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Doutora em Análise Linguística pela UNESP- Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho; professora do
curso de Letras da UFT - Universidade Federal do Tocantins/Porto Nacional. E-mail:
sheilacpgoncalves@uft.edu.br; sheilacpgoncalves@yahoo.com.br
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Cecília Meireles
todo e qualquer dicionário é didático, na medida em que traz inúmeras informações sobre o
léxico, a língua e a cultura. E, como tal, ajuda o aluno a escrever, a expressar-se bem,
oferecendo-lhe informações sistematizadas sobre as palavras, seus usos e sentidos, bem como
sobre aspectos gramaticais e históricos. (KRIEGER, 2011, p. 109)
Com efeito e, retomando as citações acima, entendemos por dicionário, neste trabalho,
uma obra de cunho didático, que seleciona e organiza as unidades lexicais com base em
critérios lexicográficos bem elaborados, considerando o objetivo e o público-alvo a que a obra
se destina. De fato, para nós, o dicionário é uma obra utilizada para ensinar e um instrumento
útil no processo de ensino e aprendizagem.
Além disso, seu manuseio requer muito mais do que simples decodificação. Ele exige
do consulente um conhecimento específico, um pré-aprendizado, ou seja, é preciso que ele
seja levado a conhecer o dicionário, aprenda a manuseá-lo, possa se tornar “íntimo” dele e,
dessa forma, tirar o máximo de proveito.
Por isso, tendo o dicionário escolar como nosso objeto de trabalho, expomos, na
sequência, os subsídios teóricos que nortearam este trabalho, apresentando as semelhanças e
diferenças entre a Lexicologia, Lexicografia e a Metalexicografia, disciplinas ligadas a essas
obras lexicográficas, ou seja, os dicionários.
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Para Welker (2004, p. 11), a Lexicografia tem dois sentidos: “Lexicografia prática” –
entendida como “ciência, técnica, prática ou mesmo arte de elaborar dicionários” ou
“Lexicografia teórica”, também empregada em línguas como o inglês, francês e o alemão
como “Metalexicografia”, entendida como “o estudo de problemas ligados à elaboração de
dicionários, a crítica de dicionários, a pesquisa da história da Lexicografia, a pesquisa do uso
de dicionários (...) e ainda a tipologia”.
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Medina Guerra (2003, p. 34), em sua obra Lexicografia española, aponta para a
Lexicografia definida tradicionalmente como a “arte de fazer dicionários” 1 e mais
2
modernamente como “a técnica de fazer dicionários” , aliás, segundo a autora, arte e técnica
são termos considerados sinônimos, mas que negam o caráter científico da Lexicografia.
Por outro lado, para Casares (1992):
A descrição do léxico que lida com as estruturas e regularidades dentro da totalidade lexical de
um sistema individual ou coletivo. Se se trata somente das regularidades formais que se
referem aos significantes dentro do campo da lexicologia, falaremos de ‘morfologia léxica’, e
se se trata de regularidades nas relações lexicais com outros fatores da comunicação linguística
(especialmente com o conteúdo dos significantes), dentro do campo da lexicologia, falaremos
de ‘semântica léxica’. (HAENSCH et al., 1982, p. 93)4
todo domínio da descrição léxica que se concentre no estudo e na descrição dos monemas e
não-monemas individuais, dos discursos individuais, dos discursos coletivos, dos sistemas
linguísticos individuais, dos discursos coletivos, dos sistemas linguísticos individuais e dos
sistemas linguísticos coletivos. (HAENSCH et al., 1982, p. 93)5
1
El “arte de hacer diccionarios” (MEDINA GUERRA, 2003, p. 34).
2
“La técnica de hacer diccionarios”. (MEDINA GUERRA, 2003, p. 34).
3
Y de igual manera distinguimos una ciencia de la gramática y un arte de la gramática, podemos distinguir dos
facultades que tienen por objeto común el origen, la forma y el significado de las palabras: la lexicología, que
estudia estas materias desde el punto de vista general y científico y la lexicografía, cuyo cometido,
principalmente utilitario, se define acertadamente en nuestro léxico como el “arte de componer diccionarios”
(CASARES, 1992, p. 59)
4
A la descripción del léxico que se ocupa de las estructuras y regularidades dentro de la totalidad del léxico de
un sistema individual o de un sistema colectivo. Si se trata sólo de las regularidades formales que se refieren a
los significantes dentro del campo de la lexicología, hablaremos de “morfología léxica”, y si se trata de
regularidades en las relaciones del léxico con otros factores de la comunicación lingüística (especialmente con el
contenido de los significantes), dentro del campo de la lexicología, hablaremos de “semántica léxica.”
(HAENSCH et al., 1982, p. 93)
5
todo dominio de la descripción léxica que se concentre en el estudio y la descripción de los monemas y
sinmonemas individuales, de los discursos individuales, de los discursos colectivos, de los sistemas lingüísticos
individuales, de los discursos colectivos, de los sistemas lingüísticos individuales y de los sistemas linguísticos
colectivos. (HAENSCH et al., 1982, p. 93)
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Também fomos buscar as considerações acerca das diferenças e/ou semelhanças entre
Lexicologia e Lexicografia em Dapena (2002, p. 17) que, entre outros, cita Matoré (1953),
Martinez de Souza (1995) e Werner (1982).
Antes de se posicionar, Dapena (2002, p. 17), explica, por exemplo, que, para Matoré
(1953), apesar de a Lexicologia e de a Lexicografia estudarem o léxico, a Lexicografia se
constrói com base em um ponto de vista analítico, estuda o vocabulário e possui caráter
concreto e particular, enquanto a Lexicologia parte de um ponto de vista sintético, preocupa-
se com princípios e leis que regem o vocabulário e apresenta caráter abstrato e geral. 6
Martinez de Souza (1995), segundo Dapena (2002, p. 17), possui opinião contrária e
considera a Lexicologia como parte ou capítulo da Lexicografia. 7 Já Werner (1982), para
Dapena (2002, p. 17), considera as duas como descrições do léxico de um sistema individual
ou coletivo. A Lexicografia, para Werner, ocupa-se das unidades léxicas individuais ou
concretas e a Lexicologia estuda as regularidades formais referentes ao significante ou
significado.8
Dapena (2002, p. 24) diferencia a Lexicologia e a Lexicografia como disciplinas
autônomas: apesar de ambas se ocuparem do estudo do léxico, elas apresentam métodos e
finalidades distintas. O autor afirma
A lexicografia é a disciplina que se ocupa de todas questões relativas aos dicionários, tanto no
que diz respeito a seu conteúdo científico (estudo do léxico), quanto à sua elaboração material
e as técnicas adotadas em sua realização, ou, em suma, a estas análises; quando se refere a estes
dois últimos aspectos, falamos de lexicografia teórica ou metalexicografia, que estará
estruturada em duas partes: uma do tipo descritiva, crítica e histórica, que é o estudo de
dicionários existentes, juntamente com a outra de caráter técnico ou metodológico, que por sua
vez pode ter caráter geral, ao estudar as questões concernentes, igualmente, ao
desenvolvimento de qualquer trabalho lexicográfico [...]9 (DAPENA, 2002, p. 24) (grifos do
autor)
6
Siguiendo, precisamente, esta línea, Matoré basa la distinción entre lexicografía y lexicología en el punto de
vista analítico de la primera frente al sintético de la segunda, dado que aquella, estudia atomísticamente el
vocabulário, esto es palabra por palabra, mientras que la lexicología se preocupa por los principios y leyes
generales que rigen el vocabulario. Dicho de outro modo, estas disciplinas se distinguirían por el carácter
concreto y particular de una frente al abstracto y general de la otra; ambas como hemos dicho, estudarían el
léxico pero en niveles diferentes. (DAPENA, 2002, p. 17)
7
La lexicología como una parte o capítulo de la lexicografía. (DAPENA, 2002, p. 17)
8
Tanto la lexicografía como la lexicología serían descripciones del léxico de un sistema linguístico individual o
coletivo, pero con la diferencia de que, mientras la primera se ocuparía de las unidades léxicas individuales o
concretas, [...] La segunda estudaría las regularidades formales referentes al significante y al significado.
(DAPENA, 2002, p. 17)
9
La lexicografía es la disciplina que se ocupa de todo lo concerniente a los diccionarios, tanto en lo que se
refiere a su contenido científico (estudio del léxico) como a su elaboración material y a las técnicas adoptadas en
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Outros autores, como Hartmann; James (1998, p. 85), também definem Lexicologia,
Lexicografia, Metalexicografia, inclusive com definições, segundo Gomes (2007, p. 73),
“mais específicas e contemporâneas”. Na visão dos referidos autores, a Lexicografia é uma
atividade profissional e acadêmica e possui duas divisões básicas: a Lexicografia teórica e
prática.10
Para Hartmann; James (1998), o aspecto teórico e o prático da Lexicologia e da
Lexicografia também são características diferenciadoras, entretanto, para eles, é a
Metalexicografia que tem por objeto as discussões relativas ao conteúdo dos dicionários,
tipologia, críticas a partir do uso que se faz dessas obras. Para Hartmann; James (1998, p. 86),
“a Lexicografia é um termo arcaico para a arte de construir e expressar definições.” 11
Hartmann; James (1998) propõem o quadro a seguir:
su realización o, en fin, al análisis de los mismos; cuando se refiere a estos dos últimos aspectos hablamos de
lexicografía teórica o metalexicografía, que estará estrucutrada en dos partes: una de tipo descriptivo, crítico e
histórico, que se ocupa del estudio de los diccionarios existentes, junto a otra de caráter técnico o metodológico,
que a su vez puede tener carácter general, al estudiar cuestiones que atañen por igual a la elaboración de
cualquier obra lexicográfica. (DAPENA, 2002, p. 24)
10
Lexicography the Professional activity and academic field concerned with DICTIONARIES and other
REFERENCE WORKS. It has two basic divisions: lexicographic practice, or DICTIONARY-MAKING, and
lexicographic theory, or DICTIONARY RESEARCH. (HARTMANN; JAMES, 1998, p. 85)
11
“Lexicography: archaic term for the art of constructing and expressing DEFINITIONS of words.”
(HARTMANN; JAMES, 1998, p. 86)
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Diante de diferentes pontos de vista, necessário se faz tomarmos nossa posição: para
nós, existe uma inter-relação entre Lexicologia e Lexicografia e, no âmbito deste trabalho,
tomamos a posição de Barros (2002, p. 51), ao afirmar que “a Lexicologia se define como o
estudo científico do léxico e sua unidade padrão é a unidade lexical”, podendo ser “estudada
no eixo das substituições (eixo paradigmático) e no eixo das combinações (eixo
sintagmático)” em seus “diferentes aspectos (morfossintáticos, léxico-semânticos e
semântico-sintáticos)”.
Já a Lexicografia elabora “dicionários de língua ou especiais” e define este último do
seguinte modo:
Os chamados dicionários especiais, ou seja, dicionários de língua que registram apenas um tipo
de unidade lexical ou fraseológica, como, por exemplo, os dicionários de expressões
idiomáticas, de provérbios, de ditados, de gírias, de sinônimos, de antônimos etc. Podem ser
monolíngues, bilíngues ou multilíngues. (BARROS, 2002, p. 55-56)
Para nós, existe essa Lexicografia que é prática, a que elabora dicionários, porém, por
outro lado, existe também a denominada Lexicografia teórica ou Metalexicografia que, como
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2. Metalexicografia escolar
também cita a corrente de estudos históricos que surgiu nos Estados Unidos a partir da
“publicação do dicionário Webster”.
Já Welker (2008, p. 2), tratando da Metalexicografia brasileira, cita inicialmente
Barbosa (1995). Esta autora afirma que as disciplinas de Lexicologia e Lexicografia estão
presentes nos currículos acadêmicos do curso de Letras desde 1971. Se, para Welker, era de
se esperar que tenha havido algum tipo de reflexão metalexicográfica desde essa época, ele
registra que é somente em 1980 que surgiram os primeiros trabalhos.
A Metalexicografia escolar é entendida, no âmbito deste trabalho, como a “análise
teórica que visa fornecer subsídios conceituais e técnicos à Lexicografia escolar” (GOMES,
2007, p. 77). Por sua vez, a finalidade da Metalexicografia escolar é:
fazer a crítica de obras lexicográficas escolares existentes com o intuito de gerar reflexão
linguística e metodológica sobre o próprio objeto de estudo, o dicionário escolar, específico por
seu público-alvo, configuração gráfica, discurso lexicográfico e finalidade pedagógica
(GOMES, 2007, p. 77)
Gomes (2007, p. 77) acrescenta ainda que os trabalhos nessa área no Brasil são
“praticamente inexistentes; o que leva a crer que se faz urgente a sistematização dos
conhecimentos lexicográficos e metalexicográficos voltados para o público escolar e infantil.”
Nossa intenção, ao partilharmos a opinião da autora sobre o que vem a ser
Metalexicografia escolar, é refletir sobre o fazer lexicográfico de dicionários escolares, tendo
em mente as suas contribuições para o ensino.
A seguir, abordaremos os aspectos da Lexicografia escolar no Brasil.
Segundo Gomes (2007, p. 78), não há dúvidas de que os dicionários escolares têm nos
dicionários gerais de língua os seus antecessores, que por sua vez, têm origem remota. Para a
autora (GOMES, 2007, p. 92), “a Lexicografia monolíngue em Língua Portuguesa tem suas
origens, obviamente em Portugal e, em seguida, sua continuidade no Brasil, com
desdobramentos de vários tipos.”
Para Nunes (2006, p. 183), os dicionários de Língua Portuguesa em Portugal
“constituíram uma base para a Lexicografia, tanto em Portugal como no Brasil”. O autor
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(NUNES, 2006, p. 183) afirma que “as obras Vocabulário Português e Latino, de Raphael
Bluteau (1712-1728) e Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Moraes Silva (1789)
constituíram uma base para a lexicografia” dos dois países.
Ainda segundo o mesmo autor, especialmente no Brasil, foi durante o século XIX que
surgiram os primeiros dicionários monolíngues brasileiros, em razão de diversas condições
históricas. Num primeiro momento, para Nunes (2006, p. 205), surgem os pequenos
dicionários, “de complemento à Língua Portuguesa, de regionalismos, glossários apensos a
obras literárias e dicionários de termos técnicos”, para somente no século XX, surgirem as
primeiras grandes obras lexicográficas, ou seja, a produção lexicográfica brasileira é tardia.
Gomes (2007, p. 95) cita também a obra publicada em 1967, a pedido da Academia
Brasileira de Letras, o Dicionário da Língua Portuguesa de Antenor Nascentes, o Grande e
Novíssimo dicionário da Língua Portuguesa de Laudelino Freire, o Caldas Aulete, o
dicionário publicado pela editora Melhoramentos e, com especial destaque, o dicionário de
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, além do dicionário Houaiss.
Em se tratando especialmente de dicionário escolar, importante citarmos duas
questões: primeiro, a divergência de nomenclatura encontrada para designar a mesma obra:
minidicionário, dicionário escolar, pequeno dicionário júnior, entre outras e, segundo,
registrarmos que, antes de 2001, não havia qualquer discussão relativa aos parâmetros de
avaliação dessas obras.
Foi somente no ano de 2000 que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio
do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), deu início à inclusão dos dicionários
escolares de Língua Portuguesa às políticas oficiais para materiais didáticos. Com a
participação de universidades públicas, passou a selecionar obras que atendessem aos projetos
pedagógicos das escolas que, por sua vez, foram adquiridas e distribuídas pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
O PNLD, apesar de muito antigo (sua primeira versão, sob outra denominação, data de
1929), é voltado à distribuição de obras didáticas. O objetivo principal desse programa era
selecionar os livros didáticos que seriam distribuídos em todo o Brasil.
Em 2001, o PNLD/MEC propôs pela primeira vez a avaliação de dicionários de 1ª a 4ª
séries do ensino Fundamental. Iniciativa essa que foi considerada de grande impacto na
educação.
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a maior parte dos títulos aprovados mostrou-se distante do nível de letramento dos alunos, de
sua linguagem e de sua proficiência em leitura. Além disso, recorrem, quase sempre, a
estratégias e ferramentas de descrição linguística pouco familiares para esse público (e, em um
ou outro caso, até mesmo para os professores). Planejados, na origem, para uma ampla
cobertura do léxico, mas severamente limitados em seu escopo pelos limites do suporte
“minidicionário”, assim como por sua destinação escolar, esses dicionários parecem, antes de
tudo, dispersivos e arbitrários, em sua seleção vocabular.
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Embora os dicionários de língua não possam ser classificados como livros didáticos stricto
sensu, seu potencial pedagógico é indubitável, pois ajudam o aluno a ler, a escrever, a
expressar-se bem, oferecendo-lhe informações sistematizadas sobre o léxico, seus usos e
sentidos, bem como sobre o componente gramatical das unidades que o integram.
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Considerações finais
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Por outro lado, apesar da reformulação da proposta feita pelo PNLD/MEC 2006,
(considerar o número de entradas, o público-alvo a que a obra se destina e o nível de
escolaridade do aluno), e agora a ampliação proposta pelo respectivo órgão PNLD/MEC 2012
incluindo dicionários especialmente destinados ao ensino Médio e Profissionalizante, ainda
assim elas se tornam, às vezes, insuficiente para resolver a problemática do dicionário escolar,
pois sabemos que ainda há muito a se fazer. No entanto, não podemos deixar de acrescentar
que, discutir essa problemática é uma possibilidade que dá início à construção do perfil dos
dicionários escolares.
Para concluir, diante do exposto, cremos que os princípios e critérios propostos pelo
PNLD/MEC 2012 que classifica os dicionários em tipos: 1, 2, 3 e 4 prezam sim pela
qualidade do material, entretanto, acrescentamos que são necessárias análises no âmbito da
Lexicologia/Lexicografia para que os lexicógrafos possam refletir a confecção de obras cada
vez mais funcionais e que possam atender e contribuir cada vez mais com os seus usuários.
Referências
BAGNO, Marcos. Dicionários, variação linguística & ensino. In: CARVALHO, ORLENE L.
DE SABÓIA; BAGNO, MARCOS (Orgs.). Dicionários escolares: políticas, formas & usos.
São Paulo: Parábola Editorial, 2011.p.119-140.
BARROS, Lídia Almeida. Curso básico de Terminologia. São Paulo: Edusp, 2002.
BRASIL. MEC/FNDE. Edital de Convocação para inscrição no processo de avaliação e
seleção de dicionários brasileiros de Língua Portuguesa para o Programa Nacional do Livro
Didático – PNLD. Brasília: SEF/MEC, 2006. 32 p.
BRASIL. SEF/MEC. Guia de livros didáticos do PNLD 1999 — Dicionários. Brasília:
SEF/MEC, 1999.
BRASIL. SEF/MEC. Guia de livros didáticos do PNLD 2012 — Dicionários. Brasília:
SEF/MEC, 2012.
CASARES, JÚLIO. Introduccion a la lexicografía moderna. 3.ed. Madrid : Consejo Superior
de Investigaciones Cientificas, 1992, 354 p.
DAMIN, Cristina Pimentel; PERUZZO, Marinella Stefani. Uma descrição dos dicionários
escolares no Brasil. In: XATARA, CLAUDIA, HUMBLE, PHILIPPE (eds.): Tradução e
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