Você está na página 1de 9

6.3.

5 – Estrutura Cristalina Hexagonal Simples (HS)

Sem alinhamento intersticial, o Fator de Empacotamento Atômico é


baixo e os Metais não conseguem cristalizar desta forma.
Há dois Parâmetros de Rede representando os parâmetros: Basal (a) e
de Altura (c)

Fig. 38 – Estrutura Cristalina HS


Os Átomos estão posicionados nos vértices de dois hexágonos
sobrepostos e outros dois Átomos no centro de cada hexágono.
Para alguns Cristais com mais de um tipo de Átomo.

6.3.6 – Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC)

Formada por dois hexágonos sobrepostos e entre eles existe um plano


intermediário de três Átomos.
Nos hexágonos existem seis Átomos nos vértices e outro no centro. No
HC, cada Átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos
interstícios formados entre as camadas adjacentes.
O sistema Hexagonal Compacto é mais comum nos Metais não-
Ferrosos (ex: Mg, Zn, Be, Cd).
2

Seis Átomos são atribuídos a uma Célula Unitária

Fig. 39 – Estrutura Cristalina HC

Fator de Empacotamento Atômico (FEA) = 0,74

O Fator de Empacotamento Atômico será o mesmo do sistema CFC,


devido ao mesmo Número de Coordenação.

3.1 – Solidificação

A Solidificação dos Metais e Ligas é um importante processo


industrial, já que a grande maioria dos materiais metálicos é fundida e somente,
então, vazada em uma forma acabada ou semi-acabada.
Em geral, a Solidificação dos Metais e Ligas pode ser dividida nas
seguintes etapas:

 A formação de Núcleos estáveis no líquido (Nucleação);


 O crescimento dos Núcleos originando os Cristais e a formação de uma
Estrutura de Grãos.
3

Fig. 40 – Estágios de Solidificação

A Nucleação é o primeiro passo na formação de qualquer nova fase


termodinâmica ou uma nova estrutura, através de auto-montagem ou da auto-
organização.

A Nucleação de partículas sólidas, num líquido, pode ser:

• Homogénea: Em que pode ocorrer com a formação de Núcleos,


diretamente, a partir do líquido;
• Heterogénea: Em que a formação de Núcleos ocorre a partir de
superfícies pré-existentes (paredes do molde, impurezas, inoculantes)
serve de local preferencial para o início da Nucleação

Fig. 41 – Nucleação Homogênea e Heterogênea

A Cristalização consiste no aparecimento das primeiras Células


Cristalinas Unitárias que servem de base para o posterior desenvolvimento
dos Cristais, dando finalmente origem aos Grãos definitivos, e à “Estrutura
Granular” típica dos Metais.
A expansão de cada Núcleo de Cristalização se assemelha a uma
árvore, com os seus ramos chamados de Dendritas.
4

Fig. 42 – Formação das Dendritas

O crescimento dos Cristais não se dá uniformemente, sendo que a


velocidade de crescimento não é a mesma em todas as direções. O
crescimento será mais rápido nas direções em que houver maior fluxo de calor.
É ainda influenciada pelas paredes que contém o Metal em solidificação.

Fig. 43 – Seção de um lingote mostrando a forma adquirida pelos grãos durante a


solidificação
No caso das Lingoteiras (moldes metálicos que originam os Lingotes),
mostradas na Fig. 43, o Crescimento dos Grãos assume diferentes formas de
acordo com os cantos do Molde que, se forem arredondados, diminuem a
formação de planos diagonais indesejáveis.
Esses planos tem uma tendência maior a fragilização da peça, com a
formação de fissuras quando o material é submetido a processos posteriores
de Conformação, como a Laminação.
5

Fig. 44 – Processo de Laminação]

4 – Cristalografia

A Cristalografia é a Ciência experimental que tem como objeto de


estudo, a disposição dos Átomos, nos Sólidos.
Nos Sólidos Cristalinos, os arranjos estabelecidos entre os Átomos
podem ser descritos fazendo-se referência aos Átomos dos pontos de
intersecção de uma rede tridimensional de linhas retas. Essa rede designa-se
por Rede Espacial, e pode ser descrita como um arranjo infinito tridimensional
de pontos.

Fig. 45 – Rede Espacial


As Estruturas Cristalinas são divididas em grupos, conforme os
Arranjos Atômicos e/ou Células Unitárias (conveniência)
Esse sistema é baseado na Geometria da Célula Unitária,
independente das posições atômicas na célula.
Um sistema de coordenadas x, y, z é estabelecido com a sua origem
localizada em um dos vértices da Célula Unitária.
Cada um dos eixos x, y, z coincide com um dos três vértices do
paralelepípedo.
6

Fig. 46 – Geometria da Célula Unitária

A Geometria da Célula Unitária é definida em termos de seis parâmetros:


 Comprimentos das três arestas, a, b e c,
 Três ângulos entre os eixos, α, β, e γ.

Esses são chamados de Parâmetros de Rede de uma Estrutura


Cristalina. São necessários apenas sete tipos distintos de Células Unitárias,
para criar todos os tipos de Redes de Pontos. Esses estão descritos abaixo:

Fig. 47 – Classificação das Redes Espaciais por Sistemas Cristalográficos


7

Fig. 48 – Classificação das Redes Espaciais por Sistemas Cristalográficos


7.1 - Redes de Bravais

Muitos dos 7 Sistemas Cristalográficos apresentam variações da Célula


Unitária Básica. August Bravais, Cristalógrafo Francês, mostrou que 14 Células
Unitárias Padrão podem descrever todas as possíveis Redes. Essas estão
descritas abaixo.
8

Fig. 49 – Células Unitárias convencionais, das 14 Redes de Bravais

7.2 – Direções Cristalográficas

A Direção Cristalográfica é o Vetor que une dois pontos da Rede


Cristalina.

Procedimento para determinação de uma direção cristalográfica:

 Posicionar o “vetor direção” de maneira que ele passe pela origem do


sistema de coordenadas.
 Determinar a projeção do vetor em cada um dos três eixos de
coordenadas; essas projeções devem ser medidas em termos dos
parâmetros de rede (a,b,c)
 Multiplicar ou dividir esses três números por um fator comum, tal que os
três números resultantes sejam os menores inteiros possíveis.
 Representar a direção escrevendo os três números entre colchetes: [u v
w].
9

Fig. 50 – Posicionamento do Vetor na Estrutura Cristalina

Origem do Sistema de Coordenadas:

A escolha de uma origem é arbitrária, pois cada ponto do Reticulado


Cristalino é idêntico.
A designação de pontos, direções e planos específicos fixados no
espaço absoluto serão alterados caso a origem seja mudada, porém todas as
designações serão auto-consistentes se partirem da origem como uma
referência absoluta.

Direções para Sistema Cúbico

A simetria desta estrutura permite que as direções equivalentes sejam


agrupadas para formar uma família de direções:

<100> para as faces (aresta)


<110> para as diagonais das faces
<111> para a diagonal do cubo

Você também pode gostar