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Recife, PE
2018
RESUMO
De acordo com a OIT morrem, todos os anos, dois milhões de mulheres e homens na
decorrência de acidentes de trabalho e doenças relacionadas com o trabalho. Em todo o
mundo, ocorrem, anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho e são declaradas 160
milhões de doenças profissionais. Todos os dias morrem, à escala mundial, 5.000 pessoas, em
consequência de acidentes ou doenças profissionais. Na União Europeia perdem-se
anualmente largas centenas de milhões de dias de trabalho, como consequência de deficientes
condições de trabalho. São números perturbadores, pela dimensão de perda humana a eles
associados e, também, pelo impacto médio estimado de 4% no produto interno bruto. Isto é,
quatro por cento da riqueza criada pelos países é consumida em custos com ausências ao
trabalho, tratamentos, reabilitação, pensões e subsídios emergentes de lesões, mortes e
doenças profissionais. Os desafios que hoje se colocam para garantir melhores padrões de
SST não são menores do que há umas décadas atrás. Se, por um lado, vem sendo possível
encontrar soluções para algumas das principais disfunções, os riscos que emergem das novas
condições de laboração implicam, também, novas formas de mobilização face a fatores para
os quais ainda não encontrámos adequadas medidas de controlo. Os estudos disponíveis
apontam no sentido de 50% a 60% dos dias de trabalho perdidos na Europa se encontrarem
relacionados com o estresse no trabalho, facto que dá bem conta da dimensão das tarefas a
empreender no domínio da prevenção de riscos profissionais. As condições de prestação de
trabalho constituem, hoje, uma realidade com uma relevância incontornável, quer no domínio
da qualidade de vida, qualificação e realização pessoais, quer em matéria de competitividade
das empresas. Se a organização da empresa interiorizar a importância da SST e implementar
uma estrutura adequada ao cumprimento dos objetivos consagrados na lei e nos códigos de
boas práticas, os resultados serão constatáveis, não apenas em função da redução dos
acidentes de trabalho e doenças profissionais, mas, também, da melhoria das relações sociais,
dos processos, da produtividade, da qualidade dos produtos ou serviços e da disponibilidade
da empresa para a inovação. Uma política de segurança e saúde do trabalho que envolva todos
os agentes num quadro organizado e bem definido contribuirá para a competitividade das
empresas, assente no respeito pelas condições de trabalho.
An According to the OIT, two million women and men die each year from work-related
accidents and diseases. Across the world, 270 million occupational accidents occur every year
and 160 million occupational diseases are reported. 5,000 people worldwide die as a result of
accidents or occupational diseases. In the European Union hundreds of millions of work days
are lost every year as a result of poor working conditions. These are disturbing numbers, due
to the human loss dimension associated with them and also the estimated average impact of
4% on gross domestic product. That is, four percent of the wealth created by the countries is
consumed in costs of absences from work, treatment, rehabilitation, pensions and subsidies
arising from injuries, deaths and occupational diseases. Today's challenges to ensure better
OSH standards are not less than a decade ago. If, on the one hand, it is possible to find
solutions to some of the major dysfunctions, the risks that arise from the new working
conditions also imply new forms of mobilization in the face of factors for which we have not
yet found adequate control measures. The available studies suggest that between 50% and
60% of working days lost in Europe are related to work-related stress, which accounts for the
size of the tasks to be undertaken in the field of occupational risk prevention. The conditions
for the provision of work are now a reality with irreplaceable relevance, both in the field of
quality of life, personal qualification and fulfillment, and in terms of the competitiveness of
enterprises. If the company organization internalizes the importance of OSH and implements
a structure adequate to the fulfillment of the objectives enshrined in the law and codes of good
practice, the results will be verified, not only due to the reduction of accidents at work and
occupational diseases, but also , the improvement of social relations, processes, productivity,
the quality of products or services and the company's availability for innovation. A health and
safety at work policy involving all actors in an organized and well-defined framework will
contribute to the competitiveness of enterprises, based on respect for working conditions.
According to the OIT, two million women and men die each year from work-related accidents
and diseases. Across the world, 270 million occupational accidents occur every year and 160
million occupational diseases are reported. 5,000 people worldwide die as a result of accidents
or occupational diseases. In the European Union hundreds of millions of work days are lost
every year as a result of poor working conditions. These are disturbing numbers, due to the
human loss dimension associated with them and also the estimated average impact of 4% on
gross domestic product. That is, four percent of the wealth created by the countries is
consumed in costs of absences from work, treatment, rehabilitation, pensions and subsidies
arising from injuries, deaths and occupational diseases. Today's challenges to ensure better
OSH standards are not less than a decade ago. If, on the one hand, it is possible to find
solutions to some of the major dysfunctions, the risks that arise from the new working
conditions also imply new forms of mobilization in the face of factors for which we have not
yet found adequate control measures. The available studies suggest that between 50% and
60% of working days lost in Europe are related to work-related stress, which accounts for the
size of the tasks to be undertaken in the field of occupational risk prevention. The conditions
for the provision of work are now a reality with irreplaceable relevance, both in the field of
quality of life, personal qualification and fulfillment, and in terms of the competitiveness of
enterprises. If the company organization internalizes the importance of OSH and implements
a structure adequate to the fulfillment of the objectives enshrined in the law and codes of good
practice, the results will be verified, not only due to the reduction of accidents at work and
occupational diseases, but also , the improvement of social relations, processes, productivity,
the quality of products or services and the company's availability for innovation. A health and
safety at work policy involving all actors in an organized and well-defined framework will
contribute to the competitiveness of enterprises, based on respect for working conditions
Figura 13 – Média da proporção dos acidentes da construção dentro dos acidentes totais em
10 países durante os anos de 2004 a 2016................................................................................27
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................7
1.1. Justificativa.................................................................................................................7
1.2. Objetivos.....................................................................................................................9
1.2.1. Gerais...................................................................................................................9
1.2.2. Específicos............................................................................................................9
1.3. Metodologia.................................................................................................................9
1.4. Descrição do conteúdo.............................................................................................10
2. REVISÃO SISTEMÁTICA...........................................................................................11
3. CONCEITOS BÁSICOS DE SST.................................................................................13
3.1. Conceitos de Segurança do trabalho......................................................................13
3.2. Conceitos de Riscos..................................................................................................14
3.3. Conceitos de Agentes................................................................................................14
3.4. Conceitos de Perigo..................................................................................................15
3.5. Conceitos de Acidente..............................................................................................15
3.6. Conceitos de Incidente.............................................................................................16
3.7. Conceitos de Desvios................................................................................................16
3.8. Dados estatísticos sobre acidentes e doenças do trabalho....................................17
3.9. Fases da Prevenção de Acidentes............................................................................27
3.9.1. Perigos e riscos..................................................................................................27
3.9.2. Avaliar agentes /riscos......................................................................................29
3.9.3. Controle de riscos..............................................................................................29
3.9.4. Monitoramento contínuo..................................................................................31
3.10. Projetos e programas de SST..............................................................................31
3.10.1. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais............................31
3.10.2. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional............31
3.10.3. PCMAT - Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho na
Indústria de Construção.........................................................................................................32
3.10.4. PPR - Programa de proteção respiratória..................................................32
3.10.5. PCA - Programa de Conservação auditiva.................................................32
4. CONCEITOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO EM SGSST.......................................37
4.1. Definições dos conceitos básicos sobre sistema de gestão.....................................37
4.2. Definições de conceitos básicos sobre sistema de gestão em segurança e saúde do
trabalho-SGSST......................................................................................................................38
5. CONCLUSÕES...............................................................................................................40
6. REFERÊNCIAS..............................................................................................................42
7
1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa
As organizações que compõem o mundo nos dias atuais fazem parte de uma sociedade
institucionalizada e composta por organizações. Constituem de maneira predominante a
instituição da moderna sociedade que se depara através de constante mudança de suas crenças
e valores. Algumas organizações seguem o desenvolvimento natural, empenhando-se em
obter a melhor condição de produtividade com o menor recurso possível, aproveitando todos
os recursos disponíveis, quer sejam eles de equipamentos (tecnologia) ou humanos e, para
tanto, as organizações passam por mudanças em todos os níveis; porém empregar recursos nas
condições de trabalho para melhorar o desempenho e ambiente para os trabalhadores é
considerado investimento apenas por uma pequena parcela mais desenvolvida da indústria. Na
grande maioria das vezes este investimento traduz-se em custo e não em crescimento
qualitativo e quantitativo da produção com benefícios para a organização.
Os sistemas de abordagem através de novos procedimentos permitem uma ampla captação das
várias nuances que a segurança e saúde dos trabalhadores podem provocar nas organizações
para obtenção de uma busca contínua de uma melhor performance; porém estes
procedimentos que visam o melhoramento do processo foram desenvolvidos para processos
contínuos e linhas de produção, necessitando, portanto, serem adaptadas para outros tipos de
indústria,
gasta com benefícios por incapacidades motivadas por acidentes ou doenças profissionais,
mais três reais são gerados pelo custo social.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2004) ocorrem cerca de 270 milhões
de acidentes de trabalho no mundo e 160 milhões de doenças relacionadas ao trabalho. De
acordo com Rocha (2015) estudos da FUNDACENTRO apontam algumas particularidades da
construção civil que afetam o setor de forma mais drástica que qualquer outra indústria, dentre
elas podemos citar: - O tamanho das empresas representadas por pequenas e micro empresas
já descrito no parágrafo anterior - Caráter temporário das instalações (o canteiro de obra é
mutante); - A diversidade das obras; - A rotatividade da mão-de-obra – que de acordo com o
perfil sócio educacional do trabalhador da Construção Civil do Estado de Pernambuco, o
intervalo de tempo predominante de permanência do trabalhador é de 1 a 5 anos que
representa 49,98% dos trabalhadores; e - O emprego da mão-de-obra terceirizada. Ainda de
acordo com Barkokébas et al (2004), os custos gerados pelos acidentes de trabalho são
dificilmente calculáveis, devido às inúmeras variáveis envolvidas. Entre elas, o custo humano
e social, no entanto, os gastos econômicos são os que possuem maior força de argumento e
convencimento da importância dos investimentos em segurança.
Ainda de acordo com Barkokébas et al (2004), os custos gerados pelos acidentes de trabalho
são dificilmente calculáveis, devido às inúmeras variáveis envolvidas. Entre elas, o custo
humano e social, no entanto, os gastos econômicos são os que possuem maior força de
argumento e convencimento da importância dos investimentos em segurança.
Rocha (2015) considera que os prejuízos econômicos propiciam diversas perdas financeiras
para a sociedade que, às vezes, ultrapassam o âmbito da empresa. Para o trabalhador, eles
provocam a diminuição na renda familiar; para o governo eles aumentam as despesas com
indenização e assistência social.
9
1.2. Objetivos
1.2.1. Gerais
1.2.2. Específicos
1.3. Metodologia
Foram adotados como critérios de seleção a avaliação dos títulos e resumos dos artigos e
dissertações que abordam conceitos básicos de segurança do trabalho, riscos, agentes, perigos,
acidente, incidente, desvios de segurança do trabalho, conceitos dos sistemas de gestão em
segurança e saúde do trabalho: PPRA, PCMSO, PCMAT, PPR e PCA. Foram incluídos
artigos publicados no período de 2000 a 2018, na língua portuguesa.
2. REVISÃO SISTEMÁTICA
Utilizando a busca por assuntos no Portal CAPES, foi encontrado um total 516 publicações, e
com posterior aplicação do critério de exclusão “ano de publicação”, com a seleção dos
artigos publicados entre os anos de 2000 e 2018, foram exibidos 348 resultados. As 348
publicações foram refinadas pelo critério “Artigos revisados por Pares” e posteriormente,
ainda mais refinados por “idioma” e “tópicos”, sobrando apenas 183 publicações para serem
analisadas por título. A avaliação por título foi realizada de acordo com o critério de inclusão
das publicações que abordem os conceitos gerais de SST. Após a avaliação por títulos das 183
publicações, 12 artigos foram selecionados para serem avaliadas pelo resumo. A avaliação
pelo resumo foi realizada buscando publicações com informações conclusivas e que
descrevessem os conceitos gerais de SST. E dentre as 12 publicações, 2 artigos foram
selecionados, sendo eles Miranda (2003) e Rocha (2015).
Na busca pelo SCOPUS, inicialmente foram obtidos 34 resultados, após o refinamento por
ano, idioma e tópicos, 13 publicações foram analisadas pelo título. Das quais 6 tiveram o
resumo lido e 5 foram selecionadas para inclusão, sendo eles Lago (2006), Guilherme (2015),
Rocha (2015), Tinfer (2013) e Veras (2004).
Periódicos
POLI-UPE SCOPUS
CAPES
(N=22) (N=34)
(N=516)
Lago (2006) define a segurança do trabalho como a parte da Engenharia que trata de
reconhecer, avaliar e controlar as condições, atos e fatores humanos de insegurança nos
ambientes de trabalho, com o intuito de evitar acidentes com danos materiais e principalmente
à saúde do trabalhador. O objetivo da segurança do trabalho é de extinção ou atenuação do
risco ao trabalhador, usando os recursos tecnológicos disponíveis, o treinamento intensivo, a
busca da conscientização dos trabalhadores aos riscos, sem nunca esquecer que o homem não
é uma máquina, e as variáveis humanas existem e devem ser respeitadas. É muito difícil
pensar em segurança sem planejamento, organização, e interação, enfim, o envolvimento total
de todos os setores da empresa, que deverão resultar, na prática, em um programa efetivo de
segurança e prevenção aos riscos ocupacionais.
A saúde e a segurança no trabalho consistem numa disciplina de âmbito alargado, que envolve
muitas áreas de especialização. Num sentido mais abrangente, deverá ter os seguintes
objetivos: Aa promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico, mental
e social dos trabalhadores de todos os sectores de daatividade.; A aprevenção para os
trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições de trabalho; A
aproteção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes de condições
prejudiciais à saúde; A acolocação e a manutenção de trabalhadores num ambiente de trabalho
ajustado às suas necessidades físicas e mentais; A aadaptação do trabalho ao homem. Por
outras palavras, a saúde e a segurança no trabalho englobam o bem-estar social, mental e
físico dos trabalhadores, ou seja, da “pessoa no seu todo” (OIT, 2009).
14
Lago afirma que o termo “risco”, que também está definido na norma BSI-OHSAS-18001 e
pela BS-8800, como: “combinação da probabilidade e das consequências de ocorrer um
evento perigoso”.
Para Cavalcanti (2010), são considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos, existentes no ambiente de trabalho, que por função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Já Guilherme (2015), define o conceito de risco como o grau de incerteza que se tem em
relação a um evento, e, onde haverá incerteza, haverá sempre um risco associado.
Vasconcelos (2009) afirma que no âmbito legal, os agentes ocupacionais são considerados
riscos quando ultrapassam os parâmetros legais. Na legislação brasileira, é a Norma
Regulamentadora N° 15 – Atividades e operações insalubres, que estabelece os limites de
tolerância, como definindoa concentração ou a intensidade máxima ou mínima, relacionada
com a natureza e o tempo de exposição ao agente.
Cavalcanti (2010) adiciona que os agentes são elementos ou substâncias presentes nos
diversos ambientes que quando encontrados acima dos Limites de Tolerância (LT) podem
causar danos à saúde. Quando estes agentes ultrapassam determinado limite, tornam-se riscos
e podem causar danos à saúde do trabalhador.
O Conceito de Verás (2006) ainda afirma os agentes como elementos ou substâncias presentes
nos diversos ambientes que quando encontrado acima dos Limites de Tolerância (LT) podem
causar danos à saúde.
15
Para Lago (2006)apud Zocchio (1996), os riscos fora de controle passam a ser perigos para as
pessoas e para os próprios componentes materiais dos locais de trabalho; eles definem o
perigo como a iminência de algum risco, quando este ameaça alguém ou alguma pessoa.
O perigo pode ser definido como qualquer coisa com potencial para causar danos, e o risco, a
possibilidade de alguém sofrer danos provocados pelo perigo. Sendo assim, dizemos que a
eletricidade é um perigo e o choque elétrico seria o risco (Cavalcanti, 2010).
Cavalcanti (2010) define os incidentes como eventos não planejados que podem gerar danos
materiais (perdas econômicas) e tem o potencial de levar ao acidente.
Podemos assim prevenir o acidente através de ações imediatas quando acontecer um quase –
acidente ou o termo adotado por esta autora “incidente” que, segundo as normas BS-8800 e
BSI-OHSAS 18001, é definido como “um elemento não previsto que tem o potencial de gerar
acidentes”. O incidente, portanto, não resulta em danos pessoais, porém resulta em uma perda
de tempo / danos materiais. Podemos dizer que o incidente é quase um acidente, ou seja, um
acidente em potencial (Lago, 2006).
Já Vasconcelos (2009) afirma que o incidente pode ser considerado como um sinal de alerta,
visto que, é um indício que outro incidente com maiores perdas materiais ou mesmo, um
acidente grave pode acontecer, caso não se atue diretamente nas causas e origens desses
incidentes. Para tanto, é necessário que todos da empresa participem dessa atuação, ou seja,
na prevenção dos acidentes, contando com o assessoramento de especialistas em SST capazes
de identificar riscos, avaliá-los e propor as medidas para sua eliminação e/ou controle.
Antunes (2018) define o desvio como a ocorrência de uma situação que é diferente do
esperado estado normal, em outras palavras são situações não conformes com os processos de
segurança do trabalho, mas que não causaram nenhum tipo de perda (Apud CARDELLA,
1999).
Já Rocha (2015) afirma que qualquer ação ou condição que tem potencial para conduzir,
diretamente ou indiretamente, a danos para as pessoas, ao patrimônio ou causar impacto
ambiental, que se encontre desconforme com as normas de trabalho, procedimentos,
requisitos legais ou normativos, requisitos do sistema de gestão, ou boas práticas.
17
Para Tinfer (2013) apud Lafraia (2011), além dos acidentes e incidentes, localiza-se na base
da pirâmide os desvios, que podem ser definidos como qualquer ação ou condição com
potencial para resultar, diretamente ou indiretamente, em danos a pessoas, ao patrimônio, ou
impacto ao meio ambiente, que se encontra desconforme com as
Organizações que avaliam e quantificam os dados referentes aos acidentes de trabalho emitem
periodicamente relatórios que trazem os números de acidentes ocorridos em cada área de
trabalho. No Brasil, tais dados são publicados pela previdência social, o qual também divulga
os gastos do governo com os acidentes.
Descuido, falta de equipamentos de segurança e até exaustão provocam 700 mil acidentes de
trabalho por ano em todo o país. Dados levantados pela Previdência Social e pelo Ministério
do Trabalho revelam a seriedade do problema, que atinge trabalhadores de várias profissões.
O Brasil é a quarta nação do mundo que mais registra acidentes durante atividades laborais,
atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia. Desde 2012, a economia já sofreu um impacto
de R$ 22 bilhões, por conta de pessoas afastadas de suas funções após sofrerem ferimentos
durante o trabalho. Se fossem incluídos os casos de acidentes em ocupações informais, esse
número poderia chegar a R$ 40 bilhões (Braziliense, 2018).
A Figura 1 tras dados históricos dos acidentes de trabalho, registrados pela Previdência
Social, ocorridos no Brasil entre os anos de 1970 e 2015.
18
1,500,000
Nº de Acidentes
1,000,000
500,000
0
70 73 76 79 82 85 88 91 4* 97 00 03 06 09 12 15
19 19 19 19 19 19 19 19 19
9 19 20 20 20 20 20 20
Ano
1 2 3 4
1% 4%
6%
Acidentes:
→ Tipicos
→ Trajeto
→ Doença
→ Sem CAT
89%
CE576ral
CE439ral
CE337ral
CE302ral
CE245ral
CE166ral
CE29ral
CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral
Ano
Já analisando apenas os números de acidentes que ocorrem na construção civil, temos que
houve um crescimento na quantidade de acidentes entre 2010 e 2012, porém depois de 2012
ocorreu uma queda acentuada até 2016, sendo esse último ano equivalente a quase a metade
dos acidentes ocorridos em 2012. A Figura 4 exibe os dados do período de tempo em estudo.
20
CE798ral
CE797ral
CE778ral
CE769ral
CE755ral
CE742ral
CE715ral
CE687ral
CE660ral
CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral CE665ral
Ano
De acordo com dados do Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram registrados 3,5
milhões de casos de acidente de trabalho em 26 estados e no Distrito Federal. Esses casos
resultaram na morte de 13.363 pessoas e geraram um custo de R$ 22,171 bilhões para os
cofres públicos com gastos da Previdência Social, como auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para pessoas que ficaram com sequelas. As
áreas nas quais ocorrem mais acidentes são a construção civil e o setor de serviços. Na
construção, o último dado sobre óbitos é de 2009, quando 395 trabalhadores morreram em
serviço. Mas o número pode ser maior, já que, em muitos casos, a certidão de óbito não
contém a causa exata da morte, nem o local onde ocorreu. Já entre o setor de serviços, as
maiores vítimas de acidentes fatais ou incapacitantes são os motoristas profissionais, com
destaque para condutores de caminhões e carretas. De acordo com dados do Sistema de
Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, desde 2010, ocorrem, em média, 15
mil acidentes envolvendo motoristas do transporte de cargas, com 1,5 mil mortes por ano
(Braziliense, 2018). No ranking geral, os estados de São Paulo (37%) e de Minas Gerais
(10%) lideram as Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs), e os gastos com
22
Atividades de Correio;
CE664ral
Comércio varejista;
CE664ral
Fabricação de álcool;
CE665ral
Fabricação de açúcar em
Construção de edifícios; CE667ral bruto; CE673ral
A mesma fonte aponta os dados de mortes decorridos por acidente de trabalho no estado de
Pernambuco através da Figura 7.
23
Figura 7 - Mortes decorridos por acidente de trabalho no estado de Pernambuco (2012 a 2017)
80
Mortes decorridas por Acidentes de Trabalho
70
60
50
40
30
20
10
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Ano
120000000
Gastos em reais por afastamento
100000000
80000000
60000000
40000000
20000000
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Ano
Administração pública
Atividades de em geral;
CE663ral
atendimento Construção de ed-
hospitalar; ifícios; CE667ral
CE663ral
Atividades de
teleatendimento;
CE663ral
Bancos múltiplos,
Comércio ata- com carteira
cadista de bebidas; comercial;
CE663ral CE667ral
Limpeza em
prédios e em
domicílios;
CE663ral
Fabricação de
Comércio varejista açúcar ; CE665ral
de mercadorias em
geral; CE663ral Transporte rodoviário coletivo de
passageiros; CE664ral
publicação mais recente é referente ao ano de 2016 e os dados dos acidentes ocorridos nos
Estados Unidos estão dispostos na Figura 10.
Já a OIT (Organização internacional do trabalho) afirma que cerca de 2,3 milhões de pessoas
morrem e 300 milhões ficam feridos todos os anos no mundo em acidentes de trabalho. Os
dados expressam que a cada cinco minutos, cerca de 20 trabalhadores morrem em acidentes
de trabalho. São cerca de 3 mil acidentes ao redor do mundo. A OIT estima que os acidentes
de trabalho custam cerca de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial em termos de dias
perdidos, gastos com saúde, pensões, reabilitação e reintegração.
A OIT divulga em seu site (OIT, 2018) dados de vários países quanto o número de acidentes
de trabalhos registrados. Com tais dados, foi possível desenvolver a Figura 11 comparando o
montante total de acidentes de trabalho, registrados durante 2004 e 2016, em 10 Países:
Brasil, ;México, ;Estados Unidos da América, ;Alemanha, ;Portugal, ;Espanha, ;Suíça, ;Reino
Unido, ;Hong Kong; e Austrália.
26
1,200,000
1,000,000
Nº de Acidentes de trabalho
800,000
600,000
400,000
200,000
0
al al al al al al al al al al al al al
65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano
200000
150000
100000
50000
0
al al al al al al al al al al al al al
65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r 65r
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano
Para comparar os dados de acidentes na construção civil com os acidentes totais, foi realizada
a média dos dados de cada país e verificada a proporção da construção civil dentro dos
acidentes totais. Dessa forma, foi desenvolvido o Gráfico 11.
Figura 13 – Média da proporção dos acidentes da construção dentro dos acidentes totais em 10
países durante os anos de 2004 a 2016
25% 24%
20%
20%
18%
15% 13%
11%
10%
10%
10% 9%8%
8%
5%
0%
A Figura 13 exibe que os acidentes da construção civil no Brasil e em Hong Kong possuem a
menor proporção quando aos acidentes totais (8%). Já a Suiça possui aproximadamente um
quarto (24%) de todos os acidentes registrados advindos da construção civil.
A análise dos riscos é uma técnica ou ação que visa analisar e identificar riscos presentes nos
ambientes de trabalho. A ideia básica da análise de risco é: desmembrar o trabalho, em várias
atividades que são desenvolvidas nele; identificar riscos associados a cada atividade(INBEP,
2018). Segundo a OSHA (2016), a análise de risco é focada no relacionamento entre o
trabalhador, a atividade, as ferramentas e o ambiente laboral.
Um dos meios mais frequentes para identificar riscos é através da utilização de “Checklists”
(questionários), roteiros e outros do gênero. É importante enfatizar que, por mais precisos e
extensos que sejam esses questionários e roteiros, há uma grande chance de os mesmos
omitirem situações de risco até vitais para uma determinada empresa. Para minimizar o
problema, deve-se adaptar tais instrumentos às características e peculiaridades específicas da
organização.
Souza (2016) afirma que outro meio bastante utilizado para a identificação de riscos é a
inspeção de segurança ou a inspeção de riscos, que nada mais é do que a procura de riscos
comuns, já conhecidos teoricamente. Os riscos mais comumente encontrados em uma
inspeção de segurança são:
Para possibilitar estudos posteriores, como também para controles estatísticos, até mesmo os
de qualidade, pode-se preparar formulários especiais, adequados a cada tipo de inspeção e
nível de profundidade desejados.A própria inspeção de equipamentos, por exemplo, feita pelo
operário diariamente no início do turno de trabalho, deverá ser facilitada através da
elaboração de uma ficha de inspeção. Os pontos a serem observados deverão ser colocados
em ordem lógica, e o preenchimento deverá ser feito com uma simples marcação ou visto.
Martins, Simões e Menezes (2010) afirmam que as empresas devem modificar o modo de
visualizar a saúde e segurança do trabalho, para tratar os modelos de avaliação dos riscos, e
considerar que as ferramentas de análise dos mesmos são instrumentos para identificação e
implantação das medidas de segurança do trabalho, e não como forma de um instrumento que
serve apenas para atender a legislação.
De fato, a Gerência de Riscos teve seu início na Indústria Moderna, logo após a Segunda
Guerra Mundial, devido à rápida expansão das indústrias, com consequente crescimento da
magnitude dos riscos incorporados, tornando-se imprescindível garantir a proteção da
empresa frente aos riscos de acidentes. Além da avaliação das probabilidades de perdas, a
necessidade de determinar quais são os riscos inevitáveis e quais são os que poderiam ser
diminuídos, passaram passoua ser calculados o custo-benefício das medidas de proteção a
serem adotadas, como também se levou em consideração a situação financeira da empresa
para a escolha adequada do seu grau de proteção. Ficou evidente que, estes objetivos, somente
seriam atingidos por meio de uma análise detalhada das situações de risco.
30
Se o risco ainda persiste, esse risco deve ser minimizado pela implementação de medidas de
controle, através do EPI.Exemplos de EPI incluem dispositivos de proteção respiratória e de
proteção visual. É importante lembrar que o EPI limita a exposição aos riscos, mas somente se
o trabalhador estiver utilizando o EPI de forma correta.
Controles administrativos também são métodos ou procedimentos de trabalho desenhados
para minimizar a exposição do risco (por exemplo, o uso de sinalização para advertir
trabalhadores do risco).
A Análise Preliminar de Riscos – APR é uma técnica de avaliação dos riscos ocupacionais,
que teve origem no campo de atuação militar e, atualmente, é parte integrante do programa de
segurança padrão militar nos EUA, exigido pelo seu próprio Departamento de Defesa (AON,
2005). De acordo com Oliveira (2013), as principais vantagens da APR, consistem em:
identificação com antecedência; conscientização dos perigos em potencial; e desenvolvimento
de diretrizes e critérios para as demais etapas do processo.
Segundo Barkokébas Junior (2005), as avaliações dos fatores de risco devem ser realizadas
através de monitoramentos, entre eles podemos destacar a medição do desempenho, a
investigação de lesões, a degradação a saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e
seus impactos no desempenho da segurança e saúde; auditoria e análise crítica pela
administração.
PCMSO O Programa de Todos os O relatório anual O PCMSO deve Deverão ser EPI Exame admissional; O exame
(Continua)
Controle Médico empregadores e deverá incluir, entre adotadas as adequado programa de audiométrico
de Saúde instituições que discriminar, por outros, a medidas tecnicamente treinamento Exame periódico; será realizado,
Ocupacional – PC admitam setores da realização necessárias ao risco a que dos Exame de retorno ao no mínimo, no
MSO é um trabalhadores empresa, o obrigatória dos suficientes para o trabalhador trabalhadores momento da
33
1. exames
médicos: a)
admissional; b)
periódico; c) de
retorno ao
trabalho; d) de
mudança de
número e a função; e)
natureza dos demissional.
procedimento legal
exames médicos,
estabelecido 7.4.2 Os (exames
incluindo trabalho (após
pela Consolidação de que trata o quanto à sua admissão, no
avaliações
das Leis do item 7.4.1 correta afastamento por 6º (sexto) mês
clínicas e exames a eliminação, a
Trabalho, compreendemda: utilização e após a mesma,
como complementares, minimização está exposto e doença ou acidente);
no Brasil, mediante a) avaliação orientação anualmente a
empregadostoda estatísticas de ou o controle à atividade Exame de mudança de
a Norma clínica, sobre as partir de
s empresas resultados dos riscos exercida,
Regulamentadora abrangendo limitações de função; então, e na
considerados ambientais
7, visando proteger proteção que o
a Saúde
anormais, assim anamnese
EPI oferece. Exame demissional. demissão.
como o ocupacional e
Ocupacional dos exame físico e
planejamento
trabalhadores. mental; b)
para o próximo
ano exames
complementares,
realizados de
acordo com os
termos
específicos nesta
NR e seus
anexos.
PCMAT São obrigatórios a São obrigatórios Planejamento Projeto de Especificação programa Exames realizados Conforme
elaboração e o a elaboração e o definido em execução das técnica das educativo conforme
(Continua)
riscos avaliação
Documentos que
cumprimento do cumprimento do execução e proteções proteções contemplando específicos da atividade dos riscos
PCMAT nos PCMAT nos conformidade integram o coletivas em individuais a a temática de laboral específicos
estabelecimentos estabelecimentos com as etapas de conformidade serem prevenção de de cada
com 20 (vinte) todas empresas execução da obra PCMAT: com as etapas utilizadas na acidentes e atividade
trabalhadores ou com 20 (vinte) layout inicial do memorial sobre de execução da obra doenças do
mais, trabalhadores ou canteiro de obra; trabalho, com
contemplando os mais, obras, condições e meio especificação sua carga
aspectos desta NR contemplando os contemplando, técnica das horária
e outros aspectos desta inclusive, ambiente de proteções
dispositivos NR e outros previsão de coletivas e
trabalho nas
complementares de dispositivos dimensionament individuais a
34
operações,
levando-se em
consideração
riscos de
acidentes e de
doenças do
trabalho e suas
respectivas
medidas
preventivas;
O PCMAT deve
contemplar as
exigências
contidas na NR 9
– Programa de
Prevenção e
Riscos
Ambientais.
1. cronograma de
implantação das
medidas
preventivas
definidas no
PCMAT;
35
2. layout inicial
do canteiro de
obras,
contemplando,
inclusive a,
previsão de
dimensionament
o das áreas de
vivência
PPR Ttodas empresas O relatório anual O PPR deve Deverão ser EPI O exame de
os os deverá incluir, entre adotadas as adequado programa de
Exame admissional;
raio
(Continua)
X e
Programa de
empregadores e discriminar, por outros, a medidas tecnicamente treinamento Exame periódico; espirimetria
proteção instituições que setores da realização necessárias ao risco a que dos Exame de retorno ao serão
admitam empresa, o 1. suficientes para o trabalhador trabalhadores realizados, no
respiratória–PPR é trabalhadores número e a obrigatóriosados a eliminação, a está exposto e quanto à sua trabalho (após mínimo, no
um conjunto de como natureza dos exames médicos minimização à atividade correta afastamento por momento da
empregados e exames médicos, e ou o controle exercida utilização e admissão, ,
doença ou acidente);
medidas a serem estejamcom incluindo 2.exames dos riscos orientação anualmente e
trabalhadores avaliações complementares, ambientais sobre as Exame de mudança de na demissão.
desenvolvidas com expostos a riscos clínicas e exames limitações de função;
químicos, tipo complementares, proteção que o
o objetivo de Exame demissional.
poeiras, fumos, estatísticas de realizados de EPI oferece.
prevenir a vapores, nevoas resultados acordo com os
e neblinas, considerados termos
instalação ou acima do LT- anormais, assim específicos nesta
limite de como o NR7 e seus
evolução de perdas tolerância planejamento anexos.
definido na para o próximo
de capacidade
pelaNR15 ano
respiratória.O
controle é realizado
por Exames de
espirometria e raio
x, por profissional
especializado
36
(Pneumologista).
O exame
(Conclusão)
Audiométrico
Programa de
s será
Conservação realizado, no
mínimo, no
Auditiva – PCA, é momento da
um conjunto de admissão, no
O relatório anual 6º (sexto) mês
medidas a serem deverá após a mesma,
todas empresas O PCA deve anualmente a
desenvolvidas com discriminar, por
com incluir, entre partir de
setores da
trabalhadores outros, a então, e na
o objetivo de empresa, o programa de Exame admissional;
todos os realização demissão
número e a Deverão ser treinamento
prevenir a empregadores e 1. obrigatóriosa Exame periódico;
natureza dos adotadas as EPI dos
instituições que dos exames Exame de retorno ao
exames médicos, medidas adequado trabalhadores
instalação ou admitam médicos
incluindo necessárias tecnicamente quanto à sua trabalho (após
trabalhadores 2. e exames
evolução de perdas avaliações suficientes para ao risco a que correta
PCA como complementares afastamento por
clínicas e exames a eliminação, a o trabalhador utilização e
empregados e
de audição. O complementares, minimização está exposto e orientação doença ou acidente);
estejam expostos
estatísticas de ou o controle à atividade sobre as
controle é realizado a riscos físicos, , realizados de Exame de mudança de
resultados dos riscos exercida limitações de
tipo ruído acima acordo com os
considerados ambientais proteção que o função;
por Exames do LT- limite de termos
anormais, assim EPI oferece. Exame demissional.
tolerância específicos nesta
Audiométricos como o
definido na NR7 e seus
planejamento
NR15 anexos.
periódicos em para o próximo
ano
cabines especiais
por profissional
especializado
(Fonoaudiólogo).
37
2. anualmente
Exame 3. na demissão
Para Cicco(1996),“um osistema de gestão pode ser definido como a estrutura organizacional,
as responsabilidades e os procedimentos, processos e recursos para uma organização
implantar a sua gestão da qualidade, a gestão ambiental ou a gestão da segurança e saúde no
do trabalho.”
Para Cardella apud Miguel (1999), o sistema de gestão é “um conjunto de instrumentos inter-
relacionados, inter-atuantes e inter-dependentes, que a organização utiliza para planejar,
operar e controlar suas atividades para atingir os seus objetivos”.
Pacheco (1995) reforça este pensamento dizendo que “para adequar e aplicar os conceitos de
qualidade à segurança e higiene do trabalho é preciso a aceitação de uma nova postura com
esta última, em que suas ações devem ser planejadas e desenvolvidas no âmbito global das
empresas, de forma dinâmica e visando a satisfazer seus clientes (empresas e trabalhadores),
quanto à eliminação e prevenção dos riscos inerentes a todas as atividades.
Cicco (1995) Eem seu Manual sobre Sistemas sistemas de Gestão gestão da Segurança
segurança e Saúde saúde no Trabalho trabalho,Cicco (1995) estabelece que o sistema “é um
arranjo ordenado de componentes que estão inter-relacionados e que atuam e interatuam com
outros sistemas para cumprir um determinado objetivo”, contudo destaca que o Sistema
sistema de Gestão gestão de Segurança segurança e Saúde saúde no Trabalho trabalho está
submetido às influências dos fatores externos, tais como, legislação, fornecedores,
comunidade e fatores internos como cultura, política, estrutura da empresa, etc.
Segundo a norma ABNT NBR 18801:2010, qual define o sistema de gestão como “uma
estrutura organizacional com definições de responsabilidades técnicas e administrativas para
desenvolver e implementar a sua política de SST e para gerenciar seus riscos por meio de
técnicas e das melhores práticas disponíveis de SST. ”
De acordo com Barreiros (2002, p. 42), os Sistemas sistemas de Gestão gestão de Segurança
segurança e Saúde saúde no Trabalho trabalho - SGSST surgem para contribuir efetivamente
para a obtenção de melhores resultados nesse campo. Isso ocorre porque o maior objetivo de
um SGSST é instituir uma estrutura gerencial que, por meio de um processo de melhoria
contínua, implemente a gestão dos riscos existentes nos ambientes de trabalho, de modo que
eles se mantenham dentro dos limites aceitáveis pelas partes interessadas e não se tornem
causas de acidentes ou de doenças relacionadas ao trabalho.
Pacheco (1995) ratifica: “porém sem jamais esquecer que a qualidade da segurança e higiene
do trabalho é sua própria excelência e que seus clientes primários são empresas e
trabalhadores e, portanto, num primeiro plano, todas as ações planejadas e desenvolvidas para
revestir a segurança e higiene no trabalho, com aspectos de qualidade, devem ser endereçadas
39
a estes”, acreditando, portanto, que o resultado final será uma contribuição a mais à Qualidade
Total.
Em 1999 foi desenvolvida a BSI-OHSAS-18001 que foi elaborada tomando-se como base a
BS 8800, pois a mesma já era disseminada e implementada em muitas organizações. Ela traz
os seguintes elementos do Sistema sistema de Gestão gestão da SST:
1. - Requisitos Gerais;
2. - Política de SST;
3. - Planejamento
3.1 - Planejamento para identificação de riscos existentes e avaliação e controle de
riscos possíveis;
3.2 - Requisitos Legais e outros;
3.3 – Objetivos;
3.4 - Programas de gestão de SST.
4. – Implementação e Operação
4.1 – Estrutura e responsabilidade;
4.2 – Treinamento, conscientização e competência;
4.3 – Consulta e comunicação;
4.4 – Documentação;
4.5 – Controle de documentos e de dados;
4.6 – Controle Operacional;
4.7 – Preparação e atendimento a emergências.
5. – Verificação e ação corretiva
5.1 – Monitoramento e medição do desempenho;
5.2 – Acidentes, incidentes, não-conformidades E ações corretivas e preventivas;
5.3 – Registros e gestão de registro;
5.4 – Auditoria.
6. – Análise crítica pela administração.
5. CONCLUSÕES
A valorização do capital humano tem sido tendência nas organizações. Por isso, cada vez
mais empresas estão desenvolvendo ações e estratégias voltadas para a promoção do bem-
estar das pessoas e da qualidade de vida no trabalho. O êxito do desenvolvimento da proposta
explicitada no presente trabalho depende da realidade de cada organização e principalmente
de como cada organização permitirá a participação dos trabalhadores nas etapas da gestão da
SGSST e de como irá implementar o processo de melhoria contínua da na gestão de segurança
e saúde do trabalho, da sua incorporação à gestão da organização. Necessita-se que a empresa
deve realizar ações sobre todos os incidentes (prevenção) e não apenas sobre os acidentes,
pois eles sempre representam um número muito maior de situações que podem ser
melhorados melhoradas em relação a áSST, permitindo então a redução dos riscos de
quantidade de acidentes.
A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho no âmbito das
empresas contribui para a proteção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho,
prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e diminuindo consideravelmente os custos. Além
de diminuir os custos e prejuízos, torna a empresa mais competitiva, auxiliando na
sensibilização de todos para o desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à
integridade física dos trabalhadores e melhoria contínua dos ambientes de trabalho.
As empresas devem estabelecer, de maneira sistemática o objetivo básico dos SGSST como
sendo “ a constituição de uma estrutura gerencial embasada no princípio da melhoria contínua
e na atuação pró-ativa que permita identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos
associados existentes nos ambientes de trabalho de forma a mantê-los dentro delimites
aceitáveis pelas partes interessadas (trabalhadores, empresa, governo) e que não venham a se
tornar causas de acidentes”.
Diante do exposto, ficam evidentes que são inúmeras as vantagens para as empresas que
adotam um modelo em Saúde e Segurança no Trabalho baseados nos programas de segurança,
como também, nas normas da série ISO 9000, ISO 14000, BS 8800 e OHSAS 18001. Diante
disso, é possível prevenir e reduzir os acidentes e doenças; Pproteger a integridade física e
mental dos trabalhadores; Educareducar para adoção de práticas preventivas; eEvitar os custos
com medicação e próteses; Ddiminuir o absenteísmo; Mmelhorar, continuamente, os
ambientes de trabalho; eEvitar prejuízos à imagem da empresa; eEliminar danos patrimoniais;
eEvitar o pagamento de perícias, honorários e indenizações legais; potencializar as relações
interpessoais; oOtimizar o clima organizacional; Aatender aos requisitos da legislação;
aAumentar a produtividade; Aampliar a competitividade da empresa.
42
Por fim, deve-se ter em mente que promover a segurança do trabalho é economicamente
vantajosa; além da obrigação legal, é dever moral, devido aos aspectos sociais envolvidos,
causando danos a todos os segmentos: empresas, trabalhadores e sociedade; resultando para
todos, custo econômico e humano.
6. REFERÊNCIAS
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Correio Braziliense:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/
internas_economia,600125/acidente-de-trabalho-no-brasil.shtml. Acesso em: 27 de Junho de
2018.
CERQUEIRA, Jorge Pedreira de. Sistemas de Gestão Integrados: ISO 9001, OHSAS
18001, SA 8000: Conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2 Ed., 2010. 536 p.
43
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
MPT – Ministério Publico do Trabalho. Perdas com acidentes de trabalho custam mais de
R$ 26 bi da Previdência. Fonte: Ministério Público do Trabalho:
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133e-4a0a-aed0-9cb43a1332d1. Acesso: 29 de Junho de 2018
PACHECO, Waldemar Júnior. Qualidade na segurança: Série SHT 9000, normas para a
gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Atlas, 1995.
Page27.jspx?
indicator=INJ_NFTL_ECO_NB&subject=OSH&datasetCode=A&collectionCode=YI&_adf.c
trlstate=mxp8ji8tx_346&_afrLoop=1679978460816813&_afrWindowMode=0&_afrWindow
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VÉRAS, J.C., B.B. Jr, L.B. Martins, R. Emilia, K. Rabbani, Fator Risco De Acidente Do
Trabalho Na Construção Civil : Análise De Obras Na Fase De Estruturas, XI Encontro
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