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O presente artigo tem por objetivo apresentar reflexões voltadas às metodologias de ensino aprendizagem na
modalidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA. O artigo se divide em quatro momentos importantes que
repercutem ainda em meu processo de formação. O primeiro eixo aborda a história da EJA no cenário nacional e
seus desdobramentos na busca constante da alfabetização de adultos. No segundo eixo explicito a História da
EJA sobre o enfoque mais específico, ou seja, saliento o Estado de Roraima como campo de estudo a ser
analisado referente a esta modalidade de ensino; bem como suas legislações e forma de gestão. Já no terceiro
eixo enfatizo conceitos, aprendizagens, prática e o trabalho docente na EJA que apontam para o perfil do
profissional comprometido com uma prática significativa e emancipatória. Por fim, no quarto eixo busco
discorrer sobre as concepções pedagógicas e orientações a ser seguidas ou não pelos educadores, a fim de
contribuir na construção de uma postura profissional comprometida. A partir desta perspectiva utilizo como
principais referencias biográficas: BARBOSA (2004); BOUCHERVILLE (2013); FREIRE (1957), por
apresentarem a EJA como um espaço de construção de saberes. A presente pesquisa bibliográfica visa,
sobretudo, repensar essa modalidade de Ensino e suas metodologias como forma de impulsionar o homem a ser
mais.
Introdução
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Acadêmica de Pedagogia Cursando 9° semestre, bolsista do Programa de Incentivos e Bolsas de Iniciação à
Docência-PIBID.
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Professora e Mestre. Coordenadora do Curso de Extenção da Educação de Jovens e Adultos a distancia -
Universidades Federal de Roraima.
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aplicadas nessa modalidade de ensino podem ser um fio condutor para a permanência do
discente no contexto educacional. Diante disso, optei por discorrer de forma geral esse tema,
haja vista, que esse tem sido um tema que preocupa educadores que buscam caminhos
diferenciados para uma educação de qualidade.
Existe no contexto atual, uma definição com relação à Educação de Jovens e Adultos
(EJA) na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, porém, é importante conhecermos o percurso
existente nesta trajetória que foi ocorrendo paulatinamente através de lutas, perdas, injustiças,
conquistas, enfim entre avanços e recuos essa história foi acontecendo.
intenção, estes (jesuítas e franciscanos) foram expulsos do país e com isso a regressão tomou
lugar no sistema educativo. Percebe-se neste momento que desde o início a EJA traz consigo
árduas lutas e uma limitação constante.
Segundo Paiva (1973), no século XIX, em 1808 houve a vinda da família real
portuguesa para o Brasil e com isso foram criadas escolas superiores. É importante deixar
claro que este ensino era destinado apenas para a elite, sendo assim, o analfabetismo não era a
meta, ainda estava por baixo de dominações.
Di Pierro e Haddad (2000) afirmam que apesar das lutas e esforços, a educação de
adultos foi estabelecida realmente em 1940, apesar de se presentar anteriormente a isso como
intenção e em discussões de movimentos. Estes momentos são importantes nesta trajetória
pois como se vê, o reconhecimento desta modalidade ganha um espaço mesmo que
paulatinamente. Um dos marcos que surge logo em seguida que também traz fortes
influencias ao desenvolvimento desta modalidade é a pedagogia de Paulo Freire que nos anos
60 influencia em muitas experiências positiva como a criação do programa Movimento de
Educação de base (MEB) que buscava uma educação crítica voltada para o social, entre outras
conquistas.
De 1959 até 1964 passam a existir novas experiências e movimentos, assim como o
Movimento Cultural Popular (MPC), no qual se dava a proposta de atendimento educacional
para as crianças e para os adultos voltada para a população carente, a campanha Pé no Chão
entre outros movimentos. Desse modo, as massas populares passaram a ter espaço. Todavia,
como se pode perceber, esta história foi acontecendo entre avanços e recuos. Com base em Di
Pierro e Haddad (2000) quando foi no ano de 1964 veio uma nova ordem, um golpe de
interesse político, era intenso e essa força ganhou lugar, sendo favorecida e assim reprimindo
os movimentos realizados em prol da alfabetização de adultos. Como é apresentado no
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decorrer da história, as limitações estavam presentes e as lutas políticas eram constantes neste
processo.
Ainda em 1970 foi criado o Ensino Supletivo para atender aos jovens e adultos em
questão. Passam-se os tempos e em 1980 muitas escolas nortunas ressurgem no sentindo de,
neste momento, entenderem que a educação levava ao progresso do país.
A EJA caminha devagar em busca de seus reais objetivos que vão além de meros
conhecimentos vagos e mecânicos que tiram dos cidadãos o direito de serem críticos e de
serem por fim cidadãos pensantes e atuantes que fazem parte da sociedade. Entende-se que a
função da EJA significa, então, não só a restauração de seu direito que foi negado, mas
também o reconhecimento da igualdade dentro de uma diversidade e essa busca é constante,
com esse foco para que se mude o olhar limitado para com essa classe de pessoas com pouca
alfabetização ou nenhuma.
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Uma constante busca se segue com organizações sociais e os grupos que realmente se
importam com os constantes movimentos em prol do objetivo de transformar a educação de
jovens e adultos em uma educação significativa e efetiva. Esses grupos concluem que além de
buscar educação estão ao mesmo tempo exercendo sua cidadania, que é negada, e estas ações
demonstram que numa sociedade busca-se mudanças através de questionamentos e críticas.
Só assim é possível mudar esse quadro desagradável.
O tema educação de jovens e adultos preocupa muitos educadores, pois esta parcela de
população tem sido excluída de seu direito de ser sujeito ativo na sociedade justamente por
falta da oportunidade que lhes tem sido tirada por algum motivo justificável e que deveria ser
considerado. Geralmente os jovens e adultos de hoje que tem a ausência da leitura e da escrita
não tiveram opção de seguir a vida senão por meio do trabalho e, portanto, se dedicam
totalmente ao trabalho, sem sobrar tempo para estudos.
Segundo Oliveira (2013), desde o início pode-se notar as lutas e rompimentos com
relação à educação de jovens e adultos. Observa-se como ponto de partida o período colonial
que tem como descrição, a educação ministrada por religiosos, que educavam e catequizavam
os indígenas e escravos. Em seguida vieram como professores os colonizadores, mas nada
disso era significativo, pois a prioridade era dada à elite que excluía todas as outras classes e
como consequência, os adultos analfabetos não votavam por serem iletrados. Em 1940 a
educação de jovens e adultos foi percebida como um problema de política nacional. Neste
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período, o Brasil recebia alerta, por exemplo, da UNESCO que os fazia lembrar de que a
baixa escolaridade de jovens e adultos causava desigualdades sociais.
Diz Oliveira (2013) que a educação de jovens e adultos passou a ser reconhecida como
um poderoso instrumento de ação política entre 1959 e 1964 com os vários movimentos
realizados em prol deste ensino que contaram com a colaboração de Paulo Freire, um dos
maiores defensores desta causa. Um desses movimentos teve como fruto o MOBRAL-
Movimento Brasileiro de Alfabetização; outro reconhecimento foi a implantação do Ensino
Supletivo em 1971 e a lei 5.692 que reformulou as diretrizes de primeiro e segundo grau.
Entre estas lutas, mais um degrau é avançado na década de 1990 na educação de jovens e
adultos com a reativação no sentido cultural, jurídico e político. É importante então que a
educação de jovens e adultos e seus defensores continuem a luta pelos seus objetivos para que
essa modalidade se transforme em uma educação de qualidade superando todas as lutas e
barreiras ocorridas no decorrer de sua história com metodologias e prática significativas e
efetivas.
também o fato de que algumas pessoas que não ouviam e por isso não tinham acesso às aulas.
Havia também uma distância maior entre professor e aluno, pois as aulas presenciais eram
destinadas apenas para aqueles que fossem tirar as dúvidas.
Em 1975 foi criado o primeiro Centro de Estudos Supletivo, no qual o aluno cursava
duas séries em um ano e se ficasse reprovado, tinha que começar novamente desde o inicio.
Foram criados vários centros de educação por motivo de crescimento populacional como o:
CES – Pricumã, para Centro de Educação de Jovens e Adultos José Wickert, o CES- São
Francisco, para Núcleo de Educação de Jovens e Adultos Professora Maria da Glória Leal dos
Santos, CES – Mucajaí para Núcleo de Educação de Jovens e Adultos Mucajaí; CES-
Caracaraí, para Núcleo de educação de Jovens e Adultos de Caracaraí. Esses centros foram
criados exclusivamente para atender os jovens e adultos pouco escolarizados, ou não
escolarizados.
Em 1997, com o Decreto 1.511 – E, esta proposta se estende aos Núcleos de EJA do
Estado, assegurando um atendimento em sala de aula; atendimento individualizado;
recuperação paralela; avaliação elaborada em consonância com a nova proposta;
autonomia para elaboração de planos de curso com conteúdos essenciais; equipe de
professores para atender o aluno jovem e adulto; oferta de Exames de Equivalência
para o 1º segmento da EJA.
Com essa afirmação é possível perceber que houve um avanço, mesmo que de forma
vagarosa, porém o Estado teve um avanço, em comparação ao que se tinha do decorrer da
história do EJA local. Logo mais, através do Decreto 4.300 os Núcleos de EJA passam a ser
Centro e cada um agora terá sua autonomia.
Diz o referido autor (Oliveira 2013) que em 2003 os Centros de Educação de Jovens e
Adultos são extintos, o que demonstra a falta de compromisso para com essa modalidade,
porém, com o Decreto Estadual nº 5.580, 2004 é reestabelecido o Centro de Educação de
Jovens e Adultos Professor José Wickert. Atualmente existem 24 escolas da capital que
ofertam a EJA entre outras unidades da seguinte forma: 2 unidades prisionais (Penitenciária
Agrícola de Monte cristo e centro socioeducativo) 27 escolas do interior, 21 escolas indígenas
que ofertam a EJA e existe também intenção de implantação na Penitenciária de São Luíz do
Anauá. Outro dado importante a esse respeito é que existem três comunidades indígenas, onde
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são atendidos 29 alunos. Portanto, com base nesses dados, é entende-se que há necessidade se
ampliar esse número de atendimento no município, este entendimento ocorre na rede estadual
e municipal.
O grupo de pessoas que são parte da formação da EJA é olhado de várias formas. Do
ponto de Vista sócio-econômico a EJA é constituída homogeneamente. O que é negativo, pois
desta forma este grupo é excluído da sociedade com um preconceito disfarçado de boa
intenção. Já do ponto de vista sociocultural esses jovens e adultos são caracterizados como
parte um grupo heterogêneo, o que significa que precisa ser considerada a história de vida
dessas pessoas. E por fim outro ponto de vista é dado pela Psicologia que até certo tempo,
entendeu através de estudos que para o adulto não havia mudanças, porém, nos anos 70, é
constatado que o adulto possui capacidade de ser mudado e consequentemente de que este
tem possibilidade de aprender como nas outras fases.
Conforme Santos (2013) e Oliveira (2013) a EJA continua suas buscas e seus
objetivos com relação ao aluno: compreender a cidadania como participação social e política;
conhecer as características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e
culturais; posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva na diferentes situações
sociais; desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em
suas capacidades afetiva, cognitiva, ética, estética; conhecer e valorizar a pluralidade do
patrimônio sociocultural de outros povos e nações; perceber-se integrante, dependente e
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A educação de jovens e adultos por fim, tem a função de atender essas pessoas e pode
ser classificada como reparadora (no âmbito de seus direitos civis), equalizadora (relacionada
à igualdade de oportunidades) e por fim qualificadora (que se refere à educação permanente)
como é apresentado por (Oliveira 2013).
Um dos maiores empecilhos para com a educação da EJA ocorre na realidade da sala
de aula. Muitas vezes a oportunidade de se expressar e se fazer sujeito ativo e autônomo é
tirada deste adulto, ou jovem que já tem sua trajetória marcada por uma negação feita no
passado e que até aos dias de hoje se estendem mesmo que mais discretamente. As
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consequências que os padrões escolares têm trazido não são poucas e, portanto, este é um dos
motivos de fracasso escolar. Atualmente o modelo civilizatório tem buscado estratégias de
manter suas limitações e imposições dentro escola que é um espaço onde vivem pessoas e,
portanto gerando uma correlação, (BOUCHERVILLE, 2013).
O que é negativo e que devemos refletir a respeito deste ponto é que quando o sistema
impõe seu modelo e tira o lugar que poderia ser conquistado pelo aluno na escola e quando
este espaço se torna privado, a dificuldade de se buscar este conhecimento acaba com a auto-
estima desses alunos que passam a internalizar a informação de que são incapazes e se
percebem fracassados. Como consequência, a violência passa a ganhar lugar em suas vidas e
o planeta inteiro é prejudicado. Quando esse sistema que estabelece normas e controles passa
a atuar na vida destes jovens e adultos que os tratam como homogêneos, na verdade, eles
parecem não enxergar, porém é intencional e eles estão ao mesmo tempo demonstrando que
essas regras de comportamento mascaram as diferenças.
Como diz Boucherville (2013) dentro da EJA existe uma pluralidade de saberes e o
espaço de saber dado ao indivíduo que os torna distintos no âmbito de culturas, e cada cultura
é a representação de uma realidade, cada indivíduo possui uma experiência de vida e essas
experiências são cruzadas na sala de aula. Somente com a reeducação de nosso olhar a
respeito desta diversidade que podemos então refletir sobre nossas práticas pedagógicas e
sobre o sistema de ensino para que esta nova oportunidade seja alcançada de forma
diferenciada e significativa na vida de cada pessoa que faz parte e necessita desse significado
em seu aprendizado.
excluídas se tornem inclusas de fato no currículo que ainda oculta grade parte da diversidade
de maneira indireta. A teoria e a prática devem andar juntas de forma a contribuir para que o
aluno passe a aceitar a si mesmo. Por que não buscar ensinar através do que tem acontecido
na vida desses alunos fora da sala de aula e lhes mostrar sua importância na vida social e em
sua vida subjetiva? O caminho pode ser facilitado sim, desde que o educador se faça
comprometido com suas responsabilidades contribuindo para práticas libertadoras.
Segundo Gomes (2013) o professor quando reflete sobre suas práticas e busca meios
diferenciados para aplicar na sala de aula e se questiona constantemente quanto à
aprendizagem de seus alunos, está desta forma aperfeiçoando suas práticas pedagógicas que
devem ser reavaliadas a partir da ação – reflexão - ação. A experiência do professor para
educar os jovens e adultos também é de grande aproveitamento em sua prática, o que
facilitará para o mesmo em sua prática. O educador que busca uma educação de qualidade
possui muitas ferramentas ao seu redor que podem ser aproveitadas, uma delas é desafiar o
aluno, a outra entre elas, é possibilitar que o aluno construa seus conhecimentos. Isso poderá
também desenvolver sua autonomia. Outro instrumento importante que o professor tem em
mãos é considerar o ponto de vista de seus alunos a ainda, aproximá-lo de sua realidade e da
diversidade de representações de realidades na qual é característica de uma sala de aula.
Contudo, o mais importante é que o professor incentive seus alunos para que se sintam
motivados através de práticas facilitadoras, pois o professor compromissado pode transformar
realidades e transformar a si mesmo através de sua prática pedagógica.
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Nesse sentido, a escola, por ser mediadora desse processo entre ela e o cotidiano do
jovem e do adulto, deve buscar meios e metodologias que alcancem a realidade do aluno e a
traga para dentro da sala de aula.
Gomes (2013) explica que que o fato relevante com relação à metodologia de EJA é
que assim como na educação infantil, a EJA sempre irá funcionar mais facilmente quando
houver atividades diferenciadas e atrativas que incentivem o aluno, portanto, o método do
professor será de extrema importância para que o aluno dê continuidade a seu caminho em
busca do conhecimento.
Nos dias atuais, ainda é possível observar a evidência de uma conservação ao método
tradicional no ensino de matemática, por exemplo, que ainda impõe padrões limitadores ao
aluno e torna o conhecimento deste aluno limitado a conteúdos de um livro didático, pouco
produtivo. O aluno da EJA especificamente é considerado, de uma forma genérica, como
pessoa que aprende menos que as outras, dessa forma seu acesso aos conhecimentos gerais se
tornam dificultados e não muito acessíveis. O que se percebe dessa forma é que a prática
escolar é insuficiente para que o aluno aprenda efetivamente, através de um aprendizado de
qualidade. O papel do professor, então, é de considerar o que o aluno traz consigo de suas
experiências de vida e dar forma, sistematizando esse conhecimento, que certamente irá abrir
caminhos de facilidade para o aluno da EJA desenvolver o domínio universal das diversas
linguagens, inclusiva a linguagem matemática. Nesse sentido, deve ser utilizado na EJA o
método que relaciona o social e o escolar tornando-os conhecimento de mundo.
Essa padronizadora pode ser chamada de elite e é na maioria das vezes a privilegiada,
o que leva dessa forma as outras classes serem submissas, estando sob dominação. Deve-se,
enquanto educador e enquanto sujeito social questionar o espaço que é dado dentro desse
currículo; exigir o direito da existência em que se dá oportunidade para que esses jovens e
adultos atuem enquanto sujeitos ativos, pois o currículo, diz diretamente, como ele classifica e
identifica as pessoas dentro da escola, que é espaço onde deveria haver direitos iguais de
oportunidade.
Sendo assim, a prática, é um dos principais meios pelo qual pode-se desenvolver o
que foi construído no currículo, o foco para a educação de jovens e adultos é uma educação
autônoma que dá vez a um aluno que teve sua oportunidade de aprender tirada e, na sala de
aula, no tratamento escolar, deve-se reeducar o olhar para com essas práticas no sentido de
mudar essa realidade.
4. Concepções Pedagógicas.
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O olhar do educador também neste processo deve estar voltado para si mesmo com
críticas positivas e com questionamentos a respeitos de suas práticas. A reflexão é essencial
na prática do professor. O erro em busca de acerto é necessário para aperfeiçoamento da
prática e da principal busca que é educar efetivamente, pois estes são procedimentos didáticos
e estratégias que o professor precisa buscar constantemente.
O foco deste processo de ensino aprendizagem deve estar voltado com intenção de tornar
aquele jovem ou adulto, um cidadão que faz parte de uma sociedade, e que este tenha posição,
direitos, em busca de mudanças e transformações como afirma Catão (1995 p 67) “[...] é
preciso ter coragem de refletir sobre o paradigma ético que preside o trabalho pedagógico do
dia-a-dia, a fim de ajustá-lo, por um lado, ao senso moral dos educandos, por outro, ao perfil
de humanidade que se busca para as pessoas e para a sociedade [...]”. É neste sentido que o
professor deve ter uma tomada de consciência! No sentido de refletir sobre a metodologia e
paradigma adotado pelo mesmo e sua intencionalidade.
na escola e esta é uma realidade que preocupa muitos educadores que lutam em prol da
educação de jovens e adultos principalmente, pois estas pessoas, como se sabe, tiveram
muitas experiências de vida e têm uma trajetória que vieram desenvolvendo desde seu ponto
de partida vital. É preocupante perceber que estas práticas estão presentes na sala de aula e
como consequência deste paradigma, o aluno acaba por internalizar que chegou a escola sem
nada a oferecer, pois é descartada a opinião do aluno, o ponto de vista, a posição, enfim, a voz
e muitas vezes outros resultados negativos são apresentados pelo aluno como as
consequências de medo, incapacidade, inferioridade, trauma, evasão escolar entre muitos
outros.
Como base na afirmação acima, percebe-se que a cidadania, a vez e a voz são
claramente desconsideradas e negadas quando se fala com relação à postura behaviorista que
não dá espaço para que o aluno relacione o aprendizado sistematizado com o meio em que
está inserido, sendo assim o aluno tem tudo muito limitado e controlado em seu processo de
aprendizagem, sem muita oportunidade e às vezes nenhuma liberdade de expressão; o
autoritarismo reina e o aluno se torna um mero receptor de ordens e é obrigado a seguir
normas e um modelo imposto. Afinal, é possível perceber que esta limitação tem maior intuito
de treinar, condicionar, de controlar as pessoas de forma a ficarem sob dependência sem
nenhuma autonomia ao invés de considerar que é importante que o aluno aprenda se
relacionando.
Como afirma Moreira (2009) o fator isolado que mais influencia a aprendizagem é
aquilo que o aluno já sabe (cabe ao professor identificar isso e ensinar de acordo). Novas
ideias e informações podem ser aprendidas e retidas, na medida em que conceitos relevantes e
inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e
funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem às novas ideias e conceitos.
conhece. O homem jamais se separa dos seus atos. Ele os vive, e nessa vivência a classe
dominante tenta conduzir as classes subalternas, educando-as mediante a incorporação da
ideologia dominante sob a forma de senso comum.
Com essa afirmação do autor pode-se perceber que a relação é um fator principal nesta
linha de pensamento, pois seja na interação com o homem ou com a sociedade, o educando
desenvolverá aprendizados significativos e o professor será mediador do conhecimento
adquirido e a estruturação do mesmo por meio da construção do aluno.
integração entre as pessoas, pois, através dos conhecimentos assimilados, através de trocas
significativas, é possível então contribuir com os conhecimentos externos, ou seja, os
conhecimentos do mundo. Esta, portanto, é uma das concepções existentes na educação.
Considerações finais
Em Roraima, esta luta tem sido constante, houve conquistas assim como recuos. Como
base nas conquistas alcançadas, é possível ver que existem sim meios de mudanças; que
sempre existe solução.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Marcia S. S.. O papel da escola: obstáculos e desafios para uma educação
transformadora. Dissertaçäo de mestrado – UFRGS, 2004.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6668/000488093.pdf Acesso em: 02/10/12
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/677-4.pdf
2001.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. 2ª Ed. São Paulo, Martins Fontes, 2000.