Sem alinhamento intersticial, o Fator de Empacotamento Atômico é
baixo e os Metais não conseguem cristalizar desta forma. Há dois Parâmetros de Rede representando os parâmetros: Basal (a) e de Altura (c)
Fig. 38 – Estrutura Cristalina HS
Os Átomos estão posicionados nos vértices de dois hexágonos sobrepostos e outros dois Átomos no centro de cada hexágono. Para alguns Cristais com mais de um tipo de Átomo.
Formada por dois hexágonos sobrepostos e entre eles existe um plano
intermediário de três Átomos. Nos hexágonos existem seis Átomos nos vértices e outro no centro. No HC, cada Átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados entre as camadas adjacentes. O sistema Hexagonal Compacto é mais comum nos Metais não- Ferrosos (ex: Mg, Zn, Be, Cd). 2
Seis Átomos são atribuídos a uma Célula Unitária
Fig. 39 – Estrutura Cristalina HC
Fator de Empacotamento Atômico (FEA) = 0,74
O Fator de Empacotamento Atômico será o mesmo do sistema CFC,
devido ao mesmo Número de Coordenação.
3.1 – Solidificação
A Solidificação dos Metais e Ligas é um importante processo
industrial, já que a grande maioria dos materiais metálicos é fundida e somente, então, vazada em uma forma acabada ou semi-acabada. Em geral, a Solidificação dos Metais e Ligas pode ser dividida nas seguintes etapas:
A formação de Núcleos estáveis no líquido (Nucleação);
O crescimento dos Núcleos originando os Cristais e a formação de uma Estrutura de Grãos. 3
Fig. 40 – Estágios de Solidificação
A Nucleação é o primeiro passo na formação de qualquer nova fase
termodinâmica ou uma nova estrutura, através de auto-montagem ou da auto- organização.
A Nucleação de partículas sólidas, num líquido, pode ser:
• Homogénea: Em que pode ocorrer com a formação de Núcleos,
diretamente, a partir do líquido; • Heterogénea: Em que a formação de Núcleos ocorre a partir de superfícies pré-existentes (paredes do molde, impurezas, inoculantes) serve de local preferencial para o início da Nucleação
Fig. 41 – Nucleação Homogênea e Heterogênea
A Cristalização consiste no aparecimento das primeiras Células
Cristalinas Unitárias que servem de base para o posterior desenvolvimento dos Cristais, dando finalmente origem aos Grãos definitivos, e à “Estrutura Granular” típica dos Metais. A expansão de cada Núcleo de Cristalização se assemelha a uma árvore, com os seus ramos chamados de Dendritas. 4
Fig. 42 – Formação das Dendritas
O crescimento dos Cristais não se dá uniformemente, sendo que a
velocidade de crescimento não é a mesma em todas as direções. O crescimento será mais rápido nas direções em que houver maior fluxo de calor. É ainda influenciada pelas paredes que contém o Metal em solidificação.
Fig. 43 – Seção de um lingote mostrando a forma adquirida pelos grãos durante a
solidificação No caso das Lingoteiras (moldes metálicos que originam os Lingotes), mostradas na Fig. 43, o Crescimento dos Grãos assume diferentes formas de acordo com os cantos do Molde que, se forem arredondados, diminuem a formação de planos diagonais indesejáveis. Esses planos tem uma tendência maior a fragilização da peça, com a formação de fissuras quando o material é submetido a processos posteriores de Conformação, como a Laminação. 5
Fig. 44 – Processo de Laminação]
4 – Cristalografia
A Cristalografia é a Ciência experimental que tem como objeto de
estudo, a disposição dos Átomos, nos Sólidos. Nos Sólidos Cristalinos, os arranjos estabelecidos entre os Átomos podem ser descritos fazendo-se referência aos Átomos dos pontos de intersecção de uma rede tridimensional de linhas retas. Essa rede designa-se por Rede Espacial, e pode ser descrita como um arranjo infinito tridimensional de pontos.
Fig. 45 – Rede Espacial
As Estruturas Cristalinas são divididas em grupos, conforme os Arranjos Atômicos e/ou Células Unitárias (conveniência) Esse sistema é baseado na Geometria da Célula Unitária, independente das posições atômicas na célula. Um sistema de coordenadas x, y, z é estabelecido com a sua origem localizada em um dos vértices da Célula Unitária. Cada um dos eixos x, y, z coincide com um dos três vértices do paralelepípedo. 6
Fig. 46 – Geometria da Célula Unitária
A Geometria da Célula Unitária é definida em termos de seis parâmetros:
Comprimentos das três arestas, a, b e c, Três ângulos entre os eixos, α, β, e γ.
Esses são chamados de Parâmetros de Rede de uma Estrutura
Cristalina. São necessários apenas sete tipos distintos de Células Unitárias, para criar todos os tipos de Redes de Pontos. Esses estão descritos abaixo:
Fig. 47 – Classificação das Redes Espaciais por Sistemas Cristalográficos
7
Fig. 48 – Classificação das Redes Espaciais por Sistemas Cristalográficos
7.1 - Redes de Bravais
Muitos dos 7 Sistemas Cristalográficos apresentam variações da Célula
Unitária Básica. August Bravais, Cristalógrafo Francês, mostrou que 14 Células Unitárias Padrão podem descrever todas as possíveis Redes. Essas estão descritas abaixo. 8
Fig. 49 – Células Unitárias convencionais, das 14 Redes de Bravais
7.2 – Direções Cristalográficas
A Direção Cristalográfica é o Vetor que une dois pontos da Rede
Cristalina.
Procedimento para determinação de uma direção cristalográfica:
Posicionar o “vetor direção” de maneira que ele passe pela origem do
sistema de coordenadas. Determinar a projeção do vetor em cada um dos três eixos de coordenadas; essas projeções devem ser medidas em termos dos parâmetros de rede (a,b,c) Multiplicar ou dividir esses três números por um fator comum, tal que os três números resultantes sejam os menores inteiros possíveis. Representar a direção escrevendo os três números entre colchetes: [u v w]. 9
Fig. 50 – Posicionamento do Vetor na Estrutura Cristalina
Origem do Sistema de Coordenadas:
A escolha de uma origem é arbitrária, pois cada ponto do Reticulado
Cristalino é idêntico. A designação de pontos, direções e planos específicos fixados no espaço absoluto serão alterados caso a origem seja mudada, porém todas as designações serão auto-consistentes se partirem da origem como uma referência absoluta.
Direções para Sistema Cúbico
A simetria desta estrutura permite que as direções equivalentes sejam
agrupadas para formar uma família de direções:
<100> para as faces (aresta)
<110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo