Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Câncer Ocupacional
Rio de Janeiro
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
2 – O CÂNCER .....................................................................................................
3 – EPIDEMIOLOGIA
1.1 – Definição
As doenças crônicas não transmissíveis foram responsáveis por 81% das mortes. As
maiores causas de mortes foram doença pulmonar obstrutiva crônica (450 mil
mortes); acidente vascular cerebral (400 mil mortes) e doença isquêmica do coração
(350 mil mortes). Lesões ocupacionais causaram 19% das mortes (360 mil mortes).
O artigo 20 da Lei nº 8.213/91 faz menção expressa à doença ocupacional: Art. 20.
Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
As Competências e atribuições
LER e Dort
Problemas na coluna
A postura incorreta para realizar determinado trabalho pode trazer muitos problemas
à coluna, muito comum em funções que exigem esforço físico. Carregadores ou em
quem passa longas horas na mesma posição, caso dos motoristas, por exemplo.
Doenças psicossociais
Asma ocupacional
Antracose pulmonar
Doença respiratória mais grave do que a asma ocupacional. Ocorre quando o
empregado trabalha onde há muita fumaça. Causa lesões nos pulmões.
Dermatose ocupacional
A pele também sofre pelo contato com agentes químicos. A dermatose ocupacional
provoca alergias na pele de quem trabalha mexendo com graxas e óleos de
máquinas.
Perda auditiva
É verificada em operadores de telemarketing e com quem trabalha com sons muito
altos, como operadores de britadeira. Aos poucos, o barulho constante provoca a
perda da audição sem que o trabalhador se dê conta. Esses prejuízos auditivos são
irreversíveis.
Riscos químicos: são identificados pelo grande número de substâncias que podem
contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental
dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores,
substâncias, compostos ou outros produtos químicos;
MAPA DE RISCO
2 – O CÂNCER
• em geral, existem exposições combinadas e/ou concomitantes. Por outro lado, têm
em comum com outras doenças ocupacionais a dificuldade de relacionar as
exposições à doença e o fato de que são, em sua grande maioria, preveníveis.
Dessa forma, a vigilância efetiva do câncer ocupacional é feita sobre os processos e
atividades do trabalho com potencial carcinogênico, ou seja, dos riscos ou das
exposições. A vigilância de agravos ou efeitos para a saúde busca a detecção
precoce de casos e a investigação da possível relação com o trabalho para a
identificação de medidas de controle e intervenção. A vigilância da saúde, no que se
refere aos cânceres relacionados ao trabalho, consiste, basicamente, na vigilância
dos ambientes e condições de trabalho e na vigilância dos efeitos ou danos à saúde.
Baseia-se em conhecimentos clínicos, epidemiológicos, da higiene do trabalho,
ergonomia, toxicologia, psicologia, entre outras disciplinas, na percepção dos
trabalhadores sobre seu trabalho e saúde e nas normas técnicas e regulamentos
vigentes.
Como orientação geral, a vigilância ambiental deve seguir o estabelecido na
Convenção/OIT n.º 139/1974, que inclui:
• facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos,
braços, rosto e troca de vestuário;
• fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual
adequados, em bom estado de conservação, de modo complementar às medidas de
proteção coletiva adotadas.
• levantamento dos dados disponíveis nos serviços de saúde, como, por exemplo,
série histórica de mortalidade por câncer, ocorrência elevada de leuconeutropenias
em exames laboratoriais, ocorrências de casos raros, etc.;
• avaliação da possível relação dos casos identificados em uma área geográfica com
os estabelecimentos e processos de trabalho existentes na mesma área e/ou com
grupos de ocupações ou categorias de trabalhadores específicos;
Cada caso de câncer relacionado ao trabalho deve ser confirmado ou refutado por
meio dos seguintes procedimentos:
• obter taxas de incidência de câncer por sexo e idade a partir dos dados da
população geral;
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO
As causas do câncer da laringe não são bem conhecidas. Entre os fatores de risco
descritos estão o tabagismo, ingestão de álcool e a exposição à radiação excessiva,
provocada, por exemplo, por grande quantidade de radiografias dentárias. Os
fatores de risco de natureza ocupacional, relativamente bem documentados do
ponto de vista epidemiológico, são a exposição a névoas de ácidos inorgânicos
fortes, ao asbesto ou amianto (alguns resultados são controversos na literatura,
porém há uma tendência a considerá-lo como carcinogênico para tumores de
laringe), a exposição ocupacional aos compostos de níquel, ao processo de
fabricação do álcool isopropílico, por meio do método do ácido forte, ao gás
mostarda e a óleos minerais (solúveis ou de corte).
PREVENÇÃO
A partir dos estudos sobre a etiologia do câncer de pulmão feitos por Doll & Hill, em
1950, inúmeros trabalhos têm demonstrado que o tabagismo é a causa mais
importante desta neoplasia, responsável por aproximadamente 80 a 90% dos casos.
Os fumantes têm o risco de morrer por câncer de pulmão aumentado em cerca de
10 vezes, em média, sendo que, nos grandes fumantes, o risco relativo é de 15 a 25
vezes. Os carcinógenos mais conhecidos, produzidos na combustão do tabaco, são
a nitrosamina tabaco-específica e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Outros
fatores de risco documentados na literatura são: poluição industrial, residência em
áreas densamente urbanizadas e exposição não-ocupacional a radiações ionizantes.
O risco de câncer de pulmão atribuível à ocupação varia de 4 a 40%, de acordo com
o agente analisado. Contudo, restam questões a ser mais bem explicadas,
principalmente no que se refere à interferência do tabagismo como variável de
confusão e a natureza da combinação de efeitos, aditivos ou multiplicativos.
• clorometil éteres; • sílica livre; • alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e
produtos de resíduos dessas substâncias; • radiações ionizantes; • emissões de
fornos de coque (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos); • níquel e seus
compostos. Representam risco os compostos insolúveis e os complexos de níquel
com monóxido de carbono. A operação de soldagem de aço inoxidável pode gerar
fumos com altos teores de níquel;
PREVENÇÃO
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e
revisados periodicamente à luz do conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido
observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem o
surgimento de danos para a saúde. O exame médico periódico objetiva a
identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros
relacionada ao trabalho deve se orientar pelas determinações da Convenção/OIT n.º
139/1974, a respeito de prevenção e controle de riscos profissionais causados por
substâncias ou agentes cancerígenos, ratificada pelo Brasil em junho de 1990 e
vigente desde junho de 1991,. O controle ambiental da exposição às radiações
ionizantes é essencial para reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais
de risco.
A exposição às radiações ionizantes deve ser limitada, com controle rigoroso das
fontes de radiação, tanto em ambientes industriais como nos serviços de saúde.
Devem ser observadas as seguintes diretrizes básicas de proteção radiológica em
radiodiagnóstico médico e odontológico, definidas pela Portaria/MS n.º 453/1998: •
os equipamentos devem ter dispositivos de segurança, anteparos de proteção e
manutenção preventiva rigorosa; • as salas e setores devem ser dotados de
sinalização, proteção e blindagem; • os procedimentos operacionais e de segurança
devem ser bem definidos, incluindo situações de acidentes e emergências; • o
pessoal deve receber treinamento adequado e ser supervisionado; • os
equipamentos e fontes devem ser posicionados o mais distante possível dos
trabalhadores; • deve-se diminuir o número de trabalhadores nesses setores e o
tempo de exposição.
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO
AGENTES FÍSICOS
Vale ressaltar que a exposição ao radônio tem sido associada ao câncer de pulmão,
sendo apontada, inclusive, como a segunda causa dessa neoplasia em não
fumantes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009). Estão expostos ao radônio
trabalhadores de minas e de locais subterrâneos, principalmente. No entanto, a
radiação não ionizante como agente cancerígeno também tem sido estudada.
Estudos fortalecem as evidências que vinculam a exposição específica a esse tipo
de radiação com o aumento de câncer. Dentre eles, destaca-se o câncer cerebral
decorrente da exposição à radiação não ionizante, particularmente a exposição a
campos de radiofrequência emitidos por telefones celulares (KUHL; LISSNER,
2017).
No Brasil isso ganha relevância, uma vez que o câncer de pele não melanoma é a
neoplasia de maior incidência no país (BRASIL; INSTITUTO NACIONAL DO
CÂNCER, 2019).
AGENTES QUÍMICOS
Uma revisão da literatura da European Agency for Safety and Health at Work (EU-
OSHA) apontou que estudos realizados com instilação intratraqueal de negro de
carbono nanoestruturado, óxido de alumínio, silicato de alumínio, dióxido de titânio
(hidrofílico e hidrofóbico) e dióxido de silício amorfo em animais resultaram, em
longo prazo, no surgimento tumores induzidos por todos os nanomateriais testados
(EUROPEAN AGENCY FOR SAFETY AND HEALTH AT WORK, 2009).
Bombeiros - HAPs
Sabemos o que fazer e como fazer para impedir as doenças sejam elas no
ambiente de trabalho ou não, a pergunta principal se resume a uma única
questão: Quando faremos? Hábitos alimentares não saudáveis adoecem o ser
humano e ambientes de trabalho adoecem o trabalhador.
O trabalhador é cercado por eminentes perigos sejam eles causados por ele
mesmo, ou pelo ambiente laboral através de doenças adquiridas. Leis são
criadas, sejam elas mundiais, pelo próprio país e executadas de acordo com a
conveniência de cada empresário.
A medicina tem feito a sua parte orientando, tratando, apontando os riscos das
doenças nos seres humanos causados pelo ambiente em que ele vive, seja ele
laboral ou não. Os órgãos públicos nas esferas mundiais e de seus próprios
países também tem feito a sua parte.
MINISTÉRIO DA SAÚDE