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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO – UNIFIPA

CURSO DE DIREITO

FERNANDA CAROLINE CARVALHO E SILVA

DIREITO AMBIENTAL

QUESTÕES AMBIENTAIS E OS REFUGIADOS CLIMATICOS

CATANDUVA – SP

2023
FERNANDA CAROLINE CARVALHO E SILVA

DIREITO AMBIENTAL

QUESTÕES AMBIENTAIS E OS REFUGIADOS CLIMATICOS

Trabalho apresentado para obtenção da nota da


prova bimestral como partes das exigências com
título Direito Ambiental: Questões Ambientais e
os Refugiados Climáticos

Prof. Dr. Jesus Nagib Beschizza Feres.

Catanduva – SP

2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................3

1. QUESTÕES AMBIENTAIS.....................................................................................................4

1.1. OS FUNDAMENTOS DO DIREITO AMBIENTAL...........................................................4

1.2. COMO DEFINIR FORMAS DE ATUAÇÃO SUSTENTÁVEIS........................................5

1.3. CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE...............................6

1.4. A UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL........................................................................7

1.4.1. ESTAÇÕES ECOLÓGICAS.............................................................................................7

1.4.2. RESERVAS BIOLÓGICAS...............................................................................................7

1.4.3. PARQUES FLORESTAIS.................................................................................................7

1.4.4. MONUMENTOS NATURAIS..........................................................................................8

1.4.5. ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL..........................................................................8

1.4.6. FLORESTAS NACIONAIS..............................................................................................8

1.4.7. RESERVAS EXTRATIVISTAS........................................................................................8

1.4.8. RESERVA DE FAUNA.....................................................................................................8

1.4.9. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL..........................................................................................9

2. ONU RECONHECE, PELA PRIMEIRA VEZ, QUE EXISTEM REFUGIADOS


CLIMÁTICOS................................................................................................................................10

3. A MUDANÇA CLIMÁTICA É A CRISE DE NOSSO TEMPO E IMPACTA TAMBÉM OS


REFUGIADOS...............................................................................................................................12

4. REFUGIADOS CLIMÁTICOS: COMO O AQUECIMENTO GLOBAL PODE MOVER


POPULAÇÕES..............................................................................................................................13

5. MUDANÇA DO CLIMA........................................................................................................14

6. EFEITO GLOBAL..................................................................................................................15

7. A CONTRIBUIÇÃO DO REFUGIADO................................................................................15
8. REFUGIADOS CLIMÁTICOS: 17 MILHÕES DE PESSOAS NA AMÉRICA LATINA
PODERÃO SER FORÇADAS A MIGRAREM ATÉ 2050...........................................................15

9. AMÉRICA LATINA...............................................................................................................16

10. JANELA DE OPORTUNIDADE........................................................................................17

CONCLUSÃO................................................................................................................................18

REFERENCIAS.............................................................................................................................19
RESUMO

O texto aborda questões ambientais, começando pelos fundamentos do direito ambiental e


explorando formas de atuação ativa para promover a sustentabilidade. São apresentados conceitos
básicos relacionados ao meio ambiente, seguidos pela análise da unidade de proteção integral,
que inclui estações ecológicas, reservas biológicas, parques florestais, monumentos naturais,
áreas de proteção ambiental, florestas nacionais, reservas extrativistas e reservas de fauna,
juntamente com uma revisão da legislação ambiental.

A confirmação da ONU sobre a existência de refugiados climáticos destaca a urgência da


mudança climática, considerada a crise central de nosso tempo, impactando significativamente os
refugiados. O texto explora como o aquecimento global pode desencadear deslocamentos
populacionais, discutindo os efeitos globais e a contribuição dos refugiados nesse cenário.

Um ponto crucial é a projeção de que 17 milhões de pessoas na América Latina poderão


ser forçadas a migrar até 2050 devido às mudanças climáticas, destacando a região como um foco
importante. O conceito de "janela de oportunidade" é introduzido, sugerindo que há um momento
crítico para ações efetivas.

Na conclusão, enfatiza-se a interconexão entre preservação ambiental e direitos humanos,


ressaltando que a proteção do meio ambiente é essencial para as gerações futuras. O texto encerra
com um apelo à ação imediata, destacando a importância da conscientização global, políticas
sustentáveis e cooperação internacional para enfrentar os desafios ambientais e climáticos.
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Introdução
No contexto atual, as questões ambientais emergem como desafios prementes que
transcendem fronteiras geográficas e exigem uma abordagem global. O direito ambiental se
estabelece como um alicerce fundamental para a proteção e preservação dos recursos naturais,
enquanto a busca por formas sustentáveis de atuação torna-se uma necessidade imperativa diante
das crescentes ameaças à biodiversidade e estabilidade do planeta.
Este conjunto de preocupações é intensificado pelo reconhecimento, pela ONU, da
existência dos refugiados climáticos. Pela primeira vez, as mudanças climáticas são oficialmente
vinculadas ao deslocamento massivo de populações, trazendo consigo implicações profundas
para a segurança global e os direitos humanos.
Esta abordagem exploratória examina conceitos básicos relacionados ao meio ambiente e
destaca a importância da unidade de proteção integral, que compreende desde estações ecológicas
até reservas extrativistas. Ao mergulharmos nas nuances da legislação ambiental, buscamos
compreender os mecanismos legais que regem a preservação e exploração sustentável dos
recursos naturais.
O impacto direto da mudança climática e sua interconexão com a crise dos refugiados
climáticos são discutidos em detalhes, ilustrando como o aquecimento global pode desencadear
migrações em larga escala. Esse fenômeno transcende as fronteiras regionais, afetando
particularmente a América Latina, onde milhões de pessoas podem ser compelidas a migrar até
2050.
Ao explorar a janela de oportunidade que se apresenta, consideramos as contribuições
cruciais dos refugiados climáticos para o entendimento global da mudança climática e as
possíveis soluções. Esta análise culmina em uma conclusão que destaca a urgência de ações
coletivas e políticas abrangentes para lidar com a crise climática, reconhecendo a interconexão
entre a preservação ambiental, os direitos humanos e a segurança global.
Neste cenário desafiador, compreender as dinâmicas da mudança climática e sua
influência nos movimentos populacionais é essencial para forjar estratégias eficazes de mitigação
e adaptação, alinhadas a um compromisso compartilhado de proteger nosso planeta para as
gerações futuras.
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1. Questões Ambientais
A questão ambiental ocupa hoje um importante espaço político. Tornou-se também um
movimento social, a qual expressa às problemáticas relacionadas à qualidade de vida do ser
humano, exigindo a participação consciente de todos os indivíduos.
O meio ambiente tema muito em voga no final do século passado e início deste, foi objeto
de inúmeras conferências de âmbito global (Estocolmo em 1972, Rio de Janeiro em 1992, Kyoto
em 97, para não as citar todas), uma vez que é de vital importância que seja preservado.
No mundo desenvolvido de hoje, não é raro a falta de preocupação com a exploração
indiscriminada dos recursos naturais renováveis, ocorrendo frequentemente à socialização do
prejuízo ambiental e a monopolização do lucro da exploração, onerando os contribuintes,
consumidores e membros da coletividade.
Demais disso, são de garantia constitucional, sem parâmetro em nenhum outro país, a
qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e
futuras gerações (conforme o teor do artigo 225 da Constituição Federal). Pois, a preservação do
meio ambiente natural é questão indispensável para a continuidade da vida humana sobre a Terra.
Tendo em vista que, o planeta, já dá fortes sinais de total esgotamento de seus recursos naturais,
bem como, de colapso do ecossistema global.
Sem dúvida, a questão ambiental forma um potencial social de questionamentos
observamos ao longo das décadas as transformações da humanidade, pois a dita “civilização”
vem causando transformações na natureza a ponto que a própria natureza se volte contra ela,
como é notório as notícias de tantas catástrofes naturais. Talvez seja esse o ensejo da
conscientização ambiental, a busca constante por uma melhor gestão dos recursos.

1.1. Os fundamentos do direito ambiental


Há princípios no Direito que servem para facilitar o estudo e a análise de certos
fundamentos e traz consigo a noção de início de alguma coisa. Em outras palavras, princípio é o
valor fundamental de uma questão jurídica. Pode ser modificado com o passar dos tempos. Nada
é absoluto.
A verdade também não é absoluta. São inúmeros. No Direito Ambiental destacamos os
seguintes: princípio do dever de todos os Estados de proteger o ambiente; princípio da
obrigatoriedade de informações e da consulta prévia; princípio da precaução; princípio do
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aproveitamento equitativo, ótimo e razoável dos recursos naturais; princípio do poluidor-pagador,


princípio da igualdade, princípios da vida sustentável; etc.
Assim analisamos que os princípios do Direito Ambiental têm por escopo proteger toda
espécie de vida no planeta, propiciando uma qualidade de vida satisfatória ao ser humano das
presentes e futuras gerações.
Outro ponto importante é que o direito ambiental tem uma dimensão econômica que se
devem harmonizar sob o conceito de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável racional do ponto de vista ecológico deve estar alicerçado
em três pilares:
a) desenvolvimento econômico;
b) desenvolvimento social;
c) proteção ambiental.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi criado no intuito de estabelecer um
consenso de que se evitem a explorarem os recursos naturais de forma predatória e
inconsequente. Aplicando-se esses conceitos a forma como o ser humano atua e intervém no meio
ambiente, é possível conseguir uma maximização dos recursos naturais sem pôr em risco a sua
continuidade e perenidade.

1.2. Como definir formas de atuação sustentáveis


Traçar formas de atuação que propusessem formas sustentáveis de exploração desses
recursos é a forma única e eficientemente já demonstrada para possibilitar um desenvolvimento e
o aumento da renda e melhoria das condições de vida de populações inseridas nesse contexto.
Mesmo os habitantes de grandes cidades com altíssimo índice de urbanização, podem vir a se
beneficiar da implantação de políticas que visem a sustentabilidade do meio ambiente urbano.
No entanto, incrivelmente ainda não há um consenso firmado em torno dessas práticas.
Muitos habitantes que se beneficiariam enormemente com a adoção delas; ainda se encontram
avessos a sua adoção e implementação. Tal fato explica-se única e exclusivamente pela
ignorância e pela má influência de um status dominante que se sente ameaçado pelas “boas
novas” ambientalistas.
Explorar o meio ambiente com responsabilidade e sustentabilidade, além de propiciar uma
exploração dos recursos disponíveis por tempo muito maior, permite ainda um ganho em
qualidade de vida e uma melhoria financeira das populações envolvidas.
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Medidas simples, podem evitar enormes dissabores ambientais e prejuízos que podem
inviabilizar em médio prazo a exploração economicamente viável de enormes áreas produtivas.
Sendo assim necessário instrumentos de controle, regras e padrões a serem seguidos por
todos e sansões severas aos que não cumprirem.

1.3. Conceitos básicos relacionados ao meio ambiente


Unidade de Conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituída pelo Poder
Público com o objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
A Lei N° 9985 de 18 de junho de 2000 – institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC) e estabelece critérios e normas para criação, implantação e
gestão das unidades de conservação.
As unidades de conservação criadas pelos governos federal, estadual e municipal têm o
objetivo de:
I – manter a diversidade biológica e os recursos genéticos no território brasileiro e nas
águas jurisdicionais;
II – proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III – preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas naturais;
IV – incentivar o uso sustentável dos recursos naturais;
V – estimular o desenvolvimento regional integrado com base nas práticas de
conservação;
VI – manejar os recursos da flora e da fauna para a sua proteção recuperação e uso
sustentável;
VII – proteger as características excepcionais de natureza geológica, geomorfológica, e
quando couber, arqueológica, paleontológica e cultural;
IX – proteger e recuperar recursos hídricos, edáficos e bióticos;
X – incentivar atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento da natureza
ambiental, sob todas as suas formas;
XI – favorecer condições para a educação e interpretação ambiental e a recreação em
contato com a natureza;
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XII – preservar as áreas naturais até que estudos futuros indiquem sua adequada
destinação.
Assim nos ensina (SILVA, 2003, p.33) “Lei n ° 9985 classificam as unidades de
conservação, conforme os objetivos de manejo, estabelecendo que essas unidades sejam divididas
em dois grandes grupos. O primeiro é o da Unidade de Proteção Integral, e o segundo, da
Unidade de uso Sustentável.”

1.4. A unidade de proteção integral


O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi instituído, no
Brasil, através da Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000 e está se consolidando de modo a ordenar
as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e municipal. Tem o objetivo de preservar a
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com algumas
exceções.
Fazem parte deste grupo, as seguintes unidades de conservação: Estação Ecológica,
Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Nacional e Refúgio de Vida Silvestre.
As áreas particulares incluídas em seus limites, com exceção dos monumentos naturais e
refúgios da vida silvestre que podem ser constituídos também por áreas particulares, serão
desapropriados, de acordo com que dispõe a Lei. (PRADO, 2002, p.56)

1.4.1. Estações ecológicas


Áreas representativa de ecossistemas brasileiros, destinadas à realização de pesquisas
básicas e aplicadas de ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da
educação conservacionista. Nas estações é proibida a visitação pública, exceto para fins
educacionais e científicos.

1.4.2. Reservas biológicas


Objetiva a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus
limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, executando-se as medidas
de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
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1.4.3. Parques florestais


Áreas geográficas extensas e delimitadas, dotada de atributos naturais excepcionais.
Objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade
no seu todo. Destinados a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, os parques
objetivam a preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alteração que os
desvirtuem.

1.4.4. Monumentos naturais


Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica, Exemplos de áreas que podem ser tombados como Monumento Natural: quedas d’água
espetaculares, cavernas, formações rochosas, espécies únicas da fauna e flora, dunas, etc.

1.4.5. Áreas de proteção ambiental


São, em geral, áreas com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
estéticos ou culturais, especialmente importante para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas. Objetiva proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

1.4.6. Florestas nacionais


São áreas extensas com cobertura florestal de espécies nativas predominantemente nativas
e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas. Quando
criadas pelos Estados e Municípios denominam-se Floresta Estadual e Floresta Municipal.

1.4.7. Reservas extrativistas


São áreas que compreendem regiões que, tradicionalmente, oferecem recursos vegetais
renováveis e fazem parte da sobrevivência econômica de populações características de algumas
regiões no Brasil. Essas reservas são mantidas intactas, permitindo-se, somente, a exploração
extrativista. Objetivam proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso
sustentável dos recursos naturais da unidade.
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1.4.8. Reserva de Fauna


A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas,
terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos
sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. A Reserva de Fauna é de posse e
domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
Já a reserva de Desenvolvimento Sustentável É uma área natural que abriga populações
tradicionais cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração de recursos
naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptadas às condições ecológicas locais e que
desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade
biológica.

1.4.9. Legislação ambiental


Há muito tempo o Brasil já dispõe de condições legais para agir em defesa de bens
ambientais. Desde os anos 30, vem se desenvolvendo em nosso país uma consciência de proteção
ambiental. Especialmente nos últimos quarenta anos, o Brasil ampliou sua legislação ambiental.
A partir de 1973, com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA),
vinculada ao Ministério do Interior (MINTER), como o primeiro órgão oficial brasileiro voltado
para utilização racional dos recursos naturais e preservação do meio ambiente, as normas
jurídicas foram bastante ampliadas. A criação da SEMA ocorreu, em parte, para atender
exigências da 1ª Conferência Mundial de Meio Ambiente, ocorrida em Estocolmo, no ano
anterior, em 1972.
Em 1981, surgiu a primeira grande conquista do movimento ambientalista brasileira, com
a publicação da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política
Nacional de Meio Ambiente (PNMA), seus fins e mecanismo de formulação e aplicação
constituiu-se num importante instrumento de amadurecimento e consolidação da política
ambiental em nosso país.
A atual Constituição Federal, promulgada em 1988, representou significativo avanço para
área ambiental ao dedicar, de forma inédita, um capítulo especial para o meio ambiente e ao
incluir a defesa deste entre os princípios da ordem econômica, buscando compatibilizar a
promoção do crescimento econômico-social com a necessária proteção e preservação ambiental.
Assim, no Capítulo VI, que trata do meio ambiente, o Art. 225 estabelece que:
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“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

As Leis Ambientais Brasileiras são consideradas bastantes avançadas e bem elaboradas,


no que diz respeito ao objeto proposto, o problema está na aplicação destas que por fatores dos
mais diversos, inviabiliza e torna falha a sua execução.
Um exemplo típico é retratado na fauna brasileira, segundo dados do IBAMA as
explorações crescentes e desordenadas desses recursos têm gerado um processo intenso de
extinção de espécies, seja pelo avanço da fronteira agrícola, perda de habitat, caça esportiva, de
subsistência ou com fins econômicos, como a venda de pelos e animais vivos. Este processo vem
crescendo nas últimas duas décadas, à medida que a população cresce e os índices de pobreza
aumentam.
A Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional do Meio Ambiente – É a lei
ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que
causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade
civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar
prejuízos causados. Criou-se a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de Impacto
Ambiental (EIA-RIMA).

2. ONU reconhece, pela primeira vez, que existem refugiados climáticos


O ano era 2002. O jovem Ioane Teitiota, nascido na década de 70 ao Sul de uma pequena
e paradisíaca ilha chamada Tarawa, ao sul de Kiribati, nação-ilha do Pacífico, tinha acabado de
ser demitido, numa crise que abalava sua localidade. As mudanças climáticas provocavam
aumento do mar e ressacas violentas. Um rápido crescimento populacional – a população
aumentou de 1.641 pessoas em 1947 para 50 mil em 2010 – também colaborou para transformar
a região, que deixava de ser um sedutor convite a se observar os encantos de um mar outrora
límpido e calmo.
Com o aumento da população, a escassez de terras gerou tensões sociais. E a falta de água
potável tornou-se um drama recorrente para as famílias, já que o lixo também cresceu, sem
estrutura para reciclar ou sem local apropriado, e era jogado em qualquer lugar, contaminando,
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assim, as cinco reservas subterrâneas. Tempestades cada vez mais intensas e frequentes
estragavam o que restava de produção agrícola.
Havia diques construídos para tentar segurar o mar, cada vez mais alto, mas eles não
davam mais conta, e a terra onde se plantava estava ficando salgada. O governo local começou a
tentar agir, a fazer programas que diminuíssem o desconforto da população, para ajudar as
pessoas a conviverem com o aumento da densidade demográfica e com as mudanças climáticas.
Mas nada que se pudesse ser feito dava resultados a curto prazo para um jovem que queria
imaginar seu futuro com mais qualidade de vida, sobretudo porque, recém-casado, planejava ter
filhos.
Foi assim que Teitiota e sua esposa decidiram atravessar os quase cinco mil quilômetros
de distância (quase dez vezes a distância entre Rio e São Paulo) que os separava da Nova
Zelândia, um dos países mais desenvolvidos e mais industrializados do mundo. Chegaram lá em
2007. Conseguiram emprego, alugaram uma casa, tiveram três filhos, mas nenhum deles teve
direito à cidadania do país onde nasceram porque eram considerados filhos de Kiribati.
Ioane Teitiota e sua esposa estavam em Nova Zelândia com visto de residência, ou seja, o
país os suportava, mas não queria aceitar que fossem moradores definitivos. Também não podiam
ser considerados Refugiados e/ou Pessoa Protegida, como pleiteavam, seguindo regras do Direito
Internacional. Apesar de Kiribati não oferecer condições de vida com qualidade, o país vizinho
não reconhecia ser sua obrigação acolher o casal.
Segundo o Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos da ONU, 17,2 milhões
de pessoas tiveram que deixar suas casas em 2018 por causa de desastres que afetaram
negativamente suas vidas.
“Mudanças lentas no meio ambiente, como a acidificação dos oceanos, a desertificação e
a erosão costeira, também estão afetando diretamente os meios de subsistência das pessoas e sua
capacidade de sobreviver em seus locais de origem”, diz o estudo, publicado em julho do ano
passado.
Visto após visto, Teitiota e sua família iam conseguindo permanecer no país que
abraçaram como se deles fosse. Até que, em setembro de 2015, tiveram sua licença negada e
foram deportados para Kiribati. Nova Zelândia não os queria reconhecer como refugiados.
Teitiota foi para a Justiça, solicitar proteção contra aquele país, após argumentar que, em Kiribati,
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sua vida e a de seus familiares corria risco por causa dos efeitos das mudanças climáticas e do
aumento do nível do mar.
O que ele mais queria era voltar a morar em Nova Zelândia, onde criou raízes durante oito
anos. Não conseguiu porque as Nações Unidas não entenderam que havia risco imediato de vida
para Teitiota e sua família. Mas o julgamento tornou-se histórico porque o comitê da ONU
decidiu que, num período de dez a quinze anos, por causa das mudanças climáticas, “poderá
haver atos de intervenção da República de Kiribati, com a assistência da comunidade
internacional, para tomar medidas afirmativas para proteger e, quando necessário, realocar sua
população".
Teitiota não se tornou o primeiro refugiado climático do mundo, conforme comenta a
pesquisadora em Ciência Política e pesquisadora de Desenvolvimento Internacional na
Universidade de Guelph, Ontário, Canadá, a chinesa Yvonne Su, no site Climate Home News.
Mas a decisão do comitê reconheceu essencialmente que existem refugiados climáticos, uma
novidade para o organismo da ONU.
“A decisão reconhece uma base legal para a proteção de refugiados para aqueles cujas
vidas são iminentemente ameaçadas pelas mudanças climáticas”, escreve Su.
Em comentário ao site, o alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados,
Filippo Grandi, confirmou que a recente decisão significa que aqueles deslocados pelas mudanças
climáticas devem ser tratados como refugiados pelos países beneficiários:
“A decisão diz que se você tem uma ameaça imediata à sua vida devido às mudanças
climáticas, devido à emergência climática, e se você cruzar a fronteira e for para outro país, não
deverá ser enviado de volta, pois estaria em risco de vida, como em uma guerra ou em uma
situação de perseguição.”
Esta decisão, embora não tenha beneficiado Teitiota diretamente (talvez caiba algum
recurso), certamente é histórica porque pode abrir a porta para futuras reivindicações legais por
pessoas deslocadas em todo o mundo por causa dos efeitos climáticos. A questão vai ser provar
que a vida está correndo perigo para um tribunal que estará em defesa de países ricos e
poderosos, como Austrália e Nova Zelândia, destino certo para as populações das pequenas
nações-ilha que, como já se sabe, estão destinadas a desaparecer do mapa com o aumento do mar.
Teitiota não conseguiu, mesmo com todas as evidências de que é impossível plantar e
beber água no local onde nasceu, já que a água salgada está invadindo tudo. Mas causou um
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rebuliço interessante, que pode mesmo ser usado como um marco da nossa nova era. Nas redes
sociais, um bate-boca entre Enele Sopoaga, primeiro-ministro de Tuvalu, outra nação-ilha
condenada, e o primeiro-ministro australiano Scott Morrison, depois da decisão final para o caso
Teitiota, dá o tom do desafio que as próximas gerações terão que enfrentar:
"Você está preocupado em salvar suas economias. Estou preocupado em salvar meu
povo", disse Sopoaga a Morrison.
Vai ser assim, cada vez mais. De alguma forma, os líderes mundiais vão ser pressionados
a tomarem medidas que melhorem a qualidade de vida das pessoas, considerando as questões
climáticas como um problema real.

3. A mudança climática é a crise de nosso tempo e impacta também os


refugiados
Em 2019, perigos relacionados ao clima provocaram cerca de 24,9 milhões de
deslocamentos em 140 países. Pesquisas indicam que, sem uma ação climática ambiciosa e uma
redução dos riscos de tragédias ambientais, desastres relacionados ao clima podem dobrar o
número de pessoas necessitando de ajuda humanitária para mais de 200 milhões a cada ano até
2050. Andrew Harper, o Conselheiro Especial do ACNUR para Ação Climática, conversou com o
editor do site global do ACNUR, Tim Gaynor, em Genebra, para avaliar a situação atual e discutir
como o ACNUR e seus parceiros precisam agir agora para evitar complicações.
A mudança climática é a crise de nosso tempo e, para as pessoas em situação de
vulnerabilidade, seu impacto é desigual em comparação com o restante da população. Pessoas
deslocadas e apátridas estão entre as que mais precisam de proteção.
Devido ao rápido aquecimento global, as condições meteorológicas extremas – chuvas
fortes, secas, ondas de calor e tempestades tropicais – estão se tornando mais imprevisíveis,
intensas e frequentes. Além disso, elas aumentam o risco de novos perigos, como inundações,
deslizamentos de terra, erosão, incêndios florestais e desertificação. Ao mesmo tempo, o aumento
do nível do mar está trazendo inundações permanentes em áreas baixas.
Comunidades vulneráveis já sentem o impacto da mudança climática na comida, água,
terra e outros ecossistemas necessários para a saúde humana, meios de subsistência e
sobrevivência. Mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e povos indígenas são
afetados desproporcionalmente.
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Em ambientes frágeis e afetados por conflitos, a resiliência aos choques climáticos,


degradação ambiental e deslocamento costuma ser menor. No total, sete dos 10 países mais
vulneráveis e menos preparados para lidar com as mudanças climáticas possuem operações de
manutenção da paz ou alguma missão política especial. Além disso, o impacto ao meio ambiente
pode intensificar as dinâmicas dos conflitos e outras causas de tensões locais.
As oito piores crises alimentares de 2019, todas em países onde o ACNUR opera, estão
associadas com choques climáticos e conflitos. Sem uma ação climática ambiciosa e uma redução
dos riscos de tragédias ambientais, desastres relacionados ao clima podem dobrar o número de
pessoas necessitando de ajuda humanitária para mais de 200 milhões a cada ano até 2050.
Cada região possui seus desafios particulares relacionados às mudanças climáticas, e cada
contexto resulta em diferentes vulnerabilidades e especificidades. Porém, é importante que nos
adaptemos mais em antecipar o impacto das crises ambientais em diferentes regiões pelos
próximos 5, 10 e 15 anos

4. Refugiados climáticos: como o aquecimento global pode mover populações


Enquanto muitas pessoas optam por viver em países diferentes por escolhas individuais,
outras precisam se deslocar para sobreviver. O conceito de refugiado foi definido em 1951, com a
Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados. Desde então, considera-se
refugiada aquela pessoa que cruzou uma fronteira internacional devido ao medo bem
fundamentado de ser perseguida por razões ligadas à raça, religião, nacionalidade, participação
em determinado grupo social ou opinião política. Com a intensificação da mudança do clima, um
novo termo, que não é reconhecido oficialmente, começou a ganhar espaço: os refugiados
climáticos ou migrantes climáticos.
São parte desse grupo os indivíduos que foram obrigados a se deslocar em decorrência de
desastres ambientais, tornados mais frequentes ou intensos pelo aquecimento global. Ainda não
há consenso sobre reconhecer essas pessoas como refugiadas, pelo impacto político e econômico
que isso pode causar e também porque as movimentações são mais comuns dentro dos países de
origem, sem atravessar fronteiras. As mudanças nos padrões climáticos vão fazer com que
algumas regiões sejam mais afetadas do que outras. No Brasil, o Nordeste deve sofrer um
processo de desertificação. Neste cenário, milhões de pessoas serão obrigadas a se deslocar para
outras regiões.
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Ignorar estes efeitos das mudanças do clima colocará em risco a população e a própria
estrutura do país, pois as pessoas vão procurar refúgio em outros locais.

5. Mudança do clima
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o número de
pessoas refugiadas como resultado da mudança climática gira em torno dos 21,5 milhões por ano
desde 2010. Além da ocorrência de desastres súbitos, como deslizamentos, furacões, ciclones e
enchentes, o aquecimento global também dificulta muito o acesso à água potável, prejudica as
plantações e ameaça o gado, tornando a alimentação muito complexa.
Outro possível efeito do aquecimento do planeta é o aumento do nível do mar. Ao longo
dos últimos 30 anos, a quantidade de indivíduos vivendo em áreas costais com alto risco de serem
submersas cresceu em cem milhões.
Ainda que todo o planeta esteja sujeito aos impactos da mudança climática, algumas áreas
são mais vulneráveis do que outras.
Com frequência, esses hotspots não contam com recursos suficientes para se adaptarem
aos fenômenos hostis desencadeados por incêndios, tempestades ou outros eventos do tipo.
Nessas regiões, povos inteiros podem se ver obrigados a se deslocarem da noite para o dia, saindo
de seu lar em direção a uma área ou país do qual pouco conhecem. Assim, é comum que essas
pessoas necessitem de ajuda internacional para conseguirem se restabelecer em suas novas casas.

6. Efeito global
Uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática é o Sahel, faixa da
África situada entre o deserto do Saara e as porções do sul do continente.
Lá, o deslocamento em decorrência da mudança climática é muito intenso.
Somado à extrema pobreza e violência que tomam conta da área, o aquecimento global já
forçou o deslocamento de quase 3 milhões de pessoas. Índia, Bangladesh e China são outros
exemplos de países bastante vulneráveis aos desastres provocados pelo clima.
Segundo um relatório do Banco Mundial, até 2050 a América Latina pode contar com 17
milhões de indivíduos forçados a emigrar por causa da mudança climática.
No mundo todo, o número pode chegar aos 216 milhões, 40% dos quais devem vir da
África Subsaariana.
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7. A contribuição do refugiado
De acordo com a organização Refugee Investment Network, os imigrantes nos Estados
Unidos possuem um longo histórico de sucesso e cooperação. Segundo dados de 2018, 40% das
quinhentas maiores empresas do país foram construídas por imigrantes ou por seus filhos. Além
disso, um estudo de 2015 da New American Economy apontou que os 2,3 milhões de refugiados
alocados nos EUA pagaram 20,9 bilhões de dólares em impostos.
Durante o Fórum Econômico Mundial de 2020, Filippo Grandi, comissário da
Organização das Nações Unidas, afirmou que o mundo deve estar pronto para acolher os milhões
de refugiados climáticos. "Precisamos estar preparados para uma grande onda de pessoas se
movendo contra sua vontade. Eu não ousaria falar sobre números específicos, é muito
especulativo, mas certamente estamos falando de milhões aqui", disse.

8. Refugiados climáticos: 17 milhões de pessoas na América Latina poderão ser


forçadas a migrarem até 2050
O Banco Mundial publicou um alerta preocupante sobre os efeitos das mudanças
climáticas na vida dos seres humanos já para os próximos anos: 216 milhões de pessoas em seis
regiões do mundo, incluindo a América Latina, poderão ser forçadas a se mudarem de seus países
até 2050 para fugirem de eventos climáticos adversos.
De acordo com o relatório "Groundswell", publicado nesta segunda-feira (13) pelo Banco
Mundial, as pessoas serão forçadas a se mudarem das suas regiões por causa, principalmente, de:
 Escassez de água
 Diminuição da produtividade no campo como um todo
 Temperaturas muito elevadas (estresse térmico)
 Aumento do nível do mar, o que levará a perda de terras
 Eventos climáticos extremos, como tempestades
A região mais afetada deverá ser a África Subsaarinana, concentrando quase 40% dos
migrantes climáticos (86 milhões) das próximas três décadas. Na sequência aparece o Leste
Asiático e Pacífico, com 22,6% (49 milhões) das futuras migrações do tipo.
A América Latina também é classificada como área de alerta, de onde deverão sair 17
milhões de migrantes climáticos até 2050, mais de 7% do total para o período. Demais
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populações que deverão sofrer com as alterações do clima estão no Sul da Ásia, Ásia Central,
África do Norte e a Europa Oriental.
Em agosto, o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
sigla em inglês), afirmou que as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são
irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta, afetando
todas as sub-regiões do mundo. Um dos alertas diz que a influência humana aumentou a chance
de eventos extremos desde 1950 e isso inclui a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas
em escala global, incidência de fogo e inundações.

9. América Latina
O relatório anterior do Banco Mundial sobre os refugiados climáticos, publicado em 2018,
já destacava a América Latina como local de alerta para refugiados ambientais.
"Três anos atrás, o primeiro relatório Groundswell projetou que, até 2050, as mudanças
climáticas poderiam levar 143 milhões de pessoas em três regiões do mundo (Sul da Ásia,
América Latina e África Subsaariana) a migrar dentro de seus próprios países", lembrou Voegele
O Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas também apontou a
América Latina como área de preocupação para as mudanças climáticas nas próximas décadas.
Entre as projeções para a América do Sul estão:
 Crescimento na duração das secas no Nordeste brasileiro;
 Redução nas chuvas no Nordeste da América do Sul (Nordeste do Brasil) e
Sudoeste da região (Chile e sul do Peru).
 Crescimento da seca, da aridez e/ou das queimadas no sul da Amazônia brasileira e
em parte do Centro-Oeste.
 Número de dias com temperaturas máximas superiores a 35°C na Amazônia
aumentarão em, no mínimo, 60 dias por ano até o final do século (podendo passar de 150 dias em
um cenário mais extremo);
 Mudança no regime das monções no sul da Amazônia brasileira e em parte do
Centro-Oeste, com atraso nas chuvas torrenciais.

10. Janela de oportunidade


Apesar dos alertas, o documento conclui que, caso os países em todo o mundo adotem
medidas imediatas para reduzir as emissões globais dos gases de efeito estufa, apoiar o
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desenvolvimento sustentável e restaurar seus ecossistemas, os fatores que impulsionam a


migração climática poderão ser reduzidos em até 80%. Ou seja, a migração climática poderá ser
reduzida para 44 milhões de pessoas em 2050.
Em 2018, o Banco Mundial anunciou um investimento de US$ 200 bilhões (cerca de R$
773 bilhões na época) para "apoiar países a tomarem ações climáticas ambiciosas", como
sistemas de alerta antecipado sobre eventos climáticos e serviços de informação climática para
melhor preparar 250 milhões de pessoas em 30 países em desenvolvimento, além de
investimentos em agricultura inteligente em 20 nações. O dinheiro deve ser investido entre 2021
e 2025.
Outra metade do investimento do Banco Mundial anunciado em 2018 deve ir para
"construir casas, escolas e infraestruturas melhor adaptadas, e investir em agricultura inteligente,
gestão sustentável de água e redes de segurança social".

Conclusão
O exame profundo das questões ambientais, fundamentos do direito ambiental e formas
de atuação sustentáveis revela a complexidade das interações entre a sociedade e o meio
ambiente. Nesse contexto, a unidade de proteção integral, compreendendo desde estações
ecológicas até reservas extrativistas, emerge como um modelo essencial para a preservação da
biodiversidade e dos ecossistemas.
A recente declaração da ONU reconhecendo a existência de refugiados climáticos enfatiza
a urgência de abordar as ramificações da mudança climática. Esta crise global, impactando
diretamente os movimentos populacionais, destaca a interconexão inegável entre a preservação
ambiental e os direitos humanos.
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A América Latina, com previsões alarmantes de 17 milhões de pessoas forçadas a migrar


até 2050 devido às mudanças climáticas, torna-se um microcosmo das dimensões humanas da
crise ambiental. As soluções não podem ser regionalizadas, exigindo uma resposta global e
cooperação internacional para enfrentar esse desafio premente.
A janela de oportunidade que se apresenta reside na conscientização coletiva e na
implementação de políticas eficazes. Os refugiados climáticos não são apenas vítimas; eles são
agentes de mudança, oferecendo uma perspectiva valiosa sobre a crise climática. Suas
experiências podem informar estratégias adaptativas e mitigadoras, promovendo resiliência
diante dos desafios ambientais.
Em conclusão, a abordagem integrada que considera a legislação ambiental, os princípios
do direito, e os desafios impostos pela mudança climática é crucial. A proteção do meio ambiente
é inseparável da proteção da dignidade humana. Ações imediatas, globais e colaborativas são
imperativas para construir um futuro sustentável, onde o equilíbrio entre a humanidade e o
planeta seja preservado para as gerações vindouras.

Referencias
https://blog.portaleducacao.com.br/entenda-tudo-sobre-a-questao-ambiental/

https://g1.globo.com/natureza/blog/amelia-gonzalez/post/2020/01/31/onu-reconhece-pela-
primeira-vez-que-existem-refugiados-climaticos.ghtml

https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/09/13/refugiados-climaticos-17-milhoes-de-pessoas-
na-america-latina-poderao-ser-forcadas-a-migrarem-ate-2050.ghtml

https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/refugiados-climaticos-como-o-aquecimento-
global-pode-mover-populacoes/
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https://www.acnur.org/portugues/2020/12/10/a-mudanca-climatica-e-a-crise-de-nosso-tempo-e-
impacta-tambem-os-refugiados/

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