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9649 - Educação inclusiva e necessidades educativas específicas

AConvenção dos Direitos das Pessoas com


Deficiência (CDPD)foi aprovada em Assembleia Geral das Nações
Unidas a 13 de dezembro de 2006 e ratificada por Portugal em 2009.

É o primeiro tratado juridicamente vinculativo a responsabilizar os Estados pela


proteção, promoção e cumprimento pelo igual gozo dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais das pessoas com deficiência em todos os setores, promovendo
o respeito pela sua dignidade inerente.

Segundo a Convenção, a deficiência é um conceito em evolução, resultando da


interação entre pessoas com incapacidades e barreiras altitudinais, comportamentais e
ambientais que impedem a sua participação plena e efetiva na sociedade, em condições
de igualdade com as outras pessoas (Preâmbulo).

As pessoas com deficiência incluem aquelas que têm incapacidades duradouras físicas,
mentais, intelectuais ou sensoriais. A sua interação com várias barreiras pode impedir a
sua plena e efetiva participação na sociedade em condições de igualdade com os outros
(Artigo 1º). Deste modo, além da deficiência intelectual, também está incluído no
conceito de deficiência, a doença mental e a doença neurológica.

Com a Convenção, operou-se a mudança para o modelo social da deficiência, segundo o


qual a deficiência é encarada como uma questão que deriva de fatores estruturais,
sociais e culturais da própria sociedade, devendo esta adaptar-se à pessoa com
deficiência e não o contrário. Este modelo exige que seja dado todo o apoio possível às
pessoas com deficiência, a fim de lhes permitir viver como membros de pleno direito da
sociedade.

Pelo contrário, o anterior modelo médico da deficiência encarava a deficiência como um


problema de saúde do próprio indivíduo, cujas limitações (físicas, mentais ou outras)
teriam de ser resolvidas por si ou por outrem (médico). Neste modelo, encontrava-se
plenamente justificada a discriminação da pessoa com deficiência, pois constituía um
fator “perturbador” da sociedade.

Destacando que a deficiência é parte da diversidade humana, a Convenção indica que


para assegurar o exercício destes direitos e da sua monitorização, é imprescindível que
os Estados possibilitem a participação e envolvimento da sociedade civil e sobretudo
das pessoas com deficiência e das suas organizações representativas, respeitando o lema
“Nada sobre nós sem nós!”, assegurando a eliminação da discriminação com base na
deficiência e, entre outros, o direito a decidir onde viver, como e com quem viver.

A CDPD fornece vários pontos para uma análise dos direitos das crianças, mulheres e
pessoas com deficiência numa abordagem de direitos humanos.

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