Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Portanto, os cientistas chineses tomaram como certo que suas tarefas são
“descobrir” e “seguir” as regras naturais, ao invés de “raciocinar”. Essa visão não
demoliu nem mesmo no século XIX, quando o eminente estudioso Ruan Yuan
ainda se queixava das teorias cambiantes na astronomia ocidental: “As leis estão
sempre mudando… não sei onde está a verdadeira razão”... Prosseguiu
argumentando que “as leis celestes são tão profundas e sutis que estão além da
capacidade humana”. Portanto, prevalece na história da ciência chinesa que as
teorias pretendem expressar certezas em vez de buscar razões. Só assim as
teorias podem “durar para sempre sem erros” (Jin et al., 1996).
Vale a pena notar que dois dos modelos (Hun Tian e Gai Tian) mantiveram
uma Terra plana, como um disco ou um quadrado, e os céus redondos, esféricos
ou hemisféricos, enquanto o terceiro (Shuen Ye) não deu descrições das formas,
mas manteve a Terra Plana (horizontal).
1. Os modelos não abordam o que conhecemos como “universo”, mas sim “Céu
e Terra” — um universo “pesquisável” –, precisamente, “Céu e Terra” denota um
espaço a ser observado da Terra e ser o lar de todas as entidades celestes
visíveis. Acreditava-se que além deste espaço há um cosmos infinito
desconhecido.
Hun Tian era a escola que previa um firmamento esférico (porém rígido)
com uma forma muito semelhante a um ovo de galinha onde a terra é
como a gema plana no meio da esfera. O firmamento era mantido
suspenso por um vapor chamado “qi”. Esta teoria particular conduziu a
vários avanços tecnológicos na astronomia como a construção de esferas
e anéis armilares.
Xuan Ye era a teoria que nos dizia que o universo era infinito e os corpos
celestes estavam suspensos nele. Essa ideia, obviamente, não era
justificada por qualquer fato ou observação, todavia, a concepção da
Terra continua sendo plana, também, nesse terceiro modelo.