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CURSO DE DIREITO
DIREITO AMBIENTAL
CATANDUVA – SP
2023
FERNANDA CAROLINE CARVALHO E SILVA
DIREITO AMBIENTAL
Catanduva – SP
2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................3
1. QUESTÕES AMBIENTAIS.....................................................................................................4
5. MUDANÇA DO CLIMA........................................................................................................14
6. EFEITO GLOBAL..................................................................................................................15
7. A CONTRIBUIÇÃO DO REFUGIADO................................................................................15
8. REFUGIADOS CLIMÁTICOS: 17 MILHÕES DE PESSOAS NA AMÉRICA LATINA
PODERÃO SER FORÇADAS A MIGRAREM ATÉ 2050...........................................................15
9. AMÉRICA LATINA...............................................................................................................16
CONCLUSÃO................................................................................................................................18
REFERENCIAS.............................................................................................................................19
RESUMO
Introdução
No contexto atual, as questões ambientais emergem como desafios prementes que
transcendem fronteiras geográficas e exigem uma abordagem global. O direito ambiental se
estabelece como um alicerce fundamental para a proteção e preservação dos recursos naturais,
enquanto a busca por formas sustentáveis de atuação torna-se uma necessidade imperativa diante
das crescentes ameaças à biodiversidade e estabilidade do planeta.
Este conjunto de preocupações é intensificado pelo reconhecimento, pela ONU, da
existência dos refugiados climáticos. Pela primeira vez, as mudanças climáticas são oficialmente
vinculadas ao deslocamento massivo de populações, trazendo consigo implicações profundas
para a segurança global e os direitos humanos.
Esta abordagem exploratória examina conceitos básicos relacionados ao meio ambiente e
destaca a importância da unidade de proteção integral, que compreende desde estações ecológicas
até reservas extrativistas. Ao mergulharmos nas nuances da legislação ambiental, buscamos
compreender os mecanismos legais que regem a preservação e exploração sustentável dos
recursos naturais.
O impacto direto da mudança climática e sua interconexão com a crise dos refugiados
climáticos são discutidos em detalhes, ilustrando como o aquecimento global pode desencadear
migrações em larga escala. Esse fenômeno transcende as fronteiras regionais, afetando
particularmente a América Latina, onde milhões de pessoas podem ser compelidas a migrar até
2050.
Ao explorar a janela de oportunidade que se apresenta, consideramos as contribuições
cruciais dos refugiados climáticos para o entendimento global da mudança climática e as
possíveis soluções. Esta análise culmina em uma conclusão que destaca a urgência de ações
coletivas e políticas abrangentes para lidar com a crise climática, reconhecendo a interconexão
entre a preservação ambiental, os direitos humanos e a segurança global.
Neste cenário desafiador, compreender as dinâmicas da mudança climática e sua
influência nos movimentos populacionais é essencial para forjar estratégias eficazes de mitigação
e adaptação, alinhadas a um compromisso compartilhado de proteger nosso planeta para as
gerações futuras.
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1. Questões Ambientais
A questão ambiental ocupa hoje um importante espaço político. Tornou-se também um
movimento social, a qual expressa às problemáticas relacionadas à qualidade de vida do ser
humano, exigindo a participação consciente de todos os indivíduos.
O meio ambiente tema muito em voga no final do século passado e início deste, foi objeto
de inúmeras conferências de âmbito global (Estocolmo em 1972, Rio de Janeiro em 1992, Kyoto
em 97, para não as citar todas), uma vez que é de vital importância que seja preservado.
No mundo desenvolvido de hoje, não é raro a falta de preocupação com a exploração
indiscriminada dos recursos naturais renováveis, ocorrendo frequentemente à socialização do
prejuízo ambiental e a monopolização do lucro da exploração, onerando os contribuintes,
consumidores e membros da coletividade.
Demais disso, são de garantia constitucional, sem parâmetro em nenhum outro país, a
qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e
futuras gerações (conforme o teor do artigo 225 da Constituição Federal). Pois, a preservação do
meio ambiente natural é questão indispensável para a continuidade da vida humana sobre a Terra.
Tendo em vista que, o planeta, já dá fortes sinais de total esgotamento de seus recursos naturais,
bem como, de colapso do ecossistema global.
Sem dúvida, a questão ambiental forma um potencial social de questionamentos
observamos ao longo das décadas as transformações da humanidade, pois a dita “civilização”
vem causando transformações na natureza a ponto que a própria natureza se volte contra ela,
como é notório as notícias de tantas catástrofes naturais. Talvez seja esse o ensejo da
conscientização ambiental, a busca constante por uma melhor gestão dos recursos.
Medidas simples, podem evitar enormes dissabores ambientais e prejuízos que podem
inviabilizar em médio prazo a exploração economicamente viável de enormes áreas produtivas.
Sendo assim necessário instrumentos de controle, regras e padrões a serem seguidos por
todos e sansões severas aos que não cumprirem.
XII – preservar as áreas naturais até que estudos futuros indiquem sua adequada
destinação.
Assim nos ensina (SILVA, 2003, p.33) “Lei n ° 9985 classificam as unidades de
conservação, conforme os objetivos de manejo, estabelecendo que essas unidades sejam divididas
em dois grandes grupos. O primeiro é o da Unidade de Proteção Integral, e o segundo, da
Unidade de uso Sustentável.”
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
assim, as cinco reservas subterrâneas. Tempestades cada vez mais intensas e frequentes
estragavam o que restava de produção agrícola.
Havia diques construídos para tentar segurar o mar, cada vez mais alto, mas eles não
davam mais conta, e a terra onde se plantava estava ficando salgada. O governo local começou a
tentar agir, a fazer programas que diminuíssem o desconforto da população, para ajudar as
pessoas a conviverem com o aumento da densidade demográfica e com as mudanças climáticas.
Mas nada que se pudesse ser feito dava resultados a curto prazo para um jovem que queria
imaginar seu futuro com mais qualidade de vida, sobretudo porque, recém-casado, planejava ter
filhos.
Foi assim que Teitiota e sua esposa decidiram atravessar os quase cinco mil quilômetros
de distância (quase dez vezes a distância entre Rio e São Paulo) que os separava da Nova
Zelândia, um dos países mais desenvolvidos e mais industrializados do mundo. Chegaram lá em
2007. Conseguiram emprego, alugaram uma casa, tiveram três filhos, mas nenhum deles teve
direito à cidadania do país onde nasceram porque eram considerados filhos de Kiribati.
Ioane Teitiota e sua esposa estavam em Nova Zelândia com visto de residência, ou seja, o
país os suportava, mas não queria aceitar que fossem moradores definitivos. Também não podiam
ser considerados Refugiados e/ou Pessoa Protegida, como pleiteavam, seguindo regras do Direito
Internacional. Apesar de Kiribati não oferecer condições de vida com qualidade, o país vizinho
não reconhecia ser sua obrigação acolher o casal.
Segundo o Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos da ONU, 17,2 milhões
de pessoas tiveram que deixar suas casas em 2018 por causa de desastres que afetaram
negativamente suas vidas.
“Mudanças lentas no meio ambiente, como a acidificação dos oceanos, a desertificação e
a erosão costeira, também estão afetando diretamente os meios de subsistência das pessoas e sua
capacidade de sobreviver em seus locais de origem”, diz o estudo, publicado em julho do ano
passado.
Visto após visto, Teitiota e sua família iam conseguindo permanecer no país que
abraçaram como se deles fosse. Até que, em setembro de 2015, tiveram sua licença negada e
foram deportados para Kiribati. Nova Zelândia não os queria reconhecer como refugiados.
Teitiota foi para a Justiça, solicitar proteção contra aquele país, após argumentar que, em Kiribati,
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sua vida e a de seus familiares corria risco por causa dos efeitos das mudanças climáticas e do
aumento do nível do mar.
O que ele mais queria era voltar a morar em Nova Zelândia, onde criou raízes durante oito
anos. Não conseguiu porque as Nações Unidas não entenderam que havia risco imediato de vida
para Teitiota e sua família. Mas o julgamento tornou-se histórico porque o comitê da ONU
decidiu que, num período de dez a quinze anos, por causa das mudanças climáticas, “poderá
haver atos de intervenção da República de Kiribati, com a assistência da comunidade
internacional, para tomar medidas afirmativas para proteger e, quando necessário, realocar sua
população".
Teitiota não se tornou o primeiro refugiado climático do mundo, conforme comenta a
pesquisadora em Ciência Política e pesquisadora de Desenvolvimento Internacional na
Universidade de Guelph, Ontário, Canadá, a chinesa Yvonne Su, no site Climate Home News.
Mas a decisão do comitê reconheceu essencialmente que existem refugiados climáticos, uma
novidade para o organismo da ONU.
“A decisão reconhece uma base legal para a proteção de refugiados para aqueles cujas
vidas são iminentemente ameaçadas pelas mudanças climáticas”, escreve Su.
Em comentário ao site, o alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados,
Filippo Grandi, confirmou que a recente decisão significa que aqueles deslocados pelas mudanças
climáticas devem ser tratados como refugiados pelos países beneficiários:
“A decisão diz que se você tem uma ameaça imediata à sua vida devido às mudanças
climáticas, devido à emergência climática, e se você cruzar a fronteira e for para outro país, não
deverá ser enviado de volta, pois estaria em risco de vida, como em uma guerra ou em uma
situação de perseguição.”
Esta decisão, embora não tenha beneficiado Teitiota diretamente (talvez caiba algum
recurso), certamente é histórica porque pode abrir a porta para futuras reivindicações legais por
pessoas deslocadas em todo o mundo por causa dos efeitos climáticos. A questão vai ser provar
que a vida está correndo perigo para um tribunal que estará em defesa de países ricos e
poderosos, como Austrália e Nova Zelândia, destino certo para as populações das pequenas
nações-ilha que, como já se sabe, estão destinadas a desaparecer do mapa com o aumento do mar.
Teitiota não conseguiu, mesmo com todas as evidências de que é impossível plantar e
beber água no local onde nasceu, já que a água salgada está invadindo tudo. Mas causou um
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rebuliço interessante, que pode mesmo ser usado como um marco da nossa nova era. Nas redes
sociais, um bate-boca entre Enele Sopoaga, primeiro-ministro de Tuvalu, outra nação-ilha
condenada, e o primeiro-ministro australiano Scott Morrison, depois da decisão final para o caso
Teitiota, dá o tom do desafio que as próximas gerações terão que enfrentar:
"Você está preocupado em salvar suas economias. Estou preocupado em salvar meu
povo", disse Sopoaga a Morrison.
Vai ser assim, cada vez mais. De alguma forma, os líderes mundiais vão ser pressionados
a tomarem medidas que melhorem a qualidade de vida das pessoas, considerando as questões
climáticas como um problema real.
Ignorar estes efeitos das mudanças do clima colocará em risco a população e a própria
estrutura do país, pois as pessoas vão procurar refúgio em outros locais.
5. Mudança do clima
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o número de
pessoas refugiadas como resultado da mudança climática gira em torno dos 21,5 milhões por ano
desde 2010. Além da ocorrência de desastres súbitos, como deslizamentos, furacões, ciclones e
enchentes, o aquecimento global também dificulta muito o acesso à água potável, prejudica as
plantações e ameaça o gado, tornando a alimentação muito complexa.
Outro possível efeito do aquecimento do planeta é o aumento do nível do mar. Ao longo
dos últimos 30 anos, a quantidade de indivíduos vivendo em áreas costais com alto risco de serem
submersas cresceu em cem milhões.
Ainda que todo o planeta esteja sujeito aos impactos da mudança climática, algumas áreas
são mais vulneráveis do que outras.
Com frequência, esses hotspots não contam com recursos suficientes para se adaptarem
aos fenômenos hostis desencadeados por incêndios, tempestades ou outros eventos do tipo.
Nessas regiões, povos inteiros podem se ver obrigados a se deslocarem da noite para o dia, saindo
de seu lar em direção a uma área ou país do qual pouco conhecem. Assim, é comum que essas
pessoas necessitem de ajuda internacional para conseguirem se restabelecer em suas novas casas.
6. Efeito global
Uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática é o Sahel, faixa da
África situada entre o deserto do Saara e as porções do sul do continente.
Lá, o deslocamento em decorrência da mudança climática é muito intenso.
Somado à extrema pobreza e violência que tomam conta da área, o aquecimento global já
forçou o deslocamento de quase 3 milhões de pessoas. Índia, Bangladesh e China são outros
exemplos de países bastante vulneráveis aos desastres provocados pelo clima.
Segundo um relatório do Banco Mundial, até 2050 a América Latina pode contar com 17
milhões de indivíduos forçados a emigrar por causa da mudança climática.
No mundo todo, o número pode chegar aos 216 milhões, 40% dos quais devem vir da
África Subsaariana.
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7. A contribuição do refugiado
De acordo com a organização Refugee Investment Network, os imigrantes nos Estados
Unidos possuem um longo histórico de sucesso e cooperação. Segundo dados de 2018, 40% das
quinhentas maiores empresas do país foram construídas por imigrantes ou por seus filhos. Além
disso, um estudo de 2015 da New American Economy apontou que os 2,3 milhões de refugiados
alocados nos EUA pagaram 20,9 bilhões de dólares em impostos.
Durante o Fórum Econômico Mundial de 2020, Filippo Grandi, comissário da
Organização das Nações Unidas, afirmou que o mundo deve estar pronto para acolher os milhões
de refugiados climáticos. "Precisamos estar preparados para uma grande onda de pessoas se
movendo contra sua vontade. Eu não ousaria falar sobre números específicos, é muito
especulativo, mas certamente estamos falando de milhões aqui", disse.
populações que deverão sofrer com as alterações do clima estão no Sul da Ásia, Ásia Central,
África do Norte e a Europa Oriental.
Em agosto, o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
sigla em inglês), afirmou que as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são
irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta, afetando
todas as sub-regiões do mundo. Um dos alertas diz que a influência humana aumentou a chance
de eventos extremos desde 1950 e isso inclui a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas
em escala global, incidência de fogo e inundações.
9. América Latina
O relatório anterior do Banco Mundial sobre os refugiados climáticos, publicado em 2018,
já destacava a América Latina como local de alerta para refugiados ambientais.
"Três anos atrás, o primeiro relatório Groundswell projetou que, até 2050, as mudanças
climáticas poderiam levar 143 milhões de pessoas em três regiões do mundo (Sul da Ásia,
América Latina e África Subsaariana) a migrar dentro de seus próprios países", lembrou Voegele
O Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas também apontou a
América Latina como área de preocupação para as mudanças climáticas nas próximas décadas.
Entre as projeções para a América do Sul estão:
Crescimento na duração das secas no Nordeste brasileiro;
Redução nas chuvas no Nordeste da América do Sul (Nordeste do Brasil) e
Sudoeste da região (Chile e sul do Peru).
Crescimento da seca, da aridez e/ou das queimadas no sul da Amazônia brasileira e
em parte do Centro-Oeste.
Número de dias com temperaturas máximas superiores a 35°C na Amazônia
aumentarão em, no mínimo, 60 dias por ano até o final do século (podendo passar de 150 dias em
um cenário mais extremo);
Mudança no regime das monções no sul da Amazônia brasileira e em parte do
Centro-Oeste, com atraso nas chuvas torrenciais.
Conclusão
O exame profundo das questões ambientais, fundamentos do direito ambiental e formas
de atuação sustentáveis revela a complexidade das interações entre a sociedade e o meio
ambiente. Nesse contexto, a unidade de proteção integral, compreendendo desde estações
ecológicas até reservas extrativistas, emerge como um modelo essencial para a preservação da
biodiversidade e dos ecossistemas.
A recente declaração da ONU reconhecendo a existência de refugiados climáticos enfatiza
a urgência de abordar as ramificações da mudança climática. Esta crise global, impactando
diretamente os movimentos populacionais, destaca a interconexão inegável entre a preservação
ambiental e os direitos humanos.
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Referencias
https://blog.portaleducacao.com.br/entenda-tudo-sobre-a-questao-ambiental/
https://g1.globo.com/natureza/blog/amelia-gonzalez/post/2020/01/31/onu-reconhece-pela-
primeira-vez-que-existem-refugiados-climaticos.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/09/13/refugiados-climaticos-17-milhoes-de-pessoas-
na-america-latina-poderao-ser-forcadas-a-migrarem-ate-2050.ghtml
https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/refugiados-climaticos-como-o-aquecimento-
global-pode-mover-populacoes/
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https://www.acnur.org/portugues/2020/12/10/a-mudanca-climatica-e-a-crise-de-nosso-tempo-e-
impacta-tambem-os-refugiados/