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Resumos de ciências

OS MINERAIS
Minerais - constituintes (unidades básicas) das rochas

Minerais: substâncias que são:

 Naturais (encontra-se na natureza e não é produzido pelo Homem)


 Sólida (a substância tem de estar no estado sólido à temperatura ambiente)
 O mercúrio é líquido à temperatura ambiente, por isso não é um
mineral
 Inorgânico (substância que não vem de um ser vivo, que não se decompõe)
 Com composição química definida

1) Cor e traço

 Minerais com cor constante (ex. pirite)


 Minerais com cores variadas (ex. quartzo) -> variações nas composições
químicas
 TRAÇO ou RISCA - cor do pó de um mineral - permite diferenciar minerais com
cores e brilhos semelhantes
 Observação da risca faz-se riscando o mineral contra uma placa de
cerâmica ou porcelana
 Por vezes a cor do traço é diferente da cor do mineral (ex.hematite)

2) Clivagem e fratura

 Fratura: o mineral quebra-se de forma irregular (quartzo)


 Clivagem: o mineral parte-se em superfícies planas e brilhantes
 Perfeita (a fragmentação resulta em “cubinhos” - ex. galena
 Fragmentação em lâminas - moscovite

3) Dureza

 Resistência do mineral aos riscos - avaliado pela escala de Mohs (10 níveis)
 Se um mineral riscar e for riscado pelo mineral de dureza 4, então esse
mineral é de nível 4
 Se o mineral riscar um determinado mineral, que não o risca a si
mesmo, mas for riscado pelo mineral de dureza superior, tem dureza
intermédia
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 Níveis:
 1 - talco
 2 - gesso
 3 - calcite
 4 - fluorite
 5 - apatite
 6 - ortóclase
 7 - quartzo
 8 - topázio
 9 - corindo
 10 diamante - por ser extremamente duro, o diamante é usado em
instrumentos de corte na indústria e medicina

4) Brilho - forma como a luz natural é refletida na superfície de um mineral

 Metálico (pirite)
 Resinoso (esfarelite)
 Gorduroso (feldspato)
 Nacarado (biotite)
 Adamantino (diamante)
 Sedoso (talco)
 Vítreo (quartzo)

5) Magnetismo - capacidade de certos minerais para atrair objetos magnetizados


(magnetite)

6) Efervescência com ácidos - capacidade da calcite para criar efervescência em


contacto com ácido clorídrico
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CICLO DAS ROCHAS


3 tipos de rochas: magmáticas, sedimentares e metamórficas

Ciclo das rochas - processos geológicos contínuos de formação, modificação,


destruição e reciclagem das rochas

 À superfície: rochas sofrem ação da meteorização e erosão (água e vento)


 Origina sedimentos - levados pela água e vento, depositam-se em
bacias de sedimentação
 Compactação e cimentação - fim da diagénese
 Resultam as ROCHAS SEDIMENTARES
 Rochas sedimentares - sofrem afundamento na crusta - aumento da pressão e
temperatura nas zonas mais profundas da terra
 Recristalização dos minerais das rochas, sem haver fusão - ROCHAS
METAMÓRFICAS
 Se as temperaturas aumentarem ainda mais - rochas fundem originando o
magma
 Se o magma arrefece (à superfície ou em profundidade), solidifica - ROCHAS
MAGMÁTICAS
 Se sofrerem temperaturas e pressões altas - ROCHAS METAMÓRFICAS
 Se qualquer um destes tipos de rocha aflorar à superfície (afloramento) reinicia
o ciclo para a formação de uma rocha sedimentar

ROCHAS MAGMÁTICAS
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Magma: mistura fluida de matérias minerais em fusão

As rochas magmáticas formam-se da fusão do magma que arrefece e solidifica.

 Quando o magma consolida no interior da Terra - arrefecimento é lento e


permite a formação de cristais bem desenvolvidos e visíveis a olho nu
(cristalização demorada - textura fanerítica)
 Rochas magmáticas plutónicas, intrusivas ou ígneas (granito, gabro)

 Quando o magma consolida à superfície da Terra ou próximo dela -


arrefecimento é rápido e não se formam cristais individualizados nem grandes
ou visíveis (textura afanítica)
 Rochas magmáticas vulcânicas ou extrusivas (basalto ou riólito)
 Se o arrefecimento for muito rápido - as rochas tornam-se massas
vítreas (obsidiana)

 Composição do granito (cristais bem visíveis)


 Quartzo
 Feldspato
 Mica
 Composição do basalto (cristais pequenos)
 Feldspato
 Olivina
 Piroxena

 Magma basáltico
 Origina gabro se arrefece em profundidade
 Origina basalto se arrefece à superfície
 Magma riolítico (maior quantidade de sílica)
 Origina granito se arrefece em profundidade
 Origina riólito se arrefece à superfície

 Granito - muito abundante no Norte e Beira Interior


 Basalto - muito abundante nas R.A. Madeira e Açores

ROCHAS SEDIMENTARES
Agentes geológicos internos:
presentes no interior da Terra
Agentes geológicos externos:
têm origem no exterior do  Calor
planeta  Pressão
 Água
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Formação das rochas sedimentares

1. Meteorização - modificação das rochas sem remoção de materiais pelos agentes


de erosão
 Química - reação química entre os gases da atmosfera e os minerais das
rochas
 Mecânica - não há alteração química da rocha
 Fratura das rochas - ação do gelo
 Ação dos seres vivos - construção de tocas por animais pequenos
que movimentam as partículas do solo; raízes de plantas que abrem
fendas em grandes rochas
2. Erosão - remoção dos sedimentos da rocha mãe após a meteorização, que tem
como fatores água, vento, seres vivos e força da gravidade

3. Transporte - quando as rochas são transportadas pelo vento, água ou gravidade. A


capacidade de transporte destes fatores determina se há muita ou pouca
sedimentação.

 Devido à ação da gravidade, nas zonas mais próximas do solo o transporte é


de materiais mais densos
 Partículas menores e mais leves são levadas para zonas mais afastadas
 O desgaste das rochas é maior junto ao solo
4. Sedimentação - os sedimentos depositam-se quando a capacidade de transporte
do agente diminui. A sedimentação é feita por estratos.

5. Afundamento e diagénese - a acumulação de muitas camadas de sedimentos


provoca compactação e afundamento. Ocorre então a diagénese: os sedimentos
transformam-se em rochas sedimentares consolidadas (as partículas cimentam
devido ao calor e pressão) - conjunto de reações físico-químicas que transformam
os sedimentos soltos em rochas
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Ação da PRESSÃO

Ação do CALOR

Material orgânico ----

Sujeito a pressão e a
temperaturas de 90º a 120º

--- petróleo e gás natural

-- carvão

Classificação das rochas - de acordo com a origem dos sedimentos

 Detríticas - sedimentos têm origem na meteorização e erosão de rochas pre-


existentes
 Formadas por grãos sólidos - sedimentos detríticos ou clásticos
 Consolidadas/não consolidadas
 Podem ter grãos visíveis a olho nu ou não (conglomerado,
arenito)
 Cheiro a barro (argilito - não faz efervescência com ácido - e
marga - faz efervescência com ácido)
 As rochas detríticas não consolidadas - tamanho e forma varia ao longo
do transporte
 No início do transporte são maiores e de forma irregular
 Ao chegar à zona de sedimentação, por ação da erosão, os grãos
são mais finos e arredondados
 Ao longo do transporte, os minerais que são mais sensíveis à
meteorização vão sendo alterados, e restam os mais resistentes

 Quimiogénicas - sedimentos têm origem em reações físicas e químicas


 Resultam do depósito de material químico - transformação química da
rocha
 Calcário - precipitação de carbonato de cálcio
 Evaporitos - evaporação da água nos lagos geram a precipitação
de sais dissolvidos - resulta sal-gema e gesso
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 Biogénicas - sedimentos têm origem nos seres vivos ou sua atividade


 Turfa - carvão vegetal - contém restos de vegetais
 Petróleo e gás natural - resulta de sedimentos de protistas
 Calcário conquífero - contém estruturas de conchas
 Calcário coralígeno - contém estruturas de corais

Identificação de rochas sedimentares:

 Presença ou ausência de clastos e suas dimensões


 Cheiro a barro quando a rocha é bafejada
 Efervescência com ácidos
 Presença ou ausência de seres vivos
 Paladar

ROCHAS METAMÓRFICAS

 Formam-se em profundidade a partir de rochas preexistentes


 Rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas - sujeitas a temperaturas e
pressão elevadas
 A sua estrutura e composição alteram-se
 Não há fusão do material (permanecem no estado sólido)
o A nova rocha metamórfica tem composição mineralógica e
textura diferente
 METAMORFISMO - conjunto de fenómenos que ocorrem em profundidade e
que originam rochas metamórficas

Tipos de metamorfismo:

 Metamorfismo regional - As rochas deformam-se e acabam por alinhar


paralelamente os seus minerais, formando planos chamados foliação - ardósia,
filito, xisto e gnaisse
 as rochas são sujeitas a elevadas pressões resultantes de movimentos
tectónicos.
 Metamorfismo de contacto - textura granoblástica (sem foliação, cristais de
dimensões semelhantes sem alinhamento preferencial) - mármore
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 Formadas a altas temperaturas devido à proximidade de intrusões


magmáticas

PAISAGENS GEOLÓGICAS
Paisagem geológica: é o resultado do tipo de rochas que existem na paisagem e das
alterações a que estão sujeitas.

Processos geológicos que influenciam a paisagem:

 Vulcanismo
 Meteorização
 Erosão
 Transporte de sedimentos

PAISAGENS MAGMÁTICAS
 Paisagens graníticas - abunda o granito
 Fraturas entre as rochas (erosão) - diáclases - originam grandes blocos que
se vão separando e dispersando - caos de blocos - Beiras e Norte de
Portugal

 Paisagens basálticas - resultam de fenómenos vulcânicos


 Paisagem típica dos arquipélagos da Madeira e Açores
 Características das regiões vulcânicas:
 Solos férteis
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 Caldeiras
 cones vulcânicos
 formações basálticas em colunas hexagonais
 Geodes - cavidades recobertas de cristais resultantes da lava
 Cor escura, típica do basalto

 Utilidade das rochas magmáticas:


 Construção de edifícios, esculturas, pavimentação (granito)
 Cerâmica e vidro

PAISAGENS METAMÓRFICAS

 Predominam as rochas metamórficas - Alentejo e Trás-os-Montes


 Quartzito
 Xisto
 Mármore

 Têm origem a grande profundidade - sujeitas a grandes pressões


 Isto leva por vezes ao seu dobramento, muito comuns em cadeias
montanhosas
 Socalcos xistosos (Douro), desfiladeiros e ravinas (Douro), e cristas
quartzíticas (Alentejo) - muito resistentes à meteorização e erosão

 Utilidade das rochas metamórficas:


 Mármore - construção de edifícios, pavimentos e estátuas (Alentejo)
 Xisto - construção de casas
 Ardósias

PAISAGENS SEDIMENTARES

 Paisagens sedimentares detríticas


 Arribas e praias - origem sedimentar - vão sendo modeladas pelo mar
(Almada, Alentejo, Algarve)
 Ravinamentos - sulcos provocados pela água da chuva, em terrenos
inclinados e com pouca vegetação (arenitos)
 Dunas - acumulação de areia arrastada pelo vento - regiões desérticas e
litorais
 Chaminés de fada - resulta a erosão causada pela chuva sobre as rochas
sedimentares, que remove os materiais mais finos
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 Paisagens sedimentares cársicas


 Lapiás - o dióxido de carbono da água da chuva dissolve o calcário das
rochas, provocando fraturas nas rochas de calcário e deixando um aspeto
rendilhado
 Dolinas - depressões em forma de funil causadas por fraturas mais largas e
profundas
 Algares - poços no fundo das dolinas que comunicam com as grutas
 Grutas e canais - resultantes da infiltração da água que dissolve o calcário
do solo
 Estalactites e estalagmites - formações resultantes da precipitação do
carbonato de cálcio dissolvido na água (Serras de Aire e Candeeiros)

 Utilidade das rochas sedimentares:


 Areias e argilas - construção civil, produção de estátuas, cerâmica, olaria,
vidro
 Calcário - produção de cimento e materiais de construção de monumentos
 Evaporitos - exploração para extração de sal

Biotite
Génese: Magmática; metamórfica; sedimentar detrítica (geralmente, mais ou menos alterada).
Cor: Escura. Negra ou castanha muito escura.
Risca:Branca
Brilho:Vítreo a nacarado
Clivagem: 1 plano de clivagem
Fratura: Não apresenta
Dureza: 2,5 a 3.
Calcite
Génese:Pode ocorrer nos três tipos de rochas; ocorre principalmente nas rochas sedimentares.
Propriedades Químicas: Efervescência, devido à presença de carbonato de cálcio
Cor: branco, rosa, castanho, amarelado, azul
Risca: Branca
Brilho: Vítreo
Clivagem: Clivagem cúbica perfeita
Fratura: concoidal fraca
Dureza: 3.

Feldspato
Génese: magmática.
Cor: branco, amarelo ou rosa
Risca: Branca (a mais comum)
Brilho: gorduroso
Clivagem: 2 planos de clivagem
Fratura: concoidal
Dureza: 6
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Moscovite
Génese: magmática.
Cor: branco, cinzento, prateado e castanho-amarelado
Risca: Branca
Brilho: vítreo
Clivagem: 1 plano de clivagem
Fratura: irregular
Dureza: 2 a 2.25

Olivina
Génese: magmática.
Cor: Verde-amarelado, verde, verde-escuro e castanho-avermelhado
Risca: Branca
Brilho: vítreo
Clivagem: pode ter 2 planos de clivagem
Fratura: concoidal
Dureza: 6.5 a 7

Quartzo
Génese: metamórficas, sedimentares e ígneas.
Cor: castanho, incolor, violeta, rosa e amarelo
Risca: Branca
Brilho: vítreo
Clivagem: Ausente
Fratura: concoidal
Dureza: 7

O vulcanismo
As camadas mais profundas da terra estão a temperaturas elevadíssimas, e os materiais
rochosos menos densos têm tendência a emergir

 Movimentação das camadas mais externas (ex.astenosfera) que também tem


tendência a ascender

Vulcão - abertura na superfície da Terra por onde sai o material proveniente do interior da
Terra

Pode estar:

 Ativo - está em erupção


 Inativo - não está em erupção
o Extinto - nunca mais vai voltar a entrar em erupção

Estrutura típica do vulcão:

 Câmara magmática- estrutura subterrânea que acumula o magma que é expulso pelo
vulcão (magma a temperaturas elevadas e gases sob grande pressão, que podem
provocar fendas na crusta terrestre)
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 Chaminé vulcânica- estrutura em forma de tubo, que liga a câmara magmática à


superfície
 Cratera- abertura à superfície por onde sai o magma
 Cone principal- elevação formada por materiais expelidos pelo vulcão

Às vezes, podem-se formar chaminés secundárias dando origem aos cones secundários.

Porque ocorre uma erupção vulcânica: o magma está a uma temperatura muito elevada pelo
que se torna mais fluido e menos denso do que as rochas ao redor. Esta menor densidade e
elevadas pressões levam à sua subida e acumulação na câmara magmática. Quando está fica
cheia, o magma sobe pela chaminé e os materiais são libertados à superfície: erupção
vulcânica

Quando o magma é expulso perde os gases - lava

Piroclastos - materiais sólidos expulsos

Tipos de erupções

 Efusiva, quando liberta lava em escoadas longas, poucos gases


o Temperatura do magma entre 1100 e 1200 graus, e é pouco viscoso
o A lava flui facilmente, formando escoadas lávicas
o Declives suaves, erupções calmas e cones pouco íngremes
 Explosiva, quando expele bruscamente muitos piroclastos e gases
o Os piroclastos acumulam-se na cratera
o É expelida pouca lava
o declives inclinados
o Magma muito viscoso, com temperaturas entre 800 e 1000 graus
o Pode formar uma nuvem ardente, resultante da mistura de piroclastos e gases,
podendo chegar a 50 km de altura
o Por vezes o magma acumula-se na superfície - origina um domo ou cúpula
 Mista, com períodos explosivos e efusivos
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o As escoadas de lava alternam com a expulsão de muitos piroclastos

Materiais libertados pelos vulcões- líquidos, sólidos e gasosos

Lava-líquido- pode ser classificado em várias categorias

 Lavas escoriácea - mais viscosidade do magma nas erupções explosivas faz com que a
lava tenha mais dificuldade em movimentar-se, formando-se uma camada à superfície
sólida e irregular
 Lavas encordoadas - fluem com muita facilidade, fazendo com que haja formação de
lava com uma textura semelhante a cordas enroladas. Esta arrefece à superfície, mas
continua a haver um fluxo subterrâneo que provoca o enrolamento. Isto é mais
comum nas erupções efusivas
 Pillow lavas- lavas submarinas que podem apresentar uma forma tubular ou alongada,
em que a lava arrefece muito rapidamente, e estas estruturas fazem lembrar
almofadas

Piroclastos- resultam da:

 Solidificação do magma em profundidade


 Projeção de fragmentos rochosos do vulcão durante a erupção
 Lava incandescente que ao ser projetada no ar solidifica, caindo em redor do vulcão

Tipos de piroclastos

 Cinzas- inferiores a 2mm. Podem ser transportadas a grandes distâncias,


permanecendo muito tempo na atmosfera afetando o clima
 Lapilli- de 2mm a 64mm- devido ao seu tamanho, estão sujeitos a um transporte
menor que as cinzas
 blocos e bombas vulcânicos- maiores que 64mm- os blocos são mais angulosos e as
bombas são mais arredondadas. Podem ter vários metros de diâmetro podendo ser
projetados alguns km do vulcão

Gases- durante a ascensão do magma e a erupção vulcânica, também há libertação de gases

 vapor de água e dióxido de enxofre (este gás é responsável pelo odor


característico das zonas vulcânicas)

Formação de caldeiras vulcânicas

Após a erupção vulcânica a câmara magmática esvazia e fica instável e sem suporte - o cone
vulcânico por vezes abate (cai)

 Aí forma-se uma caldeira- abatimento dos materiais vulcânicos, podendo formar-


se lagos com a água da chuva
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 Têm pelo menos 1km de diâmetro e estrutura circular

Manifestações secundárias de vulcanismo- associada às erupções vulcânicas

Podem ser antes, durante ou após da erupção, podendo durar muitos anos

 Geiseres- jatos de água quente libertados pela bolsa


 Fumarolas- gases libertados pelas fissuras (vapor de água, dióxido de carbono, dióxido
de enxofre)
 Mofetas- água com dióxido de carbono libertada pela bolsa
 Sulfatas- vapor de água com enxofre libertada pela bolsa
 Nascentes termais- libertações de água aquecida que retorna à superfície através de
fraturas

Onde se localizam os vulcões

Há mais vulcões em certas partes do mundo do mundo do que em outras

5 Placas tectónicas

 Placa Euroasiática
 Placa Norte-Americana
 Placa Sul-Americana
 Placa Africana
 Placa Indo-Australiana

Os vulcões localizam-se quase todos nos limites das placas tectónicas, também existindo
vulcões dentro das placas, a interplaca.

Podemos concluir que a atividade vulcânica resulta da dinâmica interna da terra

Há três regiões onde há maior concentração de vulcões:

 Dorsais médio-oceânicos- muita atividade vulcânica ao longo dos riftes oceânicos,


portanto actividade submarina
 Cintura mediterrânica- ilhas vulcânicas e vulcões no Mar Mediterrâneo
 Anel de fogo do pacífico- em torno do oceano Pacífico localiza-se a maioria dos
vulcões ativos do mundo

Riscos e benefícios da atividade vulcânica

Uma grande erupção: pode ser muito perigosa para:

 Pessoas
 Bens materiais
 Outros seres vivos

É perigosa devida:
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 À lava
 Às nuvens ardentes
 À maior quantidade de cinzas

A atividade vulcânica também pode provocar:

 Tsunamis
 Cheias repentinas- degelos rápidos de neve e glaciares- lahars
 Sismos
 Deslizamentos da Terra
 Clima- nuvens ardentes podem espalhar-se pelo globo

Benefícios do vulcanismo

 Aumentar a área da Terra


 Originam solos férteis
 Calor do magma aproveitado para produzir energia geotérmica
 Produtos vulcânicos utilizados como materiais de construção
 Turismo (locais com vulcanismo ativo e manifestações secundárias)
 Extração de enxofre

Prevenção dos riscos vulcânicos

Desenvolvimentos científicos e tecnológicos

 Monitorização mais eficaz dos vulcões


 Previnem e minimizam os riscos vulcânicos, desvendando cada vez mais informações
sobre os vulcões
 Estes preveem com mais rigor as erupções
 O uso de aviões e satélites é fenomenal, pois permite a observação direta do vulcão,
podendo instalar instrumentos nos vulcões perigosos em regiões habitadas,
permitindo:
o Registar os sismos, que tendem aumentar de número e a intensidade antes da
erupção
o Medir as mudanças na forma do aparelho vulcânico, pois a ascensão do
magma tende a uma elevação do cone
o Detetar os gases libertados, pois a composição dos gases pode indicar a
ocorrência de uma erupção e o tipo de magma que há-de ser expelido
o Dado que a subida antes da erupção tende a aumentar a temperatura dos
minerais, é essencial medir a temperatura
 Melhor forma de protegermo-nos dos vulcões- estar longe deles
 Regiões vulcânicas habitadas- planos de evacuação com kits prontos com comida,
pilhas, luz, máscaras de proteção…
 Seguir as indicações da proteção civil, manter as habitações fechadas e não expor a
riscos desnecessários, como as cinzas
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Atividade sísmica
Sismo- movimento bruscos e breves da superfície terrestre, que resultou de energia libertada
pelas rochas

A maioria dos sismos ocorre nos limites das placas tectónicas, tal como os vulcões

 É nestas zonas que ocorrem mais movimentações dos blocos


o Anel de fogo do Pacífico (cintura circumpacífica) - 80% dos sismos
o Dorsal médio-atlântica (onde se localizam os Açores)
o Entre o Mediterrâneo e Ásia (cintura mediterrânico-asiática) - 15%

Origem dos sismos:

As rochas que constituem a litosfera (camada externa e sólida do nosso planeta) são
continuamente sujeitas a grandes tensões devido à ação das forças tectónicas (forças
contrárias). Isto causa a deformação das rochas até que chega ao momento do limite da sua
resistência e há a rutura das rochas - libertação enorme da energia acumulada

 Origina-se um sismo tectónico - resultante do movimento das placas litosféricas


 Se rutura das rochas é acompanhada de deslocação dos blocos rochosos - falha

Podem ser gerados por:

 Vulcão
 Abatimento de grutas
 Ação humana
 Sismos tectónicos, os mais destruidores
o Rutura ou movimento dos blocos rochosos

Atividade sísmica- evidência do dinamismo interno da terra

Hipocentro ou foco sísmico- local no interior da terra onde se tem a origem do sismo

Energia- libertada a partir do hipocentro, propagando-se sob a forma de ondas sísmicas

 Estas ondas fazem vibrar os materiais rochosos que atravessam até atingir a superfície
terrestre
 Diversos tipos de ondas sísmicas:
o Ondas profundas (propagam-se em profundidade - principais (P - mais rápidas)
e secundárias (S)
o Ondas superficiais (propagam-se à superfície, são mais lentas mas causam
mais destruição)

Epicentro-ponto à superfície que está verticalmente acima do hipocentro


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Sismo forte- normalmente antecedido por abalos premonitórios (antes do sismo) e sucedido
por réplicas (depois do sismo)

Se o epicentro se localizar no fundo oceânico podem ocorrer tsunamis que são ondas
gigantescas

Durante o sismo, com a fratura e deslizamento das rochas, é libertada uma enorme
quantidade de energia que, quando atinge o epicentro, é transferida para a coluna de água do
mar e origina a deslocação vertical de uma grande massa de água. À medida que se aproxima
do litoral, devido à diminuição da profundidade, a onda cresce e atinge enormes proporções
(20m de altura). Ao chegar à zona costeira, a onda inunda tudo e causa danos catastróficos.

Intensidade de um sismo

Intensidade (grau de destruição) - reflete o nível da destruição de casas, objetos, edifícios…

 Escala de Mercalli modificada (12 níveis) - mais usada na América do Norte


o Permite elaborar cartas de isossistas
 Escala Macrossísmica Europeia de 1998 (12 níveis)
o Analisa a vulnerabilidade dos edifícios e infraestruturas
 Escala de Richter
o Mede a magnitude

A intensidade diminui com o afastamento ao epicentro (local com mais destruição) - as ondas
sísmicas perdem energia à medida que se afastam do hipocentro

 Por este motivo sente-se pouco um sismo que ocorreu noutra região do país

Com base nas intensidades são feitas as cartas de isossistas - pontos com a mesma
intensidade, unidos por uma linha (isossista).

 As isossistas não são concêntricas ao epicentro, pelo contrário apresentam uma forma
irregular, ao contrário das ondas sísmicas
o Porque a intensidade varia de acordo com as propriedades dos materiais
atravessados pelas ondas sísmicas

Infraestruturas feitas com:

 Aço
 Madeira
 Betão reforçado
 Tijolos unidos por argamassa (alvenaria reforçada)
o São mais resistentes às ondas sísmicas

Sismógrafos- aparelhos especializados que registam todos os abalos sísmicos

Sismograma - Registo gráfico dos movimentos do solo, provocado pelas ondas sísmicas
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 Duração
 Localização do epicentro
 Quantidade de energia libertada

Para registar todos os movimentos do solo são necessários 3 sismógrafos

 1 vertical, que deteta as vibrações verticais do solo


 2 horizontais, que detetam as vibrações horizontais do solo
o 1 orientação norte-sul
o 1 orientação este-oeste

Acalmia sísmica - sismograma regista linha quase reta (ausência de vibrações)

Durante um sismo (vibração do solo) - linhas com oscilações que representam as ondas
sísmicas

 1º - ondas sísmicas subterrâneas (profundidade)


 2º - ondas sísmicas superficiais

Magnitude - quantidade de energia libertada no hipocentro

 Mede-se na Escala de Richter que avalia de 1 a 10


 A cada unidade que a magnitude aumenta, é 30 vezes maior que a unidade anterior,
ou seja um sismo de magnitude 6 é 30 vezes mais fraco que um sismo de magnitude 7

Energia propagada em

1. Ondas Primárias- verticalmente


2. Ondas Secundárias- horizontalmente

Previsão sísmica

Não existe ainda um modelo exato de previsão sísmica.

No entanto o desenvolvimento científico e tecnológico já aumentou os conhecimentos sobre


os sismos e a monitorização dos precursores

Um dos objetivos da sismologia- determinar quando, onde e a magnitude do próximo sismo,


conseguindo prever a intensidade através de vulnerabilidade das infraestruturas

 Estudo da propagação das ondas sísmicas


 Estudo dos registos históricos
 Estudo das propriedades dos terrenos (consistência)
 Elaboração de cartas de risco sísmico
 Monitorização de precursores sísmicos

 Ocorrência de sismos fracos


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 Variação dos níveis de água subterrânea


 Deformações no terreno
 Alteração no comportamento de animais que vivem no subsolo
 Libertação de gases pelas rochas nas falhas importantes e próximas
das cidades

Risco sísmico - depende de fatores como:

 Magnitude do sismo
 Distância ao epicentro
 Tipo de solo
 Tipo de construções
 Densidade populacional da área afetada

Riscos diretos:

 Perda de vidas humanas


 Destruição de edifícios e vias de comunicação
 Deslizamento de terrenos e abertura de fendas no solo
 Tsunamis

Riscos indiretos:

 Incêndios
 Inundações
 Propagação de doenças

1990 - começou a haver cartas de isossistas que são mapas de linhas curvas fechadas que
mede a intensidade esperada.

Em Portugal, Lisboa e o Sul têm maior risco sísmico

Medidas de prevenção antes de um sismo:

 Em regiões de risco - medidas de construção que tornam os imóveis mais resistentes


aos abalos (construção anti-sísmica)
 Planos de evacuação e de mapas de risco
 Redes de monitorização
 Simulacros
 Ter em casa um extintor, estojo de 1os socorros, reservas de água e comida
 Fixar móveis à parede

Durante um sismo:

 Dentro de casa
o Evitar elevadores e escadas
o Ficar debaixo do vão da porta ou de uma cama/mesa, ou num canto da sala
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o Evitar janelas, varandas e chaminés


 Na rua
o Ficar num local amplo
o Ficar longe de postes de eletricidade, árvores, edifícios ou muros

Depois de um sismo:

 Desligar gás, água e eletricidade


 Não acender velas, fósforos ou isqueiros por causa das fugas de gás (risco de incêndio)
 Ficar longe de fios elétricos ou edifícios a desabar

A estrutura interna da terra


Estudo de dinâmica interna da terra e conhecimento sobre o interior da Terra

 Diversidade de estudos e metodologias


o Análise direta dos materiais que constituem o planeta
o Análise de dados obtidos indiretamente

Métodos diretos

Recolha e análise direta de rochas - apenas permitem a análise das camadas mais superficiais
da Terra, não permitem a análise das camadas mais interiores localizadas a milhares de km de
profundidade

 Estudo das paisagens geológicas e afloramentos rochosos


 Estudo dos materiais emitidos durante as erupções vulcânicas (vulcanologia)

Ex: rochas magmáticas

 Consolidação do magma
 Magma- às vezes formado a mais de 100km de profundidade
 Magma fundido- temperatura aumenta com a profundidade

 Exploração mineira - geólogos estudam rochas que se formaram a dezenas de km


e que se encontram nas minas- 4km máximo
 Sondagens geológicas - perfuração em todo o globo que permitem a recolha de
materiais.
o Furo mais profundo- Rússia, 12262m, em 1994
o Sondagens para pesquisar petróleo- 10km

Métodos indiretos
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Possibilitam o estudo das camadas mais internas da Terra, pois recorrem a tecnologias que não
se usam nos métodos diretos. Estas tecnologias dão-nos certas informações, mas não
permitem recolher amostras.

Principais contributos são:

 Geotermia - estudo da variação da temperatura com a profundidade, essencial


para saber o estado físico dos materiais
 Os estudos de vulcanologia permitem saber que a temperatura dos
materiais aumenta com a profundidade
 Planetologia - estuda os meteoritos recolhidos na Terra e analisa amostras de
cometas e asteroides por sondas espaciais
 dados importantes sobre as camadas mais profundas da Terra,
dizendo os cientistas que os meteoritos formados por ferro e níquel
têm a mesma composição química que as camadas mais internas da
Terra
 Sendo assim, as camadas internas da Terra devem ser constituídas
essencialmente por ferro e níquel
 Sismologia - fornece os dados sobre o comportamento das ondas sísmicas, são
dos mais importantes sobre a estrutura interna da Terra, pois as ondas sísmicas
propagam-se por todo o mundo, sendo detetadas pelos sismógrafos

 A rede global de sismógrafos levou a um melhor conhecimento sobre


como se propagam as ondas sísmicas em profundidade. Os sismógrafos
foram utilizados para detetar explosões nucleares, mas hoje são utilizados
para fazer modelos da estrutura interna terrestre
 A velocidade das ondas depende dos materiais, portanto é possível
determinar o estado físico destes
o As ondas S só se propagam em materiais sólidos e as P são mais
rápidas em materiais mais rígidos
 As ondas sísmicas também permitem perceber que a densidade das rochas
aumenta com a profundidade, sendo que nos limites das camadas a
densidade muda devida à composição física

Modelos de estrutura interna da Terra - apresentam o planeta dividido em:

 Camadas concêntricas
 Propriedades físicas e composições distintas

 Modelo geoquímico - baseia-se na composição química dos materiais do interior da Terra,


considera três camadas:
o Crusta
 Camada mais exterior e menos espessa
 Crusta oceânica- 5 a 10km e é constituída por basaltos.
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 Crusta continental- 35 a 70km de profundidade, sendo constituída por


granito
 Composição química
 Oxigénio- 46%
 Silício- 28%
 Alumínio- 8%
 Ferro- 6%
 Outros- 5,6%
 Magnésio- 4%
 Cálcio- 2,4%
o Manto
 Materiais magmáticos que contêm minerais ricos em magnésio e ferro
 Espessura- cerca de 2900km
 Composição química
 Oxigénio- 46%
 Magnésio- 22,8%
 Silício- 21%
 Ferro- 6,3%
 Cálcio- 2,5%
 Alumínio- 2,4%
o Núcleo externo
 Estado líquido
 Muita densidade
 Composição química
 Ferro- 85%
 Níquel- 5%
 Oxigénio- 5%
 Enxofre-5%
o Núcleo interno
 Estado sólido
 Muita densidade
 Composição química
 Ferro- 94%
 Níquel- 6%

 Modelo geofísico - considera as propriedades físicas dos materiais, considera 5 camadas:


o Litosfera
 Camada sólida e rígida, incluindo a crusta e parte superior do manto
 Camada fragmentada em placas (que se deslocam sobre a astenosfera)
 Sob os oceanos- espessura de cerca de 100km
 Regiões continentais- espessura de cerca de 200km
o Astenosfera
 Imediatamente abaixo da litosfera, podendo ter mais de 350km
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 Entre 1 e 2% dos materiais estão no estado líquido, o que torna a camada


mais plástica, e a velocidade da propagação das ondas sísmicas é menor
o Mesosfera
 Entre a astenosfera e a endosfera
 Temperaturas muito altas, mas é uma camada sólida e rígida devidas às
grandes pressões
o Endosfera
 Endosfera externa
 Corresponde ao núcleo externo
 Estado líquido devido às altas temperaturas
 Endosfera interna
 Corresponde ao núcleo interno
 Estado sólido
 Pressões muito fortes impedem a fusão dos materiais, mesmo em
grandes temperaturas

Em resumo:
 A dinâmica terrestre está associada ao movimento das placas tectónicas, que se
relaciona com a estrutura interna da Terra

 Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos foram essenciais para estudar e


compreender melhor a estrutura interna da terra, a partir do estudo dos vulcões,
sismos e meteoritos

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