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Aline Paiva
Ariana Lee
Mariana Kowalski
Oranian da Silva
Universidade de São Paulo - USP
Dezembro/2011
Chilling e Freesing - Injúrias
causadas por baixas
temperaturas em frutas
tropicais
O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos
processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de
pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a
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Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Dossiê Técnico PAIVA, Aline
LEE, Ariana
KOWALSKI, Mariana
SILVA, Oranian da
Chilling e Freesing - Injúrias causadas por baixas temperaturas
em frutas tropicais
Universidade de São Paulo - USP
14/12/2011
Resumo Informações sobre injúrias causadas por baixas
temperaturas,resfriamento (chilling) econgelamento (freesing) em
frutas tropicais (manga, banana, mamão) e formas de evitar
esses processos.
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3
5 CHILLING E FREEZING..................................................................................................... 7
5.1 Efeitos do chilling na banana........................................................................................ 8
5.2 Efeitos do chilling no mamão ....................................................................................... 9
5.3 Efeitos do chilling na manga....................................................................................... 11
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................................... 17
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 17
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um grande exportador de frutas tropicais. A banana, o mamão e a manga são
frutos climatéricos, ou seja, amadurecem mesmo após sua colheita, liberando altas taxas de
gás etileno. Por serem frutas sazonais, é necessário desenvolver e compreender os
processos que prolonguem o seu tempo de armazenamento (VIEIRA, et al., 2010).
Molinari (2007) afirma que, as condições do ambiente e as boas práticas de cultivo a que
estiveram expostas as frutas é que vão determinar suas características pós-colheita como a
aparência, qualidade nutricional e sensorial. Esses atributos não poderão ser melhorados
após a colheita, mas sim preservados, desde que sejam empregadas técnicas de
conservação adequadas.
De acordo com Ryall e Pentzer (1974 apud MOLINARI, 2007) “a temperatura exerce um
efeito direto na velocidade das reações que se processam a nível celular no fruto”.
O desenvolvimento dos sintomas da injúria pelo frio é mais severo em produtos sensíveis ao
abaixamento de temperatura. “A sua manifestação está relacionada com o tempo e a
temperatura de exposição dos frutos.” (COUEY, 1982 apud ALMEIDA et al., 2005, p. 17).
Segundo Couey (1982 apud ALMEIDA et al., 2005) a injúria pelo frio é uma desordem
fisiológica observada nos tecidos das plantas, principalmente naquelas de origem tropical e
subtropical. É resultante da exposição dos tecidos a temperaturas de refrigeração (chilling)
abaixo da critica, causando danos fisiológicos aos frutos. A temperatura crítica em que os
sintomas ocorrem varia de acordo com os cultivares.
De acordo com Chen e Paull (1986 apud ALMEIDA et al., 2005, p. 17) “os frutos em
estágios de maturação mais avançados são mais resistentes ao aparecimento deste
distúrbio”.
A injúria pode afetar a parte estrutural dos frutos, como, por exemplo, os cloroplastos e a
mitocôndria. Estas organelas podem sofrer desorganização, dilatação dos tilacóides,
formação de pequenas vesículas no cloroplasto e acúmulo de gotículas de lipídios no
cloroplasto. As primeiras manifestações da injúria ao frio são o aumento de tamanho do
cloroplasto e a desordem causada nos tilacóides. Prolongados períodos sob temperaturas
que causam a injúria, levam ao acúmulo de gotículas de lipídios e ao escurecimento no
estroma, além da desintegração da membrana que envolve o cloroplasto. Pode também
ocorrer mistura do conteúdo do estroma com o citoplasma e diminuição do conteúdo de
amido (JAGELS, 1970 apud ALMEIDA et al., 2005).
Para a produção farta da banana, a plantação deve ser feita em climas quentes e úmidos. ,
a temperatura média anual deve ser igual ou maior que 20°C e a pluviosidade deve ser bem
distribuída ao longo do ano, superior a 1500 milímetros. Quanto ao solo, a bananeira é uma
planta bem exigente. Para o bananal, o solo ideal deve ser profundo, permeável, argilo-
sílico-humoso e fértil (GOMES, 1972).
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O mamão é uma baga carnosa, esférica ou alongada, com casca lisa, fina e resistente,
quando o fruto ainda não está maduro a cor da casca é verde-escura, quando o fruto
amadurece ocorre mudança na coloração da casca e fica amarelada ou alaranjada. O
mamão possui polpa amarelada ou avermelhada, suculenta, perfumada, quase sempre
doce, contém sementes na superfície interna, preenchendo a maior parte da cavidade
central. As sementes são ásperas, pretas, e envolvidas por um arilo mucilaginoso e picante.
O mamão de qualidade inferior tem a polpa dura, aguada ou amarga (GOMES, 1972).
Seu consumo é indicado para pessoas de estômagos fracos, dispépticas, para os doentes e
convalescentes, pois é rico em vitaminas A, B, D e principalmente C, e de acordo com
Thampson, a composição química da polpa do mamão maduro contém 89,4% de água;
10,6% sólidos totais, 1% sólidos insolúveis, 0,3% de proteínas e 8% de açúcar invertido
(GOMES, 1972).
O desenvolvimento dos mamoeiros é melhor em climas quentes e úmidos, por isso no Brasil
a produção de melhor qualidade encontra-se no Nordeste As noites frias podem prejudicar a
qualidade da fruta, geadas leves queimam as folhas dos mamoeiros e geadas fortes podem
matar a planta (GOMES, 1972).
De acordo com Balbino e Costa (2003 apud MOLINARI, 2007, p. 1) “os mamões do grupo
Solo são os preferidos pelo mercado importador devido ao tamanho (peso entre 350 e 550
g), firmeza dos frutos, casca lisa sem manchas externas e, principalmente, as características
sensoriais e nutricionais”.
A manga madura possui 78,4% de água; 0,4% de cinzas; 0,75% de terpina; 2% de glicose;
6,4% de fécula; 6,6% de celulose; 2,6% de ácidos málico e tarárico; 2,75% de pentaglicose
(GOMES, 1972).
As variedades mais comuns no Brasil são a Rosa, a Palmer, a Espada e a Tommy Atikins
(FONSECA, 2009).
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No Brasil, o clima quente do nordeste produz mangas excelentes, grandes, coloridas, sadias
e com uma polpa saborosíssima. O Sudeste e o Centro-Oeste também possuem clima
favorável ao desenvolvimento das mangueiras desde que estas não fiquem sujeitas às
temperaturas próximas de 0°C. O solo não é um fator determinante para o crescimento da
mangueira desde que não seja encharcado, alcalino, rochoso, extremamente raso ou
demasiado pobre, desde que as outras condições sejam favoráveis (GOMES, 1972).
5 CHILLING E FREEZING
O chilling e o freezing são processos que causam injúrias nos frutos de maneira geral devido
ao resfriamento e ao congelamento respectivamente. A principal causa do chillinginjury são
os danos provocados nas membranas celulares que induzem uma cascata de reações
secundárias, incluindo a produção de etileno, aumento da respiração, redução da
fotossíntese, alteração da produção de energia, acumulação de compostos tóxicos (como
etanol e acetaldeído), e alteração da estrutura celular. Como as estruturas vegetais diferem
na susceptibilidade aos danos e na capacidade de reparar essas membranas, os sintomas
podem variar entre os frutos (SKOG, 1998).
Pode ser difícil detectar e diagnosticar o chilling, pois os produtos poderão parecer
apropriados quando removidos da câmara, mas os sintomas aparecerão quando o fruto ficar
exposto à temperatura ambiente, podendo aparecer imediatamente ou demorar vários dias,
podendo mesmo não ser visível externamente (SKOG, 1998).
As frutas tropicais estudadas são sensíveis à injúria causada pelo frio, por isso, cada fruta
deve ser armazenada em uma temperatura mínima de segurança (°C)(CHITARRA; ALVES,
2001).
Constitui uma fruta altamente perecível, devido também aos procedimentos inadequados
aplicados à colheita, assim como ao transporte e armazenamento, comprometendo a sua
qualidade. Por isso, deve ser tomado um especial cuidado com a conservação das bananas,
além de serem muito sensíveis aos efeitos da temperatura (MANOEL, 2008).
A temperatura exerce influência direta sobre a taxa de respiração, no qual é responsável por
gerar energia necessária para os processos metabólicos do amadurecimento (MANOEL,
2008). Segundo Vivianie Leal (2007), observa-se a redução de 2 a 4 vezes nessa taxa, a
cada decréscimo de 10ºC na temperatura. Assim, o controle da temperatura na pós-colheita
é essencial para diminuir a deterioração fisiológica (VIVIANI, LEAL, 2007).
Segundo Gomes (2007)e Marcolanet al. (2007) as temperaturas de 15°C e 35°C são os
limites extremos para a exploração racional da banana, e abaixo de 15°C a atividade
fisiológica da planta é paralisada, podendo ocorrer um distúrbio fisiológico denominado
chilling ou friagem (GOMES, 2007; MARCOLAN et al., 2007;).
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DOSSIÊ TÉCNICO
De acordo com Wills (1990 apud MANOEL, 2008) e Morrelliet al. (2003 apud MANOEL,
2008), a temperatura limite para a ocorrência de chillingem diferentes cultivares de banana
varia, normalmente, de 10 a 14°C, com exceção para bananas da Terra armazenadas a 7°C
por 7 dias, sem manifestação de sintomas visíveis da desordem fisiológica.
O chilling pode ocorrer no campo quando a temperatura atinge 18°C por várias horas e os
sinais de descoloração, normalmente, só aparecem após 48h de exposição a baixas
temperaturas (BORGES et al., 2000). Pode ocorrer também nas regiões subtropicais onde a
temperatura mínima noturna atinge a faixa de 4,5°C a 10°C. Sendo mais comum nos
pomares, podendo também ocorrer durante o transporte dos cachos, na câmara de
climatização ou logo após a banana tornar-se amarela (BORGES et al., 2004).
O vento é outro fator que influencia no cultivo da banana, podendo causar desde pequenos
danos até a destruição da plantação, sendo os prejuízos proporcionais à sua intensidade
(BORGES et al., 2004;MANOEL, 2008). Segundo Moreira (1987 apud BORGES et al.,
2004;MANOEL, 2008) ventos frios podem provocar chilling.
Como a banana é considerada um fruto muito sensível ao frio deve ser armazenada sob
temperatura acima da mínima de segurança, para não desencadear a desordem fisiológica
(MARTINS et al., 2007). Os danos só vão aparecer quando o produto volta a uma
temperatura mais alta e as principais características são alterações sensoriais irreversíveis,
como escurecimento, pequenas depressões na casca, maturação anormal e maior
exposição a microrganismos (OETTERER; ARCE; SPOTO; 2006).
Nguyenet al. (2003 apud MANOEL, 2008) observaram sinais profundos de danos causados
pelo frio em bananas de dois cultivares armazenadas a 6°C e 85% UR. Os frutos
apresentaram começo de descoloração da casca a partir do 3º dia, sendo que no 9º dia a
casca estava totalmente escura, e após a transferência dos frutos para a temperatura
ambiente esses apresentaram amadurecimento anormal. Os mesmos frutos armazenados a
10°C não apresentaram danos no tecido até o 6º dia de armazenamento, com leves sinais
no 12º dia, que se intensificaram lentamente.
Segundo Molinari (2007, p. 5) “como muitas frutas, o mamão está sujeito a uma variedade
de alterações físicas e químicas após a colheita, como modificações da textura, aroma,
sabor e cor”.
Molinari (2007, p. 5) afirma que, “o aumento no teor de açúcares redutores é outra mudança
marcante na composição química”.
De acordo com Lazanet al. (1995 apud MOLINARI, 2007), a rápida perda da firmeza em
mamão durante o amadurecimento está, intimamente, associada com o aumento na
atividade das enzimas: polygalacturonase, pectinesterase e B- galactosidase, bem como
com a despolimerização de pectinas da parede celular.O padrão respiratório do mamão
apresenta as seguintes fases: a) pré-climatérico; b) ascensão climatérica; c) pico climatérico;
d) pós-climatérico. No mamão, o pico climatérico ocorre simultaneamente com a fase de
amadurecimento, ponto em que apresenta as melhores condições de qualidade para o
consumo (MANICA et al., 2006 apud MOLINARI, 2007).
De acordo com Molinari (2007, p.6) “quando adequadamente conduzido, o mamão pode ter
uma vida pós-colheita de 4 a 6 dias sob condições ambientes (25°C a 28°C), ou de três
semanas sob-baixas temperaturas (10°C a 12°C).”.
De acordo com Couey (1982 apud ALMEIDA et al., 2005) os sintomas mais comuns da
injúria pelo frio, em frutos de mamoeiro, foram o escurecimento e o afundamento de
pequenas áreas da casca. Além disso, o amadurecimento dos frutos foi retardado, e os
mesmos apresentaram uma coloração manchada.
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DOSSIÊ TÉCNICO
Segundo Chen (1986 apud ALMEIDA etal., 2006) temperaturas compreendidas entre 9 e 12
°C são geralmente as mais utilizadas para o seu armazenamento.
Salunkhe e Desai (1984 apud VITTI, 2004) afirmam que, “frutos colhidos “verdes” ou “de
vez” (maturação fisiológica) apresentam sintomas de Chillinginjury quando armazenados a
temperaturas inferiores a 8°C. Já os frutos maduros são mais resistentes ao chilling.
O uso da atmosfera modificada vem sendo aplicada por ser uma tecnologia simples de
conservação, na qual geralmente empregam-se filmes plásticos flexíveis que limitam as
trocas gasosas e a perda de água para o ambiente, reduzindo o metabolismo do produto
prolongando sua vida útil pós-colheita (CHITARRA; CHITARRA, 2005 apud LIMA, 2007).
Segundo Klugeet al. (2002 apud VITTI, 2004, p.19), “o condicionamento em temperatura
moderada (15 – 25°C) é outro fator que reduz as injúrias pelo frio em manga”.
Para prevenir os danos decorrentes dos processos chillingpodemos utilizar alguns métodos,
como minimizar o período de tempo à que o fruto é exposto à temperatura mínima do
chilling, utilizar a técnica do pré-arrefecimento que permite uma adaptação do produto às
temperaturas mais baixas de armazenamento minimizando os efeitos causados pelo
chilling(FENNEMA, 2010).
De acordo com Vitti (2004), esses métodos têm sido pouco utilizados e consequentemente,
os efeitos desses tratamentos sobre a fisiologia bioquímica e a qualidade do produto têm
sido pouco estudados, o que, dificulta a identificação dos processos metabólicos passíveis
de manipulação, e a criação de tecnologias de armazenamento que permitam a ampliação
no período de conservação e comercialização de frutos.
Deve-se também evitar a plantação de banana em áreas sujeitas à ação de ventos frios e
regiões com riscos de baixas temperaturas, nessas áreas recomenda-se o uso de quebra-
ventos: cortinas de bambu, de Musa balbisiana, de Musa textilis ou de outras plantas
(BORGES et al., 2004). Dependendo da intensidade da massa de ar frio, a proteção dos
cachos na plantação, com sacos de papel pardo, ou uso de papel pardo externamente sobre
sacos perfurados de polietileno azul, cobrindo-se as primeiras pencas, pode atenuar os
efeitos negativos do frio (RANGEL, 2004).
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O processo da atmosfera modificada (AM) consiste em manter uma boa relação entre a
respiração do produto e a permeabilidade da embalagem, de tal forma que o interior do
produto fique com uma concentração maior de gás carbônico (3% a 8%) do que de oxigênio
(2% a 5%), e se eleve a umidade no interior do produto, para retardar ou diminuir os efeitos
da injúria por frio. A diminuição nos níveis de oxigênio baixa a afinidade dele com as
enzimas oxidativasperoxidase, polifenoloxidase e fenilalanina amônia-liase, causadoras do
escurecimento dos tecidos. O objetivo é aumentar o período de conservação das frutas,
diminuindo a taxa respiratória, retardando os processos bioquímicos da maturação e
senescência, e evitando a podridão causada por patógenos (PINHEIRO, 2009).
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a pré-refrigeração. Deve ser uma
atividade rotineira e consiste em remover, imediatamente após a colheita, o calor que o
fruto traz do campo. A finalidade da pré-refrigeração é reduzir rapidamente os processos
metabólicos do fruto preparando-o para o transporte ou armazenamento refrigerado
(SANCHES, 2003a).
Segundo os autores Klugeet al. e Chan (2002; 1988 apud VITTI, 2004), tanto o
condicionamento em temperatura moderada (15-25°C) como o condicionamento em altas
temperaturas (30 a 60°C por curtos períodos) mostrou-se eficiente para reduzir as injúrias
pelo frio em mamão.
O uso da Atmosfera Modificada cria um tipo de barreira artificial, como se fosse um filme
plástico, semipermeável a difusão de gases em torno do produto, que reduz o nível de O₂ e
aumenta o nível de CO₂, alterando a concentração de etileno e vapor d’água, além de
alterações em outros compostos voláteis (2000 apud LANA; FINGER, PFAFFENBACH et
al., 2003).
A embalagem para manga deve ser construída de modo a permitir uma boa ventilação, já
que se trata de uma fruta bastante sensível ao etileno, que é liberado em grande
quantidade. Há no mercado a tendência à exportação de caixas com 4,0kg de peso
líquido. O número de frutas que nelas será acondicionado vai depender, naturalmente, do
tamanho das frutas. As de tamanho uniforme podem ser firmemente embaladas sem,
divisórias ou material de acolchoamento, bastando a correta resistência da caixa ao
empilhamento para evitar que sofram danos mecânicos. O uso de material de
acolchoamento, como o papel tipo seda, é uma proteção adicional. As frutas devem ser
colocadas nas caixas em apenas uma camada, de lado ou de face, dependendo de seu
tamanho. Quatro quilos de manga requerem um volume interno da embalagem de
aproximadamente 10 litros (FIGUEIREDO NETO; SILVA, 2010).
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DOSSIÊ TÉCNICO
7 DISTRIBUIÇÃO E EXPORTAÇÃO
A produção anual de frutas em todo o mundo está em torno de 360 milhões de toneladas
por metro cúbico ou 60 kg por pessoa. Menos da metade desta quantidade é produzida
pelos países tropicais na região do Equador, embora a maior parte da população esteja
situada nestes países. Somente 15% das frutas são usadas para a produção industrial de
sucos de frutas (BORGES; SOUZA, 2004).
No Brasil, muitas vezes, a banana utilizada na indústria não é usada para esse fim. Das 6
milhões de toneladas de bananas produzidas no Brasil, apenas 3,4% foram usadas para o
mercado interno. Entre os principais problemas de comercialização das frutas estão: Falta
de transparência na produção de preços, critério de classificação pouco utilizado, cadeia de
frios inexpressiva e elevada perda pós-colheita, que decorre do manuseio excessivo,
inadequação do transporte e uso de embalagens impróprias (TAGLIARI et al.,1994).
Segundo Chitarra e Chitarra (1990 apud VIVIANE, 2007), a ação conjunta da utilização da
cadeia do frio e uma embalagem adequada devem facilitar a conservação da qualidade da
banana até que ela chegue à mesa do consumidor.
Inicialmente, é importante determinar a qual mercado será destinado à produção dos frutos
de mamão, pois conforme a distância do mercado consumidor, algumas considerações
devem ser feitas (SANCHES, 2003a).
Sanches (2003b) afirma que, logo após, os frutos são novamente selecionados e separados
por qualidade e tamanho em caixas plásticas sendo que os melhores frutos geralmente são
destinados aos EUA e os outros são destinados a Europa e ao mercado interno.
O tratamento de frutos destinados aos EUA consiste no seguinte processo: “as gaiolas”
contendo as caixas plásticas são mergulhadas em tanque quente (água a 48°C/ 20 minutos)
e depois seguem para o tanque frio (água à 6-8°C/ 15 minutos). No tratamento dos frutos
destinados à Europa, a única mudança de procedimento é a adição de um fungicida.
(SANCHES, 2003a).
Sanches (2003a) afirma também que, depois do tratamento, as caixas são estocadas em
câmara fria a 9°C por aproximadamente um dia. A etapa seguinte é o embalamento. Os
frutos são levados para a sala de embalagem e ali são envolvidos em papel de seda e
colocados nas caixas.
O transporte refrigerado do mamão é de elevado custo. Contudo, este tipo de transporte traz
como benefício um melhor padrão de qualidade para os frutos, além da ausência ou
considerável redução dos níveis de perdas. A temperatura de transporte deve ser de 10 a
12°C e a umidade relativa do ar de 90-95%, sendo que, sob estas condições, os frutos
podem ser transportados por um período de 7 a 10 dias (SANCHES, 2003a).
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DOSSIÊ TÉCNICO
A demanda pela manga vem crescendo na América do Norte, Europa, países do Extremo
Oriente e Oriente Médio. Pelo fato do mercado europeu não fazer tantas exigências como
Estados Unidos e Japão, é mais acessível e mais disputado pelas empresas que exportam o
produto (PEROSA; PIERRE, 2002).
Os destinos finais da manga brasileira são principalmente para o mercado europeu e norte-
americano. As variedades preferidas possuem coloração vermelha e brilhante, com fibras
curtas e peso entre 250 e 600 g por unidade, para o mercado dos EUA, e de 250 a 750 g
por unidade para o mercado europeu (PIZZOL et al.,1998 apud PEROSA; PIERRE, 2002).
Atualmente a manga é exportada por via marítima ou aérea, sendo a caixa do papelão
ondulado sua principal forma de embalagem. Apesar da importância da embalagem em
termos de apresentação, proteção e transporte da manga, não existem normas e padrões
quanto ao material e às medidas a serem adotadas (FIGUEIREDO NETO; SILVA, 2010).
O Brasil está diante de um mercado em expansão. Com vasto território, clima propício à
expansão da cultura e utilização de técnicas necessárias para obtenção de uma fruta de alta
qualidade, o mercado de manga apresenta perspectivas promissoras para o país (PEROSA;
PIERRE, 2002).
Conclusões e recomendações
Este dossiê contribui para ampliar os conhecimentos de métodos para evitar as injúrias
causadas pela refrigeração dos frutos tropicais, banana, mamão e manga, na busca de
técnicas necessárias para obtenção de frutas de alta qualidade, minimizando assim as
perdas.
Referências
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Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, SP, v. 27, n. 1, abr., 2005.
BORGES, A. L.; SOUZA, L.S. O cultivo da bananeira. Cruz das Almas/BA: Embrapa
Mandioca e Fruticultura, 2004. Disponível em:
<http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/Livro_Banana.pdf>. Acesso em: 27 out. 2011.
CHITARRA, B; ALVES R.E. Tecnologia de pós-colheita para frutas tropicais. In: SEMANA
INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDÚSTRIA. 8. 2001, Fortaleza, Anais...
Fortaleza: FRUTAL; SINDIFRUTA, 2001 Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/43554383/Apostila-de-Pos-colheita-Frutal em 28/10/2011)>.
Acesso em: 04 nov.2011.
LIMA, A.B. Qualidade de manga Tommy Atkins orgânica colhida sob boas práticas
agrícolas, tratada com extrato de erva-doce e fécula de mandioca. 2007. Dissertação
(Mestrado em Agronomia) Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2007.
Disponível em: <http://www.cca.ufpb.br/ppga/pdf/mestrado/AntoniaBarbosa-ms2007.pdf>.
Acesso em: Acesso em: 5 dez. 2011.
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DOSSIÊ TÉCNICO
SKOG, Lisa. J. Chilling injury of horticultural corps. Factsheet, Ontario, v. 736, n. 202, jun.
1998. Disponível em:<http:/www.omafra.gov.on.ca/english/crops/facts/98-
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VIVIANI, L.; LEAL, P. M. Qualidade pós-colheita de banana prata anã armazenada sob
diferentes condições. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, SP, v. 29, n. 3, p.
465-470, dez. 2007.
Identificação do Especialista
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