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Físico Química Experimental

Curso de Licenciatura em Química


Profa Alessandra Smaniotto

Aula 6: Equilíbrio Químico

1. OBJETIVO GERAL: Identificar o deslocamento de equilíbrio químico. Escrever equações químicas que
representam equilíbrios e a expressão das constantes de equilíbrio. Aplicar o princípio de Le Chatelier.
Verificar a influência da temperatura e concentração no deslocamento de equilíbrio.

2. REAGENTES E MATERIAIS:

Tubos de ensaio, suporte para tubos de ensaio, pipetas pauster, banho-maria, ácido clorídrico
concentrado, ácido sulfúrico concentrado, KCl 0,1 mol/L, CoCl2 0,25 mol/L, AgNO3 0,1 mol/L, K2Cr2O7 0,1
mol/L, K2CrO4 0,1 mol/L, HCl 0,1 mol/L e NaOH 0,1 mol/L.

3. INTRODUÇÃO:

As reações estudadas em química não resultam de uma conversão completa de reagentes em produtos,
pois todas elas tendem a alcançar um equilíbrio, mesmo que isto nem sempre seja evidente. No estado
de equilíbrio, a razão entre a concentração de reagentes e produtos é constante. O que significa dizer
que a velocidade da reação direta, é igual à velocidade da reação inversa, e por isso, não observam-se
mais modificações macroscópicas do sistema em estudo. Diz-se que o equilíbrio químico é dinâmico, pois
as reações direta e inversa, continuam ocorrendo, com velocidades iguais, porém opostas.
As concentrações das substâncias em equilíbrio, numa determinada temperatura, apresentam
uma relação definida que é expressa pela equação genérica da constante de equilíbrio químico, K.

aA(aq) + bB(aq) ↔ cC(aq) + dD(aq)

K = [C]c [D]d / [A]a [B]b

A relação da concentração no equilíbrio químico, ou seja, a posição do equilíbrio é independente


da forma como este equilíbrio foi alcançado. Entretanto, esta posição é alterada pela aplicação de forças
externas, que podem ser mudanças de temperatura, de pressão (se houver reagentes ou produtos
gasosos) de volume ou na concentração total de um reagente ou produto.
O Princípio de Le Chatelier estabelece que a posição do equilíbrio sempre mudará na direção que
contrabalanceie ou minimize a ação de uma força externa aplicada ao sistema. Isto significa que se houver
aumento da temperatura de um sistema reacional, provoca-se a reação química que contribui para resfriar
o sistema (consumindo energia térmica). Ou ainda, se houver o aumento proposital de um dado reagente
ou produto, o equilíbrio favorecerá a reação de consumo desta substância em excesso até que seja
retomado um novo estado de equilíbrio. Entretanto, ressalta-se que o excesso de reagente ou produto
adicionado ao sistema, nunca é completamente consumido, para que a constante de equilíbrio (K)
permaneça constante, desde que a temperatura não mude. Da mesma forma, quando um componente é
removido do sistema em equilíbrio, ocorrerá um deslocamento para repor este componente, sendo que
esta reposição nunca é total para que K permaneça constante.

4. PROCEDIMENTO E RESULTADOS

4.1 Equilíbrio dos íons complexos hexaaquocobalto (II) e tetraclorocobalto (II)

Em solução aquosa, o cloreto de cobalto (II) apresenta-se como um complexo de coloração


rosa/avermelhada, onde as moléculas de água atuam como ligante [Co(H2O)6]2+. O íon complexo [CoCl4]2-
apresenta coloração azul intensa.

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Os íons complexos apresentam cores contrastantes, logo, a intensidade das cores rosa e azul em
solução são proporcionais à concentração molar das espécies. Então, quando o sistema for submetido a
uma ação externa, será observado o deslocamento deste equilíbrio.

Etapa 1. Avaliação do efeito da temperatura no equilíbrio

1) Preparar 8 tubos de ensaio limpos e numerados e colocar em todos eles 10 gotas da solução
aquosa de cloreto de cobalto 0,25 mol/L.
2) Adicionar HCl concentrado à solução até obter uma cor violeta. (UTILIZAR A CAPELA!!)
OBSERVAÇÃO: O TUBO 1 SERÁ USADO COMO PADRÃO DE COR E, POR ISSO, NADA MAIS
SERÁ ADICIONADO A ELE.
3) Aquecer em banho-maria a porção do TUBO 2.
4) Colocar a porção do TUBO 3 em um banho de gelo (béquer com gelo).
5) Inverter os procedimentos acima, isto é, resfriar o TUBO 2 e aquecer o TUBO 3.
6) Comparar as cores das soluções aquecida e resfriada com o padrão de comparação, isto é, com
o TUBO 1.

Discussão: Escrever a equação que representa o equilíbrio químico e a constante de equilíbrio. Interpretar
os resultados em termos de deslocamento de equilíbrio, comentando sobre as alterações que
aconteceram com as concentrações de cada espécie envolvida no equilíbrio durante o aquecimento e o
resfriamento. Discutir o que ocorre com a Keq com o aquecimento/resfriamento e identificar as reações
endo e exotérmicas no equilíbrio.

Etapa 2. Avaliação do efeito das concentrações no equilíbrio

Agite cuidadosamente com um bastão de vidro, após adicionar gota a gota:


1) TUBO 4: 5 gotas da solução de KCl 0,1 mol/L.
2) TUBO 5: 5 gotas da solução de KCl 0,1 mol/L e, posteriormente, 5 gotas de H2SO4 concentrado.
3) TUBO 6: 5 gotas de HCl concentrado.
4) TUBO 7: 2 gotas da solução de AgNO3 0,1 mol/L.
5) TUBO 8: 10 gotas de água destilada.

Discussão: Compare as cores das soluções dos TUBOS 4 a 8 com o padrão (TUBO 1) e interprete os
resultados em termos de deslocamento de equilíbrio. Registre o que aconteceu com a concentração
(diminuição ou aumento) de cada espécie envolvida no equilíbrio e discuta o que ocorre com a Keq.

4.2 Equilíbrio dos íons Cr2O72- e CrO42-

1) Em 2 tubos de ensaio limpos, colocar 10 gotas de K2Cr2O7 e K2CrO4, uma solução em cada tubo.
2) Acrescentar, gota a gota, NaOH 0,1 mol/L em cada um dos tubos até a mudança de cor em um
deles e anote as cores das soluções no início e após a adição de base. Reserve-as.
3) Repetir o procedimento dos itens 1 e 2, usando HCl 0,1 mol/L no lugar da base. Anotar as cores
e reservar os tubos.
4) Adicionar HCl 0,1 mol/L ao tubo que mudou de cor na etapa 2, até a mudança de cor.
5) Adicionar NaOH 0,1 mol/L ao tubo que mudou de cor na etapa 3, até a mudança de cor.

Discussão: Escrever a equação que representa o equilíbrio químico e a constante de equilíbrio. Interpretar
os resultados em termos de deslocamento de equilíbrio, comentando sobre as alterações que
aconteceram com as concentrações dos íons Cr2O72- e CrO42-.

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5. REFERÊNCIAS

1. SPOGANIZ, B., DEBACHER, N. A., STADLER, E. Experiências de química geral. Ed. Livros e
Livros, Florianópolis, 2010.
2. ATKINS, P.W., PAULA, J. Físico-química, Volume 1, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
2012.

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