maior parte, terem origem no equador,
onde essa força é mais intensa. Tudo depende, porém, da velocidade mantida pelas correntes da alta atmosfera, onde
são encontrados ventos de até mais de 2.000 km/h. Essa camada móbil sofre a maior intensidade da pressão,
invertendo essa força para o sentido horizontal. Se a sua velocidade diminui, a pressão é então exercida sobre a
superfície terrestre, resultando disso os grandes ciclones. Não devemos confundir as correntes horizontais com as
verticais. Enquanto a horizontal é o resultado da pressão da luz, a vertical tem como causa a diferença de temperatura
das camadas.

Pela tremenda força dos ventos à superfície e nas altas camadas pode-se avaliar a intensidade da pressão que
as ondas solares exercem sobre o nosso globo para mantê-lo na sua órbita.

Um piloto habituado a essas travessias podia fazer o trajeto com essa baixa velocidade, mas
levaria muito tempo.
Com alta velocidade de escape, não carecemos de qualquer combustível ou outra fonte de
energia, a não ser pequenas quantidades para o nosso uso interno.
Poderíamos desligar completamente os tubos de Crooks e Geissler, que causam a
perturbação atmosférica, porque não temos mais necessidade deles. Entretanto, ainda os usamos
para provocar desvios nos meteoritos que podem ser encontrados nas rotas. Geralmente os ligamos
quando aparecem nas telas dos nossos aparelhos a presença desses corpos errantes.
Quando um corpo sobe a uma certa altura da atmosfera terrestre, entra em violenta rotação.
Esse fato já foi observado inúmeras vezes por vocês. Deve-se esse fenômeno às mesmas razões por
que a Terra gira. Com uma pequena pressão, um corpo iluminado numa face e a outra no escuro
tende a rodar sobre si mesmo em torno de um eixo imaginário. É um grande perigo para os menos
avisados. No espaço dá-se a mesma coisa. Para corrigi-lo, aquecemos a parte do aparelho oposta ao
sol, o que nos dá o equilíbrio.
A principal técnica está na tomada de contato com a camada etérea do planeta que queremos
atingir. Temos de fazê-lo no mesmo sentido da rotação do planeta. Se fizermos em sentido contrário
o aparelho será despedaçado inexoravelmente. Por isso, aproximamo-nos tangenciando a massa
etérea, no sentido do seu movimento. Dois corpos, correndo numa mesma direção, tem entre si a
velocidade anulada, e é como se estivessem parados. O contato de ambos não causa atrito.
Cabe dizer-lhe, porém, que nós temos recursos, no espaço, para fazer o disco parar ou
prosseguir e, naturalmente, para aumentar ou diminuir a velocidade. Se desenvolvermos aceleração
de 300.000 km/h seria perigoso atingir uma camada etérea com baixa velocidade de rotação,
embora no mesmo sentido do seu movimento. Nesse caso, diminuímos a nossa velocidade até que
se iguale à da camada etérea.
Convém abrirmos um parênteses para eu explicar-lhe o fenômeno dos meteoros que atingem
os planetas. Se eles alcançam a camada etérea em sentido contrário ao seu movimento, são
despedaçados. Mas se vêm no mesmo sentido, conseguem, algumas vezes, atingir a superfície do
planeta. Depende, porém, da velocidade que chegam ao planeta.
Se vamos da Terra para Júpiter, geralmente passamos por Marte ou Vênus, dependendo da
posição que os planetas tenham no momento.
No caso de vocês, que não tem grandes recursos técnicos para correção de velocidade no
espaço, se se aventurassem a uma viagem a Júpiter, o procedimento devia ser o seguinte:
A Terra se movimenta com 106.000 km/h, Marte com 86.000 km/h e Júpiter com 47.000
km/h. Saindo da Terra com 106.000 km/h seria perigoso atingir Júpiter com apenas 47.000 km/h. A
solução seria pousarem em Marte, passando a desenvolver velocidade idêntica a esse planeta, ou
seja, 86.000 km/h. Uma diferença de até 40.000 km/h contra o éter não produz atrito considerável.
Para evitarem imprevistos, deviam ligar os tubos de Geissler no momento da tomada de contato,

Contato com os discos voadores 53


ASTRONAVEGAÇÃO

evitando no máximo o atrito. Com a velocidade fornecida por Marte fariam a viagem até Júpiter,
embora levando um grande tempo para a travessia.
Em Júpiter jamais deveriam atingir o planeta, mas sim, os satélites. A estreita camada etérea
oferece sérios riscos na tomada de contato, a menos que o aparelho possua recursos próprios para
frenagem no espaço. De preferência, deveriam atingir primeiro Ganimedes, que tem grande camada
atmosférica e etérea e possui alta velocidade. Isso também seria aconselhável.
Seria um erro para vocês se passassem por Vênus porque nesse planeta obteriam uma
velocidade de 126.000 km/h e a diferença seria grande demais para Júpiter.
Se um dia vocês saírem da Terra com essas precauções, verão o seu planeta afastar-se como
se fugisse, e verão o planeta visado vir de encontro, sem o mínimo abalo. Mas não viagem sem
pesar todas as consequências.

P – Que aconteceria se parássemos o aparelho? Digamos: se nos aproximássemos do


planeta sem aceleração horizontal, apenas com a vertical?
R – Somente uma vez na vida pode o homem cometer um erro assim. Não haveria uma
segunda vez. Seriam destruídos inapelavelmente. O choque teria uma intensidade inigualável. É o
mesmo que alguém ficar parado sobre os trilhos de uma estrada de ferro, e contra o seu corpo se
chocasse uma locomotiva desenvolvendo alta velocidade.
Pois saiba que muitos cometeram esse engano e morreram. Duro foi para nós aprender os
segredos do espaço. Vocês não teriam as nossas dificuldades se um dia chegarem a viajar pelo
espaço porque nós lhes diremos os perigos que podem tolher os passos do viajor afoito. Basta ouvir-
nos, e diz a pedagogia terrestre que mais inteligente é o indivíduo que aproveita a experiência alheia
do que aquele que chega à mesma conclusão à custa da própria experiência.
Note que vocês ameaçam dominar-nos e até destruir-nos, mas nem assim queremos a sua
ruína. Muito ao contrário, lastimaríamos um insucesso dos terrenos, como lastimamos muitas coisas
que vocês fazem. Queremos vê-los como cavaleiros do espaço manobrando as rédeas de um corcel
fogoso, ou como marujos destemidos singrando as águas revoltas do cosmo.
Talvez que assim compreendessem a grandeza da obra de Deus, que distribuiu riquezas a
mãos cheias em todos os quadrantes do infinito, e vejam que não há necessidade de brigarem por
terra e espaço vital. Lutar por espaço vital é revelar ignorância da grandeza do universo; é portar-se
como o peru que, fechado num círculo simbólico, não tem o raciocínio suficiente para ver que basta
dar um passo e ganhar a amplidão.
E nem vivam a destruir os filhos de Deus, em guerras de carnificina, por miseráveis poços
de petróleo, que não passam de buraquinhos feitos à superfície terrestre. Se querem energia, o
espaço a envia em todas as direções por meio dos raios cósmicos.
É como se estivessem morrendo de sede navegando sobre o rio Amazonas. Basta baixar o
vasilhame e enchê-lo a vontade.
Se querem parar com as guerras e viver como criaturas racionais, nós ensinaremos como
coletar a energia – quer seja atômica, solar, magnética, cósmica … Aprendam a ser pacíficos e
misericordiosos, e os outros irmãos mais velhos do sistema ensinarão como fazer disto um jardim
mais deslumbrante que aquele dos contos de fantasia.
Não creia que Deus fez o mundo mau, porque o Seu desejo é que todos sejam felizes. Ele
não se pode satisfazer com o sofrimento de ninguém. A dor, o sofrimento físico ou moral, as
dificuldades, não podem elevar ninguém, mas demonstra somente o estado de aviltamento dos
sentidos em que o homem se encontra. Se alguma coisa faz o sofrimento, é produzir revoltas e
blasfêmias contra Aquele que só nos faz ininterruptamente o bem.
Cada um é responsável pela miséria e opróbrio em que se encontra. Modifique o homem o
seu coração, faça propósitos sinceros de ser bom e misericordioso, e imediatamente terá ao seu lado

Contato com os discos voadores 54


ASTRONAVEGAÇÃO

uma multidão de homens irmãos, que darão auxílio, sem mencionar-se a ajuda e o júbilo do alto.
Fique certo que o Pai está mais aparelhado para dar do que o filho para pedir.
Se um dia você contar aos outros o que lhe falei, diga-lhes que eu pessoalmente e em nome
dos habitantes do meu planeta, assegurei que, se um dia qualquer país ou mundo abominar a
destruição, eu, e comigo milhares de outros indivíduos, viremos dar-lhes auxílio material e todo o
apoio moral. Se em vez de um país for um homem, viremos a esse homem, e nem um fio do seu
cabelo perecerá. É que não contamos somente com as nossas forças, mas com o poder principal do
universo, que secunda sempre os esforços das criaturas quando elas caminham em direção ao bem.
Atualmente, as grandes potências terrestres se preparam para fazer a guerra. Dentro de
alguns anos, estarão com as espadas limadas para fazerem o holocausto ao seu deus Moloch, e uma
multidão de vítimas sofrerão o efeito do interesse comercial de alguns potentados, que não medem
consequências para colimar os seus objetivos, mesmo que em detrimento da vida de tantos.
Lastimo a cegueira humana. Pregam a paz e destroem a Terra; falam de amor e executam os
mandamentos do ódio; creem no progresso e aviltam os sentidos até descer mais baixo que as feras.
Desde muito tempo que assistimos a carnificina terrestre, e tínhamos esperanças que o
homem, um dia, compreendesse a obra de Deus e se arrependesse. Aguardamos a transformação,
mas tudo inútil. Inútil eu sei que ainda é virmos mostrar-lhes a nossa presença e oferecermos-lhes
auxílio. Cumprimos, porém, uma ordem, e deixamos que o nosso coração se satisfaça em estender a
mão aos outros.
Você deve ficar pensando porque é que eu lhe conto os nossos conhecimentos, sem
restrições, e não encontra explicação. É que o que temos, gostamos de repartir com quem não tem.
Fazemos, também, como um remédio dado a uma criança. Se ele é amargo, coloca-se num
doce. Com essa explicação científica fazemos-lhes um desesperado apelo para que se unam no
grande ideal cristão de fraternidade e que abominem as guerras e as prescrevam para sempre.
É um aviso de que estamos dispostos a ajudá-los com todos os nossos recursos, sem nada
cobramos a não ser o direito de os chamarmos “amigos”, se isso vocês nos permitirem. Não nos
interessam as suas matérias primas, porque podemos obtê-las por transformação à vontade.
Queremos vir à Terra e aterrissarmos nas suas cidades, conviver com o povo, gozar da sua
companhia. Se não pudéssemos baixar devido à pressa, nós os saudaríamos com um inclinar de asas
amistoso. E vocês iriam até nós, conviveriam e viveriam também no nosso mundo, usando tudo o
que tivéssemos, porque na nossa sociedade os bem não tem preço. A moeda corrente entre nós é a
fraternidade. Não negociamos com os bens que Deus nos dá, mas nos colocamos na posição de
despenseiros.
A mão está estendida para um aperto; não queremos recolhê-la vazia. Pretendemos levar
conosco o calor da amizade. Entretanto, não aceitaremos para nós uma fraternidade que os homens
não usam entre si. Queremos as migalhas, o que sobrar do coração humano, quando ele vibrar de
amor para com quem habita com ele o mesmo mundo. No dia que houver um festivo banquete de
amor no mundo, aceitaremos o que sobrar e que cair da mesa.
Se a causa das guerras é a miséria, digam-nos e nós os ajudaremos. Entristece-me, porém,
ver que esse não é o motivo – porque os povos pobres dificilmente lutam. A matança tornou-se o
apanágio dos fortes, dos ricos, dos que não precisam de ajuda e que até mesmo renegam a Deus e
não veem necessidade da presença divina na sua vida. Cegou-os a abastança, o estômago
sobrepujou-lhes a visão. Logo, a luta é o produto do egoísmo.
Também não lutam por princípios, pois um homem de princípios não luta nunca. Os grandes
princípios que nortearam a vida de muitos homens na Terra e norteiam, também, a vida dos outros
mundos, são o amor a Deus e ao próximo. Se os maiores mandam amar até os inimigos, nenhum
outro pode haver que justifique roubar-se a vida dos mais fracos, que mande eliminar um povo para
ter-se a paz. Só uma paz deve existir: a paz de consciência de todos.

Contato com os discos voadores 55


GENERALIDADES

GENERALIDADES

P – Baseado na sua teoria de que a luz solar repele os corpos e que a luz, refletida na
Lua, exerce pressão sobre a Terra, inclusive provocando as marés, porque é que a Lua,
quando corta a órbita da Terra na parte anterior provoca um adianto na revolução terrestre e
um atraso quando corta a parte posterior?
R – É claro que, estando a Lua na frente da Terra, a pressão da luz atua com um impulso
sobre a superfície lunar. Estando a Lua no campo terrestre, esse impulso à superfície lunar se
transmite pelo magnetismo à Terra, como se fosse um impulso sobre a retaguarda terrestre. Isso se
passa como um sistema de transmissão de forças. O contrário se dá quando a Lua se coloca à
retaguarda do seu planeta. Fazendo uma pressão sobre ela, é como se se opusesse à Terra.

P – Você me disse que, se um cometa viesse em sentido contrário ao de rotação


terrestre, seria espatifado. Entretanto, parece que os cometas evitam a aproximação com os
outros corpos, como é o caso daqueles que, ao se aproximarem dos satélites de Júpiter, são
desviados. Por que?
R – Isto ainda é devido à repulsão que a luz provoca nos corpos. Os satélites refletem a luz
não só sobre o planeta como em todos os satélites. Assim, atuam como espelhos sobre os cometas.
Com todos os satélites conjugados, o invasor recebe um impulso contrário e é obrigado a mudar de
direção.
Bastante elucidativo é o fenômeno que se aproximou do Sol um cometa que foi ao mesmo
tempo repelido, dando-lhe, o astro, uma velocidade de 2.200 km/h.
Tudo depende da velocidade com que um corpo se aproxima de outro e da posição que os
satélites tenham nesse momento. Se a ação de repulsão provocada pela luz refletida dos satélites for
efetuada formando um ângulo com a direção do invasor, infalivelmente ele será desviado; mas se
essa repulsão for contra a direção, então o cometa tem boas probabilidades de atingir o planeta
porque a sua aceleração, embora diminua à medida que penetra, lhe garantirá o encontro.
Foi o que se deu com o planeta Saturno. Um cometa penetrou no sistema, esfacelou um
satélite que se achava no seu caminho e ambos, satélite e cometa, se transformaram num grande
anel. Nesse anel ainda podem ser vistas a massa cometária e a massa do satélite, formando círculos
concêntricos, de acordo com a densidade da matéria de cada um.

P – Você fala, também, sobre a cinta de éter que existe em torno da Terra. Entretanto,
Michelson, na sua célebre experiência, não encontrou o éter.
R – Não encontrou e nem podia ter encontrado. O atraso que ele queria encontrar na
velocidade da luz, devido ao atrito com o éter, não se podia dar se o éter se move com a mesma
velocidade angular da Terra. Quando dois corpos desenvolvem velocidade idêntica numa mesma
direção, um para o outro é como se estivesse parado. Não importa a velocidade que um observador
colocado fora do sistema possa medir, mas sim, a velocidade relativa entre dois pontos no mesmo
sistema. Uma massa M pode fazer uma rotação com qualquer velocidade, o que importa é ver se
dois pontos da massa tem diferença de velocidade.
Os grandes problemas são explicados com as figuras mais simples. Vejamos o seguinte:
num ônibus a grande velocidade, uma pequena mosca se desloca da parte traseira até a frente
gastando, nesse movimento, 15 segundos; quando ela fizer o movimento em sentido contrário,
gastará mais que os 15 segundos que levou no primeiro itinerário?

P – Não. Gastará a mesma coisa, já que ela está dentro dentro do veículo.

Contato com os discos voadores 56


GENERALIDADES

R – Exato. Gastará o mesmo tempo. Digamos, agora, que uma pessoa esteja sentada na parte
traseira e outra na dianteira; a pessoa que está atrás joga uma bola para a que está na frente e vice-e-
versa. A bola, considerando que teve um mesmo impulso nos dois sentidos, deve ter levado um
mesmo tempo para ir e para voltar. Vê-se que a velocidade do ônibus era externa, isto é, em relação
aos pontos fora do ônibus. Internamente não havia velocidade.
A mesma coisa Michelson devia raciocinar na sua experiência. A luz era a bola que ia de
uma a outra parte, sem sofrer qualquer atraso. Tanto não podia sofrer atraso em relação ao éter
como em relação à atmosfera. Era o caso de dizer-se que não havia atmosfera porque ele não
encontrou o atraso dela decorrente.
Entretanto, Michelson não teve culpa alguma. A culpa cabia aos que pensavam que o éter
era universal e estava parado em relação à Terra. Baseado numa falsa hipótese, qualquer pessoa
teria chegado ao mesmo resultado enganoso. Se num silogismo toma-se como base uma premissa
menor falsa, também falsa deve ser a conclusão, ou a premissa maior. Teorias falsas produzem
falsos resultados.
Pois bem, baseado numa experiência falha do ponto de vista a que se destinava, o ser terreno
erigiu toda uma teoria. É o caso de aplicarmos novamente a regra do silogismo e dizermos que a
teoria terrena é falsa por ter se baseado numa experiência falsa.
Michelson encontrou uma constante para a luz. Seria verdadeira essa constante? A resposta é
negativa. Se ele não encontrou atraso para a luz é porque:
1. Não pode haver atraso no movimento de um corpo se todos os pontos da sua massa se
movem com idêntica velocidade. Isto quer dizer que o éter tinha o mesmo impulso que a luz,
menos a velocidade desta;
2. O meio era homogêneo;
3. A distância usada para a medição foi muito pequena (12 jardas);
4. O atraso da luz pelo atrito ser buscado comparando-se dois meios diferentes, como o ar e a
água;
5. A luz só é visível no planeta se tiver uma velocidade de 300.000 km/s.
Esclareçamos: o atrito que ele buscava e não achou podia ser encontrado no espelho que
refletia a luz, porque esta, para refletir, carece de um atrito com o anteparo. Na água, por exemplo, a
reflexão não é total porque nela uma parte da luz é absorvida. Isto prova que houve uma pressão,
atrito e absorção. Quando observamos a Lua, notamos que a luz que reflete já é degenerada. Na sua
experiência, acontece que a quantidade da luz visível que fazia atrito, caía a frequência e já não era
mais visível; mas a energia emitida em ondas ultra-violetas, atritando com o anteparo, caía a
frequência para o espectro visível. Logo, a luz que retornava não era a que antes era visível, mas a
que se havia conservado invisível até o momento do atrito.
Depende do que chamamos luz. O que é escuridão para você pode estar inundado de luz
para mim. Uma simples pressão do cristalino ou do nervo ótico pode demonstrar essa verdade. Há
espécies animais que veem numa outra frequência e para eles a noite é dia e vice-e-versa. Os raios
infra-vermelhos são uma forma de luz invisível e a sua velocidade é bem menor que a da luz
visível; por outro lado, os raios químicos ou actínicos, ultra-violetas, são luz visível, já que tem
frequência bem mais elevada. A menos que não fosse verdade que a velocidade seja igual à
frequência sobre o comprimento de onda.
Se dissermos que a luz visível viaja no espaço com a velocidade de 300.000 km/s, diremos a
verdade; mas estaríamos enganados se pensássemos que qualquer frequência ondulatória tem a
mesma velocidade.
Devemos considerar certos aspectos do problema. Esses raios, para se propagarem, precisam
de um meio apropriado para o seu comprimento de onda e frequência. Os raios caloríficos ou infra-
vermelhos carecem de um meio denso, pois não são transmissíveis no vácuo. A luz visível pode se

Contato com os discos voadores 57


GENERALIDADES

propagar num meio denso até um certo limite, menos que os infra-vermelhos, e no semi-vácuo. No
vácuo absoluto não há propagação de luz. Nós chamamos rombos do espaço, como o caso do “saco
de carvão” da Via Láctea, isto pode ser melhor observado. Num tubo de Geissler, também, vê-se
que a luz deixa de produzir sombra quando a pressão interna do tubo é muito pequena. Entretanto, o
vácuo é o meio ideal para a propagação das ondas acima da luz visível.
Assim considerado o problema, a luz que chega à superfície terrestre é degradada. Não fosse
isso e os raios químicos fariam desaparecer a vida da Terra. Veja como Deus é sábio, que para
proteger os planetas que estão próximos do Sol, deu-lhes uma capa protetora de atmosfera espessa e
éter, enquanto que, aqueles que se acham distantes, com baixa velocidade de revolução, essa
camada é pequena.
A degradação da luz solar pode ser percebida até quando o Sol nasce ou se põe. No nascente
ou poente a luz é vermelha, enquanto que, ao meio-dia é branca. Essa degradação do branco ao
vermelho se dá por uma distância de 6.758 km, correspondente ao raio equatorial da Terra, que a
luz tem que vencer a mais para atingir o observador, do que a luz ao meio-dia. Enquanto esta última
basta vencer 400.822 km de éter, a luz do Sol nascente carece de perfazer 407.200 km. Do branco
ao vermelho há uma diferença de 300 bilhões de vibração por segundo. Se em 6.758 km perde 300
bilhões, quanto perderia em 407.200? Se o comprimento de onda é o mesmo, e a frequência muitas
vezes maior, bem maior, então, deve ser a velocidade com que as ondas solares atingem a superfície
etérea que protege a Terra, desde que:

d d
Comprimento de onda= Largura da risca∗ ou = .
l l

Chegamos ao mesmo resultado quando observamos a diferença de velocidade entre a


atmosfera e a água. Se na atmosfera ela é de 300.000 km/s, na água só apresenta 225.000 km/s.
Logo, a densidade influi poderosamente.
A luz, que ao atingir a superfície terrestre se torna visível, chega à camada etérea com
10.000.000 km/s, e com muito mais velocidade chegam aquelas que na Terra ainda são invisíveis. É
que o Sol, ao emitir a sua energia, fá-lo em diversos comprimentos de onda e em frequências
diferentes. A sua emissão não é um feixe uniforme.
Atingimos um ponto que podemos dizer que a luz solar exerce sobre a Terra uma pressão
igual ao peso da luz, medido à superfície terrestre, mais a energia perdida ao atravessar os 400.00
km de massa etérea. Se considerarmos que o efeito é duplo, sendo esse “cansaço” da luz
progressivo ou em progressão geométrica, faremos uma ideia aproximada do que isso seja.

P – Por que efeito duplo?


R – Porque, à medida que a luz perde o peso, cai, também, a sua frequência, que por sua vez
iria influir.
Obtida, assim, a pressão da luz solar e raciocinando que se a Terra está mantida na órbita é
devido a um equilíbrio de forças de atração e repulsão, o campo magnético responsável pela tração
deve exercer a sua força com potência igual à repulsão. Pode, pois, serem determinados a
intensidade do campo magnético e o número das suas linhas de força.

P – Olaf Roemer, não obstante a explicação que você acaba de dar, observou um atraso
no tempo em que a luz sofria ao atravessar o diâmetro da órbita terrestre, e achou a mesma
velocidade de 300.000 km/s que os outros experimentadores encontraram. Como se explica
isso?1
1 Olaf Roemer, cientista dinamarquês, estudava o eclipse do satélite interior de Júpiter, observando de Paris, em

Contato com os discos voadores 58


GENERALIDADES

R – Eu nunca compulsei os dados matemáticos de Roemer. Entretanto, estando o resultado


da sua experiência em franco desacordo com a realidade, podemos por em cotejo os fenômenos
óticos que se passam no espaço e que dão ilusão ao observador, porque positivamente ele incidiu
num deles.
Em primeiro lugar carecemos conhecer os movimentos próprios do Sol. Assim é que todos
os planetas formam um plano de movimento, que podemos chamar plano equatorial do sistema. O
Sol, porém, descreve um torno do centro magnético, um movimento de revolução em ângulo com o
plano dos planetas, para ser mais preciso, de 46 graus. O primeiro efeito ótico que isso acarreta é
dar a impressão aos habitantes dos planetas que estas fazem um movimento giroscópico no espaço.
Dá a ilusão, também, que o planeta se curva uma vez por ano, iluminando mais a sua parte norte,
toda vez que o astro sobe o seu nodo ascendente, e um movimento contrário quando se dá o nodo
descendente; temos, ainda, a ilusão que o Sol faz um movimento pendular.
Todos os planetas tem uma inclinação da órbita, é verdade, mas grande parte é ilusão ótica
devido à elevação do Sol. A inclinação verdadeira é porque o Sol, se elevando, faz pressão para
baixo e desloca o planeta para um ponto mais baixo. Quando o Sol baixa, o planeta sofre um
impulso para cima. O restante é ilusão de ótica porque, tomando-se o Sol deslocado como ponto de
referência, vê-se aparentemente todos os planetas deslocados.
O Sol tem, porém, uma órbita cujo diâmetro é de 10.000.000 de quilômetros, que
revoluciona em 355 dias, igual, pois, ao lunar terrestre. É por isso que os antigos astrônomos
terrestres faziam seus cálculos tomando por base o ano de 355 dias, que era o verdadeiro ano solar,
e não o movimento que a Terra executa em torno do centro em 365 dias.
Ora, se Roemer fez a observação de um eclipse de Júpiter baseado num fenômeno com a
diferença de 200 dias, o Sol nesse prazo já se havia deslocado e percorrido mais de metade da sua
órbita, estando distante do ponto original 9.800.000 quilômetros. Esse deslocamento de posição
resulta num planeta a modificação de horário de um eclipse.
Se um ponto, ou seja, um satélite, estivesse fazendo sombra em Júpiter, o deslocamento

1.676, quando verificou que a luz carece de um tempo para se propagar. Ele, juntamente com o seu mestre Cassini,
constataram que o eclipse não se dava na hora prevista, mas sofria um atraso de 1.002 segundos entre uma oposição
e uma conjunção do nosso planeta com Júpiter. Chegaram à conclusão que o atraso era devido à posição que a Terra
ocupava e que, sendo o diâmetro da órbita terrestre de 300.000.000 quilômetros, a velocidade da luz no espaço devia
ser a resultante de 300.000.000 km divididos por 1.000 segundos, ou seja, 300.000 km/s. É possível que as ondas
invisíveis tenham atingido a Terra muito antes, viajando com velocidade muito superior à da luz visível. Assim, o
espectro visível deve viajar realmente com a velocidade de 300.000 km/s, mas isto não quer dizer que a energia com
frequência mais elevada não possa ter até milhões de vezes mais velocidade. Logo, a luz não pode delimitar a
velocidade no espaço.
O próprio espectro luminoso é um feixe de frequências diferentes, sendo o comprimento do vermelho muito
diferente do violeta. Assim, já os raios químicos teriam velocidade muito superior à da luz.
É preciso que tenhamos em mente que a delimitação é dada pela nossa vista, cuja capacidade está limitada por uma
oitava apenas. Talvez certos pássaros tenham a vista apropriada para perceber outros comprimentos de onda que nos
são invisíveis. Para darmos um exemplo, a coruja pode ver em completa escuridão. Isto demonstra que, mesmo à
noite, há energia no espaço. É muito provável que essa energia esteja bem acima da nossa escala visível. Se uma
humanidade tivesse o poder visual que parecem ter certas espécies animais, e fizesse uma verificação da velocidade
da luz que para ela fosse visível, por certo havia de encontrar dados científicos bem diferentes dos nossos. Se
relacionassem como nós e erigissem uma relatividade, é provável que dessem matematicamente uma outra definição
do universo. Logo, a relatividade só pode nos revelar o mundo das nossas sensações, e jamais o universo absoluto,
onde se passam fenômenos que escapam à nossa percepção.
O homem é um ser egocêntrico. Por muito tempo acreditou ser a Terra o centro do universo. Derrubado esse
princípio, passou a julgar o universo uma consequência das nossas limitações, como se a querer ditar à natureza que
tudo que escape aos nossos sentidos não pode ser verdadeiro. Somos o limite, o “nec plus ultra” de tudo o que
existe. Não pode haver inteligência superior à nossa; não pode haver vida fora da Terra; não pode haver poder
superior ao nosso; não há outro deus senão o homem; não há luz que não seja a que vemos, enfim, não pode existir
coisa alguma fora da auto-afirmação arrogante do “homo sapiens”.

Contato com os discos voadores 59


GENERALIDADES

solar em 200 dias modificaria a posição da sombra numa distância de muitos quilômetros. Se o
satélite desenvolve uma velocidade de muitos quilômetros de Júpiter, isto daria um atraso de 1.000
segundos, pouco mais ou menos, dependendo da distância do satélite ao planeta. Quero dizer que o
satélite careceria de percorrer mais 1.000 segundos para dar-se o eclipse previsto. Esse é um motivo
que podia ter induzido Roemer a uma falsa apreciação.
Em segundo lugar, precisaríamos anotar o ângulo que Júpiter era visto da Terra. Se
tivéssemos a hora precisa em que se deu o eclipse, podíamos fazer a regressão do movimento
planetário e teríamos os elementos de cálculo com exatidão. Mas de qualquer forma, o eclipse podia
se dar à hora predeterminada com relação a um ponto de Júpiter, mas devido ao ângulo de
observação teríamos a impressão de um atraso relativo. Vamos dar um exemplo: tomamos dois
corpos e os colocamos de tal forma que, do ponto onde estamos, parte uma linha imaginária que
tangencia a periferia de ambos. Se nos deslocarmos de posição, a linha também se desloca. Nesse
caso, é preciso que um dos corpos se desloque também para que a linha imaginária o tangencie. Aí
está um segundo motivo que podia ter passado despercebido a qualquer observado, por muito
perspicaz que fosse. (Vide “A Experiência de Olaf Roemer”)
Roemer podia ter incorrido em erro devido a um desses fenômenos, como o faria qualquer
um outro.

P – Há alguma influência da inclinação do plano do equador sobre o plano da órbita


com relação ao espírito dos terrestres?
R – Nenhuma. Não são as coisas exteriores que influem no espírito, mas as interiores. É do
coração que procedem a bondade e a maldade. Que mérito pode ter o homem se o bem for
consequência de condições cuja existência não é ele o responsável? Assim também o mal.
Injetemos uma injeção num homem, que provoque a loucura. Se depois ele sair matando os
seus circunstantes, é claro que nenhuma culpa lhe cabe.
Como podia Deus exigir que o homem fosse bom se antecipadamente lhe criou condições
perversas? Ora, Deus não tenta ninguém. O mal está na arrogância, no atrevimento humano em
desrespeitar os decretos divinos.
Se o que você quer fosse verdade, os outros planetas estariam em péssimas condições, pois,
enquanto a Terra sofre uma inclinação de 23,45°, Marte, que vocês creem muito adiantado, tem
25,20°; Vênus, 32°; Saturno, 26,74°; Netuno, 29° e Urano, 98°. Este, por exemplo, devia ser uma
podridão moral. O espírito faz as condições, e nunca as condições o espírito. Os bons, na Terra,
serão bons ainda que os polos sejam invertidos, ao passo que os maus, quer não houvesse inclinação
quer estivessem no paraíso, ainda assim continuariam.
Não queira, pois, misturar virtudes com fenômenos de ordem mecânica. O bem não é uma
engrenagem.

P – Porque é que a luz dos planetas apresenta cores diversas? Marte é avermelhado, a
dos outros é branca – se todas procedem do mesmo Sol?
R – É devido à luz química.

P – O que é a luz química?


R – A luz solar sempre tem a direção do foco que a envia ao espaço, enquanto que a outra é
difusa. Sua origem é a passagem da energia pelas camadas de hidrogênio e sódio. Observe que
numa sombra há uma faixa iluminada, que representa essa luz difusa.
Se não houvesse essa luz química, muitos planetas não seriam visíveis. Pela distância que
Plutão se encontra do Sol, jamais seria visto a brilhar. O Sol, contemplado de Plutão, é uma
pequena estrela, e a quantidade de energia solar que recebe é insignificante. Entretanto, o pequeno

Contato com os discos voadores 60


GENERALIDADES

planeta refulge no espaço, difundindo uma luz de 0,16, enquanto Mercúrio, que está próximo do
Sol, só apresenta 0,0582. É que Plutão tem uma atmosfera demasiado sensível às ondas solares,
reagindo violentamente com uma pequena fração energética recebida.
Devemos ter em mente que a Terra, não obstante a sua proximidade com o Sol, é dada pela
ciência terrestre como um dos corpos que menos luz reflete. Se este planeta difunde 0,39, outros,
mais distantes, fazem mais: Júpiter, 0,51; Saturno, 0,50; Urano, 0,66 e Netuno, 0,62.
A luz, pois, que se observa nos planetas, é a luz degradada proveniente do Sol e a outra, de
natureza físico-química. Tudo depende da intensidade desta última. A luz que vem de Plutão já não
é mais de origem solar, visto que esta, depois de se chocar com o planeta, cai demasiado a sua
frequência. Se a luz que Plutão recebe já é muito pouca, difundindo essa luz no espaço é como se
não existisse.
Há, também, fenômenos de natureza ótica que seria muito longo entrarmos em
considerações. Mas eu podia dizer-lhe que a função da luz é apenas criar no espaço as condições
para que a vista penetre e veja os fenômenos distantes. Mas não nos convém entrar em fenômenos
de ordem metafísica.

P – Há quem diga que o calor que observamos na Terra não nos venha do Sol. O que
há nisso de verdade?
R – O calor vem do Sol, mas em forma de ondas de alta frequência. Sendo degradadas,
transformam-se em ondas caloríficas (infra-vermelhas). Essa mudança, porém, se passa na
atmosfera dos planetas. Não vem do Sol em forma de calor, porque esse não atravessa o vácuo. O
calor no Sol é até suportável. Simplesmente é ele um campo onde operam forças de natureza
elétrica.
Um gerador é frio, mas a corrente que produz pode provocar altas temperaturas. É absurdo
dizer-se que o Sol se encontre com temperatura que atinge milhões de graus. O fato de ser luminoso
não quer dizer que seja quente, porque mesmo na Terra há fontes de luz fria. Uma simples lâmpada
de gás neon revela que nem sempre a luz é quente. Muitos insetos tem luz fria, bem como alguns
vegetais, que apresentam luminescência provocada pela ação das bactérias.
Mais que o calor provocado pela frequência dos raios, tamos o outro provocado pela pressão
da luz. No nascente, os raios oblíquos não exercem pressão e tem-se a impressão que o Sol é um
gigante pintado de vermelho e sem poder algum; mas quando ele está à pino vê-se a intensidade dos
seus raios comprimidos contra o solo. Por isso sentimos que esfria, à medida que subimos.
No equador, que é atingido pelos raios em ângulo de 90 graus, é grande o calor; nos polos
esses raios são repelidos em grande parte pelo efeito magnético e muito pequena é a pressão. Logo,
o frio dos polos é consequente da obliquidade dos raios e o desvio destes pelo efeito magnético.
Algumas auroras boreais são o resultado de reações elétricas da ionosfera, mas outras são
provocadas pelo desvio dos raios para o alto, dando um acúmulo luminoso nas altas camadas.

P – Você diz que, à medida que subimos, esfria, mas nem sempre é assim. Há uma
altura que o termômetro atinge 2.200 Fahrenheit.
R – O calor aí encontrado é proveniente da reação físico-química de que lhe falei. São
diversas as faixas que o provocam.
Eis aí, meu caro, muitas falhas da sua ciência. Eu não me admiro dos enganos que ela
contenha, porque qualquer coisa na vida não pode ser apreciada pelos erros que incida, mas pelas
virtudes e verdades que encerre. Todos somos imperfeitos, pois a perfeição é um atributo que só a
divindade pode ter em grau absoluto. Em nós ela existe mesclada de erros, mais erros que perfeição.
O que eu me admiro – e com que mágoa! – é que os sábios da Terra, não obstante todos os erros

2 A luz que um planeta difunde no espaço tem o nome de “Albedo”.

Contato com os discos voadores 61


GENERALIDADES

que ainda não conseguiram sanar, se baseiem nessa ciência falha e neguem a ciência suprema que é
Deus. São como um vagalume que, envaidecido da sua luz, gritasse a todos os outros vagalumes:
não existe Sol nenhum, porque luz só pode haver na minha cauda.

Contato com os discos voadores 62


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

Indubitavelmente, parecem erradas as conclusões chegadas por Olaf Roemer acerca da


velocidade da luz. Aquele cientista dinamarquês verificou, quando observava o eclipse de um
satélite de Júpiter denominado Io, que o tempo exato que era calculado para que o eclipse se
realizasse não se dava à hora certa, ocorrendo sempre um atraso.
Tendo observado a hora de um eclipse quando a Terra estava em oposição a Júpiter,
calculou a hora exata que outro eclipse devia ocorrer, quando a Terra, duzentos dias após, estivesse
em conjunção. Assim, assinalou ele um atraso de mais ou menos 1.000 segundos.
Influenciado pelas ideias de Galileu, que acreditava haver uma velocidade para a luz,
calculou que o atraso devia ser motivado pelo diâmetro da órbita terrestre. Tendo esta 300.000.000
de quilômetros de diâmetro, simplesmente dividiu-a pelo atraso de 1.000 segundos e achou 300.000
km/s para a velocidade da luz. A figura 8 demonstra, então, a posição em que os planetas se
achavam naquela ocasião.

Ilustração 8: Posições de Io em relação à Terra

Não é difícil, porém, demonstrar a inexatidão do raciocínio de Roemer. Vejamos a figura 9 e


apliquemos sobre ela a trigonometria:
Suponhamos a Terra estacionada em T1 da sua órbita, no instante em que ocorria um eclipse.
Se no mesmo momento nos deslocássemos para T2, verificaríamos que o eclipse se já havia
realizado. Para quem estava em T1 houve um atraso e para T2 um adianto. A diferença de horário
verificada seria obtida da seguinte maneira:
S – T1 = 149.000.000 km;
S – J = 780.000.000 km;
J – A = J – B = 400.000 km, feitas as correções trigonométrica devido as linhas passarem a
70.000 km do centro de Júpiter.
Temos, então:

S −T 1 A−B
=tan =
S −J J −A

Contato com os discos voadores 63


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

149.000.000
tan = =0,1910
780.000.000

A− B=tan∗ J − A=0,1910∗400.000=76.400 km

Ilustração 9: Trigonometria das posições de Io em relação à Terra

Ora, sendo a velocidade de Io em torno de Júpiter de 20,67 km/s, verificamos que a


diferença havida entre uma observação feita em T1 e outra em T2 é igual a:

A−B 76.400 km
t= = =3.696 segundos
v Io 20,67 km/s

Isto significa que o movimento de 90 graus da Terra em sua órbita causa uma diferença de
horário de um eclipse em Io de 3.696 segundos.

Ilustração 10: Ângulo entre as posições de Io em relação à Terra

Contato com os discos voadores 64


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

Quando Roemer chegou à conclusão do atraso da luz, a Terra havia percorrido 197,122
graus da sua órbita. Considerando, agora, segundo a figura 10, que o nosso planeta havia se
deslocado de A para B, podemos considerá-lo no ponto C, com uma diferença, pois, de somente
17,122 graus entre A e C (figura 10).
A figura 11 nos demonstra, porém, como os pontos de uma órbita se projetam sobre um
ponto exterior (figura 11).

Ilustração 11: Projeção dos pontos de uma órbita sobre um ponto exterior

Enquanto 90 graus corresponde a 100%, 17 graus corresponde a 29%. É uma curva que nos
fornece uma progressão. Isto posto, temos:

29
t 29 =t∗ =3.696∗0,29=1.071 segundos
100

Há uma diferença entre o nosso cálculo e aquele encontrado por Roemer, de 71 segundos,
porque não sabemos a posição exata em que Júpiter se achava quando teve lugar o eclipse.
Ocorrendo esse fenômeno com Io em cada 42 horas, 28 minutos e 33 segundos, é possível que
Roemer tivesse se baseado em observação antes ou depois do eclipse, e qualquer variação pode
influir no resultado.
Outrossim, os dados que tomamos são aproximativos. Júpiter podia estar mais ou menos
longe da Terra. Não podemos assegurar, também, se Io tem alguma variação de distância com
Júpiter, como a nossa Lua, cuja variação atinge até 42.000 quilômetros. Qualquer um desses
motivos podia dar causa à diferença encontrada.
Mas, de qualquer modo a diferença aproximada existe inegavelmente, não devido a um
atraso da luz, mas por causa de um fenômeno ótico, perfeitamente demonstrável pela trigonometria.
Não descremos inteiramente que a luz careça de um tempo para se propagar no espaço.
Apenas apontamos um erro de apreciação cometido por Roemer, que a ciência não se deu ao
trabalho de fazer uma revisão, incidindo nele os demais pesquisadores posteriores a Roemer. É que

Contato com os discos voadores 65


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

ninguém vai supor que um grande luminar tenha cometido um erro trigonométrico, quando todos o
consideram infalível. Certo ou errado acatam suas deduções.
Estando errada a conclusão de Roemer, é difícil conceber-se a relatividade nos moldes em
que foi proposta, uma vez que o atraso da luz foi a pedra angular de toda a mecânica relativista.
Não asseguramos a absoluta perfeição dos nossos cálculos. Asseguramos, isto sim, que há
um atraso ou adianto na hora marcada para um eclipse, de acordo com a posição que os planetas
ocupam no espaço, independentemente da velocidade da luz, se é que existe alguma. Se existir,
deve percorrer o nosso sistema planetário com tal velocidade que seria inapreciável, podendo ser
considerada instantânea.
Temos a considerar, porém, que, contra às nossas ponderações, alguém versado em
astronomia poderia objetar que Roemer não se baseou no eclipse real resultante da sua penetração
no “cone de sombra” que o Sol provoca na outra face de Júpiter.
Entretanto, se essa objeção fosse apresentada, seria ela inconsistente, uma vez que o “cone
de sombra” também sofre uma grande variação ao fazer o planeta o seu movimento de revolução no
espaço, como nos demonstra a figura 12.

Ilustração 12: Variação do "cone de sombra" com a posição de Io em relação à Terra

Tanto faz que as linhas A – J1 e C – J2 fossem formadas por “linhas de visada” ou pela luz
do Sol, pois são as mesmas. É claro que a continuação do movimento de revolução de Júpiter
resultaria numa diferença entre a “linha de visada” de um observador terrestre e aquela ocasionada
pela luz solar formando um cone de sombra, mas quando nada, na data em que Roemer fez a
célebre observação, essas linhas coincidiam precisamente, sendo a variação, também, neste caso, de
1.071 segundos.
A ilustração acima é dada somente para mostrar ao leitor que um certo fenômeno pode ter
várias explicações com resultados bem divergentes. Ninguém deve tirar conclusões precipitadas
sem ver o problema de todos os ângulos. Não é intenção desacreditar o trabalho deste famoso
cientista, que é merecedor de nosso respeito.
Na primeira edição deste livro nós evitamos inserir toda a explicação do ponto de vista do
capitão. Como o fenômeno da luz e espaço é de fundamental interesse a todos os físicos e pode
mesmo ser considerado pedra angular de toda a ciência, nós listamos a opinião de várias
universidades europeias e alguns físicos famosos.
Quando nós inicialmente mencionamos os cálculos de Roemer para o capitão do disco
voador, ele não estava familiarizado com esta teoria, mas deu-nos várias explicações sobre as

Contato com os discos voadores 66


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

armadilhas que Roemer pode ter caído. Seus pontos de vista são dados nas páginas seguintes.

P – É uma pena que você não possa dar completa explicação sobre este fenômeno, pois
isso seria de grande valor para nós. Para tomar um exemplo completo: sobre a base do
fenômeno observado por Olaf Roemer, a ciência parou de acreditar em Deus. Os cientistas
raciocinaram como segue:
Eles dizem que Deus é Luz, ou semelhante à luz. Mas, se há uma diferença de tempo no
movimento da luz através do espaço, então, a luz não pode ser considerada ubíqua; Deus,
portanto, não poderia ser onipresente desde que Ele precisaria de tempo para ir de um lugar
a outro. Então, como não poderia haver Deus real sujeito ao tempo e espaço, eles concluíram
que Ele não existe. Se Ele não é onipresente, deve ser porque Ele é finito em vez de infinito e,
portanto, não poderia sustentar o Universo. Nenhum princípio finito poderia ser Deus.
Este é, sucintamente, o raciocínio materialista científico. Se for sua intenção nos fazer
acreditar em Deus, você nunca chegará a isto sem uma análise clara dos princípios que a
ciência tem aderido. Não é, realmente, estranho que você não esteja familiar com os cálculos
de Roemer porque ele nunca os publicou. Diz-se que depois da sua morte, seu trabalho foi
virtualmente destruído e somente veio a ser conhecido através de um de seus amigos que
publicou suas descobertas.
Porém, os detalhes no qual a ciência baseia suas conclusões me são conhecidos, e eu
posso citá-los de memória. Talvez, se examinarmos estes, nós possamos chegar a uma
conclusão definitiva sobre as quais você possa dar sua opinião.
R – (Depois de ter estudado o embasamento matemático). À luz de sua informação eu posso,
agora, dá-lo uma revisão rápida da questão. Deixe-me pegar algumas folhas de papel e desenharei
alguns diagramas para esclarecimento. Vamos olhar o seguinte diagrama:

Ilustração 13: Avanço no tempo da eclipse se o Sol girasse em torno de Júpiter

Contato com os discos voadores 67


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

Se o Sol revolvesse em torno dos planetas em vez de ao contrário, e se nós anotássemos o


tempo de um eclipse com o Sol na posição S1, e novamente na posição S2, nós notaríamos um
avanço no tempo do eclipse. Isto é, na posição S2 o eclipse já teria acontecido. Agora, tente seguir o
raciocínio muito cuidadosamente.
O fenômeno é, porém, inalterado pelo fato de Júpiter revolver ao redor do Sol. Eu não sei se
isto vem como consequência da “mecânica racional” na Terra, mas há um princípio que estabelece
que todos os corpos que se movem em uma órbita estão sujeitos ao avanço ou retardo, dependendo
da posição que eles ocupam no espaço.
Vamos ver como isso opera com a ajuda de outro diagrama:

Ilustração 14: Retardo no tempo da eclipse com Júpiter girando em torno do Sol

A linha horizontal representa a “linha de visada” de observação dos eclipses levando em


consideração a direção do movimento do planeta em órbita, que é, neste caso, anti-horário. No
ponto em que esta linha de visada faz uma tangente com o planeta nós chamaremos A. Neste caso,
nós temos que pressupor a existência de um diâmetro equatorial que não está incluído em nossos
cálculos. Isto é mostrado no diagrama como a linha AF. Note que, no caso do primeiro eclipse, a
linha de visada fez uma tangente com o planeta em A, e no caso do segundo eclipse, ela fez uma
tangente em F.
A diferença, então, é igual ao diâmetro equatorial ou, em outras palavras, o diâmetro de

Contato com os discos voadores 68


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

Júpiter. Note novamente que, no primeiro eclipse Io estava na posição L1, mais longe do Sol,
enquanto no caso da segunda eclipse, Io estava na posição L2, entre o Sol e Júpiter. Agora, nós
começamos a ver que as razões para o atraso no tempo que você mantém é devido à limitada
velocidade da luz, pelo qual você tenta banir Deus do Universo.
Para início, nós não sabemos a exata distância de Júpiter da Terra no tempo do eclipse. Eu
também aproveitarei esta oportunidade para chamar sua atenção para um erro cometido pelos
astrônomos, que tem uma considerável noção sobre as dimensões do Universo, como nós veremos
mais tarde.
De acordo com os dados astronômicos que temos aqui, a Terra deveria ter-se movido através
de 197,122 graus de sua órbita em 200 dias, tomando seu dia sideral médio como 0,98561 graus.
Então, deduzindo 180° nós ficamos com 17,122 graus, que, para os propósitos de cálculo, traz o
planeta de volta para sua posição de oposição.
Neste tempo, Júpiter, com um dia sideral médio de somente 0,08309 graus, teria movido
16,618 graus, mas isto não faz sentido porque, com os dois planetas movendo na mesma direção,
não deveria haver diferença no ângulo em que Júpiter é visto da Terra.
Agora, deixe-nos tomar este ângulo como ponto de partida; em 200 dias Io terá completado
113 revoluções no planeta. Ainda, Roemer não poderia ter visto um eclipse no exato tempo de
oposição ou de conjunção, pois o ângulo de visada não era suficientemente largo para permiti-lo ver
isso, ele deve ter visto acontecer antes da oposição e depois da conjunção. Como o satélite completa
113 revoluções em 200 dias, duas eclipses mais tarde levá-lo-ão a 115 revoluções, então realizando
em 203,5 dias. O ângulo que Júpiter realiza entre oposição e conjunção com a Terra é de 17,122
graus. Isto variaria levemente no periélio ou afélio devido à diferença na velocidade causada pela
pressão da luz do sol.
O dia sideral médio de Júpiter é próximo de 0,08561 graus, com as correções que nós
fizemos, então, se nós somarmos 3,5 dias nós obteríamos um total de 17,47 graus. Vamos dizer
17,45 graus para simplificar os cálculos.
Se aceitarmos estes cálculos, nós podemos fazer outro diagrama:

Ilustração 15: Ângulo entre oposição e conjunção de Júpiter

Nós vemos que, na figura 14, um movimento de 180 graus da Terra em sua órbita causará
uma inversão dos pontos em que a linha de visada faz uma tangente como o planeta. Na primeira
posição, a linha toca A e, na segunda, 180 graus depois, em F. Mas esta inversão toma lugar
lentamente pois o planeta move-se através do espaço. Então, tal é que somente 17,45 graus de

Contato com os discos voadores 69


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

movimento, a linha de visada AP move-se ao redor para AQ, desde que nós a fizemos interceptar
exatamente no ponto A. Neste caso, a linha AQ corta através de parte do planeta, que forma um
arco. O retardo ocasionado pelo movimento de 17,45 graus será medido igual a este arco.
Agora, nós precisamos somente ver como fazer o cálculo com a ajuda de um diagrama
posterior.

Ilustração 16: Arco do retardo entre oposição e conjunção de Júpiter

Nós podemos trabalhar com isso por vários métodos, mas nós adotamos um que é mais
facilmente mostrado no gráfico. Nós podemos, agora, ver como o fenômeno toma lugar. A linha
AQ determina um ponto de intersecção sobre a circunferência do planeta, que nós chamamos B.
Deste ponto, nós fazemos uma linha da circunferência ao centro em E. EB é, então, igual ao raio
equatorial de Júpiter, e é o mesmo que EA. Do ponto B nós desenhamos uma linha em ângulo reto
para EA, que encontrará EA em C. O retardo do planeta, depois de se mover por 7,45 graus,
igualará, portanto, a distância AC.
Deixe-nos trabalhar mais o que esta distância representa em tempo. O ângulo EB ∢ EA é
33,80 graus, cujo seno é 0,558, o ângulo BC ∢ BA é 17,45 graus, cuja tangente é 0,3201. O raio
equatorial de Júpiter é a distância EB = 72.780 km.

BC =EB∗sin EB∢EA=EB∗sin33,80 ° =72.780∗0,558=40.612 km

AC =BC∗tan BC∢ BA=BC ∗tan17,45 ° =40.612∗0,3201=13.000 km

Contato com os discos voadores 70


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

Tendo estabelecido a distância AC = 13.000 km, nós podemos converter isto em segundos.
Júpiter move-se em sua órbita a uma velocidade de 13 km/s.

d 13.000 km
t= = =1.000 segundos
v 13 km/s

Roemer observou uma diferença de tempo de 1.000 segundos, que também encontramos.
Ele atribuiu isso ao tempo que a luz leva para cobrir a distância através da órbita da Terra; nós
mostramos que esta hipótese extraordinária, que levou os cientistas a banir Deus do Universo, tem
uma explicação trigonométrica perfeitamente simples. É desculpável para ele ter feito um erro,
porque nós todos fazemos em abundância, mas são as conclusões que foram derivadas dele que não
são desculpáveis.
Isto seria mais do que suficiente para demonstrar a irracionalidade do povo da Terra quando
eles falam da velocidade da luz e quando eles usam isto para suportar suas teorias materialistas da
limitação e curvatura do espaço. Mas deixe-nos continuar o raciocínio e ver se nossos cálculos estão
corretos.
Quando Júpiter estava na posição J1 e a Terra em oposição, todos os pontos ABC
coincidiam no ponto A mas, quando o planeta moveu para a posição J2, estes pontos moveram e a
linha AP passou a formar a linha AQ. Se nós fôssemos mudar o planeta gradualmente de volta da
posição J2 através dos 7,45 graus que ele cobriu, nós veríamos que a linha AQ tornar-se-ia
eventualmente a linha AP, e que os pontos B e C mover-se-iam aproximando até eles coincidirem
no ponto A.
Na próxima figura nós podemos ver as variações do movimento do eixo equatorial como
mencionamos.

Ilustração 17: Movimento do eixo equatorial de Júpiter

Contato com os discos voadores 71


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

No ponto inicial a 0 graus, os pontos A, B e C coincidem e a linha de visada está em ângulo


reto com o eixo equatorial AF. Quando o planeta se move, os pontos B e C se movem fazendo um
triângulo cuja área aumenta em relação ao ângulo que o eixo faz com o Sol. A 45 graus, a distância
entre A e B está no máximo e inicia a diminuir novamente até a posição de 90 graus, mas a linha
AC continua a aumentar, o que significa que o tempo anotado para a eclipse estará alterado muito
pouco. Na posição de 90 graus, será visto que B e C coincidem completamente com F, quando a
diferença de tempo relativa será igual ao eixo ou diâmetro equatorial.
Daquela posição para a posição de 180 graus, a posição dos pontos B e C está invertida e
eles novamente movem-se na direção do ponto A; o ponto B novamente move-se em torno da
circunferência em direção ao ponto A. Nós também notamos que, nesta fase, o triângulo formado
por ABC está sobre o lado oposto da linha base AF. Na posição de 180 graus, os pontos ABC são
novamente coincidentes. Porém, a diferença de tempo é igual àquela do diâmetro do planeta, pois a
linha de visada de um eclipse deve agora passar através do ponto F e não mais através dos pontos
ABC, como era o caso com o planeta na posição de 0 graus.
Tendo mostrado isso, seria fácil checar o diâmetro de Júpiter e, em consequência, o
problema ótico. Vamos proceder como segue (veja figura 16). Se a linha AC = 13.000 km, o raio
equatorial do planeta será:

AC 13.000
BC tan BC ∢BA 0,3201 40.612
EB= = = = =72.780 km
sin  EB∢ EA sin EB∢ EA 0,558 0,558

Tendo obtido o raio equatorial de Júpiter, você pode comparar este com o raio obtido por
medidas óticas e você encontrará uma porcentagem diferente entre os dois. Isso seria devido à
difração da luz, como no caso do Sol, que parece maior no nascente e poente do que no meio dia.
Eis porque eu lhe falei de antemão no que eu baseei meus cálculos, para evitar as contradições da
matemática terrestre. Assim é que a massa e o volume de Júpiter não são exatamente aqueles dados
por vocês.
Se Júpiter involuntariamente contribuiu para o estabelecimento do materialismo científico na
Terra, o que mostramos agora pode muito bem significar que ele estará apto a fornecer as provas do
erro das teorias existentes. Nós temos visto que, como outros planetas, sua velocidade de rotação
axial é igual a sua velocidade em órbita. Essa rotação axial, que vocês não tem pensado, explica as
peculiaridades de Mercúrio. Os astrônomos, observando o planeta sobre seu plano equatorial,
notaram que ele gira uma volta sobre seu eixo para cada revolução em órbita, e ainda esta não é
toda a história.
É o mesmo efeito que nós vimos no caso de Júpiter; a ciência mantém erroneamente que a
luz leva uma certa quantidade de tempo para mover-se através do espaço. No caso de Mercúrio, a
ciência mantém igualmente o erro que ele gira uma volta sobre seu eixo para cada revolução em
órbita.
O que acontece é que Mercúrio tem uma rápida rotação axial. Esta não toma lugar sobre o
plano equatorial do sistema solar, mas em ângulo reto a ele. Mercúrio é realmente um satélite do
Sol e não, falando estritamente, um planeta, porque somente satélites tem esta peculiaridade.
Tendo posto este detalhe corretamente, nós podemos ir muito mais adiante. Nós podemos
contestar a teoria da relatividade e a teoria dos quanta de Planck. Planck observou radiação nos
corpos negros e não encontrou explicação para isso na teoria ondulatória da luz, ele estabeleceu a
teoria dos quanta para mostrar a descontinuidade da energia. A enganadora teoria da luz de Roemer
deu-a suporte.
Agora, um elétron na forma de onda é movido em um círculo anti-horário. Neste movimento

Contato com os discos voadores 72


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

espiralóide ele tem uma superfície de onda descontínua bastante parecida com uma mola espiral. O
próprio movimento não é descontínuo, mas somente parece assim pela virtude de seu movimento
espiral. Ele também mostra um fenômeno magnético que cancela a carga de um lado, que dá, a um
observador, a impressão de que a energia move-se em saltos. Mais ainda, ele está sujeito ao
resultado da diferença de carga devida a este efeito magnético, como também, ao resultado de sua
rotação, parecendo como um globo, como um planeta faz em relação ao Sol.
Este é um tosco resumo da teoria dos quanta que os físicos ostentam. A coisa toda é má
interpretação de um simples fenômeno trigonométrico.
Antes de negar Deus com base neste raciocínio, eles deveriam pedir ao Pai por entendimento
porque Ele é o único que pode revelar Seus segredos. Ninguém poderá penetrar o Universo somente
com o suporte de um muito limitado poder de raciocínio.
O Universo é uma casa com um dono, e ninguém, embora possa ser racional, pode entrar
sem o consentimento do dono. Deixe-os pedir ao dono para acompanhá-los e mostrá-los as
peculiaridades e detalhes de cada quarto. Eles não deveriam tentar imitar o sapo que, querendo ser
como um boi, inspira tanto ar que seu estômago incha e arrebenta.
O homem não chega a nada respirando o ar de teorias complicadas na esperança de
aumentar sua estatura. O verdadeiro crescimento sempre é acompanhado por humildade. A ciência
é um palácio majestoso com uma estreita e baixa porta de entrada que está fechada para o arrogante.
Aqui, somente os humildes encontram recompensa, e aqueles sem fé e humildade para seu Criador
nada encontram além de confusão.

O que antecede foram as palavras de nosso informante mostrando-nos as alterações em


Júpiter que deram a impressão que havia um fator de tempo envolvido no movimento da luz através
do espaço, enquanto que isso, de fato, era devido a um fenômeno trigonométrico.
Para as pessoas que estão acostumadas a lidar com problemas matemáticos, esta simples
demonstração será suficiente para eles tirarem suas conclusões e correlacionar o movimento do
satélite. Mas, como este livro foi escrito para o público em geral, que pode não ter tido tempo de se
aprofundar nestas matérias, nós empreenderemos ilustrar o movimento do satélite Io da maneira
mais simples possível.
O arco formado pela linha AB na figura 16 deveria ser igual a 42,422 km. No tempo de 200
dias, a linha AP (veja figura 18) somente tocará a circunferência na tangente. Porém, o movimento
que um ponto na circunferência percorreria neste tempo é:

42.422
d= =21.211 km= AM =BM
2

Se a posição do ponto A move-se o número de quilômetros acima em 200 dias, isto significa
que o ponto A move-se a uma velocidade de 106 km por dia.
A velocidade de Io no espaço é alta, mas baixa em relação à superfície de Júpiter, o que
significa dizer que ela tem uma baixa velocidade angular. Então, a velocidade de Io em relação à
velocidade da superfície do planeta é somente 3 km/s.
Vamos agora estudar a figura 18. No tempo da observação da oposição, Io deve ter estado
no ponto P. No tempo da conjunção ele deve ter estado no ponto Q. Na realidade, porém, 1.000
segundos antes da eclipse ter lugar, ele deve ter estado em R, RQ representa a distância que ele se
moveu em 1.000 segundos. Para explicar isso, vamos considerar o seguinte:
A ciência reconheceu que Io completou uma revolução na órbita a cada 152.913 segundos,
este sendo o tempo requerido para o satélite deixar o ponto de referência e retornar para o mesmo
ponto novamente. A luz do Sol foi tomada como um ponto de referência, observando o exato

Contato com os discos voadores 73


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

momento em que Io entrou na penumbra. Porém, a luz do Sol, representada pela linha AQ, move-se
a uma velocidade de 106 km por dia. Esta alteração também alterou o tempo do movimento de Io
através do espaço, desde que o cálculo desse movimento é baseado na linha AQ. Se a alteração na
superfície de Júpiter é 106 km por dia, e se Io tem uma velocidade relativa de 3 km/s, isto significa
que a alteração fez a linha AQ alterar o tempo do movimento observado de Io por 35 segundos por
dia. Então, o verdadeiro tempo da revolução de Io em órbita é 152.878 segundos e não 152.913
segundos.

Ilustração 18: Oposição e conjunção do satélite de Júpiter

Na taxa de 35 segundos por dia, haverá uma diferença de 7.000 segundos em 200 dias. Se
ele move-se em órbita a 20 km/s, isto irá somar 140.000 km, que é a distância entre os pontos P e R
na figura 18. Disto, veremos que o momento quando o eclipse era esperado a tomar lugar, Io ainda
estava no ponto R, ele ainda tinha que cobrir a distância RQ antes do eclipse poder atualmente ser
visto.
A distância RQ é 20 km e, com uma velocidade de 20 km/s, Io moveria de R a Q em 1.000
20.000 km
segundos, isto é, t = =1.000 segundos .
20 km/ s

Tendo mostrado isso, alguém pode concluir que a luz move-se instantaneamente através do
espaço. Em uma época em que o conhecimento de astronomia era pouco e quando muitas pessoas
achavam difícil mesmo acreditar que a Terra movia ao redor do Sol, teria sido muito difícil para
Roemer ter chegado ao resultado correto. Com todas as suas falhas, seu trabalho foi admirável,
levando em consideração as condições sob as quais ele trabalhou, os dados a sua disposição e o
limitado conhecimento de seu tempo. Tudo é, porém, sujeito ao efeito do progresso ininterrupto e
alterações conforme movemos a frente.
Seria tolo apegar-se a teorias, sejam elas de Roemer ou de qualquer outro, tentando, assim,

Contato com os discos voadores 74


A EXPERIÊNCIA DE OLAF ROEMER

impedir o progresso do tempo e das ideias que se movem como um rio transbordando, ou para
desejar por um limite para o entendimento do fenômeno, como cartógrafos de antigamente que
costumavam escrever sobre seus mapas nos Pilares de Hércules: Hic deficit orbis (Aqui termina o
mundo). A teoria da velocidade da luz é um equivalente moderno para este comportamento. Porém,
os marinheiros aventureiros de antigamente não eram detidos por essas proibições de seus
cartógrafos, que eram a elite científica de seus tempos, e velejaram em frente para descobrir um
novo continente.
No grande e belo desconhecido agora esperando ser descoberto, o Universo será revelado
para vocês, não mais com limitações, mas infinitamente grande como seu Criador. É uma mansão
de tamanho infinito que serve como residência para um infinito Deus que, esperando mostrar-nos a
vastidão do espaço, disse: “O céu é meu trono e a Terra é meu assento: ondo está a casa que você
construiria para mim?” (Isaías 66:1).
E nós, em nosso tolo desejo de construir-lhe uma casa para abrigar nossas ideias que não são
maiores do que nossos pequenos cérebros, tão limitada como a relatividade, e tão fria e sepulcral
quanto fórmulas. Nós fizemos um caixão do Universo e colocamos dentro dele um Deus
mumificado. Nós invertemos o processo de criação e fizemos um deus à nossa imagem e
semelhança, circunscrito pelos limites de um Universo que era limitado somente pelo nosso
raciocínio.

Contato com os discos voadores 75


A ABERRAÇÃO DA LUZ

A ABERRAÇÃO DA LUZ

P – Até agora, você tratou de assuntos que eu não posso provar nem contestar. Eu
nunca poderia descobrir se o que você diz é verdadeiro ou falso. Eu gostaria que você falasse
sobre a aberração da luz, pelo qual Bradley calculou a velocidade da órbita da Terra. Este é
um assunto que tem sido totalmente consubstanciado, e sua visão sobre isto me permitiria
avaliar tudo o que você me disse até agora. Se Bradley estava certo, então, você deve estar
errado, ou vice-e-versa.
R – Eu tentarei dar-lhe uma resposta e analisar o problema; porém, não será fácil para mim
basear meus argumentos em dados fornecidos pelos cientistas terrestres devido à diferença entre os
seus métodos e os nossos. Vocês usam quilômetros ou milhas como medida de distância, enquanto
nós tomamos o tempo galático como nossa jarda. Isso é difícil de explicar para pessoas que não
estão acostumadas a ver as coisas do nosso ponto de vista. Vocês entram em complicados cálculos
matemáticos para determinar, vamos dizer, o diâmetro da órbita da Terra, enquanto nós não estamos
interessados no número de quilômetros que isso representa, mas no seu equivalente em tempo
galático.
Porém, vamos esquecer o tempo galático por um momento e assumir que nós, agora, usamos
o ano terrestre como a base de nossas medidas. Tomando o ano terrestre como 31.558.149,50
segundos, nós podemos obter o tempo equivalente do diâmetro da órbita da Terra dividindo este
31.558.149,50
número por π, ou seja: t dT = =10.045.247 segundos . Você acompanha?
3,14159

P – Sim.
R – Mas isso poderia confundi-lo e levá-lo a pensar que o tempo tem algo a ver com a
relatividade, como você já acredita que é. O tempo, para nós, cumpre a parte que o metro faz para
vocês. Nós o vemos como o resultado da força que impele um corpo através do espaço. Quanto
maior a força, menor o tempo, e menor, também, o espaço a ser atravessado ou, em nossa
terminologia, a distância. Então, se a força for infinitamente grande, tempo e espaço serão
infinitamente pequenos; eles cessariam de existir.
Mas, novamente, a força não é tudo porque, na realidade, ela não existe; tudo o que existe é
o impulso que é aplicado ao corpo no espaço e concede momento a ele. O movimento do corpo é,
então, somente limitado pela resistência que ela tem que superar. O que existe, então, é o
momentum que surge do impulso da força, e não a própria força. Novamente, este impulso somente
existe como função de um desejo que dá origem a ele. Para resumir: tempo e espaço são o resultado
de um potente desejo agindo sobre o Universo, que é o que nós medimos, tomando nota de sua
intensidade em qualquer fenômeno dado. No nosso Universo, esse desejo manifesta-se como tempo
galático. Mas, deixe-nos voltar para Bradley. Ele defendia que a aberração da luz das estrelas era
devida ao tempo que luz levava para atravessar o espaço. Sobre esta base, ele calculou que a
velocidade da Terra na órbita deveria ser: v=velocidade da luz∗tanaberração  .
Mas a luz no espaço é difusa e, onde quer que a Terra possa estar em sua órbita, a luz das
estrelas sempre estarão lá à frente dela, de um modo, esperando para a Terra encontrá-la, não há,
portanto, qualquer questão de algum atraso na transmissão da luz através do espaço. Esta teoria é
nada mais que um sofismo inapto, indigno da ciência.
Nós não podemos analisar completamente o problema em seus termos sem estudar o
movimento da Terra e corrigir alguns de seus dados relativos a sua órbita.
Você originalmente começou perguntando-me questões científicas para descobrir de onde eu
vim. Muito bem então, eu vou corrigir sua estimativa da órbita da Terra por um método que ainda é

Contato com os discos voadores 76


A ABERRAÇÃO DA LUZ

desconhecido para vocês na Terra. Nenhum habitante da Terra estaria capacitado a fazer isso tão
facilmente quanto eu posso. Mais tarde, eu poderia ensiná-lo uma duzia de outras maneiras de fazer
isto, se você quiser, sem recorrer a qualquer de suas teorias sobre a luz e sem usar seus métodos de
paralaxe. Primeiro vamos corrigir suas figuras.
Um dia no ano tropical da Terra dura 86.400 segundos. Este é o tempo que o Sol leva para
fazer duas transições consecutivas sobre um ponto dado sobre a superfície da Terra. Mas, se duas
transições consecutivas do Sol e de uma estrela são consideradas, nós, então, descobrimos que este
dia sideral dura somente 86.164 segundos, que é 236 segundos menos dos que um dia tropical. O
movimento da Terra em sua órbita em um dia causa um movimento na luz solar sobre a superfície
do planeta na direção de sua rotação por, justamente, aquela quantidade. Quando a Terra, no final
do ano, fez uma revolução completa na órbita, este movimento diário da luz solar terá completado
um dia ou, em outras palavras, uma revolução completa da Terra sobre seu eixo. Isso é para dizer
que o tempo que deveria ter aparecido como um dia extra no ano, foi levado em conta como um
incremento diário de 236 segundos na duração de cada dia.
O número de segundos em um ano sideral dividido pelo número de segundos de um dia
sideral dá-nos o número de revoluções que a Terra faz sobre seu eixo em um ano. Com
31.558.149,50 segundos em um ano sideral e 86.164 segundos em um dia sideral, nós obtemos
366,2567 revoluções. Daqui, nós podemos calcular o movimento sideral diário da Terra em sua
órbita em termos de graus dividindo 360 pelo número de revoluções. Assim:

360 graus
=0,982917 graus /revolução
366,2567 revoluções

Se um observador fora da Terra estivesse observando eclipses da Lua a, digamos, intervalos


de vinte dias, ele anunciaria que suas predições do tempo do segundo eclipse seria de 19,65834
graus (isto é, 20 * 0,982917 graus). Nós podemos converter esta figura em termos de tempo
multiplicando-a pelo número de segundos em um dia sideral e dividindo este produto por 360 graus.
Assim:

86.164∗19,65834
=4.705 segundos
360

A eclipse parecerá, portanto, tomar lugar 4.705 segundos depois do que o predito. Nós
podemos, também, chegar ao mesmo resultado por outro método:
1. Converta o número de graus em quilômetros, tomando o diâmetro equatorial da Terra como
12.756 km, e usando a seguinte fórmula:

2∗∗raio∗19,65834 ∗12.756∗19,65834
d= = =2.188,31 km
360 360

Isto nos dá 2.188,31 km, que é a distância, sobre a superfície da Terra, representada pelo
arco de 19,65834 graus.
2. Obtenha a velocidade da rotação axial da Terra em metros por segundo, multiplicando o
diâmetro em quilômetros por π e dividindo pelo número de segundos em um dia sideral.
Assim:

∗12.756
v= =465,102 m/s=1.674,367 km/h
86.164

Contato com os discos voadores 77


A ABERRAÇÃO DA LUZ

3. Divida os 2.188,31 km obtidos em (1) acima pelos 465,102 m/s obtidos em (2). Isto nos dá
4.705 segundos, novamente, como resultado.

d 2.188 km
t= = =4.705 segundos
v 465,102 m/ s

Este é, então, o montante de retardo aparente da eclipse como visto por um observador no
espaço.
Estas são as primeiras correções, o movimento sideral médio da Terra e sua velocidade
verdadeira de rotação. Sem estes dados nós não podemos calcular a órbita da Terra com qualquer
precisão. Agora, há um segundo ponto a considerar. Sua astronomia atribui o tempo das quatro
estações do ano ao movimento do Sol através da eclíptica. De fato, o Sol tem um movimento
próprio que não pode ser visto da Terra.
No equinócio vernal, em 21 de março, o Sol ascende no Leste e descende no Oeste, entre
este tempo e o solstício de verão, em 21 de junho, ele parece mover-se em direção ao Norte. Depois
do solstício ele, então, volta em direção ao Sul. No equinócio de outono, em 23 de setembro, ele
novamente cruza o equador e continua seu movimento ao Sul até o solstício de inverno, em 22 de
dezembro. Ele, então, volta em direção ao Norte, novamente, até ele encontrar o Equador
novamente no próximo equinócio vernal, tendo, por isso, ganho 1.223,898 segundos, ou 20 minutos
e 23 segundos.
Disto, seus astrônomos concluíram que o Sol tem um movimento anual próprio sobre a
eclíptica, sua elevação variando com os nodos ascendente e descendente de seu movimento. Vamos
estudar o movimento da Terra com a ajuda de um diagrama (uma versão simplificada deste é dada
na figura 19).

Ilustração 19: Movimento da Terra em torno do Sol

T1 mostra a posição da Terra em 21 de junho, com a luz do Sol caindo diretamente sobre o
hemisfério Norte a um ângulo de 23,444475 graus para o Equador. Como a Terra continua a mover-

Contato com os discos voadores 78


A ABERRAÇÃO DA LUZ

se ao redor de sua órbita em um plano horizontal (não no plano vertical como mostrado no
diagrama para facilidade de visualização), o Sol estará diretamente sobre o Equador em 23 de
setembro (posição T2). Na posição T3, em 22 de dezembro, o Sol estará sobre o hemisfério Sul e o
hemisfério Norte estará frio.
É óbvio, então, que as quatro estações não são causadas pelos movimentos da Terra e do Sol
subindo ou descendo o plano da eclíptica; ambos corpos permanecem no mesmo plano. A alteração
é devida ao fato que a inclinação do eixo da Terra é constante e sempre aponta na direção de um
ponto hipotético no espaço. (Esta inclinação é ilustrada pelo ângulo dos braços que suportam o
globo no diagrama).
O terceiro ponto que nós devemos agora estudar é a excentricidade da órbita de Terra. Nós
podemos fazer isso notando o exato tempo das quatro estações do ano usando meu método de
calcular pelo tempo, que é mais conveniente e não induz a erros.
Os tempos decorridos entre as quatro estações não são todos iguais, assim:
1. Equinócio vernal (21 de março) para Solstício de verão (21 de junho): 133,611 minutos;
2. Solstício de verão (21 de junho) para Equinócio de outono (23 de setembro): 134,832
minutos;
3. Equinócio de outono (23 de setembro) para Solstício de inverno (22 de dezembro): 129,331
minutos;
4. Solstício de inverno (22 de dezembro) para Equinócio vernal (21 de março): 128,195
minutos.
Os 1,223 segundos ganhos entre dois equinócios vernais sucessivos não forma subtraídos
destes valores, as estações foram consideradas como tempo sideral. Nós, agora, convertemos estes
quatro períodos em quatro arcos de tempo. Isso funciona como segue:
133,611∗4
1. arco= =85,059 minutos ;
2
134,832∗4
2. arco= =85,836 minutos ;
2
129,331∗4
3. arco= =82,334 minutos ;
2
128,195∗4
4. arco= =81,611 minutos .
2

Com a ajuda deste conjunto de quatro valores nós podemos verificar a órbita da Terra (veja
figura 20).
Isso, então, dá-nos a órbita da Terra. O período entre 21 de março e 23 de setembro é mais
ou menos regular, mas, depois desta última data, a órbita parece como se ela tivesse sido prensada
na direção do centro por alguma força. Durante este período a Terra move-se lentamente em direção
ao Sol.
O quarto ponto a notar é que os 1,223 segundos ganhos entre os dois equinócios vernais
devem ter sido gastos em todo o período deste movimento através do espaço, e não todo numa vez.
A razão para esta precessão é a que segue:
A direção da inclinação do eixo da Terra, que está sempre em linha com ou ponto hipotético
no espaço, altera muito lentamente toda a vez que a Terra revolve em sua órbita. A inclinação do
eixo permanece constante a 23,444475 graus, mas a direção na qual o eixo aponta altera em
50,2619'' anualmente.

P – Mas porque a direção da inclinação altera?


R – Paciência! Nós chegaremos lá em um minuto. Esta alteração na direção do eixo causa à

Contato com os discos voadores 79


A ABERRAÇÃO DA LUZ

Terra a perda de um dia sideral a cada 70,401 anos ou, em outras palavras, 1,223,898 segundos em
cada ano. Este valor é obtido pela multiplicação do número de segundos em um ano sideral
(31.558.149,50) pela alteração em segundos (50,2619) e dividindo isto pelo número de segundos do
arco de 360 graus (1.296.000). Além disso, com estes valores pode ser calculado que um ano sideral
é perdido a cada 25.784,93 anos.

Ilustração 20: Órbita da Terra em torno do Sol

A alteração de 50,2619'' na direção da inclinação do eixo da Terra corresponde a 1.223


segundos de tempo, e isso é precisamente a diferença entre os anos sideral e tropical, assim:
• Ano sideral = 31.558.149 segundos;
• Ano tropical = 31.556.926 segundos;
• Diferença = 1.223 segundos.
Com estes valores nós podemos verificar a verdadeira órbita da Terra por um método
diferente do vosso:
No tempo do solstício de verão o Sol ascende no zênite a 23°26'49,4'', mas no tempo do
solstício de inverno ele ascende a 23°26'49,8'' no hemisfério sul; uma diferença de 0,4''. Este valor,
então, é a diferença na elevação do Sol a cada vez que a direção da inclinação varia de 50,2619''.

Contato com os discos voadores 80


A ABERRAÇÃO DA LUZ

A diferença de 0,4'' na posição do Sol somaria 0,8'' no ponto do lado oposto da órbita da
Terra, desde que o Sol permanece no centro da órbita. Disto, nós podemos ver que a relação entre a
variação na rotação axial e a revolução orbital da Terra é:

50,2619' '
=62,82737 . Ou seja, 62,82737 : 1.
0,8' '

Você sabe porque a revolução da Terra é 62,82737 vezes maior do que sua rotação axial? A
Terra realiza a precessão, que é causada pela variação de 50,2619'' na direção da inclinação do eixo,
em 1.223 segundos, que é a mesma quantidade de tempo que sua revolução na órbita leva para
contrabalançar a variação de 0,4'' na elevação do Sol que, por sua vez, soma 0,8'' através de todo o
diâmetro da órbita. Então, 50,2619 é o valor relativo à rotação axial e 0,8 é relativo à revolução
orbital, que significa que há acima de 62 períodos de rotação para cada um de revolução. Você
acompanha?
Agora, nós previamente obtivemos a verdadeira velocidade da rotação axial da Terra
(465,102 m/s) dividindo 2πr pelo número de segundos de um dia sideral (86.164). Portanto, se a
velocidade da Terra em órbita é 62,82737 vezes sua velocidade de rotação axial, sua verdadeira
velocidade deve ser 29.221,135 m/s. Com isso nós podemos, agora, proceder ao cálculo exato do
comprimento da órbita, multiplicando a velocidade pelo número de segundos de um ano sideral
(31.558.149). Isso nos dá um valor de 922.164.946 km. Dividindo este valor por π nós obtemos o
diâmetro da órbita, isto é, 293.534.466 km; seu raio é, portanto, 146.767.233 km.

P – Os valores encontrados por este método não são os mesmos obtidos pelos nossos
métodos.
R – É verdade, mas seus cálculos são baseados em um número de fatores duvidosos. Um dos
métodos que vocês usam é medir o diâmetro do Sol no afélio e novamente no periélio; mas, em
ambas estas vezes o Sol está com um leve ângulo, tal que sua luz tem que atravessar uma grande
quantidade de atmosfera. A refração resultante introduz um elemento de erro no cálculo, mas, no
método que nós usamos não há espaço para erros.
Para retornar ao diagrama que dá os tempos das estações (figura 20), nós podemos, agora,
converter estes minutos em quilômetros multiplicando-os pela velocidade da Terra em órbita
(29.221,135 m/s). Nós devemos, então, ver que a menor distância da Terra ao Sol é 143.086.633 km
e a maior é 150.494.225 km.
Bem, então, com a verdadeira velocidade da Terra na órbita, nós deveremos ser capazes de
calcular a velocidade da luz, assim:

29.221,135 m/ s
c= =294.443,229 km/ s
0,000099242

Alternativamente, nós poderíamos trabalhar com o comprimento da órbita da Terra. A


aberração da luz é 20,47'' anualmente que, convertida em distância sobre a órbita da Terra é:

922.164.946 km
20,47 ' ' =14.565,351 km
1.296.000' '

Em relação ao ponto no lado oposto da órbita, este valor seria dobrado, isto é, 29.130,702
km. Com a velocidade na órbita de 29,221135 km/s, a Terra cobrirá estes 20,47'' em 9.969
segundos, assim:

Contato com os discos voadores 81


A ABERRAÇÃO DA LUZ

29.130,702 km
=996,9 segundos
29,221135 km/ s

Ou, em outras palavras, o tempo que leva a luz para atravessar o diâmetro da órbita da Terra
é:

diâmetro da órbita 293.534.446 km


= =996,9 segundos
velocidade da luz 294.443,229 km/ s

Tudo isto seria muito interessante se fosse verdade. Eu somente fiz para mostrar que sei o
suficiente sobre o assunto para corrigir os seus valores. O fato que nós fomos aparentemente
capazes de deduzir a velocidade da luz a partir dos dados que nos deram a velocidade da órbita é
puramente coincidência.

P – Bem, então, se o sistema de Bradley estivesse incorreto, porque ele é o único que
pode observar uma aberração na luz das estrelas?
R – Isso é simples, meu amigo. Qualquer um que viaje em um veículo de qualquer espécie,
tem a impressão de todas as coisas exteriores ao veículo estão em movimento, enquanto o próprio
veículo parece estar estacionário. A aparente velocidade do movimento das estrelas depende da
distância que estamos delas, ou do ângulo com que as vemos. Objetos distantes parecem moverem-
se em um ritmo mais lento até que, no infinito, eles parecem estarem parados para nós. A luz não
contribui em nada com este fenômeno, qualquer aberração aqui deve ser engano, como
consequência, em nossos sentidos, e não na própria luz. Quando a Terra se aproxima ou se afasta do
Sol, seguindo uma órbita mais ou menos elíptica, as estrelas parecerão seguir este curso numa
escala menor. A aberração de 20,47'' corresponde ao diâmetro da órbita da Terra.
Não deve ser esquecido que todas as estrelas mostram a mesma quantidade de aberração,
apesar do fato de que algumas estão mais distantes do que outras. Se não houvesse relação entre a
distância e a aberração, então, a luz do Sol deveria mostrar o mesmo grau de aberração, mas não
mostra. Você deve contestar que o Sol está muito próximo de nós, mas se aceitarmos isso, então, a
luz de uma distância maior, levando mais tempo para alcançar-nos, deveria apresentar uma
aberração maior, mas isso não acontece também. Mas, em qualquer caso, mesmo a esta curta
996,9
distância, deveria haver uma diferença de tempo de =498 segundos cada vez que a Terra
2
move-se por 180 graus de sua órbita.
Os planetas também deveriam mostrar uma aberração similar, se esse fosse o caso, todos os
seus movimentos apareceriam para nós avançados ou retardados e, conforme estivéssemos mais
perto de um planeta, haveria um aparente aumento em sua velocidade de rotação ou,
alternativamente, uma diminuição quando nos afastássemos; nós nos colocaríamos, então, na
posição absurda de ver eventos acontecendo antes que eles atualmente tomem lugar.
O engano de Bradley foi que ele assumiu que a luz tem a velocidade de 300.000 km/s, de
acordo com a teoria de Roemer. Como este é o valor aproximado de uma milésima parte do
diâmetro da órbita da Terra, ele chegou à conclusão errada, ao ver os dois valores ajustados, e
baseou sua teoria naquilo.
Eu não quero insinuar que a luz move-se instantaneamente, mas somente que a visão é
independente da luz. Se alguém vê uma estrela ascendendo no céu, nós a percebemos antes que sua
luz chegue até nós.

Contato com os discos voadores 82


A ABERRAÇÃO DA LUZ

P – Pelo menos achei convincentes seus vários métodos de calcular a órbita da Terra.
Porém, eu estaria agradecido se você pudesse explicar porque a Terra chega ao ponto de Áries
1.223 segundos antes de completar o ano sideral e porque a direção de sua inclinação axial
altera 50,2619'' anualmente. Deve haver alguma razão para isto.
R – Certamente há uma razão. Mas, falando estritamente, não há tal coisa como uma
precessão de 1.223 segundos. É um efeito que pode ser explicado quando se sabe mais sobre ele. Eu
vou explicar.
A Terra, em comum com todo o sistema solar, realiza um trajeto espiral através do espaço.
Esse é um movimento espiral retrógrado, com o Sol em seu centro. Eu vou ilustrar isso com a ajuda
de um diagrama (figura 21). Note a inversão dos movimentos, a Terra revolvendo em uma direção
faz uma espiral na direção contrária.
Agora, toda esta mesma espiral retrógrada move-se em um círculo através do espaço e, ao
final de cada ano, ela corta a circunferência deste círculo levemente mais cedo do que no ano
precedente, para ser exato, 1.223 segundos antes de completar o ano sideral.
Como o Equador da Terra permanece a um ângulo de 23 graus em relação ao Sol, o
movimento retrógrado da Terra faz a luz do Sol chegar ao Equador 1.223 segundos antes da própria
Terra cruzar esta circunferência. A taxa de precessão anual é de 50,2619'' sobre esta espiral,
significa que a Terra leva 25.784,93 anos para completar um ciclo completo.

Ilustração 21: Movimento espiral retrógrado da Terra em torno do Sol

A linha imaginária que o movimento espiral descreve no espaço permanece em ângulo reto

Contato com os discos voadores 83


A ABERRAÇÃO DA LUZ

com a inclinação. Desde que ela contém a maior massa de terra, o Polo Norte é arremessado
levemente em balanço pela força centrífuga resultante e se move para o lado de fora do trajeto
espiral, enquanto o Polo Sul, com menos massa de terra, move-se para o lado de dentro do trajeto.
Assim, a precessão anual não é, estritamente falando, um deslocamento, mas melhor, a
direção que a espiral segue, ou uma tendência dos polos de moverem-se sob a ação desbalanceada
das diferentes forças centrífugas nos dois polos. Essa tendência arremessa um polo para o lado de
fora do trajeto espiral e puxa o outro para o lado de dentro dele, isso, por sua vez, faz o Equador
alterar sua posição em relação ao Sol, sem qualquer alteração no ângulo da própria inclinação do
eixo.

P – Isso significa que atualmente não há variação na inclinação do eixo?


R – No momento não, mas ele poderia acontecer, e isto seria uma catástrofe, tal como vocês
nunca tenham testemunhado em tempos modernos.
Tem acontecido no curso da história da Terra, e muitas terras desapareceram para o fundo
dos oceanos. Eu te falarei como isto poderá acontecer novamente. O Polo Norte, como o Polo Sul, é
coberto de gelo. Todos os testes atômicos são feitos no hemisfério norte tal que, todos os elementos
radiativos, conhecidos como poeira atômica, depositam sobre o Polo Norte em vez do Sul.
É bem conhecido que a radioatividade repele o magnetismo, então, o depósito atômico no
Polo Norte causará uma subida na temperatura devido à influência do campo magnético de lá, e
isto, por sua vez, causará o derretimento da capa de gelo, levando, assim, a uma redução na massa
do Polo Norte. A água do degelo da capa de gelo distribuir-se-á através dos oceanos. Esta redução
na massa de um polo afetará a quantidade de força centrífuga desenvolvida, então, alterando a
inclinação do eixo da Terra.
Quando isto acontecer, terras emergirão do Oceano Pacífico e do sul e do norte do Oceano
Atlântico. A emersão destes novas massas de terra alterarão o nível dos oceanos causando
inundações nos países baixos. O atual curso das correntes oceânicas também será alterado
determinando condições muito diferentes daquelas que agora prevalecem.

P – Por que essas novas terras emergem?


R – Eu já lhe falei que um planeta é um organismo delicado. Um alteração traz um número
de outras consigo; mesmo as condições biológicas da vida podem ser afetadas. A alteração na massa
do Polo Norte causará uma redução no ângulo de inclinação do eixo da Terra. É a rotação da Terra
que cria a força centrífuga que forma os continentes. O atual ângulo de 23 graus é responsável pela
existência de massas de terra no hemisfério norte; se o ângulo de inclinação for alterado, então,
massas de terra aparecerão em outros lugares, até o balanço adequado ser restaurado. Alguns
continentes reaparecerão no norte da Rússia; Groenlândia e norte do Canadá desaparecerão. O nível
médio dos continentes será levemente mais baixo, mas não haverá cataclismo geral.

P – Isso somente viria muito gradualmente, não é?


R – O processo seria lento até o Polo Norte chegar a uma temperatura elevada o suficiente
para causar um descongelamento abrangente, então, poderia acontecer numa noite. Eu acredito que
ele poderia acontecer entre 1.968 e 1.972. Ele será anunciado a vocês por um tremendo terremoto
que sacudirá a Terra até suas fundações. Cidades cairão em ruínas e grandes rachaduras aparecerão
na superfície da Terra. Os efeitos serão catastróficos. O único aviso que eu posso dá-los é que vocês
devem, pelo menos, balancear a radiatividade nos polos, tal que haja um degelo igual em ambos os
Polos Norte e Sul; isso prevenirá qualquer desbalanço indevido na massa e o movimento espiral da
Terra permanecerá sem afetar. Se vocês notarem que os oceanos do hemisfério norte estão ficando
mais quentes do que o usual, ou que as correntes oceânicas estão começando a alterar seus cursos,

Contato com os discos voadores 84


A ABERRAÇÃO DA LUZ

então, parar de largar bombas no hemisfério norte seria pelo menos razoável!
Mas vamos voltar a nosso assunto. Eu lhe mostrei como a Terra, girando contra o relógio,
descreve um movimento espiral retrógrado no espaço. Esta é outra ilustração da polaridade que é
encontrada em qualquer lugar do Universo. Um movimento em uma direção dá motivo para outra
em oposição.
Um positivo é cancelado por um negativo. A Terra perde um ano cada vez que ela completa
um ciclo de sua espiral ou, em outras palavras, ela perde um dia em cada 70 anos. Quando o ciclo
do movimento espiral completar a cada 25.784 anos, um completo ano calendário é perdido, assim
como um dia é perdido cada vez que a Terra completa uma revolução em órbita, que vocês
consideram com duração de 365 dias em vez de 366.
Esta grande espiral que a Terra descreve não é somente responsável pela diferença de 1.223
segundos entre os anos tropical e sideral, mas ela também afeta todos os outros corpos do sistema
solar, incluindo o Sol. Mesmo o Sol, que é visto como o centro do sistema solar, também revolve
em torno do centro magnético, e este centro tem um movimento espiral próprio, que corresponde
aos movimentos dos planetas.
Agora, preste atenção a isto: a Terra move-se contra o relógio, a espiral é a favor do relógio;
este último é, por sua vez, o resultado do movimento da galáxia, que move na mesma direção da
Terra. Então, nós temos três movimentos diferentes dentro da galáxia, dois em uma direção e um na
outra. O movimento da galáxia por sua vez, afeta o movimento dos corpos, mas, como o tempo
envolvido é muito grande, é quase imperceptível para vocês. Nós tomamos nossas medidas do
tempo deste movimento de nossa galáxia em relação ao movimento de outras galáxias. Porém, nós
sentimos que estamos algo atrás neste assunto e temos chegado à conclusão, depois de algum
estudo, que seria possível trocar este sistema para o tempo Universal, que seria mais exato.

P – Eu quase não entendo, você estava falando sobre tempo galático, que implica no
tempo baseado no movimento das galáxias, isto não é tempo Universal?
R – Não. As galáxias não são o Universo, no estrito senso da palavra. Elas, em comum com
os planetas, tem seu próprio movimento de rotação e revolução no espaço e no tempo Universal.
Milhões de galáxias postas juntas formariam somente uma minúscula ilha no Universo, pela falta de
uma palavra melhor, nós poderíamos chamar estas de “ilhas universais”, e estas são somente parte
do Universo como um todo. Eu gostaria de definir, neste ponto, o termo “Fuga das Nebulosas”. As
nebulosas que formam uma “ilha universal” não se afastam umas das outras, são as “ilhas
universais” que se afastam umas das outras. O que vocês consideram como “Fuga das Nebulosas” é
nada mais que uma ilusão de ótica, o movimento real que acontece entre as “ilhas universais” nunca
poderia ser medido com seus instrumentos. Vamos imaginar quatro nebulosas da forma de esferas,
todas movendo em uma órbita comum, na direção contrária do relógio. De uma distância, elas
poderiam parecer que estão se afastando umas das outras.
Alguém pode ver que a nebulosa N1 e N3 (figura 22), embora estejam movendo na mesma
direção, parecerão, para um observador externo, estarem indo em direções opostas. A nebulosa N3
também parecerá estar fugindo, enquanto a nebulosa N4 parecerá estar se aproximando.
Observações espectrográficas das nebulosas também darão o mesmo resultado.
Como as órbitas das nebulosas no espaço são muito vastas e o tempo que elas levam para
completar uma revolução em sua órbita é muito longo para medir com instrumentos óticos
ordinários, não foi possível plotar suas órbitas atuais no espaço.
Esta é a explicação para a ilusão de ótica que os físicos da Terra tem observado. A aparente
velocidade das nebulosas depende das posições que elas ocupam em suas respectivas órbitas no
tempo, bem como, do ângulo de visada do observador. Similarmente, se um observador bem longe
no exterior de nosso sistema solar observasse a conjunção entre a Terra e Júpiter, ele estaria com a

Contato com os discos voadores 85


A ABERRAÇÃO DA LUZ

impressão que eles estavam fugindo um do outro, e a Terra pareceria estar-se movendo mais rápido
dos dois.
Porém, há uma fuga atual das pequenas ilhas universais devido à pressão de suas radiações e
do tipo de carga elétrica que elas carregam. Todas elas terminam no mesmo lugar no final do
cemitério do Infinito. Assim que elas nascem, elas se afastam umas das outras e somente
encontram-se novamente no final de seu ciclo de vida. Elas comportam-se como manadas de
elefantes, dirigindo-se ao lugar onde eles sabem que tem que morrer. Todas elas nasceram no
mesmo berço e, então, sua radiação e carga elétrica veio para separar e reunir momentum, cada uma
seguindo seu próprio caminho divergente aos limites do espaço. Depois de idades sem fim elas
eventualmente encontram o fim de suas jornadas, vindo juntar-se novamente no polo oposto do
Universo, velhas, exauridas, para encontrar seus irmãos: elas ainda tentam repelir umas às outras e
afastarem-se umas das outras, mas elas não tem mais a força para tal. Em sua hora final a Natureza
força-as, então, a um abraço final e elas morrem como deuses menores num oceano de luz brilhante.

Ilustração 22: Movimento das Nebulosas

Mas eu não posso falar-lhe tudo sobre este ciclo de vida. Há coisas no Universo que eu não
ousaria provar. Algumas coisas são tão sutis que o homem somente estaria apto a entende-las
quando um Poder maior dotá-lo com um cérebro que possa suportar conceitos tão vastos sem
blecaute. Eu sei que a Vida Universal tem um encantamento além das palavras; como se ela fosse
uma canção misteriosa, cantada por algum Ser imortal, cuja voz leva os mundos a ser; então,
destrói-os para recriá-los. Ao comando “Talima Cumi” os universos fluem para fora novamente.
Nós sabemos da existência de um número de “ilhas universais”, todas formando parte de um
sistema comum, ainda deve haver incontáveis outros universos que nós nada sabemos. Nós nunca
deveremos saber seu número total porque a vida é infinita. Nosso Universo, que eu erradamente
designei como “o Universo como um todo”, devido às limitações de minha mente, é somente uma

Contato com os discos voadores 86


A ABERRAÇÃO DA LUZ

ilha dentro do Infinito, talvez pouco mais do que um dos grãos de areia que o vento do deserto
carrega para lugares distantes; nós não sabemos de onde vem os ventos, nem onde eles estão indo.
Até agora eu nada sei, e muitas das coisas que eu falei a você podem estar erradas. Para uma ameba,
uma gota de água deve parecer infinita, e ela mesma não poderia conceber da Terra que a sustenta.
Em um sentido, a ameba estaria certa, pois a gota de água marca o limite de sua consciência, mas
não o limite da vida. Em relação ao Infinito, o que mais nós e nosso pequeno mundo somos do que
uma ameba em sua gota de água?!
Está tarde para você e é tempo de deixarmos um ao outro.

P – Eu tenho somente mais uma questão para hoje: se a inclinação do eixo da Terra for
reduzido, que lugares sofrerão mais, como resultado?
R – O continente no hemisfério Norte com a maior massa de terra, para ser mais explícito,
Rússia. O desbalanço de massa causará a subida de um novo continente no Oceano Pacífico, e o
norte da Rússia afundará. A maioria das estepes desaparecerão para sempre, o mar do norte juntar-
se-á com o Cáspio, e o resto do território deles será sacudido por terríveis terremotos. Não será
somente a Rússia que sofrerá. Os países baixos serão totalmente inundados. Haverá uma
abaixamento geral no nível de todas as terras do hemisfério norte, e uma elevação geral no
hemisfério sul.

P – A inclinação do eixo da Terra poderia desaparecer totalmente?


R – Não, se isso acontecesse a vida no planeta seria completamente extinta. Se a força
centrífuga fosse distribuída igualmente sobre todos os pontos do globo, o leito do mar estaria no
mesmo nível dos continentes e todas as massas de terra existentes desapareceriam debaixo das
águas. No início, o eixo da Terra estava em ângulo reto a seu plano de rotação e, então, as águas
cobriam o planeta. Para que a vida florescesse sobre a Terra, o Criador fez o eixo inclinar para que a
força centrífuga resultante subisse os continentes acima das águas. Naquele tempo, havia um
elevado grau de radiatividade ao redor do planeta e, esta radioatividade, reagindo contra o campo
magnético dos polos da Terra, fê-los aquecer. Então, como a radiatividade decresceu, os polos
novamente esfriaram e a Terra inclinou sobre seu eixo. Então, mais tarde, houve outra alteração
súbita na inclinação, e algumas das terras que tinham subido sobre as águas desapareceram, uma
vez mais, debaixo das ondas, e outras terras apareceram alhures. Muitas espécies da fauna
desapareceram quando a radioatividade cessou e elas podem bem reaparecer e popular a Terra com
suas espécies uma vez mais. Agora que vocês decidiram tornar a Terra radioativa, vocês verão bem
rapidamente que as espécies tão chamadas ante-diluvianas aparecerão em várias partes do mundo,
por nenhuma razão aparente.
Estes podem ser animais marinhos ou mesmo mamíferos. A razão para isto é que o
movimento da Terra no espaço determina a vida biológica do planeta, e este movimento pode ser
transtornado se o homem inadvertidamente puser seus dedos nas engrenagens. A poeira radioativa
tem o mesmo efeito sobre o planeta como um grão de areia que alguma criança bochechuda põe
dentro do relógio de seu pai.

Contato com os discos voadores 87


A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

P – O que pensa o amigo sobre nós? Poderia apontar os nossos pontos fracos: Num
jogo de cartas, quem está fora sabe qual é o lance que deve ser feito, melhor que os que jogam.
É claro que o seu julgamento seria isento de ânimo. Que devemos fazer no sentido do
progresso, para alcançar a felicidade?
R – Você quer ser feliz e pensa que o progresso material é a palavra mágica que faz a rocha
brotar água. Não é a posse de bens ou de conhecimento que pode tornar o homem feliz ou infeliz.
Os animais não tem posse nem conhecimento, mas são felizes como Deus os fez. O selvagem, no
seu habitat, vive tranquilo, não obstante sua pobreza e ignorância. Provavelmente não trocaria o seu
desconforto e fasta de conhecimento pela ilustradíssima casaca de um sábio que toma parte em
simpósios científicos.
A verdeira felicidade humana deve estar em compreender que Deus a reservou para um
glorioso destino, na submissão às leis do Criador, no sentimento de amor para com os circunstantes.
De que serve o homem ter tudo e todo saber, dominar todas as forças da natureza, se não é capaz de
manter domínio no seu coração?
Muitos homens de ciência se ergueram no mundo e, arrogantemente, se sentiram superiores
aos outros homens. Mas morreram, e seus princípios foram depois mostrados que eram inexatos.
Deles ficou a lembrança de indivíduos que pensavam tudo saber, mas que estavam enganados e que
nem mesmo conheciam a si próprios.
Outros ficaram célebres pela posse de bens materiais, mas a morte destruiu o seu império e
no último instante sentiram-se infelizes como ninguém, vendo que viveram na ilusão. Com ciência e
dinheiro ninguém morreu feliz.
Entretanto, os que revelaram a sabedoria através do amor, ainda perduram no coração
humano, tendo expirado felizes e assim vivido. Maria de Nazareth, Florence Nightingale, João o
Evangelista, ainda estão vivos como indivíduos veros, fazendo que a luz do seu amor ilumine a vida
de muitos. Pode ficar certo que o santo terrestre Francisco de Assis está numa altura tão elevada que
o sábio que fez a bomba atômica jamais lhe pode tocar a planta dos pés. E ele era ignorante …
Há homens de muitos bens na Terra. Todavia, a sua riqueza não impede que um filho se
torne homicida ou ladrão. Nesse caso, a riqueza o fez feliz? Esse homem rico manda o filho a uma
universidade e depois de alguns anos ele volta ilustrado e com um título. Mas acaso um título faz do
indivíduo um homem de bem? Quantos advogados há que são ladrões? Quantos médicos
assassinos? Quantos engenheiros estelionatários? Quantos religiosos imorais?
Eu acredito que um pai sentir-se-ia feliz sem ter nada para comer, tendo no filho um modelo
de virtudes do que afundado em dinheiro e ver o filho preso como ladrão ou assassino.

P – Eu sei que a elevação moral é superior a tudo. Mas eu queria saber, do nosso ponto
de vista material, com exclusão da parte moral, quais as falhas principais dos nossos métodos,
o que é capaz de entravar o nosso futuro.
R – Ninguém pode excluir do progresso a questão moral. Mas já que você deseja conhecer
os efeitos e não a causa, vou apontá-los:
O mal humano é nunca saber andar sem estar com os olhos voltados para o caminho
percorrido. A consequência é petrificar-se numa estátua de sal, como a mulher de Lot. Espírito
conservador por excelência, o homem prefere viver na saudade de um tempo que jamais pode voltar
do que na esperança de um futuro radioso. Teme o dia seguinte, em vez de auxiliar o futuro a
preparar-lhe o caminho. Despende enormes esforços com o que não pode ajudá-lo; gasta tempo
precioso a cultuar inutilidades.

Contato com os discos voadores 88


A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

Por exemplo, gastam dinheiro, tempo do professor, tempo do aluno, despesas de instalações,
fosfato, para ensinar línguas mortas, que já deviam estar sepultadas. Para ensinar coisas inúteis
gastam papel, tinta, impressos, giz e mil outras coisas que podiam ser melhor aproveitadas. Por que,
em vez de uma língua extinta, não ensinam o processo da fotossíntese? Mais vale saber o que
significa um gradiente potencial ou uma somatória de funções do que conhecer todas as
declinações de uma língua extinta. Mas, em vez de desvendarem o futuro que é grandioso, preferem
viver entre as múmias da história, desenterrando caveiras para injetar-lhes vida fictícia.
Há uma infinidade de coisas que as crianças nunca ouviram falar e que, possivelmente,
jamais ouvirão. No lugar de oratória, mostrem-lhes como se cultivam as cebolas e os aipos.
Ensinem-lhes que o milho, além de bom alimento, usa-se o tronco e palhas para obter-se o furfural,
a viscose, xilose, ácido acético, sabão, álcool, celulose, açúcar, placas, tecidos, combustível,
celulose alfa, etc., e que nunca devemos enterrar o tronco e as palhas porque não se prestam para
adubo e perpetuam no solo certas pragas.
Digam-lhes o que quer dizer potencial hidrogeniônico do solo, como se corrige a acidez,
quais as necessidades da terra em nitrogênio, césio, cobalto, enxofre, manganês, fósforo. Mostrem-
lhes que os hormônios vegetais podem produzir folhas de couve com três metros de altura, maçãs
com vários quilos, tão tenras como pêssegos. Ensinem-lhes que a luciferina, combinada com
hormônios vegetais e enzimas, faz que as flores produzam luz esverdeada como lâmpadas elétricas,
e que as rosas assim tratadas se tornam gigantes reluzentes.
As crianças podem se esquecer dos nomes dos grandes devastadores da humanidade, mas
nunca esquecerão que é possível transformar a luz solar, quase integralmente, em energia utilizável,
fazendo-a passar por um gás carbono que une à água, formando o aldeído fórmico; e que o aldeído
oxidado restitui a luz solar em forma de corrente elétrica.
Muito mais beleza existe no ponto de viragem da química do que na matéria referente à
“destruição de Cartago”.
Milhões de indivíduos morrem de câncer, enquanto nas escolas ensinam às crianças as cores
das bandeiras das nações, brutalizando o inato sentimento gregário do homem, que desconhece,
intuitivamente, as barreiras artificiais que o poder econômico ergue no mundo. Em vez de
decorarem a palavra China, que aprendam césio; em lugar de França, Brasil, Estados Unidos,
União Soviética, conheçam nitrogênio, fósforo, enxofre, ferro. Ensinem que esses elementos, entre
outros, produzem proteínas e que estas, unidas a um núcleo de césio, formam o fator
anticancerígeno que o fígado normalmente compõe. Digam-lhes que essas mesmas proteínas,
unidas ao cobalto, são o fator anti-anêmico, conhecido como vitamina B12.
Em vez de tecerem loas ao poder destrutivo de um invasor, mostrem-lhes que o hidrogênio
pesado é um dos principais responsáveis pelo câncer, quando se radica na célula, e que o césio tem
a propriedade de lhe roubar um elétron, tornando-o hidrogênio simples e inofensivo. Deem-lhes
estatísticas indicativas que demonstrem que o câncer ataca mais as pessoas crianças ou velhas, que
não tem ainda o poder viril ou que já o esgotaram, e que assim o sexo é uma arma de defesa
orgânica e os seus hormônios não devem ser desperdiçados por mera satisfação dos instintos.
Ensine-se que, em vez de bebidas, era preferível que se tomasse extrato hepático com
enzimas, porque estes elementos fazem o câncer regredir.
Eu me admiro de uma humanidade, que ainda não descobriu o fator anti-tuberculoso, vá a
uma escola decorar figuras de retórica e aprender peroração. Isso devia constituir passa-tempo de
quem não tem problemas mortais que devastam milhões de pessoas. É o mesmo que um homem que
estivesse às vascas da agonia, se postasse a estudar a métrica dos versos alexandrinos.
Mas tudo isso reunido ainda não constitui o maior pecado humano. A dispersão de esforços
atinge um grau impressionante. Eu não tenho todos os elementos estatísticos do mundo, nem do seu
país, mas podemos fazer um cálculo aproximado:

Contato com os discos voadores 89


A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

Há neste país cerca de 50.000.000 de criaturas. Desse número, 30 milhões são constituídos
de crianças ainda não produtivas; 10 milhões são representados por mulheres, e só restam 10
milhões de homens.
Nesse número se incluem velhos aposentados e desocupados, mendigos, tuberculosos,
leprosos, loucos, aleijados, cegos, ladrões, penitenciários, desempregados, desajustados. Grande
parte se dedica aos ramos especulativos, sem nada produzir, como atacadistas, varejistas,
empregados de balcão, corretores de imóveis e de títulos, advogados, banqueiros e bancários, etc.
Outra parte se ocupa em atividades tais como policiais, exército, marinha, aeronáutica, magistrados
e seus auxiliares, pessoal diplomático, funcionalismo público, etc.
Restam apenas uns 2 milhões de homens produtivos, que se dividem entre a agricultura e a
indústria. Restaria ver se esse pessoal, que se dedica à agricultura, também é produtivo no bom
sentido do termo, e se as indústrias são aquelas que realmente o país precisa. De qualquer maneira,
porém, supondo que esses homens fossem produtivos, teríamos 2 milhões para 50 milhões, ou seja,
1 homem trabalhando para 25 – o que é absurdo se considerarmos que esse indivíduo, que produz
para 25, é o de menos recurso, sem máquinas que o auxiliem, sangrado, escorchado pelos que
vivem do seu suor e que mantêm um elevado padrão de vida.
Do número de 1 milhão que se dedica à vida do campo, grande parte ainda prejudica a
sociedade pois produz fumo, maconha ou se dedica à engorda de animais que destroem a terra ou
vão depois intoxicar a humanidade com a carne.
Dos que se dedicam à indústria, podemos dizer outro tanto. As indústrias são boas e as
chaminés são o pulmão que expele o carbono do organismo social. Mas o esforço humano nesse
sentido é quase nulo. Quando fazem fábricas, nem sempre é para solucionar os problemas
fundamentais. A grande maioria se dedica à fabricação de cosméticos, joias, inúteis cintos para
mulheres, bolsas sem finalidade, chapéus que realçam a vaidade, batões, esmalte para unhas,
sapatos que fazem mal aos pés e atacam os músculos do ventre, meias que não protegem, cigarros
para envenenar o organismo, chicletes de mascar, bolas de futebol, armas de caça e violência
pessoal, munições, material decorativo, molhos irritantes, bebidas alcoólicas, etc., quando há um
sem número de outras coisas úteis e necessárias que podiam ser fabricadas em grande quantidade,
como agasalhos em abundância, remédios, neutralizantes de ervas, hormônios vegetais sintéticos,
aparelhos para captar energia, fogões eletrônicos, alimentos concentrados para socorrer populações
flageladas, livros de ciência e filosofia, sapatos plásticos, instrumento cirúrgicos e ortopédicos,
adubos, plantadeiras e colhedeiras mecânicas, neutralizantes de insetos, casas pré-fabricadas,
móveis indestrutíveis, melhores colchões, aparelhos de sondagem do solo, precipitadores de azoto,
etc., etc.
Mas façamos caso omisso de toda essa dispersão de esforços e vejamos como vocês
empregam o suor desses 2 milhões, que, bem ou mal, fazem alguma coisa:
Suponho que a despesa do seu país orce, anualmente, pela casa dos 65 bilhões de cruzeiros.
Dessa importância, 45 bilhões são gastos com as forças armadas, 15 bilhões são despendidos com o
funcionalismo, assembleias, juros da dívida pública, amortizações, banquetes, despesas
governamentais, ministério do exterior, viagens protocolares, máquina eleitoral, etc.
Resta uma pequena parte que se dedica a bons fins, como a educação, saúde e agricultura.
Imagine se todo esse potencial econômico fosse revertido na construção de estradas, escolas,
hospitais, igrejas, centros de pesquisas, saneamento, indústrias novas, habitação, agasalho,
medicamentos, transporte … Calcule se toda essa imensa legião de desocupados que se vê
perambulando pelas ruas durante o dia passasse a ser uma nova fonte de produção.
Toda a verba consumida pela República ainda não é tudo. E as despesas estaduais? Já
verificou todo o dinheiro gasto com o governo, funcionalismo público, polícia? Quantos policiais há
só no seu estado? Fique certo que só a despesa com os cavalos mantidos para os desfiles daria para

Contato com os discos voadores 90


A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

alimentar e agasalhar uma multidão de famintos que perambulam pelas ruas sob o sereno e a chuva.
E parece irônico que numa sociedade cujos membros sofrem fome e frio, vivam cavalos com rações
balanceadas, cobertos com boas mantas de lã.
Necessário a polícia? Sim, necessário. É a necessidade do estado policiado que falava
Rousseau. Mas se o é, foi porque os homens fizeram imprescindível. Se um povo gasta o seu suor
com coisas más, da sua leviandade vem a miséria, o roubo e o assassinato. Houvesse abundância, e
ninguém pensaria em matar ou roubar. No fundo de toda a exaltação dos instintos humanos está o
dinheiro, porque através dele vêm os recalques, a ganância, a voracidade dos lucros, a falta de
misericórdia. Se há o roubo, não é porque o ladrão tenha amor ao crime, a não ser exceções, mas
porque sente-se roubado pela sociedade que lhe arrebatou o direito de ter a sua casa, poder plantar
sem pagar aluguel a ninguém e gozar amplamente da liberdade que a natureza nunca regateou.
Devido ao sistema de vida atual, o gasto de combustíveis é alarmante. Os automóveis, com
capacidade para muitas pessoas, correm com um único indivíduo que, na maior parte das vezes, está
se divertindo, enquanto o outro que trabalha não tem meios de locomoção. O voraz desejo de lucro
e o comércio criam necessidades de gasolina, óleos, pneus, etc. Modificassem a sociedade e veriam
desaparecer os carros que atravancam as ruas na hora do “rush”. Não só haveria economia de
combustíveis, mas de automóveis.
O homem poderia trabalhar menos de um ano em toda a sua vida e viver melhor que o mais
rico da Terra.
Mas para a sociedade humana até o progresso é perigoso. Evolua a cibernética, e os homens
morrerão de fome devido ao desemprego. Entretanto, até o serviço manual que hoje fazem, poderia
ser executado por cérebros eletrônicos obedientes, prestativos e incansáveis. Esses “robôs” podiam
arar, semear, lançar inseticidas, adubar, podar, colher, beneficiar. Se vissem uma planta doente,
saberiam julgar se convinha que ela fosse tratada ou se apresentava perigo para as outras e devia ser
sacrificada. Essas máquinas atingiriam um grau de aperfeiçoamento que automaticamente
dirigiriam os veículos terrestres, sem perigo de atropelo ou acidentes, pilotariam os aviões com
segurança, comunicando à base terrestre possíveis defeitos e tomando as medidas de reparação em
pleno voo. Mediriam o metabolismo e se comportariam como médicos, fornecendo, inclusive,
energias restauradoras.
Com muito menos do que gastam com cigarros todos os anos acabariam com o câncer. Com
um décimo do dinheiro empregado em bebidas fariam sumir a lepra da face da terra, e a tuberculose
não mais seria nomeada nas estatísticas.
O controle da atmosfera poderia regular o clima, evitando as catástrofes coletivas e salvando
as colheitas.
Células elétricas poderiam ser colocadas nas ruas, que absorveriam todo o ruído cuja
vibração fosse de natureza irritante.
O ensino podia ser modificado. Naturalmente, com uma modificação fundamental, enviaria
os professores para casa e, na atual situação do mundo, seria uma péssima coisa, pois esses criaturas
iriam passar sérias privações.
Hoje um indivíduo gasta o melhor da sua vida debruçado sobre os livros, indo dos 7 aos 30
anos, e no fim vê desolado que nada aprendeu e que muito ainda tem pela frente. A própria vida é
curta para aprender. Todavia, usando o sonambulismo com verdadeiro espírito científico, podia ser
modificado o panorama do ensino. Em algumas horas uma criança podia aprender toda uma ciência,
que atualmente demanda tempo e rouba o verdor dos anos. E aprenderia com o máximo de exatidão.
Bastaria que a deixássemos cair num sono hipnótico dirigido, sob a ação de um
medicamento como a canabis sativa ou a combinação de clorofórmio e morfina, aplicados em
intervalos, e um professor de psicologia lhe ditasse ao ouvido toda a matéria a ser aprendida. Isso
podia ser feito em grande escala, a milhares de alunos ao mesmo tempo, fazendo uso de fones no

Contato com os discos voadores 91


A DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

ouvido dos sonâmbulos. Seria mais cômodo, fácil, barato, não levaria tempo e não sacrificaria a
criança com longas lições, impertinências dos professores e outros inconvenientes do atual sistema.
O aluno podia ir cedo para o colégio, dormir e voltar com o pergaminho de doutor em ciência
metido no bolso.
Seria pouco o tempo para aprender? Não podia o professor ditar-lhe, nesse prazo, toda uma
matéria científica? O espírito desconhece as relações de espaço e tempo e, para ele, toda uma
eternidade pode ser resumida num segundo e um segundo transformar-se numa eternidade inteira e
sem fim. Crie-se um sistema de transmissão rápido. O pensamento humano é irradiado numa faixa
de cinco milímetros. Envie-se-lhe mensagens elétricas nessa faixa, em ondas sucessivas, e toda a
ciência humana poderá ser transmitida em pouco tempo.
O mesmo método devia ser empregado para dissipar as tendências atávicas e o pendor para o
crime. No sono hipnótico, a mente se torna dócil, apta para aprender e julgar o proveito das boas
lições. Podiam ir mais além e derrubar a barreira. “O”, que existe entre o consciente e o
inconsciente humano, e todo o conhecimento de espírito livre afloraria ao consciente do paciente
como uma bagagem presente. Entretanto, essa tentativa requer certa técnica, que só com o tempo
pode ser aprendida inteiramente, porque há o perigo de desaparecer da mente a relação do tempo.
As penitenciárias podiam ser esvaziadas, primeiro porque destruindo da mente a tendência
para o crime, não existiriam mais os malfazejos; segundo porque os criminosos seriam reeducados
pelo processo sonambúlico e reintegrados na sociedade.
Modificada em seu arcabouço, a sociedade venceria os prejuízos morais que tolhem os seus
passos. O homem venceria a morte, ressuscitando os seus mortos. Não haveria nem a velhice sobre
a Terra.

P – Ressuscitar os mortos, como?


R – Para vencer a morte é preciso conhecer os fundamentos da vida. O que dá vida ao corpo
é o espírito. Ora, mas este se liga àquele através de laços magnéticos.
Num solenoide, a corrente circulando provoca o aparecimento de um campo que atrai o ferro
para o interior da bobina. Todo campo necessita de um núcleo que lhe receba as linhas de força
geradas. Atraindo o ferro, o solenoide pode ser virado de todos os lados que o núcleo não se
desprende. Não há nenhum laço visível que o prenda, mas meras linhas de força, na proporção de
algumas mil, que não se vê à vista desarmada.
O que se passa entre o ferro e o solenoide é idêntico ao espírito e o corpo. Este é o solenoide,
cuja corrente é mensurável pela encefalografia; aquele é o núcleo do ferro atraído.
Se o campo magnético formado pelo corpo sofrer uma interrupção no circuito das suas
linhas de força ou se a corrente elétrica que o alimenta deixar de circular, o espírito se desprende.
Isso é a morte.
Entretanto, se a lesão que provocou a interrupção for sanada através de uso de aparelhagem
adequada, que restabeleça o campo, o espírito, se o chamarmos, voltará e se unirá à matéria, caindo
de novo sob o campo restabelecido. Para isso, use-se o ectoplasma humano ou vegetal, que
restabelece a parte lesada.
A morte é, pois, um defeito que pode ser consertado. Eu não digo que o homem viva
eternamente, mas poderia fazê-lo ao ponto de causar inveja a Matuzalém. Este não viveu mais
porque o dilúvio o consumiu, mas se o homem fosse bom, as forças da natureza, em vez de destruí-
lo, o preservariam ainda.
Disse-lhe o que eu penso, do ponto de vista material, mas muito mais eu poderia dizer do
espiritual, indicando-lhes caminhos que até hoje a ciência jamais sonhou. Você preferiu o material.
Cada um tem o que deseja …

Contato com os discos voadores 92


O PERIGO ATÔMICO

O PERIGO ATÔMICO

P – Quer dizer-me porque você acha que corremos perigo com o uso da energia
atômica?
R – Eu não digo que o uso da energia atômica ofereça perigo à humanidade. O que eu
afirmo é que o ódio guerreiro, aliado à energia atômica, destruirá a Terra.
Toda medalha tem duas faces. Depende do que escolherem. A energia elétrica é útil ao
homem para fazer girar os motores, fábricas, produzir luz abundante, remédios, enfim, tudo o que a
vida moderna necessita. Todavia, com ela também fazem cadeiras elétricas para tirar a vida do
próximo.
A dinamite é útil para as conquistas pacíficas, servindo para a derrubada de pedreiras, minas,
abertura de canais; mas serve, porém, para instrumentos de carnificina.
A aviação é um passo a frente no caminho da paz, para congraçamento dos homens, mas é
com ela que semeiam a destruição de cidades e levam o luto aos lares, lançando à orfandade
multidões de inocentes criancinhas que nada sabem dos interesses comerciais dos grandes da Terra.
Há aquela história de Creso, que transformava em ouro tudo o que tocava. Pois bem: o
homem é um Creso às avessas. Se toca no ouro puro que Deus lhe oferece, transforma-o na lama
podre que pesteia o mundo.
A energia atômica é uma dádiva de Deus, desde que usada com parcimônia e com
finalidades pacíficas. O seu uso imoderado e o emprego na guerra pode ser o extermínio total e
inapelável da vida nos padrões hoje conhecidos no seu planeta.
Ainda não foi escrito o último capítulo da energia atômica, nem na Terra nem em qualquer
outra parte do universo. Na realidade não pode ser escrito por ninguém, porque não tem fim. Vocês
ainda estão engatinhando nesse ramo imenso. Logo irão ao hidrogênio e à fusão do núcleo, depois
aos raios gama como arma de destruição. Se não destruírem o globo com bombas de hidrogênio, fa-
lo-ão de outro modo mais poderoso. Um dia chegará o fim. Quando nada, ao descobrirem o efeito
magnético dos mundos arrasariam tudo. Ponha-se um macaco num laboratório e veja-se o resultado.
Os terrenos tem pela frente dois caminhos: a vida e a morte. Saibam escolher com
inteligência.

P – Você quer dizer que a energia atômica é boa, mas usada na guerra é que é má, não
é o caso? Mas então o seu efeito só é pernicioso do ponto de vista moral, não é mesmo?
R – Eu falo nos dois sentidos. Sobre o aspecto moral até seria ocioso dizer. Falo também no
material.

P – Qual o seu efeito de ordem material?


R – Dentro em breve vocês terão bombas de hidrogênio devastadoras. Ora, eu lhe disse que
nas altas camadas da atmosfera existem reações físico-químicas que se dão com a penetração das
ondas do Sol. Essas camadas não só coam a radiatividade, como são o sustentáculo da Terra.
O homem é muitas vezes admirável nos seus gestos de generosidade, quando se torna bom e
tem uma boa dose de inteligência. Outras vezes se revela néscio. Se um pequeno aumento de
atividade solar perturba a vida na Terra, alterando os humanos, as ondas hertzianas, o clima, etc.,
qual mal poderá fazer um aumento de radiatividade, injetada diretamente no próprio coração
terrestre pelas bombas de hidrogênio? Uma perturbação solar é periódica, mas logo o seu efeito
desaparece porque é o resultado de ondas; mas a radiatividade produzida pelas bombas de
hidrogênio tem efeito duradouro, visto que a poeira atômica se mantém em suspensão, levando
tempo para cair. Quando está suspensa oferece perigo para as altas camadas; quando cai envenena

Contato com os discos voadores 93


O PERIGO ATÔMICO

tudo.
Um planeta é um organismo delicado, cujo equilíbrio natural não pode ser destruído
impunemente. O surto radiativo começa por influir no cérebro do homem, perturbando-o
sensivelmente. Logo, verão a loucura campear sobre a Terra.
Com as bombas de hidrogênio ficarão libertos os cavaleiros do apocalipse, que foram
designados para o dia e a hora. Elementos agora desconhecidos aparecerão e envenenarão as
plantas, e com elas os homens e animais. Os mares serão envenenados e os peixes morrerão. As
águas ficarão contaminadas na própria fonte porque ao caírem das nuvens já serão radiativas.
Chuvas de partículas cairão sobre a Terra e as colheitas perecerão.
Também as camadas atmosféricas serão alteradas. Da sua análise depende a estabilidade do
planeta. Então, deixarão de dar luz e influirão sobre a luminosidade solar. Não podendo elas mais
coarem as ondas solares, vocês verão o astro luminoso da cor negra e sentirão sensações
indescritíveis. Terão cenas dantescas. É aí que os terrenos hão de ver quanto errada era a teoria que
se baseis na constância da energia luminosa de 300.000 km/s. A Terra receberá a energia em ondas
ultra-violetas, com velocidades de milhões de quilômetros por segundo.
Entretanto, não obstante a intensidade solar, não haverá luz, mas um vermelho ferruginoso
junto do solo. Os homens terão um frio atroz, mas as suas carnes serão queimadas como por ferro
em brasa devido às ondas de raios actínicos. Se um homem olhar para o Sol as suas órbitas
apodrecerão.
São as altas camadas que produzem ou evitam os terremotos. Com uma alteração intensa a
terra toda tremerá, e as cidades das nações perecerão como um castelo de cartas. Por baixo terão a
terra oscilante e por cima ardor intenso e escuridão. As águas dos mares, comprimidas com
violência pelas ondas solares, formarão ondas monstruosas. Os polos sofrerão maior pressão da luz
e, derretendo-se em parte, alterarão o volume das águas, enquanto as pessoas das cidades marítimas
desmaiarão de terror. Será o rugir das águas formando um dueto mortal com o estrondo interno da
terra.
Na marcha que prosseguem as explosões atômicas o calor médio da Terra já começa a ser
alterado, e assim prosseguirá em 0,3 graus anualmente. Se vier, então, a guerra de hidrogênio será o
pandemônio. Com o que já tem as altas camadas basta para derreter a calota polar e inundar as
cidades baixas. Em 20 anos haveria uma diferença de 6 graus centígrados. Antes disso estaria
derretido todo o gelo dos polos.
Doenças estranhas aparecerão. O fígado é o laboratório orgânico e, ficando atacado pela
ingestão de elementos radiativos espalhados pelo mundo, perderá a sua capacidade de produzir os
elementos de defesa. A leucemia dizimará as crianças, cuja vida sexual ainda esteja adormecida, e
com elas os velhos esgotados por excesso de prazer. O câncer campeará célere. Pestes esquisitas
atacarão a pele e os olhos, e não haverá remédio.
As mulheres que amamentaram chorarão de desgosto, sabendo que seu leite, que devia ser a
vida do rebento, leva com ele venenos letais que serão a destruição dos ossos da criança e a
leucemia. Muitas, não podendo resistir tanto sofrimento, buscarão a morte, amaldiçoando a vida e
os que lançaram tanto desespero no mundo.
Então, a humanidade verá até onde lhes levou o progresso sem Deus: loucos pelas ruas,
estropiados em todos os sentidos, hospitais abarrotados, cemitérios cheios, celeiros vazios, milhões
destruídos pela guerra, crianças vagando sem pai, cidades destruídas, os campos contaminados, a
água envenenada, multidões aterrorizadas, peste, angústias, blasfêmias, dor, desolação. Na Terra a
angústia dos povos, nos céus as leis cósmicas abaladas. Será que não compreenderão que só o
progresso do espírito ligado a Deus pode ter valor e conduzir o homem no caminho da paz? Será
que nem assim verão que só o amor pode levar o homem a alcançar a eternidade?
Mas ainda não é tudo. Ao mesmo tempo que o potencial atômico se prepara nos arsenais

Contato com os discos voadores 94


O PERIGO ATÔMICO

para ferir a Terra num só golpe, os foguetes teleguiados ficarão mais aperfeiçoados. Chegará o dia
em que os exércitos perderão a sua razão de ser, as marinhas não terão mais valor e a aviação, por
mais aperfeiçoada que seja, será obsoleta. Os homens se destruirão apertando botões. Então, será o
grande perigo. Num momento, como o lampejar do raio, uma nuvem de fogo poderá aniquilar toda
a vida terrestre.
Um foguete, para seguir de um continente a outro, carece de atingir zonas onde só existe o
hidrogênio puro. Naturalmente, adaptarão uma bomba de hidrogênio à ponta desse foguete. Ora, nas
altas camadas as reações atômicas se processam por meio de outras leis diferentes das que imperam
na terra. Os campos magnéticos atuam mais fracos, e o gatilho das bambas é acionado com maior
facilidade. A massa crítica e a distância crítica das massas não são as mesmas. Pode acontecer,
então, a grande catástrofe: uma bomba de hidrogênio de reação química pode explodir na grande
massa de hidrogênio puro da alta camada, e toda a Terra transformar-se num inferno de fogo. Ainda
que a bomba só funcione com hidrogênio pesado, o meio homogêneo garantirá a transformação
dessas camadas em hélio, subitamente. Então será o fim. Talvez seja melhor que o fim lento.
Se isso acontecer, será cumprido o que foi predito pelo chefe do colégio apostólico, São
Pedro, ao escrever o último capítulo da sua carta.
Quando chegar esse dia ninguém saberá, porque o golpe será dado de surpresa, não havendo
uma declaração formal de hostilidades. Os homens estarão se julgando seguros, vivendo
normalmente, enquanto um louco apertará o botão, apunhalando a Terra e assassinando os seus
habitantes. O que o homem semeou durante todos esses anos de vida sem Deus em breve poderá
ceifar a mãos cheias, porque as espigas da ciência já se tornaram maduras.

P – Quais os elementos que alterarão o fígado, dando lugar às doenças?


R – Os elementos radiativos alteração as proteínas e, estas, atacarão o fígado. O carbono
influirá no metabolismo. O cobalto, que forma o fator anti-anêmico, em vez de beneficiar, destruirá
os glóbulos do sangue. Um isótopo do estrôncio se unirá ao cálcio e atingirá os ossos. O fósforo,
localizando-se no cérebro, atingirá os centros que comandam os instintos humanos; com ele o iodo
radiativo penetrará nas principais glândulas do corpo. O alumínio e o magnésio influirão nas
glândulas sexuais. Com a destruição de zonas do hipotálamo, os homens sentirão fomes atrozes,
quando nada terão para comer; outros terão desejos sexuais incontroláveis. Se a glândula tireoide
sofrer redução, desaparecerá a relação que existe com a supra renal, e esta, descontrolada, produzirá
excesso de adrenalina ou então nenhuma.

P – Que tem a ver a tireoide com a supra renal?


R – Você não vê o tigre, para manter-se na floresta e conservar-se feroz tem a supra renal
duas vezes maior que a tireoide, enquanto esta glândula no homem é grande e a supra renal
pequena? A relação é evidente.

P – Tudo isso é uma simples possibilidade ou certeza?


R – Essa resposta eu não posso dar. Vocês terrenos é que me poderão dizer se vão deixar
isso no terreno das hipóteses ou se vão transformar em realidade. O homem tem o seu livre arbítrio.
Ninguém lhe pode ditar o que deve fazer. A única coisa que eu posso dizer é que essas são as
consequências. Que não façam como o aprendiz de feiticeiro, com coisas que não sabem ainda qual
o resultado.
Os homens estão fazendo explodir bombas, sem saberem que o seu efeito não é imediato.
Tudo se passa como no ponto de viragem da química: o experimentador vai deixando cair gotas sem
que nada aconteça; num momento, porém, a gota fatal atinge a solução e tudo se transforma. Desse
instante ninguém mais controla a reação.

Contato com os discos voadores 95


O PERIGO ATÔMICO

A persistência radiativa das altas camadas produz o mesmo efeito. Ora, ninguém subiu da
terra a uma determinada altura que pudesse medir e observar o que se passa. Se houvessem
conhecido a luminosidade terrena antes, vista de fora, e pudessem observar agora, veriam a
diferença. A poeira radiativa que permanece na estratosfera já dá para temer pela sorte dos homens.
As explosões experimentais continuarão, e a guerra um dia reclamará o seu direito de fazer-
se representar com um acréscimo dessa radiatividade. Que os cientistas terrestres estourem bombas
durante mais quinze anos e verão qual o resultado da sua insensatez. Será tarde demais. Se alguém
pudesse calcular o efeito de duzentas bombas de hidrogênio sobre a camada mais elevadas da
exosfera que circunda o planeta, seria capaz de sair gritando pelas ruas, pedindo que não fizessem
essa loucura.
Infelizmente, meu amigo, a Terra está na mão de doidos varridos, e são esses
desequilibrados que nos acusarão de mentirosos se dissermos a verdade. O mal tem que vir, mas ai
daquele que o comete. Sua sorte está selada. Não pense o tal que ninguém lhe pedirá contas pelas
vidas ceifadas em nome de interesses, sejam quais forem. Todos esperamos um dia de prestação de
contas, quando iremos dizer o que fizemos dos dons que nos foram legados pelo Criador.
Quanto aos bons, que não estejam aflitos, porque Deus saberá como livrá-los da hora que se
aproxima. O justo não pegará pelo pecador. Isto só acontece uma vez, e já se passou há muito
tempo. Nós mesmos, se nos fosse determinado, poderíamos evacuar a Terra, retirando dela os que
merecessem. Temos milhares de aparelhos, cada um com capacidade para conduzir milhares. Não
podemos, porém, intervir, sem que alguém mais alto julgue se é conveniente e indique quais os que
merecem ser tirados desse inferno. Mas saiba que os justos não estão desamparados, porque há
olhos invisíveis vigilantes, que observam este pequenino planeta, e sabem muito bem os que agem
sem má intenção.
Pegue a sua Bíblia e leia como Lot foi tirado de Sodoma quando esta estava para ser
destruída, e compare a figura. Leia, também, como Enoque e Elias foram levados num carro de
fogo. Não há, pois, dificuldade alguma, e se recebêssemos uma ordem dessa saberíamos como
cumpri-la cabalmente.
Digo-lhe mais: se esse alguém julgasse que a Terra devia ser destruída, nós confiaríamos na
sua sabedoria e executaríamos as suas ordens sem pestanejar. Jamais discutiríamos. Faríamos como
Abraão, que se dispôs a sacrificar o filho para ser obediente a Deus. Podemos, num segundo, arrasar
tudo o que neste planeta existe, sem que fique qualquer coisa na sua superfície que tenha vida.
Antes que olhassem para o céu, o planeta já teria sido sacrificado.
Temos os meios e sabemos como usá-los. Pense que, se a Terra com somente um século de
progresso científico, pode atingir poder destrutivo tão grande, quanto tempo nós, se considerarmos
que quando os terrestres ainda não conheciam as matemáticas, nós já fazíamos viagens
interplanetárias com propulsão da energia cósmica?

P – Mas isso pode acontecer? Alguém seria capaz de mandar destruir-nos?


R – Pode, perfeitamente. Não é justo que a loucura do homem ponha em risco a estabilidade
do sistema planetário e destrua a vida de outros que se acham distantes.
Se um novo sol entrasse no nosso sistema não seria tão perigoso como se a camada de
hidrogênio terrestre explodisse. Semearia o caos em vários globos habitados. O desequilíbrio de
forças seria fatal para muitos, se fosse repentino. Então, só haveria uma solução antecipada: a
destruição da matéria viva na Terra. Seria esterilizada em questão de segundos.
Mas eu não posso afirmar que isso é o que vai se dar. Não sou eu quem toma resoluções
dessa envergadura, nem é ninguém que habite um planeta …
É o momento azado para que os cientistas terrestre parem e meditem, que o ser humano
deixe de julgar-se o rei da criação, que o homem da Terra desça do pedestal que a sua arrogância o

Contato com os discos voadores 96


O PERIGO ATÔMICO

colocou e compreenda que, se é seu costume oprimir os fracos, pode se dar o caso que um mais
forte resolva fazê-lo calar.
Já houve quem aconselhasse a conquista dos outros planetas e que fossemos subjugados. É
desmedido atrevimento humano. É sandice demais. Podíamos repetir a essas pessoas o capítulo de
Isaías, que diz: “Como caíste do céu, ó estrela d'álva! Tu que dizias no teu coração: subirei mais
alto que as estrelas do Altíssimo e dominarei sobre as bandas do Aquilão, no monte da santidade.
Mas foste projetado ao abismo.” (Isaías, cap. 14). Ou então podíamos repetir o que foi feito quando
os homens, em Babel, pretendiam atingir o céu com uma torre. A torre, hoje, volta a ameaçar os
céus, representada pela ciência terrestre, e oxalá não desçamos para confundir a linguagem dos
homens.
Enquanto o homem fazia as suas guerrinhas de conquistas, tudo tolerávamos. Apenas nos
mantivemos isolados, evitando maior contato com quem não nos podia compreender. Agora, o
homem representa um sério risco para todos, e pior pode ficar amanhã.
Desconheço o fim de tudo isto; não sei nem mesmo se o homem se arrependerá do seu
caminho e muito menos se uma inteligência superior vai continuar tolerando por muito tempo ou se
vai resolver a agir, porque eu sou um ser de ínfimos atributos e o meu alcance é muito curto ainda
para dizer qual deve ser o destino das coisas terrestres. Mas é tempo que o homem pare e medite.
Não custa pensar um pouco. Basta de loucura. Chega de crimes. Poupem-se e poupem-nos. Não nos
induzam a um gesto de supremo desespero, não nos induzam ao mal. Não nos levem à violência que
tanto condenamos e que nos faria amargar eternamente. Vivam e deixem que vivamos.
Conhecemos as suas coisas melhor que vocês mesmos. Sabemos quando se reúnem os
condutores da guerra e quais as suas deliberações. Assistimos as suas reuniões de gabinetes,
conhecemos-lhes a hipocrisia quando trocam gentilezas, lemos-lhes no espírito as intenções. Esteja
certo que antes que nos pusessem em perigo nós agiríamos. Temos ordens de nos defender.
Fizemos todo o possível para demonstrar que há poderes superiores aos da Terra, querendo
demonstrar aos homens que a posse da força não faculta a violência e que não tomávamos o planeta
porque não queríamos. Voamos alto, baixo, isolados, em formação. Fizemos acrobacias sobre
cidades, bases aéreas, fortificações. Eu pessoalmente, recebi ordem e agi contra um avião armado
que se aventurou a abrir fogo contra o meu aparelho. Mas nada convence o ser terreno …
Que ele continue no caminho atômico que está seguindo. Um dia o fim há de chegar. Ou nós
ou o próprio homem – alguém apertará um botão, encerrando a história de uma humanidade que
preferiu morrer do que viver feliz nas leis que Deus lhe deu.

Contato com os discos voadores 97


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

P – Todos os planetas são habitados?


R – Nem todos. Alguns há que não o são. No nosso sistema temos habitados os planetas:
Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Urano, Netuno e Plutão. Júpiter e Saturno são desabitados, uma vez
que não possuem atmosfera. Júpiter tem-na, mas não podemos considerá-la como tal em vista da
sua pequena espessura. Já Saturno não contem nenhuma. É um globo de fraca densidade, quase
inteiramente constituído de gases pesados, com uma pequena parte sólida no centro. É um mundo
em formação. À medida que se for solidificando, irá se contraindo, liberando os elementos que lhe
darão uma atmosfera futura. Talvez que com a entrada de um novo sol no nosso sistema, aconteça
uma espécie de “cracking”, precipitando os elementos com maior intensidade.
Júpiter, também, é um corpo novo, que conseguiu uma atmosfera rarefeita não faz muito
tempo. Todavia, ainda é impróprio à vida.
À medida que esses corpos se forem densificando, ir-se-ão aproximando do centro de
gravidade do sistema, uma vez que terão o diâmetro diminuído e uma maior densidade. Aos poucos
serão mais atraídos e menos repelidos.
Entretanto, muitos dos seus satélites são habitados.

P – Mas Mercúrio, devido à sua proximidade com o Sol, pode ter vida?
R – Claro que sim. Sua enorme massa etérea filtra os raios solares. Note que, enquanto a
Terra tem uma cinta etérea que atinge só 400.000 km, naquele planeta ela atinge 628.000. Deus –
ou a natureza, como preferem – dá a coberta conforme o frio. No nosso caso é inverso: tanto mais
calor, mais a coberta. Se você calcular a velocidade dos raios solares no espaço, segundo o método
que eu disse de verificar essa velocidade pela diferença de luminosidade entre o sol nascente e o sol
a pino, tomando como ponto de partida o raio equatorial da Terra, verá que Mercúrio, recebendo
ondas mais intensas, tem a massa etérea exatamente no ponto suficiente para filtrar esses raios até
que os mesmos caiam no espectro visível quando atingirem a superfície do planeta.
Pelos cálculos que fizemos juntos você viu que, à medida que os corpos se distanciam do
Sol, a sua massa gasosa diminui até o ponto de Saturno, que não tem nenhuma. Até aí, o éter e a
atmosfera tem a finalidade de filtrar os raios solares. De Saturno para a frente, porém, inicia
novamente, em grau ascendente, a cinta etérea dos planetas. Agora, a finalidade não é mais filtrar,
mas reagir favoravelmente aos raios, produzindo o calor necessário à vida. Logo, a constituição
atmosférica e etérea desses planetas não é idêntica a dos planetas aquém de Saturno. A quantidade
de luz difusa é bem maior que na Terra. Sua atmosfera é boa condutora de calor, embora rarefeita, o
que para vocês seria um absurdo.

P – Eu acho difícil imaginar como um planeta distante possa ter essa atmosfera
sensível aos raios solares, com fração tão pequena de luz que recebe.
R – Há muitas espécies de luz. Sua origem pode ser química, também. Sob a ação de
bactérias os vegetais, certas espécies, emitem luz. Os insetos produzem luz bastante forte, usando,
internamente, reações a base de enzimas. Vocês tem a luz fria, consequência do curto-circuito num
gás. Ora, porque negar, então, outros meios à natureza para dar vida a um planeta? Emita uma onda
eletrônica num tubo de hidrogênio e ele dará uma luz azulada; altere o hidrogênio, unindo-o a
outros gases, e obterá outra especie de luz.
Quer demonstração mais notória dessa possibilidade do que oferece o cloro? Una-o, em
certa quantidade, à água. Se depois você fizer um raio luminoso atingi-lo, obterá uma violenta
explosão, com emissão de luz e calor.

Contato com os discos voadores 98


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

Imagine que, na atmosfera dos planetas, se produzem reações idênticas. Um insignificante


raio pode produzir tremendas reações, com fabulosas tempestades magnéticas.

P – São constituídos de matéria os seres que habitam esses planetas?


R – De que você queria que fôssemos? De energia não seria possível. De energia só o
espírito.

P – Mas há muita diferença entre a nossa constituição e a dos outros planetas?


R – Sim, há diferenças, mas o tipo humano é o eleito pela natureza. O metabolismo de um
homem de Plutão não é idêntico completamente ao de um habitante de Mercúrio. Entretanto, um
pode visitar o outro, conservando-se vivo durante um grande período. Um peixe vive num meio
denso, mas durante um certo tempo pode manter-se vivo, respirando a atmosfera. Ora, a diferença
que existe, entre a atmosfera de Plutão e a de Mercúrio, não é tão marcante como a que existe entre
o ar e a água. Fica muito longe.

P – Mas a gravidade não influi?


R – Absolutamente. Essa influência da gravidade é uma fantasia, como outras que vocês
conservam. Nós falamos que gravidade é um conjunto de fenômenos, onde influi muito a camada
atmosférica que dá a diferença de densidade. Mas chegamos à conclusão, também, que todos os
planetas habitados tem atmosfera. Logo, a diferença é pequena.
O calor todos tem, também, seja por emissão de raios solares, seja por reação química.
O fator preponderante é a componente vertical do magnetismo, mas a diferença entre um e
outro não é tão forte que não permita o intercâmbio entre os povos de planetas diferentes.

P – Quanto ao aspecto, quais as principais diferenças que existem entre as pessoas dos
vários plantas?
R – Não podemos dizer, por exemplo, que os homens de Mercúrio sejam altos ou baixos.
Tem de tudo, como vocês tem o pigmeu. Entretanto, sua maior altura é 1,60 m. Daí para baixo. São
tipos fortes, morenos, olhos pequenos, imberbes, testa curta, nariz bem feito, inteligentes, dinâmicos
e ágeis.
Em Vênus já atingem tipos até 1,80 m. São de várias raças, predominando o tipo claro. São
finos de corpo, mas são os que mais se assemelham aos terrenos, interna e externamente. São
dinâmicos, loquazes, bondosos e eminentemente místicos.
Em Marte há duas raças fundamentais: uma loira e outra morena. A raça loira é mais dócil e
terna. A morena é constituída de seres baixos e vivos. São os mais lépidos do sistema planetário.
Júpiter não tem vida. Só nos satélites. Mas a variedade é grande nesses corpos celestes. Há
desde homens que atingem 2,40 até seres liliputianos. Mas vivemos numa mesma família. Os seres
pequenos são em maior número.
Em Saturno também não há vida. A sua falta de atmosfera faz que a sua superfície seja
crivada de meteoritos. Só dois satélites são habitados. Mas ali os homens são inteligentes e
bondosos. Tem suas naves interplanetárias, mas pouco atravessam os espaços. São criaturas quase
inexplicáveis para vocês porque nunca morrem. Tem o que podíamos dizer o corpo da ressurreição.
Nunca cometem qualquer mal. Entretanto, são materiais. São homens de estatura elevada, de olhos
grandes e magnéticos. Nem nós compreendemos toda a sua sabedoria. São enigmáticos.
Em Urano e Netuno os homens são muito parecidos. São altos e musculosos, corpo redondo,
olhos grandes, cabeça muito desenvolvida. O funcionamento orgânico difere dos demais. Não se
alimentam de substâncias pesadas como nós outros, mas se nutrem de líquidos ou gases. O sangue é
diferente.

Contato com os discos voadores 99


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

Em Plutão a vida é muito parecida com a da Terra. São homens idênticos em quase tudo.
Mas não obstante a elevada inteligência que possuem, erraram demasiadamente e se esqueceram de
Deus. Deixaram que os instintos baixos os dominassem. Há muito tempo que aprenderam a
atravessar os espaços. Não fazem guerra entre eles – aliás só existe guerra na Terra. Mas são seres
perigosos, e a eles vocês devem os casos de discos que fizeram mal a muitas pessoas na Terra. Se
não fazem mal aos habitantes do sistema é porque sabem que os outros lhes são superiores, e que
qualquer tentativa de domínio poderia ser-lhes fatal. Mas a sorte deles está selada.
Os homens da Terra erram muito, e este planeta é considerado o centro do mal. Mas os seus
habitantes ainda estão na infância, no alvorecer da vida inteligente, a não ser uma pequena elite que
aqui porta com finalidades de ensino. Por isso, Deus castigará a humanidade terrestre, mas com
medida, sem expulsar o planeta do sistema solar. Apenas evacuará os que não se ajustam numa
ordem elevada, deixando sobre sua superfície um resto que será parecido com os habitantes dos
satélites de Saturno.
Plutão, porém, sofrerá com rigor a justiça. Não será permitido o mal eternamente. A
transgressão das leis é apenas um fenômeno, porque se a transgressão fosse uma condição de
qualquer indivíduo, que se prepara na escala dos mundos, então, ela é que seria lei. E é um absurdo
que o mal seja uma lei. Em qualquer dos mundos habitados só existem dois artigos com foros de
eternidade: amor a Deus e ao próximo. Tudo o que sair disso é contravenção.
Os homens de Plutão conheciam as leis divinas, mas fizeram delas caso omisso. O prazer
sexual dominou-os e, depois, como consequência direta, abordou-os os outros erros, como a
idolatria, a sodomia, a rebelião, o desrespeito pela integridade física do próximo e todo o cortejo do
mal. O erro é como a avalanche. Pode iniciar com a queda de uma simples pedrinha e terminar no
inteiro desmoronamento.
Por isso Plutão será arrancado daqui e vagará até cair na constelação mais próxima. Seus
habitantes sofrerão horrores e não terão como escapar. Voltarão ao estado das cavernas em
condições inenarráveis. O esplendor das suas cidades, com sistemas rápidos de transporte, luzes
deslumbrantes, comunicações, enfim, tudo o que uma humanidade super inteligente pode conseguir
através de milênios de progresso constante, que vocês não podem ainda imaginar, entrará no ocaso
e desaparecerá em ruínas como a Babilônia terrestre com os seus jardins suspensos.
Assim, o nosso sistema voltará à normalidade e todos seremos só uma família, sob um único
brasão: amor.

P – Segundo posso depreender das suas afirmações, de que restará na Terra uma
humanidade parecida com os habitantes dos satélites de Saturno, posso, então, interpretar
que os seres terrestres serão modificados?
R – É exatamente isso que eu quero dizer. O ser terrestre atingiu um ponto máximo na sua
escala. Sua inteligência não pode ir além dos sentidos normais.
Vocês falam em evolução biológica, mas vejamos se isso é verdadeiro. Inteligência e corpo
somático devem seguir “pari-passu” ou deviam seguir se isso fosse verdadeiro. Todavia, enquanto a
inteligência atingiu um alto grau, o corpo foi acometido e continuará com mais intensidade, por
moléstias estranhas. Houve, nesse caso, um fenômeno de regressão física e uma evolução mental.
É que a raça terrena atingiu o ponto em que deve desaparecer. As raças são como um
homem: tem a sua infância, adolescência, maturidade, decrepitude e morte.
Também o corpo atual, se permanecesse como está, não daria oportunidade para que a
inteligência desabrochasse ainda mais. A técnica e a ciência humanas atingiram um estágio tão
avançado que os seus cálculos já não podem mais ser resolvidos pelo cérebro, mas carecem de
máquinas. Ora, seria a fria máquina superior ao espírito? Não.
É preciso, então, que uma nova raça apareça na Terra. Será constituída por seres cujo

Contato com os discos voadores 100


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

cérebro tenha capacidade suficiente para compreender os problemas complexos que mais e mais
assediam o progresso. Terão esses corpos capacidade para darem mais um salto no longo caminho
da sabedoria.
Como podem vocês falar em progresso indefinido, metidos num corpo com capacidade
limitada a baixo grau?
Logo, é errado dizer-se que a natureza não dá saltos. O seu progresso é inteiramente baseado
em saltos. É como a série CH da química. Acumula-se conhecimento até que num momento se dá
uma transformação integral do cérebro e do corpo.
Se você juntar um átomo de hidrogênio a um de oxigênio, eles continuarão em estado
gasoso; mas se adicionar mais um de hidrogênio haverá uma transformação repentina, e eles
deixarão de ser gases para se tornarem um líquido.
Na série CH, também, se dá a mesma coisa. Se tivermos o CH 2 teremos um gás. Se formos
adicionando elementos separados nada obteremos, até que o número seja C 2H4. Então, há uma
transformação repentina, o gás troca inteiramente suas características. O gás não foi mudando
gradativamente, mas conservou os elementos até que a sua soma atingisse o ponto de
transformação.
Na vida o progresso é o mesmo. Na história de um globo estão sepultadas muitas raças.
Supondo existir a seleção natural, a ciência terrena procurou os elos da cadeia evolucionista.
Não os encontrou e jamais há de encontrar. Simplesmente eles não existem. Encontram apenas as
falhas, que demonstram nunca terem existido.
É muito singular que todas as raças houvessem deixado sinais de sua passagem pela Terra.
Será que só aquelas que foram os elos se recusaram deixar o seu rastro? Que sortilégio teria feito a
natureza para ocultar, se tudo o que existe concorre para o esclarecimento do homem?
Não é, pois, assim. Vencida a capacidade de uma raça de suportar a luta contra o tempo e o
meio, que se modifica a todo instante, desaparece como qualquer outra coisa da vida. Se até um sol
tem sua velhice e destruição, quanto mais uma raça!
Mas o que é impossível ao homem é fácil para Deus. Num momento ele faz que um planeta
seja habitado1.

P – Mas de que forma pode um planeta passar a ser habitado se todo o seu povo
desaparecer?
R – Deus faz uma ressurreição2.

P – Como?
R – O espírito age e plasma a matéria como bem deseja. Nos fenômenos metapsíquicos, que
ocorrem nas sessões onde essa prática é comum, o espírito lança mão do ectoplasma do agente
passivo e com ele modela um corpo que aparece aos vivos. Seu organismo é real. Suas pulsações
podem ser controladas. Tem todos os órgãos como qualquer indivíduo normal.
Depois da manifestação, geralmente provoca a absorção do ectoplasma pelo agente passivo
e desaparece novamente.
Entretanto, bastaria que quisessem e continuariam vivos, com inteira vida de relação.

1 “Agora são criadas, e não desde então, e antes deste dia não as ouvistes, para que não digas: Eis que já eu as
conhecia”. Isaias.
2 São Clemente de Alexandria, discípulo de Panteno, que por sua vez foi discípulo de São João, falando sobre a
ressurreição dá a entender que este é um fenômeno periódico na vida de um mundo, como acontece com o dia e a
noite. (Carta aos Corintios, cap. 24). Para ele, uma humanidade é criada e vive até que outra lhe suceda no tempo.
No cap. 25 da mesma carta fala, como exemplo, da Fênix divina, que nasce do cadáver da sua antecessora, quando
está envelhecendo morre. Assim, uma humanidade, segundo outros padres apostólicos, limita-se a viver 7.000 anos
apenas, esgotando, nesse tempo, a sua capacidade de se adaptar ao meio que a todo instante se modifica.

Contato com os discos voadores 101


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

Muitos, que se manifestaram dessa forma, deixaram cabelos e pedaços da indumentária, que se
conservaram intactos. Assim como fragmentos continuaram existindo, o corpo também podia
continuar. Bastava que se isolassem do agente passivo.
Se Deus permitisse e ordenasse que uma nova raça povoasse a Terra, os espíritos poderiam
lançar mão de ectoplasma do próprio pó da terra e com ele constituir corpos muito superiores aos
que agora existem. Esses novos seres teriam corpos e cérebros fantásticos.
É esse o fenômeno da ressurreição. E, se simples espíritos inferiores podem plasmar um
corpo pela sua simples vontade, o que poderia fazer Deus se resolvesse repovoar a Terra?

P – Quer isto dizer que a nossa raça atual teve esse princípio?
R – Não resta dúvida. Adão foi realmente plasmado do pó da Terra, isto é, do seu
ectoplasma. Havendo a antiga raça consumido toda a sua energia evolutiva, foi preciso que
houvesse uma intervenção dos poderes celestes e fosse criada uma nova. Esse fenômeno fica bem
esclarecido quando se trata de Eva. Deus fez cair Adão em um sono profundo, usando-o como
paciente fornecedor de ectoplasma, e o corpo da mulher foi modelado. Foi, de fato, carne da carne
de Adão, e o narrador bíblico disse bem quando declarou que a mulher foi modelada da costela
masculina.

P – Mas não é o ectoplasma um subproduto nervoso? Como podia ser tirado da terra?
R – Todas as coisas saem da terra. O vegetal tem também o seu ectoplasma e as raízes
sugam-no do solo. Se um poder é capaz de constituir um novo corpo, não o seria para retirar o
necessário do solo? Seria diminuir muito os poderes do Espírito Supremo dizer que quem faz a
matéria não tem poder para fazer o ectoplasma.

P – Se houvesse um desastre atômico e o meio se tornasse impróprio à vida, como


poderiam os espíritos modelar corpos novos e continuar vivendo?
R – A vida podia se tornar imprópria para o corpo atual, mas podia, também, ser o ideal para
corpos diferentes. Deus faz os tipos conforme o meio a que se destinam. A minhoca vive no mesmo
mundo que o homem, mas o seu lugar ideal é o solo; os peixes na água; os anfíbios tanto vivem
num como no outro elemento; o condor prefere as alturas, onde a atmosfera é mais rarefeita; os
vermes só vivem no intestino.
Se agora a vida se manifesta de várias formas, teria a natureza esgotado na Terra a sua
capacidade e o seu repertório? O leão morre nas zonas polares, enquanto que o urso ali está feliz.
Quer a Terra fique coberta de gelo, quer aqueça demasiadamente, quer fique ou não radiativa, a
natureza fará a adaptação de um tipo apropriado. E se a natureza, com este poder maravilhoso de
criar, tiver o adjutório de um poder espiritual, quantas maravilhas conseguirá fazer?
O homem terá de desaparecer da superfície da Terra3. O homo sapiens dará lugar ao homem
3 São múltiplas as passagens da Bíblia que falam na destruição completa dos seres vivos. Em Isaías lemos o seguinte:
“Até que se assolem as cidades, e fiquem sem habitantes, e nas casas não fique morador, e a terra seja assolada de
todo, e o Senhor afaste dela os homens e no meio da terra seja grande o desamparo (cap. 6:11 e 12). Por causa da ira
do Senhor dos Exércitos a terra escurecerá, e será o povo pasto do fogo; ninguém poupará ao seu irmão (cap. 9:19).
Uma destruição está determinada, transbordando de justiça. Porque determinada já está a destruição, e o Senhor
Jeová dos Exércitos a executará no meio de toda esta terra (cap. 10:22 e 23). Eis que o dia do Senhor vem, horrendo,
com furor e ira ardente, para por a terra em assolação e destruir os pecadores dala. Porque as estrelas dos céus e os
estros não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz. E visitarei
sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a
soberba dos tiranos. Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro de Ofir.
Pelo que farei estremecer os céus, e a terra se moverá do seu lugar … (cap. 13:9 a 13); porque o homem violento
terá fim; a destruição é desfeita, e os opressores são consumidos sobre a terra (cap. 16:4). Eis que o Senhor esvazia a
terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores. De todo será esvaziada a terra, e de todo

Contato com os discos voadores 102


A VIDA NOS OUTROS MUNDOS

espiritual, mas que deixassem que a natureza sozinha fizesse essa transformação sem grande abalo.
Quando o primeiro homem da sua raça atual, que era uma ressurreição de uma raça em extinção, fez
o seu aparecimento sobre o planeta, ainda havia homens antigos, que aos poucos foram se
extinguindo. Não chegou a haver um desaparecimento total de seres vivos. Entretanto, o homo
sapiens parece que tem pressa de chegar ao fim da sua carreira, roubando à natureza o seu direito de
enterrar os seus mortos pelo esgotamento físico. Talvez seja a fascinação do abismo …

será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. … a maldição consome a terra, e os que habitam nela
serão desolados; por isso serão queimados os seus moradores e poucos homens restará. … os fundamentos da terra
tremem. De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá a terra, e de todo se moverá a terra. De todo vacilará a
terra como o ébrio, e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela, e
cairá, e nunca mais se levantará (cap. 24).
Ao mesmo tempo em que fala da destruição, afirma que a terra será habitada por outros homens: E dirás no teu
coração: Quem me gerou estes? Pois eu estava solitária; entrara em cativeiro, e me retirara; quem então me criou
estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam? (Isaías 49). Serão renovos por mim plantados, obra das
minhas mãos, para que eu seja glorificado. (Isaías 60:21). Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não
haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. (Isaías 65:17).

Contato com os discos voadores 103


ADEUS

ADEUS

Nós nos encontramos na Estação Roosevelt. A princípio continuamos nossa palestra sobre
vários assuntos de ciência. Depois falamos de moral e religião. Então ele me disse:
Agora eu me vou. Se quiser me ver outra vez, aguarde-me na Estrada de Angatuba entre os
dias 14 e 17 de novembro de 1.956. Se houver um imprevisto de sua parte, em 1.959, se você ainda
estiver por aqui, eu virei vê-lo. Mais uma vez cumprirei minha palavra.
Quero, porém, que você se recorde sempre de uma coisa: não dê tanto valor sobre tudo o que
falamos de ciência. A ciência é tão somente um meio de nos proporcionar facilidades e de ensinar-
nos como se utilizar das forças da natureza. Busque a ciência para felicidade de todos, mas busque
principalmente a Deus, porque só Ele tem significado no universo. No amor existe a verdadeira
ciência.
De que vale ao homem conhecer todas as coisas, de não haver nenhum segredo para ele no
universo, se perder a sua alma? A ciência é como uma lei civil. Esta só é boa quando serve para
garantir os direitos de homem, para protegê-lo, para ampará-lo, para servi-lo. Se perder o seu
caráter de protetora e em vez de servir tornar-se o opróbrio, convém desaparecer e ser criada outra.
Leis erradas não podem nem devem ser respeitadas. São como o sal a que Cristo se referia: se o sal
perder a sua qualidade e o seu poder de salgar, convém que seja jogado fora e pisado pelos homens.
Também a ciência existe para que por ela o homem viva bem e haja abundância sobre toda a
criação. Mas se essa ciência, em vez de ser uma dádiva de Deus, for uma fonte de destruição para o
gênero humano, convém que seja esquecida. Sem ela o homem pode viver desfrutando o que a
natureza espontaneamente dá; mas sem o espírito de misericórdia e de respeito pela vida do
próximo, a vida da terra será destruída inexoravelmente. Deus não destrói ninguém mas o homem,
pela ciência, acabará destruindo a si e ao seu próximo.
Nem busque a salvação da sua alma através da ciência. Se esta fosse um meio para
enriquecer o espírito, baseando-se o homem numa ciência errada estaria já no inferno há muito
tempo. A sua posse não significa coisa alguma. Sem ela milhões continuam vivendo como espíritos,
mas com ela milhões encontraram somente desgraça. De que vale um conhecimento que fez de
cobaia um povo inteiro, matou milhares, destruiu inocentes, levou a lágrima a muitos corações
naquelas cidades inesquecíveis do Japão, cujos nomes ficaram como um marco balizando a estrada
da destruição?
Nada pode valer. Todos quantos viajamos pelo espaço, homens de muitos planetas,
contemplando aqueles lugares, nos comovemos e nunca cansamos de dizer: aqui está o lugar da
primeira punhalada que o poder brutal desferiu contra a Terra e seus habitantes. Aqui estão as setas
que apontam para o Armagedom predito para os homens. Neste local os povos cristãos
assassinaram Jesus Cristo e proclamaram a supremacia da besta que há de dominar a Terra.
Oxalá o ser terreno tivesse bastante ciência e dominasse toda a natureza para não ser pobre.
Mas já que a ciência para ele é um grande mal, que viva sem ela, mas viva. Melhor é viver na
ignorância e deixar que os outros vivam do que morrer afogado num poço de sabedoria.
Em vão adoram Cristo, inutilmente lhe fazem reverências. A única coisa que Ele gostaria
que fizessem era que se amassem. Que o homem não ore tanto com palavras bonitas, porque Deus
não se comove com retórica; façam da própria vida e do amor ao próximo uma oração constante.
Ainda é tempo de salvar o mundo. Ao arrependido há sempre uma oportunidade. Não há
criminoso que não possa ser perdoado. Se o crime é grande, o amor de Deus é maior que tudo. Se
para ser perdoado fosse necessário o tempo, Deus faria que uma fração de segundo se tornasse
numa eternidade inteira e sem fim. Os atos divinos não se subordinam ao tempo ou espaço. Eis a
razão porque muitos criminosos, num momento, se transformaram em santos e mártires. Por um

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ADEUS

instante abandonaram o mal com todas as forças do seu coração e se perpetuaram na ação de um
segundo divino. Se por uma alma Deus zela com tanta solicitude, não zelaria muito mais pela
humanidade?
Por isso, cuide mais da parte moral. Que a ciência seja um adjutório para esclarecê-lo.
Eu sei que você se recusará relatar aos outros os encontros que tivemos; mas um dia terá de
fazê-lo movido pelas circunstâncias. Elas serão as armas que o demoverão. Não pense, porém –
quando relatar aos outros – que isto vá fazer grande coisa. Muitos fizeram sem resultado aparente, e
o prêmio do esforço foi somente aquele que ninguém pode arrebatar, porque existe apenas no fundo
do coração. Há de ter alguém anônimo, porém, a quem as suas palavras serão de grande valia.
Agora, adeus. Vou levando alguns livros para estudar melhor a ciência da Terra. Quando eu
voltar, farei o possível para trazer-lhe alguma coisa escrita sobre a nossa ciência e a moral que
praticamos. Enquanto isso, ficaremos ligados em pensamento.
E se você voltar e eu já não estiver mais aqui? - perguntei-lhe.
Seria melhor mesmo que não estivesse, porque então devia estar em outra parte, onde nos
seria mais fácil ter contato. Mas não vá sem dizer aos seus amigos que a vida se estende pelos
espaços infinitos, de esfera em esfera, de mundo a mundo, e que além da morte há esperanças e
consolações. Diga-lhes que onde se encontrar o espírito, Deus já lhe terá preparado a morada. O
cisne sempre se conservou calado, mas que não o deixe desaparecer antes de cantar.
Ele me apertou a mão e o antebraço e se despediu mais uma vez. Eu quis segui-lo até o local
onde devia tomar a sua nave interplanetária, mas ele me disse:
Para que seguir-me? Não venha. O meu aparelho está bem próximo daqui, e não lhe seria
agradável ver em que circunstâncias eu o tomo. Sofro com isso, e você sofreria também. Haveria
sempre um momento de separação e antes de tomar o disco você já não poderia mais me ver. Fique
com Deus.
Eu o fiquei vendo desaparecer na esquina. Tive ímpetos de segui-lo, custasse o que custasse.
Mas seria deslealdade com quem demonstrou ser tão amigo …

Contato com os discos voadores 105


CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

Narramos, leitor amigo, o que conosco sucedeu. Dissemos-lhe o que ouvimos. Quer sejam
bons, quer sejam maus, os conceitos que neste livro foram impressos não foram os nossos. Da
forma como ouvimos e anotamos procuramos relatar. Nada quisemos acrescentar. Ao contrário,
reduzimos muito, seja porque não quisemos aumentar o livro, seja porque julgamos inconveniente
publicar coisas que em nada viriam auxiliar na solução dos nossos problemas mais imediatos.
Do que vale dizermos a utilidade do anti-elétron no campo da técnica e da sua utilização na
destruição da matéria, se isso seria aplicado mais como arma de destruição do que de construção?
Basta o que já temos para causar tanto dano ao próximo! Oxalá o homem não se utilizasse dos seus
conhecimento em detrimento da vida e do direito alheios.
Apenas dissemos o que pode ser aproveitado para melhorar as relações humanas. Muita
coisa deixamos em suspenso, mesmo nesse terreno, até que verifiquemos a receptividade deste
livro. É claro que nem tudo falamos sobre a forma como os discos voadores voam, e muito menos
sobre os processos científicos empregados para obterem a fenomenal estabilidade que demonstram.
Pareceu-nos traição ao nosso próprio povo tornar pública uma coisa que pode por ele ser
aproveitada para solucionar os ingentes problemas que se lhe antepõem. Dono de um vasto
território, com populações paupérrimas no seu interior, ninguém mais que o Brasil podia ser
beneficiado com um aparelho sem limite de capacidade de carga e com velocidade jamais vista.
Trata-se de um aparelho que põe por terra tudo o que sabemos de aerodinâmica. Qualquer
que seja a sua forma, sua capacidade e velocidade são, praticamente, as mesmas. Depende do que
quisermos transportar. Pode ser feito em forma de sino, achatado, fusiforme, quadrado, elipsoide,
etc. Seriam mais que navios alados. Dez desses aparelhos podiam transportar toda a safra do Paraná
em questão de minutos, sem necessidade de campos especiais para aterrissagem. Desapareceriam a
importância das estradas de ferro e de rodagem com os seus transportes morosos e sujeitas às
condições climatéricas.
Enfim, uma das finalidades deste livro foi procurar demonstrar as forças de que se valem os
discos para voarem em nossa atmosfera e os meios que empregam para atravessar o espaço nas
viagens interplanetárias.
Muitos acreditam serem os discos da própria Terra; outros supõem vindos de outros
mundos. Há, ainda, os que afirmam serem oriundos de cidades subterrâneas, de uma civilização que
se ocultou sob o solo com a finalidade de se furtar ao contato conosco. Não discutimos a sua
origem, porque nada de aproveitável pode sair de uma polêmica. Que interessa ao mundo conhecer
a sua procedência?
Num planeta atormentado por problemas tremendos, o que de fato podia interessar seria
conhecer os meios de que se utilizam e depois dar um balanço nos conhecimentos terrestres e
verificar a possibilidade que temos de fazer coisa igual ou aproximada. O resto seria estéril
discussão acadêmica, que a espíritos práticos não pode interessar.
Entretanto, esse é um ponto de vista exclusivamente nosso, que o leitor pode ou não aceitar.
Somos apenas o réu, que confessa ter praticado o crime de haver entrado em contato com seres que
se dizem extraterrenos. O leitor é juiz, de quem esperamos o veredito. Aguardamos a sua palavra,
curvados, no pelourinho da crítica, para que recebamos o castigo ou o prêmio merecido.
Entretanto, qualquer que seja a sentença, nada nos poderá abalar. A convicção de um
homem não pode estar sujeita aos pontos de vista dos seus circunstantes.
Do espaço, da Terra ou de sob a terra – não importa – sabemos que o que nos foi revelado é
verdadeiro. E para isso temos fundamentadas razões. Se um dia chegássemos à conclusão que esse
estranho personagem que entrou em contato conosco foi o demônio materializado, então teríamos

Contato com os discos voadores 106


CONCLUSÃO

razão para afirmar que ao menos uma vez na vida o diabo falou a verdade. Que ele recebesse nossas
congratulações pela veracidade que usou ao menos essa vez.
O que nos quer parecer, porém, é que os seus conceitos eram demais elevados, já não digo
para o demônio, mas para um ser terrestre. Ainda que fosse uma completa inutilidade tudo o que
por ele foi dito do ponto de vista científico, ainda restariam as suas palavras aconselhando os
homens à paz e a misericórdia. Restaria ainda um apelo, num momento em que se ouve o rufar dos
tambores conclamando a humanidade para o holocausto de sangue a ser celebrado no Vale de
Josafá, em homenagem ao deus da guerra. Ficaria uma afirmação categórica da existência de Deus,
nesse instante que o mundo se chafurda no lamaçal das paixões mais ignóbeis, e um chamamento ao
homem para o caminho da temperança, da compostura, do bem, enfim.
Oxalá viesse à Terra alguém muito mentiroso, mas que tivesse a divina capacidade de fazer
que os homens se lembrassem de Deus e que passassem a seguir os seus mandamentos,
demonstrando ser verdadeiro tudo o que ficou escrito pelos primeiros cristãos.
Infelizmente, porém, este pequeno livro não é de âmbito internacional. Primeiro, porque
falta ao autor o espírito de escritor; segundo, falta ainda conhecimento científico à altura de fazer
demonstrações cabais; terceiro, dado a pobreza com que lutamos, ser-nos-ia impossível fazer uma
grande edição em língua portuguesa e providenciar a tradução para outras línguas. É um livrinho
para consumo doméstico, e o autor, sinceramente, espera que você, leitor amigo, tire dele o melhor
proveito.

O AUTOR

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