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RESUMO: Este trabalho busca abordar o princípio do poluidor pagador, iniciando com uma
análise sobre o que é um princípio, o contexto histórico do surgimento de um princípio e de
forma objetiva da técnica de resolução da colisão de princípios, mais especificamente a técnica
da ponderação. Com efeito, este trabalho em seu segundo momento vai buscar compreender o
conceito do princípio do poluidor pagador, o contexto do seu surgimento e uma análise dele no
âmbito constitucional brasileiro. A última parte deste resumo expandido busca avaliar os
impactos do princípio em estudo na jurisprudência pátria e a relevância do referido princípio
no ordenamento jurídico pátrio.
1 Introdução
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Graduanda em Direito pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Matrícula: 11500322, Período:
9º, turno: noturno.
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Graduando em Direito pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Matrícula: 11500322, período:
9º, turno: noturno.
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Docente da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
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princípio jurídico, a sua origem histórica, passando pelos períodos jusnaturalista, positivista e
pós-positivista, até finalmente declinar no conceito do princípio por renomados autores e na sua
abordagem retro mencionada.
De outra banda, é prudente ressaltar que os princípios para parte da doutrina ocupam
um lugar importantíssimo no mundo jurídico tendo em vista que ocupam um lugar de destaque
nas fontes do Direito, pois influenciam as outras fontes do Direito. É por meio dos princípios
que nascem os mais importantes leis, costumes, jurisprudência e doutrina. De fato, a margem
de aplicabilidade dos princípios é vasta, caso em nenhuma das fontes haja margem para sua
respectiva aplicabilidade, os princípios certamente oferecerão uma boa solução para os conflitos
existentes em nossos tribunais. Já no fim deste tópico vamos trazer aqui dois conceitos de
princípios jurídicos de renomados autores da doutrina pátria, vejamos:
Para o autor Uadi Lammêgo Bulos o conceito de princípio jurídico diz que:
expresso, também pode ser implícito. Seu espaço é amplo, abarcando debates
ligados à Sociologia, à antropologia, à Medicina, ao Direito, à filosofia, e, em
particular, à liberdade, à igualdade, à justiça, à paz etc.” (BULOS, 2015, p.
507).
tanto na ordem constitucional, como na infraconstitucional. Para isso, porém, é preciso que
antes haja uma retrospectiva histórica em como o princípio aqui estudado encontrou sua
importância e normatividade nas leis nacionais.
Importante saber tal classificação pois é a partir dos últimos anos da fase fragmentária
que a preocupação com o meio ambiente no âmbito internacional vai tomando força e, por
conseguinte, são realizadas conferências reunindo diversos países para tratar sobre o tema,
encaminhando-se, portanto, para a concepção do meio-ambiente como unidade integrada e
interdependente, direito humano fundamental.
É nesse contexto que, em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza a
Conferência de Estocolmo, resultando na “Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente”. É nesse documento que importantes diretrizes, princípios e objetivos quanto
ao meio ambiente e sua proteção são traçados.
O princípio do poluidor não surge diretamente dessa Declaração, mas, no mesmo ano,
a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) adota uma
recomendação que define o princípio do poluidor-pagador. O texto, não vinculativo, assim diz:
“As despesas relativas aos custos de prevenção e controle da poluição devem ser imputadas
aos poluidores. O custo destas medidas deve se refletir no preço do produto cuja produção ou
consumo provoca a poluição.”4 (OCDE, 1972)
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Tradução livre.
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Portanto, pela lei descrita, o poluidor-pagador não é aquele que causa ou causará
poluição, mas, em conceito mais abrangente, aquele que causa degradação ambiental, definido
nos termos supramencionados.
Pelos conceitos estudados, vê-se que o princípio não objetiva ser punição, porque os
atos são lícitos. Mesmo assim, não é permissão para poluir, consubstanciando-se em
internalização do custo ambiental que é suscitado em razão de determinada atividade. Assim,
o poluidor arca com os custos ambientais que sua atividade causa, sem onerar a sociedade ou o
Poder Público, mas, por outro lado, retribuindo-os, ou, em último caso, reparando os danos
causados.
Como dito, o princípio estudado tem uma órbita repressiva, e nesse sentido, a
jurisprudência brasileira o associa à responsabilidade civil objetiva prevista no § 3º, art. 225 da
CRFB/88, pois como visto na conceituação, o pagamento decorrente da poluição (no princípio
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Por isso, tanto na jurisprudência das cortes superiores, quanto das ordinárias, o princípio
do poluidor-pagador tem sido aplicado como forma de responsabilizar objetivamente, isto é,
sem qualquer demonstração de culpa, aquele que causa degradação ambiental.
Destarte, o Egrégio Superior tribunal de Justiça dispõe por meio de teses e julgados:
7 Conclusões
8 Referências
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 9º. ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2015.
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Declaração do Rio de Janeiro. Estud. av., São Paulo , v. 6, n. 15, p. 153-159, ago. 1992
.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141992000200013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 mar. 2020.
FIORILO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental. 19. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25º. ed. São Paulo: Editora
Malheiros, 2006.