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FACULDADE SUCESSO

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ALDINEIA COSTA PEREIRA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL - ACOLHIMENTO

SÃO RAIMUNDO DOCA BEZERRA


A Ecopedagogia ainda é um tema bastante recente que vem sendo discutido por
alguns estudiosos como Gutiérrez (2008), Brandão (1994), Boff (1994), Gadotti (1995),
Freire (1997), entre outros, que se propõe a lançar um novo olhar nas diversas áreas
deste campo de estudo.

Não podemos afirmar ser a Ecopedagogia um novo conceito de pedagogia, um


modelo de educação ambiental e nem tão pouco uma área assistida da ecologia,
mesmo sendo oriunda do movimento ecológico. Como diz Gadotti (2009, p. 90):
“Como a Ecologia a Ecopedagogia também pode ser entendida como um movimento
social e político. Como todo movimento novo, em processo, em evolução, ela é
complexa e pode tomar diferentes direções, até contraditória”. Portanto a
Ecopedagogia gera discussões dentro da academia, uma vez que é um movimento
novo, abrangente, e vem se proliferando timidamente nos cursos de graduação e
pós-graduação de instituições públicas e privadas do Brasil.

Os primeiros estudos sobre a ecopedagogia no Brasil se deram no Instituto Paulo


Freire (IPF)1, localizado na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, na cidade
de Recife – PE. O contexto que envolve a Ecopedagogia nasceu no Fórum Global em
92, evento que aconteceu juntamente com a Conferência das Nações Unidas, sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Por ser uma área em evolução, a Ecopedagogia vem tomando espaço e andando
paralelamente a questões relacionadas ao meio ambiente, uma vez que questões
ambientais são ignoradas por parte de muitos indivíduos. “A população conhece o
que é lixo, asfalto, barata, queimadas, poluição, no entanto, não compreende a
questão ambiental na sua significação mais abrangente. Daí a necessidade de uma
Ecopedagogia, uma pedagogia para o desenvolvimento sustentável” (Gadotti, 2009,
p.90).

Etimologicamente, “eco2 é uma palavra que deriva do grego, isto é, “oikos”, que
significa casa” (CASTRO, 2014, p.2). “Pedagogia é uma palavra Grega e significa:
pais, paidos = criança; agein = conduzir; logos = tratado, ciência,” (FILHO, 2001, p.40),
foi na Grécia que surgiram os primeiros conceitos acerca da ação pedagógica, nesse
ensejo influenciando muitos anos a educação e cultura ocidentais, associando a
imagem da pedagogia à formação de crianças.

Na atualidade, pedagogia é um ramo mais abrangente, não se direciona apenas à


criança, mas tornou-se a ciência que trata do processo ensino-aprendizagem pelo ato
educativo. Ela tem o intuito de formar cidadãos. Podemos então dizer que “eco” é
casa, “pedagogia” é o ato de educar ou processos de formação. Cabe salientar que
Ecopedagogia é um conceito abrangente, isto é, estamos em uma casa que precisa
ser cuidada, todos os cidadãos que nela residem, devem ter formação, consciência,
educação para o cuidado deste lar, que na Ecopedagogia iremos chamar de Mãe-Terra
e nós seremos os cidadãos que precisam cuidar desse habitat.
Percebe-se que a Ecopedagogia não é uma pedagogia e nem tão pouco voltada para
projetos como: ecologia natural, ecologia social, mas, sim, voltada para um novo
paradigma de civilização sustentável do ponto de vista ecológico, isto é, ecologia
integral aquela que abrange mudanças nas relações humanas, sociais e ambientais
de nossa atualidade.

Gadotti (2009) aborda que a Ecopedagogia está voltada para uma ecoeducação, que
se preocupa com o ser por completo: habitat, saúde, ambiente, diálogo, cuidado etc.
o autor, ainda discute conceitos como: consciência planetária, cidadania planetária,
defende a revolução pedagógica focando o sujeito como cidadão do mundo no
contexto de pertencermos não uma nação, um grupo étnico, uma cultura regional,
mas à humanidade como todo.

Precisamos refletir sobre o “ser cidadão”, cidadão do mundo, cidadão que não deve
ter medo de enfrentar as fronteiras. Que nenhuma diferença – seja ela: cultural,
geográfica, racial ou outra de qualquer natureza, possa enfraquecer o cidadão do seu
papel pertencente à “humanidade”.

A Ecopedagogia traz ao campo educacional contribuições significativas, uma vez que


é um movimento abrangente e pode ser facilmente incluída no currículo da escola
como prática socioeducativa.

Portanto a ecopedagogia deve ultrapassar as barreiras da escola, sendo necessário


que os/as educadores/as estejam conscientes de um novo paradigma emergente na
cidadania planetária.

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