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Biópsias ósseas de extremidades: Pequenas

lesões, grandes desafios


Amorim CCG1, dos Anjos JVS1, Gois FWC1, Stefanini FS1, Barbosa PNVP1, Schiavon LHO1, Teixeira PS1, Santin AD1, Zurstrassen CE1, Chojniak R2.
1A.C. Camargo Cancer Center - Radiologia Intervencionista.

2A.C. Camargo Cancer Center - Radiologia e diagnóstico por imagem.

Introdução
Lesões ósseas englobam um amplo espectro de etiologias, podendo corresponder a
lesões benignas, malignas primárias ou ainda malignas metastáticas. No passado, o
diagnóstico histológico era alcançado exclusivamente com biópsias cirúrgicas, mas
com o passar do tempo e desenvolvimento tecnológico, cada vez mais esses
diagnósticos são realizados com biópsias percutâneas guiadas por imagem, sendo
uma técnica minimamente invasiva, com boa relação custo-efetividade e baixa
morbidade. Biópsias de lesões pequenas em extremidades podem ser desafiadoras,
especialmente pela dificuldade de posicionamento da agulha, coleta do material e
riscos associados.

Objetivo
Figura 01: Radiografia em perfil do 3º dedo da mão direita, evidenciando lesão
óssea insulflativa e cintilografia óssea em fase tardia palmar evidenciando lesão
óssea de baixa agressividade.
Este ensaio pictórico tem como objetivo ilustrar três casos de biópsias de
extremidades.

Relato dos casos


O primeiro caso é de um paciente de 20 anos, submetido a uma biópsia óssea guiada
por TC de lesão dolorosa, de aspecto insulflativo, localizada no terço distal da falange
média do 3º dedo da mão direita, medindo 9 mm (figura 01), utilizando agulha coaxial
de 15G com movimentos giratórios e coleta com aspiração do fragmento (figura 02).
Foi realizado bloqueio anestésico troncular do dedo. O anatomopatológico foi
compatível com lesão osteocondromatosa parosteal bizarra (Lesão de Nora).
O segundo caso é de uma paciente de 24 anos, submetido a biópsia guiada por USG
Figura 02: Biópsia óssea de lesão no lesão insulflativa localizada no terço distal da
de lesão óssea dolorosa, de aspecto insulflativo, localizada no terço distal do 3º
falange média do 3º dedo da mão direita, utilizando agulha coaxial de 15G com
metatarso do pé direito, medindo 6 mm (figura 03), utilizando sistema coaxial com
movimentos giratórios e coleta com aspiração do fragmento.
agulha de biópsia 15/16G, sendo realizados 4 disparos com avanço de 10 mm (figura
03B). Foi realizada anestesia local da lesão. O anatomopatológico foi compatível com
Lesão de Nora.
O terceiro caso é de um paciente com 47 anos, submetido a biópsia guiada por TC de
lesão osteolítica na falange distal do 3º quirodáctilo da mão direita, medindo 7 mm
(figura 04A), utilizando agulha de biópsia óssea de calibre 11 G (Jamshidi). Foi
realizado bloqueio troncular do dedo. Resultado anatomopatológico ainda não
disponível.

Discussão Figura 03: A. Ultrasssonografia em corte axial do pé direito, evidenciando lesão


Biópsias de lesões pequenas em extremidades apresentam aspectos técnicos óssea exofítica no terço distal do 3º metatarso. B. Agulha de biópsia posicionada
específicos, podendo ser realizadas por vários métodos e utilizando diferentes para coleta do material.
materiais. Apresentam dificuldades específicas, incluindo: Menor quantidade de
tecido de partes moles adjacente, dificultando a ancoragem e controle da agulha e
aumentando a chance de lesões ligamentares e neurovasculares; Menor quantidade
de osso saudável adjacente, aumentando o risco de fratura associada; Menor
quantidade de material coletado, dificultando a análise histológica. Quando viável,
o bloqueio anestésico troncular pode dar mais conforto ao procedimento. Em
lesões muito pequenas, há a possibilidade de entrar na cortical óssea com a agulha
de Jamishid sem o mandril cortante, para iniciar a coleta desde o inicio e aumentar
a amostra.

Conclusão
Biópsias ósseas percutâneas guiadas por imagem são procedimentos minimamente
Figura 04: A. Lesão osteolítica na falange distal do 3º dedo da mão direita. B.
invasivos consolidados, com boa relação custo-efetividade e baixa morbidade. No
Agulha de biópsia óssea (Jamishidi) de 11G posicionada.
entanto, lesões pequenas em extremidades podem se tornar desafiadoras.

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